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Biblioteca Digital do IPG: Relatório de Estágio Curricular - Casa de Saúde de Santa Filomena, S.A. (Coimbra)

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IREI

folitécnico

1 dalGuarda

Polytechnie of Guarda

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Licenciatura em Farmácia

Relatório Profissional 1

Jéssica Pereira Oliveira

(2)

Escola Superior de Saúde da Guarda

Instituto Politécnico da Guarda

RELATÓRIO DE ESTÁGIO PROFISSIONAL I

JÉSSICA PEREIRA OLIVEIRA

RELATÓRIO PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE LICENCIADO EM FARMÁCIA

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2

Escola Superior de Saúde da Guarda

Instituto Politécnico da Guarda

CURSO DE FARMÁCIA – 1º CICLO 4º ANO/1º SEMESTRE

RELATÓRIO DE ESTÁGIO PROFISSIONAL I

ESTÁGIO EM FARMÁCIA HOSPITALAR

JÉSSICA PEREIRA OLIVEIRA SUPERVISORA: DRA. ANA SOFIA RODRIGUES ORIENTADORA: PROF. SANDRA CRISTINA VENTURA

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3

“A ciência moderna ainda não produziu um medicamento tranquilizador tão eficaz como o são umas poucas palavras boas.”

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4 AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar, gostaria de agradecer à professora e orientadora de estágio Sandra Ventura pela dedicação e esforço para me poder proporcionar um excelente estágio.

Agradeço também à Dr.ª Ana Sofia Rodrigues por ter permitido que este estágio se realizasse e por toda a sua disponibilidade para me ajudar no que fosse necessário. Um agradecimento à Dra. Inês Pimentel por toda a sua disponibilidade durante todo o período de estágio.

Aos Técnicos de Farmácia, Ana Sofia e Tiago Adriano, e à Assistente Operacional Eva Gonçalves, um especial agradecimento por tudo o que me ensinaram no âmbito da farmácia hospitalar, pela dedicação e apoio prestado e, principalmente por me terem feito sentir parte integrante da equipa de farmácia.

À minha colega e amiga Cátia Vicêncio, um grande obrigado por me acompanhar durante todo o estágio, formando uma boa equipa.

Agradeço à minha família, ao Luís Marques, à Filipa Faustino, Carolina Henriques e restantes amigos por toda a confiança e apoio prestado ao longo do meu percurso académico.

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5 ABREVIATURAS/SIGLAS

AO - Assistentes Operacionais

DA - Distribuição ao utente em regime Ambulatório DCI - Denominação Comum Internacional

DIDDU - Distribuição Individual Diária em Dose Unitária FEFO - “First expire, First out”.

FH - Farmácia Hospitalar

IRC - Insuficiência Renal Crónica

SDM - Sistemas de Distribuição de Medicamentos SF - Serviços Farmacêuticos

SFH - Serviços Farmacêuticos Hospitalares TF -Técnico de Farmácia

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6 ÍNDICE DE FIGURAS

Ilustração 1 - Localização em pisos ... 10

Ilustração 2 - Esquema de circuito do medicamento ... 14

Ilustração 3 - Esquema da planificação de reposição de stock ... 18

Ilustração 4 - Módulos da DIDDU ... 20

Ilustração 5 - Carro do Serviço de Internamento ... 22

ÍNDICE DE TABELAS Tabela 1 - Exemplos de medicamentos dispensados em regime de ambulatório a doentes com Insuficiência Renal Crónica ... 24

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7 ÍNDICE

INTRODUÇÃO ... 8

1 - O TÉCNICO DE DIAGNÓSTICO E TERAPÊUTICA, ÁREA DE FARMÁCIA ... 9

2 - CASA DE SAÚDE DE SANTA FILOMENA ... 10

3 - OS SERVIÇOS FARMACÊUTICOS SANFIL, COIMBRA ... 12

4 - CIRCUITO HOSPITALAR DO MEDICAMENTO NA SANFIL ... 14

4.1. GESTÃO DE STOCKS: SELEÇÃO E AQUISIÇÃO DE MEDICAMENTOS ... 14

4.2. RECEPÇÃO DE PRODUTOS ... 16

4.3. ARMAZENAMENTO DE MEDICAMENTOS E DISPOSITIVOS MÉDICOS .. 16

4.4. SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO DE MEDICAMENTOS (SDM) ... 17

4.4.1. Distribuição Tradicional ou Clássica ... 19

4.4.2. Distribuição Individual Diária em Dose Unitária ... 19

4.4.3. Distribuição por Reposição de Níveis ... 22

4.4.4. Distribuição em Regime de Ambulatório ... 23

4.4.5. Distribuição através de circuitos especiais – Medicamentos hemoderivados, estupefacientes e psicotrópicos ... 24

4.5 – FARMACOTECNIA ... 27

4.5.1 Reidentificação de Medicamentos ... 27

4.5.2 Preparações em condições Não Estéreis ... 27

5 – CONCLUSÃO ... 29

6 – BIBLIOGRAFIA ... 30

ANEXO I – PRINCIPAIS EMPRESAS DO GRUPO ... 33

ANEXO II – FICHA DE PREPARAÇÃO DE MEDICAMENTO MANIPULADO ... 34

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8 INTRODUÇÃO

A elaboração deste relatório surge no âmbito da unidade curricular de Estágio Profissional I do 4º Ano/ 1º Semestre do Curso de Farmácia – 1º ciclo, da Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico da Guarda.

Este estágio foi realizado na Casa de Saúde de Santa Filomena, S.A., e teve início em 21 de Setembro de 2015 e terminou a 15 de Janeiro de 2016, perfazendo um total de 490 horas. O referido estágio foi orientado pela docente Sandra Ventura e supervisionado nos serviços farmacêuticos pela Dra. Ana Sofia Rodrigues.

