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RELATÓRIO. PT Unida na diversidade PT A7-0436/

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RR\1012346PT.doc PE516.930v02-00

PT

Unida na diversidade

PT

PARLAMENTO EUROPEU 2009 - 2014

Documento de sessão

A7-0436/2013 4.12.2013

RELATÓRIO

sobre a proposta de nomeação de Nikolaos Milionis para o cargo de membro do Tribunal de Contas

(C7-0310/2013 –2013/0808 (NLE)) Comissão do Controlo Orçamental

Relatora: Inés Ayala Sender

(2)

PE516.930v02-00 2/17 RR\1012346PT.doc

PT

PR_NLE_art108

Í N D I C E

Página

PROPOSTA DE DECISÃO DO PARLAMENTO EUROPEU...3

ANEXO 1: CURRICULUM VITAE DE NIKOLAOS MILIONIS ...4

ANEXO 2: RESPOSTAS DE NIKOLAOS MILIONIS AO QUESTIONÁRIO...7

RESULTADO DA VOTAÇÃO FINAL EM COMISSÃO ...17

(3)

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PT

PROPOSTA DE DECISÃO DO PARLAMENTO EUROPEU sobre a proposta de nomeação de Nikolaos Milionis para o cargo de membro do Tribunal de Contas

(C7-0310/2013 – 2013/0808(NLE)) (Consulta)

O Parlamento Europeu,

– Tendo em conta o artigo 286.º, n.º 2, do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia, nos termos do qual foi consultado pelo Conselho (C7-0310/2013), – Tendo em conta o artigo 108.º do seu Regimento,

– Tendo em conta o relatório da Comissão do Controlo Orçamental (A7-0436/2013), A. Considerando que a Comissão do Controlo Orçamental avaliou as qualificações do

candidato proposto, nomeadamente quanto às condições estabelecidas no artigo 286.º, n.º 1, do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia;

B. Considerando que, no decurso da sua reunião de 7 de novembro de 2013, a Comissão do Controlo Orçamental procedeu à audição do candidato proposto pelo Conselho para o cargo de membro do Tribunal de Contas,

1. Dá parecer favorável à proposta do Conselho de nomeação de Nikolaos Milionis para o cargo de membro do Tribunal de Contas;

2. Encarrega o seu Presidente de transmitir a presente decisão ao Conselho e, para

conhecimento, ao Tribunal de Contas, bem como às restantes instituições da União

Europeia e às instituições de controlo dos Estados-Membros.

(4)

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PT

ANEXO

1

: CURRICULUM VITAE DE

NIKOLAOS MILIONIS

Nacionalidade grego

Data de nascimento 7 de setembro de 1959 Local de nascimento Arta, Grécia

Educação

1998 Universidade de Atenas

Doutoramento em Direito Financeiro – Finanças Públicas

Título da tese: O Papel Institucional do Tribunal de Contas Helénico 1994 Universidade de Paris VIII,

Diplôme d’études approfondies (Diploma de Estudos Avançados) em Finanças Públicas e Responsabilidade

1993 Universidade Paris 1, Panthéon-Sorbonne,

Diplôme d’études approfondies (Diploma de Estudos Avançados) em Direito Público

1987-1989 Escola Nacional da Administração Pública

1981 Universidade de Atenas

Licenciatura em Direito

Experiência profissional

desde 2004 Conselheiro (Conseiller-Maître) do Tribunal de Contas Helénico 2011-2012 Presidente de Secção do Tribunal de Contas Helénico

1997-2004 Juiz Desembargador (Conseiller Référendaire) do Tribunal de Contas Helénico

1989-1997 Juiz de Primeira Instância (Auditeur) do Tribunal de Contas Helénico

Experiência docente

desde 2010 Professor Auxiliar de Direito Financeiro – Finanças Públicas

Universidade Panteion de Ciência Política, Atenas

(5)

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PT

2007-2010 Docente de «Competências do Tribunal de Contas Helénico»

na Universidade de Atenas

1998-2012 Docente de Direito Financeiro Europeu e Jurisprudência do Tribunal de Justiça

da União Europeia sobre as Liberdades Fundamentais na Escola Nacional Helénica da Magistratura

1997-1998 Docente de Direito Financeiro – Finanças Públicas na Escola Nacional da Administração Pública

Outra formação/experiência

1994 Estágio no Cour des Comptes francês 1995-1996 Adido do membro grego

do Tribunal de Contas Europeu

Livros

(1) Tribunal de Contas: Tendências modernas e evolução

(2) Elementos de Direito Fiscal e Financeiro europeu (SAKKOULAS 2008);

(3) O papel institucional do Tribunal de Contas Helénico (SAKKOULAS 2002, 2.ª edição, 2006);

(4) O Tribunal de Contas Europeu (SAKKOULAS 1999).

