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Aplicação de artes manuais na moda streetwear

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Academic year: 2021

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JULIETH STEFANY GONÇALVES

APLICAÇÃO DE ARTES MANUAIS NA MODA STREETWEAR

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

APUCARANA 2015

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APLICAÇÃO DE ARTES MANUAIS NA MODA STREETWEAR

Trabalho de Conclusão de Curso de graduação, apresentado à disciplina de Trabalho de Diplomação, do curso superior de Tecnologia em Design de Moda, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR, como requisito parcial para obtenção do título de tecnólogo.

Orientadora: Profª Mariana Dias de Almeida

APUCARANA 2015

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CODEM – Coordenação do Curso Superior de Tecnologia em Design de Moda

TERMO DE APROVAÇÃO

Título do Trabalho de Conclusão de Curso Nº 172

Aplicação de técnicas manuais na moda streetwear

por

JULIETH STEFANY GONÇALVES

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi apresentado aos vinte e cinco dias do mês de novembro do ano de dois mil e quinze, às dezoito horas, como requisito parcial para a obtenção do título de Tecnólogo em Design de Moda, linha de pesquisa Processo de Desenvolvimento de Produto, do Curso Superior em Tecnologia em Design de Moda da UTFPR – Universidade Tecnológica Federal do Paraná. A candidata foi arguida pela banca examinadora composta pelos professores abaixo assinados. Após deliberação, a banca examinadora considerou o trabalho aprovado.

______________________________________________________________ PROFESSOR(A) MARIANA DIAS DE ALMEIDA– ORIENTADOR(A)

______________________________________________________________ PROFESSOR(A) CELSO TETSURO SUONO – EXAMINADOR(A)

______________________________________________________________ PROFESSOR(A) MARCELO CAPRE DIAS – EXAMINADOR(A)

“A Folha de Aprovação assinada encontra-se na Coordenação do Curso”.

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RESUMO

Essa pesquisa tem o objetivo de promover uma interação entre o popular e o moderno. Unir duas partes importantes da cultura da moda que são totalmente opostas: as técnicas manuais e o streetwear. Impulsionada pela percepção da desvalorização das artes manuais e das técnicas handmade pelos adeptos do streetwear atual, os processos de industrialização vêm deixando escassa a relevância das técnicas manuais para os adeptos desse grupo, tanto para o uso casual quanto para posterior interesse no aprendizado. Consequentemente, técnicas milenares que carregam uma parte significativa da cultura de cada região, estão sendo perdidas pouco a pouco no tempo. Através dos processos de design, desenvolver métodos para que o público em questão se sinta motivado, e posteriormente satisfeito, em adquirir um produto que contenha características manuais.

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ABSTRACT

This research aims to promote interaction between the popular and the modern. Join two important parts of the fashion culture that are totally opposite: manual techniques and streetwear. Driven by the perceived devaluation of the arts manuals and technical handmade by supporters of the current streetwear, manufacturing processes have been leaving scant relevance of manual techniques for fans of this group for both casual wear and for subsequent interest in learning. Consequently, ancient techniques that carry a significant part of the culture of each region being lost gradually in time. Through the design process, develop methods for the public concerned feel motivated, and then satisfied, to purchase a product containing manual features.

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1.1 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA ... 6 1.2 OBJETIVOS ... 6 1.2.1 Objetivo Geral ... 6 1.2.2 Objetivos Específicos ... 6 1.3 JUSTIFICATIVA ... 7 1.4 HIPÓTESE ... 8 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ... 9 2.1 ESTILO STREETWEAR ... 9 2.2 RAPPERS ... 10 2.3 PUNKS... 11 2.4 GRUNGES ... 13 2.5 SKATISTAS ... 14 2.6 STREETWEAR ATUAL... 15

2.7 STREETWEAR NAS PASSARELAS ... 18

2.8 ARTES MANUAIS ... 20

2.9 CLASSIFICAÇÕES DAS MATÉRIAS-PRIMAS ... 20

2.10 PRINCIPAIS MÉTODOS ... 20

3 METODOLOGIA ... 40

3.1 QUESTIONÁRIO ... 40

3.1.1 Mercadológico ... 41

3.1.2 Delimitação de público-alvo ... 46

3.2 TESTES DE MÉTODOS MANUAIS ... 48

3.2.1 Tingimento ... 48 3.2.2 Escrita Manual ... 49 3.2.3 Amarradinho ... 49 3.2.4 Carimbo ... 50 3.2.5 Estêncil ... 51 3.2.6 Ponto Cruz ... 51 4 DIRECIONAMENTO MERCADOLÓGICO ... 53 4.1 EMPRESA ... 53 4.1.1 Nome da empresa ... 53 4.1.2 Porte ... 53 4.1.3 Marca ... 53 4.1.4 Conceito da marca ... 54

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4.1.7 Concorrentes ... 55 4.1.8 Sistema de Vendas ... 55 4.1.9 Pontos de Venda ... 55 4.1.10 Promoção ... 57 4.1.11 Marketing ... 57 4.1.12 Preços Praticados ... 58 4.1.13 Embalagem e tags ... 58 4.2 PÚBLICO-ALVO ... 60 4.3 PESQUISAS DE TENDÊNCIAS ... 61 4.3.1 Socioculturais (macrotendências) ... 61 4.3.2 Estéticas (microtendências) ... 61 5 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO ... 65 5.1 DELIMITAÇÕES PROJETUAIS ... 65 5.2 ESPECIFICAÇÕES DO PROJETO ... 65 5.2.1 Nome da coleção ... 65 5.2.2 Conceito da coleção ... 65 5.2.3 Referência da coleção ... 66 5.2.4 Cores ... 67 5.2.5 Materiais ... 68 5.2.6 Inovações tecnológicas ... 68 5.2.7 Formas e shapes ... 69 5.2.8 Mix da coleção ... 70 5.2.9 Geração de alternativas ... 71

5.2.10 Análise e justificativa dos looks escolhidos ... 95

6 LOOKS CONFECCIONADOS ... 101

7 DOSSIÊ ELETRÔNICO ... 122

8 DESFILE ... 137

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 140

REFERÊNCIAS ICONOGRÁFICAS ... 142

ANEXO A – FICHA TÉCNICA DOS LOOKS CONFECCIONADOS ... 146

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1 INTRODUÇÃO

O inicio da produção em massa na indústria da moda foi o marco para que o streetwear começasse a tomar forma. Vindo da junção de tribos urbanas como punks, rappers e skatistas, uma de suas principais características é ter como adeptos jovens na fase da adolescência. Entretanto, quando a fase adulta chega e o gosto pelo streetwear permanece, o individuo costuma ter dificuldade em adequar o modo de vestir à sua nova rotina.

O projeto propõe um streetwear maduro, para mulheres de 20 a 22, usando como aliados os acabamentos produzidos através de trabalhos manuais. Bordados, tingimentos e estamparias ganham novas referências, libertando-se dos antigos estereótipos que relacionavam artesanato com delicadeza e feminilidade.

A mulher que veste o streetwear é ousada; e gosta de ser única. Para atender essa demanda, através dessa pesquisa surge a Girl Gang, marca de streetwear feminina. O projeto propõe no desenvolvimento, que os acabamentos artesanais são uma boa opção para que a individualidade do público seja enaltecida.

1.1 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

Como aliar o streetwear a trabalhos manuais mantendo as características visuais do público streetwear?

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

Adaptar técnicas de acabamento manual ao vestuário streetwear, inserindo elementos que carreguem a personalidade e simbologias familiares do público.

1.2.2 Objetivos Específicos

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• Estudar as necessidades do público e suas preferências de consumo para que possa concluir os símbolos, modelagens e outros aspectos comuns da tribo que serão trabalhados a partir das artes manuais.

• Produzir uma coleção streetwear que consiga empregar artes manuais de forma que os indivíduos a identifiquem como parte de seu grupo.

