Mortalidade Infantil de Indígenas no Brasil: A contribuição do Censo Demográfico de 2010 *
Aline Diniz Rodrigues Caldas
1Ricardo Ventura Santos
2Joaquim Gonçalves Valente
3Nilza de Oliveira Martins Pereira
4Margareth Crisostomo Portela
5Introdução
Observa-se no Brasil um crescente interesse em analisar as condições de saúde de povos indígenas, inclusive no que diz respeito à ocorrência de desigualdades em relação aos demais segmentos da sociedade brasileira. Uma das principais barreiras enfrentadas se relaciona à disponibilidade de dados confiáveis para a geração de indicadores de condições de vida. Mesmo diante dessa dificuldade, diversos estudos com base em dados demográficos, quer sejam de origem secundária ou a partir de estudos em comunidades selecionadas, tem revelado marcantes perfis de desigualdade de indígenas em relação à população não indígena em geral (ver Pagliaro et al., 2005;
Cardoso et al., 2012; Basta et al., 2012; Coimbra Jr et al., 2013).
No que diz respeito à mortalidade, uma importante iniciativa do Censo de 2010 foi a inclusão de uma questão sobre a ocorrência de óbito nos domicílios no ano anterior à entrevista censitária (IBGE, 2011). Nesse sentido, o presente estudo, de caráter exploratório, tem por objetivo investigar as informações sobre mortalidade infantil segundo cor/raça com ênfase na comparação entre indígenas e não indígenas oriundas dos dados censitários, assim como do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM).
Metodologia
O Censo Demográfico de 2010 utilizou dois questionários, denominados de “básico” e da
“amostra”. O primeiro foi aplicado em todas as unidades domiciliares e envolveu um conjunto de 37 quesitos relacionados às características do domicílio e de seus moradores na data de referência (31 de julho de 2010). O segundo, aplicado em uma amostra selecionada de domicílios, definida a
*"Trabalho apresentado no XIX Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, realizado em São Pedro/SP – Brasil, de 24 a 28 de novembro de 2014".
1
Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca. Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro.
2
Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca. Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro.
3
Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca. Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro.
4
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. IBGE, Rio de Janeiro.
5