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Comparação das atitudes de alunos de 5ª série frente a matemática, com professores de matemática, de sexos e controles diferentes

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Academic year: 2018

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COMPARAÇÃO DAS ATITUDES DE ALUNOS DE 5.

a

SERIE

FRENTE

A

MATEMÁTICA, COM PROFESSORES

DE MATEMÁTICA, DE SEXOS E CONTROLES DIFERENTES.

vutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

OROZIMBO LEÃO DE CARVALHO NETO*

JOSE AUGUSTO DA SILVA PONTES NETO**

A pesquisa objetivou

comparar

atitudes

de 80 alunos,

de 5.a série de 1.

0

grau, frente à matemática.

Esses alunos

eram

provenientes

de professores

de matemática

de sexo

masculino

e feminino,

com diferentes

controles

de sala de

aula.

Os dados

mostraram

que alunos,

cujos professores

exerciam

controle

positivo,

apresentavam

atitudes

mais

favoráveis

para com

a matemática

do que alunos,

cujos

professores

exerciam' controle

negativo. O sexo do

profes-sor, entretanto,

não se transformou

em uma fonte de

varia-bilidade

efetiva em relação

às atitudes

dos alunos-frente

à

matemática.

1. INTRODUÇÃO

E PROPOSiÇÃO

DO PROBLEMA

Este estudo

objetivou

verificar se havia diferenças

nas atitudes

de alunos

de 5.a série, de 1.

0

grau, frente à matemática,

quando

variavam o controle

e o

sexo do professor.

O controle

do professor foi uma variável bipartida

nas

subva-riáveis controle

positivo e controle

negativo

(+),

e o sexo do professor também

foi considerado

em seus valores masculino e feminino.

Conforme

Hilgard e Atkinson(4)

"uma

atitude

representa

uma orientação

de aproximação

ou afastamento

em relação a algum objeto, conceito

ou

situa-ção, e uma prontidão

para responder de maneira pré-determinada

a esses objetos,

situações, ou conceitos, ou a objetos afins.

li

rqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

* Professor assistente - Departamento de Psicologia da U FC

** Professor assistente-doutor - Departamento de Psicologia do 1.1.H.P. de Assis, UNESP.

í+l Na realidade 'controle positivo' e 'controle negativo' não representam categorias

absotu-tas. Um professor não apresenta controle totalmente positivo ou controle totalmente negativo. Assim sendo, cabe esclarecer que a expressão 'controle positivo' signiflc controle mais positivo do que negativo, enquanto que a expressão 'controle negativo' quer dizer controle mais negativo do que positivo.

(2)

Na aprendizagem escolar, fatores motivacionais e atitudinais são de

XII ma relevância pois " ... afetam condições relevantes de aprendizagem, como a vivacidade, atenção, ~ ívei~-.ie esforço, persistência e concentração. (91 "

Dessa forma, estudou-se a influência do tipo de controle e do sexo do professor sobre as atitudes de alunos de

5.

a série frente

à

matemática.

2.

VARIAvEIS

DO ESTUDO

A variável 'controle do professor' era uma variável não manipulada pelos pesquisadores, ou uma 'variável atributo' segundo a concepção de Kerlinger(51. Um controle negativo do professor foi definido como aquele que se caracterizava

por um nível "inadequado" de interação professor-aluno. Esse controle negativo foi inferido de observações realizadas com base no Roteiro de Interacão 1+)

construído por Mello(7l. Alguns itens desse roteiro, que caracterizav'am ~~

controle negativo são: "Responde com resposta breve, sem explicação" e "Deprecia, desvaloriza, caçoa, zomba, usa sarcasmo ou ironia, faz brincadeiras

que aumentam a tensão." Um controle positivo do professor era aquele

represen-tado por um nível "adequado" de interação professor-aluno, de acordo com o roteiro mencionado. Itens, deste roteiro, que caracterizavam um controle posi-tivo são: "Consulta sobre prazos ou decide junto com os alunos" e "Repete a

pergunta, procura esclarecê-Ia, procura fazer com que outros a entendam." O sexo, também um tipo de 'variável atributo' sofreu, como já foi relatado,

a bipartição de praxe.