1.3 JUSTIFICATIVA

Os adeptos do streetwear estão, em sua maioria, introduzidos em grandes centros urbanos. Convivem dia-a-dia com tecnologias que no passado seriam inimagináveis e opiniões que jamais antes foram aceitas.

Do lado oposto temos as artes manuais, com delicadas técnicas milenares, que demasiadamente valorizadas antigamente, perderam forças após a Revolução Industrial. A agilidade das máquinas fez com que os artesões fossem deixados de lado. As artes manuais, atualmente, encontram-se em processo de redescobrimento. Apesar da efervescência das causas eco-friendly, que vem valorizando-o, e reintroduzido na moda pouco a pouco, mínima é a diferenciação do que já era feito antigamente. Os materiais continuam os mesmos, com alterações na sua maioria em modelagem e aplicações. E pouco, ou nada, se vê para os públicos alternativos.

Artes manuais e streetwear são distintos, enquanto o primeiro, em sua maioria, possui um ar antiquado, romântico e tradicionalista, o streetwear é moderno, agressivo e vanguardista.

A intenção é desenvolver um produto com elementos feitos manualmente, pensados a partir dos princípios do design, especialmente para o streetwear. Novos materiais, aplicações e modelagens, para que ao fim da pesquisa, o público encontre nas artes manuais da marca, todas as características marcantes do streetwear, e ele possa enfim, ser introduzido como vestimenta corriqueira dos adeptos do estilo.

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1.4 HIPÓTESE

Como proposto, a‟ partir da idealização desse projeto, levante-se como pressuposto que o público se familiarize com artes manuais, e desvinculem de uma possível imagem negativa.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 ESTILO STREETWEAR

A moda urbana, também conhecida como streetwear nasceu das comunidades com influências do punk, grunge, skateboarding, reggae, hip hop, hardcore, cultura Club, grafite, dentre outros movimentos artísticos e culturais das grandes metrópoles (CALZAS, 2010).

São manifestações estéticas e ideológicas marginais fortemente ligadas a vivencia em grupos sociais, que determinam uma "ética estética" em particular, peculiar a contemporaneidade. Caracterizam-se por ideologias, estilos de vida, e gostos em comum que fazem seus membros identificarem-se entre si, e unirem-identificarem-se (PORTINARI; COUTINHO, 2013).

A anti-moda das tribos apareceu muitas vezes acompanhadas de insatisfações políticas, como por exemplo, o punk, que tinha como ideal político o anarquismo. Outro exemplo citado por Catoira (2006) é dos anos 60, em que jovens americanos e europeus começaram a adotar peças de fardas do exército de guerras civis, exatamente quando as manifestações contra a guerra do Vietnã estavam em evidência, assim, quando em grupo este passa a possuir o objetivo de chocar e demonstrar o seu desagrado, sendo “[...] assim no folclórico e negligente hippismo, no feio e repulsivo punk [...] Em todos esses momentos, as roupas usadas pelos jovens indicavam os novos valores de vida que eles desejavam mostrar ao mundo exterior” (JUNG, 1987 apud CATOIRA, 2006).

A insatisfação e o protesto social tem uma maneira, na maioria das vezes, extravagante e característico de cada grupo. Elementos chocantes como adereços pesados, rasgos nas roupas, e grafismo pornográficos, dependendo de que styletribe em que está inserido (CATOIRA, 2006).

A identificação e participação ativa em um determinado grupo social sempre envolveram aspectos ligados à indumentária e aos adornos. Nas raizes das tribos urbanas, o estilo particular de cada grupo "não era arbitrário e nem intercambiavel com o estilo de outros grupos" (POLHEMUS, 2011). Rappers não podiam se vestir como punks, pois comunicariam uma mensagem contrária à ideologia do hip-hop, e vice-e-versa. Para Polhemus (2011), é dessa forma “que os estilos anti-moda são

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simbolos sociais adequados. Eles não só afirmam que o "nós" existe, como expressam simbólicamente que tipo de grupo "nós" somos.

O surgimento do prêt-à-porter foi um importante marco na história da moda urbana. Graças ao instinto de liberdade dos baby-boomers, o mercado viu neles um público em ascensão. Foi a partir daí que a democratização da moda foi possível. Cada vez mais se estreitavam os laços entre vestimenta e liberdade de expressão (SALEH, 2008).

Nos tópicos seguintes serão detalhados alguns dos grupos, que foram ou ainda são significativos na formação dos grupos de jovens.

2.2 RAPPERS

Rap é a expressão musical vinda do hip hop. Seus adeptos cantam sobre discriminação, diferenças sociais e periferia. Surgiu na Jamaica na década de 60, quando surgiram os sounds systems, que nada mais eram que cantos falados utilizados para animar grandes bailes. No começo dos anos 70, alguns jovens imigraram para os Estados Unidos e trouxeram suas tradições junto. No final dos anos 70 o Rap chegou ao primeiro disco de que se têm notícias. Fausto Fawcett foi o primeiro brasileiro a gravar um disco de Rap, mas o ritmo ganhou popularidade mesmo com o som de Marcelo D2 e Gabriel Pensador (CATOIRA, 2009).

Como exemplificado na figura 1, inicialmente o visual era mais limpo, com cores mais sóbrias. Percebe-se o uso do couro, e o jeans já era parte da cultura do estilo. As calças nesse momento apareciam mais afuniladas e com o cós alto. Com o passar dos anos, a vestimenta dos rappers sofreu mudanças, composta de calças largas com cinturas muito baixas, camisetas também largas, com estampas chamativas, ou de times esportivos. Jaquetas bomber no estilo varsity. Usavam adornos como correntes douradas de elos largos e grandes pingentes de cifrão. Nos pés, o tênis da marca Adidas Classics branco. E para complementar o look, na cabeça, o chapéu popularmente conhecido como "cata ovo", boinas, e bonés, que algumas vezes era acompanhado de bandanas amaradas em torno da cabeça.

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Figura 1 – Evolução do estilo rap ao decorrer dos anos. Fonte: Future Hector (2015).

Atualmente, percebe-se um mix de estampas e texturas, sobreposições e acessórios. Mostra-se fortemente ligados à moda, uma relação que é recíproca, já que muitas marcas se apresentam profundamente interessadas na influência publicitária dos rappers. Como é o caso da parceria, Louis Vuitton by Kanye West, que segundo o site UseFashion, aconteceu em 2009. Uma linha inteira de tênis que leva o nome do rapper.

2.3 PUNKS

Nome do movimento em resposta ao rock progressivo. Música de batidas rápidas, letras simples e composições com temáticas de cunho social. Muitas bandas foram formadas para criticar a música comercial da época e seu profundo

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ódio aos hippies. Seu ponto alto foi em Londres, em 1977. A banda Sex Pistols, influenciou fortemente na estética marcante dos punks. Foram como um grito de revolta em uma época de alto desemprego dentre os jovens, em que política, regras, e tradicionalismos não os agradavam (CATOIRA, 2009, p. 53).

Quando o assunto era estético, a intenção do punk era revolucionária. Xadrez, jeans rasgados e camisetas surradas eram peças chaves (figura 2). Tecidos como couro, jeans e flanela não podiam faltar, além dos coletes customizados, macacões jeans, meias arrastão, alfinetes e correntes por todo lado, maquiagens pesadas e os famosos coturnos Dr. Martens. A estética punk sempre se mostrou andrógina, principalmente nas questões capilares. A maioria dos adeptos, meninas e meninos, possuíam o mesmo corte raspado nas laterais, denominado moicano.

Figura 2 – Punks. Fonte: Favin (2012).