Artigos e contributos __________________

Autor de diversos artigos em revistas jurídicas e de contributos em memoriais e livros comemorativos, dos quais os mais relevantes para o cargo em causa são, entre outros:

(1) Rumo a uma nova governação financeira do Estado (2012);

(2) O Tribunal de Contas Europeu (artigos 285.º-287.º do TFEU): Contributo para o volume dedicado à interpretação do TFUE, artigo a artigo (2012);

(3) Relação entre controlo judicial e conclusões das auditorias (comentário sobre a sentença do Tribunal de Justiça da UE no processo «Ismeri Europa Srl contra Tribunal de Contas das Comunidades Europeias») (2012);

(4) Integração europeia e soberania financeira nacional (2007);

(6)

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PT

(5) Estratégias de combate à corrupção no âmbito das competências das Instituições Superiores de Auditoria da União Europeia (2006);

(6) Auditoria financeira das autoridades públicas locais: o exemplo francês (2006);

(7) Influência da jurisprudência no orçamento de Estado (2005);

(8) O juiz de questões relacionadas com o Direito das Finanças Públicas perante o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem (2003);

(9) Fraude lesiva dos interesses da União Europeia e o Tribunal de Contas (1999);

(10) Natureza judicial das instituições de auditoria dos Estados-Membros da União Europeia (1998);

(11) O Tribunal de Contas Europeu e a criação de um «estilo de auditoria europeu» (1998);

(12) Abordagem crítica do conceito de «Tesoureiro Público» (Comptable Public) no Direito Financeiro grego e francês (1995) e

(13) O controlo das empresas públicas e o Tribunal de Contas (1993).

Participação ativa em congressos, colóquios e seminários.

Outros interesses/competências Pintura. Estudou com Giorgos Rorris.

Autor de dois livros sobre estética e literatura, tendo recebido o prémio «Panagiotis Foteas»

em 2009.

(7)

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PT

ANEXO

2

:

RESPOSTAS DE NIKOLAOS MILIONIS AO QUESTIONÁRIO

Experiência profissional

1. Poderá referir os aspetos principais da sua experiência profissional nos domínios das finanças públicas, da gestão ou da auditoria de gestão?

Toda a minha carreira se tem desenrolado no Tribunal de Contas Helénico, desempenhando as funções que a seguir descrevo.

As minhas responsabilidades diziam respeito ao domínio das finanças públicas, de acordo com o meu grau de antiguidade no tribunal, começando como relator e conduzindo ao meu cargo atual de conselheiro. As minhas responsabilidades nas diversas secções incluíam efetuar e, posteriormente, supervisionar auditorias de ministérios, entidades jurídicas de direito

público e autoridades locais.

Durante alguns anos (2007-2011), trabalhei na secção responsável pela auditoria dos projetos financiados pela UE na Grécia e identificação das despesas não elegíveis (correções

financeiras).

Seguidamente (2012-2013), como conselheiro, fui responsável pela auditoria das declarações patrimoniais dos funcionários públicos, incluindo as declarações de impostos de antigos ministros e jornalistas, entre outros.

Durante alguns anos, dirigi a secção de verificação dos contratos de serviços públicos.

Participei na verificação do financiamento comunitário do Museu Benaki, em Atenas, e da Sala de Concertos de Atenas (1998) e das auditorias financeiras relativas às despesas elegíveis do Instituto Nacional do Medicamento (2003) e do financiamento nacional ao Centro Cultural Europeu de Delfos (uma pessoa coletiva de direito privado), acompanhadas de um relatório sobre os problemas de gestão existentes (2012).

Como membro do Tribunal de Contas, fui, durante cerca de dez anos (1997-2006), presidente da comissão de auditoria da Sala de Concertos de Atenas.

