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Destinação de embalagens de agrotóxicos na região de Governador Lindenberg - ES

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Academic year: 2023

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INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO TECNOLOGIA EM SANEAMENTO AMBIENTAL

JEAN GIACOMIN

YEVERSON PERIM SIGNORELLI

DESTINAÇÃO DE EMBALAGENS DE AGROTÓXICOS NA REGIÃO DE GOVERNADOR LINDENBERG– ES

COLATINA 2022

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JEAN GIACOMIN

YEVERSON PERIM SIGNORELLI

DESTINAÇÃO DE EMBALAGENS DE AGROTÓXICOS NA REGIÃO DE GOVERNADOR LINDENBERG – ES

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Coordenadoria do Curso de Saneamento Ambiental do Instituto Federal do Espírito Santo, como requisito parcial para obtenção de título Tecnólogo em Saneamento Ambiental.

Orientadora: Profª. Drª. Marcia Cristina de Oliveira

COLATINA 2022

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Elaborado por Richards Sartori Corrêa CRB 6-ES / 767 G429d Giacomin, Jean

Destinação de embalagens de agrotóxicos na região de Governador Lindenberg – ES [Recurso eletrônico] / Jean Giacomin ; Yeverson Perim Signorelli. - 2022.

68 p. : il.

Orientadora: Márcia Cristina de Oliveira.

Monografia (Graduação) – Instituto Federal do Espírito Santo, Coordenadoria de Saneamento Ambiental, Curso Superior em Tecnologia em Saneamento Ambiental, 2022.

1. Pesticidas – Eliminação de resíduos – Governador Lindenberg (ES). 2. Pesticidas – Aspectos ambientais – Governador Lindenberg (ES). 3. Resíduos perigosos. I.

Signorelli, Yeverson Perim. II. Oliveira, Márcia Cristina de. III.

Instituto Federal do Espírito Santo – campus Colatina. IV. Título.

CDD 628.746098152

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Para nossas mães Maria das Graças Vassoler Giacomin e Rubia Karina Perim Signorelli, nossos maiores exemplos de vida.

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AGRADECIMENTOS

A Deus por nossa vida, e por nos permitir vencer todos os obstáculos, com fé e perseverança.

A nossas famílias que foram fonte de incentivo e acolhimento nos momentos difíceis, nos amparando e nos dando força para continuarmos na luta.

A nossa querida Orientadora Professora e Doutora Marcia Cristina de Oliveira, pelas orientações ao longo de todo desenvolvimento do mesmo, e por todo empenho dedicação e paciência, e por nos manter firmes no propósito para a conclusão do trabalho.

Ao nosso Professor Fabio da Silveira Castro, por ser sempre solícito em nos ajudar com tamanho comprometimento, zelo e por todo suporte dado para que concluíssemos mais esta etapa da nossa vida.

Enfim, grato a todos que de alguma forma contribuíram para que fosse possível a realização desde. Nosso muito obrigado!

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Sonhos determinam o que você quer. Ação determina o que você conquista. (ALDO NOVAK)

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RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo conhecer o processo de destinação das embalagens de agrotóxicos vazias por parte dos produtores do município de Governador Lindenberg -ES, bem como suas percepções em relação à logística reversa destas embalagens. Para a realização do estudo foram realizadas revisões bibliográficas acerca da legislação brasileira, classes de agrotóxicos e logística reversa. Em seguida, foi realizada a pesquisa de campo, entrevistando 42 proprietários rurais do município. A pesquisa mostra o predomínio do café como principal cultura agrícola de Governador Lindemberg - ES, sendo cultivado a espécie Coffea canephora, chamado de café conillon. Observou-se que, dos entrevistados, apenas um não faz o uso de agrotóxicos, indicando a larga utilização destes produtos no município estudado. Cerca de 30% dos entrevistados relatam que não recebem assistência técnica, o que pode ser considerado preocupante, considerando a importância das orientações para uso correto destes produtos.

Embora a maioria dos entrevistados realizem a devolução de embalagens no local indicado na nota fiscal de compra, 18 produtores rurais responderam que incineram e/ou reutilizam as embalagens vazias de agrotóxicos. Desta forma, é importante a ressaltar a necessidade de trabalhos de conscientização e fiscalização, orientando os produtores acerca dos cuidados e destinação correta das embalagens vazias de agrotóxicos no município. Diante do crescimento e da modernidade da agricultura, é relevante buscar sustentabilidade do meio ambiente, devendo todos os resíduos sólidos oriundos da agricultura descartados de forma adequada, preservando assim, todo o meio ambiente e a saúde dos seres vivos.

Palavra-Chaves: Agricultura. INPEV. Resíduos Sólidos. Logística Reversa. Espírito Santo.

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ABSTRACT

The present work aims to know the process of disposal of empty pesticide packages by producers in the municipality of Governador Lindenberg -ES, as well as their perceptions regarding the reverse logistics of these packages. To carry out the study, bibliographic reviews were carried out on Brazilian legislation, pesticide classes and reverse logistics. Then, the field research was carried out, interviewing 42 rural landowners in the municipality. The research shows the predominance of coffee as the main agricultural crop in Governador Lindemberg - ES, with the species Coffea canephora, called café conillon, being cultivated. It was observed that, of the interviewees, only one does not use pesticides, indicating the wide use of these products in the studied municipality. About 30% of respondents report that they do not receive technical assistance, which can be considered worrying, considering the importance of guidelines for the correct use of these products. Although most respondents return packages to the place indicated on the purchase invoice, 18 rural producers responded that they incinerate and/or reuse empty pesticide packages. In this way, it is important to emphasize the need for awareness and inspection work, guiding producers about the care and correct destination of empty pesticide containers in the municipality. Faced with the growth and modernity of agriculture, it is relevant to seek environmental sustainability, and all solid waste from agriculture must be properly discarded, thus preserving the entire environment and the health of living beings.

Keywords: Agriculture. INPEV. Solid Waste. Reverse Logistic. Espírito Santo.

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SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO... 10

2. OBJETIVOS ... 12

2.1 OBJETIVO GERAL ... 12

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ... 12

3. REFERENCIAL TEÓRICO... 13

3.1 CONCEITOS GERAIS DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL... 13

3.1.1. Degradação do meio ambiente... 15

3.1.2 Comprovação do dano ambiental ... 16

3.1.3 Sustentabilidade ... 18

3.2 AGROTÓXICOS... 19

3.2.1 Origem dos agrotóxicos... 19

3.2.2 Conceito ... 20

3.2.3 Necessidade de agrotóxicos na agricultura moderna ... 21

3.2.4 Classificação dos agrotóxicos ... 22

3.2.4.1 Classificação quanto à finalidade ... 23

3.2.4.2 Classificação quanto ao grupo químico ... 23

3.2.4.3 Classificação quanto à toxicidade ... 25

3.2.5 Danos causados à saúde e ao meio ambiente ... 26

3.3 RESÍDUOS SÓLIDOS NA AGRICULTURA ... 28

3.3.1 Conceituação... 28

3.3.2 PNGRS-Política nacional de gerenciamento de resíduos sólidos... 3.3.3 O papel da indústria de defensivos agrícola na PNGRS... 30 32 3.3.4 INPEV ... 33

3.3.5 Embalagem vazia de agrotóxicos ... 34

3.3.5.1 Classificação das embalagens ... 34

3.4 LOGISTICA REVERSA ... 35

3.4.1 Logística reversa de embalagens... 36

3.4.2 Manejo das embalagens... 39

3.4.2.1 Tríplice lavagem ... 39

3.4.2.2 Lavagem sob pressão ... 40

(11)

3.4.2.3 Armazenamento e transporte ... 41

3.4.4 Sistema de destinação das embalagens de agrotóxicos vazias ... 41

3.4.4.1 Reciclagem ... 42

3.4.4.2 Incineração ... 44

4 METODOLOGIA... 45

5 APRESENTAÇÃO DOS DADOS E RESULTADOS... 47

6 CONCLUSÃO... 58

REFERÊNCIAS... 60

APÊNDICE ... 65

(12)

1. INTRODUÇÃO

A agricultura, com o passar dos anos, vem obtendo grandes avanços, e com isso novas tecnologias têm surgido, justamente, para que seja garantida a qualidade da produção. A entrada dos defensivos agrícolas na produção de culturas foi tida como revolucionário no meio rural, uma vez que promove o controle de insetos, doenças e ervas daninhas trazendo resultados satisfatórios favorecendo a produtividade das lavouras (SIQUEIRA, 2013). .

