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VAREJO DIGITAL AULA 6

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Academic year: 2022

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VAREJO DIGITAL

AULA 6

Profª Cláudia Osna Geber

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CONVERSA INICIAL

Seja bem-vindo(a) a mais uma aula de nossa disciplina! Nesta aula vamos demonstrar, na prática, os conceitos de varejo digital, novas tecnologias, principais tendências, consumidores e aprendizados diversos dos quais falamos anteriormente.

Faremos isso por meio dos estudos de caso de empresas eleitas no ranking de melhores empresas de varejo eletrônico, e que certamente aplicaram muito o que aprendemos nas aulas. São elas:

1. Magazine Luiza;

2. Amazon;

3. NetShoes;

4. B2W;

5. Dafiti.

CONTEXTUALIZANDO

Antes de seguirmos adiante, é fundamental destacar que não adianta somente o varejo, seja ele físico ou digital, adquirir novas tecnologias; é necessário adotá-las e utilizá-las de maneira funcional, indo além do quesito da inovação (E-Commerce News, 2018).

Para entender melhor como funciona o uso das tecnologias de maneira funcional, veremos na prática os casos de sucesso de algumas empresas que souberam de fato adotar as novas tecnologias e entender o momento do varejo, com destaque para o cenário brasileiro.

A escolha das empresas não foi fácil, pois são muitas as que merecem destaque, mas serão apresentadas aqui aquelas que receberam mais premiações e foram mais destacadas em âmbito nacional e internacional no ramo do varejo.

Já a escolha pelo estudo de caso é por ser considerado um método de abordagem, investigação e ensino bastante eficiente, afinal, propicia a compreensão e exploração ao descrever o contexto de forma detalhada. Neste contexto, é considerada uma metodologia ativa, tendência cada vez mais adotada no ensino superior, por permitir respostas de questionamentos que dependem de fatores externos (Nery et al., 2016).

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Vídeo

Assista a esta animação que explica sobre o que é um estudo de caso e

se prepare para as próximas leituras:

<https://www.youtube.com/watch?v=8cIVzQNf6Bk>.

TEMA 1 – MAGAZINE LUIZA

O Magazine Luiza é considerado um dos players (linguagem técnica bastante utilizada para se referir a empresas de um mesmo segmento) mais bem-sucedidos no varejo digital. Isso fica evidente pelos seus resultados, que apontam, no 2º trimestre de 2018, para o maior lucro da história da empresa, com um crescimento de 600% comparado ao trimestre anterior, alcançando R$72,4 milhões (Mendonça, 2018).

Estamos falando, afinal, de uma empresa inovadora desde o início, tendo sido pioneira, antes de entrar no segmento digital, em inovações como o Consórcio Luiza, para possibilitar aos clientes a compra de bens duráveis, como carro e casa própria, e o Luizacred, por meio do qual, associado a um banco, o Magazine oferece diversos serviços financeiros. Já no segmento digital, a loja inovou ao trazer, já em 1992, as lojas virtuais (Destino Negócio, 2018), seguidas de outras inovações que serão abordadas na sequência.

O atual CEO da empresa, Frederico Trajano, ao assumir o cargo deixou claro seu objetivo de transformar o Magazine Luiza em um negócio digital, mas sem deixar de lado as lojas físicas e o calor humano. Como resultado, a empresa tem tido grande foco em iniciativas digitais, sendo que a área digital já representa 28% do total de vendas do Magazine Luiza (Mendonça, 2018).

Frederico Trajano, filho de Luiza Trajano, fundadora do Magazine Luiza, iniciou sua carreira com ênfase na área digital, ingressando na empresa no ano 2000 para criar um site para a loja. Foi assumindo, no decorrer de sua trajetória na empresa, diferentes cargos, sempre ligados às áreas de tecnologia, o que foi essencial para alcançar o sucesso atual da empresa (Zogbi, 2018).