As atitudes dos alunos frente

à

matemática foram verificadas através de respostas dadas aos itens da Escala de Atitudes em relação

à

Matemática, de autoria de Ragazzi (81. Essa escala contém itens do seguinte tipo: "A Matemática

é boa porque faz a gente pensar" e "Problemas de Matemática deixam a gente desanimado."

rqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

3.

SUJEITOS

Os sujeitos eram 80 alunos de 5.a série de escolas estaduais de 1.0 grau da

Divisão Regional de Ensino de Marília (SP). Esses Ss distribuiram-se em 4 grupos de igual tamanho e eram alunos de um grupo de 8 professores, escolhidos de um conjunto de. 18 professores. Desses professores, 4 eram do sexo mascul ino

(2 com controle positivo e 2 com controle negativo) e 4 eram do sexo feminino (2 com controle positivo e 2 com controle negativo). Dessa forma os grupos

ficaram assim constituídos:

20 alunos estavam submetidos a professores do sexo masculino, com

controle positivo;

20 alunos estavam submetidos a professores do sexo masculino, com controle negativo;

---(I I Em sua forma original, o Roteiro de Interação foi delineado mais para uma avaliação formativa do que para uma avaliação somativa. Entretanto, éplausível utilizar o Roteiro para uma avaliação sornat iva a fim de identificar o tipo de controle do professor

con-forme procedeu Carvalho Neto(31 '

5R

Rcv. de Psicologia. Fortaleza. :: (I) . 57-6~. jan./jun. 1984

20 alunos estavam submetidos a professores do sexo feminino, com controle positivo

20 alunos estavam submetidos a professores do sexo feminino, com controle negativo.

Cada grupo de 20 alunos (+ +) - 10alunos do sexo masculino e 10alunos do sexo feminino - foi extraído de forma casual, de duas salas de aula distintas,

sendo que 10 alunos (5 alunos do sexo masculino e 5alunos do sexo feminino) pertenciam a cada uma dessas salas.

4.

MATERIAL

4.1. Roteiro de Interação

Esse roteiro foi utilizado para a verificação do tipo de controle que o pro-fessor utilizava em sala de aula. Foi construído por Mello(71 e trata-se de um

modelo de observação sistemática, constituído por

25

itens. Estes abordam

aspectos de aula em sua estruturação (6 itens), na interação cognitiva do profes-sor com os alunos (11 itens), na colocação do professor no espaço físico da sala

de aula (2 itens) e na interação sócio-emocional entre professor e alunos

(6 itens).

4.2. Escala de atitudes em relação à Matemática

Essa escala, desenvolvida por Ragazzi (81, é urna escala tipo Likert,

com-posta de 20 afirmativas referentes

à

matemática. Dessas afirmativas, 10 eram

favoráveis ao objeto da atitude que estava sendo medida e 10 eram desfavoráveis

ao objeto que estava sendo medido. Respondendo aos itens dessa escala, o S poderia atingir até um total de 100 pontos (uma atitude totalmente favorável

à

Matemática) ou obter um número mínimo de 20 pontos (uma atitude

total-mente desfavorável

à

matemática).

(+ +1 Talvez o ideal fosse manter o sexo dos alunos, também, como uma fonte de variabili-dade, na medida em que trabalhos recentes] 11 relatam que, de maneira geral, elementos do sexo feminino apresentam, mais que elementos do sexo masculino, ansiedade e "choque" em relação à matemática e que meninos aumentam mais rapidamente em habilidades matemáticas do que as meninas. Todavia, controlar o sexo dos alunos, trans formando-o em fonte de variabilidade, fugia aos objetivos do presente trabalho. Assim sendo, procurou-se minimizar a influência dessa variável, no conjunto geral das atitudes computadas, colocando-se o mesmo número de indivíduos de cada sexo em cada um d 4 grupos.

(3)

b, PROCEDIMENTO

vutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

Um grupo de 18 professores foi observado, em situação de sala de aula, para a determinação do seu estilo de interação ou tipo de controle. Essa observa-ção, realizada de acordo com o roteiro de interação, já descrito, foi efetivada num tempo de aproximadamente 16 horas, por uma mesma dupla de observa-dores. (+)

A partir dos resultados das observações, pode-se, então, dividir os professo-res em dois grupos: 10 professores constitu íram o grupo de controle positivo e 8 professores constituíram o grupo de controle negativo.

