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Zero, 2011, ano 29, n.3, jul.

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VI

FLORIANÓPOLIS,

JULHO DE 2011

-

CURSO DE JORNALISMO DA UFSC ANO

XXIX, NÚMERO

3

(2)

2

julho

2011

I

ZERO

..J

<C

-a::

O

I

-C

w

terceira fase docursode Jornalismo

da UFSC. Paraentrarem contato

com aautoraescrevaparaoe-mail

giovanna@ch.inellato.com.br.

Nascer

e

morrer:

dois

instantes

dramáticos

na

vida

Caros

leitores,

O filósofo grego

Epicuro,

professor

em

Rodes,

receitou um remédio para toda a

humanidade,

que

ele

julgava

doente.

Segundo

ele,

o malseagravavaem

função

de falsas crenças que oshomens transmitiam

uns aos outros. A cura viria através da fórmula chamada

tetrapbármakon,

remédio

quádruplo,

que

não passava de uma mensagem filosófica: 1. Nãohá

oquetemerquantoaos

Deuses;

2. Nãoháoquetemer

quanto à morte; 3. Pode-se

alcançar

a

felicidade,

4. Pode-sesuportarador.

Mais de dois milênios

depois

parece queaindanão

estamos curados. Não é

preciso

uma

pesquisa

para confirmar que a

grande

maioria das pessoas sente

medo da morte.

Cemitérios,

caixões ou funerárias aindacausam

arrepios

amuitos. Mesmoosquedizem

não sentir

medo,

têmcertasreservas.MasemCabrália

Paulista,

uma pequena cidade do interior de São

Paulo,

as pessoas mostram bom-humor em

relação

aotema.Cabrália entrouparaolivro dos recordesao

construiromaior caixãodo mundo.Com pouco mais

de 5milhabitantese,em

média,

trêsóbitose

produção

demaisde 15 milurnasfuneráriaspor

mês,

acidade

coleciona histórias

engraçadas.

Nas

fábricas,

écomum funcionários fazeremasesta dentro decaixões. Parte

da

produção

terceirizadaéfeitana casadeartesãose o

produto

prontoficaaesperada coletanavarandaou

nagaragem.

Alguém

desavisado

pode

tercalafrios ao

passar

pela

casadeumdelesà noite.

Nemcommedonem combrincadeiras.Conversamos

sobreamorte com

psicólogos

e

religiosos

paratrazer

tantoo

enfoque

daciênciaquantoda fé.Esteéotema

do

Especial

desta

edição.

No oposto dalinha dotempo temosonascimento. Afasequemostramaisa nossa

fragilidade.

Maisainda

quando

opartoacontece antesdeum

período

normal de

gestação.

Quaisosavançosda medicinaeda

tecnologia

paradarsuporteàvida de bebês

prematuros?

Esta

edição

trata também do aumento da oferta de

produtos

sem

glúten,

o que beneficia os

celíacos,

pessoas que convivemcom uma

doença

causada

pela

ingestão

de

proteína

contidaem

alguns

alimentos.

Tem,

ainda, empreendedorismo

nasredessociaiseo usodas

tecnologias

noterceirosetoralémde

questionamentos

sobreas

políticas

culturais....

Boaleitura!

Hey,

vr�,

ku

leIJlf10

1.1

t:r�i

zlilo

JORNAL

LABORATÓRIO

ZERO

AnoXXIX- N° 3- Julhode 2011

Universidade Federal de Santa Catarina- UFSC

Fechamento: 12 dejulho

Charge

ZERO NO

TEMR0

1

deles são

processados judicialmente.

Muito mais

raramente,

alguns

deles conseguem ser laureados porseu

desempenho

na

função.

Nossaconversanesta

edição

écom Cláudio

Júlio

Tognolli,

colecionador de mais de uma centena de processos.Donodeumavisãocrítica sobrea

grande

imprensa,

éumdosmaisbem-informados

repór.teres

policiais

do

país.

Durante doismesessentiu na

pele

como seria viver,

hoje,

segundo

os mandamentos

da Bíblia. Em

parceria

com

José

Arbex

Jr.

escreveu

O Século do Crime, síntese de duas décadas de

reportagensfeitasemdiversos

países.

Ele

recebeu

meiadúzia de

prêmios,

entreelesumPrêmio Essode

Jornalismo

e umPrêmio

Jabuti

de literatura.

. b

Curso de Jornalismo - CCE- UFSC- Trindade

Florianópolis

-CEP 88040-900

Tel.: (48)3721-6599/3721-9490

Onúmero é cabalístico:sete.Foramsete

jornalistas

queconcederamentrevistaparaa

edição

de outubro de 2006 doZERO.

Nãoqueremos

quebrar

a

magia,

porém,

trazemos nesta

edição

uma conversa com um

jornalista

tão

polêmico

quanto

aqueles.

Lembrando aos leitores

que,

naquela época,

o

jornalista gaúcho

Renan

Antunesde Oliveira

ganhou

umPrêmioEssocom uma

reportagem em um

jornal

de

bairro,

desbancando

jornalões

das

grandes capitais,

o quecausou afúria de fortes

empresários

de

comunicação.