O principal objectivo deste estágio foi a integração nas diferentes atividades realizadas pelo Técnico de Farmácia, no circuito do medicamento, em contexto da Farmácia Hospitalar, aproximando-nos, a nós estudantes, da realidade profissional.

Nesse sentido, um rigoroso programa de estágio reveste-se da maior importância para que o resultado final seja eficaz e eficiente, ou seja, para que o estudante chegue ao final do seu período de estágio capaz de desenvolver o seu trabalho com elevado padrão de qualidade. Assim, os principais objetivos traçados para este estágio foram essencialmente relacionados com a gestão e organização dos serviços farmacêuticos, distribuição de medicamentos/produtos de saúde, farmacotecnia e actividades de Farmácia Clínica.1

De forma a cumprir os objetivos gerais do estágio foi elaborado um plano individual de estágio. De acordo com este plano, foram planeadas variadas tarefas, tais como: receção e armazenamento de medicamentos e dispositivos médicos, gestão e controlo dos prazos de validade, acompanhamento da distribuição de medicamentos, nomeadamente aqueles abrangidos por circuitos especiais e preparação de formas farmacêuticas não estéreis.1 Ao longo do período do estágio, tive oportunidade de ir participando em cada uma destas atividades, chegando ao final com todas as metas alcançadas.

Este relatório tem como objectivo avaliar a concretização dos objetivos propostos, descrevendo todas as actividades realizadas no decorrer do estágio, assim como realizar uma análise crítica ao estágio.

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9 1 - O TÉCNICO DE DIAGNÓSTICO E TERAPÊUTICA, ÁREA DE FARMÁCIA

Segundo o Decreto-Lei 564/99, de 21 de dezembro o conteúdo funcional do Técnico de Farmácia (TF) inclui o desenvolvimento de “atividades no circuito do medicamento, tais como análises e ensaios farmacológicos, interpretação da prescrição terapêutica e de fórmulas farmacêuticas, sua preparação, identificação e distribuição, controlo da conservação, distribuição e stocks de medicamentos e outros produtos, informação e aconselhamento sobre o uso do medicamento”.2

Na Casa de Saúde de Santa Filomena, os TF têm como principais funções: Aquisição de medicamentos e dispositivos médicos;

Receção, conferência e correto armazenamento de medicamentos e dispositivos médicos;

Distribuição tradicional clássica de medicamentos e dispositivos médicos; Distribuição diária em dose unitária de medicamentos para o serviço da Hemodiálise;

Distribuição por níveis de medicamentos para o Serviço de Internamento; Dispensa de substâncias estupefacientes e medicamentos hemoderivados, segundo regras legais;

Dispensa de medicamentos em regime de ambulatório – avaliação farmacoterapêutica;

Promoção e garantia do uso racional do medicamento e apoio clínico; Orientação de estágios;

Conferência de faturas.

No desenvolvimento destas atividades o TF deve respeitar o comportamento ético-deontológico, com vista à prevenção da doença e promoção da saúde do indivíduo e da comunidade, promovendo um sistema de segurança associado ao uso do medicamento, em articulação com o Sistema Nacional de Farmacovigilância e, segundo as boas práticas farmacêuticas, aplicar as normas de higiene e segurança inerentes à sua atividade profissional. Além disso, o TF deve possuir as competências necessárias ao desempenho das suas funções, com profissionalismo, autonomia e responsabilidade.

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10 Piso -1 Serviços Farmacêuticos Imagiologia Piso 0 Receção Tesouraria Gabinetes Médicos Piso 1 Blco Operatório Esterilização Piso 2, 3 e 4 Internamento Piso 5 Hemodiálise

2 - CASA DE SAÚDE DE SANTA FILOMENA

A Casa de Saúde de Santa Filomena situa-se em Coimbra, foi fundada em 26 de Dezembro de 1953 e encontra-se agregada a um grupo composto por diversas unidades de saúde na zona centro de Portugal (ANEXO I), designado SANFIL Medicina. Atualmente, neste grupo destacam-se dois hospitais: a Casa de Saúde de Santa Filomena e o Centro Hospitalar de São Francisco (em Leiria).

A missão do grupo SANFIL Medicina é prestar cuidados médicos de excelência com um corpo clínico reconhecido em todas as especialidades. Dispõe ainda dos mais modernos equipamentos para a realização de cirurgias e prezam a segurança em todos os atos médicos. O grupo SANFIL Medicina tem acordos celebrados com as principais seguradoras, subsistemas de saúde e equiparados, que permitem aos seus clientes, beneficiários ou associados ter acesso aos serviços do grupo.3

O edifício principal da Casa de Saúde de Santa Filomena divide-se em vários pisos, como representado na ilustração seguinte (Ilustração 1):

A Casa de Saúde de Santa Filomena é também uma referência muito graças ao serviço de Hemodiálise. Esta é uma opção de tratamento, quando os rins deixam de funcionar, que permite remover as toxinas e o excesso de água do organismo. Esta perda de funções dos rins pode ser aguda ou crónica e a Insuficiência Renal Crónica

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11

(IRC) torna-se avançada, quando a percentagem de rim funcional é inferior aos 20%.4

Para além dos serviços internos referidos na ilustração acima, a Casa de Saúde de Santa Filomena, engloba ainda vários serviços externos, que embora não se localizem na clínica, fazem parte da mesma, tais como:

Centro de Otorrino de Coimbra; Fisioterapia;

Gastro Cidral; Plorfis;

Centro Cirurgia Plástica; Medicina Dentária;

Centro de Atendimento Clínico; Clínica da Mama;

Centro Obesidade Medicina Inovadora; Centro de Urologia de Coimbra;

Gastroenterologia;

Instituto Avançado de Urologia; Urgicentro.

