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O que foi o pré-modernismo?

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Academic year: 2022

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O que foi o pré-modernismo?

Pré-modernismo é como ficou conhecido o período literário brasileiro que vai de 1902 até 1922. Na Europa, o período que antecedeu ao modernismo foi marcado pela tensão política entre os países imperialistas e pelo

surgimento dos movimentos de vanguarda. Já no Brasil, a Proclamação da República, o surgimento das favelas e a Guerra de Canudos são alguns fatos históricos que levaram os autores desse período a realizarem críticas sociais, econômicas e políticas em suas obras.

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Por ser um período de transição, o pré-modernismo apresenta traços de estilos do século XIX, como: realismo, naturalismo, parnasianismo e

simbolismo. Além disso, é marcado por um nacionalismo crítico, ou seja, sem idealizações românticas. Desse modo, autores como Lima Barreto, Graça Aranha e Monteiro Lobato mostraram, em prosa, um Brasil sem retoques, enquanto o poeta Augusto dos Anjos revelava sua descrença na espécie humana.

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Contexto histórico do pré-modernismo

A virada do século XIX para o século XX correspondeu, no Brasil, a uma transição do regime monárquico para o republicano. É o chamado período da República Velha,

muitas vezes também denominado de

“República do Café com Leite”, graças à oligarquia promovida pelos grandes

latifundiários dos estados de São Paulo e Minas Gerais. Eram eles os responsáveis por decidir os rumos da política e da economia brasileiras.

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Também eram influentes outras camadas da classe dominante, como o Exército e a

burguesia industrial, que ganhava força especialmente em São Paulo e no Rio de Janeiro. O surgimento do modo de

produção industrial brasileiro trouxe

consigo o aumento da urbanização e criou novos estratos sociais, como o proletariado e o subproletariado. Além disso, com a consolidação da economia cafeeira, declinava cada vez mais a cultura de cana-de-açúcar no Nordeste brasileiro.

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No entanto, nas cidades surgia uma classe média reformista e, nos quartéis, uma geração de militares, entusiasmados por ideias positivistas, que exigiam mudanças.

Ao mesmo tempo, surgia pela primeira vez no país uma massa popular insatisfeita e propensa à revoltas sem sentido, como por exemplo a rebelião contra a vacina

obrigatória (Revolta da Vacina), em 1904.

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No Brasil, o Pré-Modernismo chega no

momento em que o país está inserido na Belle Époque, ou seja, em uma época de renovação e avanços científicos e tecnológicos causados pela influência francesa, principalmente no Rio de Janeiro.

É também o momento de consolidação do regime republicano, em que muitas revoltas populares aconteceram. Afinal, a população contestava e reprovava as novas políticas republicanas. Alguns dos conflitos mais

importantes foram: a Revolta da Vacina (1904), a Revolta da Chibata (1910), a Guerra do

Contestado (1912-1916), entre outras.

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Muitos estudiosos não consideram o Pré-Modernismo como uma Escola Literária, já que tem obras artísticas e literárias com características muito distintas.

Podemos dizer que ele uniu

características de outras correntes literárias, como o neorrealismo,

neoparnasianismo e neossimbolismo.

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Principais características do Pré-modernismo

Denúncia dos problemas sociais enfrentados, como fome, miséria, abismos sociais, conflitos, entre outros.

Aproximação da obra literária ao contexto social, político e econômico.

Regionalismo, ou seja, passou-se a valorizar a própria cultura.

Marginalização dos personagens principais.

Linguagem informal, como oposição ao Arcadismo que possuía linguagem bastante formal.

Naturalismo, ou seja, ocorria descrição minuciosa dos personagens e dos cenários.

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Principais autores do Pré-Modernismo

No Pré-Modernismo, os autores assumiram uma postura mais crítica em relação à sociedade e aos

modelos literários anteriores. Esses autores foram responsáveis por dar início às novas tendências que

inspiraram os modernistas de 1922.

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Euclides da Cunha (1866-1909)

Euclides da Cunha foi escritor, poeta, ensaísta, jornalista, historiador, sociólogo, geógrafo, poeta e engenheiro. Ocupou a cadeira 7 da Academia Brasileira de Letras de 1903 a 1906.Como

jornalista, foi convidado para cobrir a Guerra de Canudos. A Guerra de Canudos (1896 – 1897) foi um movimento popular de cunho religioso, na Bahia, que inspirou um dos mais importantes livros desse período: “Os Sertões”.A obra “Os Sertões”

narra a luta do povo sertanejo contra os desmandos da elite. Euclides da Cunha testemunhou o evento durante três semanas e conseguiu mesclar estilos da prosa artística e da prosa científica.

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Graça Aranha (1869-1931)

Graça Aranha foi um escritor e diplomata maranhense. Além disso foi um dos

fundadores da Academia Brasileira de Letras e um dos organizadores da Semana de Arte

Moderna de 1922.Sua obra de maior destaque é “Canaã” publicada em 1902. A obra aborda a migração alemã no estado do Espírito Santo.

Outras obras de Graça Aranha que merecem destaque são: “Malazarte”, “A Estética da Vida” e “Espírito Moderno”.

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Lima Barreto (1881-1922)

Lima Barreto foi escritor e jornalista. Foi um grande crítico do ufanismo e do positivismo em suas obras, nas quais fazia críticas às mazelas sociais. Boa parte de suas obras foram descobertas e publicadas após sua morte.Sua principal obra foi “Triste Fim de Policarpo Quaresma”, escrito em tom

coloquial. O livro narra a história de um funcionário público, Policarpo Quaresma, que em uma de suas ações reconhece o tupi como idioma principal do Brasil em sinal de valorização da cultura brasileira.

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Augusto do Anjos (1884-1914)

Apesar de ser considerado simbolista, o poeta Augusto dos Anjos teve grande destaque no período pré-moderno.Conhecido como o

"poeta da morte" pelos temas inquietantes e sombrios explorados, ele ocupou a cadeira n°

1 da Academia Paraibana de Letras. Sua única obra publicada em vida, Eu (1912), reúne

diversos poemas que chocam pelos temas, pela agressividade, pelo uso de uma linguagem coloquial e cotidiana, bem como o de palavras consideradas antipoéticas

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Conclusão

Era um Brasil republicano, em que a economia não dependia mais do trabalho escravo, e o ambiente urbano, com suas indústrias, passava a ter protagonismo na história econômica e cultural do país, que entrava, enfim, na modernidade. Assim, o pré-modernismo fez a ponte entre o passado rural, escravocrata e imperial e o futuro urbano, republicano e dependente da força de trabalho do operariado.

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Quando, em 1922, durante a Semana de Arte Moderna, o modernismo foi

inaugurado no Brasil, suas bases já estavam fixadas. O novo estilo mostrava uma atitude antipassadista, realista e nacionalista, além de apresentar um caráter revolucionário, questionador e experimental. Em busca de uma identidade brasileira, os autores do período recorreram ao regionalismo, à crítica social, econômica e política, e à valorização da diversidade étnica e cultural.

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