Além de

polêmicos,

esses

profissionais

têm mais

alguma

coisaem comum.Nem só de

prêmios

vivem

os

jornalistas

-de processos também. Milhares

REDAÇÃO

Alécio Clemente, Camila Collato,

Diego Cardoso, Diego Souza, Gabriella Bridi,

Isis Dassow, Juliana Geller, l.aís Mezzari,

Rodolfo

Conceição,

Rodolfo Espinola, Vinicius

Shmidt, Úrsula Dias

EDiÇÃO

Camíla Collato,

Diego Cardoso, Gabriella Bridi, Juliana Geller,

LaryssaD'Alama, Nayara D'Alama,TífanyRodio

FOTOGRAFIA CarolinaDantas, Dirk Ruhland,

Eduardo Trauer, Isis Martins Dassow, Rodolfo

Conceição,RodolfoEspinola,Thomé Granemann Rosa

EDITORAÇÃO

Camila Collato, Diego

Cardoso, Diego Souza, Gabriella Bridi, Laryssa D'Alama, Luanna Hedler, Nayara D'Alama,

Rodolfo

Conceição,

Tifany Rodio, Úrsula Dias

INFOGRAFIA Felipe Tadeu, Gregório Italiano

Veneziani

ILUSTRAÇÃO

Felipe Perucci,

Giovanna Chinellato, João Victor Oueiroz

GarciaPROFESSOR-COORDENADOR Jorge Kanehide Ijuim MTblSP 14.543

MONITORIA Verônica Lemus, Wesley

Klímpel

IMPRESSÃO

Diário Catarinense

CIRCULAÇÃO

Nacional TIRAGEM 5.000

exemplares

MelhorPeçaGráficaI, II, III, IVVeXIS�t

UniversitáriojPUC-RS (1988, 89, 90, 91,92

e98)

Melhor Jornal-LaboratórionoIPrêmio Foca

SindicatodosJornalistasde SC2000

30 melhor Jornal-Laboratório do Brasil EXPOCOM 1994

(3)

ZERO

I

julho

2011

3

Reinvestigador

do

Quarto

Poder

Cláudio Júlio

Tognolli,

escritor

e um

dos

jornalistas

mais

processados

do

país,

fala

ao

ZERO

sobre

o uso

da

internet

no

jornalismo investigativo,

ações

judiciais

contra

profissionais

da

área

e a

Operação Satiagraha

da

Polícia

Federal,

além

de dar

detalhes sobre

seu novo

livro

Cabeludo

e

<fã

de rock 'n'

roll,

Cláudio

Júlio Tognolli

é formado em

Jornalismo,

com mestrado em Psicanálise da

Comunicação

e doutorado em Filosofia das Ciências.

Escritor,

jornalista

e

professor

da Escola de

Comunicação

e Artes da USP

e das Faculdades

Integradas

Alcântara

Machado,

também é membro do

InternationalConsortiumof

Investigative

Journalism (lCI})

e ocupa cadeira na diretoria da

Associação

Brasileira de

Jornalismo

Investigativo

(Abraji).

O

repórter,

que

passou

pelas redações

de

Folha de S.

Paulo,

Galileu e

Veja,

Rádios

CBN,

Jovem Pan e

Eldorado, orgulha­

se de

algumas

proezas: ter se infiltrado em

países,

torcidas

organizadas

e seitas

religiosas,

haver vivido os ensinamentos

bíblicos ao

da letrapor dois meses e

teradoecido

propositalmente

para testar

o sistema de saúde cubano

-para

depois

ser descoberto e

expulso

da ilha.

Na carreira de

escritor,

destaque

para

O Século do

Crime,

escrito em

parceria

com

José

Arbex

Júnior

e vencedor do Prêmio

Jabuti

deLiteraturana

categoria

reportagem, e a

biografia

do músico

Lobão,

50 Anos a

Mil,

que está sendo

adaptada

paraos cinemas. Em passagem por

Florianópolis

para

participar

do 10

Seminário

Brasil-Argentina

de

Pesquisa

e

Investigação

em

Jornalismo, Tognolli

conversou com oZERO.

Comovocêvêocenário atual do

Jornalismo,

em que o

repórter prefere

ficar na

redação,

apu­ rando matérias no

computador,

em vez de ir pararuaatrás de

pessoas?

Euachofundamentalquesesente,sim,nafrente da

internete quese

fique

com abunda ali porhoras.

Mas isso é apenas um trabalho de

preparação.

Eu

achoótimo que

nós,

jornalistas,

possamosfazerisso

hoje.

Eulembro que

quando

eucomeceina

profissão,

aspessoasnospassavam

informações

desatualizadas,

e agentenãotinhaumbanco de dados onlinepara

poder

checaravalidade

daquilo.

Achoótimo queas

pessoaspassem horas nafrente do

computador

an­

tesdesairpara apurar

algo.

Até porque, tendoesse

universobelíssimoque éainternet à

disposição,

elas

podem

saberoque

angular

diferentementeemuma história. Eu não saio para fazer nenhuma

grande

reportagemsemficar horasnainternet.Até paraeu saber sobre umahistória banal de umpersonagem

quetodo mundo conheceedescobriroqueaindanão

seperguntou.A internetéum

grande

filtropara o

jornalista,

umsuper-egoparaagentemelhorarnos­ sotrabalho.

Talvez por

preguiça

ou até por sofrer intimi­

dação,

o

jornalista

deixa de apurar e passa a

exercer o

jornalismo

declaratório. Como você analisaessa

situação?

o Brasiléo

país

em que maisseprocessa

jornalis­

tas.Estima-se que

haja

cincomil

processados hoje,

algo

como

R$

60 milhões de

indenização.

Por isso,

os

departamentos

jurídicos

têmtomado cuidado de

nãodeixar sair reportagens com

juízo

de valor do

repórter.

Eu achoqueno

jornalismo

acusatório,

de

investigação,

o

profissional

temquetrazerprovas. Se

alguém

está

acusando,

elenãotemquetransformar afrase dapessoaem

paráfrase,

eletemqueencher de

aspas, sim. Oautor temquetomartodososcuidados

pra nãoinvalidar o

próprio

trabalho. Eu acho que

o

jornalismo

investigativo

nãorequermuita

perícia

conceitualnosentido de descrever

fenômenos,

elere­

quer

objetividade

e

alguma

friezapara construir-um cenário. Você só está narrandoeste

cenário,

nãotem

queseincluirnanarrativa. O

repórter,

principalmen­

teno

jornalismo literário,

sesentemais

importante

queo

fato,

e o

jornalismo

investigativo

temque

jogar

tudoissofora.

Falandoemprocessos,ementrevista paraare-'

vista Caros

Amigos

no fim dos anos

1990,

você

foi

apontado

como o

jornalista

mais

processado

do Brasil.Maisde dezanos

depois,

comoestáa

situação

hoje?