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12 3 - OS SERVIÇOS FARMACÊUTICOS SANFIL, COIMBRA

Segundo o Decreto-Lei nº 44 204, de 2 de Fevereiro de 1962, no que diz respeito ao regulamento geral da Farmácia Hospitalar, designa-se por Farmácia Hospitalar o “conjunto de atividades exercidas em organismos hospitalares ou serviços a eles ligados para colaborar nas funções de assistência que pertencem a esses organismos e serviços e promover a ação de investigação científica e de ensino que lhes couber”.5

Os Serviços Farmacêuticos (SF) constituem departamentos com autonomia técnica e científica, sujeitos à orientação geral dos órgãos de administração dos hospitais, perante os quais respondem pelos resultados da sua prática. A sua administração é sempre assegurada por um Farmacêutico e conta com vários profissionais, desde farmacêuticos, Técnicos de Farmácia, Administrativos e Assistentes Operacionais (AO), desempenhando todos eles um papel indispensável para o bom funcionamento do respetivo serviço.5

Segundo o Decreto-Lei nº 44 204, de 2 de Fevereiro de 1962, as funções dos Serviços Farmacêuticos Hospitalares (SFH), são: 5

Seleção e aquisição de medicamentos e dispositivos médicos;

O aprovisionamento, armazenamento e distribuição dos medicamentos experimentais e dos dispositivos utilizados para a sua administração, bem como os demais medicamentos já autorizados, eventualmente necessários ou complementares à realização dos ensaios clínicos;

A preparação de medicamentos;

A análise de matérias-primas e produtos acabados;

A distribuição de medicamentos e outros produtos de saúde;

A participação em Comissões Técnicas (Farmácia e Terapêutica, Infeção Hospitalar, Higiene e outras);

A Farmácia Clínica, Farmacocinética, Farmacovigilância e a prestação de Cuidados Farmacêuticos;

A colaboração na elaboração de protocolos terapêuticos; A participação nos Ensaios Clínicos;

A colaboração na prescrição de Nutrição Parentérica e a sua preparação; A informação de medicamentos;

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13

A gestão de todas estas actividades é executada com o maior rigor visto que todas estas ações se refletem na qualidade dos serviços hospitalares e nos utentes, nomeadamente no cumprimento da terapêutica dos doentes.

Os SF da SANFIL estão localizados no piso -1 da clínica, funcionando nos dias úteis das 9 às 19 horas. Estes serviços apresentam uma equipa constituída por duas farmacêuticas, sendo uma delas Diretora Técnica responsável pelos SF e Aprovisionamento, dois Técnicos de Farmácia e uma assistente operacional (AO).

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14 Seleção e Aquisição Receção Armazenamento Farmacotecnia Distribuição Administração Farmacovigilância

4 - CIRCUITO HOSPITALAR DO MEDICAMENTO NA SANFIL

No meio hospitalar, os SF são responsáveis pela obtenção, distribuição e controlo de todos os medicamentos e dispositivos médicos quer em regime de internamento, quer em regime de ambulatório. Assim, torna-se fulcral um correto funcionamento do setor de aprovisionamento para garantir a terapêutica medicamentosa aos utentes com qualidade, eficácia e segurança ao menor custo possível.6 Na ilustração seguinte está representado o circuito do medicamento (Ilustração 2).

4.1. GESTÃO DE STOCKS: SELEÇÃO E AQUISIÇÃO DE MEDICAMENTOS A gestão de existências de medicamentos tem como finalidade evitar as ruturas de stock, de modo a não existirem falhas ao nível do cumprimento da terapêutica dos doentes. A existência de stocks equilibrados é a chave para o sucesso do funcionamento da farmácia uma vez que os stocks excessivos ou mínimos podem ser a causa de graves problemas quer a nível económico como a nível logístico.

Assim, os SF têm a competência de analisar e prever as necessidades do hospital, de maneira a selecionar, tendo em conta o formulário hospitalar, adquirir e

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15

armazenar os medicamentos necessários para a terapêutica dos utentes. Para a aquisição dos medicamentos ou qualquer dispositivo médico são gerados critérios de aquisição e estes baseiam-se especialmente na relação qualidade/preço, prazos de entrega, valor mínimo de encomenda, critérios de pagamento, indicadores de gestão, stock existente na farmácia, consumo diário e tendência de consumos, existência de pedidos pendentes e, no caso dos medicamentos, o valor terapêutico dos mesmos. 6

Na SANFIL, a gestão de stocks dos produtos farmacêuticos, nomeadamente dos medicamentos é efetuada informaticamente. Para tal, os SF dispõe do sistema informático wGES® que permite a criação de novos artigos, aquando da aquisição de medicamentos ou dispositivos médicos que não existiam nos SF, podendo a qualquer momento fazer um extrato desses mesmos artigos, realizar transferências de armazéns, guias de entrada bem como devoluções, encomendas a fornecedores e saída para abate de produtos não conformes, por exemplo medicamentos fora da validade.

Este programa informático tem ainda outras duas plataformas: Wclínicas® e Frontoffice®. O primeiro é utilizado para fazer uma gestão de fichas e respetivos processos de cada utente enquanto que o Frontoffice® permite o débito dos medicamentos dispensados aos utentes em regime de hemodiálise, quer em regime intradialitico quer em distribuição de ambulatório.

A realização de encomendas de medicamentos e dispositivos médicos é da responsabilidade de uma farmacêutica, contando com a ajuda dos técnicos de farmácia que vão fazendo gestão de existências nos SF de acordo com um stock mínimo nivelado para cada produto, informando a farmacêutica de que se atingiu o ponto de encomenda, garantindo assim quantidades suficientes para responder às necessidades dos utentes.

