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4. PROGRAMA METROPOLITANO DE SAÚDE DO ESTADO DE SÃO PAULO (PMS).

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4. PROGRAMA METROPOLITANO DE SAÚDE DO ESTADO DE SÃO PAULO (PMS).

O sistema de saúde brasileira passou por diversas alterações até a quebra do paradigma existente da saúde pública e a implantação do Sistema Único de Saúde (SUS), que tem como escopo central do novo sistema de saúde a universalização do sistema de saúde (‘Saúde Para Todos’), hierarquização, regionalização, municipalização e descentralização dos serviços.

Assim é que - anteriormente à criação do SUS, no início da década de 1980, e atendendo as pressões dos diversos agentes envolvidos com as discussões de saúde pública, como os sanitaristas brasileiros, OMS, OPS, e do Banco Mundial - o Estado de São Paulo, procurou elaborar um estudo para uma nova política metropolitana de saúde. Esse é um exemplo dos incentivos comentados anteriormente (Capítulo 2.3), onde Paim; Almeida (1988, p. 301) destacam o incentivo do Banco Mundial em investir “prioridades na pesquisa & desenvolvimento em saúde”.

Foi desenvolvido, então, um estudo que culminou na criação do Programa Metropolitano de Saúde do Estado de São Paulo (PMS), propondo, assim, uma medida regional de mudanças no modelo nacional de operação do sistema de saúde com uma proposta de intervenção não só gerencial, mas na estruturação de uma rede de atendimento e redistribuição urbana da saúde pública.

A necessidade de uma reforma na estrutura existente do sistema de saúde se tornou

imprescindível, pois, conforme estudos da EMPLASA para a Secretaria do Estado

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da Saúde de São Paulo, o atendimento à população era precário e insuficiente, sendo que a maior parte dos estabelecimentos de saúde está localizada nos bairros do centro da cidade de São Paulo, conforme apresentado na Figura 64. Assim sendo, a diferença na oferta de leitos é muito discrepante “e a oferta de leitos em hospitais gerais nessas regiões [bairros do centro da cidade] é de quarenta e dois leitos para mil habitantes, enquanto em bairros da periferia (...) apresentam um indicador de menos de meio leito por mil habitantes“ (EMPLASA, Sumário de Dados da grande São Paulo, 1982. Apud ESTADO DE SÃO PAULO, PMS, 1987, p. 8).

Ainda ressaltando Ibañes, Bittar, Castro, Castro de Sá, Yamamoto e Almeida (2001):

O projeto inicial da [Secretaria do Estado da Saúde] SES (1975) diagnosticava, além das péssimas condições de saúde (insuficiência de habitação e saneamento e a alta concentração demográfica), uma rede de serviços públicos, insuficientes, concentrada na região central do município, com baixo poder de resolução e de coordenação. Por essa razão, o Projeto de expansão de 1981 concebeu uma nova estrutura para os serviços de saúde (IBAÑES et al., 2001, p.394):

Figura 64 Leitos Hospitalares – Oferta por mil habitantes na Região Metropolitana de São Paulo.

Fonte: PMS, 1987, pg.8, apud Sumário de Dados da Grande São Paulo - EMPLASA – 1982.

Para tanto, foi realizado um estudo e a elaboração de um programa de saúde para

região Metropolitana de São Paulo, “em resposta ao Relatório de Apreciação

Técnica do Banco Mundial (Staff Appraisal Report) sobre a situação da saúde nessa

região, realizado em 1982” (ESTADO DE SÃO PAULO, PMS, 1984, p.1).

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Durante a gestão do Governador do Estado de São Paulo André Franco Montoro (1984 – 1988), o setor de saúde foi considerado prioritário, tendo levado adiante o estudo e implantação do Programa Metropolitano de Saúde do Estado de São Paulo (PMS) com financiamento do Banco Mundial, destacando uma transição entre o sistema de saúde existente e o SUS:

O período de redemocratização cujo marco foram as eleições de 1982 para os governos estaduais, aliado às transformações implantadas no âmbito federal pelas AISs (Ações Integradas de Saúde), precursores do SUDS e do SUS, são fatores que influenciaram assinatura desse acordo (IBAÑES et al., 2001, p. 394).

Para a execução da proposta de implantação do PMS, foi firmado um acordo de intenções entre a União, Estado e Município de São Paulo com o Banco Mundial, visando a implantação em curto prazo de uma Unidade Gerencial do Programa. Esta unidade teve por missão avaliar a necessidade de ações a serem desenvolvidas para cada área e apresentar um modelo de proposta que contemplasse os aspectos de custo/ benefício, custo/ impacto e produtividade, não deixando de considerar outros fatores como as projeções demográficas e epidemiológicas, os programas físico-espaciais e os cronogramas de projetos e de obras, escolha e liberação de terrenos, de acordo com o Decreto nº. 21.862, de 29 de dezembro de 1983, que criou a Comissão do Programa Metropolitano de Saúde (CPMS) junto ao Gabinete do Secretário da Saúde (ESTADO DE SÃO PAULO, PMS, 1984).

A organização básica para a implementação do Programa Metropolitano de Saúde foi estabelecida com fundamento no Artigo 89 da Lei nº. 9.717, de janeiro de 1967, considerando os estudos apresentados pela Comissão Especial do Programa Metropolitano de Saúde (CPMS), acima mencionada, instituída pelo Decreto nº.

21.862, de 29 de dezembro de 1983 e apoiado na exposição de motivos do

Secretário da Saúde (ESTADO DE SÃO PAULO, PMS, 1987).

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Além disto, em 1983, fica instituída a Comissão Interinstitucional de Saúde (CIS), ”a instância máxima de decisão do PMS” (ESTADO DE SÃO PAULO, PMS, 1987, p.10). A CIS abrangia diversas instituições, coordenando-as junto ao Programa Metropolitano de Saúde que se constitui na unidade de gerência do Programa.

A CIS estabelece um convênio entre o Ministério da Previdência e Assistência Social, o Ministério da Saúde e o Governo do Estado para implantação e execução do Programa de Ações Integradas de Saúde no Estado de São Paulo, bem como, com o Banco Mundial. As competências da CIS, além de proporem diretrizes e políticas de saúde para a área do Programa Metropolitano, seriam aprovar os planos de investimento e custeio, assinar acordos e convênios relacionados com a área do Programa e indicar o Coordenador do Programa Metropolitano de Saúde, de acordo com o Decreto nº. 23.195, de 2 de janeiro de 1985, que define a organização básica para a implementação do Programa Metropolitano de Saúde e dá providências correlatas (ESTADO DE SÃO PAULO, PMS, 1987).

O PMS foi estrategicamente inserido no programa das Ações Integradas de Saúde

(AIS) para auxiliar financeiramente e também com as relações institucionais com

outros municípios, criando a Comissões Locais Interinstitucionais de Saúde (CLIS) e

a Comissão Interinstitucional Municipais de Saúde (CIMS) para articular entre as

instituições privadas e públicas (ESTADO DE SÃO PAULO, PMS, 1987). Com a

criação das comissões para servir de instrumento de ligação entre as diferentes

esferas administrativas envolvidas, Prefeituras, Estado e Ministério, todas atuando

nesse mesmo programa, embora não necessariamente compartilhassem de

lideranças políticas alinhadas que foi um modo inteligente de atuação como

exemplificam Ibañes et al. (2001):

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As estratégias de mudança na gestão estadual a partir do PMS, foram vinculadas à capacidade de a administração pública responder de maneira eficiente ao modelo de gestão integrada de centros de saúde e hospitais, sob direção única, tendo como base as demandas de saúde da população, prevendo já à época a possibilidade de uma gestão privada (exemplo o módulo de Cotia) (IBAÑES et al., 2001, p.394-395).

Por sua vez, a coordenação do Programa Metropolitano de Saúde tem como objetivo a implementação de um novo modelo de assistência à saúde, através da integração, hierarquização e regionalização dos serviços, com as atribuições de: 1) planejar, coordenar, controlar e avaliar as atividades necessárias à implantação do Programa; 2) supervisionar e controlar a operação dos serviços de saúde nas áreas do Programa; 3) operacionalizar os recursos orçamentários e financeiros necessários ao Programa; e 4) promover a integração das esferas Municipal, Estadual e Federal de assistência à saúde (ESTADO DE SÃO PAULO, PMS, 1984).