Em 2012 fui nomeado membro do grupo de trabalho do Tribunal de Contas responsável por auditorias-piloto, apresentando relatórios às autoridades municipais de Ática, ao Hospital Geral de Atenas e ao Instituto de Tecnologia de Atenas, como parte de uma iniciativa de um grupo de reflexão do Tribunal de Contas para a prestação de assistência técnica ao Tribunal de Contas Helénico e a colaboração com os institutos de auditores neerlandês, belga, francês e alemão no desenvolvimento de métodos modernos de auditoria financeira e de desempenho.

Sou igualmente membro do grupo de trabalho responsável por estreitar relações entre o

Tribunal de Contas Helénico e o Parlamento Helénico. Neste contexto, assisti a um seminário

sobre auditorias de desempenho, em fevereiro de 2013, no Tribunal de Contas neerlandês e a

uma reunião da Comissão de Auditorias Financeiras do Parlamento neerlandês.

(8)

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PT

Durante o meu ano sabático como estagiário em Paris (1993-1994), assisti a conferências e seminários no Tribunal de Contas francês e na Câmara Regional de Contas da Île-de-France.

Entre 1995 e 1996, fui destacado para o Luxemburgo, onde trabalhei como adido no gabinete privado do membro grego do Tribunal de Contas Europeu. Tal deu-me a oportunidade de me familiarizar com os mecanismos financeiros europeus e o significado dos novos processos de auditoria, enriquecendo a minha visão da importância da cooperação internacional.

Além disso, ensinei, durante muitos anos, Direito Financeiro Europeu na Escola Nacional Helénica da Magistratura e em muitas outras faculdades. Em 2010, fui nomeado Professor Auxiliar de Direito Financeiro – Finanças Públicas na Universidade de Ciência Social e Política do Panteão de Atenas.

2. Quais foram as três decisões mais importantes em que participou ao longo da sua vida profissional?

Em primeiro lugar, estive ativamente envolvido na redação da Lei 3871/2010, intitulada

«Gestão e Responsabilidade Financeiras», que introduziu alterações fundamentais no anterior sistema contabilístico nacional e introduziu, pela primeira vez, disposições relativas à

verificação da boa gestão financeira, cumprimento das normas internacionais de auditoria e responsabilização dos gestores de fundos públicos, alterando, de modo fundamental, os processos de elaboração e execução do orçamento do Estado grego. Fui também nomeado membro da comissão legislativa responsável pela redação da Lei 4055/2012, intitulada

«Processo Justo e Duração Razoável Decorrente», responsabilizando o Tribunal de Contas pela execução de auditorias orientadas, auditorias de desempenho e auditorias sistémicas, bem como assegurando o cumprimento pelo organismo objeto da auditoria através de instruções previamente emitidas.

Em segundo lugar, fui nomeado relator pela Câmara do Tribunal de Contas de um parecer favorável ao decreto presidencial que limitava as auditorias preventivas das despesas por parte da administração pública, das pessoas coletivas de direito público e das autoridades locais a montantes que excedessem um determinado limite. A Constituição exigira, anteriormente, a auditoria preventiva de todas as despesas da administração pública sem exceção e esta restrição teve um forte impacto nas ideias e nos processos aceites.

Finalmente, fui relator da Câmara do Tribunal de Contas de uma decisão que estabeleceu critérios de auditoria das receitas municipais.

Independência

3. O Tratado prevê que os membros do Tribunal de Contas serão «completamente independentes» no exercício das suas funções. Como pensa cumprir esta

obrigação no desempenho das funções em que poderá vir a ser investido?

Pertencendo a um organismo de auditoria composto por membros da magistratura, sou

particularmente sensível às disposições do Tratado que requerem a que os membros do

Tribunal de Contas sejam completamente independentes. Tal é necessário e no interesse geral

da União Europeia.

(9)

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PT

Além disso, nas instituições de auditoria pública nos países democráticos, em especial tribunais de contas ou serviços gerais de auditoria, a independência constitui um requisito orgânico, funcional e, com frequência, constitucional fundamental. Visto que os membros do Tribunal de Contas devem ser completamente independentes (artigo 286.º, n.º 1, do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia), considero que a sua conduta profissional e social deve ser, consequentemente, regida por este preceito institucional.