Este sucesso é consequência também dos pilares-base nos quais a empresa se sustenta para garantir a transformação digital: inclusão social, digitalização das lojas físicas, multicanais e transformar o site em uma plataforma digital e cultural. E, com base nesses pilares, a empresa adotou algumas estratégias que merecem destaque (Mendonça, 2018):

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 Laboratório de inovação, o Luiza Labs, um espaço onde trabalham cerca de 400 pessoas com projetos focados em tecnologia, testados rapidamente e sem burocracias. É de fundamental importância para a empresa e para o sucesso que ela alcançou no varejo, pois entrega anualmente cerca de 30 projetos estratégicos . Ainda, foi neste laboratório que surgiu o marketplace da empresa, atualmente com mais de 16 milhões de downloads (Zogbi, 2018).

 Investimento em ferramentas, aplicativos e novas plataformas, como o Magazine Você, quase uma loja virtual na qual o cliente cria sua própria vitrine de produtos para comercializá-los.

 Lojas físicas digitais, visando aprimorar a experiência do cliente e tornar a operação mais ágil e eficiente, com aplicativos móveis de venda e estoque, por exemplo.

 Multicanais: o Magazine Luiza trabalha de forma integrada com todos os canais, utilizando uma mesma infraestrutura para as lojas on-line e físicas.

 Melhoria nos serviços, com investimentos como o Lu Conecta, serviço que configura, instala aplicativos e antivírus no smartphone, 24 horas por dia.

 Não ficando para trás nas tendências de mercado, o Magazine Luiza lançou em 2017 a operação de marketplace, expandindo de 50 parceiros para 250, com faturamento estimado em 550 mil reais e 80.000 produtos disponíveis on-line.

Quanto à estratégia de multicanais, Frederico Trajano implementou o omnichannel em 2016 e, nessa época, deu uma entrevista à famosa revista americana Forbes informando acreditar ser a única empresa brasileira a realmente adotar essa tendência, ao usar a mesma infraestrutura, tecnologia, marketing e centro de distribuição para toda a empresa (Zogbi, 2018).

O Magazine Luiza diferencia-se, ainda, por ter a tecnologia na veia de seu negócio, não apenas na parte digital, mas também no dia a dia, com funcionários que têm autonomia no trabalho e com abertura para inovação e tecnologia (Zogbi, 2018).

Vídeo

Entenda melhor como funciona o Luiza Labs assistindo ao vídeo:

<https://www.youtube.com/watch?v=ypRrbnbJmlc>.

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TEMA 2 – AMAZON

Fundada em 1994 por Jeff Bezos, cinco anos antes da Google e 10 anos antes do Facebook, a Amazon é considerada a empresa que mais modificou a forma de fazer compras e o funcionamento do varejo nas duas últimas décadas (Monte, 2018).

Bezos, ao criar a empresa, definiu que a Amazon deveria ter seu foco sempre no longo prazo, entendendo o consumidor para oferecer a ele os melhores produtos e serviços (Monte, 2018). E, certamente, o mercado do e- commerce não seria o que é hoje sem a sua visão.

O sucesso da Amazon é tanto que existe uma tendência no varejo denominada “Efeito Amazon”, termo utilizado para explicar o crescimento gigantesco de uma empresa que há 20 anos era somente um e-commerce de livros e que em 2017 faturou 178 bilhões de dólares (Ferraz, 2018).

Com o foco em entender o consumidor, mantendo o que foi dito por Bezos, um dos principais destaques do “Efeito Amazon” é a forma como a empresa utiliza os dados de seus consumidores, ou seja, como ela se diferencia entendendo a fundo quem compra. A obtenção destes dados, que são organizados, analisados e transformados em informações úteis, faz toda a diferença para que a empresa entenda os comportamentos dos consumidores, sejam eles digitais ou físicos (Ferraz, 2018).

O sucesso da empresa é também resultado da visão do proprietário, que enxergou que, no site da Amazon, todos as páginas podem ser lojas e todos os clientes podem ser vendedores (HSM, 2018).

