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Ana Paula Fontana

COTIDIANO E REPRESSÃO: OS DESCENDENTES DE IMIGRANTES ITALIANOS ( Arroio Grande-1937/1945).

Santa Maria RS 2010

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Ana Paula Fontana

COTIDIANO E REPRESSÃO: OS DESCENDENTES DE IMIGRANTES ITALIANOS (Arroio Grande-1937/1945).

Trabalho Final de Graduação apresentado ao Curso de História – Área das Ciências Humanas, do Centro Universitário Franciscano, como requisito parcial para obtenção do grau de Licenciado em História.

Orientador: Prof. MS. Paula Simone Bolzan Jardim

Santa Maria RS 2010

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Ana Paula Fontana

COTIDIANO E REPRESSÃO: OS DESCENDENTES DE IMIGRANTES ITALIANOS (Arroio Grande-1937/1945).

Trabalho Final de Graduação apresentado ao Curso de História – Área das Ciências Humanas, do Centro Universitário Franciscano, como requisito parcial para obtenção do grau de Licenciado em História.

____________________________________________ Prof. MS. Paula Simone Bolzan Jardim- Orientador (UNIFRA)

____________________________________________________ Prof. Ms. Elizabeth Weber Medeiros (UNIFRA)

___________________________________________________ Prof. Ms. Janaina Souza Teixeira (UNIFRA)

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AGRADECIMENTOS

Há muitas pessoas que gostaria de agradecer, algumas por um gesto de carinho, palavras de força e outras pela paciência e compreensão. Na verdade são tantas que participam e participaram desse momento tão importante na minha vida, mas neste momento tenho que nomear algumas delas que, sem dúvida, cada esforço que demonstraram a meu favor não passou despercebido por mim.

Gostaria de demonstrar minhas palavras de gratidão primeiramente a Deus, meu amigo, sustento e companheiro fiel, a Ele devo todas as conquistas. Também minha querida família, a minha mãe Maria Eni da Silva Fontana que sempre me apoiou e apoiará, a meu pai Carlos A. Fontana que através do seu trabalho e esforço buscou sempre o melhor pra mim e para sua família, aos meus amados irmãos Daniela, Carlos André, Eduardo Henrique, que são alegria na minha vida.

Há alguns amigos em especial, como Rodrigo da Rocha, que sempre quando precisei estava pronto para me ajudar, a Denise Smith pelas palavras de otimismo e apoio, a Cristiane Toni pela ajuda dos últimos momentos do término deste trabalho.

A Todos os professores do curso de história da Unifra, pelo profissionalismo e a excelência em tudo que fazem, sem dúvida aprendi muito com eles, e de cada um vou levar o melhor. Em especial, agradeço a minha orientadora Paula Jardim Bolzan por aceitar me orientar e me compreender ao longo deste trabalho, ao professor Luiz Augusto Farinatti que me fez acreditar no meu potencial e desenvolvê-lo com maior êxito, à Professora Elizabeth Weber Medeiros, inesquecível, que além de professora por muitas vezes foi minha conselheira, sempre a admirei por sua sensibilidade e dedicação com seus alunos e com tudo que faz, vou levá-la comigo; à professora Janaina Souza Teixeira, que para mim é um exemplo de profissional, sempre cortês, e muito ética, sua postura me inspira.

Sem dúvida não poderia deixar de agradecer aos entrevistados, senhores e senhoras que foram tão atenciosos e se dispuseram, na medida do possível, em responder todas as perguntas feitas, sem eles este projeto não seria possível.

In memória ao padre Luiz Sponchiado pesquisador no Centro de Pesquisa Genealógica (CPG) de Nova Palma que em uma conversa me deu o caminho a seguir para esta pesquisa.

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A todos esses, meus agradecimentos e sentimentos de carinho, que sejam recompensados pela boa semente que lançaram sobre a minha vida.

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RESUMO

O principal objetivo deste trabalho é compreender as transformações vivenciadas pelos descendentes de imigrantes italianos durante o Estado Novo e no decorrer da Segunda Guerra Mundial, na localidade de Arroio Grande interior do município de Santa Maria RS, no período compreendido entre 1937 e 1945. A partir de 1937 iniciou a campanha de nacionalização que tinha por objetivo reforçar o ideal nacional e impedir que as colônias estrangeiras se desenvolvessem com o modelo de vida social e cultural das comunidades a que pertenciam. Nesse sentido, ocorreram as perseguições aos descendentes de imigrantes italianos. Abrangendo também neste período a escassez de alguns mantimentos como sal e açúcar, a falta de querosene utilizado nos lampiões, e do tecido para o vestuário, ainda o aço empregado nas lavouras. Outro fator de destaque foi a participação compelida de homens desta localidade para combater na Guerra e qual foi o impacto disto para as suas famílias. Deste modo estes e outros aspectos implicaram na vida cotidiana dos descendentes de imigrantes italianos, que tiveram que enfrentar carências tanto emocionais quanto materiais além do habitual. A metodologia utilizada seguiu as orientações da História Oral, a análise dos dados coletados e bibliografia consultada. Como resultado da pesquisa, percebeu-se que o cotidiano desses descendentes, foi afetado, havendo mudanças significativas.

Palavras-chave: Estado Novo, cotidiano, repressão, Segunda Guerra Mundial.

ABSTRACT

The main objective is to understand the transformations experienced by the descendants of immigrant Italians during the Estado Novo and during the Second World War, the town of Arroyo Grande within the Santa Maria RS in the period between 1937 and 1945. From 1937 began the nationalization campaign that aimed to strengthen the national ideal and prevent foreign colonies would develop the model of social and cultural life of the communities to which they belonged. In this sense, the persecutions were the descendants of Italian immigrants. Covering this period also a shortage of some supplies like salt and sugar, lack of kerosene used in lamps, and fabric for clothing, even the steel used in the fields. Another highlight was the participation of men in this locality compelled to fight in the war and what was the impact this has on their families. Thus these and other aspects involved in the daily lives of the descendants of Italian immigrants, they face both emotional and material needs beyond the usual. The methodology used followed the guidelines of the Oral History, analysis of collected data and literature. As results, it was noticed that the daily lives of these descendants, was affected, with significant changes.

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SUMÀRIO

INTRODUÇÃO ...07

1. REFERÊNCIAL TEÓRICO ...08

2. FORMAÇÃO DA REGIÃO DE IMIGRAÇÃO ITALIANA NO RO GRANDE DO SUL: A COMUNIDADE DE ARROIO GRANDE ....10

3. O ESTADO NOVO (1937 – 1945), E OS DESCECENDENTES DE IMIGRANTES ITALIANOS...15

4. A VIDA DOS DESCENDENTES DE IMIGRANTES ITALIANOS SOB O PROCESSO DE NACIONALIONALIZAÇÃO E SEGUNDA GUERRA MUNDIAL: O CASO DA REGIÃO DE ARROIO GRANDE...18

CONSIDERAÇÕES FINAIS ...26

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...28

OBRAS CONSULTADAS...29

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INTRODUÇÃO

O presente trabalho de pesquisa estudou o processo de nacionalização e o impacto da II Guerra Mundial na vida dos descendentes de imigrantes italianos no interior de Santa Maria RS, na região de Arroio Grande. Foram exploradas as transformações no cotidiano dos descendentes de imigrantes italianos que abrangeram questões econômicas, políticas, sociais, religiosas e culturais.

