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A mitologia grega nas escolas e o ensino de história na ludicidade

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL- UNIJUÍ

DEPARTAMENTO DE HUMANIDADES E EDUCAÇÃO- LICENCIATURA HISTÓRIA

MARIA CAROLINA MAGALHÃES SANTOS

A MITOLOGIA GREGA E O ENSINO DE HISTÓRIA NA LUDICIDADE.

Ijuí, 2014

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MARIA CAROLINA MAGALHÃES SANTOS

A MITOLOGIA GREGA NAS ESCOLAS E O ENSINO DE HISTÓRIA NA LUDICIDADE.

Trabalho de Conclusão de Curso orientado pela Professora Sandra Maria do Amaral exigência do Curso de Graduação em História da Unijuí.

Orientadora: Sandra Maria do Amaral

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2014

FOLHA DE APROVAÇÃO

Trabalho de conclusão de curso defendido e aprovado em sua forma final pelo professor orientador e pelos membros da banca examinadora.

_________________________________________________ Professora Sandra Maria do Amaral, Me História – Orientadora

Banca examinadora:

_________________________________________________ Professor João Afonso Frantz, Me História

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“Se contarem a minha história, que digam que andei com gigantes. Homens se erguem e caem como trigo, mas esses nomes jamais perecem. Que digam que vivi na época de Heitor, (domador de cavalos), Que digam que vivi na época de Aquiles.” Filme Tróia – Adaptação de A Ilíada de Homero

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Dedicatória e Agradecimentos

Este trabalho de conclusão de curso foi realizado em um momento muito especial de minha carreira como Educadora. Para tanto dedico o mesmo a minha família que esteve ao meu lado do começo ao fim da minha graduação. Também a uma pessoa especial, que me auxiliou nos momentos dos quais mais precisava. Mas além de tudo gostaria de dedicar este trabalho de conclusão de curso aos meus alunos, tanto os quais realizei as práticas quanto os quais atualmente sou regente de Ensino de História, eles que me impulsionam para continuar e que me dão forças ao meu trabalho como educadora. Por eles tudo se torna válido.

Gostaria de agradecer primeiramente a minha professora orientadora Sandra Maria do Amaral, por toda a sua paciência e compreensão na realização deste Trabalho de Conclusão de curso. Também por tantos anos de ajuda na graduação ao professor Nilo Fricke, tutor do curso, que sempre atendeu a todas as dúvidas prontamente.

Além disto, agradecer a Direção e Coordenação das escolas: I.E.E. Cardeal Pacelli de Três de Maio – RS, Escola de Ensino Médio Concórdia para Surdos – APADA – Santa Rosa e ao Colégio L`Hermitage Dom Hermeto, pela disponibilidade e confiança em meu trabalho. Agradecer em especial ao Professor Flávio V. Pagel que abriu espaço em suas turmas para realizar as práticas deste trabalho de Conclusão de Curso.

Agradecer a toda a minha família, e ao Eduardo U. Chitolina, parceiro de longas horas de escrita, e a todo o corpo docente e funcionário da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, por todo o apoio durante estes quatro anos de graduação.

Por fim, obrigada a Deus, que me forneceu antes de tudo a vida e a capacidade de agir e pensar de forma plena.

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RESUMO

A Mitologia Grega é marcada pela explicação de diversas coisas cotidianas na vida dos gregos antigos, enquanto o ensino de história busca por diversas situações e relatos do passado para vivenciar o presente e espelhar-se no futuro.

O Ensino de história nas escolas hoje está vivendo e passando por uma transformação, assim como as outras áreas do conhecimento dentro das escolas. Jovens cada vez mais ativos, com mais ferramentas tecnológicas, com mais informações em suas palmas das mãos. Cabe a nós professores buscarmos novas alternativas, novos caminhos e métodos didáticos para trabalhar com estes jovens que já não tem mais os mesmos interesses.

Este trabalho de conclusão de curso tem como finalidade trazer, discutir e mostrar novas técnicas de ensino e métodos de trabalho com o ensino de história, baseando-se na Mitologia Grega, um caminho que nos leva a infinitas possibilidades de práticas lúdicas de aprendizagem, envolvendo materiais visuais e uma aprendizagem significativa.