A Amazon impressiona também por sua incrível capacidade de entrega, com rapidez e eficiência logística que agradam aos novos e exigentes clientes do varejo digital (Meier, 2018), afinal, não é qualquer empresa que conseguiria entregar 1.6 milhões de encomendas por dia. E, uma das formas usadas pela Amazon para conseguir essa entrega é a tecnologia: a empresa utiliza 45 mil robôs para retirar os pacotes das prateleiras e levá-los aos funcionários, garantindo que tudo funcione perfeitamente (Vicentin, 2018).

Sempre pioneira, a Amazon inovou mais uma vez com a loja Amazon Go, expandindo sua atuação a todos os universos do varejo, inclusive o físico. Em síntese, na Amazon Go o cliente é reconhecido assim que entra na loja, escolhe seus produtos e vai embora, sem fazer qualquer pagamento (Meier, 2018).

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E como isso acontece? Existem câmeras em toda a loja que identificam o cliente por meio de reconhecimento facial, e uma tecnologia de inteligência artificial identifica pessoas se movimentando e objetos sendo movidos nas prateleiras. Tudo o que o cliente precisa fazer é baixar o aplicativo da Amazon Go em seu celular, ver o tutorial e se identificar com a conta da Amazon. Aí é só entrar na loja, pegar o produto e ir embora, e a compra será automaticamente debitada no cartão (Lenine, 2018).

Essa jornada do cliente tem como foco tornar a experiência mais fluida e natural, valorizando o tempo do consumidor e propiciando uma reposição de gôndolas de forma automática (Meier, 2018).

Leitura complementar

Leia a reportagem da Folha de S.Paulo e entenda ainda melhor como funciona a experiência de compra na Amazon Go, disponível neste link:

<https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2018/09/na-loja-amazon-go-e-so- pegar-os-produtos-e-ir-embora.shtml>.

TEMA 3 – NETSHOES

A Netshoes começou em 2000, com dois sócios e uma pequena loja física de sapatos. O crescimento da loja permitiu uma expansão de mais lojas físicas até o momento em que os sócios decidiram investir no e-commerce (Vilar, 2016).

O resultado, ao contrário do que muitos pensam, não foi nada rápido: a Netshoes não vendeu nenhum par de sapatos nem no primeiro nem no segundo mês de operação on-line. A partir do terceiro mês, quando vendeu o primeiro par, a empresa começou a crescer (Destino Negócio, 2018) até que este canal passou a representar 70% de suas vendas.

Os sócios decidiram, então, fechar as lojas físicas e focar 100% no digital (Vilar, 2016). A estratégia parece ter dado certo, já que, segundo um recente levantamento, a Netshoes foi considerada a organização que apresenta mais evidências ligadas à transformação digital (Redação E-Commerce News, 2018).

A empresa, em 2009, começou sua loja virtual com o Twitter e logo depois lançou a fan page no Facebook. Em 2012, criou contas no Google+, Instagram e Linkedin. Em 2013, faturou mais de R$100 milhões só com as redes sociais (Agência WT, 2018). Fechou 2016, um ano de recessão, com 10,3 milhões de pedidos, um aumento de 20,8% frente a 2015 (Bigarelli; Campos, 2017).

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Seu sucesso é tão grande que a empresa expandiu sua atuação para países como Argentina e México. E, no Brasil, já patrocinou times de futebol, administra lojas virtuais do Corinthians e do Cruzeiro, e é a loja oficial da NBA no país (Destino Negócio, 2018).

Ainda, a Netshoes é hoje o maior e-commerce de artigos esportivos da América Latina e a 5ª maior marca do comércio eletrônico brasileiro. No Brasil, tem 40,3% do comércio eletrônico de calçados e tênis, sendo a líder de mercado (Bigarelli; Campos, 2017). O lucro da empresa no segmento digital é consequência de diversos fatores, como colaboradores treinados para lidar com redes sociais, aumentando a presença da marca com o público-alvo e a credibilidade da empresa (Agência WT, 2018).