Para chegar a tal intento foi realizado um trabalho de campo através de entrevistas dos descendentes de imigrantes italianos nesta mesma localidade. Nesse sentido a história oral foi de grande auxílio, pois propiciou conhecer esse impacto através de testemunhos que de outra forma estariam perdidos para a história, respeitando critérios de sigilo. Ainda é preciso afirmar que não teria sentido nominar os testemunhos, pois o objetivo é entender o cotidiano, não a história de vida dos sujeitos, mas sim da comunidade.

A escolha do local para estudo da temática se deu devido ao fato da pesquisadora ter vínculos afetivos com a região, ali ter nascido e permanecido ligada à ela até hoje. Assim, este estudo tem por objetivo verificar e analisar quais foram essas mudanças e que implicações tiveram no cotidiano dessas pessoas em Arroio Grande.

Para atingir a finalidade o trabalho foi dividido em dois capítulos, sendo inicialmente tratadas questões referentes a características da imigração e constituição do distrito de Arroio Grande. Na segunda parte do texto abordou-se questões atinentes ao contexto da criação da política de nacionalização dentro da ditadura do Estado Novo, a entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial e as implicações dessa na vida dos descendentes de imigrantes. Nesse ponto são utilizados os testemunhos para entender o impacto dessa política de nacionalização e da Segunda Guerra Mundial na vida dessas pessoas, a escolha de tratar dos temas de forma associada deu-se em função dos entrevistados não fazerem distinções entre os eventos ao falar sobre eles.

A seleção dos entrevistados se deu com foco nos mais velhos da comunidade de Arroio Grande, pessoas entre 70 e 90 anos, em especial pessoas que vivenciaram o período proposto no trabalho, e ou que puderam lembrar-se do que ocorreu na época.

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1. REFERENCIAL TEÓRICO

O entendimento a respeito da História parte da idéia de uma construção do passado através da coletividade, onde todos os homens comuns participam como atores e sujeitos desse processo, através de suas idéias e atos, entendendo que esta sociedade está em formação. No que se refere à teoria para entender esse aspecto pode-se destacar a Escola dos Annales, que ao se interessar pela sociedade, pela história dos sujeitos, contrapõe-se a história tradicional. Na história tradicional a teoria positivista vê o passado como um processo linear, dando ênfase aos fatos políticos e diplomáticos, baseando-se em fontes documentais escritas e oficiais. Características que foram comprovadas nas descrições a respeito dos grandes feitos dos governantes, ou de figuras de renome, colocando a vida dos homens comuns a um papel secundário no processo da história (BURKE, 1992).

Decorrente disto inclui-se neste trabalho a história oral que muito procura valorizar o indivíduo em sua essência, utilizando e estimando neste caso a memória, que são lembranças organizadas segundo uma lógica pessoal que procura destacar elementos que nem sempre correspondem aos fatos concretos, objetivos e materiais. As memórias podem ser individuais, sociais ou coletivas.

Por memória, num sentido comum entende-se a capacidade humana de conservar traços de experiências passadas e ter acesso a essas por meio das lembranças.

Para Beddley, a memória é a capacidade de armazenar informações e de ter acesso a essas. Sem a memória seríamos incapazes de ver, de escutar ou de pensar; não teríamos uma linguagem e, de fato nem mesmo um sentido de nossa identidade de pessoas. Ele diz sem memória, seríamos vegetais e, intelectualmente mortos (TEDESCO, 2004, p. 35).

Para a história oral, a memória individual só interessa na medida em que se torna conhecido o social, sendo que é fundamental que se leve em conta o lugar social dos indivíduos ou grupos. A lembrança traz um sentido de recuperação em alguma coisa que se possui num tempo que se esqueceu, justamente nesse sentido é que o trabalho foi realizado, na intenção de trazer a memória daqueles indivíduos entrevistados o que já foi esquecido e também vivido, para que o que já foi esquecido seja conhecido e lembrado pelas gerações futuras. As pessoas entrevistadas determinam um tempo de pertencimento, que não é o de

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hoje, tempo esse de participação ativa na comunidade (TEDESCO, 2004, p.36).

Referente a compreensão da vida cotidiana, ela representa a vida de todo o homem. Todos a vivem sem nenhuma exceção. A vida cotidiana é a vida do homem inteiro; ou seja, o homem participa na vida cotidiana com todos os aspectos de sua individualidade e de sua personalidade. Nela, colocam-se “em funcionamento” todos os seus sentidos, capacidades intelectuais, habilidades, e seus sentimentos, paixões, idéias, ideologias. O homem do cotidiano é ativo e receptivo (HELLER, 1970, p. 17).

A vida cotidiana é, em sua maioria heterogênea; e isso sob vários aspectos sobretudo no tipos de atividade que exercitamos. São partes da vida cotidiana: a organização do trabalho e da vida privada, os lazeres e o descanso, a atividade social, e as relações.

O homem nasce já inserido em sua cotidianidade. O amadurecimento do homem significa, em qualquer sociedade, que o individuo adquire todas as habilidades necessárias para a vida cotidiana da sociedade (HELLER, 1970, p. 18).

A vida cotidiana não está fora da história, mas no centro do acontecer histórico: é a verdadeira essência da substancia social.

A vida cotidiana é a vida do individuo. O individuo é sempre e ao mesmo tempo, ser particular e ser universal (HELLER, 1970, p. 20).

Portanto este estudo me ajudou a compreender o que é memória, história oral e como perceber o cotidiano das pessoas, significando de suma importância para a realização das entrevistas orais que realizei, para utilizá-las no Trabalho Final de Graduação.

Por repressão podemos utilizar a concepção freudiana que diz que na linguagem cotidiana, a palavra significa as medidas coercivas para inverter, rejeitar ou repelir alguém ou alguma coisa. Em francês, o procedimento é chamado de repulsão que se aplica a pessoas que querem negar o acesso a um país ou um determinado local. E neste caso a repressão foi aplicada nas manifestações de língua de uma cultura estrangeira.

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Para melhor compreender o período de analise do cotidiano dos descendentes de imigrantes italianos da região de Arroio Grande, foi necessário abranger todo o processo histórico e político daquele momento, que implica o Estado Novo, período da história brasileira relacionada ao governo de Getúlio Vargas e a Segunda Guerra Mundial. Assim como entender brevemente o processo de imigração, a chegada dos estrangeiros ao Brasil, no Rio Grande do Sul, e na região de Arroio Grande, incluindo no decorrer da explanação do processo histórico os relatos de cada entrevistado, confirmando, portanto a veracidade dos fatos através da história oral e como este processo afetou o cotidiano desta comunidade.