Eu

tiveuns140processos. Noano

passado,

euga­

nhei doismuito

importantes.

E agora, atéopresente momento, estou sem nenhum. Os processos contra

jornalistas

no Brasil aumentaram quase 500% nos últimos dois anos, enquanto apenas 10% dos 380

procuradores

da

república

estão sendo

processados

pelas

mesmaspessoasqueabrem

ações

contra

jorna­

listas.Eutenho saudades daLeide

Imprensa, pois

ela deixavanosprocessaremapenasaté doisanos

depois

da

publicação

da

matéria,

pedindo

nomáximo 200

salários mínimos de

indenização.

Agora,

quando

nos processam, fazemusodo

Código

Civil,

e

podem

nos

processar até 20anos

após

a

publicação,

e semtetode

ressarcimento. Ou

seja,

pedem-se

milhões!

Qual

éolimite da

investigação jornalística

eda

investigação policial?

O

jornalista

investigativo

deve usar o documento

produzido pelas

autoridadescomopontode

partida,

enãocomopontode

chegada.

Vocêusa

aquilo

para

ir atrásde

indícios,

pega no

inquérito informações

como

endereços

e

telefones,

e constrói a narrativa. Masnemsempreissoé

possível.

Comasescutasque

a

polícia

tem

feito,

o

jornalista

estácadavezmais

perdendo

elementospra

competir

com essa

perícia.

Entãoeuacho queo

repórter

nãoémaisuminvesti­

gador,

éum

reinvestigador.

Euachoqueo

papel

dele como

investigador

estálimitado face ànovatecnolo­

gia

judicial.

Frequentemente

agentevênotíciassobreopera­

ções

do Ministério Públicoeda

polícia. Puxando

paraum caso em que vocêse

envolveu,

temos

a

operação

Satiagraha (Tognolli

escreveu uma

matéria paraarevistaeletrôni­ caConsultor

Jurídico

com uma lista de 25

repórteres persegui­

dos

pelo delegado Protógenes

Queiroz,

que acreditava que eles haviam sido

comprados

pelo banqueiro

Daniel

Dantas).

Você acha que esse aumento

nas

ações

do

poder público

está tirando do

jornalismo

o

papel

dequarto

poder?

Não,euachoqueéocontrário.No

casodo

Protógenes,

o

Superior

Tri­

bunalde

Justiça

(S1J)

absolveuo

banqueiro

Daniel

Dantas.Acho que quemdeve

explicações

agora é o

delegado.

Estou

lançando

em ummêsolivro

Golpe

Absixo daCintura,quemostracomo

espiões

italianos

vieramaoBrasil distribuir120milhões deeuros em

corrupção

parafulminaro Daniel Dantas.

Hoje

em

dia,

com esse

legalismo

dizendoqueeleéo

demônio,

eu quero dizerocontrário: o

Protógenes

éque éo

demônio,

eéoqueeu vouprovar.

Você

teve

algum

contatocom o

delegado

Pro­

tógenes

Queiroz?

Nunca tive nenhum contato. A únicacoisa que eu

gostaria

é que ele

explicasse

seu

imposto

de

renda,

que.não

está

explicado.

Uma frasemefoi ensinada

pelo

meu

advogado: perdoa-se

o

pecador,

mas

jamais

o

pregador.

O

S1J

perdoou

osuposto

pecador

Daniel

Dantas.

Quero

verquem vai

perdoar

o

pregador

Pro­

tógenes.

Há uma

investigação

na

procuradoria

de Milãoque

chegou

aoBrasilagoramostrando que ha­

via interesses

privados

italianos

corrompendo

autori­

dades brasileiras.Eu querover seisso

chega

neleou

não. Se

chegar,

azardele.Se não

chegar, parabéns.

De

qualquer forma,

ele deve

explicações

sobreo

imposto

de

renda,

porque quem acusa,temtelhado de vidro.

RodolfoConceição

rodolfohgc@gmail.com

Colaboração:LucasPasqual

Fotos:CarolinaDantas

m

z

-t

:xl

m

<

-en

-t

»

Processos

"Tenho saudades

da Lei de

Imprensa,

ela

deixava

nos

processa

rem

apenas até dois

anos

depois

da

publicação

(4)

4

julho

2011

I

ZERO

Apesar

de

afetar quase

1

%

da

população

mundial,

muitas

pessoas que

sofrem

com

os

sintomas

desconhecem

a

doença.

. "

Adeus

ao

pãozinho

branco

o número

de

pessoas que

não

podem

ingerir

alimentos

com

glúten,

os

celíacos,

pode

chegar

a

dois

milhões

no

Brasil

Parece

que,

acadaanoquepassa,mais pessoas

declaram guerra ao

glúten.

Observamos co-

.�

nhecidos, amigos

efamiliares descobriremque ;:!<

§

a

proteína

presenteno

trigo,

na

cevada,

no centeio

e na aveia é acausadeseus

principais

problemas,

o

'C comodiarreia

crônica, prisão

de ventre,

inchaço

no 'g,

lS

abdômen, flatulência,

dores

abdominais,

perda

de

peso, cansaçoe

indisposição.

Essessão sintomas da

doença celíaca,

que afeta

o intestino

delgado

de pessoas

geneticamente

pre­

dispostas.

Aenfermidade semanifestaporcausada

ingestão

de

glúten

e

exige

umadietasem a

proteína

paraorestoda vida.

NosEstados

Unidos,

os casos

quadruplicaram

nos últimos 50anos etendemaaumentar, de acordocom

informações

do CeliacDisease CenterdaUniversida­ de de

Chicago.

A estimativaédeque,

atualmente,

três milhões de norte-americanos

sejam celíacos,

oque

representa1%da

população

saudável do

país.

Noen­ tanto,97%deles aindanãoforam

diagnosticados.

No

Brasil,

a

situação

parecenãosermuitodiferente.

A

Federação

Nacional das

Associações

de Celíacos do Brasil

(Fenacelbra)

baseia-senaestimativamun­ dial deque 1%da

população

do

planeta

seja

celíaca.