Observa-se que o Programa Metropolitano de Saúde foi elaborado com o objetivo de reestruturar o setor, propondo um sistema unificado e hierarquizado, propondo também solucionar basicamente alguns problemas existentes, como: a) a necessidade de atendimento primário de saúde, numa unidade básica que defina a situação do paciente; b) deficiência da rede hospitalar no atendimento público; c) deficiência de distribuição de unidades de saúde na região metropolitana devido à precariedade e ao número insuficiente de instalações; e d) carência de uma adequada política de recursos humanos (ESTADO DE SÃO PAULO, PMS, 1984, p.4).

Para tanto, foi elaborada uma proposta de trabalho que integrava o INAMPS, a

Secretaria de Saúde do Estado, a prefeitura da capital e as demais prefeituras da

região metropolitana, com o intuito de oferecer a todo indivíduo o direito à saúde e

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não só àqueles que contribuíam com o sistema previdenciário. Como ressaltam Ibañes et al. (2001):

Por essa razão, o Projeto de Expansão de 1981 concebeu uma nova estrutura para os serviços de saúde. Segundo o documento, os objetivos eram: estabelecer um Sistema Estadual de Saúde envolvendo a regionalização e hierarquização dos serviços de saúde;

estender a cobertura das unidades básicas de saúde e de leitos hospitalares a toda a população da região, mediante a ampliação da rede física, visando, em primeiro lugar, eliminar as deficiências qualitativas e quantitativas da rede de serviços de saúde (...).

(IBAÑES et al., 2001, p.394).

Esta proposta também oferecia uma assistência médico-odontológica integral, garantindo o acesso aos serviços de saúde. Para se organizar este atendimento, propunha uma hierarquização de procedimentos de modo a contar com um planejamento do nível local, que vinculasse uma determinada população a uma Unidade Básica de Saúde (UBS), regionalizada em áreas espacialmente delineadas de modo que seus habitantes pudessem receber os primeiros atendimentos e, para tanto, contassem com um planejamento interinstitucional que envolvesse hospitais gerais e hospitais de especialidades que seriam responsáveis tanto pelo atendimento de emergência, como pelo atendimento específico em casos previamente diagnosticados ou encaminhados via Unidade Básica de Saúde (UBS).

Por sua vez, houve necessidade da criação de um gestor dentro dos Módulos, sendo que, então, foram criados os Escritórios Regionais de Saúde (ERSAs), que compõem uma unidade administrativa das despesas com capacidade de execução orçamentária (ESTADO DE SÃO PAULO, PMS, 1987).

Nos interesses da proposta do PMS, destaca-se mais uma sinalização dos

pensamentos dos sanitaristas que procuravam gerar um sistema de saúde para

todos, de modo regionalizado, e também achavam necessário que se aumentasse o

número de instalações públicas hospitalares e de atendimento básico, pois o modelo

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adotado pelo INAMPS era de terceirização dos serviços. Este pensamento influiu nas modificações do sistema de saúde, que contribuíram com experiências para a futura criação do Sistema Único de Saúde (SUS) regulamentado na Constituição Federal de 1988.

De acordo com Ibañes et al. (2001), no PMS destaca-se a inter-relação existente entre a rede física de serviços e a implantação de um novo modelo assistencial.

Nessas reflexões, os autores concluem que é impossível mudar o modelo de atendimento sem considerar modificações na rede física.

Portanto, para se estudar a rede física de saúde, propõe-se analisar o PMS, considerando: 1) seus objetivos; 2) suas principais características; 3) critérios adotados para a seleção das áreas físicas prioritárias; e 4) as edificações propriamente e alterações de projeto efetuadas no decorrer da concretização dessas idéias (ESTADO DE SÃO PAULO, PMS, 1984).

4.1. OBJETIVOS DO PMS.

O PMS foi previsto para ser realizado de forma progressiva permitindo ajustar o modelo em diversas regiões, dando prioridade às regiões mais deficitárias e carentes ou cujas unidades existentes estavam inadequadas. Esta escolha se apóia nos estudos realizados pela equipe de desenvolvimento do PMS,conforme critérios de prioridade (capítulo 4.3). Assim sendo, os objetivos do PMS conforme relatam Ibañes et al. (2001):

(...) objetivos eram: estabelecer um Sistema Estadual de Saúde envolvendo a regionalização

e hierarquização dos serviços de saúde; estender a cobertura das unidades básicas de saúde

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e de leitos hospitalares a toda a população da região, mediante a ampliação da rede física, visando, em primeiro lugar, eliminar as deficiências qualitativas e quantitativas da rede de serviços de saúde; implantar uma política estadual de saúde, capaz de assumir a coordenação para construção ou melhoria de unidades sanitárias e hospitalares em áreas consideradas carentes, mudança na forma de sua atuação e adoção de uma política de recursos humanos adequada aos objetivos propostos (IBAÑEZ, et al., 2001, p.394).

Desse modo, o PMS previa, na primeira fase, a melhoria das condições de saúde de cinco áreas da região metropolitana. Previa também a melhoria do custo dos serviços de saúde, bem como, o desenvolvimento de uma política de saúde pública que servisse de exemplo para o restante do Brasil. Os sanitaristas pretendiam que este fosse um protótipo que servisse de modelo para ser implantado em todo o país, justificando-a como faz no relatório da equipe de avaliação do PMS e em documentos do Banco Mundial (BRASIL, ESTADO DE SÃO PAULO, PMS, 1984, p.12).

Destacam-se como objetivos centrais do PMS: a) universalização da atenção à saúde; b) eqüidade no atendimento; c) descentralização do sistema de saúde; d) participação da população; e) integração institucional; e f) regionalização e hierarquização da rede. Estes objetivos estão em consonância com a reforma sanitária em curso no país e com as discussões da VIII Conferência de Saúde (ESTADO DE SÃO PAULO, PMS, 1987, p.13).

4.2. CARACTERÍSTICAS DO PMS.

O PMS estabelecia como diretrizes de seu planejamento temas relacionados com o relatório do Banco Mundial, já mencionado, e com as informações oriundas do

"Seminário Sobre Políticas de Saúde e Nutrição" realizado em 07 de abril de 1983,

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que destacou alguns dos principais problemas do setor da saúde, propondo áreas de estudo e regiões prioritárias de pesquisa. As discussões ocorreram em torno dos seguintes temas: a) expansão da cobertura: modelos alternativos; b) descentralização; c) opções tecnológicas de processos e produtos e sua repercussão nos gastos com serviços de saúde; e d) alimentação e nutrição. Além disso, o PMS procurou considerar os projetos de pesquisa sugeridos pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e Organização Mundial da Saúde (OMS) por meio do Programa de Educação de Saúde para a América Latina e Caribe, conforme proposta publicada em Educación Medica y Salud, vol. 17, nº. 1, 1983, p. 95 - 96 (ESTADO DE SÃO PAULO, PMS, 1984).

O Programa Metropolitano de Saúde (ESTADO DE SÃO PAULO, PMS 1° FASE, 1984) estipulava ainda atividades em diversas áreas que permitia caracterizá-lo como:

− Um sistema descentralizado de tomada de decisões e de orçamentos,

desenvolvendo uma hierarquia de atendimento básico de saúde;

− Um sistema Integrado de serviços públicos de saúde e coordenação deste

com o setor privado;

− Um sistema que contava com a participação da comunidade;

− Uma organização que visava a melhoria da administração de pessoal,

contabilidade e orçamentos;

− Um programa que contava com o desenvolvimento de sistemas de monitoria

e avaliação;

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− Um programa que contava com treinamento de recursos humanos para um

novo modelo de prestação de serviços aliado à expansão da rede existente;

Para compor o Modelo proposto pelo PMS, faz-se necessário definir e descrever os serviços elementares de saúde, que compõe a estrutura de funcionamento prevista pelo PMS. São eles: 1) Unidade Básica de Saúde (UBS); 2) Hospitais Gerais; 3) Ambulatório de Especialidades Médicas; e 4) Hospitais de especialidades e de Base (ESTADO DE SÃO PAULO, PMS, 1984).