2. FORMAÇÃO DA REGIÃO DE IMIGRAÇÂO ITALIANA NO RS: A COMUNIDADE DE ARROIO GRANDE.

Na Itália, a emigração encontra-se ligada ao fato político da unificação, conseguida no ano de 1870. A pobreza, a miséria e a fome de um Estado sem recursos condenaram as massas populares, tendo como única saída a imigração.

A Fabricação de tecido era a mais importante indústria neste período, mas era incapaz de absorver grande quantidade de mão de obra que vinha do setor agrícola, num movimento interno de êxodo de um sistema de arrendamento, onde as terras eram divididas em lotes muito pequenos o que inviabilizava o sustento das famílias. Com o fortalecimento das indústrias, o artesanato vai se tornando infrutífero e perdendo o seu papel de complementar a renda familiar do agricultor (ANTONELLO, 1996).

O governo por sua vez torna-se cada vez mais inclinado a deixar as pequenas propriedades sobreviverem as suas próprias custas e aproveita os endividamentos das mesmas para aquecer um crescente mercado de terras no qual somente os que tinham poder aquisitivo maior se beneficiam. Essas medidas aprofundam a crise no campo e que se evidencia na condição de vida e de alimentação precária da população gerando mais empobrecimento desses populares na Itália.

Comparados com a população rural de outros países da Europa Ocidental, os colonos italianos, apresentavam um quadro lúgubre, eram dos mais atrasados, com índices de analfabetismo elevados (DE BONI apud ANTONELLO 1996, p. 20)

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Neste momento começava a sobrar gente nos campos e as cidades não estavam em condições de absorver tantas pessoas nas indústrias surgindo a grande imigração.

A emigração em grande escala permitiu à classe dirigente manter e aumentar seus privilégios, enquanto esse povo que vive miseravelmente parte, em número incalculável, para outros países, principalmente para a América, a partir de 1861, em busca de uma vida melhor (HUTTER apud ANTONELLO 1996, p. 74). O desejo dos colonos italianos de terem melhores condições de vida e de serem proprietários de terras foi aproveitado pelos divulgadores da imigração que prometiam terras e possibilidade de riqueza para os camponeses italianos que imigrassem.

Os imigrantes italianos começaram a chegar no Brasil em grande número no ano de 1870, aumentando esse índice na década seguinte (ANTONELLO, 1996).

A partir de 1880 foi intensificada a vinda de imigrantes italianos e de outras nacionalidades, para São Paulo, devido ao produto principal o café.

Entre os imigrantes italianos que vieram para São Paulo, afora a grande maioria que em fins do século XIX e princípios do século XX foi para a lavoura do café onde trabalharam como assalariados, vieram também aqueles que como pequenos proprietários se dirigiram para os núcleos coloniais e, ainda, os que se localizavam na zona urbana (HUTTER apud ANTONELLO 1996, pg. 86).

No Rio Grande do Sul, os italianos chegaram a partir do ano de 1875, sendo encaminhados para a região montanhosa, pois nos vales e nas planícies já se encontravam estabelecidos os alemães e os luso-brasileiros (ANTONELLO, 1996).

A Imigração no Brasil foi um fenômeno de grande importância, não só porque serviu de sustentáculo à lavoura cafeeira em São Paulo, desde a segunda metade do século XIX e nas primeiras décadas do século XX, como também por ter sido a base da colonização e da formação da população do Sul do Brasil. (...) Afora a contribuição na agricultura, teve papel relevante na industria e comércio, no sul do Brasil (HUTTER apud ANTONELLO 1996, p. 74).

A situação do Rio Grande do Sul em 1870 era diferente de quando os imigrantes alemães aqui chegaram. A população neste momento passou de 110 para 440 mil pessoas, de 5 municípios eram agora 28 municípios, os quais estavam divididos em 73 paróquias

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(ANTONELLO, 1996).

Os italianos que se estabeleceram no Rio Grande do Sul no fim do século XIX e inicio do século XX tornaram-se, em sua maioria absoluta, pequenos proprietários rurais, submetidos ao regime de colonato, definido pela política oficial brasileira de colonização (MANFROI apud ANTONELLO 1996, p.169).

Maior população encontrava-se na Campanha (43%), e Depressão Central (33%), e os restantes 24 % dividiam-se no Planalto, Litoral e colônia. Como parte de terras devolutas da Província de São Pedro do Rio Grande do Sul, estava cerca de 87 mil quilômetros quadrados de Serras, na Encosta Nordeste e no Alto Uruguai. As duas colônias italianas criadas em 1875, foram Conde d’Eu e Dona Isabel, localizadas entre o rio Caí, os Campos da Vacaria e o Município de Triunfo. Em 1871 na província de Conde d’Eu, o presidente era autorizado a assinar contrato com a firma Caetano Pinto & Irmão, para introduzir colonos no Rio Grande do Sul (ANTONELLO, 1996). Dessa forma a imigração em massa começa a chegar no Rio Grande do Sul a partir de 1875. Vindos principalmente da região do norte da Itália, os imigrantes instalaram-se em quatro núcleos coloniais principais: Conde D’Eu (Garibaldi), Dona Isabel (Bento Gonçalves), Caxias do Sul e Silveira Martin (DALMOLIN 2005, p. 82).

As quatro colônias foram o cerne da imigração de italianos no Rio Grande do Sul, onde a partir destas, outras mais foram surgindo.

O quarto núcleo de colonização, criado em 1877, é conhecido como Quarta Colônia de imigração italiana do Rio Grande do Sul e abrange, atualmente, os municípios de Silveira Martins, Faxinal do Soturno, Nova Palma, Dona Francisca, São João do Polêsine, Pinhal Grande, Agudo e Restinga Seca. Durante o Estado Novo (1937-1945), essas localidades ainda não eram emancipadas e encontravam-se divididas entre três municípios: Cachoeira do Sul, Santa Maria e Júlio de Castilhos. Ao primeiro município pertenciam às localidades de Faxinal do Soturno (primeiro núcleo a tornar-se município 1959), Dona Francisca e São João do Polêsine; ao segundo, Silveira Martins, e, ao terceiro, Ivorá e Nova Palma. Desta forma, cada localidade, dependendo a que município pertencia, apresentava diferentes subprefeitos que também acumulavam a função de subdelegados (DALMOLIN, 2005).

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Vargas subiu ao poder, principalmente durante o período do Estado Novo (1937-1945) e da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), uma vez que a população de imigrantes e descendentes em Santa Maria e na Quarta Colônia era muito significativa (DALMOLIN, 2005).

Os primeiros imigrantes europeus enviados à Quarta Colônia Imperial de imigração de Santa Maria da Boca do Monte foram Russos e Poloneses, no ano de 1877. Enfrentando muitos contratempos como a falta de água potável e de higiene adequada, resultando na propagação de uma epidemia infecto-contagiosa, que os dizimou, os sobreviventes decidiram partir para o Paraná alegando que lá havia melhores condições de adaptação com o meio ambiente e grupos de imigrantes compatriotas (CARLESSO, 1989).

