• Nenhum resultado encontrado

PNGRS-Política nacional de gerenciamento de resíduos

3.3 RESÍDUOS SÓLIDOS NA AGRICULTURA

3.3.2 PNGRS-Política nacional de gerenciamento de resíduos

Diariamente no Brasil são produzidas milhares de toneladas de resíduos sólidos urbanos, e por esse motivo há a necessidade de encontrar alternativas para que o

montante de resíduos sólidos diminua e que tenham sua adequada destinação (PIVETTA, 2013).

Essa crescente produção de resíduos sólidos está de certa forma ligada às atividades humanas. Destaca-se, que com os novos padrões de consumos adotados em meados do século XX, e com o aumento da sociedade industrial, bem como o avanço da tecnologia na terceira revolução industrial, desencadeou o desequilíbrio entre esses novos padrões de consumo e a capacidade de recuperação e absorção da natureza (PIVETTA, 2013).

Todo este avanço, trouxe uma maior diversificação, seja ela na composição dos produtos como também nas embalagens, que por sua vez são produzidas com materiais e componentes que trazem grande toxicidade e uma difícil decomposição (AGAPITO, 2007).

Então, a disposição dos resíduos sólidos feita de forma imprópria acarreta em condições ambientais perigosas, possibilitando assim que sejam dissipados no ambiente, o que afetará na vida e na saúde das pessoas. Desta forma, é de extrema importância que o gerenciamento dos resíduos sólidos seja realizado de forma adequado, uma vez que são elementos que causam poluição atmosférica, hídrica, visual e do solo (PIVETTA, 2013).

O Ministério do Meio Ambiente em site dispõe sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos instituída pela lei 12.305/10:

A Lei nº 12.305/10, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) é bastante atual e contém instrumentos importantes para permitir o avanço necessário ao País no enfrentamento dos principais problemas ambientais, sociais e econômicos decorrentes do manejo inadequado dos resíduos sólidos. Prevê a prevenção e a redução na geração de resíduos, tendo como proposta a prática de hábitos de consumo sustentável e um conjunto de instrumentos para propiciar o aumento da reciclagem e da reutilização dos resíduos sólidos (aquilo que tem valor econômico e pode ser reciclado ou reaproveitado) e a destinação ambientalmente adequada dos rejeitos (aquilo que não pode ser reciclado ou reutilizado) Institui a responsabilidade compartilhada dos geradores de resíduos: dos fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes, o cidadão e titulares de serviços de manejo dos resíduos sólidos urbanos na Logística Reversa dos resíduos e embalagens pós-consumo e pós-consumo cria metas importantes que irão contribuir para a eliminação dos lixões e institui instrumentos de planejamento nos níveis nacional, estadual, micro regional, intermunicipal e metropolitano e municipal; além de impor que os particulares elaborem seus Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, também coloca o Brasil em

patamar de igualdade aos principais países desenvolvidos no que concerne ao marco legal e inova com a inclusão de catadoras e catadores de materiais recicláveis e reutilizáveis, tanto na Logística Reversa quando na Coleta Seletiva (BRASIL, 2020).

Diante disso, importa expor que a Política nacional de resíduos sólidos é uma chance de padronizar e operacionalizar as atividades que dizem respeito a gestão dos resíduos sólidos no país. Isso possibilitará transformações no modo de produção, no consumo e na sociedade com o meio ambiente, implicando numa sociedade desenvolvida e sustentável.

Destarte, na aplicação da PNRS há uma normatização de como devem ser gerenciados e tratados tais resíduos, o que minimizará os danos ambientais já causados evitando assim futuras contaminações, reforçando que a sociedade deve ser alicerçada no econômico, social e ambiental (PIVETTA, 2013).

3.3.3 O papel da indústria de defensivos agrícola na PNGRS

Em conformidade com a conceituação de responsabilidade compartilhada, a Lei Nacional de Resíduos Sólidos, dispõe sobre bases de uma prática e garante que serão feitas ações por parte das indústrias no gerenciamento do lixo, qual seja a logística reversa.

Assim, esse processo se dá pela recuperação de materiais após consumo, continuando o ciclo de vida para fabricação de novos produtos. A implementação da logística reversa vem sendo muito utilizada. A união dessas empresas está possibilitando as revendedoras e ainda aos produtores rurais uma conscientização quanto a destinação dos resíduos (embalagens vazias) feita de forma adequada, não sendo mais os rios, aterros e fossos seu destino final, e reciclando-as ou incinerando-as (PIVETTA, 2013).