Para uma boa gestão de stocks são também verificados mensalmente os prazos de validade dos medicamentos. Além disso, faz-se também um controlo de produtos não conformes. Ou seja, quando por algum motivo (prazo de validade expirado ou abertura de um blister, por exemplo), o medicamento não está nas condições adequadas para a sua administração, procede-se a uma saída para abate, sendo depois colocado no respetivo contentor vermelho, garantindo assim a segurança do doente.

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4.2. RECEPÇÃO DE PRODUTOS

Os medicamentos e dispositivos médicos devem ser acompanhados da Guia de Transporte, Guia de Remessa ou da Fatura respetiva. Os documentos referidos anteriormente contêm a informação da nota de encomenda emitida pelos SF e durante a recepção é essencial ter um controlo rigoroso no que diz respeito aos termos de verificação e conformidade como:

Destinatário (neste caso os SF da SANFIL);

O estado de conservação de produtos e as suas embalagens;

Designação do produto encomendado (no caso dos medicamentos o DCI);

Dosagem e forma farmacêutica, no caso dos medicamentos;

Se as quantidades entregues correspondem às quantidades encomendadas;

O lote a que pertencem e o prazo de validade dos mesmos.

Os medicamentos termolábeis são primeiramente recepcionados, garantindo assim sua estabilidade, ou seja mantendo todas as características que possuía no momento da sua produção. Este tipo de medicamentos deve estar entre 2˚C a 8˚C.

Após a verificação dos parâmetros referidos anteriormente, e se tudo estiver em conformidade, carimba-se e assina-se o duplicado do documento que acompanha a encomenda. De seguida, procede-se à receção da encomenda, atualizando o respetivo stock informaticamente.

4.3. ARMAZENAMENTO DE MEDICAMENTOS E DISPOSITIVOS MÉDICOS Depois da receção e conferência de encomendas procede-se ao seu armazenamento, garantindo as condições necessárias de espaço, luminosidade (não devendo estar expostas à luz solar), temperatura (não deve ultrapassar os 25ºC), humidade (valores abaixo de 60%) e segurança dos mesmos. De forma a controlar a temperatura e humidade, são feitos dois registos por dia, no período da manhã e da tarde, utilizando um termohigrómetro.

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Na SANFIL o armazenamento procede-se da seguinte maneira:

Grandes volumes – Corretivos da volémia são armazenados num armazém específico;

Os produtos inflamáveis são armazenados num armário destinado a este tipo de produtos. Este tipo de produtos deveria estar num armazém próprio, contendo por exemplo, uma porta corta-fogo;

Medicamentos estupefacientes e psicotrópicos são armazenados num armário fechado, uma vez que por serem medicamentos com algum risco para a sociedade, nomeadamente poder causar dependência, são sujeitos a uma maior controlo;

Os medicamentos que requerem conservação refrigerada são armazenados em frigoríficos a uma temperatura entre os 2˚C e os 8˚C; Os medicamentos são armazenados em estantes próprias e organizados pela forma farmacêutica, por ordem alfabética da DCI das substâncias ativas e ordem crescente de dosagem;

Já os dispositivos médicos são armazenados no mesmo armazém dos medicamentos, em estantes próprias para o efeito.

Nos SF da SANFIL é ainda tido em conta o prazo de validade dos medicamentos. Para tal, é aplicado o método FEFO, “first expire, first out”, ou seja, os medicamentos com prazo de validade mais curto são arrumados num local mais acessível, sendo os primeiros a ser dispensados.

4.4. SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO DE MEDICAMENTOS (SDM)

A distribuição de medicamentos é o denominador comum de todos os SF e a face mais visível da atividade farmacêutica em todos os estabelecimentos hospitalares.7

As Boas Práticas em Farmácia Hospitalar incluem, na dispensa do medicamento e dispositivos médicos, a cedência de informação técnica adequada, o aconselhamento ao doente e a monitorização do resultado da terapêutica instituída.7

A distribuição de medicamentos é uma função da Farmácia Hospitalar que, com metodologia e circuitos próprios, torna disponível o medicamento correto, na

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18 Segunda -Feira Bloco Operatório Terça-Feira Internamento Quarta-Feira Serviços Diversos Quinta-Feira Bloco Operatório Sexta-Feira Internamento

quantidade e qualidade certas, para o cumprimento da prescrição médica proposta, para todos os doentes do hospital. Para tal, devem ser implementadas políticas e procedimentos relativos ao medicamento, em colaboração com os diversos Serviços Clínicos.7

A distribuição de medicamentos na SANFIL tem como objetivo: Garantir o cumprimento da prescrição;

Racionalizar a distribuição dos medicamentos; Garantir a administração correta do medicamento;

Diminuir os erros relacionados com a medicação (administração de medicamentos não prescritos, troca de via de administração, erros de doses, etc.)

Monitorizar a terapêutica;

Reduzir o tempo de enfermaria dedicado a tarefas administrativas e manipulação de medicamentos;

Racionalizar os custos da terapêutica.7

Na SANFIL, existem os seguintes sistemas de distribuição de medicamentos: Distribuição Tradicional ou Clássica, Distribuição Individual Diária em Dose Unitária (DIDDU), Distribuição por Reposição de Stocks Nivelados, Distribuição ao utente em regime Ambulatório (DA) e ainda Distribuição através de circuitos especiais para medicamentos hemoderivados, estupefacientes e psicotrópicos.

Para haver uma melhor organização e gestão de tempo, estabeleceu-se dias específicos para fazer a reposição de stock em vários serviços, tal como está representado na ilustração abaixo (Ilustração 3).

