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A IMPORTÂNCIA DO EXERCÍCIO FÍSICO NO CONTROLE DA HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA E UMA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO NO MUNICÍPIO DE CASTELO

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Academic year: 2022

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DE INTERVENÇÃO NO MUNICÍPIO DE CASTELO

AN IMPORTANCE OF PHYSICAL EXERCISE IN CONTROL OF ARTERIAL SYSTEMIC HYPERTENSION AND A PROPOSAL

FOR INTERVENTION IN THE CASTLE CITY

UNGARATO, Débora Castelan1 NICOLI, Gabriela2 BEIRIZ, Cíntia Schiavini3

RESUMO

A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é uma doença multicausal e multifatorial que acomete grande parte da população mundial, sendo considerada uma enfermidade que compromete a saúde pública. Através do agravamento comprovado sobre a doença investigada, o atual estudo possui como principal objetivo identificar a quantidade de hipertensos do bairro Esplanada, da cidade de Castelo-ES, e posteriormente, orientar os mesmos sobre a prática constante de exercícios físicos para melhoria da saúde, propondo, adicionalmente, um plano de intervenção a esta população. A pesquisa corresponde metodologicamente a um estudo quali-quantitativo, que irá quantificar o número de hipertensos local, e qualificá-los de acordo com gênero; raça/cor; e idade. Diante disso, fica claro que a educação em saúde é fundamental para maior adesão e continuidade ao tratamento de HAS. É imprescindível que o Profissional de Educação Física (PEF), em conjunto com a equipe multidisciplinar do Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF), oriente os indivíduos sobre as características desta enfermidade, bem como os efeitos do exercício físico no controle da pressão arterial (PA), redução dos custos com medicamentos e seus efeitos colaterais, assim como, prevenção de comorbidades e melhora da qualidade e expectativa de vida.

Palavras-chave: Hipertensão Arterial Sistêmica; Exercício Físico; Prevenção.

1 Graduanda do Curso de Educação Física Bacharelado: 8° período, do Centro Universitário São Camilo-ES – deboracastelanungarato@gmail.com.

2 Graduanda do Curso de Educação Física Bacharelado: 8° período, do Centro Universitário São Camilo-ES – gabriela10nicoli@hotmail.com.

3 Professora orientadora. Mestrado em Saúde, Educação e Meio Ambiente. Centro Universitário São Camilo-ES – cintiabeiriz@saocamilo-es.br.

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ABSTRACT:

Systemic Arterial Hypertension (SAH) is a multicausal and multifactorial disease that affects a large part of the world population, being considered a disease that compromises public health. Through the proven aggravation of the disease investigated, the current study has as its main objective to identify the number of hypertensive people in the Esplanada neighborhood, in the city of Castelo- ES, and later to guide them about the constant practice of physical exercises to improve health, proposing, in addition, an intervention plan for this population.

The research corresponds methodologically to a qualitative and quantitative study, which will quantify the number of local hypertensive individuals, and qualify them according to gender; race / color; and age. Given this, it is clear that health education is fundamental for greater adherence and continuity to the treatment of hypertension. It is essential that physical education professional (PEF), together with the multidisciplinary team of the Family Health Support Center (NASF), guide individuals on the characteristics of this disease, as well as the effects of physical exercise on blood pressure (BP) control, reduction of medication costs and side effects, as well as prevention of comorbidities and improvement in quality and life expectancy.

Keywords:Systemic Arterial Hypertension; Physical exercise; Prevention.

INTRODUÇÃO

A prevalência de doenças cardiovasculares (DCV) em adultos é preocupante, sendo responsável por altas taxas de internação e mortalidade.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (2019), “[...] mais pessoas morrem anualmente de doenças cardiovasculares (DCV) do que de qualquer outra causa. Estima-se que 17,9 milhões de pessoas morreram de DCV em 2016, representando 31% de todas as mortes globais [...].”

Dentre as diversas doenças relacionadas ao aparelho circulatório destaca-se a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), uma doença multicausal e multifatorial que acomete grande parte da população mundial, sendo considerada uma enfermidade que compromete a saúde pública, devido a sua cronicidade e seus gastos com medicamentos e internações, além de desenvolver incapacidade funcional e agravar os índices de aposentadoria precoce. Esta temática se torna ainda mais preocupante quando se analisa a taxa de prevalência de HAS no Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de

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Hipertensão (2017), “no Brasil, cerca de 30% da população, acima de 20 anos, é portadora da doença.”