Como membro potencial do Tribunal de Contas, compreendendo a necessidade de completa independência no desempenho das minhas funções, seria inconcebível para mim solicitar ou aceitar pareceres de organismos objeto de auditoria, permitir o desenvolvimento de qualquer forma de dependência ao aceitar ofertas ou favores. Neste aspeto, não basta que a minha consciência esteja tranquila. É também fundamental que não possam surgir nenhumas dúvidas ou suspeitas quanto à minha independência na mente de qualquer observador imparcial.

Como membro potencial do Tribunal de Contas Europeu, é fundamental manter-me independente nas minhas relações não só com os que são objeto de auditoria mas também com todos aqueles que desejem utilizar as minhas conclusões para fins políticos. Isto significa não solicitar nem aceitar instruções de qualquer governo (incluindo o meu) ou outra

organização. É igualmente necessário que me abstenha de quaisquer ações incompatíveis com as minhas funções.

Nesta qualidade, incumbe-me também adotar a garantia institucional de plena independência como crença pessoal e, consequentemente, permanecer objetivo e independente sob todos os aspetos.

4. Recebeu quitação das funções de gestão que desempenhava anteriormente, caso esse procedimento se lhe aplique?

Visto que nunca desempenhei quaisquer funções de gestão, nunca houve qualquer motivo para receber quitação.

5. Tem negócios, participações financeiras ou quaisquer outros compromissos que possam ser incompatíveis com as funções em que poderá vir a ser investido? Está disposto a dar a conhecer todos os seus interesses financeiros, ou quaisquer outros compromissos, ao Presidente do Tribunal de Contas, bem como a divulgá- los publicamente? Caso seja atualmente parte num processo judicial, pode fornecer informações pormenorizadas sobre o assunto?

Não tenho quaisquer negócios ou participações financeiras nem quaisquer outros compromissos que possam ser incompatíveis com as funções em que poderei vir a ser investido como membro do Tribunal de Contas Europeu.

Estou preparado para dar a conhecer todos os meus interesses financeiros e outros compromissos ao Presidente do Tribunal.

Finalmente, não sou parte em qualquer processo judicial.

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PT

6. Está disposto a demitir-se de um cargo para que tenha sido eleito, ou a

abandonar uma função ativa de responsabilidade num partido político, depois da sua nomeação como membro do Tribunal de Contas?

Sim. Não desempenho nenhum cargo para o qual tenha sido eleito, nem tenho qualquer função ativa de responsabilidade num partido político.

7. Como abordaria uma grave irregularidade ou um caso de fraude e/ou corrupção em que estivessem implicadas pessoas do seu Estado-Membro de origem?

A prioridade essencial das instituições europeias consiste em proteger os recursos orçamentais da UE e o seu dever é assegurar a melhor utilização possível do dinheiro dos contribuintes e, sobretudo, evitar fraudes e outras atividades ilegais prejudiciais aos interesses financeiros da União Europeia. Todos esses casos de irregularidades, fraudes e/ou corrupção, por exemplo a evasão a direitos e impostos pagos ao orçamento da UE ou o uso indevido de fundos da UE, têm repercussões negativas para o contribuinte europeu. Deve, pois, ser adotada uma política de tolerância zero nesses casos.

Como membro potencial do Tribunal de Contas Europeu, se as atividades de auditoria efetuadas sob minha responsabilidade descobrirem qualquer infração grave das regras estabelecidas ou qualquer suspeita de irregularidade, fraude e/ou corrupção, não hesitarei em chamar a atenção do Organismo de Luta Antifraude, em conformidade com os requisitos estatutários, com o objetivo de se investigar a questão e se imporem as sanções adequadas, independentemente da nacionalidade dos implicados, mesmo que o caso envolva atores do meu Estado-Membro de origem.

Desempenho das funções

8. Quais deverão ser as características essenciais de uma boa cultura de gestão financeira em qualquer serviço público?

O problema que afeta atualmente o setor público não é a ilegalidade das despesas mas o desperdício que decorre de despesas que cumprem apenas a letra da lei, provocando

simultaneamente o esbanjamento dos fundos públicos (embora legalmente), por exemplo em programas que, embora cumpram ostensivamente todos os requisitos formais, são, no entanto, insustentáveis. Isto demonstra que o cumprimento da prática administrativa estatutária nem sempre é acompanhado pela boa utilização dos fundos públicos.