Segundo Carlesso (1989), não há registros oficiais exatos da data de chegada dos primeiros italianos à região, no chamado barracão de Val de Buia, região que atualmente pertence a Silveira Martins,arredores de Arroio Grande. Porém o que supõe-se é o ano de 1877, por volta do mês de agosto quando houve um encontro de russo-poloneses que estavam de partida e de italianos recém chegados.

No ano de 1878, a Serra de São Martinho foi escolhida para situar a sede da Quarta Colônia Italiana no Rio Grande do Sul. Demarcaram-se os lotes urbanos para as famílias que quisessem se instalar com os postos comerciais. Configurou-se, assim, a fundação da vila de Silveira Martins, hoje emancipada de Santa Maria.

A Vila de Arroio Grande, situada entre Silveira Martins e Santa Maria, começou a ser habitada pelos colonos italianos a partir de 1879.

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Figura 1: Mapa situando a região de Arroio Grande de 1954

Figura 2: Mapa situando a região de Arroio Grande de 1954

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No começo da colonização o governo destinou 67 lotes aos 250 colonos italianos que ali se estabeleceram. Essas terras eram consideradas as melhores do município de Santa Maria e eram também as melhores do Rio Grande do Sul para o cultivo de frutas cítricas, segundo técnicos da época. Os pioneiros que ali se fixaram (e antes alguns colonos russos e alemães) perceberam logo a qualidade da terra para o plantio (CARLESSO, 1989).

Em 1892 foi fundada uma escola italiana em Arroio Grande, dirigida pelo “maestro” Andrea Pozzobon, um líder comunitário e educacional neste período. A escola funcionou durante 25 anos. E logo no ano de 1896 o mesmo fundou juntamente com alguns da comunidade a “Società Italiana di Mutuo Soccorso e Recreativa Luigi Amedeo, Duca degli Abbruzi” (CARLESSO, 1989).

A primeira capela que surgiu em São Marcos, localidade pertencente a Arroio Grande foi fundada em 1883, e em 1884, edificou-se outra capela a pouca distância desta sendo que a imagem cultuada foi trazida da Itália pelos imigrantes.

A região também é notável por sua bela paisagem, oferecendo, de um lado, o panorama azulado da Serra de São Martinho, que envolve do oeste até o nordeste, passando pelo norte. E, do outro lado, as várzeas de arroz que ocupam o horizonte sul e sudeste, devido ao fato de ser uma região com recursos hídricos apropriados para essa cultura.

3. O ESTADO NOVO (1937 – 1945), E OS DESCENDENTES DE IMIGRANTES ITALIANOS.

Neste primeiro momento entenderemos os elementos do Estado Novo e como este teve total influência na comunidade pesquisada, para analisar o cotidiano dos descendentes de imigrantes italianos deste local.

O governo do período caracterizou-se como uma ditadura de cunho nacionalista. Na prática a idéia de nação é de um povo unido pelos mesmos valores e sentimentos comuns de pertencimento, em contrapartida, a afirmação de outra nacionalidade enfraqueceria ou ameaçaria a existência dessa visão de Brasil. Logo comunidades organizadas com base em aspectos sociais de cunho étnico diferenciadas, passam a ser vistas como potencial de antinacionais e de isenção de patriotismo. E foi, sobretudo durante o Estado Novo, que medidas com propósito nacionalista atingiram no Sul aquelas localidades formadas por imigrantes europeus, principalmente de raízes alemãs e italianas, instalando conflitos nas

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instituições sociais locais.

As comunidades de imigrantes italianos criaram e mantiveram aspectos de identidade própria através do uso de língua estrangeira, de práticas religiosas e de hábitos e costumes, deste modo perceberemos que práticas ditadas pelo governo Getúlio Vargas neste período atingiram e afetaram a cultura dessas comunidades. Percorreremos estes aspectos no decorrer do texto, onde compreenderemos o Estado Novo e suas implicações, na vida dos descendentes de estrangeiros.

O Estado passa a exaltar o trabalho, e o novo cidadão que era o cerne da construção da nação forte, na figura do presidente está embutida a do defensor dos trabalhadores, do líder e do “pai dos pobres”. Esse fenômeno ditatorial só foi possível devido a influência de condições históricas prévias que são explicitadas a seguir. A partir do fim da Primeira Guerra, governos baseados em idéias totalitaristas e autoritárias começaram a se fortalecer na Europa, Mussolini na Itália; Stalin na União soviética; e o nazi-fascismo na Alemanha em 1933. A crise se deu em âmbito do desprestígio da democracia liberal, ligada ao capitalismo que neste momento estava em total tensão, pois prometera igualdade de oportunidade e uma vida melhor, mas que trouxera pobreza, desemprego e falta de esperança (FAUSTO, 2002).

No Brasil expressão mais acabada do fascismo a partir dos anos 30 foi a Ação Integralista Brasileira (AIB), defendendo uma ação e difusão nacionalista, pretendia estabelecer o controle do Estado sobre a economia e seus princípios estavam baseados no lema: “Deus, Pátria e Família” (FAUSTO, 2002). Querendo demonstrar sua força política, os integralistas costumavam realizar grandes desfiles em que usavam uniformes que lhes valeram o apelido de "camisas-verdes". Nas manifestações de rua, os enfrentamentos com os comunistas eram uma constante (FAUSTO, 2002). Ao mesmo tempo havia os comunistas que formavam movimentos revolucionários promovendo a luta de classes, a crítica às religiões, a emancipação nacional obtida através da luta contra o imperialismo e da reforma agrária. Integralismo e comunismo possuíam idéias antagônicas ao ponto de se enfrentarem. O governo brasileiro, apesar das simpatias, não se associou a nenhum desses movimentos e sim aprofundou gradativamente o centralismo, inclusive na modernização das Forças Armadas, em especial o Exército que se valeu de posições de prestígio e muitos generais na ativa, tinham sido promovidos ao posto pelo governo (FAUSTO, 2002), assim

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consolidou-se um grupo no comando do Exército que apoiou Getúlio firmemente.

No ano 1934 uma série de greves explodiu marcando um ano de reivindicações operárias, paralisações nos serviços de transporte, comunicações e bancos, também, as campanhas contra o fascismo aceleraram resultando num violento choque entre antifascistas e integralistas em São Paulo. Em resposta as agitações do período o governo propôs em 1935 uma lei de Segurança Nacional (LSN), que definiu os crimes contra a ordem política e social, como: a greve de funcionários públicos; a provocação de inimizade nas classes armadas e entre as classes sociais; a propaganda subversiva; a organização de associações ou partidos com o objetivo de subverter a ordem política ou social por meios não permitidos em lei (FAUSTO, 2002).