Através do agravamento comprovado sobre a doença investigada, o atual estudo possui como principal objetivo identificar a quantidade de hipertensos do bairro Esplanada, na cidade de Castelo-ES, e posteriormente, orientar os mesmos sobre a prática constante de exercícios físicos para melhoria da saúde, propondo, adicionalmente, um plano de intervenção com exercícios físicos para incentivar a aderência a uma vida mais ativa e saudável, sendo estes registrados na Programa de Saúde da Família (PSF) local.

Levando em consideração o tema escolhido, destaca-se como justificativa social, a orientação sobre os benefícios do exercício físico na prevenção e no controle da HAS, por se tratar de uma doença crônica, que segundo Mancia et al. (2013) apud Antunes; Valentim; Pereira (2015), é uma doença endêmica que contribui para o aumento exacerbado da taxa de morbidades e mortalidade, e que poderá se agravar até o ano de 2025 no mundo inteiro. Vale destacar que o controle da HAS se dá através de melhores hábitos alimentares e, principalmente, com a prática constante de exercícios físicos prescritos corretamente por um Profissional de Educação Física (PEF).

Apresenta-se, também, como justificativa pessoal a importância da participação do PEF atuando na promoção e prevenção da saúde, juntamente com a equipe multiprofissional do Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF).

Portanto, a pesquisa corresponde metodologicamente a um estudo quali-quantitativo, que irá quantificar o número de hipertensos do bairro Esplanada, da cidade local, e qualificá-los de acordo com gênero; raça/cor; e idade. Através da investigação realizada, pretende-se quantificar o número de hipertensos e desenvolver um plano de intervenção para conscientizar estes indivíduos que habitam o bairro Esplanada, da cidade de Castelo-ES, e estão registrados no PSF sobre os benefícios do exercício físico no controle da pressão arterial (PA).

DESENVOLVIMENTO

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A HAS é uma síndrome multifatorial e assintomática, devido a essa característica, o diagnóstico pode ser demorado, deixando o indivíduo mais propenso a não adotar mudanças no estilo de vida ou abandonar o tratamento, reduzindo assim, a qualidade e a expectativa de vida do hipertenso. Desta forma, se torna imprescindível a aferição rotineira da PA para a prevenção de eventos cardiovasculares. Segundo a Sociedade Brasileira de Hipertensão (2017), “em indivíduos saudáveis a pressão arterial considerada ótima deve ser de 120/80 mmHg; normal 130/80 mmHg; e limítrofe 140/90 mmHg.”

Existem dois fatores de risco para o acometimento de HAS, eles podem ser endógenos ou exógenos, o primeiro está relacionado a fatores não modificáveis, são eles: faixa etária, gênero, etnia e herança genética. Os fatores exógenos possuem prevenção, ou seja, são modificáveis, e estão vinculados aos hábitos de vida. Ter uma alimentação saudável, reduzir o consumo de sal, praticar exercícios físicos, amenizar o estresse, evitar o sobrepeso, o consumo de álcool, o tabagismo e o uso de anticoncepcionais, pode tanto prevenir a HAS, como controlá-la, e ainda, evitar o aparecimento de comorbidades.

Sabe-se que o risco de adquirir HAS aumenta com a idade, gênero, etnia, e hereditariedade, ou seja, indivíduos com familiares hipertensos possuem maior risco de se tornarem hipertensos. Referente à idade como fator de risco, pode-se destacar a ocorrência de diversas alterações funcionais e fisiológicas, diretamente relacionadas ao processo de envelhecimento. Esse declínio biológico já se inicia desde os 30 anos de idade e ocorre com mais intensidade em indivíduos sedentários, tornando-os mais propensos aos transtornos no sistema cardiovascular. De acordo com a Sociedade Brasileira de Hipertensão (2017), nos indivíduos com mais de 60 anos, a prevalência de pressão alta é de até 60%; acima de 40 anos, de 25 a 30%.

Quanto à influência de gênero, “a prevalência global de HAS entre homens e mulheres é semelhante, embora seja mais elevada nos homens até os 50 anos, invertendo-se a partir da quinta década.” (VI Diretrizes Brasileiras da Hipertensão Arterial, 2010, p. 8). A inversão desse índice se deve ao fato de

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que o estrogênio (hormônio feminino) exerce função protetora no sistema cardiovascular de mulheres pré-menopausadas.