No Brasil, com a grande utilização de defensivos agrícolas, teve-se a necessidade de estabelecer exigências quando ao uso justamente para que os danos ambientais fossem amenizados.

Essa preocupação sobre os danos causados ao meio ambiente resultou na criação de legislações que pudessem dar suporte quanto aos procedimentos adequados a serem tomados. Pode-se citar que com este intuito surgiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS instituída pela lei 12.305/2010 (BRASIL, 2010), assim como a Lei Federal n.º 9.974 de 06/06/00 (BRASIL, 2000) e o Decreto n.º 3.550 de 27/07/00 (BRASIL, 2000). A lei 12.305/2010 (BRASIL, 2010) traz como deve ser feito o gerenciamento dos resíduos sólidos produzidos na agricultura, estabelecendo procedimentos necessários para uma finalidade adequada e segura das embalagens vazias de defensivos agrícolas em prol da preservação da saúde humana e do meio ambiente. Daí a necessidade de definir o que são resíduos sólidos bem como estabelecer o papel que a indústria de defensivos agrícolas desempenha diante da grande produção agrícola.

No presente trabalho, será explicado o que é a logística reversa, bem como seu contexto histórico e evolução. Ainda abordará sobre fatores que influenciam a executar tal logística. É importante ressaltar a criação de programas incentivadores da metodologia de Logística Reversa, uma vez que o tal método traz grandes resultados e para que seja efetivo necessita do compromisso dos agricultores. Faz- se necessário também, explicar sobre as embalagens, dando sua conceituação e classificação quanto aos tipos de embalagens e sua correta lavagem. Sabe-se que a ação de limpeza das embalagens realizada de forma adequada garante uma das

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principais etapas do ciclo de logística reversa, proporcionando maior qualidade ambiental e saúde humana.

Então, entraremos no tópico onde será apresentado um panorama da utilização de agrotóxicos no Brasil e assim observar as características de suas embalagens, e ainda falar sobre o Instituto Nacional de Embalagens Vazias (INPEV). Serão dois os procedimentos estudados, a reciclagem e a incineração, importante frisar que o manuseio, transporte, armazenamento e processamento também fazem parte do processo de destinação final das embalagens.

Este estudo abordará a realização do processo de destinação das embalagens de agrotóxicos vazias por parte dos produtores do município de Governador Lindenberg -ES, bem como suas percepções em relação à logística reversa, conforme pesquisa de dados coletados de 42 indivíduos em suas propriedades rurais.

A destinação correta das embalagens de defensivos agrícolas, é relevante, pois em um país que é produzido grande quantidade de lixo, ou melhor dizer, resíduos sólidos, é de extrema importância que tais resíduos sejam destinados de maneira adequada, não prejudicando tanto a saúde das pessoas quanto o meio ambiente, ou seja, que esse consumo seja sustentável.

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2. OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

 Saber o conhecimento dos produtores rurais do município de Governador Lindenberg/ES em relação ao uso e a destinação final dos agrotóxicos.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Apresentar conceitos sobre legislação ambiental, degradação do meio ambiente, ainda sobre uma agricultura e economia sustentável com a utilização de agrotóxicos;

 Realizar um diagnóstico quali-quantitativo por meio de questionário e organizar os dados referente à coleta de embalagens de agrotóxico no município de Governador Lindenberg-ES , tabulando em planilhas e gerando gráficos dos resultados obtidos;

 Tomar conhecimento da gestão de resíduos de agrotóxicos no município de Governador Lindenberg-ES;

 Avaliar os dados coletados comparando os resultados obtidos com demais dados já publicados do Censo Agropecuário, IBGE, entre outros;

 Demonstrar o processo de recolhimento de embalagens vazias realizados pelos produtores rurais e propor recomendações para informá-los sobre o descarte correto, adequando-se a realidade de Governador Lindenberg-ES sendo este essencialmente município agrícola.

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3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 CONCEITOS GERAIS DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL

Com o passar do tempo, surge a necessidade de abordar a questão da responsabilidade objetiva nos crimes cometidos contra o meio ambiente, uma vez que não se tinha essa visão do dano causado, pois cada vez mais o mundo se globaliza, tornando necessário aplicar sanções para coibir a má a utilização dos recursos naturais (SILVA, 2009).

Nos dizeres de Jose Afonso da Silva:

[...] A consciência ambientalista propiciou o surgimento e o desenvolvimento de uma legislação ambiental em todos os países, “variada, dispersa e frequentemente confusa”- consoante observa Ramón Martín Mateo, que acrescenta: “Em realidade, podemos detectar três tipos de normas: umas que constituem simples prolongamento ou adaptação das circunstâncias atuais de legislação sanitária ou higienista do século passado e da que, também em épocas anteriores, protegia a paisagem, a fauna e a flora;

outras de cunho moderno e de base ecológica, ainda que de dimensão setorial, para o ar, a água, o ruído etc.; e outras, por fim, mais ambiciosas e que intentam inter-relacionar os fatores em jogo, recolhendo numa normatividade única todas as regras relativas ao ambiente (SILVA, 2009, p.

34).

Geraldo Ferreira Lanfredi afirma:

[...] Em função da propriedade privada, chegou-se à tutela jurídica ambiental, cuja proteção visava, por exemplo, a resguardar a água ou alocar os depósitos de lixo, tendo em vista interesses de vizinhos e não, de forma prioritária, a preocupação com o meio ambiente em geral (LANFREDI, 2006, p. 16).

Com o Código Civil de 1916 (BRASIL,1916) a legislação quanto a preservação se tornou bem específica, e logo no fim da década de 20 surge o controle das atividades referente a exploração, porém tendo relevância apenas os recursos que tivessem valoração econômica, construindo uma imagem ainda de forma restrita em relação ao meio ambiente. Congruente ao período de crise que o país viveu, que culminou entre outras, Crack da bolsa 1929 e revolução de 1930, estigmatizado pelo golpe de Estado, o Brasil passou por vários conflitos de interesses particulares envolvendo grandes produtores e a classe política de vários cantos do território brasileiro (SILVA, 2009).

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Nesse período que nasceu a regulação pública sobre recursos naturais, dentre eles, Decreto-lei nº 852/38 (BRASIL, 1938) que dispõe sobre a água, Decreto-lei nº 794/38 - pesca, fauna Decreto-lei nº 5.894/43 – fauna, e Decreto nº 23.793/34 (BRASIL, 1934) – flora, observa-se que começaram a haver legislações específicas voltadas para as questões que envolvessem os recursos naturais. Mais tarde, na década de 60, foram regulamentados o Estatuto da Terra ou Lei nº 4.504/64 (BRASIL, 1964), o Código Florestal (Lei nº 4.771/65) (BRASIL, 1965), a Lei de Proteção à Fauna (Lei nº 5.197/67) (BRASIL, 1967), o Código de Pesca (Decreto-lei nº 221/67) (BRASIL, 1967) e o Código de Mineração (Decreto-lei nº 227/67) (BRASIL, 1967) (GRANZIERA, 2009).