Nessa ocasião foi lançado a Aliança Nacional Libertadora (ANL) formada pelos comunistas e os tenentes de esquerda, seu programa tinha conteúdo nacionalista e propunha fim do pagamento da dívida externa; a nacionalização das empresas estrangeiras; a reforma agrária; a garantia das liberdades populares; a constituição de um governo popular (FAUSTO, 2002). O governo brasileiro tentou de diversas maneiras reprimir as atividades da ANL até que ordenou o fechamento da organização. Em 1935, os comunistas tentaram um golpe de estado que foi reprimido, este episódio somente fez com que aumentasse as medidas repressivas e o autoritarismo (FAUSTO, 2002).

Em 1937, aparece um documento chamado de Plano Cohen que seria um plano preparado pelos comunistas visando a tomada do poder através de uma ação violenta: greves, massacres, incêndios de Igrejas etc. Porém, apesar de ser atribuído ao movimento comunista, o mesmo foi redigido pelo capitão do Exército e simpatizante integralista, Olimpio Mourão Filho. Isso contribui pra acirrar os ânimos e será justificativa para a instalação da Ditadura do Estado Novo.

O Estado Novo caracterizou-se por um regime político autoritário de inspiração fascista no que tange aos poderes do executivo. Nesse sentido, o decreto de 2 de dezembro de 1937, dissolveu todos os partidos destituiu os governadores e em seu lugar nomeou interventores escolhidos por critérios que correspondiam a cada região, o que se mostra o esforço do estado para centralizar o poder nas mãos do executivo (FAUSTO, 2002). A partir de então não houve mais a representação pelo Congresso e o presidente passou a ser a autoridade suprema do Estado, que coordenava os órgãos representativos, dirigia a política

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interna e externa, promovendo ou orientando a política legislativa. A idéia era que nação e o povo governariam, sendo representados pela figura do ditador.

Instituiu-se ainda o estado de emergência, que permitia ao presidente suspender as imunidades parlamentares, prender, exilar e invadir domicílios; para completar, instaurou-se novamente a pena de morte e legalizou-instaurou-se a censura para os meios de comunicação - jornais, rádio e cinema. O mandato presidencial foi dilatado para seis anos.

Para garantir o funcionamento do novo regime, foram criados vários instrumentos de controle e repressão. Inicialmente, destacou-se o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), este exerceu a censura nos meios de comunicação: rádio e cinema, o teatro, a literatura social e política, interferindo e proibindo a entrada no país de publicações tida como nocivas aos interesses brasileiros. O DIP também foi responsável pela transmissão diária do programa Hora do Brasil, que serviu como sustentação da relação do presidente com o povo para afirmar os feitos do governo autoritário, sempre procurando inserir na sociedade o medo do perigo comunista, assim sustentava-se o clima de insegurança que justificava o novo regime. Uma polícia política responsável por reprimir com torturas e assassinatos os indivíduos considerados nocivos à ordem pública.

A chegada do Estado Novo traz consigo a desconfiança de tudo que não fosse brasileiro. Consequentemente, as regiões com forte imigração estrangeira, começaram a ser vigiadas para que a “ordem” fosse “assegurada” (DALMOLIN, 2005, p. 84)

Nesse sentido recorre-se ao relato de um entrevistado Senhor VT, que vive até hoje nos arredores e Arroio Grande onde podemos reconhecer a ação no âmbito local:

Pra nós não tinha escola, não sabia falar português, a escola era escassa, diretamente não se ensinava português, não tinha, então o coitado, foi compra um quilo de erva, mas ele disse um quilo de maco em italiano né, e tava a polícia do lado e prendeu ele, e botaro na cadeia lá em Silveira Martins, naquela época era distrito do município, então a gente dele veio e foram vê ele tava lá, não não vamo larga ele, só amanhã talvez, e de fato só largaram ele no outro dia de manhã, mas o homem era um homem sério, ele nunca foi de intimação nada né, e acho aquilo que fosse um desprezo pra ele, sabe o que ele fez? Depois que ele saiu da cadeia, tiro a camisa e tapo o rosto, porque acho que era vergonha né, e veio de lá chego em casa no sentimento dele né, deu uma tristeza por ter sido prezo só por ter falado italiano e depois ele morreu coitado (VT, 2010).

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O governo buscava com a política de nacionalização a constituição de um Estado único, onde as diversidades regionais fossem superadas, ao lado do protagonismo reservado à identidade brasileira. A política autoritária e centralizadora de nacionalização propõe como estratégia, a assimilação forçada das minorias, bem como a interrupção das atividades de organização política estrangeira em solo brasileiro.

4. A VIDA DOS DESCENDENTES DE IMIGRANTES ITALIANOS SOB O PROCESSO DE NACIONALIZAÇÂO E SEGUNDA GUERRA MUNDIAL: O CASO DA REGIÃO DE ARROIO GRANDE.

Para entendermos o ideal de Nação e Nacionalismo como ideologia unificadora e como meio de criação para uma identidade nacional, buscarei em Hobsbawm a definição do termo nação:

[...] as nações são, do meu ponto de vista, fenômenos duais, construídos essencialmente pelo alto, mas que, no entanto, não podem ser compreendidas sem ser analisadas de baixo, ou seja, em termos das suposições, esperanças, necessidades aspirações e interesses das pessoas comuns, as quais não são necessariamente nacionais e menos ainda nacionalistas (HOBSBAWN, 1990, p. 20).

O termo nação pode, ainda, definir território, distinguir um povo por sua cultura e língua. Assim sendo, é no período Vargas que a construção da identidade nacional atinge características marcantes. O estímulo ao patriotismo, o uso de símbolos nacionais e a comemoração das datas nacionais também são pontos de destaque.

A Campanha de nacionalização foi um conjunto de medidas tomadas durante o Estado Novo de Getúlio Vargas para diminuir a influência das comunidades de imigrantes estrangeiros no Brasil e forçar sua integração junto à população brasileira. As perseguições a estrangeiros se deram em nível nacional, tanto nas zonas urbanas como rurais. Não foram somente os descendentes de italianos no Brasil que sofreram repressões.

Para simplificar o texto abordaremos o impacto da nacionalização primeiro, no entanto é preciso ressaltar que em algumas entrevistas esses processos não estão separados, não são lembrados de forma distinta, a memórias dos acontecimentos se mistura em função de um sentimento de seqüência das situações.

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Esta Campanha caracterizou-se pela preocupação governamental com os considerados núcleos de cultura homogênea – formados, basicamente, por descendentes de imigração de origem alemã e italiana. As ações tomadas pela Campanha de Nacionalização, nas décadas de 1930 e 1940, foram proibições e sanções no uso da língua, do ensino nas escolas particulares, da veiculação de jornais e periódicos, nas associações culturais e recreativas e outras formas de expressão das culturas estrangeiras consideradas inimigas da ideologia de identidade nacional. Em 1939 novas medidas foram implementadas: a proibição de falar idiomas estrangeiros em público, inclusive durante cerimônias religiosas (o Exército deveria fiscalizar as “zonas de colonização estrangeira”). Em um dos relatos percebe-se claramente esta realidade segundo o entrevistado Sr. CH: as missas que antes eram feitas em latim, tiveram que ser realizadas em português. As associações culturais e recreativas foram encerradas e todas as atividades que pudessem estar associadas à outras culturas. Como por exemplo, a destruição pela prefeitura de Santa Maria de um monumento em frente à Igreja de São Marcos localidade pertencente a Arroio Grande,

Figura 3: Monumento dedicado aos italianos mortos na guerra da Líbia 1911( esquerda) e reconstruído em 1996 (direita).