Também merece atenção a atuação da marca em relação ao atendimento (Vilar, 2016):

 A Netshoes tem um atendimento rápido e eficiente, sendo um dos melhores avaliados: 100% das reclamações no ReclameAqui foram atendidas, sendo 96% com soluções e 74% com clientes dispostos a comprar na loja.

 A logística permite uma entrega rápida, cumprindo todos os prazos.

 Investimento constante em conhecer o consumidor, tendo sido uma das primeiras operações de e-commerce a investir em personalização de dados para aumentar o conhecimento sobre o cliente.

Marcio Kumruian, fundador da Netshoes, também destacou em uma palestra os seguintes fatores importantes para o sucesso (Startupi, 2017):

 Saber que, mesmo com um bom plano, os erros vão acontecer, e é preciso errar rápido e voltar para os trilhos.

 Ter coragem para acreditar no negócio e no perfil, sendo um pré-requisito ter resiliência;

 Ter um time de qualidade, com os colaboradores certos.

Uma recente prova de como o time de colaboradores faz toda a diferença é que dentro da Netshoes foi criada a Zattini, uma startup dentro da própria empresa. A Zattini, um e-commerce de roupas, calçados e acessórios, é resultado da total autonomia e confiança no time envolvido no projeto e, em pouco tempo, tornou-se um dos principais markeplaces de moda no país (Startupi, 2017).

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E a empresa não para: além de sua forte presença no e-commerce, a marca atua também em markeplaces B2B (de empresa para empresa), utilizando blockchain em sua gestão e, assim, criando ofertas e serviços diferenciais e digitais, para melhorar a jornada de compras do consumidor (E-commerce News, 2018), além de estar em busca de startups de inteligência artificial e de novas tecnologias (Startupi, 2017).

Vídeo

Assista a um breve depoimento do fundador da Netshoes, Marcio Kumruian, e veja quais as dicas deste empreendedor de sucesso para futuros empreendedores do segmento digital:

<https://www.youtube.com/watch?v=NHmQHR7adOM>.

TEMA 4 – B2W

Este case pode ser considerado um dos principais em termos da importância logística para o sucesso da empresa, já que, para uma marca ser aceita por um cliente, ela precisa estar com todos os processos estratégicos alinhados e garantir que o cliente receba o que comprou (Rossari, 2018).

A empresa foi criada em 2006, de uma fusão entre a Americanas.com e a Submarino.com (Pacete, 2014), duas gigantes do varejo eletrônico brasileiro que, na época, representavam 70% do negócio no país (Rossari, 2018).

Os problemas começaram ao juntar uma empresa que tinha um negócio digital e um físico com outra empresa que gerenciava apenas o e-commerce em um período em que os consumidores começavam a comprar no varejo eletrônico. O resultado foram diversas falhas logísticas, como não antecipar as datas de maior venda do varejo, ter insuficiente estoque de produtos e poucos centros de distribuição, o que gerou falta de confiança do consumidor com a marca e um resultado em vendas significativamente abaixo dos concorrentes (Rossari, 2018).

Segundo a própria empresa, não era dada a atenção necessária ao cliente, gerando problemas tão sérios que a B2W recebeu uma multa do Procon de São Paulo, em 2012, no valor de R$ 1,7 milhão, além da proibição de fazer qualquer venda no estado pelo período de 72 horas. Em um de seus piores momentos, no mesmo ano, as ações da B2W chegaram a uma queda de 92%

quando comparadas ao valor do lançamento (Pacete, 2014).

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Mas então como essa empresa está entre os cases de sucesso?

Bom, a situação começou a mudar quando, em 2013, a B2W adquiriu empresas com conhecimento e tecnologia no atendimento ao cliente e na gestão de processos, e investiu 1 bilhão de reais na logística, com foco em melhorar o relacionamento com o cliente (Pacete, 2014).