O ensino de história com ludicidade traz ideias de inovação, de materiais visuais, materiais auditivos e sinestésicos, onde os alunos são incentivados a produção, a criação e a construção do conhecimento, o professor passa a ser além de educador, um mediador de conhecimentos, mostrando os caminhos e compactuando com o aluno até ele atingir a sua aprendizagem.

Este trabalho virá a mostrar primeiramente a Mitologia Grega, suas definições, o que ela representou, os deuses, heróis, monstros e criaturas da mesma. A segunda parte do mesmo serão mostradas algumas técnicas utilizadas para o ensino de história, assim como uma prática realizada com este tema. Na terceira e última parte, serão sugestões de jogos e brincadeiras a serem utilizadas no Ensino de História.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Diagrama das interligações entre História, Conteúdos e

Ludicidade...29

Figura 2. Ciclo que representa a interdisciplinaridade...41

Figura 3. Carta de Jogo em RPG sobre a Grécia Antiga...45

Figura 4. Carta de jogo em RPG sobre a Grécia Antiga...46

Figura 5. Exemplo de imagem para confecção de Jogo sobre Mitologia Grega ..47

Figura 6. Tabuleiro do Jogo Nine men’s Morri...48

Figura 7. Cartaz sobre Acesso à Informação, um direito de todos...51

Figura 8. Cartaz Mercantilismo, explicado nas palavras e desenhos dos alunos..51

Figura 9. Jogo dos Conceitos e Fatos no Varal Didático...52

Figura 10. Aluna praticando o Jogo dos Conceitos e Fatos...52

Figura 11. Aluno praticando o jogo dos Conceitos e Fatos – Palavra República..53

Figura 12. Aluno sinaliza no momento um exemplo de pacto colonial...54

Figura 13. Aluno utiliza da datilologia para depois dar um sinal Lutero...54

Figura 14. Alfabeto Móvel de degrau utilizado para a prática ...55

Figura 15. Aluna fazendo uso do material concreto para aperfeiçoar conhecimentos...55

Figura 16. Alunos fazendo o Registro no caderno após aula com material concreto...56

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Relação entre materiais, formas de uso e resultados nas práticas...55

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ZDP – Zona de Desenvolvimento Proximal; LDB – Lei das Diretrizes e Bases;

PCN – Parâmetros Curriculares Nacionais; ANPUH – Associação Nacional de História; AGB – Associação dos Geógrafos Brasileiros;

APADA – Associação dos Pais e Amigos dos Deficientes Auditivos; LIBRAS – Língua Brasileira de Sinais;

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 12

1. MITOLOGIA GREGA ... 14

1.1. Definição de termos do mundo grego: ... 14

1.2. DEUSES ANTIGOS (DEUSES MAIORES) ... 15

1.2.1. A origem do mundo ... 16

1.3. TITÃS: ... 16

1.3.1. A guerra contra Urano. ... 17

1.3.2. A Titanomaquia. ... 17

1.3.3. Origem dos Homens ... 18

1.4. DEUSES OLIMPIANOS ... 19 1.4.1. Os Amores de Zeus ... 19 1.4.2. Dionísio ... 21 1.4.3. Ártemis ... 21 1.4.4. Apolo e Poseidon ... 22 1.4.5. Hermes ... 25

1.4.6. Hades e seu reino ... 26

1.4.7. Deméter e Perséfone ... 27

1.4.8. Hefesto, Afrodite e Ares ... 29

1.4.9. O Julgamento de Páris ... 31

1.5. HERÓIS OU SEMIDEUSES. ... 32

1.5.1. Aquiles... 33

1.6. MONSTROS E CRIATURAS ... 33

1.6.1. O Minotauro. ... 33

2. HISTÓRIA, MITOLOGIA E LUDICIDADE ... 34

2.1. LUDICIDADE ... 34

2.2. O ENSINO DE HISTÓRIA ... 40

2.2.2. Trabalho com o Livro Didático ... 43

2.3. Mitologia Grega e o ensino de história ... 43

3. JOGOS, BRINCADEIRAS E ATIVIDADES PRÁTICAS PARA ENSINAR MITOLOGIA GREGA DE FORMA LÚDICA ... 44

3.1. JOGOS COM CARTAS. ... 46

3.2. JOGOS DE TABULEIRO ... 49

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3.4. JOGOS ATIVOS ... 50

3.5. REGISTROS DE PRÁTICA PEDAGÓGICA ... 51

3.6. MATERIAIS UTILIZADOS ... 57

CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 59

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 60

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12 INTRODUÇÃO

No presente trabalho de conclusão de curso buscou-se trazer um pouco sobre como trabalhar a Mitologia Grega dentro das escolas, conteúdos que podem ser utilizados na aprendizagem, formas de ser trabalhado com as crianças de adolescentes das séries finais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio. Buscou-se trazer formas mais lúdicas de Buscou-serem trabalhados os conteúdos da Mitologia e História Grega na escola, métodos que podem ser introduzidos em mesmo outros conteúdos para serem trabalhados.