4.2.1. Unidades de Serviços Elementares de Saúde.

Os serviços elementares de saúde são organizados de forma a facilitar a

administração, auxiliar o estudo geográfico, estabelecer uma unidade de referência

para o atendimento básico à saúde. Essas Unidades de saúde estão organizadas de

forma a hierarquizar e proporcionar um atendimento à população, e, então, pode-se

observar a representação de sua estrutura de funcionamento com as descrições de

cada estrutura e com o esquema apresentado na Figura 65, que busca traçar o

encaminhamento da população dentro do sistema de saúde proposto pelo PMS.

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Figura 65 Situação Geral do Encaminhamento da População para os Serviços Elementares de Saúde propostos pelo PMS.

Legenda: Encaminhamentos – Referência

Contra-Referência

Fonte: Figura elaborada pela autora com fonte: ESTADO DE SÃO PAULO, PMS, 1984 e ESTADO DE SÃO PAULO, PMS, 1987.

4.2.1.1. Unidades Básicas de Saúde.

A Unidade Básica de Saúde (UBS) será a porta de entrada no novo sistema de assistência à saúde e terá como objetivo atender as necessidades básicas ambulatoriais de saúde da população (ESTADO DE SÃO PAULO, PMS, 1984).

Como descreve o Relatório de Avaliação do ESTADO DE SÃO PAULO, PMS (1984,

p.30), “unidades com as funções de assistência primária à saúde (postos e centro de

saúde), serão denominados Unidades Básicas de Saúde (UBS)”.

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As atividades previstas para essa unidade serão as atividades de assistência médica ambulatorial a pacientes de todas as idades, encaminhando os casos mais complexos ou que necessitem de internação hospitalar, assim como, ações educativas e orientação de promoção à saúde.

As Unidades Básicas de Saúde (UBS) atenderão a um contingente populacional aproximado de vinte mil habitantes, devido ao fato de que, acima desse número, torna-se difícil administrar a unidade (ESTADO DE SÃO PAULO, PMS, 1984).

Esse parâmetro foi estabelecido baseado em padrões internacionalmente propostos e na estrutura epidemiológica das doenças nas diferentes faixas etárias e principalmente nas experiências profissional e na realidade da saúde da RMSP.

4.2.1.2. Hospital Geral.

Os Hospitais Gerais deverão garantir o atendimento aos pacientes encaminhados pela rede de Unidades Básicas de Saúde (UBS), garantindo assistência hospitalar geral a toda a população de sua área de atuação, com ênfase nas enfermidades de maior incidência e que não dependam de alta tecnologia médica para diagnóstico e tratamento. O atendimento do Hospital Geral compreende:

− Atendimento a urgências médicas - Pronto Atendimento;

− Atendimento Ambulatorial aos pacientes que retornam do pronto atendimento

e encaminhado pelas Unidades Básicas de Saúde (UBS);

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− Internação de urgência ou agendada para atendimento de pacientes com as especialidades: a) Clínica Médica; b) Clínica Cirúrgica; c) Clínica de Ginecologia e Obstetrícia; d) Clínica Pediátrica; e) Clínica Ortopédica (casos simples); e f) Clínica Psiquiátrica (ESTADO DE SÃO PAULO, PMS, 1984).

De acordo com o Programa Metropolitano de Saúde (1984), o dimensionamento do número de leitos e da demanda hospitalar por especialidades foi elaborado baseado nos padrões propostos pelo Ministério da Previdência e Assistência Social, sendo distribuídos com a proporcionalidade do total da área do hospital: a) Clínica Médica pediátrica: 37%; b) Clínica Cirúrgica: 18%; c) Clínica de Ginecologia e Obstetrícia:

18%; d) Clínica Pediátrica: 18%; e e) Clínica Psiquiátrica: 9% (ESTADO DE SÃO PAULO, PMS – PROGRAMA FÍSICO-FUNCIONAL, 1987).

O Hospital Geral foi idealizado para contemplar duzentos e vinte leitos atendendo as necessidades previstas no programa físico-funcional a ser descrito posteriormente (ESTADO DE SÃO PAULO, PMS, 1987).

4.2.1.3. Ambulatório de Especialidades Médicas.

O Ambulatório de Especialidades Médicas tem como objetivo a prestação de

serviços correlacionados a consultas médicas diferenciadas, visando o diagnóstico

diferencial e o tratamento específico. Assim, oferece uma retaguarda para as

Unidades Básicas de Saúde (UBS). Como estes ambulatórios serão utilizados para

diagnóstico e tratamento mais complexos, necessitam de auxílio de exames

complementares para diagnosticar as doenças que compõem as especialidades,

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devendo, assim, estar localizados próximo aos Hospitais de Base ou Especializados, onde se dispõe de recursos e equipamentos para elaboração dos exames e diagnósticos.

O dimensionamento das unidades de Ambulatórios de Especialidades Médicas foi elaborado com base no “parâmetro de meia consulta médica por habitante por ano, que corresponde a vinte por cento do parâmetro utilizado junto às Unidades Básicas de Saúde (2,7 consulta por habitante por ano)” (ESTADO DE SÃO PAULO, PMS, 1984, p.12). A distribuição das consultas pelas especialidades médicas foi estabelecida com base nos percentuais propostos pelo Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS).

Os números de Ambulatórios de Especialidades Médicas existentes na região metropolitana de São Paulo eram compatíveis com o estudo, assim sendo, não haveria necessidade de construção de nenhuma unidade especializada (ESTADO DE SÃO PAULO, PMS, 1984).

4.2.1.4. Hospital de Base e Hospital de Especialidades.

A definição do Ministério da Saúde para Hospital de Base e Hospital de Especialidades é dada como:

[Hospital de Base] É o hospital geral destinado a constituir-se em centro de coordenação e integração do serviço médico-hospitalar de uma área, devendo estar capacitado a prestar assistência especializada mais diferenciada a pacientes encaminhados de Hospitais Distritais, alem da assistência médico-cirúrgico própria de hospital local.

[Hospital de Especialidades] É o hospital destinado, predominantemente, a atender pacientes

necessitados da assistência de uma determinada especialidade médica (BRASIL,

MINISTÉRIO DA SAÚDE, ANVISA, 2007).

(15)

O INAMPS já contava com um quadro de Hospitais Universitários e de demais órgãos públicos do setor em quantidade e qualidade suficiente para atender toda a Região Metropolitana de São Paulo e que passam a constituir o novo sistema de saúde proposto, readequado a cada região.

Para poder realizar essas atribuições, o PMS precisava contar com recursos físicos que garantissem o acesso adequado aos serviços básicos de saúde para a população das áreas selecionadas pelo Programa. Nesse sentido, o ajustamento do modelo se fez por meio de reformas e construções de recursos físicos, ou seja, edificações adequadas.

Inicialmente em 1980, os estudos realizados pela Secretaria do Estado da Saúde, apontaram como necessidade a construção de quatrocentas e noventa e duas novas UBS e um acréscimo de seis mil leitos hospitalares (ESTADO DE SÃO PAULO, PMS, 1987).

Com o intuito de aumentar a eficiência e a eficácia da rede, descentralizando a assistência de saúde prestada à população, a organização e regionalização dos serviços de saúde foram estruturadas em: a) Módulo de Saúde; b) Área de Saúde; e c) Regiões de Saúde.

4.2.2. Estrutura Espacial do Programa Metropolitano de Saúde - PMS

A estruturação espacial proposta pelo Programa Metropolitano de São Paulo é

apresentada com a seguinte configuração: a) Módulo de Saúde; b) Área de Saúde; e

c) Regiões de Saúde. As três categorias estão organizadas de forma a hierarquizar

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a administração do sistema de saúde, assim como, estabelecer critérios para o dimensionamento geográfico dos Serviços Elementares de Saúde (ESTADO DE SÃO PAULO, PMS, 1987).