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19 4.4.1. Distribuição Tradicional ou Clássica

A distribuição tradicional tem como principal objectivo preparar e distribuir os medicamentos por serviço de acordo com os consumos médios dos mesmos.7

Assim, os pedidos semanais (em formato papel ou email) de cada serviço são satisfeitos recorrendo ao stock disponível no armazém da farmácia e aprovisionamento. Juntamente com o pedido, é enviada uma cópia da requisição com as quantidades dispensadas, assinada e com a data da dispensa. Posteriormente, procede-se à transferência de armazém dos produtos solicitados, recorrendo ao Wges®. Ou seja, o stock é transferido do armazém da farmácia para o armazém do serviço que fez a requisição.

Na SANFIL, este tipo de distribuição aplica-se a todos os serviços, quer internos quer externos, e a todos os medicamentos desde antibióticos, anti-inflamatórios, laxantes, antieméticos e dispositivos médicos (exceto medicamentos hemoderivados, estupefacientes e psicotrópicos e dispositivos médicos de consignação).

A distribuição clássica ou Tradicional apresenta algumas desvantagens como por exemplo, menor controlo da prescrição individual, menor controlo de custos, prazos de validade, de stocks e administração. Contudo, apresenta também algumas vantagens como a administração imediata do medicamento, é um sistema de distribuição pouco dispendioso e que não requer muito tempo por parte do técnico de farmácia.7

4.4.2. Distribuição Individual Diária em Dose Unitária

Este SDM caracteriza-se pelo facto de os medicamentos serem preparados e distribuídos por doente para cada 24 horas, de acordo com a prescrição médica.7 Às sextas-feiras e em vésperas de feriado, é feita a distribuição até ao dia de reabertura da farmácia.

Na SANFIL, este tipo de distribuição é aplicado aos doentes que sofrem de insuficiência renal crónica. O referido tratamento para a IRC é feito por turnos, cada um deles com a duração de aproximadamente 4 horas. Os turnos 2.1, 2.2 e 2.3 correspondem aos dias de segunda, quarta e sextas-feiras. Já os turnos 3.1, 3.2 e 3.3

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correspondem aos dias de terça, quinta e sábado. Existe ainda um turno suplementar ao Domingo.

Os turnos 2.1 e 3.1 têm início às 7h30 e terminam às 12h00, os turnos seguintes iniciam-se às 12h30 e prolongam-se até às 17h00. Por fim, os últimos turnos, começam às 17h30 e terminam 21h30.

Assim, no circuito de DIDDU, os SF têm um papel ativo e interventivo na melhoria da qualidade do serviço prestado ao utente conseguindo-se:

Maior eficácia e segurança detetando-se precocemente erros;

Racionalizar o uso do medicamento; Diminuir os erros de administração; Obtenção de mais tempo para a execução de outras tarefas por parte dos enfermeiros;

Redução de desperdícios dos medicamentos;

Cooperação máxima Médico - Farmacêutico/TF - Enfermeiro

Redução de custos.7

Após a fase da prescrição pelo médico, é emitido diariamente o mapa de distribuição de medicamentos pela assistente administrativa do serviço da hemodiálise. É segundo este mapa que é feita a preparação da medicação dos módulos de unidose (Ilustração 4), cada um correspondente a um turno de hemodiálise, que posteriormente são levados ao serviço. Estes módulos de dose unitária são constituídos por várias gavetas correspondendo uma a cada doente, estando rotuladas com o número do posto em que irão fazer a sessão de tratamento. Esta distribuição em dose unitária é feita todos os dias para o dia seguinte de tratamento. Assim, às sextas-feiras é preparada a medicação para sábado, domingo e para o primeiro turno de segunda-feira.

Posteriormente, é feito o débito a cada doente através do Frontoffice®.

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21

Este tipo de distribuição permite um maior controlo da prescrição individual, de custos, validades e stocks. A DIDDU revela-se assim um tipo de distribuição importantíssimo na medida em que permite diminuir erros associados à administração de medicamentos. Além disso, permite aos TF uma maior perceção acerca do perfil Farmacoterapêutico de cada utente.

A DIDDU aplica-se aos seguintes medicamentos:

Ácido Fólico (5mg): é usado no tratamento ou prevenção da deficiência em ácido fólico, especialmente na gravidez, aleitamento e períodos de rápido crescimento. Em relação a efeitos secundários, foram reportados casos raros de hipersensibilidade em que ocorre eritema, febre, prurido ou broncoespasmo. Relativamente a interações medicamentosas verifica-se que a administração concomitante de ácido fólico e cloranfenicol pode originar uma resposta hematopoiética antagónica ao ácido fólico, além disso, a administração concomitante de ácido fólico com fenítoina a doentes epiléticos leva a um aumento do metabolismo da fenítiona, aumentando a frequência das convulsões.8

Complexo B: é usado em situações de carência vitamínica de Vitaminas B1, B2, Niacinamida, B pantoténica, B6, B12 e Biotina. É indicado no tratamento e prevenção em estados de fadiga física e em afeções da pele. Pode ainda ser utilizado como complemento no tratamento de anemias.9 Alfacalcidol (0,25µg, 0,5µ, 1 µg cápsulas, 2 µg/ml e 2 µg/1ml solução para perfusão): está indicado para perturbações no metabolismo do cálcio, assim como na função renal reduzida com osteodistrofia renal. Para além disso, está ainda indicado em situações de hipoparatireoidismo, hipofosfatémia, raquitismo, osteomalacia, tratamento e prevenção da osteoporose induzida por glucocorticóides. Está contra-indicado em casos de hipersensibilidade à substância ativa, amendoins, soja e outros excipientes e também hipersensibilidade à vitamina D.10