O critério essencial para a má gestão dos fundos públicos é a desonestidade ou o desperdício por parte daqueles a quem estão confiados e, do mesmo modo, o critério essencial para a boa gestão é a eficiência. Dado que os fundos públicos são gerados pelos sacrifícios dos

contribuintes, esta utilização de recursos privados pelas autoridades públicas deve ser

justificada por razões de interesse público e os fundos devem ser utilizados de forma eficiente

para o fim a que se destinam, que deve ser não só claramente especificado mas também

atingido. Não basta demonstrar que os fundos públicos estão a ser utilizados com o interesse

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PT

público em mente. Devem também verificar-se resultados tangíveis.

O princípio da proporcionalidade está no cerne da boa gestão financeira pública. Tal significa que quaisquer sacrifícios financeiros devem servir efetivamente o interesse público e que deve ser efetuada uma utilização otimizada dos recursos necessários.

A verificação da boa gestão financeira inicia-se, assim, com as outras duas formas de auditoria (verificação de que as contas são verdadeiras e fiéis e as transações subjacentes legais e/ou regulares) e é distinta de ambas.

No contexto do direito europeu, os princípios da boa gestão financeira são incorporados na legislação primária (artigo 287.º, n.º 2, e artigo 317.º do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia) e secundária (artigo 30.º, n.º 2, do Regulamento (UE, Euratom)

n.º 966/2012). A verificação da boa gestão financeira é tradicionalmente dividida em três subcategorias: economia, eficiência e eficácia, conforme especificamente definido no artigo 30.º, n.º 2, do regulamento acima mencionado:

a) O princípio da economia determina que os meios utilizados pela instituição no exercício das suas atividades devem ser disponibilizados em tempo útil, nas quantidades e qualidades adequadas e ao melhor preço.

b) O princípio da eficiência visa a melhor relação entre os meios utilizados e os resultados obtidos.

c) O princípio da eficácia visa a consecução dos objetivos específicos fixados e a obtenção dos resultados esperados.

Na minha opinião, para um serviço público desenvolver uma cultura de boa gestão financeira em concordância com os princípios acima referidos, devem ser preenchidas as seguintes condições:

a) As disposições pertinentes do quadro jurídico devem ser suficientemente claras para assegurar que podem ser aplicadas de forma adequada pelos funcionários e suficientemente diretas para serem compreendidas pelo público em geral.

b) Os objetivos devem ser indicados de forma clara e as responsabilidades dos funcionários envolvidos definidas com precisão.

c) Devem ser introduzidos mecanismos para a livre circulação de dados.

d) Devem ser criados mecanismos que assegurem que os gestores de fundos públicos são responsabilizados perante a autoridade política adequada.

e) São necessários procedimentos de auditoria interna fiáveis que garantam a eficácia dos métodos adotados pelo serviço para atingir os seus objetivos.

9. Segundo o Tratado, o Tribunal de Contas assiste o Parlamento Europeu no

exercício da sua função de controlo da execução do orçamento. Como descreveria

o seu dever de informação do Parlamento Europeu e, em particular, da sua

Comissão do Controlo Orçamental?

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PT

O artigo 287.º do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia estipula que o Tribunal de Contas assista o Parlamento Europeu no exercício da sua função de controlo da execução do orçamento da UE, em especial no contexto do processo de quitação que confirma que a Comissão cumpriu as suas responsabilidades orçamentais. Tal exige um elevado nível de cooperação entre as duas instituições com base em confiança e respeito mútuos, mantendo simultaneamente uma distinção clara entre as funções e responsabilidades de cada uma.

Ao informar o Parlamento Europeu e, em especial, a Comissão do Controlo Orçamental, em conformidade com os meus deveres como membro potencial do Tribunal de Contas,

procurarei cultivar e desenvolver um clima de confiança e cooperação mútuas sinceras com os deputados de modo a assegurar que o Tribunal se encontre mais apto a proporcionar ao

Parlamento a assistência requerida.

Além disso, procurarei contribuir para um clima de cooperação duradouro entre as duas instituições, encorajando o intercâmbio de opiniões e ideias na elaboração do plano de auditoria anual do Tribunal de Contas. Este processo deve ser acelerado através de reuniões regulares entre os membros de ambas as instituições.