Pode-se observar que sua configuração nas descrições de cada estrutura apresentada nos subitens 4.2.2.1, 4.2.2.2 e 4.2.2.3 e através da representação de sua estrutura de funcionamento representado na Figura 66, que busca traçar a hierarquização da estrutura proposta pelo PMS.

Figura 66 Estruturação do Sistema de Saúde do Programa Metropolitano de Saúde do Estado de São

Paulo (PMS).

Fonte: Figura elaborada pela autora com fonte: ESTADO DE SÃO PAULO, PMS, 1984 e ESTADO DE SÃO PAULO, PMS, 1987.

4.2.2.1. Módulo de Saúde.

O Módulo de Saúde é composto para prestar serviço para uma população média de duzentos mil habitantes, sendo composto por um Hospital Geral e várias Unidades Básicas de Atendimento (UBS). Cada Módulo de Saúde compreenderá no mínimo,

Legenda:

Região de Saúde.

Área de Saúde.

Módulo de Saúde .

Área de Saúde Módulo Módulo

Módulo

Módulo Módulo

Módulo

Região de Saúde

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oito e, no máximo, trinta e oito Unidades Básicas de Saúde, número este estudado para que a população não precise se deslocar por mais de dez minutos a partir de sua residência até a UBS mais próxima.

A coordenação do Módulo de Saúde terá auto-suficiência e corresponderá a uma unidade orçamentária, podendo distribuir os recursos como melhor servir para a região.

A administração dos Módulos de Saúde é realizada pelos ERSAS, cada ERSA é uma unidade administrativa com capacidade gerencial orçamentária (ESTADO DE SÃO PAULO, PMS, 1987).

4.2.2.2. Área de Saúde.

Área de Saúde será composta por Módulos de Saúde e prestará serviço para uma população média entre duzentos mil e setecentos mil habitantes, sendo considerada a população média de trezentos e oitenta mil habitantes. Cada Área de Saúde será composta por, no mínimo, um e, no máximo, seis Módulos de Saúde.

“O principal objetivo da Área de Saúde é de avaliar os impactos das ações de saúde

oferecidas em cada um de seus Módulos” (ESTADO DE SÃO PAULO, PMS, 1984,

p. 14). Para tanto, o modelo conta com um sistema de referência e contra-referência

que alimentará todo o sistema e manterá cada estrutura apenas com o seu

respectivo serviço planejado pelo PMS.

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Para identificar o sistema de referência e contra-referência, utiliza-se a definição da ANVISA que estabelece que “Referência e Contra-referência: processo de articulação com outras instituições de saúde para o encaminhamento, transferência e recepção (contra-referência) de clientes e pacientes”. Analisando-se a sucinta definição da BRASIL – ONA (2003, p.10), pode-se inferir que Referência é o processo de encaminhamento do paciente que recebeu o primeiro atendimento em uma UBS e necessita ser encaminhado para uma outra unidade para realizar exames de maior complexidade, consultas específicas ou até mesmo internação e/ou cirurgia. Já a Contra-Referência é o retorno do paciente ao local de origem de seu primeiro atendimento com todas as informações pertinentes a seu histórico de saúde.

4.2.2.3. Região de Saúde.

A Região de Saúde é composta por Áreas de Saúde que abrangerão uma população mínima de quinhentos mil habitantes e máxima de dois milhões e quinhentos mil habitantes. A Região de Saúde é a esfera maior de atendimento que proporcionará à população compreendida no seu delineamento, um atendimento médico e sanitário de todos os níveis de complexidade, garantindo o fluxo dos pacientes entre os serviços prestados através dos diversos Módulos e Áreas de Saúde, assim como nos Ambulatórios Especializados, Hospitais de Base e Hospitais de Especialidades (ESTADO DE SÃO PAULO, PMS, 1984).

Os Hospitais Especializados, aqueles que atendem a uma única especialidade

médica e dispõe o máximo de recursos tecnológicos do setor, serão a retaguarda

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hospitalar necessária à referência de cargos de suas especialidades (ESTADO DE SÃO PAULO, PMS, 1984).

Para exemplificar uma parte de um mapeamento, destaca-se um Módulo de Saúde (aleatoriamente) e seus respectivos conglomerados, conforme se observa na Figura 6. Cada Módulo de Saúde está contemplado com as unidades de UBS a cada duzentos mil habitantes aproximadamente e um Hospital Geral. Observando-se a Figura 6, nota-se que esse Módulo de Saúde especificamente, tem previsto a construção ou a ativação de quatorze UBSs e três Hospitais Gerais, sendo que, dois deles estão na periferia do Módulo de Saúde e fornecem subsídios para o Módulo de Saúde vizinho. Observa-se também que essas unidades hospitalares já existem no local.

Pode-se observar no exemplo apresentado na Figura 67, que o Módulo de Saúde

está representado em cor mais escura e está delineado por uma representação

pontilhada e a marcação dos conglomerados está indicada com uma linha tênue. As

Unidades de Saúde existentes e propostas estão apontadas no mapa como

descreve a legenda. Observando-se as áreas claras do mapeamento, percebe-se a

continuidade do estudo nas áreas vizinhas que, de acordo com o estipulado na

proposta do PMS, formarão, assim, a Área de Saúde e a Região de Saúde.

(20)

Figura 67 Mapeamento de um Módulo de Saúde e seus Conglomerados, na Zona Leste de São Paulo – destacando os Estabelecimentos de Saúde existentes e os planejados para construção.

Legenda:

UBS A SER CONSTRUÍDA UBS EXISTENTE HOSPITAL EXISTENTE LIMITE ÁREA DE SAÚDE ___ LIMITE CONGLOMERADO ... LIMITE MÓDULO DE SAÚDE

Fonte: Secretaria do Estado da Saúde, Coordenação do Programa Metropolitano de Saúde, EMPLASA, 1981, f.

332.

4.3. CRITÉRIOS DE SELEÇÃO DAS ÁREAS PRIORITÁRIAS.

Para a implantação do Programa, dividiu-se a região metropolitana de São Paulo em

nove Regiões de Saúde, contanto com trinta e quatro Áreas de Saúde. Devido à

extensão do projeto e os conseqüentes custos elevados, o PMS foi programado para

ser implantado em duas fases. Para tanto, foram apontadas como prioritárias cinco

áreas dentre as trinta e quatro áreas totais propostas. Essas cinco áreas prioritárias

deveriam ser implantadas na primeira fase, baseando-se nos seguintes critérios: a)

prioridade em áreas onde exista a colaboração entre as instituições para

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implantação e análise do projeto; b) área com pouco investimento em obras civil, com facilidade de encontrar áreas para rápida implantação do modelo; c) áreas onde a Prefeitura facilite a compra de terrenos, assim como o gerenciamento e administração do projeto; d) prioridades para áreas onde há reivindicação da comunidade; e) áreas de diferentes densidades demográficas, áreas e tamanho da população, para avaliar os projetos em diferentes situações; e f) área dentro do Município de São Paulo e em outros municípios, como mostra a Tabela 3. Este estudo foi um estudo elaborado pelo PMS em parceria com a EMPLASA (ESTADO DE SÃO PAULO, PMS, 1981 p.16).

Tabela 3 Áreas de Saúde e seus Municípios e ou Bairros da Cidade de São Paulo

Áreas: Municípios e ou Bairros de São Paulo

N-1: Caieiras Municípios de Caieiras, Cajamar, Francisco Morato, Franco da Rocha e Mairiporã;

S-6: Mauá Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra;

O-5: Cotia Municípios de Cotia e Vargem grande Paulista;

SPEL-1: Itaquera-Guaianases Itaquera e Guaianases;

SPN-2: Freguesia do Ó Nossa Senhora do Ó, Brasilândia, Vila Nova Cachoeirinha, Limão e Casa Verde;

Fonte: Programa Metropolitano de Saúde Primeira Fase, Documento Técnico. Vol. 1 São Paulo: Governo do Estado de São Paulo, Secretaria de Estado da Saúde, 1984.

Inicialmente, foi proposta a construção de cinco novos hospitais, bem como, a reforma e expansão de três hospitais existentes (Hospital Doutor Nardini; Hospital das Clínicas de Franco da Rocha; e Hospital Doutor Odair Pacheco Pedroso) e também a construção de sessenta e uma novas unidades Básicas de Saúde (UBS).