Deacordocom esse

percentual,

onúmerode doentes no

país pode chegar

a dois milhões. O

problema

é que

aqui,

assim como nos Estados

Unidos,

amaio­ riadessaspessoas nãosabequeo

glúten pode

ser um

inimigo

da saúde.

Recentemente ficouumpouco maisfácil fazero

testeda

doença

celíaca.Oexame

antitransglutamina-se,

importante

paraa

avaliação

inicial dos

pacientes,

foi

disponibilizado

narede

pública

de saúdeem2009.

Masa

abrangência

ainda é restrita paraamaioria

da

população.

Em fevereiro desteano, ele foi reali­

zadoatravésdo Sistema

Único

de Saúdeemapenas

53

municípios brasileiros,

de acordocom orelatório de

produção

ambulatorial doSUS. Isso indicaque, se o acesso ao exame formaiornos

próximos

anos,

poderá

aumentaraindamaisos casos

comprovados

da

doença.

Iceberg

A

figura

de um

iceberg

é comumente utilizada

paramostrar oquanto arealidade da

doença pode

ser

complexa.

DeacordocomStefano

Guandalini,

diretor doCe­

liacDisease Center,o

pico

fora da

água

representa

aqueles

que possuem sintomas. Essas pessoas tam­

bémapresentamtrês fatoresessenciaisparaa

carac-1

...,... Jntestlnaldanificado

Semdal'lo

Int:6tinal

SusccIIIMIo<I&d.o!I"""tlu:HLI..DQ.2.04l&

�fI'OiIoiliU(TT(1I

terização

da

doença:

lesõesna mucosadointestino

delgado,

umataxaelevada de

anticorpos

antítrans­

glutaminase

egenesassociadosà

doença.

Logo

abaixo da linha d'

água

estáa

representação

de doentesque nãoapresentamouapresentamsinto­

masmínimose, porisso,sãochamados de "celíacos

silenciosos",

que a

qualquer

momento

podem

vira

sentiras

consequências

de

ingerir

glúten.

Abase indicapessoas

geneticamente

predispostas

e que apresentam uma elevada taxa de

anticorpos

antitransglutaminase,

mas não possuem danos ao

intestino

delgado

e nem sintomas. São os celíacos

"latentes" ou "em

potencial".

Aciência ainda não

sabe

responder

se esses indivíduos

precisam seguir

umadietasem

glúten

paraorestoda vida.

Sensibilidadeao

glúten

Muitaspessoas sofremosefeitos

negativos

dain­

gestão

de

glúten,

masnãoapresentamosfatores bási­ cosparaa

caracterização

da

doença

celíaca.Porisso,

ossintomas

geralmente

são

explicados

como sendo

decausa

psicológica.

Porém,

pesquisadores

que

não pensam assim.

O Centrode

Doença

Celíaca

publicou

umrelatório

emoutubro de2010que informa haver evidências de

queasensibilidadeao

glúten

é,

de

fato,

uma

doença.

Entretanto,ainda é

preciso

aprofundar

oestudopara

queseentendamelhorcomo o

glúten

induza uma

resposta

negativa

do

organismo

epara quesepossa

aperfeiçoar

o

diagnóstico

e otratamento.

AnutricionistafuncionalAnaCarolina de

Abreu,

de

Florianópolis,

segueessalinha depensamento. "É fato que o

percentual

de enfermostem aumentado

significativamente.

O que nãosesabeéseissoocorre

porfalta de

diagnóstico

ou

pelo

estilo de vida moder­ no.Naminha

opinião,

osdois fatores devemser

con-.,

siderados." Ela chama

atenção

para oshábitos alimentares da atualidade: "além do aumento no consumo de

produtos

feitoscomfarinha de

trigo,

a

quantidade

de

glúten

presente nos alimentos

hojeé

maior,inclusivena

própria

farinha".

Sempassar fome

Asalternativas para pessoas com dieta restrita vêm aumentando nas

prateleiras

dos

supermercados

e em estabelecimentos comerciais. Só em

2010, o mercado de alimentos sem

glúten

cresceu35%no

Brasil,

de acordocom aorga­

nização

doeventoGlutenFreeSãoPaulo.NosEstados

Unidos,

ocrescimentofoi de 30%entre 2006e2010,

segundo

pesquisa

do

packaged

Facts. Estima-seque

asvendas desses

produtos

tenham movimentado

2,6

bilhões de dólaresem 2010eque

cheguem

acinco

bilhõesem2015.

O site

acelbra-sc.org.br,

da

Associação

dos Celía­

cosdeSanta Catarina

(Acelbra-SC),

sugereestabele­

cimentos quecontêm

opções

livres de

glúten.

Sóem

Florianópolis,

são24

cadastrados,

entresupermerca­

dos,

lojas

de

produtos

naturais,

bares,

restaurantes

e

pizzarias.

Há muitoslocais que aindanão fazem

parteda

lista,

mastambém oferecem

produtos

com esse

diferencial,

como acafeteria de

Soraya

Gonçal­

ves

Siqueira,

localizadano campusda Trindade da Universidade Federal deSantaCatarina.

Aadministradoracomeçou asentiros sintomas

da

doença

celíaca

após

uma

cirurgia

de hérnia de hiatoemmaiode 2007.Cincomeses

depois,

foi

díag­

nosticada com a

doença.

Como

consequência

das

próprias

restrições

alimentares,

acabou inovandoem seu

negócio

aocriar

opções

livres de

glúten.

Atual­ mente, oferece

sanduíches,

três

tipos

de

bolo, pão

de

queijo,

brigadeiro

e

quindins.

Obolo decenoura com

açúcar

mascavoéarecei­

tamais

popular,

feitacomfarinhasem

glúten,

fari­ nha dearroz efécula de batatacomo substitutosda farinha de

trigo.

"Muitos clientesnemnotamadife­

rença. Obolo acabaem umamanhã".Assim,

Soraya

prova que é

possível

se

adaptar

àdieta limitada, "Se

euficar

esperando

pela

cura, nãovouviver.

