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DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO DO BRASIL

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Academic year: 2022

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DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO DO BRASIL

MOURA, A. L. A.1; SÁ, L. A. C. M2

RESUMO - A presente pesquisa está sendo desenvolvida com o objetivo de formular uma base de dados espaciais na internet no qual aborda a pós-graduação brasileira utilizando-se de Sistemas de Geoinformação – SIG. A distribuição espacial das Instituições de Ensino Superior – IES estão sendo posicionadas geograficamente, e as instituições estão sendo classificadas como pública e privada, pelo conceito da CAPES, por programas de pós-graduação e áreas do conhecimento. A organização espacial das IES deve estar relacionada com a distribuição populacional do País e a sua dinâmica econômica, devido a grande correlação entre essas informações e dados do ensino superior. A pesquisa constatou que há pós-graduação em todas as áreas do conhecimento e estão presentes nas regiões brasileiras, no entanto algumas regiões são mais beneficiadas que outras. A concentração referente aos programas de pós-graduação é tanta que ao observar a região Sudeste constatou-se que a USP, estadual, possui o total de 226 programas, o que significa quase que a mesma quantidade onde reúnem juntos os 11 (onze) estados do Norte e do Centro-Oeste. Na educação superior do Brasil há uma necessidade de planejamento regional para uma descentralização e orientação do crescimento do sistema para que se melhore a distribuição de cursos de boa qualidade, matriculas e titulações para as regiões abastadas.

Apoio: UFPE/PIBIC/CNPq

PALAVRAS-CHAVE: pós-graduação, sistemas de geoinformação – SIG

ABSTRACT - The research is being developed with the aim to formulate a spatial database at internet for a applicatory system that approaches the Brazilian after-graduation using of Geographical Information Systems - GIS. The geographical distribution of the High Education Institutions - IES are being located, and the classification of the institution are public and private and its CAPES esteem and identifying the programs and knowledge. The space organization of the IES must be related with the population distribution of the country and its economic dynamics, with great correlation between these information and data of high education. The research evidenced that there are after-graduation in all the areas of the knowledge and it is present in the Brazilian regions, however some regions is more benefited than others. The referring concentration to the after-graduation programs is so big that when

1Acadêmico do Curso de Graduação em Geografia, Universidade Federal de Pernambuco – UFPE; Centro de Tecnologia e Geociências – CTG, Departamento de Engenharia Cartográfica – DECart Cidade Universitária – Recife – Pernambuco, andre_abreus@hotmail.com

2Professora Doutora do Departamento de Ciências Cartográficas, UFPE, DECart, lacms@ufpe.br

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observing the Southeastern region we can see that the USP has a total of 226 programs, what it means that it is the same number of programs as the 11 (eleven) states of the North and the Center-West together. In the Brazilian high education there are a necessity of regional planning for a decentralization and orientation of the growth of the educational system so that if it improves the distribution of courses of good quality, your register and status for the poor regions.

KEYWORDS: after-graduation, geographical information systems – GIS

INTRODUÇÃO: SIG é a ferramenta computacional para o geoprocessamento que permite realizar análises espaciais, produção de mapas e criar banco de dados georeferenciados. Tendo como objeto a formulação de base de dados espaciais na internet sobre a pós-graduação brasileira o SIG foi imprescindível para a pesquisa. A pós-graduação é responsável por ter como funções básicas o ensino e a pesquisa, no qual é o principal fator da formação de recursos humanos qualificados e ao fortalecimento do potencial científico-tecnológico de uma nação. Sua importância maior vem com o crescimento expressivo ao longo da década de 90 até esta última. O ensino superior apresenta considerável expansão como um todo, mas vem enfrentando dificuldades que afetam sua eficácia e qualidade (SILVA, 2001). A pesquisa tenta mostrar como esta relacionada a espacialização desta pós- graduação e quais as suas causas utilizando de dados estatísticos providos de Institutos de pesquisas como IBGE, INEP, IPEA, CAPES, CNPq. Com essa parte da pesquisa concluída o trabalho será disponibilizado na internet através de SIG específico para consulta de profissionais e estudantes interessados em conhecer os programas da pós-graduação brasileira.

MATERIAL E MÉTODOS: A aquisição dos dados de ensino superior da pesquisa foi feita através de endereços eletrônicos das IES, com base no banco de dados da CAPES, do CNPq e através da página eletrônica do INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira.

Para a análise regional foram pesquisados dados demográficos e econômicos pelo IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada e do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Após a coleta foi criado um banco de dados sobre a pós-graduação e importado ao programa computacional SIG para elaboração do mapa. Após o tratamento dos dados as informações estavam prontas para a visualização, consulta e elaboração de mapas temáticos e disponibilizada na internet (figura 1).

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Figura 1 – Elaboração de consultas e mapas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A Pós-graduação brasileira se expandiu e se consolidou em poucas décadas, ao contrário da graduação. Dentro de todo o sistema educacional brasileiro, a expansão dos programas de pós-graduação se constitui em uma das realizações mais bem sucedias no sistema de ensino existente no País. Segundo o Plano Nacional de Pós-Graduação (PNPG, 2006), dados da pós- graduação indicam que todas as áreas do conhecimento apresentaram crescimento expressivo ao longo dos anos, com algumas oscilações, e que a tendência vem sendo nitidamente positiva. Apesar do crescimento apontado, a pesquisa mostra que ainda persiste uma distribuição desigual entre as regiões do Brasil. Na Figura 2 pode-se observar que a região Sudeste concentra 56,9% dos cursos de mestrado e 63,5% dos de doutorado, seguida da região Sul (20,1% e 17,7%), Nordeste (16,7% e 11,7%), Centro- Oeste (6,7% e 4,9%) e Norte (4,2% e 2,0%).