Além disso, previu-se a reforma de vinte e oito UBSs existentes,mais as trinta e oito

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unidades da região da cidade de São Paulo, incluindo os equipamentos para o funcionamento de cada unidade, conforme Tabela 3.

As cinco áreas escolhidas prioritariamente (Tabela 4), estão organizadas por módulos, apresentados nas Tabelas 5, 6, 7, 8, 9 e 10. Observa-se que, como mencionado, os Módulos de Saúde estão formados para atender uma população média de duzentos mil habitantes. Também estão distribuídos espacialmente de forma a contemplar a população com atendimento, reduzindo ao mínimo sua locomoção de seu domicílio para essas unidades.

Tabela 4 Relação, entre o de número de UBS e número de Leitos Novos e Existentes por Áreas de Saúde.

UBS LEITOS

Área Novos Reformas

Unidades Existentes sem necessidade de

reforma TOTAL Novos

Unidades Existentes sem

necessidade

de reforma TOTAL

N-1: Caieiras 10 4 0 14 55 87 142

S-6: Mauá 15 6 2 23 222 0 222

O-5: Cotia 2 2 1 5 120 54 174

SPEL-1:

Itaquera-

Guaianases 15 9 17 41 440 188 628

SPN-2:

Freguesia do Ó 19 7 7 33 660 96 756

TOTAL 61 28 27 116 1497 425 1922

Fonte: Programa Metropolitano de Saúde Primeira Fase, Documento Técnico. Vol. 1 São Paulo: Governo do Estado de São Paulo, Secretaria de Estado da Saúde, 1984.

Na Área de Mauá, conforme ilustra a Tabela 5, observa-se que a Área de Saúde

atende um total de 282.406 habitantes distribuídos em três Módulos de Saúde, que

estão delineados de acordo principalmente com a geografia e a densidade

populacional. Nessa Área de Saúde, cada UBS atenderá a um número de 12.864

habitantes no Módulo de Saúde 1, 111.298 habitantes no Módulo de Saúde 2 e

10.051 habitantes no Módulo de Saúde 3. Observa-se também que, no Módulo 1,

(23)

onde a densidade populacional é maior que os demais Módulos de Saúde (2.638 habitantes/km²), estão previstas mais Unidades Básicas de Saúde (dezesseis unidades e um hospital) para atender o contingente populacional, não sendo diferente nos outros módulos e respeitando a demanda populacional.

Na Área de Caieiras, ilustrada na Tabela 6, observa-se que a proporção no atendimento se mantém. A Área de Saúde atende a um contingente populacional de 153.677 habitantes, divididos em cinco Módulos de Saúde, que contam com três Hospitais Gerais e quatorze UBSs, distribuídos pelos Módulos de Saúde. Está dimensionado um atendimento para cada UBS de 8.355 habitantes no Módulo de Saúde 1, 7.314 habitantes no Módulo de Saúde 2, 16.903 habitantes no Módulo de Saúde 3, 9.487 habitantes no Módulo de Saúde 4 e 13.749 habitantes no Módulo de Saúde 5.

Na Área de Saúde de Cotia (Tabela 7) a população contemplada é de 63.373 habitantes, número muito inferior ao proposto para cada área (acima de duzentos mil habitantes). Porém, mesmo dentro dessa pequena Área de Saúde, as UBSs estão projetadas para atender um número dentro da média proposta pelo programa que, neste caso, é de 10.562 habitantes para cada UBS. Já na Área de Saúde de Itaquera-Guaianases, observa-se que a densidade populacional é muito grande. Em apenas trinta e cinco quilômetros quadrados existem 545.321 habitantes, sendo uma densidade de 15.418 habitantes por quilômetro quadrado. Para contemplar a demanda da Área de Saúde, foram planejados quarenta e uma UBSs e quatro hospitais, sendo que cada UBS atende 13.330 habitantes.

Na Área da Freguesia do Ó, a densidade é ainda maior que a mencionada acima.

São 25.995 habitantes por quilômetro quadrado e, para esta Área de Saúde, foram

(24)

previstos cinco Módulos de Saúde contendo trinta e três UBSs que tem um planejamento de atendimento médio de 17.574,30 habitantes, ou seja, dentro da demanda esperada para cada unidade. Esta Área de Saúde também contará com quatro Hospitais. Além das cinco Áreas de Saúde contempladas na primeira fase do PMS (Mauá Caieiras, Cotia, Itaquera-Guaianases e Freguesia do Ó) foi antecipada a construção de Unidades Básicas de Saúde planejada inicialmente para a segunda fase.

A proposta foi a antecipação da construção de trinta e oito UBS no Município de São Paulo, devido ao fato de que o município de São Paulo, que encontra-se dentro da Região Metropolitana de São Paulo, ser o maior e mais populoso dos municípios.

Sendo, assim, imprescindível a implantação do programa nesse município para medir os acertos e erros da proposta inicial em uma cidade de grande porte.

Conglomerados escolhidos para a implantação das UBSs foram locais carentes de

equipamentos de saúde.

(25)

Tabela 5 Área de Saúde Mauá: Módulos de Saúde, População, Área e Situação das UBSs e Hospitais.

Conglomerado População Área em Km2

Densidade Populacional

(Hab/Km2)

UBS - Situação da

Unidade

HOSPITAL - Situação da Unidade

Jd. Sônia Maria Construir

V. Assis Brasil Construir

Jd. Primavera + V.

Mercedes Construir

Pq. das Américas Construir

Pq. das Américas/ Vila

Flórida Construir

Jd. Zaira I - Gleba C Construir

Jd. Coimbra/Bairro

Feitol Construir

Pq. São Vicente (José

Rezende da Silva) Existente

Jd. Itapark (Albert

Bruce Sabin) Existente

Centro Existente Existente

Jd. Zaira Existente

V. São João Existente

Jd. Santista Construir

Jd. Mauá Existente

Jd. Zaira I - Gleba C Construir

Jd. Oratório Construir

Módulo 1

Total - Mauá 205.817 78 2.638,68 - -

Centro Construir

Sta. Luzia Existente

Ouro Fino Construir

V. Nova Suíça Construir

Bairro Aliança Construir

Módulo 2

Total - Ribeirão Pires 56.487 110 513,52 - -

Centro Construir

C.S. III de Rio Gde. da

Serra Existente

Módulo 3

Total - Rio Grande da

Serra 20.102 28 717,93 - -

Total 282.406 216 1.307,44

Fonte: FIBGE, Censo Demográfico de 1980, apud Programa Metropolitano de Saúde Primeira Fase, Documento Técnico. Vol. 1 São Paulo: Governo do Estado de São Paulo, Secretaria de Estado da Saúde, 1984.

(26)

Tabela 6 Área de Saúde de Caieiras: Módulos de Saúde, População, Área e Situação das UBSs e Hospitais.

Conglomerado População Área em Km

2

Densidade Populacional

(Hab/Km

2

)

UBS - Situação da

Unidade

HOSPITAL - Situação da

Unidade

Centro Construir Existente

Vera Tereza Construir

Laranjeiras Construir

Módulo 1

Total - Caieiras 25.066 106 236,47 - -

Centro Existente

Jordânia Construir

Bairro do Polvilho Construir Módulo

2

Total - Cajamar 21.941 134 163,74

Centro Existente Existente

Pq. Vitória Construir

V. Rosalina Construir

Módulo

3 Total - Franco da

Rocha 50.710 155 327,16 - -

Pq. Paulista Construir

Centro Existente

Pq. 120 Construir

Módulo

4 Total - Francisco

Morato 28.462 29 981,45 - -

Bairro Terra

Preta Construir

Centro Existente Existente

Módulo 5

Total - Mairiporã 27.498 310 88,70 - -

Total 153.677 734 209,37

Fonte: FIBGE, Censo Demográfico de 1980, apud: Programa Metropolitano de Saúde Primeira Fase, Documento Técnico. Vol. 1 São Paulo: Governo do Estado de São Paulo, Secretaria de Estado da Saúde, 1984.