Cinacalcet (30mg, 60mg e 90mg): é recomendado para o tratamento de hiperparatiroidismo secundário em doentes com IRC em fase terminal em diálise.11

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22

Hidroxizina 25mg: está indicado no tratamento da ansiedade e no alívio sintomático do prurido. No que diz respeito a interações medicamentosas, verifica-se que há um aumento potencial da hidroxizina quando esta é administrada concomitantemente com medicamentos depressores do sistema nervoso assim como medicamentos com propriedades anticolinérgicas, pelo que as doses devem ser monitorizadas. Também o álcool é um forte potenciador dos efeitos da hidroxizina. Sonolência, cefaleias e boca seca são as reações adversas mais frequentes.12

Varfina 5 mg: É indicado como anticoagulante oral no tratamento e profilaxia de doenças tromboembólicas. Considera-se contra-indicação administrar varfarina a indivíduos em hemorragia activa ou em grave risco de hemorragia.13

Epoetina Beta (500UI, 2000UI, 3000UI, 4000UI, 5000UI, 6000UI e 10000UI): Este medicamento estimula a produção de glóbulos vermelhos sendo por isso indicado no tratamento de anemia em doentes com insuficiência renal crónica.14

4.4.3. Distribuição por Reposição de Níveis

A distribuição por reposição de níveis caracteriza-se pelo facto de a farmácia distribuir medicamentos conforme um stock de medicamentos fixo e controlado que é reposto periodicamente pelos SF. A quantidade de cada medicamento é definida consoante o consumo mínimo e máximo, considerando o

suficiente para o período entre cada reposição.7

Na SANFIL, este tipo de distribuição aplica-se aos carros de cada piso do internamento (Ilustração 5), contendo medicação desde antibióticos, anti-inflamatórios, laxantes e antieméticos. Cada um destes carros, contêm gavetas devidamente identificadas com a DCI da substância ativa do medicamento, forma farmacêutica, dosagem e o nível de stock estipulado.

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23

Este tipo de distribuição bastante prático, contudo pode ser falível, uma vez que podem ocorrer erros de administração e não há um controlo dos custos nem do perfil farmacoterapêutico de cada utente.

4.4.4. Distribuição em Regime de Ambulatório

A evolução da tecnologia do medicamento permitiu que um número significativo de doentes possa atualmente fazer os seus tratamentos em regime de ambulatório, com as seguintes vantagens:

Redução de custos relacionados com o internamento hospitalar;

Redução dos riscos inerentes a um internamento, como por exemplo, infecções nosocomiais;

A possibilidade do doente continuar o tratamento no seu ambiente familiar. 6

Na SANFIL, a medicação em ambulatório é dispensada às quartas e quintas-feiras a todos os utentes que façam hemodiálise e que precisem de terapêutica. A medicação necessária é prescrita pelo médico e essas mesmas prescrições são recolhidas pelos TF. De seguida, o TF prepara a medicação de cada doente, fazendo o registo do lote, prazo de validade e data da dispensa, assinando a própria prescrição. A referida prescrição é depois assinada pelo utente aquando da entrega da medicação, provando que a mesma foi recebida. Para além deste registo, é ainda registado no dossier correspondente a cada doente, a data da dispensa, a DCI da substância ativa, posologia e uma previsão da data da próxima entrega.

Segundo o Despacho nº3/91, de 8 de Fevereiro que diz respeito ao acesso aos medicamentos pelos doentes insuficientes renais crónicos e transplantados renais, os medicamentos dispensados a estes doentes são gratuitos.15 Segundo o referido despacho, os medicamentos que podem ser dispensados estão descritos na seguinte tabela (Tabela 1):

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24 Tabela 1 - Exemplos de medicamentos dispensados em regime de ambulatório a doentes com

Insuficiência Renal Crónica

Sub-grupo Farmacoterapêutico Exemplos

Anti-hipertensores

Bisoprolol (Seletivo cardíaco) Propranolol (Não seletivo cardíaco) Carvedilol (Bloqueador beta e alfa) Amlodipina, Nifedipina (Bloqueadores da

Entrada de Cálcio)

Clonidina (Agonista alfa 2 central) Captopril, Enalapril, Perindopril (Inibidores da Enzima de Conversão da

Angiotensina) Antianémicos Ácido Fólico

Sulfato Ferroso Antiácidos Hidróxido de alumínio

Fosfato de alumínio Corticosteróides Prednisolona Nutrição Complexo B Carbonato de Cálcio Calcitriol Alfacalcidol Paricalcitol Corretivos da Volémia e das alterações

eletrolíticas

Polistereno Sulfonato de Cálcio (Resinas Permutadoras de Catiões)

4.4.5. Distribuição através de circuitos especiais – Medicamentos hemoderivados, estupefacientes e psicotrópicos

Os medicamentos estupefacientes e psicotrópicos estão sujeitos a legislação especial presente no Decreto-Lei nº 15/93 de 22 de Janeiro, que estabelece o “Regime jurídico do tráfico e consumo de estupefacientes e psicotrópicos”, na Lei nº45/96 de 22 de Janeiro; e o Decreto Regulamentar nº 61/94 de 3 de Setembro e a Portaria nº981/98

de 8 de Junho sobre “Execução das medidas de controlo de estupefacientes e

psicotrópicos”.16

No caso dos estupefacientes e psicotrópicos, estes são armazenados num armário com fechadura, em prateleiras para permitir uma boa organização e segregação, pondo-os de parte uma vez que, embora sejam várias as aplicações desta classe terapêutica,

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atuando a nível do sistema nervoso central, estes também apresentam vários riscos, nomeadamente dependência, podendo induzir habituação física e psíquica, daí haver um maior controlo por parte dos SF destes medicamentos.