A fim de assegurar que a declaração de fiabilidade e os relatórios especiais apresentados pelo Tribunal de Contas são úteis ao Parlamento Europeu, em especial à sua Comissão do Controlo Orçamental, envidarei um esforço especial no sentido de garantir que as observações e

recomendações neles contidas são claras, precisas, fiáveis e devidamente documentadas, identificando quaisquer práticas financeiras ilegais ou irregulares ou outras irregularidades ou deficiências sistemáticas e incluindo avaliações de auditoria de desempenho. Se surgir

qualquer litígio, será necessário que tenha em devida conta as objeções do organismo objeto da auditoria, de modo a assegurar ainda mais a fiabilidade das conclusões.

Como membro potencial do Tribunal de Contas Europeu, envidarei todos os esforços no sentido de garantir que o Parlamento Europeu e a sua Comissão do Controlo Orçamental são informados das conclusões do Tribunal de Contas num espírito de diálogo frutuoso e franca cooperação.

10. O que pensa sobre o valor acrescentado produzido pela auditoria de desempenho e de que modo deverão as conclusões desse procedimento ser incorporadas na gestão?

O objetivo da auditoria de desempenho é avaliar a qualidade e eficácia das políticas públicas antes, durante e após a sua aplicação. Deve ser efetuada uma avaliação de desempenho objetiva durante a totalidade da duração das iniciativas públicas, avaliando contributos, realizações, resultados e impacto, ou seja, as mudanças sociais a longo prazo devidas, pelo menos em parte, às iniciativas da União Europeia. Conforme acima referido, o desempenho é avaliado com base nos princípios da boa gestão financeira (economia, eficiência e eficácia). A auditoria de desempenho constitui uma adição fundamental à auditoria financeira tradicional e à verificação da legalidade e regularidade e é crucial para o controlo orçamental dos

programas, a fim de assegurar o cumprimento de objetivos, prazos e procedimentos

administrativos e a afetação dos recursos e fundos adequados em cada caso. Os objetivos

programados devem ser específicos, mensuráveis, realizáveis, realistas e limitados no tempo

(SMART) para todos os domínios de atividade abrangidos pelo orçamento.

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PT

I. Na minha opinião, o valor acrescentado produzido pela auditoria de desempenho, tornando-a um instrumento essencial para efeitos das auditorias atuais, consiste no seguinte:

a) A auditoria de desempenho integra o planeamento estratégico dos programas com objetivos prioritários, específicos e mensuráveis, criando uma relação clara entre o fim e os meios.

b) A auditoria de desempenho serve para relembrar aos gestores financeiros a sua

responsabilidade de garantir eficiência e eficácia nos seus processos de tomada de decisões administrativas e financeiras e respetiva aplicação, de modo a reduzir despesas injustificadas.

c) A auditoria de desempenho responsabiliza os gestores perante a autoridade política pertinente.

Como parte do processo de auditoria interno, o valor acrescentado produzido pela auditoria de desempenho consiste na apresentação das conclusões aos administradores do organismo que a requisitaram, que podem então decidir que utilização lhes dar.

Por outro lado, o valor acrescentado para efeitos de auditoria externa reside no facto de ser efetuada por organismo externo, independente da administração do organismo objeto da auditoria (que estabelece o âmbito e os métodos), e de as conclusões da auditoria serem divulgadas não apenas à administração do organismo objeto da auditoria mas também ao organismo político perante o qual é responsabilizado, ou seja, o Parlamento.

II. As conclusões da auditoria de desempenho devem ser valorizadas e incorporadas nos procedimentos administrativos da seguinte forma:

a) A adoção pelo organismo objeto de auditoria das observações e recomendações contidas nos relatórios especiais de auditoria de desempenho em relação aos problemas sistémicos descobertos no domínio por ele abrangido (por exemplo, complexidade ou ausência de clareza da legislação a aplicar, erros e ambiguidades na definição dos objetivos dos programas, atenção insuficiente no estabelecimento de objetivos SMART ou ausência de objetivos intercalares adequados para a realização a prazo dos objetivos multianuais

específicos).

b) O acompanhamento e a avaliação regulares pelo organismo auditor do seguimento pós-auditoria, a adoção pelo organismo objeto de auditoria das recomendações e a

apresentação de relatórios sobre esta ao órgão político relevante.