A etnia também é um fator de risco relevante para HAS, conforme relata a VI Diretrizes Brasileiras da Hipertensão Arterial (2010, p. 8):

Em relação à cor, a HAS é duas vezes mais prevalente em indivíduos de cor não branca. Estudos brasileiros com abordagem simultânea de gênero e cor demonstraram predomínio de mulheres negras com excesso de HAS de até 130% em relação às brancas. Não se conhece, com exatidão, o impacto da miscigenação sobre a HAS no Brasil.

A partir dessas indicações, a prática regular de exercícios físicos é de fundamental importância para a prevenção e tratamento da HAS por propiciar a redução e o controle dos níveis pressóricos e prevenir comprometimentos cardiovasculares, bem como reduzir a taxa de morbimortalidade e melhorar a qualidade de vida de hipertensos, contribuindo em diversos fatores para a melhora da saúde desses indivíduos, como o aumento do volume sistólico e do débito cardíaco, aumento da sensibilidade à insulina, redução do sobrepeso, do percentual de gordura, aumento do tecido muscular e ósseo, e redução dos índices de aposentadoria precoce por hipertensão.

Evidencia-se o efeito hipotensivo pós-exercício, caracterizado pela diminuição da PA abaixo da condição pré-exercício, tanto em indivíduos hipertensos quanto normotensos. A HAS é uma das principais condições de risco para DCV, como acidente vascular encefálico (AVE), infarto agudo do miocárdio e insuficiência cardíaca. Estudos comprovam que mesmo pequenas ou moderadas reduções da PA, possuem benefício significativo na saúde de hipertensos, conforme preconiza o American College of Sports Medicine (2004) apud Cardozo, D.; et al. (2014, p. 531), “[...] decréscimos de 3 mmHg na PA podem reduzir os riscos de acidente vascular [encefálico] em até 12%, e de adquirir doença arterial coronariana em até 9%.”

Podemos ainda citar maior autonomia na realização das atividades da vida diária (AVD), diminuição do estresse e da incidência de depressão, devido à liberação de endorfina e socialização proporcionada pelo meio.

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Levando em consideração a cidade investigada, segundo os dados do IBGE (2019), a cidade de Castelo localiza-se na região Sudeste, no Espírito Santo. Apresenta uma população estimada de 37.534 pessoas, com uma densidade demográfica de 52,32 hab/km². Conforme dados do IBGE (2017), o salário médio mensal dos trabalhadores formais encontra-se em 1,8 salários mínimos e a “população ocupada” em relação à população total é de 21,1%.

Dentre os diversos bairros localizados na área urbana, destaca-se o bairro Esplanada.

A localidade do mesmo encontra-se na zona urbana da cidade, e, segundo a enfermeira Caroline Cardoso Morais Carvalho, do PSF, existem aproximadamente três mil oitocentos e dezesseis (3.816) habitantes, sendo a maioria com uma renda per capita inferior aos valores ideais.

Através deste número de habitantes, as autoras do presente artigo obtiveram acesso as sete (7) microáreas do PSF do bairro estudado. Mediante os dados obtidos, pode-se classificar a população em quatrocentos e quarenta e nove (449) hipertensos, equivalendo a aproximadamente 12% da população local. Sendo que, na cidade de Castelo-ES, o maior índice de internações hospitalares refere-se às doenças do aparelho circulatório (DAC).

Segundo o Relatório Anual de Gestão (2018) do Município de Castelo ES, as DAC foram as principais causas de internação em 2018, totalizando 390 internações por DAC, de 2.928 casos de internação. Ao analisar a taxa de mortalidade por causas, o número de óbitos por DAC continua em destaque, sendo este 79 óbitos, em um total de 268 mortes no ano de 2018.

MATERIAIS E MÉTODOS

A presente pesquisa é de cunho quali-quantitativo, e segundo Víctora, Knauth e Hassen (2000, p. 37) refere-se:

Os métodos quantitativos de pesquisa são utilizados fundamentalmente para descrever uma variável quanto a sua tendência central ou dispersão – média, mediana, moda – ou

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dividi-la em categorias e descrever a sua frequência – taxas e medidas de risco – em grandes populações. Já os métodos qualitativos de pesquisa não têm qualquer utilidade na mensuração de fenômenos em grandes grupos, sendo basicamente úteis para quem busca entender o contexto onde algum fenômeno ocorre. Assim sendo, eles permitem a observação de vários elementos simultaneamente em um pequeno grupo. Essa abordagem é capaz de propiciar um conhecimento aprofundado de um evento, possibilitando a explicação de comportamentos.