Atualmente, não é dificil encontrar indivíduos que ainda são parte do movimento punk e seguem suas ideologias à risca (principalmente em grandes centros urbanos). Porém, com o fator dos possíveis mixes de estilos (que será tratado mais adiante no tópico Streetwear Atual como ‟supermercado de estilos‟, percebe-se que o visual punk vêm sendo inserido na sociedade mais como

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tendência do que como ideologia, perdendo boa parte do seu caráter social e crítico. Ele encontra-se diluído com outros estilos e não é mais tão caricato.

2.4 GRUNGES

Ramificação do hard punk, heavy metal e rock alternativo, o grunge surgiu com raízes da música independente, tornando-se bem sucedido comercialmente no final dos anos 80. Trazido pelas bandas de garagem das cidades do noroeste dos Estados Unidos, virou febre e foi intitulado pelos fãs e pela mídia, de grunge, que em inglês significa “sujo”. Grande parte das músicas são depressivas e melancólicas, com uma ponta de rebeldia.

O visual, desleixado e sujo, com roupas de brechó, camisetas de bandas underground rasgadas e sobreposições de peças. All Star velho, camisa de flanela xadrez e calças jeans rasgadas são alguns dos elementos que identificam a tribo (CATOIRA, 2009, p. 55).

Figura 3 – Grunge.

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SKATISTAS

Segundo Duarte (2010), na década de 1950, antes de ser conhecido como skateboarding, o esporte era uma maneira dos surfistas treinarem suas habilidades fora da água e uma alternativa de entretenimento para as crianças. Tornou-se um esporte de estilo com o grupo de skatistas chamados Z Boys, que eram admirados pela maioria dos praticantes do esporte, e justamente por isso possuíam um forte potencial publicitário. Percebendo isso, a marca Vans foi a primeira a convidar um atleta do skateboarding para dar nome à um modelo de tênis (DUARTE, 2010). A partir daquele momento, alguns atletas começaram a montar suas próprias marcas.

Figura 4 – Z-Boys.

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Com a popularização o streetskate1, o uniforme do skatista era, portanto urbano, já que ele poderia ser praticado a qualquer hora, em qualquer via urbana. (DUARTE, 2010).

Tratando-se de moda, não é possível identificar um skatista somente por suas vestimentas. Em parte, porque os adeptos do esporte estão subdivididos em outras tribos, como os grafiteiros, rappers, punks, grunges, rastafáris.

Levando em consideração o pensamento de Svendsen (2010), que observa que a massa absorve as roupas e características de grupos específicos, mesmo que sua identidade não corresponda de maneira nenhuma a origem delas, o que torna muito subjetivo o julgamento de suas preferências apenas por seus trajes. A mesma situação ocorre na tribo dos skatistas, por a massificação do skate, tanto como esporte quanto estilo de vida, torna difícil a identificação de um skatista apenas por sua identidade visual. Há tanto às pessoas que utilizam roupas voltadas à pratica do esporte, e, entretanto, não o praticam, como as que praticam e não utilizam roupas especificas para skatistas. Pessoas que aderem o código visual dos skatistas por simpatia com o estilo ou como tendência em voga, porém não praticam o esporte.

2.6 STREETWEAR ATUAL

Se anteriormente as expressões visuais e comportamentais eram bem definidas e compreendidas, o contexto atualmente é de uma grande procura por ser singular (SALEH, 2008).

Polhemus (1997) propõe o termo “supermercado de estilos” para definir a situação atual da moda. Os indivíduos mesclam referências de diferentes estilos para criar cada qual sua própria identidade, pautada no que agrada ou não de acordo com sua experiência de vida. "Enquanto anteriormente as opções eram limitadas, agora um verdadeiro supermercado de estilo veio a serem opções de „tribos‟ alinhadas, como latas de sopa em uma prateleira de supermercado." (POLHEMUS, 2011). Os “streeteiros”, não se restringem a um único estilo, a característica mais marcante da “geração das tribos” é – ironicamente – raramente encontrar alguém que admita pertencer a alguma tribo.

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Modalidade de skate praticado na rua, onde escadas, corrimões, meio fio e outros elementos urbanos viram obstáculos a serem ultrapassados com manobras

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A rebeldia da geração 2000 está na adoção de diferentes estilos, - muitas vezes rompendo com “modelos clássicos”. E os jovens, mesmo sem uma rebeldia política, mantêm-se em seus grupos como neotribalistas, mais fluidos, recusando-se a reconhecer-se em qualquer projeto político, mas participando de ajuntamentos pontuais, condensações instantâneas com forte envolvimento emocional, que buscam outros espaços mais excitantes e, assim, continuam transgredindo regras. Enquanto os jovens de baixa renda tentam invadir outros grupos sociais, os jovens da classe média sobem os morros atrás de novas emoções e dos bailes funks. (CATOIRA, 2006)

Como colocado por Polhemus (2011), as regras estão sendo quebradas. Misturando o sportwear com workwear, o novo e o velho, high e low, natural e artificial, o respeitavél e o desrespeitoso. Nada é mais o que parece ser, tudo é feito de misturas tribais, ou seja, o grupo já não é personificado na sua individualidade, mas um conglomerado de atitudes e formas.

Hoje, as tendências são tanto bubbleup2, vindo das ruas, quanto trickledown3, vinda da alta moda. Exigem uma abordagem mais imparcial e sociológica do que normalmente eram fornecidas pelos meios de comunicação. Enquanto em épocas anteriores, como nos anos 60, tínhamos uma maré de unificação, agora cada vez mais se observa certa instabilidade. A Antimoda apresenta-se muito mais estilística e heterogênea, segundo Polhemus (2011). Em vez de moda, agora se tem os vários estilos diferentes. Essa situação foi primeiramente percebida nos movimentos undergrounds jovem, mas atualmente, o mesmo tipo de tribalismo atinge uma parte considerável da população.

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Tendência que tem origem nas ruas, das classes menos abastadas e acabam nas passarelas, sendo usada pela classe A.

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Figura 5 – Exemplo de streetwear atual. Fonte: Tokyo Fashion (2013).

Observando a imagem que retrata o streetwear atual, fica mais simples detectar e entender como boas partes das tribos citadas no tópico inicial deste capítulo se difundem em um só. Pode-se notar os bonés que fazem parte da cultura dos rappers e dos skatistas, como também as modelagens amplas e os tênis de solado reto. O preto e os spikes que são marcas registradas dos punks. E do grunge se percebe familiaridade com as sobreposições e as camisetas estampadas.

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Figura 6 – Exemplo de streetwear atual 2 Fonte: Tiphanes Diary. (2014).

Apesar de minimalista, esta outra composição propõe claras referências de estilo. O tênis que foi um grande ícone do estilo hip hop, combinado com uma calça rasgada, que remete aos punks, skatistas e grunges. A fim de apresentar uma identidade e um despojamento da imagem, o simples conciliado com os elementos do streetwear não expressa o indivíduo como pertencente a um grupo específico.

2.7 STREETWEAR NAS PASSARELAS

O streetwear já foi considerado uma moda transgressora e marginalizada dos jovens rebeldes de baixas classes sociais. Sua rebeldia, que antigamente era motivo de receio, atualmente é evidenciada. As roupas que eram rejeitadas pela classe A, hoje inspiram as vitrines de importantes marcas de luxo.

Desde os anos 50, os estilistas utilizam a estética da moda de rua, que vinham dos adolescentes da classe trabalhadora, e disseminava-se entre os jovens das classes médias e altas. Quase no final do século XX, a moda sentiu necessidade de buscar a vanguarda para ser de fato vendável para as massas.

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"Para ganhar atenção, a moda abraçou o extremo oposto daquilo a que fora tradicionalmente associada, cobrindo o glamour com sujeira. O resultado foi o „heroinchic‟, que nada mais foi para o autor Svendsen (2010), que uma cópia do estilo das ruas. Portinari e Coutinho (2013) complementam: "elementos oriundos da rua são apropriados e ressignificados pela indústria da moda, vindo posteriormente a aparecer em catálogos, desfiles e editoriais, sob a forma de tendências, estilos ou modismos passageiros".