O Parlamento Europeu é mantido informado dos progressos pela Comissão e pelos

Estados-Membros quanto à aplicação destas recomendações. O Tribunal de Contas Europeu elaborou orientações para as auditorias de desempenho para verificação da gestão financeira da Comissão e dos programas financiados pela UE. O Tribunal de Contas Europeu verifica igualmente a autoavaliação da Comissão quanto à realização dos objetivos de desempenho nos planos anuais de gestão da Direção-Geral em questão.

Numa época de grave crise económica e financeira, a auditoria de desempenho pode, na

minha opinião, constituir um meio particularmente eficaz de proporcionar respostas credíveis

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PT

a quaisquer perguntas dos cidadãos europeus relativas à aplicação das políticas públicas da União Europeia.

Estão a ser desenvolvidas medidas para melhorar a gestão financeira graças ao Parlamento Europeu, à imprensa e à opinião pública, com base na informação, nos argumentos e nas recomendações contidas nos relatórios da instituição de auditoria. O Tribunal de Contas Europeu pode exercer influência através da mensagem que envia. A convicção e a

credibilidade do processo democrático estão, na minha opinião, fundamentalmente associadas à utilização das conclusões das auditorias de desempenho, que devem, por conseguinte, ser facilmente compreensíveis e utilizáveis como parte integrante do debate público democrático.

11. Como se poderá proceder ao reforço da cooperação entre o Tribunal de Contas, as instituições nacionais de auditoria e o Parlamento Europeu (Comissão do Controlo Orçamental) no que diz respeito à auditoria do orçamento da UE?

I. O artigo 287.º, n.º 3, do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia indica que a auditoria será efetuada no Estado-Membro em colaboração com as instituições nacionais de auditoria. Dado que o Tribunal de Contas Europeu trabalha de forma independente e

estritamente em conformidade com as disposições do Tratado, não pode ser influenciado pela boa ou má vontade das instituições nacionais de auditoria em colaborar com ele.

Na minha opinião, é necessário reforçar a cooperação entre o Tribunal de Contas Europeu e as instituições nacionais de auditoria, que estabeleceram um canal sustentável de comunicação entre eles, por meio de:

a) O Comité de Contacto do Tribunal de Contas Europeu e os presidentes das instituições nacionais de auditoria, que se reúnem anualmente para a criação de orientações comuns relativas às auditorias;

b) Os agentes de ligação das instituições nacionais de auditoria que têm um contacto permanente com o Tribunal de Contas Europeu;

c) A participação no trabalho da INTOSAI e da EUROSAI, colocando em contacto instituições nacionais de auditoria europeias e também de países não europeus.

A cooperação entre estes está a tornar-se mais eficaz devido a:

a) Assistência das instituições nacionais de auditoria quanto às verificações por amostragem das despesas da UE nos Estados-Membros pelo Tribunal de Contas Europeu;

b) Verificação conjunta pelas instituições nacionais de auditoria e pelo Tribunal de Contas Europeu, iniciativa que ainda se encontra numa fase experimental;

c) Utilização pelo Tribunal de Contas Europeu, a pedido, dos dados ou conclusões da verificação das instituições nacionais de auditoria quanto às receitas e despesas da UE.

A cooperação institucional entre o Tribunal de Contas Europeu e as instituições nacionais

deve ser reforçado em consonância com o existente entre o Tribunal de Justiça Europeu e os

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tribunais nacionais.

Para assegurar o cumprimento do princípio da subsidiariedade e evitar a duplicação de controlos de forma mais eficaz, as instituições nacionais de auditoria podiam efetuar auditorias ao financiamento da UE nos Estados-Membros em nome do Tribunal de Contas Europeus e informar este. Tal requereria a harmonização e a coordenação dos procedimentos de auditoria e uma metodologia de auditoria europeia comum. Tal poderia ser conseguido por meio de seminários para o pessoal dos organismos de auditoria nacionais relativamente a questões decorrentes do financiamento e auditorias europeus e de um maior envolvimento nos controlos efetuados pelo Tribunal de Contas Europeu nos Estados-Membros. Isto poderia conduzir a uma cooperação mais construtiva, dado que os organismos de auditoria nacionais se encontram em posição de compilar informação sobre os seus próprios procedimentos nacionais e conhecem melhor a sua legislação nacional e práticas administrativas.