Em 2014, a B2W comprou as duas principais transportadoras especializadas em comércio eletrônico no Brasil e, em 2016, contratou a Vialog, líder em transporte de e-commerce. Também reestruturou todo o seu canal de operação logística com uma empresa terceirizada que implanta estratégias tais como a possibilidade de o consumidor retirar o produto em uma loja física em até uma hora depois da compra – o que já está disponível em mais de 580 lojas, com estimativa de chegar a 800 (Rossari, 2018).

Além disso, a B2W, assim como o Magazine Luiza, tem um laboratório de inovação, o BIT, cuja função é gerar novos negócios para a empresa utilizando tecnologia e inovação (Rossari, 2018).

A prova de que a estratégia da empresa é um sucesso são alguns de seus números (Sky Hub, 2017):

 A B2W Marketplace recebe em média 21 milhões de visitantes no mês.

 A empresa tem 1 milhão de produtos divididos em 40 departamentos.

 São feitas 50 mil buscas por hora.

 Recebe 2,4 milhões de pedidos por mês.

 As páginas têm 450 milhões de visualizações por mês.

 É o 1º lugar no ranking e-commerce B2C.

 Tem nove centros de distribuição para conseguir entregar em todas as regiões do Brasil.

Além disso, ao fim de 2018, a B2W declarou ter alcançado quatro novos recordes desde o seu lançamento: maior venda, maior participação em lucros, maior número de vendedores conectados e maior número de produtos no mix (Reuters, 2018).

E, assim como as demais, a B2W não vai parar com as inovações. A empresa passou a oferecer recentemente um novo produto financeiro, concedendo crédito em operações on-line e com taxas competitivas. Ainda, a B2W planeja expandir para 200.000m² sua capacidade de armazenagem, além de melhorar os serviços de retirada dos clientes nas lojas físicas (Mello, 2018).

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Leitura complementar

Leia a reportagem da Época Negócios sobre os próximos passos da B2W e entenda como essa varejista pretende continuar crescendo:

<https://epocanegocios.globo.com/Empresa/noticia/2018/03/epoca-negocios- lojas-americanas-vai-integrar-logistica-com-b2w-e-reestrutura-gestao.html>.

TEMA 5 – DAFITI

A Dafiti completou, em 2018, sete anos de existência, sendo considerada o maior e-commerce de moda e estilo da América Latina. A empresa se destaca pela precursão de serviços, inovações, experiência do cliente e crescimento.

Segundo o CEO, Philipp Povel, a Dafiti começou a olhar um movimento de mercado que era novo no Brasil há sete anos, enquanto alguns dos maiores varejistas brasileiros estão olhando para este caminho agora (Fernandes, 2018).

A empresa foi criada em 2011 por dois alemães, um francês e um brasileiro, tendo como base os modelos de sucesso internacionais, como o da loja Zappos. A iniciativa surgiu da visão dos fundadores de uma oportunidade de mercado ainda pouco explorada no Brasil (Crowdtask, 2016). Segundo um dos sócios, Malte Huffmann, a ideia do site era fazer algo grande desde o início, que faturasse bilhões em pouco tempo (Estadão, 2013).

Depois de pesquisas e avaliações sobre o mercado, os proprietários definiram os dois pilares da empresa, seus principais diferenciais até hoje: um mix grande e variado de produtos e ótima experiência de compra para o cliente (Crowdtask, 2016). Segundo o sócio Malte Huffmann, executando estes dois pilares o restante necessário ao sucesso vem automaticamente (Estadão, 2013).

Uma das características do pilar da ótima experiência de compra chama a atenção de diversos varejistas: trata-se da grande quantidade de estoque da empresa. Com mais de 1,5 milhões de peças em estoque, a marca afirma que essa estratégia, apesar de custosa, faz a diferença, pois proporciona que a encomenda do cliente chegue à sua casa um dia após o pedido (Estadão, 2013).

