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Processamento e caracterização de blendas de PEBD virgem e reciclado com borracha de pneu desvulcanizada por microondas in situ

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Processamento e caracterização de blendas de PEBD virgem e reciclado com borracha de pneu desvulcanizada por microondas

“in situ”

Armando Madalosso Vieira Filho1*, Benjamim de Melo Carvalho1, Luis Antonio Pinheiro1

1Universidade Estadual de Ponta Grossa – UEPG – Ponta Grossa-PR armandovieiraf@gmail.com*, benjamim@uepg.br, lapinheiro@uepg.br

Várias pesquisas têm sido feitas no sentido de incorporar borracha de pneu em polímeros. Este trabalho objetiva processar e caracterizar blendas de PEBD virgem e/ou recicladas com pó de borracha de pneu desvulcanizadas por microondas “in situ”. Foram feitas formulações com teores de 0, 5, 10, 20 e 40% de borracha no PEBD virgem e no reciclado e 0 e 10% em blendas de PEBD 50% virgem/ 50% reciclado. As formulações foram extrudadas, granuladas, injetadas e tratadas com microondas “in situ”. Foram feitos ensaios de distribuição granulométrica da borracha, tração, flexão, microscopia ótica e eletrônica de varredura. Como resultados obteve-se que: a borracha de pneu pode servir como aditivo para fins de coloração, obteve-se com até 10% de borracha de pneu propriedades mecânicas similares para quase todas as formulações. A quantidade de borracha incorporada e a composição (reciclado em relação ao virgem) influenciam as propriedades mecânicas de algumas blendas. O estudo do tratamento com microondas ”in situ” mostrou- se interessante tecnologicamente.

Palavras-chave: Borracha de pneu, PEBD, desvulcanização “in situ”, microondas, reciclagem.

Processing and characterization of blends of virgin and recycled LDPE with “in situ” microwave devulcanized ground tire rubber.

Several studies have been made to incorporate rubber tire in polymers. This research aims to process and characterize devulcanized in site blends of virgin and / or recycled LDPE with ground tire rubber. For both formulations, virgin and recycled LDPE, were made with percentage of 0, 5, 10, 20 and 40 of rubber in and with percentage of 0 and 10 in the blends of 50% virgin / 50% recycled LDPE. The formulations were extruded, granulated, injected and treated with microwave in site. Tests were made for size distribution of the rubber, tensile, bending, optical and scanning electron microscopy. As results obtained were: a rubber tire can be used as an additive for staining, mechanical properties similar to almost all formulations was obtained with up to 10% of tire rubber. The amount of rubber incorporated and composition (recycled or virgin) influence the mechanical properties of some blends. The study of treatment with microwaves in site showed up technologically interesting.

Keywords: Ground tire rubber, LDPE, devulcanization in site, microwave, recycling.

Introdução

O lixo é um dos maiores problemas do mundo moderno e a quantidade produzida diariamente tende aumentar, o que gera outro problema: onde colocar o lixo gerado [1]. De acordo com AmbienteBrasil [2], portal da internet focado em questões relacionadas ao meio ambiente, o Brasil desperdiça cerca de R$ 4,6 bilhões/ano porque não recicla tudo o que poderia. A maior geração de plástico pós-consumo no Brasil é referente ao PEBD/ PELBD, sendo que os mesmos não possuem alto índice de reciclagem (apenas 9,8%) [3]. Os pneus inservíveis também geram grandes volumes de material pós-consumo. Sob o foco legislativo, há grande incentivo na reciclagem de pneus [4]:

desde 2005 as empresas fabricantes e importadoras de pneus são obrigadas pela resolução nº258 do

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Anais do 10o Congresso Brasileiro de Polímeros – Foz do Iguaçu, PR – Outubro/2009

Dentre os destinos estudados para a destino final de pneus está a incorporação da borracha de pneu em polímeros [5,6]. Alguns destes estudos foram feitos com blendas de poliolefinas e borracha de pneu, tendo sido demonstrado que a incorporação de borracha de pneu possibilitou aumento na resistência ao impacto, apesar da redução na resistência à tração [7,8]. Outros estudos com blendas de PEBD e borracha de pneu demonstram que vários caminhos têm sido seguidos buscando uma otimização nas propriedades das blendas [9,10]. Normalmente, a adesão entre as partículas da borracha de pneu e a matriz polimérica é muito fraca, devido à estrutura de ligações cruzadas da borracha que dificulta o emaranhamento entre as moléculas [11]. A geração de uma adesão suficiente entre as fases é a principal dificuldade [12].