Iniciativas como a introdução de um modelo de auditoria harmonizado para combinar, de forma eficaz, as conclusões dos controlos externos e internos (auditoria única, acórdão 2/2004 do Tribunal de Justiça Europeu) Seria igualmente possível aproveitar a experiência das

auditorias conjuntas pelos organismos nacionais de auditoria em determinadas áreas de interesse da UE. Recentemente (em março de 2013), foi estabelecida uma cooperação permanente entre o Tribunal de Contas Europeu e os organismos de auditoria nacionais nas zonas euro relativamente à auditoria externa pública do Mecanismo Europeu de Estabilidade.

A colaboração entre o Tribunal de Contas Europeu e os organismos de auditoria nacionais poderia ser organizada segundo orientações particularmente eficazes, reforçando as auditorias conjuntas a fim de obter uma maior cooperação para benefício mútuo dos auditores

envolvidos, através do intercâmbio de informações e experiências.

Simultaneamente, a assistência pelo Tribunal de Contas Europeu aos processos de auditoria nacionais (autorizada ao abrigo das regras internacionais de auditoria) depende do

cumprimento das normas internacionais de auditoria e da sua correta aplicação pelos

organismos de auditoria nacionais. De qualquer modo, embora a cooperação seja necessária, não deve transformar-se em subordinação. É, portanto, necessário garantir a paridade

institucional entre o Tribunal de Contas Europeu e os organismos de auditoria nacionais.

II. Não é segredo para ninguém que o Tribunal de Contas Europeu foi criado por iniciativa do Parlamento Europeu e, mais especificamente, a sua Comissão do Controlo Orçamental (presidida por Heinrich Aignet) que, em 1973, requereu a criação de um

organismo de auditoria europeu. O Parlamento Europeu considerou o recém-criado Tribunal de Contas Europeu como um aliado nas amplas operações de verificação das atividades da Comissão e do orçamento europeu.

Normalmente, o Parlamento Europeu apoia as conclusões do Tribunal de Contas Europeu e insta as outras instituições europeias a seguirem as suas recomendações. Desta forma, o Tribunal de Contas Europeu presta uma assistência valiosa ao Parlamento Europeu relativamente ao processo de quitação que confirma que a Comissão cumpriu as suas responsabilidades orçamentais.

Para o efeito, os relatórios do Tribunal de Contas Europeu devem ser claros e bem

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documentados. Além disso, deve ter em conta as observações e recomendações do Parlamento contidas no seu relatório de quitação e incorporá-las no seu planeamento das auditorias.

Outras questões

Estaria disposto a retirar a sua candidatura, caso o parecer do Parlamento Europeu sobre a sua nomeação como membro do Tribunal de Contas fosse desfavorável?

Sim. Para assegurar um diálogo e uma cooperação bem-sucedidos entre o Parlamento Europeu e o Tribunal de Contas Europeu, é evidentemente fundamental que os deputados ao Parlamento Europeu (em especial, a Comissão do Controlo Orçamental) confiem na

independência e capacidades profissionais dos membros do Tribunal de Contas Europeu. Se o

parecer do Parlamento Europeu sobre a minha nomeação fosse desfavorável, refletindo

dúvidas quanto às minhas qualidades neste aspeto, consideraria isso como motivo para retirar

a minha candidatura.

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RESULTADO DA VOTAÇÃO FINAL EM COMISSÃO

Data de aprovação 2.12.2013

Resultado da votação final +:

–:

0:

14 5 3 Deputados presentes no momento da

votação final Marta Andreasen, Jean-Pierre Audy, Inés Ayala Sender, Zuzana Brzobohatá, Tamás Deutsch, Jens Geier, Gerben-Jan Gerbrandy, Ingeborg Gräßle, Monica Luisa Macovei, Jan Mulder, Eva Ortiz Vilella, Bart Staes, Georgios Stavrakakis, Michael Theurer

Suplente(s) presente(s) no momento da votação final

Chris Davies, Cornelis de Jong, Monika Hohlmeier, Karin Kadenbach, Ivailo Kalfin, Markus Pieper

Suplente(s) (nº 2 do art. 187º) presente(s)

no momento da votação final Zita Gurmai, Janusz Władysław Zemke

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