A Organização das Nações Unidas na década de 70, reuniu-se em Estocolmo, na Suécia, surgindo a 1ª Conferência das Nações Unidas Sobre o Meio Ambiente, aprovando uma declaração que obriga cada país ser responsável pela preservação das águas, ar, solo, flora e fauna, visando beneficiar as futuras gerações (GRANZIERA, 2009).

A Lei nº 6.938/81 (BRASIL, 1981) foi o primeiro grande momento ambientalista dentro do ordenamento jurídico brasileiro. Essa legislação foi responsável em definir princípios, conceitos e instrumentos para melhor preservação do meio ambiente. A Lei nº 7.347/85 disponibilizou disciplinar a Ação Civil Pública como instrumento de defesa ao meio ambiente, fazendo com que danos causados ao mesmo chegassem ao judiciário. O terceiro ponto também muito importante foi a Constituição Brasileira de 1988, que trouxe em sua redação um capítulo inteiro dedicado a preservação ambiental (SILVA, 2009).

Art. 225 - Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações (BRASIL, 1988).

Outro ponto marcante foi a Lei nº 9.605/98 de crimes ambientais(BRASIL, 1998), que se responsabilizava em punir na esfera criminal e administrativa as condutas danosas ao meio ambiente, finalizando a fase Holística, vindo a ser o único período dentro do ordenamento jurídico brasileiro onde o legislador passou a ter consciência do bem a ser preservado (LANFREDI, 2006).

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3.1.1 Degradação do meio ambiente

A Política Nacional do meio Ambiente explícita na Lei 6.938/81 define:

Art. 3º. Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:

I — Meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas (BRASIL, 1981).

De acordo com o texto a Lei passou a identificar a natureza de um modo mais amplo, interagindo vários elementos, abrangendo os naturais, culturais e até mesmo artificiais, buscando assegurar apenas a qualidade de vida em todas as formas. Para se assegurar a vida é primordial em uma comunidade preservar certos princípios, como privar pelo bom convívio, não causar danos a terceiros ou ao menos repará-lo em caso de fato concreto.

Importante destacar que no ordenamento jurídico brasileiro existem leis específicas que dispõem sobre o meio ambiente, preservação e responsabilidades civis para a proteção da fauna e flora.

A Lei 6.938, de 1981 em seu art. 3º explica sobre poluição:

Art. 3º - Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:

[...]

III - poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente:

a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;

b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;

c) afetem desfavoravelmente a biota;

d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;

e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos; [...] (BRASIL, 1981).

A poluição do meio ambiente possui consequências a longo prazo e os efeitos causados por ela podem ser irreversíveis. A utilização de agrotóxicos pode contaminar o solo e os sistemas hídricos, dando causa a degradação ambiental que que traz sérios prejuízos à saúde bem como alterando de formas significativas os ecossistemas (VEIGA et al., 2006).

Nota-se que a aplicação dos agrotóxicos é feita de forma direta na planta, ou no solo, e mesmo as aplicadas na planta, de certa forma seu destino final é o solo, seja por meio da ação da chuva, ou mesmo da irrigação. Logo, os lençóis freáticos

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podem ser contaminados através da lixiviação da água e da erosão do solo (SCORZA JUNIOR et al., 2010).

Temos como principais tipos de degradação pela utilização de agrotóxicos a fotodegradação, a degradação química e a microbiológica (GAVRILESCU, 2005).

A fotodegradação acontece com a presença da luz, na qual está provoca a quebra dos compostos em moléculas menores de menor toxicidade, sendo a oxidação a principal reação. Com relação a degradação química a mesma versa sobre a quebra de moléculas que estão envolvidos os organismos, a exemplo, a hidrólise e a oxirredução. Já na microbiológica está se realiza através dos microrganismos do solo, em dois principais processos: a) metabolismo, onde o agrotóxico vai servir como fonte de energia; b) co-metabolismo, os microrganismos desenvolvem-se em função de outro substrato, desta forma vai produzir enzimas que podem transformar a molécula dos agrotóxicos (SINGH, 2017).

3.1.2 Comprovação do dano ao meio ambiente

A reparação de um dano ambiental é tão complicada quanto à comprovação de quem o provoca, afinal esses agentes não são de fácil identificação, a pessoa que desfrutou do mau uso de determinado produto, agiu com negligência em certas situações, muitas vezes não sendo identificada para uma posterior medida punitiva (LANFREDI, 2006).

Todo dano causado a esse meio é de um modo geral irreversível e muitas vezes imensurável, atravessando fronteiras políticas e atingindo toda humanidade. A poluição por sinal tem efeitos longos e cumulativos, podendo se manifestar além de uma simples vizinhança, sendo qualificados em danos coletivos e difusos no estabelecimento do nexo de causalidade, podendo atingir e prejudicar de forma individual, e de um modo mais amplo a coletividade (LANFREDI, 2006).

Há casos em que existe apenas um foco emissor (poluentes) tornando o entendimento jurídico mais fácil, porém é normal também a existência de pluralidade de autores em determinadas ações, tornando o trabalho de reparação algo mais complexo. Neste caso há séria dificuldade em provar o liame de causalidade, pois a

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ação foi praticada de forma espessa, tornando mais delicada a determinação ou mesmo identificação dos agentes causadores, das causas e resultados que cada atitude ocasionou (STEIGLEDER, 2003).

Com a expansão e modernização da agricultura pode-se verificar que essa trouxe diversos outros agressores do meio ambiente, tais como os fertilizantes químicos e os agrotóxicos. Sem exceção, o uso indiscriminado dessas substâncias contamina os alimentos e, por conseguinte, os seres humanos.

Destaca-se também que o uso dos agrotóxicos também contamina os recursos hídricos, o solo, a atmosfera, enfim, alcança todo o meio ambiente natural. Restando evidente que a quando se causa um dano ao meio ambiente, existe a responsabilidade civil por dano causado por uso de agrotóxico devendo esta ser objetiva (STEIGLEDER, 2003).

No art. 14 da Lei nº 7.802 (BRASIL,1989), dispõe sobre a pesquisa, produção, a comercialização, o destino final dos resíduos e embalagens, registro, classificação, controle, inspeção e fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins.

De acordo com o dispositivo supracitado:

Art. 14. As responsabilidades administrativa, civil e penal pelos danos causados à saúde das pessoas e ao meio ambiente, quando a produção, comercialização, utilização, transporte e destinação de embalagens vazias de agrotóxicos, seus componentes e afins, não cumprirem o disposto na legislação pertinente, cabem:

a) ao profissional, quando comprovada receita errada, displicente ou indevida;

b) ao usuário ou ao prestador de serviços, quando proceder em desacordo com o receituário ou as recomendações do fabricante e órgãos registrantes e sanitário-ambientais;

c) ao comerciante, quando efetuar venda sem o respectivo receituário ou em desacordo com a receita ou recomendações do fabricante e órgãos registrantes e sanitário-ambientais;

d) ao registrante que, por dolo ou por culpa, omitir informações ou fornecer informações incorretas;

e) ao produtor, quando produzir mercadorias em desacordo com as especificações constantes do registro do produto, do rótulo, da bula, do folheto e da propaganda, ou não der destinação às embalagens vazias em conformidade com a legislação pertinente;

f) ao empregador, quando não fornecer e não fizer manutenção dos equipamentos adequados à proteção da saúde dos trabalhadores ou dos equipamentos na produção, distribuição e aplicação dos produtos (BRASIL,1989).