A fotografia de moda também digeriu essa dose de realidade. Nos anos 90, temas como violência, drogas, morte e sujeira marcaram a „entrada da realidade‟ na moda. Modelos levemente (ou totalmente) descabeladas, maquiagens (ou a falta dela) propositalmente borradas, posando com cigarros na boca em paredes pichadas. Um caso citado por Svendsen (2010) é a edição de junho de 1994, da revista The Face. As fotografias feitas por Jean-Baptiste Mondino, mostram modelos com sangue escorrendo da boca e armas apontadas para suas testas, um reflexo claro da violência das ruas.

Pode-se identificar nessas situações o "bubbleup", ou "borbulhamento", que segundo Castro e Neto (2012) acontece quando "a moda emerge das ruas, dos movimentos de cultura alternativa ou “underground” [...] Os formadores de opinião e conhecedores de moda demandam as novas tendências e as versões aparecem primeiro nas lojas de consumo da classe alta e depois é adquirido pelo consumidor de massa". Sendo mais objetivo, é quando a moda das ruas e das classes mais baixas chega às passarelas e para o público classe A em forma de tendências. Porém, apropria-se do streetwear meramente como estilo em voga, e não como lifestyle, podendo ser facilmente substituído e esquecido na próxima estação.

Quando usados pela moda (as características das tribos), não são trajes folclóricos ou verdadeiras modas de rua; eles são parte do sistema de moda. O estilo pode permanecer a mesma coisa - na verdade, pode até ser a mesma peça de roupa - mas seu significado foi mudado drasticamente. (POLHEMUS, 2011).

Polhemus (2010) defende que a autenticidade subcultural do streetwear é perdida quando ele é colocado como última tendência, "algo que pode ser comprado e gasto sem referência a seu significado subcultural original" (POLHEMUS, 2010). Dessa forma, o que era para ser uma referência do designer à tribo, como fonte de

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inspiração, acaba se tornando um incômodo para as próprias pessoas que originalmente as criaram, perdendo o real „valor de rua‟ desses estilos.

2.8 ARTES MANUAIS

A definição de arte manual apresenta-se como fonte de renda complementar, "o principal valor agregado de um produto resultante de uma atividade manual é o tempo e a paciência empregadas em sua confecção, sendo irrelevante ou secundário seu valor cultural." (NETO, 2007, p. 4). Exige também muita destreza e habilidade de quem o produz.

2.9 CLASSIFICAÇÕES DAS MATÉRIAS-PRIMAS

Segundo a classificação do Programa do Artesanato Brasileiro (Base Conceitual do Artesanato Brasileiro, 2012), é possível dividir as matérias-primas em três grupos distintos: matéria-prima natural, matéria-prima processada e produtos que exigem certificação de uso.

As matérias-primas naturais são de origem animal, vegetal ou mineral. Como por exemplo: areia colorida, borracha, ceras, massas, parafina, gesso, chifres, ossos, dentes, cascos, conchas, escamas de peixe, couro, peles, penas, cascas de ovos, crina de cavalo, fibras vegetais, fios e tecidos (de origem natural, animal ou vegetal), madeira, metais, papel, pedras, sementes, cascas, raízes, flores e folhas secas, vidro.

Já as matérias-primas processadas, possuem processos que mixa artesanal e industrial. Dentro desta categoria estão os seguintes materiais: argilas, fios, tecidos (químicos, artificiais e sintéticos) e materiais sintéticos em geral, como, espumas, resinas, borrachas, isopor, plásticos, acrílicos, fibras acrílicas, massa epóxi.

A terceira categoria, produtos que exigem certificação de uso, é preenchida por alimentos e bebidas, aromatizantes e cosméticos e brinquedos.

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Todas as definições a seguir são do Programa do Artesanato Brasileiro, descritos no documento Base Conceitual do Artesanato Brasileiro, do Governo Federal (2012). A ênfase será dada aos processos que são possivelmente aplicados em vestimentas, deixando em segundo plano técnicas que contemplam apenas objetos de decoração e utensílios domésticos.

Para tanto o presente tópico retratará as possíveis artes manuais que podem ser utilizadas no projeto de um vestuário, angariando valor estético e simbólico.

O bordado é uma técnica antiga que visa a utilização de formar motivos ou desenhos em uma superfície têxtil ou não. Mesmo a tecnologia ter mecanizado e informatizado o bordado manual ainda é bem empregado através de vertentes que reconhecem o valor social, cultural e econômico.

A aplicação é o ornamento que não é executado na trama do próprio tecido e, sim por meio de aplicação de materiais diversos. A aplicação de pedrarias é considerada aplicação.

Figura 7 – Bordado com pedrarias. Fonte: Puro Luxo Menina (2013).

O bordado Boa Noite é uma técnica semelhante ao labirinto. Para bordar desfia-se o tecido em alguns pontos, esticando-se a área a ser trabalhada com o

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auxílio de um bastidor ou grade. Utilizam-se agulha e linha para unir os fios e construir o bordado.

Figura 8 – Bordado Boa Noite. Fonte: A Casa (2015).

O Bordado Cheio implica um matizado básico e compreende o enchimento de linha ou algodão. Pode ser trabalhado da direita para a esquerda ou da esquerda para a direita. O número de fios sobre os quais os pontos são trabalhados depende do efeito desejado.

Figura 9 – Ponto Cheio. Fonte: Cat Walk (2014).

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O Ponto Corrente ou Cadeia é decorativo em forma de corrente, muito usado para contornar outros bordados.

Figura 10 – Contorno em Ponto Corrente. Fonte: Mmandala (2010).

Bordado em Ponto Cruz imita pequenas cruzes que permite a contagem de fios e que, quando agrupadas, formam um desenho. Conhecido também como ponto de marca e bordado de fio contado.

Figura 11 – Bordado Ponto Cruz. Fonte: Fio de Ouro (2012).

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O Filé é a técnica elaborada a partir de uma rede tecida em linhas de algodão, presa por pregos a uma peça de madeira (quadrado ou retângulo), em que são traçados os pontos com agulha de mão. O filé simples restringe-se a uma rede de nó tecida a mão e o filé bordado utiliza a rede de nó como suporte para o bordado.

Figura 12 – Bordado Filé. Fonte: G1 (2013).

O Ponto Matiz normalmente é usado para encher um desenho considerado grande ou irregular. Usado também para dar o efeito sombreado. Na primeira carreira os pontos são alternadamente longos e curtos e bem unidos para seguir o contorno do desenho. Os pontos das carreiras seguintes são arrumados visando instituir uma superfície uniforme e macia.

Figura 13 – Ponto Matiz. Fonte: Leeal Brecht (2013).

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Ponto Caseado ou Festonê é o bordado formado por pontos de laçada, feito da direita para a esquerda de maneira que fique bem firme ao abrir as casas.

Figura 14 – Ponto Caseado. Fonte: Villaarte Design (2012).

Ponto Reto é mostrado como pontos individuais espaçados, feitos de modo regular e irregular. Algumas vezes os pontos são de tamanho variado. Os pontos não devem ser nem muito longos nem muito frouxos. O ponto pode também ser feito em tecidos de fios iguais.

Figura 15 – Ponto Reto.

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O ponto Rococó é a sequência de pontos sobre o tecido em torno de uma agulha. A agulha é introduzida tantas vezes quantas desejadas e no mesmo lugar. Com o auxílio de uma agulha de fundo pequeno que permita a passagem através da linha enrolada, puxa-se a linha até obter o ponto rococó desejado.

Figura 16 – Bordado Rococó Fonte: Delma Gestal (2009).

O Ponto Russo é uma técnica de bordar em alto relevo, feita com uma agulha especial, bastidor e tecido.