É preciso

conviver,

explorar,

brincarcom as receitas. E

prin­

cipalmente

mostrarpara quem não écelíaco que a comidasem

glúten

também

pode

sermuito

gostosa."

IsisMartins Dassow

isismd@gmail.com

Na cafeteria de

Soraya,

o

bolo de cenoura sem

glú­

ten faz sucesso até entre

(5)

ZERO

I

julho

2011

5

Alternativas

Para tentar ao menos diminuir o

problema

de

evasão, as

coordenações

dos cursos da área come­

çaram a tomar

algumas

medidas. Em Ciências da

Computação,

por

exemplo,

a

coordenação

estápro­ curando desenvolver

campanhas

de

divulgação

mais

eficientes do curso,

especialmente

atravésda

web,

e incentivandoa

visitação

deturmaseestudantes que

estãose

preparando

paraovestibularàestruturado

curso.Para

gerenciar

oalto índice de

reprovação

de

algumas disciplinas,

em Sistemas de

Informação,

procura-se recorrer a monitores para um melhor

acompanhamento

damatéria.

O secretário

municipal

de Ciênciae

Tecnologia,

Carlos Roberto de

Rolt,

afirmaquea

prefeitura

tam­

bém

estátomando

algumas

medidas para resolver a

questão

da falta demãode obra.Aideia é

atingir

jovens,

especialmente

osde escolas

municipais,

pro­ movendoo contatodos estudàntescom alta tecno­

logia

e,dessa

forma,

fazercom quemais pessoasse

interessem

pela

área.Seasmedidas derem

resultado,

talvez

seja

possível

ocupar as cerca de 2400 vagas que devem ser criadas nos

próximos

quatro anos, além dos 5500empregosdiretos

gerados hoje.

Assim,

asempresas deTIC

podem

continuarcrescendoem

tomo de20% a30%como nosúltimos dez anos,e

Florianópolis poderá

firmarotítulo de Vale do Silício da América do Sul.

Sobram

empregos

em

Tecnologia

da

Informação

Setor

cresce

na

capital

catarinense,

mas

falta

mão de obra

qualificada

para

sustentar

o

aumento

da demanda

Florianópolis

anos como umtem

grande

sido lembradacentrode excelêncianos últimosem

soluções tecnológicas

para o Brasile exterior, inclusive sendo chamadaporveículos como aBBC

(Reino Unido)

e oCorrieredellaSera

(Itália),

como um

possível

Vale do SilícionaAmérica do Sul.Não

à toa,

quea

cidade,

conta

hoje

commaisde 550

empreendimentos

somentenosetorde

Tecnologia

da

Informação

e

Comunicação

(TIC),

e acadaanosão

abertas,

em

média,

entre30e40novas

companhias

no ramo. O

problema

paraestasempresas nãocos­

tumaser o

mercado,

quevemcrescendo considera­

velmente,

com aumento,

segundo

a PrefeituraMu­

nicipal

de

Florianópolis,

de 50%nofaturamento de

2010em

relação

ao anoanterior,

chegando

a

R$

604 milhõescomsoftwarese

serviços.

A

principal

dificul­ dade atualmente éafalta demãode obra

qualificada

paraatuarnosetor.

O estudo

"Mapeamento

de Recursos Humanos

e Cursos do Setor de

Tecnologia

da

Informação

e

Comunicação",

desenvolvido

pela

Associação

Cata­

rinense de

Empresas

de

Tecnologia

(Acate)

e

pela

Secretaria

Municipal

de

Ciência,

Tecnologia

e De­

senvolvimento Econômico Sustentável

(SMCTDES)

indicaque,somenteem

Florianópolis,

2010encerrou com

pelo

menos

560

vagasemaberto.Para2011es­ pera-sea

contratação

demaisde 1500

profissionais,

entredesenvolvedoreseanalistas.

Esteéumdos motivosque fazcom queCamila

Brito,de22 anos,

queira

permanecerna

capital

ca­

tarinense. Camilaveiode Belém

(PA),

e seformou

em

Engenharia

da

Computação

em2010noInstituto

de Estudos

Superiores

da

Amazônia,

sendoumadas trêsmulheres daturmade 35 pessoas.Estáfazendo mestradoem

Engenharia

eControle deSistemas na

UFSC."Euvimpara

Florianópolis

porcausadomes­

trado.

Quando cheguei,

vi queosetordeTIC éforte.

Por isso, estou me

aperfeiçoando

e

pretendo

ficar

aqui

pormais

tempo."

Omestradona

área,

apesar deser um

diferencial,

não é necessário para

ingressar

no setor.

Segundo

Moacir

Marafon, vice-presidente

daAcate ecoorde­

nador domapeamentoderecursos

humanos,

"asem­ presasnecessitamde

equipes

multidisciplinares.

Por­

tanto, são contratadas pessoas de diferentes

níveis,

desde

estudantes,

técnicos até

graduados".

Oestudo tambémrevelouqueas

funções

mais

requisitadas

são de analistae

projetista,

programador

e

coordenador,

nestaordem.

Porém,

diferentemente doquesepensa, ahabilidademais

requisitada

pelo

setoréoconheci­

mentoda

língua inglesa, seguido

da

metodologia

de desenvolvimentoeda

linguagem

SQL

(código

padrão

para

operações

combanco de

dados).

Cursos

Superiores

O número de

profissionais

de TIC

capacitados

através decursos como os de

Engenharia,

Ciências

de

Computação

e Sistemas da

Informação precisa

aumentar70%emquatroanospara

acompanhar

o

crescimentodas empresasna

grande Florianópolis.

A

quantidade

devagasdestescursos na

região,

porém,

caiude 958em2009para890em2010e2011. Nem

a

remuneração

elevada no setorparece

conseguir

manter os estudantes na

graduação.