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Este foi construído em homenagem aos heróis italianos mortos na guerra da Líbia (1911). O monumento foi inaugurado em 27 de julho de 1913 e demolido por ordem do governo brasileiro durante a II Guerra Mundial, quando a Itália fazia parte do Eixo e o Brasil dos aliados. Foi reerguido em 1996 pela associação italiana de Santa Maria. No relato de Sr. CH compreende-se tal ação: Apareceram um dia de caminhão velho da prefeitura, derrubaram e quebraram tudo, tinha a fotografia do Vitório Manuelli era o governador da Itália na época. Neste depoimento percebemos a importância que estes davam as suas raízes, e o valor de se identificar mesmo distantes da sua terra pátria, de modo a dar continuidade a sua cultura em terras brasileiras.

O desejo de preservar a cultura italiana estava no dia a dia da comunidade por meio da fala, da ajuda mútua, do compartilhar os objetos, das festas e cantos, buscavam firmar vínculos com seu passado. Em uma das entrevistadas Srª. CH. conta que sua mãe cantava uma canção para ela, no idioma italiano, essa canção falava sobre uma moça que queria ir ao encontro do seu namorado na Guerra:

Cara Mama ( querida mãe) eu quero cento liri, que la Guerra quero i

Cara filha la guerra no Cara mama La guerra Si

E três irmão na janela que dizia : Cara mama dexa ela i E a mãe dizia: La guerra no

Então ela tanto venceu que ela ganho cem liria, sem liria era cem mirreis e quando ela partiu, ela viu que deu um gemido, que o navio deu um gemido, porque o navio dá um gemido quando vai afundar, então ela canto a história:

Com os cabelos bionde, bionde era loiro a baleia se vestia e com a carne do corpo dela a baleia de enchia

Comcavini bionde dice La balena se vestirá, com la carne de mio corpo, la balena se bastirá

E três irmão na janela foi aqueles que engano e a palavra de minha querida mãe, aquela que adivinho, quando ela viu que ia morrer. (CH, 2009)

Os meios de comunicação também foram afetados, com a censura de programas de rádio e as restrições à imprensa em língua estrangeira. Em uma primeira fase os jornais foram obrigados a ter um redator brasileiro (incumbido da censura) e publicar edições bilíngües e artigos patrióticos de autores brasileiros. Depois veio a proibição definitiva, com o desaparecimento da maioria dos jornais e revistas. Os nomes de ruas, letreiros e cartazes das lojas e fábricas, e o nome de clubes e associações foram afetados. Srª. CH

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relata que as reuniões que faziam para cantar, contar “causo”, diminuíram muito devido ao medo que estava presente no meio deles: a gente se reunia pra cantar, e se divertir, mas depois que se proibiu a língua italiana de nossos pais e avós, a gente ficou com medo e quase não tinha mais essas reuniões, e as associações italianas foram fechadas.

Além dos decretos já mencionados criados durante esse período, e que tinham como objetivo disciplinar a vida dos estrangeiros no País, outras medidas foram tomadas como a proibição de hastear, ostentar ou usar bandeiras, flâmulas ou estandarte, uniformes, distintivos, insígnias ou qualquer símbolos do partido político estrangeiro; de organizar desfiles, passeatas ou comícios e reuniões, até mesmo de conceder entrevistas e os discursos, direta ou por rádio difusão (ZANINI, 2005).

Em 1939, mediante o Decreto-Lei n° 1545, de 25 de agosto, em seu art. 4, era encargo do Ministério da Educação e da Saúde orientar o preparo e o recrutamento de professores para as escolas primárias dos núcleos coloniais e exercer vigilância sobre o ensino de línguas e da História e da Geografia do Brasil. Ao Conselho de Imigração, que fora criado através do Decreto-Lei n° 3010 cabia: evitar a aglomeração de estrangeiros de mesma origem numa só região, vedar a aquisição de empresas, proteger as propriedades brasileiras nas zonas coloniais e, fiscalizar as Zonas de colonização estrangeira. (ZANINI, 2005). Ao refletir sobre essas legislações, percebe-se a forma como os estrangeiros e seus descendentes estavam sendo tratados naquele contexto, submetidos à vigilância e desconfiança por parte do governo brasileiro, e refreados de todas as formas.

Em algumas localidades, como no caso de Arroio Grande, existia ainda, além do subprefeito que também acumulava a função de subdelegado, a presença do chefe de seção o qual era escolhido pelo subdelegado, e tinha como principal função, segundo depoimentos, “fiscalizar as ações dos italianos”. Muitas vezes era preferível calar-se ao falar o italiano ou dialeto. Este trato pode ser evidenciado nos relatos como por Sr. MR. “meu avó falou italiano numa venda e o chefe de seção prendeu ele, ficou esperando na calçada e chegou tarde em casa”. Além de serem presos por falar italiano, muitos também eram obrigados a arrancar pedra de picão nos barrancos de estrada segundo o Sr. FT:

(...) muitos tinham que arrancar pedra de picão com um carrinho de mão feito de madeira, com roda de madeira, porque aquela época carrinho de mão com roda de borracha não existia e nem de ferro, tu era preso oito dia de picão, eles diziam bater picareta e tapar

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buraco nas estradas, era o castigo que eles davam, só por tu ta falando italiano. (FT, 2009).

Havia também a vigilância de uns sobre os outros, a denúncia era algo corrente. Nessas denúncias, havia um forte desejo de ser útil e de contribuir de alguma forma. Os mecanismos de repressão também foram utilizados pelos próprios descendentes de imigrantes, assim vingavam-se denunciando o rival às autoridades, no depoimento do Sr. MR. isso evidencia-se: “Um vizinho se vingou do outro por falar italiano denunciando ele ao chefe de polícia”.