O presente trabalho tem por objetivo geral preparar e caracterizar blendas formadas por PEBD virgem e PEBD reciclado incorporado com pó de borracha de pneu comercialmente já empregado na formulação de coberturas asfálticas. Como objetivos específicos têm-se o estudo da influência do pó de borracha no comportamento mecânico e morfológico do PEBD virgem e reciclado e o estudo da influência do tratamento com microondas sobre os corpos de prova após a confecção dos mesmos.

Experimental

Materiais

Foi utilizado na pesquisa PEBD virgem fornecido pela Braskem (PB-681), PEBD reciclado (de coloração preta, provindo de sacolas plásticas) fornecido pela Jirplast e pó de borracha de pneu, comercialmente utilizado para asfalto borracha, fornecido pela Asfaltos Continental.

Preparação das formulações

Para a preparação das formulações o pó de borracha de pneu foi seco por 1 hora a 50ºC na estufa e misturado ao PEBD através de tamboreamento seguido de transferência de recipiente até obter mistura homogênea. O material misturado foi extrudado em uma extrusora de rosca simples (CIOLA ME 30) com o perfil de temperatura: 150-150-180-180ºC e diâmetro de rosca 4 mm – durante este processo foi medida a vazão mássica. O material foi granulado e seco a temperatura ambiente. A mistura foi então pré-aquecida a 50ºC e os corpos-de-prova foram obtidos por injeção (injetora BOY 55M) com o perfil de temperatura: 180-185-195-205ºC.

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Tabela 1 - Formulações utilizadas na pesquisa e suas relações entre materiais e processamentos utilizados para a obtenção das mesmas.

Formulação/

Denominação

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Após a injeção alguns os corpos-de-prova (8 corpos de prova confeccionados para ensaio de flexão e 6 confeccionados para ensaio de tração por formulação) foram tratados com microondas (Brastemp Jet Defrost 27l) por 3 minutos na potência nominal 7 (650W). Os corpos-de-prova foram postos radialmente sob o disco de plástico, para fins de um tratamento mais uniforme (reduzindo a possível incidência maior da radiação na parte superior da amostra). As formulações utilizadas na pesquisa estão listadas na Tabela 1.

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Anais do 10o Congresso Brasileiro de Polímeros – Foz do Iguaçu, PR – Outubro/2009

Caracterizações e ensaios

O pó de borracha de pneu teve sua distribuição granulométrica caracterizada por peneiramento e por um granulômetro a laser em meio álcool (para o pó com granulometria menor que 297cm-1). Foram feitos ensaios de tração e de flexão nos corpos-de-prova injetados seguindo as normas da ASTM D638M – 93 e D790M – 93.

Para os ensaios de tração foram utilizados corpos-de-prova do tipo I e foram realizados através de uma máquina universal de ensaios Shimadzu AG-1 300kN, com célula de carga de 3000 N e velocidade de travessa de 50 mm/min. Os ensaios de flexão foram realizados através de uma máquina universal de ensaios Shimadzu AG-1 10kN, com célula de carga de 200 N e velocidade de travessa de 27 mm/min.

A caracterização morfológica das amostras injetadas foi feita através de microscopia eletrônica de varredura (Shimadzu SSX-550), para amostras de blendas de PEBD virgem com 10%

e com 40% de borracha de pneu e no pó de borracha de pneu.

Resultados e Discussão

Caracterização granulométrica do pó de borracha de pneu

A distribuição granulométrica da borracha apresentou predominantemente partículas de dimensões relativamente grandes – cerca de 64% das partículas são maiores que 297μm. A Figura 1 apresenta os resultados obtidos.

a) b)

Figura 1 - Distribuição granulométrica do pó de borracha de pneu utilizado obtida: a) por peneiramento (valores referem ao que passou na peneira) e b) por um granulômetro a laser, meio álcool.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

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As correlações entre a porcentagem de borracha e as propriedades mecânicas (módulo de flexão e tensão máxima na tração) foram calculadas pelo software Origin 7.5. Nota-se, na Tabela 2 que existe uma correlação muito boa, para as blendas de PEBD (exceto as blendas de PEBD reciclado tratado com microondas para a tensão máxima) entre a quantidade de borracha adicionada e a tensão máxima e entre a quantidade de borracha e o módulo de flexão.

Tabela 2 - Resultados obtidos a partir do cálculo da correlação linear relacionando a tensão máxima e o módulo de flexão para as blendas de PEBD virgem e reciclado com a porcentagem de borracha.

Formulações Tratadas com microondas R2 – Tensão máxima R2 – Módulo de flexão

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Reciclado Não 0,98 0,99

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a) b)

Figura 3 – Resultados obtidos através dos ensaios mecânicos: a) tensão máxima das formulações ensaiadas obtida através do ensaio de tração; b) módulo de flexão das formulações ensaiadas obtida através do ensaio de flexão. O ensaio de tração com a formulação de PEBD reciclado com 40% de borracha de pneu tratado com microondas foi feito em uma única amostra.