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Conclui-se que o legislador quis a individualização da responsabilidade civil de cada um dos que integrantes a cadeia produtiva e/ou comercial, com referência na participação de cada um.

No entanto, Luís Paulo Sirvinskas defende a posição que o dano ambiental causado por agrotóxicos:

[..] não impede a responsabilidade objetiva do produtor prevista no art. 14,

§1º da Lei nº 6.938/81, independentemente da demonstração de culpa, podendo este acionar regressivamente, se culpa houver, o responsável direto pelo dano causado ao ambiente (SIRVINSKAS, 2002, p. 68).

3.1.3 Sustentabilidade

Entende-se que o desenvolvimento sustentável traz um modelo em que o desenvolvimento global relacionado ao desenvolvimento ambiental e socioeconômico. Foi criado pelas nações unidas a comissão mundial do meio ambiente a qual visava propor que o desenvolvimento econômico caminhasse lado a lado a conservação ambiental (COMETTI, 2009).

A sustentabilidade originou-se na década de 80, surgindo da necessidade crescente de gerar economia sem devastar o meio ambiente ou imolar o bem-estar das futuras gerações. O termo demonstra uma ideia poderosa na qual a empresa sustentável é aquela que gera lucro e ao mesmo tempo em que protege o meio ambiente (QUEIROZ; MORAES, 2014).

A produção agrícola no Brasil, enfrenta diversos desafios, um deles é não conscientização de uma produção mais limpa, que seja compatível com a nova visão da agricultura, do desenvolvimento rural a qual está toda a cadeia do agronegócio (BERNARDO et al., 2015).

Esclarece sobre a sustentabilidade no agronegócio:

No setor corporativo do agronegócio, esse processo pedagógico informal, embora interdisciplinar, encontra-se com forte aderência ao engenheiro agrônomo. Em toda a cadeia produtiva do agronegócio é possível identificar traços de sustentabilidade, provenientes destes processos de ensino aprendizagem, fundamentado no campo, por meio da assistência técnica e na extensão rural (SOUZA; JUNIOR, 2017).

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Novas formas de conscientização apareceram aos poucos para promover a sustentabilidade. O Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (INPEV) atua fortemente na sustentabilidade, garantindo a correta destinação das embalagens de agrotóxicos, e reduzindo os riscos de impactos ambientais, resguardando assim o meio ambiente. Ainda afirma:

A reciclagem das embalagens proporciona benefícios ambientais diretos com a redução da geração de resíduos sólidos e a decorrente não emissão de gases de efeito estufa, além de poupar energia na fabricação de novos produtos (INPEV, 2021).

3.2 AGROTÓXICOS

3.2.1 Origem dos agrotóxicos

Antigamente eram utilizadas substâncias para deter as pragas em plantações agrícolas, antes do século IX utilizava-se os compostos sulfurados, em meados do século XVII o arsênio, no século XVIII, cloreto de mercúrio e no século XIX foram utilizados nas plantações sais de cobre (NUNES, 1999). Somente no século XX que os agrotóxicos tiveram de fato sua incorporação no processo produtivo, isso ocorreu por consequência das armas químicas que surgiram da primeira guerra mundial (COSTA, 2017).

Em meados dos anos de 1950 que o uso de agrotóxicos foi disseminado mundialmente, apresentando modificações no processo de produção agrícola nos Estados Unidos, na chamada Revolução Verde (SIQUEIRA et al., 2012).

Nos países da Europa bem como o Japão adotaram o modelo da revolução verde, inserindo assim novas tecnologias quais se baseavam no uso de extensivos agrícolas. Ressalta-se que em meados dos anos 80 alguns países começaram a perceber efeitos nocivos vindos da utilização de agrotóxicos e foi necessário a implantação de medidas de restrição do uso (PERES; MOREIRA, 2003).

No Brasil, pode-se dizer que a Revolução Verde iniciou-se nos anos 60 e sendo impulsionada nos anos 70 com a criação do Plano Nacional de Desenvolvimento Agrícola (PNDA), na qual defendia e incitava a produção e o consumo de

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agrotóxicos, condicionando o crédito rural uma utilização de parte do recurso para compra de agrotóxicos (SIQUEIRA et al., 2012).

Assim, tais políticas forma determinantes, sendo de fato o Estado o grande incentivador, que entendia ser esse pacote tecnológico uma modernidade na produção agrícola do país. Ainda essas políticas de subsídios, deram aos pequenos produtores a possibilidade de utilização de agrotóxicos em suas culturas o que tornou o mercado brasileiro um dos mais importantes na indústria de insumos (SIQUEIRA et al., 2012).

3.2.2 Conceito de agrotóxicos

Agrotóxico é uma expressão muito ampla, não no sentido de sua função, mas em sua essencial ação. O termo agro vem do latim agru e quer dizer campo ou terra lavrada, e tóxico procede do grego tóxikos que significa ter propriedade de envenenar (AURÉLIO, 2002). Pode-se assim dizer são substâncias utilizadas no setor agrícola com o objetivo de envenenar.

Então, na agricultura, é um insumo muito utilizado para controle e extermínio de ervas daninhas fungos e doenças nas culturas, podendo ser de natureza física, química ou biológica.

O Decreto Nº 4.074/2002 (BRASIL, 2002), em seu artigo 1º, inciso IV define agrotóxico como:

IV - agrotóxicos e afins - produtos e agentes de processos físicos, químicos ou biológicos, destinados ao uso nos setores de produção, no armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas, nas pastagens, na proteção de florestas, nativas ou plantadas, e de outros ecossistemas e de ambientes urbanos, hídricos e industriais, cuja finalidade seja alterar a composição da flora ou da fauna, a fim de preservá-las da ação danosa de seres vivos considerados nocivos, bem como as substâncias e produtos empregados como desfolhantes, dessecantes, estimuladores e inibidores de crescimento (BRASIL, 2002).

Destaca-se que muitas outras expressões são utilizadas para agrotóxicos, como exemplo, produto agroquímicos, defensivos agrícolas, agrodefensivos, pesticidas, remédios de planta e veneno, estas últimas duas mais utilizadas pelo homem do campo (PERES; MOREIRA, 2003).

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Destaca-se que o Ministério da Agricultura e o Ministério da Saúde aguçam conflitos entre as denominações usadas para os insumos. Na publicação da portaria SNVS nº 01/1985 da Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde, emprega o termo “produtos fitossanitários ou defensivos agrícolas” e na Portaria n°

329/1985 do Ministério da Agricultura traz a designação de agrotóxicos (BRASIL, 1985).

Os agrotóxicos podem ser classificados em pesticidas ou praguicidas, aqueles que combatem insetos em geral; os fungicidas que atacam os fungos; herbicidas, aqueles que exterminam as plantas invasoras que prejudicam a lavoura (PERES;

MOREIRA, 2013).

Portanto, sua utilização nas lavouras vem crescendo cada vez mais, o que aumenta a produção de resíduos sólidos, sendo necessário que esses resíduos sejam destinados de forma adequada, para que não afete o meio ambiente.

3.2.3 Necessidade de agrotóxicos na agricultura moderna

Na agricultura moderna, é notório que os agrotóxicos possuem uma relevância para a produtividade da lavoura, visto que a frequente utilização do solo provoca degradação da biodiversidade contida nos solos, aliado ao desmatamento, traz consequências para a agricultura com o aparecimento de doenças e insetos resistentes a pesticidas causando transtornos aos agricultores (DE PAULA, 2011).