Para além de um armazenamento especial, têm também um circuito especial de distribuição, sendo necessário preencher Anexo X sempre que algum serviço pretende fazer uma requisição. Os SF, por sua vez, preenche o Anexo VII quando pretende encomendar o medicamento ao fornecedor. Neste caso, aquando da receção do medicamento, este deve vir acompanhado com o respetivo anexo assinado pelo Diretor Técnico do laboratório fornecedor.

Além disso, segundo a Portaria nº 981/98 de 8 de junho, os registos de entradas e saídas de psicotrópicos e estupefacientes, devem ser efectuados num modelo de livro em formato de papel.17 No entanto, nos SF da SANFIL este procedimento é feito um registo informático num modelo de folha de cálculo de excel, devidamente aprovado pelo Infarmed.

A distribuição deste tipo de medicamentos é feita para os serviços mediante uma requisição própria, através da qual é possível fazer um controlo de quando e para que utente o medicamento foi administrado e ainda do enfermeiro responsável por essa mesma administração. É também através da requisição que é feita uma contagem do número de unidades administradas e que, por sua vez, têm de ser repostas. Posteriormente é então feito o registo em folha de excel da data, número da transferência de armazém, quantidade dispensada e farmacêutico responsável. Após este registo, é enviada uma nova folha de requisição para os serviços para que possam ser feitos novos registos por parte dos enfermeiros.

Já relativamente aos medicamentos derivados do plama, o Despacho

nº1051/2000 de 14 de Setembro, determina que os atos referentes à requisição clínica,

distribuição aos serviços e à administração aos doentes de todos os medicamentos hemoderivados utilizados nos estabelecimentos de saúde públicos ou privados devem ser registados.18

Estes medicamentos são constituídos por proteínas plasmáticas de interesse terapêutico, obtidos do plasma de dadores humanos saudáveis. Este tipo de medicamentos deve ser acompanhado com o Certificado de Autorização de Utilização

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de Lote (emitido pelo Infarmed) e de um Boletim de Análise. Os hemoderivados existentes na SANFIL são o Tisseellyo, Tachosil, Albumina e Octagam.

O Tisseellyo tem como DCI factores de coagulação do sangue e é usado no tratamento de apoio quando as técnicas cirúrgicas padrão se revelam insuficientes.19 Já o Tachosil é uma matriz selante revestida com as substâncias ativas fibrinogénio humano e trombina humana e, tal como o medicamento descrito anteriormente, é também utilizado durante cirurgias para estancar hemorragias e colar as superfícies de órgãos internos.20 Quanto à albumina, esta é usada na reposição e manutenção do volume de sangue circulante.21 Por último, o Octagam que tem como DCI a imunoglobulina humana, tem várias indicações terapêuticas desde terapia de substituição em síndromas de imunodeficiência primária e imunomodelação.22

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4.5 – FARMACOTECNIA

A Farmacoterapia compreende a manipulação e preparação de formas farmacêuticas obedecendo a regras de segurança e higiene e técnicas próprias de manipulados segundo as Boas Práticas de manipulação em Farmácia Hospitalar. São distinguidos dois tipos de formulações: fórmula magistral (preparado segundo receita médica específica) e preparado oficinal (preparado segundo indicações da literatura oficial).

Na SANFIL, este setor abrange apenas duas áreas distintas: reidentificação de medicamentos e preparação de medicamentos em condições não estéreis.

4.5.1 Reidentificação de Medicamentos

A reidentificação de medicamentos tem como objetivo a correta identificação e individualização de formas farmacêuticas orais sólidas antes da sua administração. Esta reidentificação é feita através de etiquetas impressas previamente com informações essenciais, nomeadamente: DCI da substância ativa, dosagem, forma farmacêutica, lote e prazo de validade. Este procedimento repete-se sempre que é necessário, aquando da distribuição para os serviços e diariamente para a DIDDU. Para um maior controlo desta reidentificação, é feito um registo da mesma em documento próprio para o efeito.

4.5.2 Preparações em condições Não Estéreis

Na SANFIL, realizam-se apenas preparações não estéreis. Com este tipo de preparações, pretendem-se adequar medicamentos disponíveis no mercado, que não são comercializados pela indústria. Sempre que se prepara um medicamento manipulado, deve ter-se em conta um conjunto de princípios gerais:

Garantir a qualidade dos medicamentos manipulados preparados na área de produção da farmácia hospitalar;

Estabelecer procedimentos gerais e específicos relativos à preparação de medicamentos manipulados;

Registar dados referentes às operações de preparação e controlo efectuadas;

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Durante o estágio na FH da SANFIL, foi-me pedido para preparar Salicilato de sódio 2%, solução aquosa, para a Medicina Física e Reabilitação. Este é um manipulado com propriedades analgésicas, antipiréticas e pode até atuar como anti inflamatório não esteróide. O modo de preparação foi o seguinte: pesar 20g de salicilato de sódio; transferir o salicilato de sódio para o balão volumétrico; adicionar água destilada até perfazer o volume do balão volumétrico; agitar a solução; e, por fim, transferir para um frasco de vidro âmbar devidamente rotulado.

Para a realização deste manipulado, tive de adotar algumas medidas indispensáveis à manipulação em qualquer laboratório, tais como: uso de bata, cabelo atado e sem qualquer ornamento durante o trabalho. Para além disso, foi desinfectada a bancada de trabalho de álcool a 70% e foi colocada uma protecção de bancada. Para manipular as matérias-primas, coloquei as luvas, estando assim pronta para iniciar a preparação da solução. Findo o trabalho experimental, foram limpos todos os materiais utilizados assim como a bancada de trabalho.