Figura 17 – Ponto Russo. Fonte: Fio de Ouro (2012).

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Bordado Vagoniteé é feito em tecido com textura tipo tabuleiro em relevo, ou em tecido étamine4, no qual a agulha desliza sob a trama mais proeminente, sem atravessar o seu avesso. Os pontos podem ser realizados da direita para a esquerda ou vice-versa.

Figura 18 – Ponto Vagoniteé. Fonte: ELO (2013).

O Patchwork é a técnica que une retalhos de tecidos costurados e formando desenhos variados. O resultado final do trabalho com patchwork sempre envolve uma sobreposição de três camadas. Os retalhos são unidos por costura e acolchoado com manta acrílica.

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Figura 19 – Patchwork na coleção verão 2013, Alexandre Herchcovitch. Fonte: WModadesignn (2013).

O Fuxico consiste em alinhavar retalhos dobrando uma pequena borda em torno do seu círculo enquanto é feito o alinhavo. Depois puxa a linha até que as bordas do centro se unam. Prende o fio com um nó e corta a linha. Aperta o fuxico para que ele assente. Para o preparo são necessários retalhos, linhas, um molde, agulha e tesoura.

Figura 20 – Fuxico. Fonte: Neto (2011).

(31)

Casa de Abelha é o ponto de costura ou dobradura de tecido imitando casa de abelha.

Figura 21 – Alexander McQueen utilizando o bordado Casa de Abelha. Fonte: Fashion Design Travel (2012).

O crochê é uma técnica desenvolvida com o auxílio de uma agulha cuja ponta termina em um gancho. Produz um ponto semelhante ao da malharia ou de uma renda.

Figura 22 – Crochê.

(32)

A chamada Serigrafia ou Silk-Screen consiste na técnica de impressão em que uma tela vazada com o desenho a ser silkado é preenchido por tinta, e espalhada por um rodo. Não é considerada serigrafia quando a arte é feita digitalmente.

Figura 23 – Marilyn Monroe, Wandy Warhol. 1967. Fonte: Tate (2004).

O Matelassê consiste em juntar três camadas de tecido, costurando-as. Formando uma estrutura acolchoada.

Figura 24 – Matelassê. Fonte: Aref (2015).

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Pintura é pintar à mão superfícies diversas.

Figura 25 – Sacola pintada à mão por Caroliny Frizo. Fonte: Le Carolê (2013).

Já o Batique é estampado à cera e depois pintado à mão, constituindo uma técnica para pintar tecidos ou couros com características bem definidas, no qual o artesão utiliza para elaborar seu trabalho, desenhos diversos, parafina e tinta, sobrepondo camadas das mesmas, conforme as cores e motivos que desejar.

Figura 26 – Batique. Fonte: Cortequilt (2013).

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A estamparia, tomando-se por base o tecido, são criadas sobre o mesmo estampas variadas, com a utilização de tintas descolorantes, fôrmas, pincéis, escovas, rolos, seringas e o que a imaginação do estampador desejar.

Figura 27 – Estampa Manual. Fonte: Padronagens (2010).

O Bilro é a técnica de produzir renda utilizando-se linhas de algodão presas por alfinetes a uma almofada redonda e dura que são trançadas pela troca de posição dos bilros (pedaços de madeira ou espinhos de mandacaru aos quais as linhas ficam amarradas).

.

Figura 28 – Renda de Bilro. Fonte: IANDE (2015).

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Frivolitê consiste em pequenos nós de linha de algodão, seda ou cordão, utilizam navetes (equipamento usado tradicionalmente). Também confeccionado com agulhas principalmente quando usado o cordão como matéria-prima. Usado na confecção de vestuário, cama, mesa, e adereços.

Figura 29 – Renda Frivolitê. Fonte: DBPolito (2011).

Grampada é a técnica de laçar fios e fitas ao redor de hastes de metal (grampos) com o auxílio de uma agulha de crochê. Conforme a malha vai crescendo, são retiradas dos grampos as primeiras laçadas.

Figura 30 – Grampada. Fonte: Flickr (2011).

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A renda Irlandesa obedece ao tipo renda de agulha, tendo como suporte um lacê preso ou disposto ao risco. O desenho é traçado sobre papel manteiga e fixado em papel grosso. Após a fixação do lacê5 do debuxo6, diferentes pontos são traçados preenchendo os espaços vazios entre o lacê, compondo o tecido da renda com formas semelhantes a animais e vegetais como, por exemplo, pé-de-galinha, espinha de peixe, aranha, casa-de-abelha e abacaxi.

Figura 31 – Renda Irlandesa. Fonte: Pinterest (2013).

Renda Renascença é a técnica que utiliza linha, agulha e o lacê (espécie de fita) que é costurado por todo o desenho. A seguir são preenchidos os espaços entre os lacês, com pontos diversificados.

Figura 32 – Renda Renascença. Fonte: Nas Entrelinhas (2012).

5

Nome alternativo para renda irlandesa.

6

(37)

O Macramê é uma renda pesada, feita de linha traçada e amarrada. Os fios podem ser colocados no tecido para que as franjas sejam tecidas ou, desfiar o próprio tecido para fazer a franja. Nesse caso a técnica é chamada de Brolha, Abrolho ou Bróia.

Figura 33 – Macramê, por Dior. Fonte: Elle (2011).

Para a renda Labirinto, que pode ser também chamada de Crivo ou Contado risca-se o desenho no tecido e em seguida, obedecendo ao desenho, desfia-o com auxílio de agulha, lâmina e tesoura, depois se coloca a peça numa grade de madeira e tece com agulha e linha. A técnica do labirinto permite a confecção de uma diversidade de gravuras, utilizando-se, apenas do entrelace conveniente de fios sobre uma trama têxtil em forma de tela.

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Figura 34 – Renda Labirinto. Fonte: Acidadeicapui (2010).

O Tenerife, Nhanduti ou Renda do sol é a renda feita utilizando-se agulha grossa, linha e tábua de vários tamanhos e formas. A tábua serve de modelagem, em que são colocados pregos sem cabeça para o entrelace da linha. Consiste no entrelaçamento da linha nos pregos repetidas vezes.

Figura 35 – Renda de Sol. Fonte: Renda Tenerife (2013).

A Tecelagem é a técnica de tecer com fios de algodão cru ou outra fibra natural, em teares e ou batelões movidos a pedal ou manual. A técnica também poder ser realizada no tear de prego.

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Figura 36 – Tecelagem.

Fonte: Tecelagem Manual (2015).

Tingimento consiste na alteração da cor primitiva de um objeto, colorindo-se e dando-se cor por imersão em tinta ou corante.

Figura 37 – Tingimento Natural. Fonte: Blogspot (2013).

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O chamado trançado consiste na técnica de entrelaçamento de fibras têxteis e vegetais.

Figura 38 – Tênis Trançado. Fonte: Enfim (2013).

O Tricô é a técnica de entrelaçar o fio (de lã ou outra fibra têxtil) por meio de agulhas, de forma organizada, criando-se assim um pano que, por suas características de textura e elasticidade, é chamado de malha de tricô ou simplesmente tricô.

Figura 39 – Tricô de Vanessa Montoro. Fonte: Chinas Fios (2011).

(41)

Amarradinho ou Puxadinho consiste em preencher as tramas da talagarça7 (ou tear) com retalhos, sempre no mesmo sentido, Os retalhos são inseridos na trama e presos com um nó simples, mas firme, preenchendo uma trama e pulando a seguinte, até o fim da carreira. Na carreira seguinte intercala o amarradinho com a trama da carreira anterior. O avesso é liso, já a frente do trabalho é cheia e volumosa. Feito geralmente de retalhos de malha, sua utilização aparece mais em tapetes por sua textura suave.

Figura 40 – Tapete Amarradinho. Fonte: Casa da Ana (2011).