Mesmo com média

salarial,

segundo

dados doInstituteBrasilei­ rode

Geografia

eEstatística

(IBGE),

emtornode

R$

2.025,18,contra

R$

937,48

das atividades

industriais,

comerciaisede

serviços,

aevasão- desistência dos

alunosantesda conclusão docurso,

chega

a75%nas

instituições

particulares

da

região,

de acordocom o

mapeamento.Noscursosde Ciências da

Computação

eSistemas de

Informação

daUFSC,ondeentram50

alunosporsemestre,amédia de

graduados

porano

(desde 2005)

éde48e51

respectivamente.

Vitório

Mazzola,

coordenador do curso de Ciên­

ciasda

Computação

naUFSC,afirmaque aevasão

está

preocupando

a

universidade,

masquepartedela

é

compensada

com

ações

comotransferênciasinter­

nas eexternas de

estudantes,

e novas chamadas do vestibular.O

principal

motivoparaesta

situação,

se­

gundo

Mazzola,

é queoaluno nãosabemuitobemo

que veiofazere oque vaienfrentarno curso.Leandro

Komosinski,

coordenador da

graduação

emSistemas de

Informação,

concorda.

"Alguns

alunos pensam

queo

objetivo

docursoéensinara usarprogramas de

computador quando,

na

verdade,

o

objetivo,

sim­

plificando,

é ensinara

conceber, projetar,

construire administrarprogramasde

computador".

Komosinski também afirmaqueaevasãonos cursosdaáreatec­

nológica

étradicionalmente alta porcausado des­ preparo para raciocínio

lógico-matemático,

muito

exigido

naárea.

Outro incentivo à desistência seria a

própria

alta necessidade demãode obrano

mercado,

oque

acarretaemmuitasofertas de

estágios

para alunos desdeo

segundo

eterceirosemestre,comvalores que

variam,em

média,

de

R$

500 a

R$

1600. "O aluno é atraídomuitocedo paraomercado de

trabalho,

e conciliaroempregoe osestudossetoma

complica­

do.Dessa

forma,

adesistênciaocorre

gradativamen­

te",afirma Mazzola.

Apesar

disso,

acoordenadoria do curso de Ciências da

Computação

regula estágios

feitosa

partir

doquarto

período.

Oscoordenadores também acreditam queosestá­

gios

influenciam

indiretamente,

pois

como a

profis­

são nãoé

regulamentada,

umavez

aprendido

obá­

sico,em

aproximadamente

doisanos,

alguns

alunos

optampor

atuaremefetivamentenomercado.

Sérgio

Ricardo Simãozinho

começou Ciências da

Compu-

..

--IIIIIIIl:;.---...

----,

tação,

mas "o curso não era

bemcomo

imaginava".

Con­

seguiu

transferência para

Sistemas de

Informação,

e

hoje,

na quarta

fase,

faz

estágio

como monitor na

própria

UFSC. No

próximo

semestre,

porém,

preten­

de

estagiar

em

alguma

empresa externa. Não

pretende

deixarocurso, mas considera

impor­

tante uma

experiência

profissional

fora da universidade.

Região formada pordiversas cidades

daCalifórnia(EUA),onde estãoasprincipais

empresas, investidoresepesquisadoresdo

setor de tecnologia.A HP foi aprimeira

companhiafundada naregião, em 1939.

Depoisdela vieramApple,em1976, Yahoo, em 1994, Google, eBay, Facebook, entre outras.Algumasdelas, apesar de nãote­

remsidocriadasnaregião,transferemsua

sede para lá porcausados contatosede

programas que auxiliamodesenvoMmen­

todosnegócios. Hoje,oVale do Silício é

consideradooberçodatecnologiaeditaas

tendências mundiais da área.

Laís Mezzari

laismezzari@gmail.com Colaboração:WesleyKlimpel

TEMOS

(6)

6

julho

2011

I

ZERO

e

utaçã

Especialistas

trabalham para

gerir

imagem

de

empresas

na

internet

z

a:

w

Z

Empreendedorismo

2.0

Mídias

sociais

geram

oportunidades

para

profissionais

da Web

Na

época

emque

a

primeira

redesocial

(sixde­

grees.com)

foi

lançada,

em1997,os usuários

criavam

perfis

eseconectavamuns aosoutros

apenas por diversãoeentretenimento.Poucos

imagi­

navamqueumdiaasmídiassociais seriamocentro

das

atenções

nainternet.Cadadiaaumentaonúme­ rode

instituições

que buscamessasferramentaspara

conquistar

efidelizar clientes. Esse

tipo

desite, que

antes servia apenasao

lazer,

agora é a

galinha

dos ovosdeourodos

publicitários.

As

estratégias

de

marketing

digital

passaram a fazerpartedaspautasde

grandes

empresasdosmais

variadossetores.A Levi's criouum

provador

derou­ pas

online;

em

aplicativos

dastintasCoraleSuvinil

é

possível

experimentar

ascores emfotos doscômo­

dos dasua casa

-eestessão apenas 2

exemplos

entre

milhares deoutros. Masamaneira maiseficiente de

chegar

aoconsumidorweb

é,

sem

dúvida,

estarpre­ sentenasredessociais.

JoãoVictorQueirozGarcia

Reputação

online

Paraestar presente nas redes sociais não basta

terum

perfil

noFacebooke umacontanoTWitter.É

preciso

manter estas

páginas

atualizadasecriarum relacionamento

digital

com o cliente. E paracons­

truirefortaleceraimagemdasempresasnainternet

surgiram

as

agências digitais, especializadas

empro­ duzirconteúdopara awebealimentar redessociaise

blogues.

"Seé parater

perfil

emredessociaistemque

marcarpresença

nelas,

atuar,gerar

relacionamento",

afirmaGustavo

Alves,

sócioda

Imppar Comunicação

e

Pesquisa,

agência

dePorto

Alegre

focadaem asses­

soriade

imprensa

onlinee

offline,

relações públicas

nomeio

digital

epesquisas.

Conformeanecessidadefoi

surgindo,

as

agências

tambémcomeçaram a aparecer no mercado.Antes

decriar a

Imppar

com uma

ex-colega

do curso de

Jornalismo,

Gustavo Alvestrabalhoucomassessoria

de

imprensa

e em

alguns

veículos online.Mesmocom

osriscos

envolvidos,

os doisnãohesitaram

quando

surgiu

a

oportunidade

de trabalhar nestenovo mer­ cado.