Buscou-se também, como o professor pode fazer para chamar a atenção do aluno durante a aula. Como trazer este aluno para a aula, fazê-lo se envolver durante a mesma, sem tornar a aula monótona, e sempre chamando a atenção do educando de alguma maneira.

Para a realização deste, teve-se levar em conta algumas fontes básicas de pesquisas, como o assunto se relaciona entre a Mitologia Grega e o ensino dela na Escola de forma prática, acredito que como fonte necessito de livros ou arquivos com base na Mitologia Grega. Livros literários como A Ilíada e A Odisseia ambos de Homero que tratam diretamente da Mitologia Grega e de como eram as civilizações gregas na época. Também livros sobre contos e Mitos Gregos, Sobre as criaturas, Deuses, dentre outros assuntos que aqui se enquadram. Também houve a necessidade de livros pedagógicos, não apenas do ensino de História, mas livros que trazem propostas pedagógicas para ideias de realização de possíveis práticas em relação ao assunto.

Portanto, a pesquisa foi do tipo estudo de casos e bibliográfica, uma vez que trará diversas pesquisas sobre o mundo Grego e sua mitologia que será buscado em livros didáticos e literários, e de estudo de casos devido as práticas realizadas em turmas dos diferentes níveis de ensino.

Este relatório foi dividido em três capítulos, os quais, o primeiro trata apenas de Mitologia grega, contos, lendas e informações pertinentes sobre a mesma. No segundo capítulo que é intitulado História, mitologia e a ludicidade, são sugestões de técnicas que podem ser utilizadas para ensinar a Mitologia grega e também outros conteúdos pertinentes a história, além disto trata sobre indagações sobre a ludicidade, por qual motivo usá-la nas escolas entre outros assuntos pertinentes. O terceiro e último capítulo intitulado: Jogos, brincadeiras e atividades práticas para ensinar a Mitologia Grega de forma lúdica trato de modelos de jogos, sugestões de brincadeiras, fotos de práticas realizadas, nele possuímos os resultados, qual a validade para utilizar-se da ludicidade no ensino de história, do retorno dos alunos entre outros.

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13 Portanto, neste iremos viajar na História e nas lendas gregas para descobrir como trabalhar com as crianças e adolescentes prendendo a atenção deles na aula com atividades dinâmicas, divertidas em que eles consigam lembrar-se do conteúdo trabalhado apenas recordando-se das aulas as quais participaram ativamente.

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14 1. MITOLOGIA GREGA

Primeiro precisamos, antes de estudar a mitologia grega, entender o que é a mitologia. Mitologia é uma palavra que nos remete a um conjunto de mitos, ou até mesmo a um conjunto de histórias não reais, relacionadas ao folclore ou tradições de certas culturas. Porém este conceito de mitologia pode ser usado em casos de muitas religiões, diga-se de passagem, na maioria das religiões politeístas da antiguidade. Quando nos referimos a mitologia destas religiões estamos nos referindo a uma série de lendas, tradições das quais o povo praticante desta acreditava fielmente, e seguia em seus costumes.

Neste caso iremos tratar da mitologia Grega, ou seja, costumes, atos, práticas da religião da Grécia Antiga. Precisamos entender também que em meio a esta mitologia existem várias lendas, histórias que eram repassadas por todo o período que a Grécia foi politeísta, e depois deixando isto de herança para o Império Romano.

Para começar esta pesquisa, iniciei buscando os termos, as lendas o que cada um significava, os mitos, os motivos desta crença etc.

1.1. Definição de termos do mundo grego:

 Deus ou Deusa: Personagem que representava algum sentimento, fenômeno natural, acontecimentos históricos. Dentre os deuses temos os 12 olimpianos, que seriam os 12 deuses mais importantes da Mitologia Grega, seriam eles:

- Zeus, deus do Raio e do Trovão, líder dos deuses.