Tabela 7 Área de Saúde de Cotia: Módulos de Saúde, População, Área e Situação das UBSs e Hospitais.

Conglomerado População Área em Km

2

Densidade Populacional

(Hab/Km

2

)

UBS - Situação da Unidade

HOSPITAL - Situação da

Unidade

Rio Cotia - - - Construir

Caucaia do

Alto - - - Existente

Granja Viana - - - Existente

Centro - - - Existente Existente

Módulo 1

Total 53.626 306 175,25 - -

Módulo 2

Vargem Gde Paulista ( jd.

Bela Vista) 9.747 29 336,10 Construir

Total 63.373 335 189,17 - -

Fonte: FIBGE, Censo Demográfico de 1980, apud Programa Metropolitano de Saúde Primeira Fase, Documento Técnico. Vol. 1 São Paulo: Governo do Estado de São Paulo, Secretaria de Estado da Saúde, 1984.

(27)

Tabela 8 Área de Saúde Itaquera/ Guaianases: Módulos de Saúde, População, Área e Situação das UBSs e Hospitais.

Conglomerado População Área

em Km

2

Densidade Populacional

(Hab/Km

2

)

UBS- Situação da Unidade

HOSPITAL- Situação da Unidade Jd. Tiete 28.657 0,65 44.087 Existente S. Mateus I 13.319 0,65 20.490 Construir

S. Mateus II Existente

S. Mateus III 42.135 2,42 17.411

Construir

Construir Jd. Colonial 16.742 0,82 20.417 Existente Cid. Satélite – Sta

Bárbara 8.317 0,72 11.551 Existente

Carrãozinho 6.094 0,37 16.470 Existente

Colorado 13.559 0,64 21.185 Existente

Pq. São Rafael 26.643 0,73 36.497 Existente Boa Esperança 18.284 1,66 11.014 Existente Jd. Sto André 11.364 0,41 27.717 Existente Jd. Laranjeiras 3.365 1,35 2.493 Construir Rio Claro 5.557 0,9 6.174 Existente Jd. Roseli 13.902 0,98 14.185 Existente Módulo

1

Total 207.938 12,3 16 906 - -

Cohab I 3.267 0,55 5.940 Existente Cohab II 2.271 0,83 2.730 Existente Jd. São Pedro 21.286 1,62 13.139 Existente Cidade Líder A 10.087 0,47 21.461 Construir Cidade Líder B 10.856 0,63 17.231 Existente

Sta. Marcelina 9.474 0,55 17.225 Existente Existente V. Carmosina 11.984 0,98 12.229 Construir

N.S.do Carmo 8.756 0,89 9.838 Construir Jd. Helian 3.273 1,16 2.822 Construir Módulo

2

Total 81.254 8 10.580 - -

Itaquera 16.536 1,05 15.749 Existente Existente Cid. A.E. Carv. 13.160 1,03 12.776 Construir

V. Regina 9.726 0,47 20.693 Existente

Santana 16.359 0,78 20.973 Construir

V. Progresso 23.110 0,91 25.395 Existente N.S. Aparecida 16.524 0,78 21.184 Construir Parada XV 17.917 0,74 24.212 Construir Jd. Etelvina 14.107 0,77 18.320 Construir Jd. Robru I 15.291 0,80 19.113 Existente Jd. Robru II Sta Rita 6.601 0,27 24.448 Construir Módulo

3

Total 149.331 7,6 19.649 - -

João Néri 13.186 1,76 7.492 Construir Jd. Aurora 17.655 0,77 22.928 Construir Chabilândia 18.176 0,9 20.196 Existente

Lajeado 8.937 0,88 10.157 -

Guaianases A 10.679 0,56 19.069 Existente

Guaianases B 17.901 1,02 17.550 Existente Construir Jd. Soares + Jd. São

Paulo. 15.118 1,59 9.508 Existente

Cohab (Prestes Maia) 5.146 0,31 16.600 Existente Módulo

4

Total 106.798 7,79 13.710 - -

TOTAL 545.321 35,37 15.418,61

Fonte: FIBGE, Censo Demográfico de 1980, apud: Programa Metropolitano de Saúde Primeira Fase, Documento Técnico. Vol. 1 São Paulo: Governo do Estado de São Paulo, Secretaria de Estado da Saúde, 1984.

(28)

Tabela 9 Área de Saúde Freguesia do O: Módulos de Saúde, População, Área e Situação das UBSs e Hospitais.

Conglomerado População Área em Km

2

Densidade Populacional

(Hab/Km

2

)

UBS - Situação da Unidade

HOSPITAL - Situação da

Unidade Casa Verde 29.929 1,49 20.086 Construir

Jd. Laranjeiras 10.327 0,35 29.505 Existente Pq. Peruche 32.081 0,82 39.123 Existente

V. Barbosa I 6.824 0,28 24.371 Existente V. Barbosa II 18.179 0,46 39.519 Construir V. Siqueira 18.092 1,17 15.463 Construir Módulo

1

Total 115.432 4,57 25.259 - -

V. Albertina 18.728 1,2 15.606 Existente V. Bancária + V.

Palmeira 24.227 0,66 36.707 Construir

Monjolo 20.365 0,72 28.284 Construir

Itaberaba 16.791 0,58 28.950 Existente Módulo

2

Total 80.111 3 25.352 - -

V. Dionísia 18.640 0,63 29.587 Construir V.N.Cachoeirinha

I Existente

V.N.Cachoeirinha II

13.996 0,74 18.913

Construir

Construir Construir V. Ramos 16.810 0,41 41.000 Existente V. Santa Maria 25.082 0,72 34.836 Construir V. Espanhola 17.320 0,41 42.243 Construir Casa Verde Alta 24.866 0,57 43.624 Construir Sítio Mandaqui 13.193 0,37 35.656 Construir Módulo

3

Total 129.907 3,85 33.742 - -

Jd. São José 19.717 0,53 37.201 Existente Cruz das Almas 21.892 0,66 33.169 Existente V. Zatti 20.469 0,63 32.490 Existente Paulistano 10.315 1,26 8.186 Construir

Brasilândia 15.861 0,4 39.652 Construir

Sítio Morro

Grande 12.268 0,61 20.111 Construir

V. Icaraí 11.265 0,23 48.978 Construir Módulo

4

Total 111.787 4,32 25.877 - -

V. Penteado 33.320 1 33.320 Construir Construir V. Souza 18.920 0,57 33.192 Existente V. Souza/ Pq.

Tietê 11.603 0,41 28.300 Existente

V. Guarani 36.619 0,68 53.851 Existente V. Terezinha 14.545 0,79 18.411 Existente Vista Alegre 10.747 1,05 10.235 Existente

Cohab 219 0,85 257 Existente

Parada de

Taipas 16.742 1,06 15.794 Construir Construir Módulo

5

Total 142.715 6,41 22.264 - -

Fonte: FIBGE, Censo Demográfico de 1980, apud: Programa Metropolitano de Saúde Primeira Fase, Documento Técnico.Vol. 1 São Paulo: Governo do Estado de São Paulo, Secretaria de Estado da Saúde, 1984.

(29)

Tabela 10 Área de Saúde Município de São Paulo:Conglomerados, UBSs Situação das Unidades e o número de Novas UBSs.