Nesse sentido, elucida sobre os limites naturais:

A insuficiência energética e os impactos ambientais como a erosão e a salinização dos solos, a poluição das águas e dos solos por nitrato e por agrotóxico, a contaminação do homem do campo e dos alimentos, o desflorestamento, a diminuição da biodiversidade e dos recursos genéticos e a delapidação dos recursos não renováveis são apontados como os principais fatores que podem tornar insustentáveis os atuais sistemas de produção agrícola (MAZZAFERRO, 1994, p. 82).

Desta forma, a agricultura moderna está fragilizada, contudo já foram feitos grandes avanços tecnológicos e científicos destes limites naturais. Importante dizer que a preocupação com os padrões da agricultura moderna teve seu início 30 anos atrás, quando o Conselho Nacional de Pesquisa dos Estados Unidos publicou “Alternative

(24)

Agriculture”, traduzindo, “Agricultura Alternativa” e nele eram abordadas sobre os principais problemas decorrentes das atividades agrícolas, como a detectação de contaminação do lençol freático e a erosão do solo nos 26 estados americanos (SILVA, 2019).

Para os agricultores, os fertilizantes químicos poderiam substituir os orgânicos facilitando a adubação dos solos [...]. Gradualmente os fertilizantes que eram obtidos dentro da propriedade foram sendo substituídos por fertilizantes industriais, substituição essa viabilizada pelo grande interesse do setor industrial em ampliar as vendas de seus produtos (MAZZAFERRO, 1994 p. 16).

Destaca-se que para a Agricultura Moderna o que vale é a lucratividade. Sabe que os custos da produção no Brasil são relativamente elevados tornando uma ameaça ao sistema de produção, muito embora os agricultores se utilizam tecnologias para reduzir esses custos e superar o desafio que é a agricultura brasileira (SILVA, 2019).

As indústrias vêm buscado novas abordagens valendo-se da importância do uso de agrotóxicos nas lavouras, assim esclarece:

De forma geral, a indústria tem buscado um incremento significativo de produtividade de diversas formas e segue apostando no histórico de sucesso de diferentes abordagens. A proteção de cultivos é uma das áreas de maior investimento devido à enorme pressão que diferentes pragas têm sobre o campo e os consequentes prejuízos para o agricultor. A FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) estima que entre 20 e 40% da produção global sejam perdidos todos os anos devido à ação de pragas. Acredita-se que insetos sejam responsáveis por US$ 70 bilhões em danos e, só no caso de doenças, US$ 220 bilhões sejam perdidos – sem contar os danos causados por plantas daninhas. Esses números reforçam a importância que defensivos agrícolas têm para o sistema socioeconômico mundial (AGRICULTURA MODERNA, 2019).

3.2.4 Classificação dos agrotóxicos

Os agrotóxicos podem ter sua classificação conforme tipo de praga, estrutura química das substâncias efeitos a saúde humana. Portanto, faz necessário que seja explicada a classificação dos agrotóxicos para melhor entendimento (PERES;

MOREIRA, 2007).

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3.2.4.1 Classificação quanto à finalidade

Quanto a finalidade, os agrotóxicos se classificam em: a) inseticidas, estes combatem insetos, exemplo, formigas, larvas; b) fungicidas que atuam no combate a fungos; c) herbicidas, atacam as chamadas ervas daninhas (SILVA, 2016).

3.2.4.2 Classificação quanto ao grupo químico

Se classificam de acordo com o grupo químico que pertencem ao tipo de ação, ou seja, a natureza da praga que será controlada. É de grande importância a classificação dos agrotóxicos, visto que pode ajudar no diagnóstico das intoxicações e qual deve ser o tratamento especifico (RUPPENTHAL, 2013).

A Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), apresenta as principais classificações de agrotóxicos conforme ação e grupo demostrado no quadro a seguir:

Quadro 1 – Principais categorias de agrotóxicos quanto a ação ao grupo químico que pertencem.

Tipos de ação

(Classes)

Principais grupos químicos

Exemplos: (produtos/substancias)

Inseticidas (controle de insetos, larvas e formigas

Organofosforados Azo-

drin,malathion,parathion,novcron,tamaron, hostation, lorsban

Carbamatos Carbaryl, Furadan, Lannate, Marshal Organoclorados ¹ Aldrin, ENdrin, DDT, BHC, Lindane Piretroides

(sintéticos)

Decis, Piredam, KarateCipermetrina Fungicidas

(Combate aos fungos)

Ditiocarbomatos Maneb, Mancozeb, Dithane, Thiram, Manzate

Organoestanicos Brestan, Hokko Suzu Dicarboximidos Orthocide, Captan

Bipiridilos Gramoxone, Paracuat, Reglone, Diquat

(26)

Herbicidas (combate as ervas

daninhas)

Glicina Substituída Roundup, Glifosato, Direct Derivados de ácido

fenoxiacético

Tordon, 2, 4-D, 2,4,5-T²

Dinitrofenóis Bromofenoxim, Dinoseb, DNOC Triazina Stopper, Sinerge, Ametron

¹ Seu uso tem sido progressivamente restringido ou mesmo proibido em vários países, inclusive no Brasil.

² A mistura de 2,4-D com 2,4,5-T representa o principal componente do agente laranja, utilizado como desfolhante na guerra do Vietnã

Fonte: Adaptado Anvisa, 2011.

O uso de agrotóxicos a longo prazo pode acarretar consequências a exemplo:

desregulação endócrina, patologias de pele, neurotoxicidade, pode afetar na parte da reprodução humana e ainda no sistema imunológico, para tanto é de grande importância saber a classificação dos agrotóxicos quanto ao grupo químico para auxiliar o atendimento caso haja intoxicação (SILVA, 2017).

Quadro 2 - Classificação e efeitos /e ou sintomas agudos e crônicos dos agrotóxicos PRAGA QUE

CONTROLA

GRUPO QUÍMICO

SINTOMAS DE INTOXICAÇÃO

AGUDA

SINTOMAS DE INTOXICAÇÃO CRÔNICA

INSETICIDAS

Organofosforados e carbamatos

Fraqueza, cólicas abdominais, vômitos, espasmos musculares e convulsões.

Efeito neurotóxicos retardos, alterações cromossomiais e dermatites de contato

Organoclorados

Náuseas, vômitos, contrações musculares involuntárias

Lesões hepáticas, arritmias cardíacas, lesões renais e neuropatias periféricas

Peritróides sintéticos

Irritações da

conjuntiva, espirros, excitação, convulsões

Alergias, asma brônquica, irritações nas mucosas, irritabilidade

FUNGICIDAS

Ditiocarbamatos

Tonteira, vômitos, tremores musculares, dor de cabeça

Alergias respiratórias, dermatite, doença de Parkinson, cânceres Fentalamidas

-- Teratogêneses

Dinitroferóis e pentaciclorofenol

Dificuldade respiratória,

Cânceres (PCP – formção de dioxinas), cloroacnes

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HERBICIDAS

hipertermia, convulsões Fenoxiacéticos

Perda de apetite, enjoos, vômitos, fasciculção muscular

Indução da produção de enzimas hepáticas, cânceres, teratogeneses

Dipiridilos

Sangramento nasal, fraqueza, desmaios, conjuntivites

Lesões hepáticas, dermatites de contato, fibrose pulmonar

Fonte: OPAS/OMS, 1996.