Dos 10 professores com controle positivo, foram sorteados 4 entre aqueles que tinham controle mais acentuadamente positivo. Cuidou-se que 2 desses 4 professores fossem do sexo masculino e 2 do sexo feminino.

Dos 8 professores com controle negativo, foram também sorteados 4 entre aqueles que tinham controle mais acentuadamente negativo. Como no caso dos professores com controle positivo, 2 desses professores eram do sexo masculino e 2 eram do sexo feminino.

Posteriormente, sorteou-se, para cada professor, uma sala de aula. Dessa sala de aula, foram sorteados 5 alunos do sexo masculino e 5 alunos do sexo feminino, perfazendo um total de 10 alunos para cada professor.

Um total, portanto, de 80 alunos, respondeu aos itens da escala de atitudes em relação

à

matemática.

6. RESULTADOS

Os dados coletados foram tratados a partir de uma análise de variância de dupla classificação, com as variáveis independentes: controle e sexo do professor e com a variável dependente: atitudes dos alunos frente à matemática.

A análise de variância, cujos quadros de fontes de variação e significância podem ser visualizados logo a seguir, indica que o controle do professor é uma fonte de variabilidade efetiva em relação às atitudes dos alunos frente à matemá-tica (com p < 0,01), observando-se F(l,77) = 80,11. Entretanto, o sexo do professor não se caracteriza como uma fonte de variabilidade significativa, F(l,77) = 3,11, nem se verifica um efeito interacional entre as variáveis sexo e controle do professor, F (1,76) =2,33, tendo sido este fator acrescido à fonte de v riação devido ao resíduo, conforme propõe Blalock (2).

(I) Durante cada 5 minutos. uma dupla de observadores registrava o comportamento do

professor de acordo com os itens componentes do Roteiro de Interação. Os registros que

apresentavam discordãncia de mais de 10% entre os dois observadores não foram

consi-d rudes para a avaliação final do tipo de controle que o professor exercia.

Rev. de Psicologia, Fortaleza, 2 (I) :57-62, jan.jjun. 1984

TABELA

Fontes de Variação das atitudes dos alunos dependendo do sexo e controle do professor

Fontes de Soma dos Graus de Quadrados

F

Variação Quadrados Liberdade Médios p

Controle do

4.089,8 1 4.089,8 80,11 <0,01 Professor

Sexo do

158,6 1 158,6 3,11 N. S. Professor

Resíduo 4.051,6 77 51,05

Total 8.300,0 79

7. CONCLUSAO

Analisando os quadros de fontes de variação, verifica-se que existe dife-rença significativa nas atitudes dos alunos frente

à

matemática, dependendo do tipo de controle do professor e independentemente do sexo do professor. Essa constatação indica que alunos de professores que exerciam controle positivo, apresentavam atitudes mais favoráveis frente

à

matemática do que alunos de professores que exerciam controle negativo.

Tais resultados abrem certas perspectivas para o treinamento psicopedagó-gico do professor, se se supõe que é importante que o aprendiz tenha atitudes positivas, mais que negativas, frente à disciplina que estuda.

Nesse sentido, professores de matemática poderiam ser observados, em situação de sala de aula, para que fosse verificado o tipo de interação que mantêm com seus alunos. Isto propiciaria dados iniciais para a montagem de um programa de treinamento, cujo objetivo seria a adequação dessas interações observadas com o desenvolvimento de atitudes positivas dos alunos frente

à

matemática. Poder-se-ia hipotetizar, então, que o programa propiciaria interações menos negativas entre professores e alunos e que tais interações promoveriam

atitudes positivas frente à matemática.

Na realidade, aspectos afetivos envolvidos no processo de aprendizagem deveriam ser levados em consideração por todos aqueles preocupados com o aprimoramento da aprendizagem escolar e, provavelmente, a tentativa de torn r a interação professor-aluno "mais positiva" seria um primeiro passo para o das n volvimento de atitudes para com certas disciplinas e para com a aprendiz 9 m escolar como um todo.

(4)

8.

REFERÊNCIAS

BIBLlOGRAFICAS

rqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

AUSUBEL. D. P.; NOVAK, J. D. ; HANESIAN, H. --

KJIHGFEDCBA

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CARVALHO Neto, O. L. - In v e n tá rio d e a titu d e s d o p ro fe s s o r e m re la ç ã o à in te ra ç ã o p ro

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Referências

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