Conglomerado Bairros UBS- Situação da Unidade UBS Novas

Jd. Jaqueline Construir 1

Real Parque Construir 1

Butantan

V. Borges; Construir 1

Cupecê I Construir 1

V. Guarani Construir 1

V. Moraes I Construir 1

Jd. Elidia Construir 1

Jabaquara

V. Mercês; Construir 1

Jd. Independência Construir 1

V. Califórnia Construir 1

Sacomã III Construir 1

V. Arapuã Construir 1

V. Ema Construir 1

Sapopemba Construir 1

Vila Prudente

V. Bela Construir 1

Vila Maria Carandiru Construir 1

Cidade D'Abril Construir 1

Lapa

Pereira Barreto Construir 1

V. Ede Construir 1

V. Constança Construir 1

Tucuruvi

Imirim; Construir 1

Arthur Alvin Construir 1

V. Guarani Construir 1

V. Ré Construir 1

Engenheiro Goulart Construir 1

Jd. Danfer Construir 1

Penha

Sta Terezinha; Construir 1

Jd. Penha Construir 1

Burgo Paulista Construir 1

São Miguel Paulista

Sítio da Casa Pintada Construir 1 Jd. Vale das Virtudes II Construir 1

Jd. Ibirapuera Construir 1

Cidade Dutra Construir 1

Jd. Colonial Construir 1

Jd. Campinas Construir 1

Vila Prel Construir 1

Catanduva I Construir 1

Santo Amaro

Jd. Ernestina; Construir 1

TOTAL 38

Fonte: Programa Metropolitano de Saúde Primeira Fase, Documento Técnico. Vol. 1 São Paulo: Governo do Estado de São Paulo, Secretaria de Estado da Saúde, 1984.

(30)

As Tabelas: 5, 6, 7, 8, 9 e 10 apresentadas, mostram o planejamento do Programa Metropolitano de Saúde (PMS). No entanto, segundo dados da Secretaria do Estado da Saúde, quando o programa foi iniciado, as escolhas dos locais para implantação das unidades e saúde tiveram algumas alterações em relação aos locais inicialmente mapeados pela EMPLASA, devido a vários tipos de ocorrências inter- relacionadas, como falta de lotes na rua determinada, impossibilidade de compra do lote e falta de aceitação da comunidade da escolha do local. Porém, sempre que possível, foi mantida a localização, mesmo que não muito distante do ponto almejado.

A primeira fase foi realizada concomitantemente à elaboração do estudo e programação para a segunda fase do Programa. Na primeira fase foram construídos cinco hospitais gerais e reformadas outras três unidades hospitalares, além de que, também foram construídos oitenta e seis Unidades Básicas de Saúde (FERNANDES, 2003).

Pode-se destacar que, em 1988, foi promulgada a nova Constituição Federal e, em 1990, consolidada a criação do SUS. Esse marco representa um grande um divisor no percurso da implantação do PMS, que tinha a mudança do sistema público de saúde existente como base conceitual, propondo um modelo de prestação de atendimento à saúde hierarquizado e regionalizado, equiparação dos objetivos do SUS e do PMS. A continuação da segunda fase do PMS é marcada pela necessidade de ampliação da rede física de atendimento e de novas unidades de saúde, buscando satisfazer o preceito constitucional de ‘saúde para todos’.

Como se pode verificar, a programação total prevista pelo PMS era de

operacionalizar cento e trinta e sete UBSs e treze hospitais, sendo que desse total

(31)

deveriam ser construídas para a primeira fase noventa e nove novas UBSs e cinco hospitais, além da reforma de outros três hospitais existentes.

Verifica-se na Tabela 11, que oitenta e seis Unidades Básicas de Saúde (UBS) foram construídas e já se pode observar que existem mudanças nas áreas de implantação das mesmas com relação ao planejado originalmente como dito anteriormente, devido à indisponibilidade de lotes para implantação das unidades como constava no planejamento original, sendo escolhidos terrenos o mais próximo possível da área almejada.

Outras dezesseis Unidades Básicas de Saúde foram reformadas nesta primeira fase, conforme descritas na Tabela 12. Estas Unidades Básicas de Saúde já estavam em funcionamento, mas necessitavam de reformas emergenciais, conforme informações da Secretaria do Estado da Saúde de São Paulo.

Analisando-se as Tabelas 11 e 12, pode-se destacar que cento e duas Unidades

Básicas de Saúde (UBS) foram entregues à população em perfeitas condições de

atendimento. As unidades hospitalares contemplaram amplamente o escopo do

PMS, sendo construídos cinco hospitais e reformados outros três, conforme o

previsto anteriormente, sem alterações.

(32)

Tabela 11 Unidades Básicas de Saúde (UBS) construídas na primeira fase do PMS.

Módulos de Saúde

SUDS R/1

SUDS R/2

SUDS R/3

SUDS R/4

SUDS R/5

SUDS R/6

SUDS R/7

SUDS R/8

SUDS R/9

SUDS R/10

SUDS R/11

SUDS R/12

SUDS R/13

SUDS R/14

SUDS R/15 V.

Borges

Jd.

Independente V. Ema V. Santana V. Nova

Cachoeirinha V. Carolina Cidade

Dutra Rio Gde da Serra

Cj. Hab.

Itapevi

Bairro

Portão Terra Preta Jd.

Jaqueline

Waldomiro Preguinolatto

Eng.

Goulart

Burgo

Paulista V. Ede V. Souza Jd. Alfredo Jd.

Oratório

Vargem Gde Paulista

Caieiras Centro V. Mercês V. Santa

Terezinha Jd. Penha V. Albertina Jd. Paulistano Campo

Limpo IV Divisão Laranjeiras V. Santa

Margarida V. Carrão V. Ramos Jaçanã V. Barbosa II

Jd. Novo Santo Amaro II

Jd. Sônia Maria

Jd. Vera Tereza V. Bela Belenzinho

I

Cidade

S. Mateus Carandiru II V. Gouveia Jd.

Campinas V. Feital V. Rosalina V. Guarani Pq.Artur

Alvim

Nº. Sra. do

Carmo Jd. Terezinha Jd.

Marcelo

Jd.

Paranavaí Pq. Vitória Jd. Tietê Jd.

Fanganiello V. Dionísia Jd.

República

Jd.

Flórida Pq. Paulista V. Califórnia Cidade A.E.

Carvalho Jd. Ipanema V. Prel Pq.

Aliança Polvilho

Jd. Elba Cid. Líder V. Palmeiras Jd. Zaira Jd. Grimaldi Jd. Nº. Sra.

Aparecida

V. Pereira Barreto V. Moraes Pq. Sta.

Rita V. Penteado

Jd. Aurora V. Progresso

Jd. Etelvina V.Espanhola

Pq. Dom João Neri

Casa Verde Baixa Jd.

Laranjeiras

União das V.

de Taipas Jd.

Camargo Novo V. Nova

Curuça

V. Jacuí

UBS

V.

Carmosina

Fonte: Tabela elaborada pela autora com base no Programa Metropolitano de Saúde, Documento Técnico interno da Secretaria do Estado da Saúde -Departamento Técnico em Edificações- DTE, São Paulo: Governo do Estado de São Paulo, Secretaria de Estado da Saúde, 1994.

(33)

Tabela 12 Unidades Básicas de Saúde (UBS) reformadas na primeira fase do PMS.

Módulos de Saúde

SUDS- R/1

SUDS- R/2

SUDS- R/3

SUDS- R/4

SUDS- R/5

SUDS- R/6

SUDS- R/7

SUDS- R/8

SUDS- R/9

SUDS- R/10

SUDS- R/11

SUDS- R/12

SUDS- R/13

SUDS- R/14

SUDS- R/15

UBS V.

Arapuã Jd.

Colonial V.

Barbosa I Pq. Das

Américas Caucaia

do Alto Francisco Morato

Jd.

Tietê I V. Ramos V. São João

Itaquera V. Zatti Ribeirão Pires

Pq.

Peruche Mauá

Freguesia

do Ó Jd. Zaíra

Fonte: Tabela elaborada pela autora com base no Programa Metropolitano de Saúde, Documento Técnico interno da Secretaria do Estado da Saúde -Departamento Técnico em Edificações- DTE, São Paulo: Governo do Estado de São Paulo, Secretaria de Estado da Saúde, 1994.

(34)

Conforme salientado anteriormente, a segunda fase do PMS se deu na seqüência da primeira fase e, devido à implantação do SUS, perdeu um pouco da força política, pois já não contava mais com os recursos do Banco Mundial, sendo financiada diretamente pelo Governo do Estado de São Paulo. As conclusões das obras da segunda fase não aconteceram integralmente, havendo uma interrupção em sua execução. Em 1991 o ritmo das obras foi reduzido gradativamente por falta de recursos financeiros até a completa paralisação definitiva de todos os empreendimentos em 1994. Somente em 1996 foram retomadas as obras paralisadas, conforme apresenta Fernandes (2003, p.92), na Tabela 13, os detalhes da paralisação das obras.