3.2.4.3 Classificação quanto à toxicidade

Salienta que o Ministério da Saúde, por meio da ANVISA, além de outras funções se responsabiliza pela avaliação e classificação toxicológica de agrotóxicos, e junto ao MAPA, têm a responsabilidade na fiscalização dos restos de agrotóxicos e afins em produtos de origem vegetal (BRASIL, 2010).

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) no ano de 2019, apresentou algumas mudanças, inclusive a classificação dos agrotóxicos quanto a toxicidade. A maior mudança ocorreu na classificação com os extremamente tóxicos na Classe I, consistem naqueles que trazem risco de morte. Antes, faziam parte da classe I aqueles que causavam danos ao olho e corrosão na pele, passam a ser considerados moderadamente tóxicos (TOOGE; MANZANO, 2019).

Importante destacar que toda a regulamentação foi elaborada pelo Ministério da Saúde, através da portaria nº 3/92 da secretaria nacional de vigilância sanitária, onde era se definiu alguns parâmetros para classificação similares aos indicados pela OMS (RIBEIRO, 2016). Assim, apresenta a Figura abaixo:

(28)

Figura 3 - Classificação quanto a Toxicidade dos agrotóxicos.

Fonte: MAPA, 2019.

Relevante destacar que tal classificação é necessária estar nos rótulos e bula dos produtos, visto que estabelece a função dos danos que podem ser causados a saúde pela exposição ao produto (ANDRADE, 2016).

3.2.5 Danos causados à saúde e ao meio ambiente

O uso de forma desenfreada de agrotóxicos afeta não somente a saúde humana mas também ao meio ambiente contaminando solo, aguas bem como a biodiversidade. Essa contaminação se dá pelas propriedades físico-químicas dos agrotóxicos, combinada a quantidade de uso, aos métodos de aplicação e as características do meio ambiente (MENDONÇA, 2018).

A contaminação não ocorre somente pelo consumo aos alimentos em que os agrotóxicos são usados diretamente mas também ocorre de forma indireta por meio do fenômeno de biomagnificação, exposição as correntes de ar carregadas de partículas dos princípios ativos dos agrotóxicos, as aguas contaminadas são exemplos de formas de contaminação, visto que os resíduos dos produtos podem

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ser encontrados longe do local de aplicação, ampliando a área de exposição tanto do meio ambiente quando da saúde do agricultor (MENDONÇA, 2018).

Quanto a saúde humana, os efeitos ocasionados pelo uso dos agrotóxicos possuem uma extrema dimensão, onde acometem mais de 20 mil mortes não intencionais por ano, com intoxicações agudas ou crônicas, ocasionando abortos, malformação de fetos, câncer, dermatose, entre outras doenças (RIBAS, 2009).

Em relação à saúde humana, Rigotto e Aguiar explicam sobre as intoxicações e sintomas:

Aguda – os sintomas surgem rapidamente, algumas horas após a exposição, por curto período de tempo, a produtos extrema ou altamente tóxicos. Pode ocorrer de forma leve, moderada ou grave, a depender da quantidade de veneno absorvido. Os sinais e sintomas variam de acordo com o(s) ingrediente(s) ativo(s) (IA) e são nítidos e objetivos, como:

fraqueza, vômitos, náuseas, convulsões, contrações musculares, cefaleia, dispneia, epistaxe, desmaio; Subaguda – ocorre por exposição moderada ou pequena a produtos alta ou medianamente tóxicos e tem aparecimento mais lento. Os sintomas são subjetivos e vagos, tais como cefaleia, fraqueza, mal-estar, epigastralgia e sonolência, entre outros; Crônica caracteriza-se por surgimento tardio, após meses ou anos, por exposição pequena ou moderada a um ou múltiplos produtos, acarretando danos irreversíveis, como paralisias, neoplasias, lesões renais e hepáticas, efeitos neurotóxicos retardados, alterações cromossomiais, teratogênese, desregulações endócrinas etc. Em muitos casos, podem até ser confundidos com outros distúrbios ou simplesmente nunca serem relacionados ao agente causador (RIGOTTO; AGUIAR, 2015, p. 51).

Quanto aos riscos causados ao meio ambiente, a contaminação da agua, é bem preocupante. Salienta que a água é uma das vias principais pela qual são transportados os agrotóxicos, e caso uma propriedade agrícola está próxima a uma nascente ou manancial, e for utilizado nessa cultura grande quantidade de agrotóxicos, a água possivelmente corre risco de contaminação (MENDONÇA, 2018).

Destarte, os impactos causados pelo uso de agrotóxicos sobre o solo, água e vegetação, se relacionam com o tempo de permanência dos resíduos usados acima do que necessariamente era preciso pra sua ação (RIBEIRO, 2010).

Ressalta-se que o descarte ou a destinação inadequada das embalagens vazias de agrotóxicos também é um problema de contaminação da saúde humana e de

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animais tanto silvestres e domésticos. A legislação prevê que estas embalagens sejam devolvidas nos estabelecimentos comerciais sendo de responsabilidade das empresas o recolhimento e o destino adequado delas (MENDONÇA, 2018).

De acordo com Silva, independente do caminho do agrotóxico no meio ambiente, inevitavelmente, o homem será seu potencial receptor, visto que a utilização dos agrotóxicos independentemente do modo de aplicação, finaliza atingindo o solo e as águas, devido aos ventos e a água das chuvas que ocasiona a lavagem das folhas tratadas, a erosão e lixiviação (SILVA, 2011).

Percebe-se então, que não existe o uso de agrotóxicos sem contaminação do meio ambiente que abrange a área tratada por ele, sem que sejam caudados danos aos trabalhadores rurais e aos que vivem ao redor (LONDRES, 2011)

3.3 RESIDUOS SÓLIDOS NA AGRICULTURA 3.3.1 Conceituação

Os resíduos sólidos é um dos assuntos mais comentados para aqueles que se importam com as gerações futuras, tanto que já se impõe um novo estilo de vida com mudanças nos padrões de consumo, de produção, e de geração de resíduos, claro que isso depende de um trabalho de conscientização da humanidade (SISINNO, 2000). Ainda de acordo com o autor, resíduos sólidos é definido como:

Resíduos nos estados sólido e semi-sólido que resultam de atividades da comunidade, de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos d’água, ou exijam para isto soluções técnica e economicamente inviáveis em face a melhor tecnologia disponível (SISINNO, 2000, p.21).

Para Benedito Braga os resíduos sólidos são formados por, desde aquilo que usualmente se chama de lixo, até resíduos especiais, e quase sempre mais arriscados e perigosos, derivados de processos industriais e de atividades médico- hospitalares (BRAGA, 2009).

(31)

Segundo a NBR 10.004 (ABNT, 2004) os resíduos sólidos distinguem-se em três classes, onde os classificados na Classe I ou perigosos, são formados por aqueles que solitariamente ou por combinação em função de suas características de toxicidade, inflamabilidade, corrosividade, reatividade, radioatividade e patogenicidade em geral, podem oferecer riscos à saúde pública (com aumento de mortalidade ou de morbidade) ou consequência opostos ao meio ambiente se manejados ou organizados sem a obrigação devida; Já os classificados na Classe III ou Inertes, são formados por aqueles que não se dissolvem ou que não tem nenhum de seus elementos solúveis em concentrações maiores aos padrões de potabilidade de água, quando passado por um teste-padrão de solubilização e por último são classificados os resíduos Classe II ou Não Inertes, que são os que não se encaixam em nenhuma das outras anteriores (BRAGA, 2009).