Nesta conjuntura também houve maiores restrições às liberdades individuais: necessidade de autorização para viajar dentro do país; apreensão de livros, revistas, jornais e documentos, com destruição de parte da memória histórica da imigração, e eventual prisão daqueles que não falassem português. O Sr. VT, relata um episódio muito dramático ocorrido na região que nos comprova como aquele era um momento de muita tensão:

[...] Um dia ele foi chamado atenção por falar italiano, então ficou muito preocupado e com medo do que podia acontecer né, ele chegou em casa e falou pra família que eles iam sofrer muito ainda...e quando dormiram ele mato todos da família e depois se mato, tudo pelo medo do que ia acontecer com eles (VT, 2010). O acesso ao português era considerado difícil e havia poucos professores nas comunidades. Conforme o Sr MR:

Minha primeira esposa era professora veio de Jaquari, ela era brasileira, ela não aprendeu a falar uma palavra em italiano e ela veio lecionar lá no Arroio Lobato...ela lecionava 52 crianças só ela, a 1°, 2°, 3° e 4° série só ela, então tinha 5, 6 que sabia falar português e quando tinha que ir na patente aqueles que não sabiam dizer professora dá licença pra eu ir na patente, porque naquela época era patente, então diziam pros outros “professora olha o Fausto que i lá na patente, tá vai”ou se não ele dizia professora uindar piçar e ela não entendia o que era –“quero i mija”- ela não entendia nada então os outros que tinham que dizer pra ela. (MR, 2009)

Compreende-se neste ponto a dificuldade por muitas vezes dos descendentes de italianos e brasileiros comunicarem-se, dificultando assim um bom relacionamento entre ambos. Sendo que em muitas escolas as crianças não podiam falar no dialeto italiano, devido à proibição do governo.

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Seu CH conta:

Minhas irmãs começaram ir no colégio, e elas começaram a falar em português, ai comecei eu também perde o italiano, o padre já rezava a missa em português, como eu ia usar a minha língua em italiano? Tinha que usar o português se não a gente não se entendia, antes o padre rezava a missa em latim depois passou a rezar em português. (CH, 2009)

Esse relato complementa a fala de uma outra entrevista, onde Sr. MA diz:

Meu avô contava né, que daí eles acabavam perdendo aquele modo de falar, até com os próprios filhos né e depois os filhos com os netos, acabaram não aprendendo a língua né, todos podíamos ser poliglotas, fala italiano, alemão e também o português e, além disso, incorporar todo o histórico, o cultural, toda a bagagem cultural que veio dessas etnias, e na verdade isso não aconteceu foi cortado (MA, 2009).

Nestes dois relatos percebe-se também que os mais jovens tinham maior acesso ao português, que neste momento era aprendido e estimulado principalmente nas escolas, do que os mais velhos que enfrentaram maiores repressões por não saber falar o português, pois no seu tempo não havia quem os ensinassem, principalmente por quase não haver escolas. Segundo o Sr. VT: “[...] eles não sabiam falar português, claro não tiveram escola, não tiveram nada [...]

Neste outro depoimento do Sr. MR vemos este fator da coibição praticada em simples situações corriqueiras:

Vinham dois de origem italiana, um de carroça e outro a cavalo, e um tinha ido vender laranja e o outro pergunto pra ele [o Pedro], Oscar que preço tu vendeu as laranja e só por dize assim ficaram a noite na cadeia, Que preço tu vendeu tue naranci?, só disse assim em italiano, e o Lauro- subdelegado- tava escondido botou eles na cadeia, ele era perseguidor (MR, 2009).

As lembranças dos entrevistados sobre este período são de impossibilidade de se manifestarem em italiano, das prisões, das agressões e também as situação difícil em que os idosos se encontravam, uma vez que na pouca comunicação que possuíam, como não sabiam falar o português, geralmente optavam por ficar confinados em suas casas, onde se sentiam mais seguros. As compras e os passeios dominicais para irem à igreja ou aos armazéns ficaram prejudicados. Muitos descendentes compravam seus utensílios utilizando-se de gestos ou bilhetes, com receio de serem presos ao se manifestarem em seus dialetos (ZANINI, 2005).

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Segundo CHRISTOFFOLI (2005) in, houve casos de acompanhamento das rotinas dos descendentes de italianos pelos serviços de segurança pública por todo o país, os quais se desdobraram no acompanhamento e no registro das ações cotidianas dos suspeitos (por menos suspeitos que fossem), e por mais insignificantes que fossem as atividades. No depoimento do Sr. VT. verifica-se uma ação que confirma este acompanhamento:

[...] Tinha um rapaz também de sobrenome Sóteles, um domingo de manhã foi a Silveira Martins pra i a missa e tinha uma pensão e este tal de Sóteles ele gostava de um trago NE, ai chego num bulicho e pediu dame um trago de catiaça, era me dá um trago de cachaça e tava o polícia ao lado ali e o polícia tinha um reio e deu duas puxada naquele homem com toda a força, mas eu fiquei com pena, aquele homem só assistiu, não podia nem falar porque, se ele falasse não sabia fala em português, então o coitado fico ali sofrendo, agora aquilo me doeu...infelizmente (VT, 2010).

A entrada do Brasil na Segunda Guerra acirrou as perseguições e discriminações que alguns descendentes já estavam sofrendo: alemães, italianos, poloneses e japoneses passaram a ser considerados e tratados como perigos nacionais. Com essa posição, as importações também ficaram alteradas e ficou mais difícil de conseguir produtos que eram necessários no dia-a-dia. O exemplo do aço é emblemático, pois vinha da Europa principalmente da Alemanha era de importante utilização nas lavouras brasileiras. Com o relato de Sr. CH que vive até os dias de hoje no distrito de Arroio Grande, pode-se notar que o impedimento deste produto no porto prejudicava os agricultores:

Durante a guerra nós não tinha nem grampo pra pregar num palanque, num fio de arame. A ferramenta boa vinha tudo da Alemanha, a Alemanha fabricava, mas tranco tudo e nós não tinha nenhum grampo pra pregar a cerca, então nós tinha que manda faze, mas não durava nem meio ano, porque era de ferro e o material que vinha da Alemanha era de aço, então te durava anos e anos... (CH, 2009).

A entrada na Guerra também acarretou mudanças, pois homens desta localidade foram recrutados ao trabalho na guerra, além da região ser afetada em diversos aspectos. O sentimento de perda destes filhos ou maridos estava muito presente entre as famílias que por muitas vezes não tinham mais esperança que estes retornassem, no relato de Sr. MR percebemos esta realidade:

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família eles estavam perdidos, mudo tudo a vivência do pessoal, não tinha mais alegria nem nada, o pessoal vivia muito rezando o terço nas missas, se reunião nas casas para fazer uma promessa pra voltarem os filhos o marido, o primo, tio. (MR, 2009)

Além de filhos e parentes os maridos também eram recrutados, muitos se escondiam por dias no mato para escapar dos soldados que vinham para buscá-los, a Sr. FT diz: os soldados vieram buscar eles, e levaram todo mundo, ia novo ia velho, todos. Os que iam deixavam casas, famílias, e pertences, além disso as esposas ficavam muitas vezes sem recurso nenhum para poder prosseguir sozinhas. Muitas dessas mulheres voltavam para casa dos pais, quando não tinham filhos e quando possuíam filhos procuravam sustentá-los com o mínimo, o Sr. MR ressalta: Muita gente que era casado e deixou filhos e não voltaram, as mulheres voltaram pra casa dos pais, mas as que tinham filhos tinham que se virá, trabalha para pode vive, os que voltaram foram os últimos a ir, uns ficaram loucos, outro faltando uma perna[...]