Sendo considerada de caráter empírico analítica com abordagem em um estudo de caso, no qual, “investiga-se um fenômeno ou situação em profundidade para obter uma ampla compreensão, a qual poderá contribuir para explicar casos similares.” (TOMAS; NELSON, 2002).

Para o desenvolvimento da pesquisa, foram selecionados treze (13) artigos científicos, publicados entre os anos de 2014 a 2019, encontrados no google acadêmico, Scielo, Sociedade Brasileira de Hipertensão, Diretrizes Brasileiras de Hipertensão, American College of Sports Medicine (ACSM), além de visitas aos sites da Prefeitura Municipal de Castelo e do IBGE. Outras fontes de pesquisa foram os livros, especificamente quatro (4), que foram publicados no ano de 2010 (1), 2018 (2) e 2000 (1). Para a seleção dos artigos foi-se realizado uma leitura dos resumos e das palavras-chave dos mesmos, além das datas de publicação que deveriam ser acima de 2014. Os critérios de inclusão foram: relatar sobre a HAS, comprovar os benefícios dos exercícios físicos para a HAS, efeito hipotensor pós-exercício em indivíduos hipertensos, exercícios aeróbicos e resistidos e seus efeitos para a HAS.

Para a construção do estudo de caso foi-se analisada a quantidade de hipertensos presentes no Bairro Esplanada, da cidade de Castelo-ES. A escolha do bairro se deve a três (3) reuniões realizadas, no mês de junho, com uma parte da população portadora de HAS, cadastrada no PSF. Segundo Oliveira et al. (2010), a Secretaria Municipal de Saúde desenvolveu, em 1998, o PSF constituído por uma equipe multiprofissional composta por médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem e agentes comunitários de saúde. Na década seguinte, foi criado o NASF que passou a contar com a participação dos PEF na promoção e prevenção da saúde através da prática de exercícios

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físicos. Por isso, com o auxílio do NASF, a presente reunião teve origem por um PEF local, e, que trabalha juntamente com o secretário de esportes da cidade. Nas presentes discussões, realizadas no decorrer do mês, o profissional discutia sobre os benefícios dos exercícios aeróbicos para indivíduos portadores de HAS, propondo um plano de caminhada orientada oferecidos gratuitamente para a população local.

O somatório do número de hipertensos só foi possível após uma coleta de dados realizados pelos agentes de saúde do PSF local e pelas reuniões oferecidas pelo PEF. Com a coleta dos resultados, desenvolveram sete (7) microáreas para representar a quantidade de hipertensos do bairro, cada uma delas com uma quantidade de pessoas, que foram classificadas quanto ao nome, raça/cor, ID domicílio, Pront. Familiar, nascimento, hipertenso, diabético e gestante. Para o presente artigo, dados como nome, raça/cor, nascimento e hipertenso serviram para a construção da pesquisa.

Referente ao bairro estudado e as microáreas disponíveis, com o auxílio do programa Excel, as pesquisadoras realizaram uma média aritmética para classificar o grupo de hipertensos do bairro. Mediante a isto, foram construídos gráficos para representar a média geral do grupo analisado.

Através dos resultados encontrados, pode-se analisar a prevalência do grupo de hipertensos, quanto ao sexo, raça/cor e média de idades. Por isso, foi-se necessário quantificar o número de hipertensos do bairro, colaborando com possíveis pesquisas que poderão ser realizadas com a população, além de contribuir diretamente com o desenvolvimento de projetos sociais para estes moradores. Vale destacar que, atualmente, existe um projeto piloto com estes moradores, mas poucas são as pessoas que participam arduamente do mesmo.

Neste projeto, é oferecida uma caminhada orientada, com a presença de enfermeiros e alunos de educação física do Centro Universitário São Camilo para o monitoramento dos indivíduos durante a atividade. Entretanto, o número de moradores é pequeno, sendo assim, a proposta é a criação de uma estratégia de conscientização a cerca da importância do exercício físico no controle da PA e assim, despertar o interesse da população, para prática de

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exercícios propondo, posteriormente, exercícios resistidos, que nos últimos anos passou a ser algo discutido entre os pesquisadores, médicos e PEF.