De acordo com site do Ministério do Meio Ambiente, a resolução nº 5, de 5 de agosto de 1993, á classificação dos resíduos sólidos está disponibilizada em grupos na qual divide-se em: grupo A, B, C e D:

Grupo A: resíduos que apresentam risco potencial á saúde pública e ao meio ambiente devido a presença de agentes biológicos. Enquadram-se neste grupo, dentre outros: sangue e hemoderivados; animais usados em experimentação, bem como os materiais que tenham entrado em contato com os mesmos; excreções, secreções e líquidos orgânicos; meios de cultura; tecidos, órgãos, fetos e peças anatômicas; filtros de gases aspirados de área contaminada; resíduos advindos de área de isolamento;

restos alimentares de unidades de isolamento; resíduos de laboratórios de análises clinicas; resíduos de unidades de atendimento ambulatorial;

resíduos de sanitários de unidade de internação e de enfermaria e animais mortos a bordo dos meios de transporte, objeto desta resolução. Neste grupo incluem-se, dentre outros, os objetos perfurantes ou cortantes, capazes de causar punctura ou corte, tais como lâminas de barbear, bisturi, agulhas, escalpes, vidros quebrados, etc, provenientes de estabelecimentos prestadores de serviços de saúde.

Grupo B: resíduos que apresentam risco potencial á saúde pública á saúde a ao meio ambiente devido às suas características químicas.

Enquadram-se neste grupo, dentre outros:

a) Drogas quimioterápicas e produtos por elas contaminados;

b) Resíduos farmacêuticos (medicamentos vencidos, contaminados, interditados ou não-utilizados); e,

c) Demais produtos considerados perigosos, conforme classificação da NBR 10004 da ABNT (tóxicos, corrosivos, inflamáveis e reativos)

Grupo C – rejeitos radioativos: enquadram-se neste grupo os materiais radioativos ou contaminados com radionuclídeos, proveniente de laboratórios de análises clínica, serviços de medicina nuclear e radioterapia, segundo Resolução CNEN 6.05.

Grupo D: resíduos comuns são todos os demais que não se enquadram nos grupos descritos anteriormente (BRASIL, 1993).

(32)

Conforme SISINNO (2000), os resíduos sólidos domiciliares, tais como produtos de limpeza, embalagens de inseticidas, pilhas, baterias, tintas, pesticidas, não eram considerados de grande risco para o ambiente, mas com avanço dos anos e o aumento expressivo destes materiais os resíduos sólidos domiciliares importam uma ameaça à integridade do ambiente; os resíduos hospitalares da mesma forma do que os resíduos domiciliares representam risco para a saúde humana e para o ambiente, afinal, as atividades do cotidiano estão presentes também nos hospitais, afinal os resíduos de clínicas e consultórios e do tratamento de doentes em casa integram os resíduos domiciliares; os resíduos industriais tais como óleos, metais, vidros, plásticos, cinzas, lodos; a preocupação com os resíduos industriais e com os riscos possíveis de sua acomodação inadequada no ambiente é recente e resultou dos enormes problemas decorrentes desta prática.

De acordo com Benedito Braga, a Agência de Proteção Ambiental norte-americana:

O termo resíduo perigoso caracteriza um resíduo sólido ou uma combinação de resíduos sólidos os quais - em decorrência da quantidade, concentração ou características físicas, químicas ou infecciosas – podem: Causar ou contribuir significativamente para o aumento da mortalidade ou para o aumento de doenças sérias irreversíveis ou reversíveis incapacitantes; e significar um perigo presente ou potencial para a saúde humana ou meio ambiente quando tratado, armazenado, transportado, disposto ou usado de maneira imprópria (BRAGA, 2009, p. 153).

Segundo Braga (2009) resíduos perigosos são classificados como, resíduos biomédicos que são os de hospitais, clinicas, e que possuem características infecciosas; os resíduos químicos os produzidos pela atividade industrial e usados pela grande maioria da sociedade atual.

Os resíduos sólidos sem dúvida alguma apresentam riscos para a saúde e para o ambiente, saber a grandeza desses riscos depende de uma noção extensa sobre os resíduos, e tudo na qual está relacionado desde o surgimento dele até o destino final (SISINNO, 2000).

3.3.2 PNGRS - política nacional de gerenciamento de resíduos sólidos.

Diariamente no Brasil são produzidas milhares de toneladas de resíduos sólidos urbanos, e por esse motivo há a necessidade de encontrar alternativas para que o

(33)

montante de resíduos sólidos diminua e que tenham sua adequada destinação (PIVETTA, 2013).

Essa crescente produção de resíduos sólidos está de certa forma ligada às atividades humanas. Destaca-se, que com os novos padrões de consumos adotados em meados do século XX, e com o aumento da sociedade industrial, bem como o avanço da tecnologia na terceira revolução industrial, desencadeou o desequilíbrio entre esses novos padrões de consumo e a capacidade de recuperação e absorção da natureza (PIVETTA, 2013).

Todo este avanço, trouxe uma maior diversificação, seja ela na composição dos produtos como também nas embalagens, que por sua vez são produzidas com materiais e componentes que trazem grande toxicidade e uma difícil decomposição (AGAPITO, 2007).

Então, a disposição dos resíduos sólidos feita de forma imprópria acarreta em condições ambientais perigosas, possibilitando assim que sejam dissipados no ambiente, o que afetará na vida e na saúde das pessoas. Desta forma, é de extrema importância que o gerenciamento dos resíduos sólidos seja realizado de forma adequado, uma vez que são elementos que causam poluição atmosférica, hídrica, visual e do solo (PIVETTA, 2013).

O Ministério do Meio Ambiente em site dispõe sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos instituída pela lei 12.305/10:

A Lei nº 12.305/10, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) é bastante atual e contém instrumentos importantes para permitir o avanço necessário ao País no enfrentamento dos principais problemas ambientais, sociais e econômicos decorrentes do manejo inadequado dos resíduos sólidos. Prevê a prevenção e a redução na geração de resíduos, tendo como proposta a prática de hábitos de consumo sustentável e um conjunto de instrumentos para propiciar o aumento da reciclagem e da reutilização dos resíduos sólidos (aquilo que tem valor econômico e pode ser reciclado ou reaproveitado) e a destinação ambientalmente adequada dos rejeitos (aquilo que não pode ser reciclado ou reutilizado) Institui a responsabilidade compartilhada dos geradores de resíduos: dos fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes, o cidadão e titulares de serviços de manejo dos resíduos sólidos urbanos na Logística Reversa dos resíduos e embalagens pós-consumo e pós-consumo cria metas importantes que irão contribuir para a eliminação dos lixões e institui instrumentos de planejamento nos níveis nacional, estadual, micro regional, intermunicipal e metropolitano e municipal; além de impor que os particulares elaborem seus Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, também coloca o Brasil em

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patamar de igualdade aos principais países desenvolvidos no que concerne ao marco legal e inova com a inclusão de catadoras e catadores de materiais recicláveis e reutilizáveis, tanto na Logística Reversa quando na Coleta Seletiva (BRASIL, 2020).

Diante disso, importa expor que a Política nacional de resíduos sólidos é uma chance de padronizar e operacionalizar as atividades que dizem respeito a gestão dos resíduos sólidos no país. Isso possibilitará transformações no modo de produção, no consumo e na sociedade com o meio ambiente, implicando numa sociedade desenvolvida e sustentável.

Destarte, na aplicação da PNRS há uma normatização de como devem ser gerenciados e tratados tais resíduos, o que minimizará os danos ambientais já causados evitando assim futuras contaminações, reforçando que a sociedade deve ser alicerçada no econômico, social e ambiental (PIVETTA, 2013).