Outro episódio é que muitas moças que namoravam os rapazes que foram para a guerra tiveram que ficar aguardando o retorno deles, alguns nem mesmo retornaram e elas acabavam casando com outra pessoa, outros retornaram como o caso de Sr. PT que diz:

Nós estávamos apenas de paquera, quando ele me pediu uma foto mas eu não dei eu me arrependi tanto depois, porque eu fiquei sabendo que ele foi pra guerra, então eu fiquei muito triste, nem eu nem ele achávamos que ele ia voltar pra casa, as vezes eu olhava na lista do Jornal porque vinha a lista dos mortos, e torcia pra não encontrar o nome dele, então um dia eu estava num baile e ele apareceu, eu nem acreditei, e a partir dali começamos namorar e casamos. (SR, 2009)

O impacto da Segunda Guerra nesta comunidade levou a carestia de muitos alimentos e produtos necessários para o dia-a-dia como a falta de tecido por exemplo, Seu CH diz: pra nós se vesti não tinha, a fazenda que nós precisava pra se vestir não vinha, quando embarcava lá no porto eles trancavam não deixavam vim, e pra se vesti tinha um pouco ali um pouco aqui [...]

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Não se achava sal em parte nenhuma, não tinha, vinha pelo navio e tava parado, meu pai um dia veio da cidade parou ali no Amaral, na venda do Amaral, meu pai chegou ali e pediu meio quilo de sal, cada bolicho ele parava da cidade de lá pra cá, e não conseguiu veio vindo, veio vindo, e chegou no Amaral e pergunto tu tem sal eu queria que me vendesse um pouco, eu vo te cede um pouquinho disse ele porque eu tenho pouco, parece que ele tinha meio saquinho de sal debaixo do balcão e dava um punhadinho pra cada um que precisasse (CH, 2009).

Além do sal, faltaram outros produtos como o açúcar, a erva, querosene, essenciais para a vida cotidiana nesta localidade, mediante esta situação tiveram que improvisar, ao invés de açúcar utilizavam o melado para adoçar, no lugar do sal usavam cinzas, e do querosene utilizavam cebo para os lampiões. Em 1942, algumas sociedades italianas tiveram que trocar seus nomes, sob pena de ver seus bens confiscados ou simplesmente eram fechadas. Essas funcionavam para reuniões, festas e encontros dos colonos italianos. Cita-se como exemplo, a Duca degli Abruzzi, de São Marcos- Arroio Grande (DALMOLIN 2005, p. 98).

Esses dentre outros episódios fizeram deste período da história, especialmente na do distrito de Arroio Grande, um momento de tensão, perseguição e conseqüências. Tensão pelo medo constante de se pronunciar na sua própria língua de origem, perseguição, pois eram vigiados constantemente, submetidos a humilhações e até prisão, conseqüências, já que foram afetados tanto emocionalmente como materialmente, enfrentando a carência de muitos produtos utilizados diariamente, e a restrição de se manifestar seja qual fosse a forma, atingindo as futuras gerações.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A política adotada pelo Estado Novo, implantado pelo presidente Getúlio Vargas a partir de 1937, acarretou fortes conseqüências para Santa Maria e Arroio Grande, pois a partir deste momento, as diversidades étnicas foram vistas de maneira diferenciada, acarretando em muitas seqüelas.

Ao analisar a situação dos descendentes de imigrantes italianos na região de Arroio Grande, distrito do município de Santa Maria, durante o Estado Novo e período da Segunda Guerra Mundial, percebe-se que o principal impacto da nacionalização foi, o de ferir uma cultura estrangeira, que já havia se estabelecido em solo brasileiro e que era considerada uma “fenômeno” a ser eliminado, que neste modo estimulo-se a assimilação compulsória dos imigrantes e seus descendentes para a integração com os valores político - culturais da nação.

Também no sentido da educação, a partir de abril de 1938 a nacionalização do ensino significou um esforço do governo para a formação de uma consciência nacional entre o cidadão de núcleos etnicamente homogêneos, preservando o uso obrigatório do português e a intensificação do ensino de história e da geografia brasileira.

A importância dada à repressão dos delitos de língua ressalta, que a maioria da população, sobretudo do interior do município de Santa Maria, servia-se coloquialmente e quase exclusivamente dos dialetos italianos que conheciam. Quando se deslocavam para a cidade usavam a mesma estratégia, já que desconheciam o português, como vimos nos depoimentos coletados isso ocorria principalmente com os mais velhos que não tiveram oportunidade de serem ensinados a falar o português, que, deste modo enfrentaram maiores transtornos.

Neste sentido reflete-se na questão da oralidade, que é destacada neste trabalho. Percebe-se durante as entrevistas o fato de não poderem se manifestar na sua língua de origem, que conheciam e estavam acostumados a se relacionar, e isso lhes trazia um sentimento de impossibilidade, pois tiveram que mudar de hábitos ou seja aprender o português com ameaças e forçosamente, perdendo o italiano que aprenderam com seus antepassados.

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especialmente em Arroio Grande no final de 1930 e durante a metade da década de 1940, era delicada, pois estes eram considerados como ameaça ao projeto de nacionalização. A condução forçada da cidadania mediante a exclusão das diversas formas distintas de cultura originou a desestruturação destas mesmas, aqui em especial a italiana que vimos nas memórias dos descendentes muitos elementos afetados, como a língua, as festas, gastronomia e costumes em geral.

Nos relatos dos entrevistados, as falas são muito semelhantes, revelando a concordância dos fatos que ocorreram com as pessoas presentes nesta comunidade, e mostrando qual o sentimento que possuíam em conjunto, que era de injustiça e impossibilidade, sentimentos este demonstrado em todos os relatos.

Atualmente há um sentimento de perda e ao mesmo tempo de resgate de sua cultura, os mais velhos procuram contar aos mais novos suas histórias, sucessos e contratempos, o que passaram no decorrer desta época, e como foi que venceram. Costumes e tradições ainda estão presentes na comunidade de Arroio Grande, os velhos fazem suas cantorias aos domingos nas pequenas vendas onde jogam bolão, sinuca e carta, assim como as mulheres transmitem as suas filhas a forma de fazer um bolo ou de costurar certas roupas no modo que suas próprias mães as ensinavam. Nota-se que ao realizar essas atitudes, esses descendentes de imigrantes italianos estão procurando preservar sua identidade e sua cultura.

Sendo assim a intenção deste trabalho não foi apenas verificar os acontecimentos ocorridos no processo de nacionalização e Segunda Guerra Mundial especialmente na comunidade de Arroio Grande, mas sim perceber como uma comunidade do interior foi afetada devido ao procedimento do Estado Novo, que abrangeu todo o país, e como o cotidiano destas pessoas foi transformado decorrente de uma “situação” de cunho nacional.

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PB, Ft. Entrevista cedida à Ana Paula Fontana. Arroio Grande, 10 de setembro de 2009.

Referências

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