A cada manipulado feito, é preenchida a ficha de preparação (ANEXO II) e rótulo com algumas informações como a data da preparação, quantidade total, lote e prazo de validade de cada excipiente e o serviço requisitante. Contém também informações relativamente ao material e equipamentos utilizados, embalagem de acondicionamento e ainda informações importantes acerca da sua conservação e acondicionamento assim como: proteger a preparação do abrigo da luz, num frasco bem fechado à temperatura ambiente.

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29 5 – CONCLUSÃO

Terminado este período de estágio nos SF da SANFIL, considero que foram atingidos os objetivos inicialmente propostos. Tive oportunidade de aplicar os conhecimentos teóricos, assim como desenvolver competências que contribuíram para a minha formação profissional e pessoal. Pude ainda acompanhar e participar ativamente no circuito do medicamento em ambiente hospitalar e coloquei em prática as funções inerentes aos Técnicos de Farmácia. No decorrer do estágio, tentei sempre esforçar-me para desempenhar todas as actividades que me eram propostas com responsabilidade e rigor. Penso também que fui mostrando iniciativa e autonomia, sentindo que confiavam no meu trabalho e portanto motivando-me para fazer cada vez mais e melhor.

Relativamente à SANFIL, penso que deveriam reforçar a comunicação entre os serviços e melhorar o sistema informático. Apesar disso, a equipa da SANFIL, esteve sempre ao meu dispor para me ajudar em qualquer dúvida ou problema que surgisse tendo sido sempre incansável e paciente comigo. Penso que no final consegui superar todos os desafios propostos e agradeço a toda a equipa que sempre se mostrou disponível a partilhar o seu conhecimento comigo, contribuindo positivamente para a minha formação.

Foi-me proposto ainda a elaboração e apresentação de um trabalho acerca de dois medicamentos utilizados na clínica por doentes insuficientes renais. Os medicamentos abordados foram o Renvela e o Phosphosorb. Os objetivos principais deste trabalho eram essencialmente: fazer uma contextualização sobre a hemodiálise, consultar a legislação sobre a dispensa de medicamentos a estes doentes, tirar conclusões acerca da adesão à terapêutica e ainda uma fazer referência em termos de impacto económico. A realização deste trabalho serviu para consolidar alguns conhecimentos que fui adquirindo ao longo do estágio. Permitiu concluir, por exemplo que é com o Renvela que, comparativamente ao Phosphosorb, se gasta mais monetariamente. Além disso, através das fichas de registo aquando da dispensa de medicação em regime de ambulatório, verificou-se que os utentes revelam elevados níveis de adesão à terapêutica.

Terminado este período de estágio, estou certa de que esta experiência se revelou uma mais-valia na minha formação quer a nível profissional quer a nível pessoal.

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30 6 – BIBLIOGRAFIA

1. Saúde, E. S. (2015). Plano de Estágio Profissional I.

2. Decreto-Lei n.o 564/99 de 21 de Dezembro. Estatuto Legal da Carreira de

Técnico de Diagnóstico e Terapêutica. Lisboa.

3. Medicina, S. (s.d.). CASA DE SAÚDE DE SANTA FILOMENA. Obtido de SANFIL: http://www.sanfil.pt

4. Diálise, P. d. (s.d.). O que é a Hemodiálise. Obtido de Portal da Diálise Educar para Prevenir: http://www.portaldadialise.com

5. Decreto-Lei n.º 44 204, de 2 de Fevereiro de 1962 . Regulamento geral da

Farmácia hospitalar.

6. Boas Práticas de Farmácia Hospitalar, 1999, Conselho do Colégio da Especialidade em Farmácia Hospitalar, Ordem dos Farmacêuticos.

7. Manual da Farmácia Hospitalar, 2005, Conselho Executivo da Farmácia Hospitalar, Ministério da Saúde.

8. Bialport – Produtos Farmacêuticos, S. (Dezembro de 2006). FOLHETO INFORMATIVO: INFORMAÇÃO PARA O UTILIZADOR . FOLICIL 5 mg,

comprimidos.

9. INFARMED. (Fevereiro de 2008). RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO. Dagravit B Complex Forte Associação Comprimidos

revestidos.

10.INFARMED. (2006). RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO (RCM). ETALPHA , 2 µg/ml, solução para perfusão.

11.Agency, E. M. (2015). Resumo do EPAR destinado ao público. Cinacalcet

Mylan.

12.INFARMED. (Junho de 2015). RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO . Atarax 25 mg comprimidos revestidos por película.

13.INFARMED. (2006). Resumo das Características do Medicamento . Varfine, 5

mg Comprimidos.

14.Agency, E. M. (Novembro de 2015). Resumo do EPAR destinado ao público.

NeoRecormon.

15.Despacho n.º 3/91, de 8 de Fevereiro. Acesso aos medicamentos pelos doentes

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16.Decreto-Lei nº15/93, de 22 de Janeiro. Regime jurídico do tráfico e consumo de

estupefacientes e psicotrópicos.

17. Portaria n.º 981/98, de 8 de Junho . Execução das medidas de controlo de

estupefacientes e psicotrópicos.

18. Despacho conjunto n.º 1051/2000, de 14 de Setembro. Registo de medicamentos

derivados de plasma.

19.INFARMED. (2013). Resumo das Características do Medicamento . Tisseellyo. 20.Agency, E. M. (Outubro de 2014). Resumo do EPAR destinado ao público.

Tachosil.

21.INFARMED. (2008). Resumo das Características do Medicamento . Albumina

Humana Solução para perfusão.

22.INFARMED. (2010). Resumo das Características do Medicamento .Octagam.

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33 ANEXO I – PRINCIPAIS EMPRESAS DO GRUPO

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34 ANEXO II – FICHA DE PREPARAÇÃO DE MEDICAMENTO MANIPULADO

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Referências

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