Além desses pilares, a Dafiti investe nos funcionários, que geralmente são ligados ao mundo da moda. Um exemplo é o “Fashion Day”, uma data em que acontecem desfiles dentro dos escritórios e centros de distribuição da Dafiti. A empresa enxerga isso como forma de engajar os funcionários (E-Commerce de Sucesso, 2016). Ainda, ela investe em um quadro de funcionários jovem, que traz motivação e criatividade à rotina da empresa (Fernandes, 2018).

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A Dafiti também investe bastante em redes sociais, utilizando todas as ferramentas promocionais oferecidas, pagas e gratuitas, por acreditar na convergência entre consumidor e marca neste canal (Estadão, 2013). Esse investimento vai além de um conteúdo relevante e agrega também o SAC 2.0, o que significa um atendimento via redes sociais que favorece o processo de compra da forma que for mais conveniente ao consumidor (Fernandes, 2018).

A empresa, que começou vendendo apenas calçados pela internet, hoje é considerada o maior e-commerce de moda do Brasil (Estadão, 2013), com mais de 4 mil marcas e 390 mil produtos em seis categorias: roupas, sapatos, acessórios, beleza, casa/mesa/banho e decoração (Fernandes, 2018).

E as inovações não param. Em 2015, a empresa montou sua loja física, a Dafiti Live, uma loja conceito de três andares, em São Paulo, com um sistema diferenciado: o cliente experimenta o que quiser e a compra é entregue em sua casa. A ideia é ir além do processo de compras, oferecendo tecnologia para o cliente (Crowdtask, 2016).

Saiba mais

Pelo link <https://endeavor.org.br/marketing/zappos/>, saiba mais sobre a Zappos, utilizada como referência pelos fundadores da Dafiti, e busque entender quais diferenciais desta loja serviram como base para a criação da Dafiti.

TROCANDO IDEIAS

Finalizamos a nossa disciplina, deixando clara a importância desse novo varejo, as tecnologias envolvidas, seus consumidores, tendências e fundamental importância para o sucesso de qualquer varejista.

Neste cenário, compreender o consumidor, adotar tecnologias e tendências, buscar informações, implementar novidades e prover conveniência e experiências diferenciadas são só alguns dos pontos fundamentais para uma empresa da atualidade.

Imagine-se como proprietário(a) de uma grande empresa varejista nacional, no ano de 2019, precisando se adequar a esta nova realidade. Sua empresa começou como loja física, no segmento que desejar, e precisa incorporar elementos do varejo digital. Comece pensando em quem é o seu público-alvo e o que você comercializa, para, então, definir que tecnologias e tendências você adotaria.

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NA PRÁTICA

O varejo digital está mudando a cada dia. Ter um e-commerce já não é mais um diferencial, e sim uma obrigação. As operações estão se integrando e se transformando em omnicanais, e as empresas precisam se rentabilizar; do contrário, vão deixar de existir (Padis, 2018).

Neste contexto, analise cada um dos estudos de caso e relacione-os com três aprendizados que você teve durante a aula. Por exemplo: o Magazine Luiza inovou com uma experiência de compra diferenciada, atendendo ao novo consumidor do varejo digital, especialmente millennials, que buscam experiência acima da compra.

Sugestões de respostas

Existem diversas maneiras e diferentes exemplos para relacionar com os estudos de caso, sendo alguns deles:

Magazine Luiza:

 Inovação: a empresa demonstrou ser inovadora desde o início, estando pronta para enfrentar o novo varejo digital, sem barreiras de medo, e integrando os funcionários com iniciativas como o Luiza Labs.

 Digitalização das lojas físicas: a empresa não deixou de lado suas lojas físicas, investindo nelas com tecnologia para que se adequassem ao novo mercado.

 Multicanais: a empresa está disponível para o consumidor em diversos canais.