As

agências

criamefiltram conteúdospara

blog

eredessociaisinteressantespara o

cliente,

alémde

fazer

pesquisas

periódicas

para mensurar e avaliar a

imagem

institucionalnos meios

digitais.

Inovare

sercriativona

produção

desses conteúdos é

essencial!

etodaa

criação

delinhas

editoriais, promoções,

co­ berturase

produção

devídeos também fazparte do

expertise

destasempresas.

Apesar

deas

agências

ofereceremtrabalho espe­ cializado, não é tão fácil

ganhar

dinheirocomisso.

Muitas

companhias preferem

manter

estagiários

ou

pessoas

inexperientes

paratomar contado relacio­

namento

digital.

É

difícilconvencê-las de que uma

agência

ou

alguém

comcerta

experiência

noassunto

é

importante.

Estarounãoestarnasredessociais

não éuma

escolhaparaos

empresários.

Asmarcasestãonas re­ dessociais,

seja

com seus

próprios perfis,

seja

em co­

mentários,

debatesecríticas. O

gaúcho

GustavoAlves destacaque é"muito

perigoso

estarnasredessociais,

masé muito mais

perigoso

nãoestarlá paramonito­

rar eassumirum

papel

demediador".

Pesquisas

de2009 apontavamquecercade86% das

companhias

norte-americanas tinham

blog

e

contas no TWitter, Facebook ouYouTube e que um comentário

negativo

na internet

podia

custar à

empresaaté30clientes. Para2011,as

expectativas

mostramconsumidoresutilizando cadavezmaisas redesparafazer

reclamações'

eempresas

prestando

mais

atenção

nocomportamentodo cliente onlinee

percebendo

anecessidadederespostascadavezmais

rápidas.

Escola detweets

A

qualificação

paratrabalhar nainternetainda

pode

ser umpoucocara

(um

cursodemestradonesta

área

pode

custarmaisde

R$30.000),

mas se asten­

dênciasse

confirmarem,

vai valer a pena. Vanessa

Aguiar, coordenadora acadêmica de uma empresa

especializada

em

capacitação

e treinamentoem co­

municação

e novas

mídias,

diz queaprocura

pelos

cursosaumentatodososdias.O

público

vaidesdees­ tudantes universitáriosa

empresários

comcarreiras

consolidadasembusca de

compreender

melhoressa

novamaneiradeserelacionarcomoconsumidor.

Paraasempresas,asredessociaissãoumaferra­

mentafácilparaserelacionarcomo

cliente, pesqui­

sar a

opinião

delee

aprimorar

a

imagem

damarcade acordocomisso. Vanessaacreditaque não existeuma fórmula

mágica

para

atingir

esse

objetivo.

Deve-se

dar

atenção

ao

consumidor,

falarsempreaverdadee

mantero

produto

bom- o

perfil

nasredessociaisdeve ser umreflexo realista da marca.

De acordo com Vanessa, a

avaliação

do retorno

obtidocom asredessociaisdeveserfeitacombaseem indicadoresreaiscomometas,númerode

seguidores,

quantidade

decomentários

positivos

e

negativos,

visi-tação

da

página,

número de

páginas

visitadasdentro

dositeou

blog,

eissodeveserlevadoem

consideração

paramodificaroumanteras

políticas

decomunica­

ção

online.Gustavovaiaindamais

longe

edizqueo

retornoemredes sociais nãovem emformadefatu­ ramento,masna

qualidade

de relacionamento. "Esse trabalhotodo édeestreitamentocom o

cliente,

de dar

aquele

carinhoamais",defendeo

jornalista.

Ganhar dinheiroem140caracteresnãoétãofácil

quantoparece,

exige

dedicação, qualificação

e

plane­

jamento

como

qualquer

outracarreira,mas

pode

ser

muito maisdivertido. Caso você não

esteja

disposto

aesperartantoougastardinheirocomcursos, sites

oferecem "kits de rendaextra" para

ganhar

dinheiro

mesmoenquanto dormee o

computador

estádesli­

gado.

Enquanto

abolha2.0 nãoestoura,quemsonha em

ganhar

riosde dinheirocom

alguns cliques

ainda

temmilhares de idéiasa

explorar.

JulianaGeller

(7)

Zl.RO

I

julho

2011

7

Web

não

governamental

ONGs

acompanham

avanço

tecnológico

e

acham

uma nova

aliada

Durante

as 24 horas que passa na internet

todosos

dias,

Pedro Oliveira dedica tempo para o trabalho voluntário. O

publicitário

paulistano

divulga

noFacebooke no1\vitter

vídeos,

imagens

e

informações

sobre a organização não

governamental

na

qual

participa,

a Um Teto Para

MeuPaís. Eleeoutros

apoiadores

da

instituição

são

exemplos

de umatendência quefuncionou muito bemem outros

países

eque,aospoucos, começa a

aparecernoBrasil:o usode redessociaisemONGs.

A

organização

que Pedro Oliveira

apoia

-especializada

na

construção

de moradias para

pessoas

pobres

- está

presente em várias redes

sociais para, entre outros motivos, promover o

contato e o

diálogo

entre os voluntários. "Acho

que, de maneira não

intencional,

a Um Teto

nos incentiva a permanecer em contato, o mais

próximos

emotivados

possível.

Postamosnasmídias

sociais porque queremos e gostamos."

Segundo

o

publicitário,

os

integrantes

da

instituição

costumam

publicar

notícias,

vídeos,

fotos das

campanhas

de

arrecadação,

além demensagensde

agradecimento

e estímulo para a

equipe.

Além de reunir quem conhece a Um

Teto,

essas ferramentas online

tambématraemmais pessoas paracolaborarcom a

ONG."Eu conheciao

trabalho,

a causa eosvalores

da

organização

antes, mas a

força

que me atraiu paradentro foiainternet. Comacessoa essasredes eu

pude

me

aprofundar

mais.Alivocê vêrealmente comoéexatamenteotrabalho deles."