Tabela 13 Situação das Unidades Hospitalares em período de paralisação e Período de reconstrução

HOSPITAL MUNICÍPIO PERÍODO

OBRA (1)

PERÍODO OBRA (2)

Itaim paulista São Paulo 07/1989-12/1994 11/1996-04/1998 Pirajussara São Paulo 10/1989-05/1991 06/1997-08/1998

Grajaú São Paulo 07/1989-06/1994 03/1996-07/1998

Carapicuíba Carapicuíba 10/1989-06/1991 10/1997-09/1998 Itaquaquecetuba Itaquaquecetuba 11/1989-06/1991 09/1997-01/2000

Itapevi Itapevi 04/1990-02/1992 08/1998-08/2000

Diadema Diadema 11/1989-06/1994 07/1998-11/2000

Vila Alpina São Paulo 07/1989-06/1994 03/2000-11/2001 (1) Inicio das obras até a paralisação. (2) Retomada das obras até a finalização.

Fonte: Fernandes (2003) Apud Secretaria de Estado da Saúde, 2002.

Também se pode notar que existiu um cunho político nas paralisações das obras e

nas suas retomadas observando-se a periodização dos governos estaduais,

conforme demonstra a linha do tempo apresentada na Figura 68.

(35)

Figura 68 Periodização dos Governos do Estado de São Paulo, governos Federais, municipais e as principais medidas de Políticas e de Saúde Pública.

Fonte: Tabela elaborada pela autora com base na fonte: PMS - Programa Metropolitano de Saúde, Documento Técnico. Vol. 1 São Paulo: Governo do Estado de São Paulo, Secretaria de Estado da Saúde, 1984 e informações da Secretaria do Estado da Saúde de São Paulo.

(36)

Analisando-se a periodização apresentada na Figura 68, pode-se observar que o PMS foi iniciado no Governo de André Franco Montoro e perdeu força no Governo de Orestes Quércia, quando promulgada a constituição Federal de 1988 e consolidada as bases do SUS (1990). Nesse período, o PMS já não era subsidiado pelos investimentos do Banco Mundial. As obras mantiveram-se paralisadas durante a gestão de Luiz Antonio Fleury Filho, sendo retomadas somente no governo de Mário Covas.

Observa-se, nessa análise, a importância da continuidade administrativa nos governos para que se possa garantir a continuidade dos projetos iniciados, como aconteceu com o PMS, no caso da Secretaria do Estado da Saúde de São Paulo e, também, como contrapartida, a continuidade governamental em Curitiba-PR, que implantou as propostas de planejamento urbano do arquiteto Jaime Lerner.

Como foi comentado anteriormente (Capítulo 3 - 3.3. Evolução das Legislações que regulamentam os projetos de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde), na retomada das obras, os projetos sofreram alterações na sua concepção original devido principalmente à mudança da legislação vigente, sendo que a principal alteração projetual foi a incorporação da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), inexistente nos projetos iniciais.

Na segunda fase do Programa, em 1989, já sem contar com o financiamento do

Banco Mundial, foram construídos nove hospitais, sendo que em oito deles apenas

foram retomadas as obras; são eles (Figura 69): 1) Hospital de Pedreira; 2) Hospital

do ltaim Paulista; 3) Hospital de Grajaú; 4) Hospital de Sapopemba; 5) Hospital de

Pirajussara; 6) Hospital de Guarulhos; 7) Hospital de Diadema; 8) Hospital de

Itapecerica da Serra; e 9) Hospital de Vila Alpina.

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Figura 69 Mapeamento dos Hospitais construídos com base nos estudos do PMS.

Legenda:

(1) Hospital Geral de Vila Nova Cachoeirinha, (2) Hospital Geral de São Mateus, (3) Hospital Geral de Vila Penteado, (4) Hospital Geral de Guaianases, (5) Hospital Geral de Taipas, (6) Hospital Geral de Itaim Paulista, (7) Hospital Geral de Itaquaquecetuba, (8) Hospital Geral de Vila Alpina, (9) Hospital Geral de Diadema, (10) Hospital Geral de Grajaú, (11) Hospital Geral de Pedreira, (12) Hospital Geral de Carapicuíba, (13) Hospital Geral de Itapevi, e (14) Hospital Geral de Pirajussara.

Fonte: Elaborado pela autora com base em dados da Secretaria do Estado da Saúde.

As Unidades Básicas de Saúde também foram construídas durante a segunda fase do PMS, de acordo com a Tabela 14. Foram concluídas quarenta e uma unidades, completando um total de cento e vinte e sete UBSs construídas e dezesseis reformadas. Os hospitais somam um total de quatorze unidades construído conforme, o mapa de distribuição das Unidades hospitalares destacado na Figura 8.

Retomando a proposta inicial do PMS, da necessidade de cento e trinta e sete UBSs

e treze hospitais, pode-se dizer que o programa amplamente atendido, pois foram

construídas cento e vinte e sete UBSs novas, outras dezesseis UBSs foram

reformadas, e entregue à população um total de cento e quarenta e três UBSs,

apesar da proposta inicial ser de cento e trinta e sete UBSs novas. Pensando

somente neste âmbito, foram entregues a população seis UBSs a mais, do decorrer

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do período. Com relação à proposta de construção de hospitais, que a previsão era de treze unidades, e também foi amplamente atendida, podendo contar com quatorze novas unidades de Hospital Geral, sendo também entregue no caso dos hospitais uma unidade a mais para a população.

O Programa Metropolitano de Saúde do Estado de São Paulo (PMS), estabelece uma proposta de um novo paradigma para o atendimento público de saúde, se antecipando ao Sistema único de Saúde (SUS), construiu unidades e concretizou esse paradigma na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), se destacando como o precursor na implantação dos novos conceitos de saúde pública.

O atendimento á saúde proposto após a implantação do Sistema único de Saúde (SUS), foi similar ao proposto pelo Programa Metropolitano de Saúde do Estado de São Paulo (PMS), propondo uma porta de entrada para atendimento primário a saúde, para assim gerar o encaminhamento para unidades de apoio, como hospital geral, hospital de especialidades, ambulatórios de especialidades, hospital de base/universitário. Com o decorrer da implantação do SUS, essas unidades passaram a ser de responsabilidade da Prefeitura Municipal de São Paulo, como já estava previsto no processo de descentralização do sistema de saúde.

Hoje (2007), a modulação do sistema de saúde é praticamente idêntica ao proposto

pelo PMS vinte anos atrás (1986), o que se destaca foi no município de São Paulo,

a criação em 2005 das Unidades de Assistência Médica Ambulatorial (AMAS), que

prestam atendimento de nível ambulatorial, de baixa complexidade. O diferencial das

AMAS é a não necessidade de um prévio agendamento, estas unidades visam dar

suporte e dividir a demanda com as Unidades Básicas de Saúde (UBS) que hoje

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estão locadas para atendimento de médias complexidades, ambas configuram o primeiro atendimento do sistema de saúde pública de São Paulo.

Assim como o novo modelo implementado pelo Estado de São Paulo o AME- Ambulatório Médico de Especialidades, que faz parte de um planejamento estadual e regional de suporte as UBS e AMAS ( município de São Paulo) que atenderá com prévio agendamento e encaminhamento das UBS, “ a proposta da AME é melhorar a assistência aos usuários e desafogar o atendimento de hospitais e outras unidades de saúde da região” ( ESTADO DE SÃO PAULO, SECRETARIA DA SAÚDE, 2007) assim como de prestar atendimento ambulatoriais de especialidades e também de diagnósticos e pequenos procedimentos cirúrgicos. Estão previstas vinte unidades para serem concluídas até o final de 2008, a primeira unidade foi inaugurada em dezembro de 2007 no município de Votuporanga, sendo que duas outras já estão em funcionamento na cidade de São Paulo.

O modelo de planejamento de implementação dos AMEs, verificamos as diretrizes do SUS criando consistência, pois trata-se de um planejamento Estadual com envolvimento das Secretarias de Saúdes dos Municípios para suprir necessidades

regionais de saúde.

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