Estes passaram a levantar hipóteses sobre o efeito do exercício resistido no organismo dos hipertensos e a redução ou não dos valores pressóricos arteriais.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Para a prevenção da HAS, uma das soluções mais econômicas e acessíveis à população é a prática de exercícios físicos, contribuindo inicialmente com o “aumento da frequência cardíaca, do débito cardíaco, da resistência vascular periférica, da pressão arterial sistólica e manutenção ou diminuição da diastólica.” (SBH, 2002 apud SILVA, 2014, p. 65).

Posteriormente, os exercícios físicos geram um efeito crônico no organismo, este se refere à redução dos valores pressóricos arteriais; além disso, a prática constante do mesmo gera um efeito hipotensor logo após a prática da atividade, que segundo Negrão; Forjaz; Brum (1994) apud Silva et al.

(2014, p. 66), com a redução dos níveis pressóricos no organismo, haverá um aumento da liberação de prostraglandina-E. Tratando-se de um hormônio vasodilatador que reduzirá a resistência vascular periférica resultando na diminuição da frequência cardíaca, e, subsequentemente, contribuindo para uma diminuição da PA pós-exercício físico.

Contudo, estudos recomendam, para indivíduos portadores de HAS, a prática de exercícios aeróbios e resistidos de baixa a moderada intensidade, por promoverem benefícios neuromotores e hemodinâmicos.

Diversas pesquisas evidenciam os benefícios significativos dos exercícios aeróbios para hipertensos. Porém, ainda há controvérsias sobre os efeitos dos exercícios resistidos para este grupo, alguns estudos defendem a redução da PA, outros a manutenção da mesma, ou sua elevação logo após a sessão de treino.

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Mendes, et al. (2017, p. 6), demonstraram o seguinte desfecho, em um estudo sobre os efeitos do exercício resistido em idosos hipertensos:

O grupo submetido ao treinamento leve apresentou reduções de 15,9 mmHg na PAS, 12,7 mmHg na PAD e 13,8 mmHg na Pressão Arterial Média (PAM) e o grupo submetido ao treinamento moderado também apresentou como de 11,6 mmHg na PAS, 12,5 mmHg na PAD e 12,1 mmHg na PAM.

Ambos os treinamentos resistidos ocasionaram a uma redução na PA, podendo, ser um auxílio para o controle da HAS.

Apesar dos exercícios resistidos promoverem modificações inferiores nas variáveis cardiovasculares quando comparados aos exercícios aeróbios, é fundamental que o mesmo seja realizado como componente adicional no tratamento não farmacológico da HAS, por desempenhar diversas modificações musculoesqueléticas e fisiológicas. Sendo que, os maiores índices de prevalência de HAS são de idosos e sedentários, portanto, o treinamento resistido auxilia na melhora da força e da resistência muscular desses indivíduos, normalmente comprometidas.

Diego Cardozo, et al. (2014) estudam uma variável importante no efeito hipotensivo do treinamento resistido, esses autores avaliam a influência de exercícios multiarticulares e uniarticulares na redução da PA, e defendem que exercícios que envolvem maior quantidade de grupamentos musculares, apresentam melhores respostas pressóricas.

Com relação às respostas pós-exercício, parece que, entre os mecanismos responsáveis pela redução dos níveis de PA, inclui-se o aumento da biodisponibilidade de substâncias vasodilatadoras, como o óxido nítrico. Além do mais, é possível também que estas respostas estejam relacionadas à redução do débito cardíaco (DC) e da resistência arterial periférica.

Adicionalmente, quanto maior o grupamento muscular solicitado durante o exercício, maior à quantidade de vasos sanguíneos em dilatação nos momentos de recuperação e, assim, sendo maior a duração do efeito hipotensivo.

(CARDOZO, D.; et. al. 2014, p. 530)

Sendo assim, como estratégia metodológica de treinamento para prescrição de exercícios a essa população, sugere-se envolver exercícios

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resistidos que necessitam do funcionamento de maiores grupamentos musculares, proporcionando, assim, um aumento da duração do efeito hipotensor pós-exercício para este público, contribuindo diretamente com a redução da PA.