Amazon:

 Entendimento do consumidor: desde o início a rede Amazon busca entender seu consumidor para satisfazer suas necessidades e, assim, alcançar o sucesso.

 Explorar dados dos consumidores: além de entender o consumidor, a Amazon sabe o que fazer e como explorar as ricas informações de seus clientes.

 Experiência de compra: ao focar na logística e entrega rápida, a Amazon oferece uma excelente experiência de compra ao consumidor, fidelizando-o.

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Netshoes:

 Foco no digital: ao ver o potencial do mercado digital, a empresa investiu e focou seus esforços neste canal, assumindo riscos e encarando os medos.

 Investimento em marketing digital: a rede investe, desde o início, em plataformas digitais, como Facebook, o que tem gerado bom retorno.

 Foco no atendimento: a empresa se diferencia pela qualidade do atendimento, buscando deixar o cliente sempre satisfeito.

B2W:

 Investimento em melhoria de processos: a empresa entendeu sua falha logística e investiu em terceiros relevantes no negócio para melhorar a experiência de compra do consumidor.

 Inovação: a empresa investe também em inovação, buscando gerar novos negócios por meio da tecnologia.

Marketplace: uma das pioneiras no Brasil, a B2W soube aproveitar a oportunidade com esta tendência.

Dafiti:

 Pesquisas de mercado: antes de lançar a Dafiti, os sócios pesquisaram o mercado e os consumidores para então definir a melhor estratégia.

 Foco no atendimento ao cliente: buscando entrega rápida que deixe o cliente satisfeito, a Dafiti tem um estoque gigantesco.

Investimento em funcionário: a empresa enxerga o colaborador para além de um funcionário, e sim como um cliente cuja opinião importa (e muito).

FINALIZANDO

Nesta aula abordamos diferentes estudos de caso com o objetivo de mostrar, em empresas reais, os conceitos que aprendemos nas aulas anteriores.

Começando pelo Magazine Luiza, exploramos como esta rede varejista brasileira incorporou diferentes tendências e tecnologias e conseguiu aumentar seus lucros com o varejo digital por meio de e-commerce, marketplace e muitos outros, com destaque para o laboratório digital.

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Quanto à Amazon, o destaque principal foi dado pela forma como esta gigantesca rede varejista conseguiu explorar o varejo físico em um contexto tão digital, oferecendo inovações e uma experiência incrível para o consumidor.

O terceiro case foi a Netshoes, empresa que partiu de uma única loja física para se tornar líder no segmento de calçados e tênis do comércio eletrônico, resultado de muito trabalho, uma boa equipe, bom atendimento, logística e conhecimento do cliente.

O quarto caso de sucesso foi um caso de superação. A empresa B2W, líder no segmento de marketplace, viu seu negócio quase falir em 2012, mas conseguiu, com uma revisão e investimentos em seu setor logístico, melhorar a experiência do cliente e fazer uma reviravolta no cenário, retomando a liderança do mercado.

Fechamos a aula com o case de sucesso da Dafiti, uma empresa brasileira criada por sócios estrangeiros e brasileiros que, oito anos atrás, enxergaram uma oportunidade em nosso mercado que está sendo visto apenas agora pelas grandes varejistas. E, se aproveitando dessa visão do futuro, conseguiram chegar à liderança no mercado de e-commerce em seu segmento.

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REFERÊNCIAS

AGÊNCIA WT. O case Netshoes. Agência WT. Disponível em:

<http://www.criacaodesitebh.com.br/blog/case-de-sucesso-netshoes/>. Acesso em: 8 fev. 2019.

BIGARELLI, B. CAMPOS, E. Começou num puxadinho… e a Netshoes foi parar em Wall Street. Época Negócios, 11 jul. 2017. Disponível em:

<https://epocanegocios.globo.com/Empresa/noticia/2017/07/comecou-num- puxadinho-e-netshoes-foi-parar-em-wall-street.html>. Acesso em: 8 fev. 2019.