7

(42)

3 METODOLOGIA

A metodologia utilizada nesse trabalho é bibliográfica e experimental. A primeira, segundo Gil (2009), é desenvolvida a partir de pesquisa em material cientifico já elaborado, como livros e artigos. Pesquisando sobre a história do streetwear e das artes manuais é possível encontrar uma forma de relacionar os dois elementos e compreender o contexto em que estão situados atualmente.

Já a experimental, tem como intuito "determinar um objeto de estudo, selecionar as variáveis que seriam capazes de influenciá-lo e definir as formas de controle e de observação dos efeitos que a variável produz." (GIL, 2009, p. 47) Tratando-se de um tema ainda não explorado, esse método permitirá que sejam feitos testes quanto à aplicabilidade do projeto, a exploração de novos materiais, a aceitação do público, dentre outros fatores.

3.1 QUESTIONÁRIO

O questionário será composto de perguntas fechadas e de múltipla escolha. Obtendo dados específicos sobre o público-alvo, como idade, gênero, região, hábitos, hobbies – dentre outros – assim, será possível elaborar um produto com características handmade que atenda as necessidades estéticas e ergonômicas do grupo. Os resultados serão apresentados em forma de gráfico.

O questionário aplicado via internet, contém perguntas referentes às preferências das possíveis clientes da marca. Auxiliou diretamente na construção do perfil de público-alvo, deixando claras as preferências do consumidor como estilos musicais, ambientes, hobbies, e outros aspectos que definem o público e ajudam no entendimento das características do grupo. Assim como também contribui para a construção das características da empresa e da construção das peças, determinando fatores como o preço da mercadoria, quais as peças favoritas das consumidoras, quanto estão dispostas a pagar em uma peça de roupa, dentre outras.

(43)

3.1.1 Mercadológico

As questões a seguir auxiliam na construção da marca e das características mercadológicas, servindo de direção para o desenvolvimento da empresa.

De acordo com a pesquisa, 65% das mulheres têm entre 20 e 22 anos. Dado importante para a criação do perfil de público-alvo da empresa. As respostas não inclusas na faixa etária predominante foram descartadas.

63% das possíveis clientes da empresa residem no sul do país, dado que auxilia na criação das peças levando em consideração o clima da região, assim como o custo de vida e possíveis eventos de divulgação da marca.

66% 21% 10% 3%

Gráfico 1 - Idade

20 a 22 23 a 25 26 a 28 Acima de 28 26% 63% 0% 0% 11%

Gráfico 2 - Região

Norte Sul Nordeste Centro-Oeste Sudeste

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Em sua maioria, mais precisamente 92%, afirmam serem solteiras. Esse dado é entendido como um fator positivo para a marca, já que a cliente sendo solteira investe mais em si mesma, consumindo com maior frequência e menos preocupação.

52% das entrevistadas afirmam morarem com os pais, automaticamente possuem menos (ou não possuem) despesas básicas de manutenção de uma residência, como por exemplo, aluguel, água, energia, alimentação. Sendo assim, podem investir mais em outras aquisições, como roupas.

11% 52% 26% 11%

Gráfico 4 - Moradia

Sozinha Com os pais Com amigos Com namorado(a) 92% 8% 0%

Gráfico 3 - Estado Civil

Solteira Casada Divorciada

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O conhecimento da renda mensal do público influencia diretamente nas técnicas utilizadas, tecidos, acabamentos, dentre outros processos de fabricação, já que todos esses fatores são refletidos no preço final da peça. A renda individual mensal do público gira em torno de R$500,00 a R$1.000,00, com um percentual de 50%.

3% 11%

50% 36%

Gráfico 5 - Renda individual mensal

Não possui renda R$100,00 a R$500,00 R$ 501,00 a R$1.000,00 R$1001,00 a R$3000,00 25% 61% 14%

Gráfico 6 - Quanto você está disposta a

pagar em uma peça de roupa

diferenciada?

R$50,00 até R$100,00 R$150,00 até R$300,00 Acima de R$300,00

(46)

A maioria das entrevistadas paga de R$150,00 a R$300,00 em uma peça de roupa diferenciada. Esse dado serve de base na hora de atribuir os valores a cada peça da marca. Sempre levando em consideração na hora do desenvolvimento os fatores que podem acarretar o aumento do preço da peça final, como acabamentos e a dificuldade de fabricação.

52% declararam que fazem compras online frequentemente. Conhecer a relação que o cliente tem com o e-commerce apresenta-se essencial, visto que o intuito da marca é vender apenas online, pelo menos no inicio.

52% 43%

5%

Gráfico 7 - Você tem o hábito de fazer

compras online?

Frequentemente Às vezes

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Com unanimidade, a pesquisa mostra que as jovens tem mais contato com a internet do que qualquer outro tipo de mídia. O resultado da questão apresenta relevância na área publicitária, para a divulgação das campanhas da marca.

Figura 41 – Bordado sob fotografia, Mana Morimoto. Fonte: Blckdmnds (2015).

100% 0% 0%

Gráfico 8 - Você passa mais tempo...

Na internet Vendo TV Lendo revistas

(48)

96% das entrevistadas usariam uma peça com bordado contemporâneo, demonstrando que a arte manual quando utilizada de forma moderna desperta o interesse do público.

3.1.2 Delimitação de público-alvo de acordo com o questionário.

De acordo com os resultados das pesquisas, 54% das entrevistadas tem o ensino superior incompleto, sendo que 75% estão localizados nos estudos “humanos”. Dentre as entrevistadas, 30% gostam de rock e 35% não praticam esportes. Em sua maioria gostam de ler e assistir a filmes e séries e 33% preferem frequentar bares e casas de amigos.

Dentre as marcas favoritas mais citadas pelas entrevistadas em pergunta aberta estão Zara, Forever 21, Nasty Gal, Adidas e lojas de departamento. As marcas Zara e Forever 21 são lojas de fast fashion, com roupas casuais, ambas possuem um estilo clean característico com peças mais básicas e de cores mais sóbrias. Entretanto, a Nasty Gal já possui ares mais vanguardistas, modelagens mais ousadas, mas ainda sim é possível perceber a predominância de cores mais sóbrias. A Adidas tem muita influência no segmento sportwear. Além das roupas e sapatos para a prática de exercício, ela ainda produz roupas casuais com modelagens esportivas para serem usadas no dia- a-dia, como também utilizando tecidos esportivos em modelagens casuais. As lojas de departamento unem peças

96% 4%

Gráfico 9 - Você usaria uma peça de

vestuário que possuísse um trabalho

artesanal diferenciado, como os das fotos

acima?

Sim Não

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da moda e bom preço, são muito citadas pelas entrevistadas. Essas informações auxiliam na compreensão do estilo do público-alvo, usando de referências os pontos fortes das marcas citadas, possível captar o que as consumidoras querem de uma marca.

Ainda em questão aberta, quando questionadas sobre as peças que consideravam essenciais em seus guarda-roupas, as mais citadas foram camisetas, calças e shorts.

(50)

3.2 TESTES DE MÉTODOS MANUAIS

Para a elaboração do trabalho alguns métodos foram testados e adequados, entretanto, nem todos os processos apresentados nos próximos tópicos foram de fato utilizados.

3.3 Tingimento

O teste do tingimento foi feito com tinta de tecido diluída em água, criando manchas de diferentes cores e formas com o auxilio de uma esponja. O processo é simples e manual, e gera poucos resíduos líquidos, se comparado com tingimentos industriais, o que é um ponto positivo no quesito sustentabilidade. A durabilidade também é satisfatória, levando em consideração que a tinta utilizada é especifica para tecido.

Figura 42 – Tingimento. Fonte: Da autora (2015).