Portanto, através dos dados fornecidos pelo PSF do bairro Esplanada, pode-se classificar o grupo estudado quanto ao sexo, raça/cor e idade. Para melhor esclarecimento, as pesquisadoras desenvolveram gráficos para representar a média aritmética dos resultados que lhes foram fornecidos.

Gráfico 1: Índice de HAS em relação ao gênero, do bairro Esplanada, da cidade de Castelo-ES

Fonte: Secretaria Municipal de Saúde: Castelo-ES (2019).

Gráfico 2: Índice de HAS em relação a raça/cor, do bairro Esplanada, da cidade de Castelo-ES

Fonte: Secretaria Municipal de Saúde: Castelo-ES (2019).

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Através dos resultados obtidos, pode-se analisar que a média de pessoas brancas com HAS foi bem maior do que as pessoas pretas do bairro estudado. Isto se deve ao fato de que a cidade de Castelo possui diversos descendentes italianos e portugueses, por isso, grande parte da população da cidade é branca, obtendo resultados controversos as pesquisas realizadas ao decorrer do artigo, que relata maior probabilidade de HAS em negros.

Quanto à idade, obteve-se uma média geral de 62 anos, incluindo homens e mulheres. Segundo o American College of Sports Medicine (ACSM, 2018, p. 191) “O termo idoso define adultos > 65 anos e aqueles entre 50 e 64 anos com condições clinicamente significativas ou limitações físicas que afetam o movimento, a aptidão física ou a AF, e representa um espectro diverso de idades e capacidades fisiológicas.” O envelhecimento não se processa fisiologicamente de forma homogênea entre os seres, em virtude disto, pessoas com idade cronológica similar podem apresentar diferença em variáveis como tempo de reação, flexibilidade, força muscular, massa óssea, percentual de gordura corporal, débito cardíaco máximo, frequência cardíaca em repouso, entre outros aspectos geralmente comprometidos em consequência do envelhecimento, porém, sabe-se que manter um estilo de vida ativo e saudável pode influenciar beneficamente nesta realidade.

Deste modo, a capacidade funcional e o estado de saúde são parâmetros mais adequados se comparados à idade cronológica, para definir se o indivíduo pode ser considerado ou não como idoso. Visto que a população pesquisada apresenta-se em sua maior parte sedentária e com condições clínicas desfavoráveis, pode-se classificar o grupo em “idosos”.

CONCLUSÃO

Diante do trabalho realizado, fica claro que a educação em saúde é fundamental para maior adesão e continuidade ao tratamento de HAS. É imprescindível que o PEF em conjunto com a equipe multidisciplinar do NASF, oriente os indivíduos sobre as características desta enfermidade, bem como os

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efeitos do exercício físico no controle da PA, redução dos custos com medicamentos e seus efeitos colaterais, assim como, prevenção de comorbidades e melhora da qualidade e expectativa de vida.

Isso é possível, pois, a prática de atividade física provoca adaptações significativas que vão influenciar na diminuição dos níveis pressóricos do indivíduo, servindo também como estratégia de modificação do estilo de vida, tornando essencial para a prevenção, tratamento e controle da HAS.

Vale ressaltar que a HAS é uma enfermidade que necessita da atenção de uma equipe multidisciplinar da área da saúde, por ser uma doença multifatorial e multicausal, necessitando de distintas abordagens numa atuação integrada e conjunta, assim como da auto-responsabilidade e do auto cuidado do hipertenso.

Nesse sentido, fica evidente a necessidade de elaboração de práticas preventivas por parte dos profissionais da área de saúde, a fim de contribuir para a prevenção e controle das doenças e evitando o risco de morte por problemas cardíacos e, principalmente, visando uma melhor qualidade de vida para esta população

Através das pesquisas realizadas pelas autoras do artigo, pode-se afirmar que não há PEF atuando no NASF da cidade de Castelo-ES. Por isso, pretende-se propor aos órgãos competentes a inserção destes profissionais atuando nos PSF para a orientação da população do município de Castelo sobre a importância da prática de exercícios no controle da PA, uma vez que foi confirmada uma grande quantidade de hipertensos cadastrados no PSF do bairro estudado.

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ANEXOS

Mapas do Bairro Esplanada:

Fonte: Google Maps, 2019

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Referências

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