Importante salientar que são necessárias todas as medidas de sanitárias, uma vez que elas têm como finalidade o gerenciamento dos processos sobre a logística dos insumos, isso devido aos possíveis riscos que os agrotóxicos podem causar à saúde e ao meio ambiente quando processados de maneira inadequada (PIVETTA, 2013).

3.3.4 Instituto nacional de processamento de embalagens vazias

O Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (INPEV) é uma entidade sem fins lucrativos, fundada por fabricantes agrotóxicos com intuito de gerir a destinação final de embalagens vazias de seus produtos no Brasil. O INPEV também dá suporte e orientação as indústrias, aos canais de distribuição e ainda aos agricultores no cumprimento dos encargos determinados pela legislação, além da promoção da educação e da consciência que deve se ter quanto a proteção ao meio ambiente e à saúde humana e mais ainda apoiar o desenvolvimento tecnológico de embalagens (MINAMI, 2008).

O INPEV foi instituído após a instauração da Lei Federal de nº. 9.974/00, que estabelece as formas de recolhimento e destinação final das embalagens dos produtos. Ela responsabiliza todos os agentes atuantes na produção agrícola do Brasil (MINAMI, 2008).

Atualmente integram o INPEV mais de 100 empresas fabricantes de agrotóxicos e entidades representativas do setor, assim destaca:

Com a mobilização constante e o engajamento de cada um desses agentes e da sociedade em geral, o INPEV ajudou a tornar o Brasil uma referência mundial em logística reversa de embalagens vazias de defensivos agrícolas. Por ação do Sistema Campo Limpo, cerca de 94% das embalagens plásticas primárias (que entram em contato direto com o produto) e 80% do total das embalagens de produtos comercializados anualmente recebem a correta destinação pós-consumo. Nenhum país do mundo registra uma cobertura tão ampla. Na França, que tem o segundo melhor desempenho, a destinação não passa de 77%; seguida do Canadá, com 73%. Os Estados Unidos são o nono lugar no ranking, com 33%.

(INPEV, 2021)

O Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (INPEV) possui postos de coleta em todos estados da Federação. Esses postos para serem montados estar em pleno funcionamento é necessário atender à algumas determinações:

Para o início do funcionamento, as Unidades de Recebimento devem estar adequadas para o trabalho dos operadores e preparo das embalagens como a seguir, conforme o INPEV.

· Dotar as unidades de recebimento de equipamentos e instalações especiais para o manuseio das embalagens lavadas ou não. Instalações

especiais são células modulares para a separação e armazenamento das embalagens por tipo de material;

· Treinar a equipe de trabalho (supervisor e operadores) para o uso de equipamentos de proteção individual e atividades de recebimento, inspeção, triagem e armazenamento das embalagens;

· Ao receber uma partida de embalagens vazias, o encarregado da Unidade de Recebimento deverá adotar os seguintes procedimentos (PEROSSO, VICENTE, 2007, p. 45).

No Estado do Espírito Santo, possui uma Central de recolhimento instalada no município de Linhares, e um posto de recebimento localizado no município de Itarana (INPEV, 2021).

Conforme definiu o decreto 4074/2002, conceitua:

Centro ou central de recolhimento: estabelecimento mantido ou credenciado por um ou mais fabricantes e registrantes, ou conjuntamente com comerciantes, destinado ao recebimento e armazenamento provisório de embalagens vazias de agrotóxicos e afins dos estabelecimentos comerciais, dos postos de recebimento ou diretamente dos usuários;

Posto de recebimento: estabelecimento mantido ou credenciado por um ou mais estabelecimentos comerciais ou conjuntamente com os fabricantes destinados a receber e armazenar provisoriamente embalagens vazias de agrotóxicos e afins devolvidas pelos usuários (BRASIL, 2009).

3.3.5 Embalagens de agrotóxicos

As embalagens de agrotóxicos variam com a forma em que os produtos são apresentados ao mercado (liquida, em pó, pó molhado, gás, pasta, granulada, pastilha, etc.). As embalagens dos agrotóxicos utilizados originam um grupo peculiar de resíduo, fornecendo a responsabilidade ao agricultor para que seja destinada de forma adequada (MINAMI, 2008).

3.3.5.1 Classificação das embalagens

As embalagens de agrotóxicos são classificadas em laváveis, não laváveis, contaminadas e não contaminadas.

As embalagens laváveis são rígidas, feitas de plástico duro, metal ou vidro, e em sua maioria contém produtos que diluem em água antes de ser aplicado nas lavouras (MINAMI, 2008).

Documentos relacionados