(51)

3.3.1 Escrita Manual

A escrita manual tem a pretensão de lembrar tags vindas do grafite. Feita à mão livre com caneta própria para tecido, o trabalho tem a intenção de ser feito por garotas que façam parte do movimento de arte de rua. As mesmas serão convidadas pela marca para estampar manualmente parte das coleções, gerando visibilidade para seus trabalhos e colaborando no crescimento da sua arte.

Figura 43 – Escrita manual. Fonte: Da autora (2015).

3.3.2 Amarradinho

A técnica conhecida como amarradinho, consiste em amarrar pequenos pedaços de tecido em uma tela. O teste foi realizado com tiras de malha, em uma tela com elastano, conhecida como “arrastão”. O resultado foi satisfatório, levando em conta o baixo custo da tela se comparado a um tecido cortado a laser, o que vem a ser vantajoso à consumidora, já que o preço da peça final inclui todos os gastos de fabricação.

(52)

Figura 44 – Amarradinho. Fonte: Da autora (2015).

3.3.3 Carimbo

Para a execução da técnica de carimbo, primeiramente foram recortadas letras em E.V.A. e logo em seguida coladas umas sob as outras. Após a secagem, esse conjunto de letras foi colado sobre uma base de madeira que serviria de suporte para manusear o carimbo. Com um pincel, a tinta era aplicada sobre o carimbo e então se carimbava o tecido. O resultado é uma estampa com aparência puída.

Figura 45 – Carimbo. Fonte: Da autora (2015).

(53)

3.3.4 Estêncil

Para a técnica de estêncil, foi recortada a escrita apresentada na figura 46, com estilete em uma folha plástica, mais conhecida como transparência. O vazado com o formato das letras era posicionado no tecido, e em seguida aplicado tinta por cima. Ao retirar o plástico, o formato das letras estava estampado no tecido. Essa técnica é muito usada na arte de rua, para reproduzir desenhos nas paredes. Os artistas normalmente utilizam chapas de raio-X, que é um plástico mais resistente.

Figura 46 – Estêncil Fonte: Da autora (2015).

3.3.5 Ponto Cruz

Para que o ponto cruz pudesse ser utilizado em peças do vestuário, foi necessário posicionar o tecido da peça de roupa embaixo do tecido para ponto cruz, bordar e depois com uma pinça desfiar o tecido próprio para ponto cruz, a fim de que o bordado fosse transferido para a peça de roupa. O resultado foi satisfatório, já que o ponto cruz é uma técnica artesanal amplamente conhecida e valorizada. Essa

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técnica possibilita a reprodução de desenhos mais elaborados que devido a proposta da pesquisa, valoriza o produto.

Figura 47 – Ponto Cruz. Fonte: Da autora (2015).

(55)

4 DIRECIONAMENTO MERCADOLÓGICO

4.1 EMPRESA

4.1.1 Nome da empresa

A J&TH Indústria e Comércio de Confecções Ltda., é uma empresa de pequeno porte, localizada na cidade de Apucarana no Estado do Paraná.

4.1.2 Porte

Microempresa, com produção máxima de 250 peças por coleção.

4.1.3 Marca

A marca atende o público feminino jovem, que tem o streetwear como estilo usual. Tem como essência a busca da miscigenação da modernidade da moda de rua com a delicadeza das técnicas manuais, dois elementos opostos que originam peças cheias de atitudes. As técnicas artesanais mostram ao público um leque de novas opções.

O nome fantasia escolhido foi Girl Gang, que traduzido para o português significa "gangue de menina". O nome escolhido ressalta a presença feminina no ambiente urbano.

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Figura 48 – Logotipo Girl Gang. Fonte: Da autora (2015).

4.1.4 Conceito da marca

A Girl Gang chega ao mercado propondo uma mescla de presente e passado, reformulando técnicas nostálgicas e adaptando-as para o público streetwear feminino, sempre de acordo com a realidade e estilo de vida de nossas clientes.

4.1.5 Segmento

Streetwear feminino.

4.1.6 Distribuição

O produto será distribuído pela fábrica devidamente conferido e embalado, e entregue no endereço fornecido pelo cliente, mediante comprovação de pagamento através do site. Os serviços serão prestados por uma distribuidora contratada, que entregará a encomenda no endereço determinado. O cliente arcará com o valor do frete, salvo promoções em que a loja oferecerá frete grátis para todo o Brasil. As entregas serão efetuadas apenas em território nacional.

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4.1.7 Concorrentes

A Girl Gang concorre diretamente com marcas como Cavalera e Discount Universe, e indiretamente com Jeremy Scott.

A Discount Universe é uma marca australiana que trabalha com peças descoladas para o público jovem alternativo. Todas as peças são bordadas manualmente com lantejoulas, formando padrões e desenhos divertidos. A marca trabalha apenas com vendas online, e entrega em qualquer parte do mundo. Os preços variam de R$125,00 até R$1.900,00 reais.

Cavalera é uma marca brasileira voltada para o público alternativo, focada no rock. Procura trabalhar as coleções em temas típicos brasileiros, valorizando os artesanatos regionais e sustentáveis com reaproveitamento de resíduos. Na loja online, as peças variam de R$80,00 a R$600,00, e entregam em todo o Brasil.

Já Jeremy Scott, marca auto-intitulada do estilista Jeremy Scott, é uma concorrente da Girl Gang por abordar um streetwear maduro, ousado e divertido. As peças na loja online custam entre R$150,00 até R$800,00; e entregam em todo o mundo.

4.1.8 Sistema de Vendas

Inicialmente, a marca trabalhará apenas com vendas online, levando em consideração a expansão desse mercado a cada dia. A loja virtual contará com todas as informações de procedências necessárias, das formas de produção até especificação de medidas, para que torne a navegação e a experiência de compra mais segura e prática. O pagamento será efetuado por Pagseguro, que permite o uso de todos os cartões de débito e crédito, assim como boleto bancário.

4.1.9 Pontos de Venda

O site da Girl Gang terá um layout clean e objetivo, com informações de fácil acesso e uma equipe para esclarecimento de possíveis dúvidas. O release da coleção estará disponível, para que o cliente conheça a história da peça que está

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adquirindo. As fotos terão um dimensionamento que permita uma boa visualização de detalhes.

Figura 49 – Site Jeremy Scott. Fonte: Jeremy Scott (2015)

Figura 50 – Site Discount Univese. Fonte: Di$count Universe(2015)

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As fotos serão disponibilizadas em vários ângulos, para melhor visualização do caimento das peças, utilizando de referencia a figura 51. Assim como a descrição do produto, medidas, especificações de tecido, instruções de lavagem, tipo de modelagem (ampla, justa), e divulgação do tamanho que a modelo está usando, para que a cliente tenha uma base comparativa, facilitando o momento da compra e diminuindo possíveis erros.

Figura 51 – Site Choices. Fonte: Choies (2015)

4.1.10

Promoção

A Girl Gang participará de feiras que sejam de interesse da consumidora, apoiará eventos culturais alternativos, como festivais de música, arte e dança. Além de futuramente promover projetos com o público para criação de estampas.

4.1.11

Marketing

O marketing da Girl Gang será mais expressivo online, levando em consideração a pesquisa feita com o público. Banners em sites e blogs de grande

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acesso, sorteios em redes sociais com o objetivo de divulgação da marca e parceria com outros estabelecimentos.

4.1.12

Preços Praticados

As peças variam de R$100,00 a R$ 500,00 reais, levando em consideração todo trabalho manual aplicado e o tempo gasto para que isso seja possível. Custo de embalagem já incluso no valor final.

4.1.13

Embalagem e tags

Figura 52 – Embalagens Girl Gang. Fonte: Da autora (2015).

1: Saco de papel para embrulhar a roupa, tamanho de 30x40 cm.

2: Caixa de papelão para envio da mercadoria por correio, tamanho 16x11x8 cm. 3: Ecobag feita em 100% algodão e estampada com estêncil, acompanha as compras acima de R$ 150,00.