A tendência apresentada foi ocorrer uma redução das propriedades mecânicas (tensão máxima e módulo de flexão) com o aumento da quantidade de borracha obtida. Apesar da borracha utilizada nas blendas apresentar granulometria relativamente grande e a literatura prever como ideal de uma blenda polímero/elastômero partículas de elastômero finamente divididas dispersas [13] não se nota grandes mudanças de propriedades, para todas as formulações exceto para blendas de material reciclado tratadas com microondas, em blendas contendo até 10% de borracha de pneu.

Em relação à tensão máxima, aparentemente as blendas com material virgem não apresentaram grandes variações com o tratamento de microondas. As blendas com material reciclado, exceto na formulação com 5% de borracha de pneu, apresentaram tensão máxima maior

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As micro-análises apresentadas na Figura 4 indicam que a borracha contém, além do carbono, elementos como zinco e enxofre em acordo com o exemplo de composição presente na literatura [14], onde o zinco está sob a forma óxido. É possível haver outros elementos em aditivos presentes na borracha, mas provavelmente seria difícil de serem detectados devido à grande quantidade de carbono presente. Tal diferença de composição é importante para ser possível notar onde está a borracha de pneu e onde está a matriz de PEBD pelo contraste nas micrografias. Esta diferença pode ser confirmada nas micro-análises presentes nas Figuras 6 a 9, item a). O ouro presente em todas as micro-análises se deve à metalização feita para o ensaio.

a) b) c)

Figura 7 – Amostra correspondente à blenda de PEBD virgem com 40% de borracha de pneu sem tratamento sendo: a) microscopia eletrônica de varredura; b) micro-análises obtidas a partir da porção correspondente à borracha; c) micro-análises obtidas a partir da porção correspondente ao PEBD.

a) b) c)

Figura 8 – Amostra correspondente à blenda de PEBD virgem com 40% de borracha de pneu tratada com microondas “in situ” sendo: a) microscopia eletrônica de varredura; b) micro-análises obtidas a partir da porção correspondente à borracha; c) micro-análises obtidas a partir da porção correspondente ao PEBD.

Aparentemente, com o corte as amostras tratadas com microondas “in situ” tiveram alguns grânulos de borracha arrancados ou deslocados. O mesmo se observa em poucos pontos nas amostras sem tratamento. Também se nota nas amostras tratadas com microondas que o corte, próximo as regiões com borracha apresentou características de deformação plástica na matriz.

Nestas amostras, no corte em alguns grânulos a borracha parecesse ter se rompido em parte.

Juntando estes fatos ao comportamento durante o tratamento de microondas das blendas com 40% de borracha onde algumas amostras apresentaram buracos depois do tratamento, Figura 2b,

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Contagens

Energia (KeV)

C(Kα)

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pode-se supor que o tratamento pode ter gerado reações que levaram à formação de gases, que podem ter afastado os grânulos de borracha da matriz. Ao mesmo tempo o fato de ter ocorrido deformação plástica na matriz com o tratamento pode ser devido a certa interação da matriz com a borracha fazendo com que, no corte, a borracha tendesse a ficar unida as duas partes (a lâmina que estava sendo retirada e o restante do corpo-de-prova).

Conclusões

Apesar da borracha de pneu utilizada no experimento apresentar granulometria relativamente grande obteve-se propriedades mecânicas similares com até 10% de borracha de pneu para quase todas as formulações. A mudança de coloração das blendas notada com a incorporação da borracha de pneu demonstra que o pó de borracha de pneu pode ser usado como aditivo corante.

Existe uma boa correlação entre a quantidade de borracha incorporada às blendas de PEBD virgem sem tratamento com microondas e as propriedades mecânicas da blenda. Tal correlação não se repete em todas as propriedades nas blendas com tratamento e nas blendas com PEBD reciclado.

A diferença de composição existente entre o material virgem e o material reciclado levou as blendas a apresentarem comportamentos distintos com e sem tratamento com microondas.

O tratamento “in situ” com microondas apresentou influência nas propriedades mecânicas nas formulações ensaiadas apresentado propriedades diferenciadas, como aumento da tensão máxima (no caso das blendas de PEBD reciclado e de PEBD reciclado com 10% de borracha de pneu) o que demonstra que mais estudos podem ser feitos com o tratamento com microondas ”in situ” para compreender de modo mais amplo suas influências e para otimizar o processo.

Agradecimentos

Autores agradecem a CAPES pelo apoio financeiro e a Braskem, Jirplast e Asfaltos Continental pela doação do material utilizado na pesquisa.

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