Além de atrair novos voluntários e reunir os

atuais, as mídias sociais são um instrumento de

disseminação

dos ideais da instituição.

Segundo

AnaMaria Pereira, diretoraexecutivado Instituto

Voluntários em

Ação

eentusiasta do usodenovas

tecnologias

no terceiro setor, essa é uma das

principais

diferenças

no uso desse

tipo

de site

entre

organizações

privadas

edoterceirosetor."As

empresas utilizam as redes sociais para

divulgar

um

produto,

para quetenhamsucessonasvendas.

As ONGs utilizam esses sites para

divulgar

uma

causa, para queela tenhasempre mais

apoiadores

e

adeptos".

Com a

possibilidade

de disseminar ideias e

conseguir

adeptos, algumas

ONGs catarinenses

começamainvestirnas

possibilidades geradas

pelas

novas mídias.

É

o caso do Instituto Comunitário

Grande

Florianópolis

(ICom).

Criado em 2005,

trabalha com

apoio

financeiro e técnico a outras

instituições. "As novas mídias tem sido avaliadas comonovasferramentasdeinteraçãocom o

público.

Hoje estamosno1\vitter, temosum

blog

e umsite. Além

disso,

postamos

apresentações

de slides e vídeos. No

segundo

semestre de 2011 queremos

criar uma

página

no

Facebook",

diz Patrícia

Arruda,

consultora decomunicaçãoeco-fundadora

doICom. Otrabalhocom asredessociais começou

no início de 2011 e começa a dar resultados.

"Quando

tuitamosumlinkparauma

apresentação

postada

noSlideshare ou umvídeo noYou

tube,

o

número deacessos sobe bastante. Isso mostraque

pessoas nos observando e nos

seguindo".

Os

gestoresda

instituição

querem

expandir

apresença nainternet,mas

preferem

sercautelosos."Estamos desenvolvendo nossa

participação

nestes meiosde

acordocom nossa

capacidade

de atuarneles. Não

bastaapenas estarnarede.

É

necessário criaruma

estratégia

de conteúdoemensurar osresultados."

Algumas

ONGs com mais tempo de

atuação

JoãoVictorQueirozGarcia

online começam a ter bons resultados offline. No

casodaUm Teto Para Meu

País,

aweb

acompanhou

odesenvolvimentoda

instituição

noBrasil.Em

2006,

quando

a Um Teto foi

criada,

o site era

simples

e sem

estratégia

de

divulgação.

Hoje,

a

organização

conta com um núcleo exclusivo para administrar

iniciativas na área.

"Começamos

a trabalhar

com essas ferramentas em 2009. Criamos uma comunidadenoOrkutparadiscutirasconstruções de casas.

Depois,

criamos uma conta no Twitter, no Facebook e um canal de vídeos no You

tube",

descreve

Julio

Lima, voluntário e coordenador de

projetos

webemultimídia.

Hoje,

essas novasmídias

são as

principais

conexões entre a

administração

e os voluntários. "Com

ajuda

das redes sociais

online,

mantemos contato com nossos

voluntários,

prestamos conta para nossos

patroõinadores

e

divulgamos

nossa causa. As

experiências

que dão

certosão

compartilhadas

com osoutrosescritórios

pela

AméricaLatina- recebemoseenviamos muito

materialinteressante."

Uma

experiência

recente feita

pela

ONG nas mídiassociaisfoia"Grande Coleta2011":

campanha

feitapara viabilizarnovas

construções.

No

perfil

da

organização

criadono

Facebook,

internautas

pediam

informações

sobreainiciativa epostavam fotos dos

60 pontos de coleta de dinheiro

-as

"esquinas".

Todos estes pontos foram marcadosnarede social

Foursquare,

para que quem estivesse

próximo

pudesse

identificarolocalefazeruma

contribuição.

Vídeos promocionais, mostrando o trabalho de

grupos de voluntários na rua, eram

postados

no

Youtubee

divulgados

no1\vitter. No final do

dia,

a

organização

postouoresultado

-R$

75 mil

-e231 pessoas "curtiram" isso. "Criamos um evento no Facebookparaa

esquina

queeu erachefe.Também tinhamosuma

"arrecadação

online"nosite Vakinha

\"

\

I) I

,

ffD

Ir-(_

- não coletamos

muito

pelo

pouco tempo que

tivemos",

avaliaovoluntárioPedro Oliveira. Profissionais

A

disseminação

dos ideais das ONGs no espaço virtual é

importante,

masdeveserfeitacomcuidados e

responsabilidade.

Os

profissionais

quelidamcom esse

tipo

de ferramenta devem ter características como

proatividade,

facilidade de

comunicação,

boa

redação

eafinidade com as novas

tecnologias,

além de acreditar nos ideais da

instituição.

Para

Ana MariaPereira,alémdo

comprometimento

com

a causa da

instituição,

a pessoa que lida com as redes sociais deve atuar como um

especialista.

"O

profissionalismo

na

utilização

dessas ferramentas online deveestarpresenteemtodasasáreas

-com o

terceirosetor,nãoédiferente."

Como

algumas

mídias sociais

permitem

a

criação gratuita

de

perfis,

as

instituições

não as levammuitoasério. "Certas ONGs pensam queesse

éuminvestimento 'barato'. Posso

garantir

que não

é - envolve bastante

tempo e

dedicação",

afirma

Lima.Ele acreditaqueapresençanessessites nãoé

obrigatória,

masdeveserbem

pensada pelos

gestores.

"É preciso

ver serealmente existe anecessidadede uma

estratégia

maiorna

web,

definir conteúdos e

públicos.

Rede socialnão é só

autopromoção

- deve

haver conteúdo relacionadocom a causa.Nãobasta

terumacontanaredesocial:é necessário

integrar

as

ações

onlineeoffline."

DiegoCardoso diego.kardoso@gmail.com

-z

Sem

a

enção

Apesar

da

importância,

ainda há poucos

profissionais

voltados para

as

mídias

Referências

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