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Figura 53 – Tags Girl Gang. Fonte: Da autora (2015).

4: Cartão de visita da marca, distribuído em eventos. 5 e 6: Tags que acompanham a roupa, tamanho 5x10 cm.

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4.2 PÚBLICO-ALVO

Mulheres de 20 a 22 anos, pertencentes à classe B, em suas maiorias solteiras, que vivem a cultura de rua no seu dia-a-dia. Trabalham, cursam uma faculdade, têm uma vida social agitada, estando sempre rodeadas de amigos. São alternativas e frequentam lugares undergrounds. Entretanto, sempre estão dispostas a conhecerem novos lugares à procura de novas aventuras.

Seus hobbies são ler, desenhar, fotografar, dançar e tocar instrumentos. São mulheres de atitude, criativas, que acreditam no poder e independência da mulher atual. Preocupam-se com causas sociais e ambientais, e amam os animais. Passam boa parte do tempo conectadas, sempre interagindo com outras pessoas.

Figura 54 – Imagem do público-alvo. Fonte: Instagram (2015)

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4.3 PESQUISAS DE TENDÊNCIAS

4.3.1 Socioculturais (macrotendências)

Como comportamento sociocultural, temos três macrotendências, segundo o site Faithpopcorn (2015): Anchoring, Clanning e Egonomics. A primeira, remonta às nossas raízes espirituais, trazendo que era seguro do passado, a fim de construir o futuro. Relação similar tem a Girl Gang com as artes manuais e as técnicas antepassadas.

Clanning resume a forma como o cliente incorpora o streetwear na vida. Para Faith PopCorn, é pertencer a um grupo que representa os sentimentos comuns, causas ou ideais; validando o próprio sistema de crenças.

Egonomics ressalta a individualidade e a procura por reconhecimento. A junção dessas três macrotendências resume o comportamento da cliente Girl Gang, facilitando o processo criativo.

4.3.2 Estéticas (microtendências)

Para o inverno 2016, a vibrância do vermelho traz o toque de atitude na passarela. A clássica cor da sedução aparece tanto em looks mais esportivos, quanto em looks mais sofisticados.

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Figura 55 – Lacoste, Dior e Christopher Kane. Outono/Inverno 2016. Fonte: Fashion Forward (2015).

As aplicações do inverno 2016 são divertidas e urbanas. Estampas rebordadas com pedrarias e lantejoulas conferem um visual mais glamoroso as peças.

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Figura 56 – Estampas e aplicações. Fonte: We Connect Fashion (2015).

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Figura 57 – Coleção de inverno 2015/2016 Moschino. Fonte: Fashion Forward (2015).

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5 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO

5.1 DELIMITAÇÕES PROJETUAIS

É comum o streetwear ser incorporado ao cotidiano de adolescentes na fase do colegial, o que agrega uma imagem mais infantilizada ao estilo. A Girl Gang tem a proposta de trazer um visual mais maduro às mulheres de 20 a 22 anos, adeptas do streetwear.

A proposta é repensar modelagens, tecidos e formas de diferentes maneiras, sempre levando em consideração o conforto que o streetwear proporciona. Peças chaves do estilo, como as jaquetas bombers, camisetas oversized, shorts esportivos, ganham novas aparências, materiais e até um ar mais sexy, sempre pensando que o público procura um look mais maduro para o momento da vida em que se encontram. O acabamento manual entra como diferencial nas peças da marca, agregando personalidade e exclusividade.

5.2 ESPECIFICAÇÕES DO PROJETO

5.2.1 Nome da coleção

Coleção inverno 2016, Death Proof.

5.2.2 Conceito da coleção

A coleção Outono/Inverno 2016 ressalta o poder feminino presente nas cidades. As peças mostram atitude e irreverencia. As técnicas manuais são um capitulo a parte: Amarradinhos, full prints feitos manualmente, bordados em ponto cruz, trazem a exclusividade que o público almeja. Cores sóbrias são quebradas pelo toque de vermelho vibrante, e as modelagens confortáveis são ideais para enfrentar a rotina diária sem perder o estilo.

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5.2.3 Referência da coleção

A coleção inverno 2016 Girl Gang é inspirada no filme Death Proof (2007), de Quentin Tarantino. O dublê Mike, personagem central do enredo, é um ex-dublê psicopata que persegue belas mulheres e as mata com seu carro, que ele denomina ser “a prova de morte”. Entretanto Mike não contava encontrar com um grupo de mulheres fortes e boas de volante, que decidem se vingar dos ataques do psicopata.

Figura 58 – Painel Semântico. Fonte: Da autora (2015).

O painel semântico apresenta cores sóbrias. O fundo com marcas de pneu representa as cenas de perseguição vividas pelas personagens. A borboleta remete ao apelido de uma das personagens, “butterfly”. A fumaça cinza representa as várias cenas em que as personagens aparecem fumando e também a todas as batidas de carro. Já o centro da borboleta, composta por duas mulheres cruzadas mostra o poder de sedução das personagens sob o psicopata.

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5.2.3 Cores

Figura 59 – Cartela de cores. Fonte: Da autora (2015).

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5.2.4 Materiais

Figura 60 – Cartela de materiais. Fonte: Da autora (2015).

Os tecidos escolhidos para a coleção inverno 2016 são: moletom, neoprene, malha e tela arrastão.

O moletom não só aparece na tradicional blusa, como também em vestidos e shorts. O caimento do neoprene proporciona um diferencial em peças básicas como camisetas e leggings. A malha compõe uma parte considerável das peças, e a tela arrastão além servir de suporte para o amarradinho, ainda dá um toque de transparência interessante nas peças.

5.2.5 Inovações tecnológicas

A Girl Gang inova no sentido de aplicar artes manuais na moda streetwear, que tem características de produção em massa. A partir disso, a usuária tem opções de peças mais exclusivas, o que dificilmente aconteceria em uma marca de produção em massa.

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5.2.6 Formas e shapes

Os shapes utilizados foram o ampulheta, que ressalta a sensualidade das curvas femininas, e o retangular, que proporciona conforto e liberdade.

Figura 61 – Formas e shapes.

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5.2.7 Mix da coleção

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5.2.8 Geração de alternativas

Figura 62 – Look 1. Fonte: Da autora (2015).

Blusa em malha com bordado em ponto cruz no peito, calça em neoprene com estampa carimbo.

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Figura 63 – Look 2. Fonte: Da autora (2015).

Blusa em malha listrada com o nome da marca em ponto cruz nas costas, saia em moletom com detalhe em amarradinho.

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Figura 64 – Look 3. Fonte: Da autora (2015).

Vestido em moletom branco, com mangas em tela arrastão, estampa feita manualmente.

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Figura 65 – Look 4. Fonte: Da autora (2015).

Camiseta de malha branca com estampa em carimbos, assim como o shorts, em malha vermelha.

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Figura 66 – Look 6. Fonte: Da autora (2015).

Blusa de moletom com estampa escrita, shorts de moletom com bordado lateral.

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Figura 67 – Look 7. Fonte: Da autora (2015).

Camiseta em malha, com estampa bordada em ponto cruz. Saia de recortes com neoprene branco e preto.

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Figura 68 – Look 8. Fonte: Da autora (2015).

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Figura 69 – Look 9. Fonte: Da autora (2015).

Camiseta em malha com estampa em grafite, saia de neoprene com bordados em ponto cruz.

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Figura 70 – Look 10. Fonte: Da autora (2015).

Blusa trabalhada com amarradinho, e saia de moletom com bordado em ponto cruz na lateral inferior.

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Figura 71 – Look 11. Fonte: Da autora (2015).

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Figura 72 – Look 12. Fonte: Da autora (2015).

Blusa inteira em amarradinho, calça em neoprene com bordado em ponto cruz na lateral.

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