Figura 2 – Tipos de cursos de Pós-graduação.

A análise das taxas de crescimento mostra que o maior ocorreu na região Norte, 15% ao ano, seguido do Centro-Oeste 12%, Sul 12%, Nordeste 9,6% e Sudeste, 6,3%. Mesmo com significativas taxas de crescimento as disparidades regionais se conservam, principalmente no Norte do Brasil quando observado os valores absolutos. A má distribuição é vista em todas as áreas do conhecimento, conforme a Figura 3 o número de IES com programas está concentrado nos estados onde há maior

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população e são os que mais se destacam economicamente. A região Norte é que apresenta condições mais desfavoráveis.

Figura 3 – Número de IES com programas de pós-graduação

Ao analisar os dados de cursos em nível de mestrado e doutorado percebe-se claramente um crescimento em todas as regiões dos cursos de pós-graduação. A região Norte quadruplicou a quantidade de mestrado e triplicado a de doutorado entre 1996 a 2006, mas como sua quantidade é pequena, seu crescimento não teve consistência em termos nacionais. O segmento que mais oferece cursos tanto mestrado como doutorado é o Público responsável por 82% e 90% respectivamente. Por sua vez, no setor privado cresceu número de pós-graduação, o mestrado passou de 8% do total em 1996 para 18% em 2004, já o doutorado aumentou em 1% neste período. Das pós-graduações brasileiras a mais expressiva em todas as regiões é a Ciências da Saúde, seguida por Ciências Humanas e Ciências Agrárias (Figura 4). No Sudeste e Sul estão concentradas 72,2% dos programas.

No Nordeste é interessante notar um equilíbrio das Ciências da Saúde com as Ciências Humanas, Sociais Aplicadas e das Engenharias. No Norte a área que mais se destaca é Ciências Biológica e Agrária. No Centro-Oeste há maior presença de programas na área de Ciências Humanas e Ciências Exatas e da Terra.

Figura 4 – Áreas do conhecimento

CONCLUSÃO: O SIG foi ferramenta essencial para análise espacial do Ensino Superior no Brasil permitindo a melhor manipulação, visualização dos dados que foram disponibilizados na internet e

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servirão ao público. As IES públicas possuem o maior número de instituições e matrículas na pós- graduação; já as do setor privado registraram crescimento acelerado das graduações na última década devido a criação de novas instituições, mesmo apresentando relativo desenvolvimento das pós- graduações. Além das desigualdades administrativas do ensino superior há também a regional entre as graduações e das pós-graduações (Figura 5), que acompanha as disparidades econômico-sociais, devido ao grau de polarização nacional no Sudeste do Brasil.

Figura 5 – PIB per Capita e População residente entre 24 e 49 anos.

O desequilíbrio regional está relacionado aos investimentos, no qual são distribuídos seguindo a lógica de que onde existe maior PIB, maior número docentes/pesquisadores doutores (Tabela 1), onde há uma maior demanda para a educação superior, o valor dos investimentos absolutos tem sido proporcionalmente maiores.

Tabela 1 – Quantidade de grupos de pesquisa e pesquisadores, 2006. PIB per Capita em milhões de Reais, 2002. População Total, 2002.

Na educação superior do Brasil há uma necessidade de planejamento regional para uma descentralização e orientação do crescimento do sistema para que se melhore a distribuição de cursos de boa qualidade, matriculas e titulações para regiões como Norte, Centro-Oeste e Nordeste. Em síntese, o grande desafio a ser enfrentado pela educação superior brasileira é o estabelecimento e a implantação de uma política que tenha como alvo o conjunto do sistema, e não apenas uma parte deste.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, 2006. Disponível na internet (www.capes.gov.br). Acesso em 20 de Janeiro de 2006.

Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2006. Disponível na internet (www.inep.gov.br). Acesso em 20 de Janeiro de 2006.

REGIÃO Grupos de

Pesquisa Pesquisadores PIB Per Capita

2002 População Total

Sudeste 10.859 61.608 10.086,42 75.187.605

Sul 4.924 28.296 9.156,71 25.962.162

Nordeste 3.061 19.112 3.694,34 49.246.420

Centro-Oeste 1.261 8.465 8.166,03 12.269.577

Norte 857 5.763 4.939,29 13.724.235

BRASIL 20.962 123.244 36.042,79 176.389.999

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Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada, 2006. Disponível na internet (www.ipea.gov.br). Acesso em 20 de Janeiro de 2006.

PLANO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO-PNPG 2005-2010. CAPES, 2006. Disponível na internet (www.inep.gov.br). Acesso em 20 de Janeiro de 2006.

SILVA, Alberto Carvalho da. 2001. Alguns problemas do nosso ensino superior. Edição especial da revista quadrimestral do Instituto de Estudos Avançados da USP. Estudos Avançados, Vol. 15 Número 42, Maio/Agosto, p.269-293.

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