3.3.3 O papel da indústria de defensivos agrícola na PNGRS

Em conformidade com a conceituação de responsabilidade compartilhada, a Lei Nacional de Resíduos Sólidos, dispõe sobre bases de uma prática e garante que serão feitas ações por parte das indústrias no gerenciamento do lixo, qual seja a logística reversa.

Assim, esse processo se dá pela recuperação de materiais após consumo, continuando o ciclo de vida para fabricação de novos produtos. A implementação da logística reversa vem sendo muito utilizada. A união dessas empresas está possibilitando as revendedoras e ainda aos produtores rurais uma conscientização quanto a destinação dos resíduos (embalagens vazias) feita de forma adequada, não sendo mais os rios, aterros e fossos seu destino final, e reciclando-as ou incinerando-as (PIVETTA, 2013).

Importante salientar que são necessárias todas as medidas de sanitárias, uma vez que elas têm como finalidade o gerenciamento dos processos sobre a logística dos insumos, isso devido aos possíveis riscos que os agrotóxicos podem causar à saúde e ao meio ambiente quando processados de maneira inadequada (PIVETTA, 2013).

(35)

3.3.4 Instituto nacional de processamento de embalagens vazias

O Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (INPEV) é uma entidade sem fins lucrativos, fundada por fabricantes agrotóxicos com intuito de gerir a destinação final de embalagens vazias de seus produtos no Brasil. O INPEV também dá suporte e orientação as indústrias, aos canais de distribuição e ainda aos agricultores no cumprimento dos encargos determinados pela legislação, além da promoção da educação e da consciência que deve se ter quanto a proteção ao meio ambiente e à saúde humana e mais ainda apoiar o desenvolvimento tecnológico de embalagens (MINAMI, 2008).

O INPEV foi instituído após a instauração da Lei Federal de nº. 9.974/00, que estabelece as formas de recolhimento e destinação final das embalagens dos produtos. Ela responsabiliza todos os agentes atuantes na produção agrícola do Brasil (MINAMI, 2008).

Atualmente integram o INPEV mais de 100 empresas fabricantes de agrotóxicos e entidades representativas do setor, assim destaca:

Com a mobilização constante e o engajamento de cada um desses agentes e da sociedade em geral, o INPEV ajudou a tornar o Brasil uma referência mundial em logística reversa de embalagens vazias de defensivos agrícolas. Por ação do Sistema Campo Limpo, cerca de 94% das embalagens plásticas primárias (que entram em contato direto com o produto) e 80% do total das embalagens de produtos comercializados anualmente recebem a correta destinação pós-consumo. Nenhum país do mundo registra uma cobertura tão ampla. Na França, que tem o segundo melhor desempenho, a destinação não passa de 77%; seguida do Canadá, com 73%. Os Estados Unidos são o nono lugar no ranking, com 33%.

(INPEV, 2021)

O Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (INPEV) possui postos de coleta em todos estados da Federação. Esses postos para serem montados estar em pleno funcionamento é necessário atender à algumas determinações:

Para o início do funcionamento, as Unidades de Recebimento devem estar adequadas para o trabalho dos operadores e preparo das embalagens como a seguir, conforme o INPEV.

· Dotar as unidades de recebimento de equipamentos e instalações especiais para o manuseio das embalagens lavadas ou não. Instalações

(36)

especiais são células modulares para a separação e armazenamento das embalagens por tipo de material;

· Treinar a equipe de trabalho (supervisor e operadores) para o uso de equipamentos de proteção individual e atividades de recebimento, inspeção, triagem e armazenamento das embalagens;

· Ao receber uma partida de embalagens vazias, o encarregado da Unidade de Recebimento deverá adotar os seguintes procedimentos (PEROSSO, VICENTE, 2007, p. 45).

No Estado do Espírito Santo, possui uma Central de recolhimento instalada no município de Linhares, e um posto de recebimento localizado no município de Itarana (INPEV, 2021).

Conforme definiu o decreto 4074/2002, conceitua:

Centro ou central de recolhimento: estabelecimento mantido ou credenciado por um ou mais fabricantes e registrantes, ou conjuntamente com comerciantes, destinado ao recebimento e armazenamento provisório de embalagens vazias de agrotóxicos e afins dos estabelecimentos comerciais, dos postos de recebimento ou diretamente dos usuários;

Posto de recebimento: estabelecimento mantido ou credenciado por um ou mais estabelecimentos comerciais ou conjuntamente com os fabricantes destinados a receber e armazenar provisoriamente embalagens vazias de agrotóxicos e afins devolvidas pelos usuários (BRASIL, 2009).

3.3.5 Embalagens de agrotóxicos

As embalagens de agrotóxicos variam com a forma em que os produtos são apresentados ao mercado (liquida, em pó, pó molhado, gás, pasta, granulada, pastilha, etc.). As embalagens dos agrotóxicos utilizados originam um grupo peculiar de resíduo, fornecendo a responsabilidade ao agricultor para que seja destinada de forma adequada (MINAMI, 2008).

3.3.5.1 Classificação das embalagens

As embalagens de agrotóxicos são classificadas em laváveis, não laváveis, contaminadas e não contaminadas.

As embalagens laváveis são rígidas, feitas de plástico duro, metal ou vidro, e em sua maioria contém produtos que diluem em água antes de ser aplicado nas lavouras (MINAMI, 2008).

(37)

As embalagens plásticas de agrotóxicos diferem quanto ao tipo de resina, podendo ser:

Pead Mono (Polietileno de Alta Densidade) – Resina que apresenta alta resistência a impactos e aos agentes químicos. É identificada pelas siglas Hdpe (high density polyethylene), PE (polietileno) ou Pead. Este tipo de embalagem leva o número 2 e é a segunda resina mais reciclada no mundo.

 O Coex, ou coextrusão também é conhecido pela sigla EVPE. É identificado pelas siglas COEX, EVPE ou PAPE (poliamida polietileno) e seu número de identificação é o 7.  O PP ou Polipropileno é identificado pela sigla PP e pelo número 5, ambos estampados no fundo das embalagens (MACEDO; COLOMBELLI; PORTO; JUNIOR, 2015).

Não laváveis: são aquelas em que não utilizam água como meio de pulverização, e também as embalagens flexíveis e secundárias. Integram a esta classificação, os sacos de plástico, papel, metalizados, ou feitos de outro material flexível (MINAMI, 2008)

As embalagens contaminadas: são as que tem contato direto com o produto e não podem ser lavadas. Essas embalagens geralmente são produzidas por material flexível ou rígido. O grupo inclui as embalagens de sacos plásticos, de sementes, caixas de papelão, fibrolatas e cartuchos de cartolina (INPEV, 2021).

As não contaminadas são: as embalagens que não tem contato direto com o produto. As caixas secundárias de papelão que são utilizadas para o transporte dos agrotóxicos são consideradas não contaminadas.

Destaca-se que, 95% das embalagens de agrotóxicos disponíveis no mercado são laváveis e podem ser recicladas, desde que limpas de maneira adequada, as embalagens contaminadas não lavadas de forma adequada são incineradas, o restante são as não laváveis (INPEV, 2020).

3.4 LOGISTICA REVERSA

Com o crescimento das indústrias houve uma sofisticação nos canais que distribuíam matérias primas e outros, mas deixou de lado a reutilização desses materiais. Assim, pôde-se perceber que não havia pouca preocupação com reciclagem dessas matérias, em contrapartida a produção de embalagens e descartáveis só crescia. Na produção, o uso da matéria-prima virgem era mais viável

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