ENTENDA como a inovação levou o Magazine Luiza ao sucesso. Destino Negócio. Disponível em: <https://destinonegocio.com/br/empreendedorismo/en tenda-como-a-inovacao-levou-o-magazine-luiza-ao-sucesso/>. Acesso em: 8 fev. 2019.

NETSHOES: conheça a história da empresa. Destino Negócio. Disponível em:

<https://destinonegocio.com/br/casos-de-sucesso/netshoes-maior-e-commerce- de-produtos-esportivos-do-mundo/>. Acesso em: 8 fev. 2019.

POR DENTRO da Dafiti, o maior ecommerce de moda da América Latina. E- commerce de sucesso, 21 ago. 2016. Disponível em:

<https://ecommercedesucesso.com.br/site-de-vendas-online-dafiti-insp1/>.

Acesso em: 8 fev. 2019.

DONOS revelam o segredo do sucesso da Dafiti, que atrai milhões na internet.

Estadão PME, 26 abr. 2016. Disponível em:

<https://pme.estadao.com.br/noticias/noticias,donos-revelam-o-segredo-do- sucesso-da-dafiti--que-atrai-milhoes-na-internet,2903,0.htm>. Acesso em: 8 fev.

2019.

STARTUPI. Como o Netshoes foi de uma sapataria em SP ao IPO em Nova

York. Exame, 8 nov. 2017. Disponível em:

<https://exame.abril.com.br/negocios/como-o-netshoes-foi-de-uma-sapataria- em-sp-ao-ipo-em-nova-york/>. Acesso em: 8 fev. 2019.

FERNANDES, B. Dafiti completa sete anos de sucesso exponencial. Segs, 9 fev.

2018. Disponível em: <https://www.segs.com.br/demais/103015-dafiti-completa- sete-anos-de-sucesso-exponencial>. Acesso em: 8 fev. 2019.

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REUTERS. Grupo de comércio eletrônico B2W tem prejuízo de R$ 105,8 milhões

no 3º tri. G1, 1 nov. 2018. Disponível em:

<https://g1.globo.com/economia/noticia/2018/11/01/grupo-de-comercio-

eletronico-b2w-tem-prejuizo-de-r-1058-milhoes-no-3o-tri.ghtml>. Acesso em: 8 fev. 2019.

MELLO, G. B2W vê desaceleração em despesas, espera crescimento de vendas no 4º tri. Extra, 1 nov. 2018. Disponível em:

<https://extra.globo.com/noticias/economia/b2w-ve-desaceleracao-em-

despesas-espera-crescimento-de-vendas-no-4-tri-23204899.html>. Acesso em:

8 fev. 2019.

MEIER, J. As lições da Amazon Go para o varejo global. No Varejo, mar. 2018.

Disponível em: <https://portalnovarejo.com.br/2018/03/as-licoes-da-amazon-go- para-o-varejo-global/>. Acesso em: 8 fev. 2019.

MENDONÇA. 6 estratégias que fizeram o Magazine Luiza ser um negócio digital.

Novarejo, 2017. Disponível em: <https://portalnovarejo.com.br/2017/08/estrate gias-fizeram-magazine-luiza-ser-negocio-digital/>. Acesso em: 8 fev. 2019.

MONTE, L. As principais estratégias da Amazon e como ela pode acabar com sua empresa no Brasil. E-commerce News, 9 ago. 2018. Disponível em:

<https://ecommercenews.com.br/artigos/cases/as-principais-estrategias-da- amazon-e-como-ela-pode-acabar-com-sua-empresa-no-brasil/>. Acesso em: 8 fev. 2019.

NERY, M. F. et al. Utilização do estudo de caso como metodologia ativa de ensino na disciplina de construção civil. XlIV Congresso Brasileiro de Educação em Engenharia, 2016.

E-COMMERCE NEWS. Disponível em:

<https://ecommercenews.com.br/author/e-commerce-news/>. Acesso em: 8 fev.

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Referências

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