- Hera, irmã e esposa de Zeus, deusa da família e do casamento. - Poseidon, deus dos mares, terremotos e tempestades.

- Atena, deusa da sabedoria e estratégia. - Ares, deus da guerra.

- Afrodite, deusa da beleza e do amor. - Hefesto, deus dos ferreiros.

- Hermes, o mensageiro dos deuses e deus dos médicos, viajantes e ladrões.

- Apolo, é o deus das profecias e poesia. - Ártemis, deusa da caça e da lua.

- Deméter, deusa da agricultura. - Dionísio, deus do vinho e das festas.

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15 Ainda temos Hades, que não é um deus olimpiano, devido sua dedicação exclusiva ao Submundo, ou ao Mundo Inferior, de onde sai apenas uma vez por ano, no solstício de inverno para a reunião anual dos deuses.

Existem também os chamados deuses menores, e os deuses antigos, que veremos mais adiante.

 Semideus ou herói: é a prole de um deus ou deusa com os mortais, simples humanos. Os semideuses ou heróis são figuras constantes nas lendas e mitos gregos, uma vez que segundo as lendas, muitas vezes os deuses não poderiam agir por si próprios no mundo mortal, precisando assim dos semideuses para interferir nestas situações.

 Monstros: monstros da mitologia seriam as criaturas oriundas do Tártaro, que vem a terra para causar destruição. Alguns deles são muito conhecidos como a Medusa, Ciclopes e o Minotauro, existem diversas lendas sobre os mesmos, inclusive grande parte das lendas dos semideuses envolvem os monstros.

 Titãs: criaturas mais antigas do que os deuses, inclusive são os pais de grande parte dos deuses, dominavam o mundo antes do reino dos deuses, suas histórias falam e contam da formação do mundo, como era o mundo muito antes de existirem deuses.

 Deuses maiores e menores: Os deuses maiores podem ser ditos como os deuses antigos da Grécia, os deuses que originaram o mundo, dentre eles temos Gaia a mãe terra, Urano o pai céu, Tártaro o mundo inferior... Os deuses menores são os deuses que não são olimpianos, como Circe, deusa da noite, Héstia, deusa do fogo doméstico, entre outros.

Os deuses, deusas, criaturas mitológicas, tem por seu significado a explicação de algum fenômeno da natureza, ou de algo que acontecia todos os anos, conforme veremos mais adiante.

1.2. DEUSES ANTIGOS (DEUSES MAIORES)

Para entendermos a mitologia grega com um todo, precisamos estabelecer certa cronologia, ao menos para entender a formação do mundo grego. Devido a isto, vamos voltar a milhares de anos na história e entrar na mitologia sabendo que: eles tratavam todos os deuses com amor e respeito, todo deus deveria ser amado e temido; a grande maioria dos fenômenos ou acontecimentos eram tratados como um fenômeno divino; a religião na época era a maior fonte de poder do Estado, e isso perdurou por muito tempo, até os tempos do renascimento.

Os deuses antigos são as criaturas que caracterizam-se por serem as primordiais da mitologia, para compreender isto, precisamos analisar a lenda da formação do Mundo, assim podemos observar deuses antigos como Caos,

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16 Nix, Gaia, Urano e Eros. Nesta lenda nos apresenta certamente a importância das mesmas.

1.2.1. A origem do mundo

Segundo Pouzadoux (2001, p.7) Em uma época muito distante e longínqua, existia um Deus, que se chamava Caos. O Caos era uma criatura que reinava sozinho, em um nada, apenas ele existira desde de sempre, e apenas ele era governante em um universo do nada. Porém esta eternidade, sozinho, o fez repensar e decidiu criar alguém para ter companhia. Ele começa criando Gaia, a personificação da Terra, ou a mãe terra. Depois de criar Gaia, ele da vida a Eros, deus do amor (mais tarde conhecido na mitologia romana como Cupido), por fim ele origina o Tártaro, que será o abrigo da formação dos monstros, e abrigo da Noite, deusa Nix criada logo após, já que durante o dia ela se esconde no palácio da Noite.

Depois, com o tempo, Gaia, a terra cria Urano, personificação do Céu, que se torna seu esposo. Vale lembrar que Gaia, Urano, Caos, Eros e Tártaro, dividiam o espaço do qual conviviam, uma vez que representavam forças naturais do universo.

Quando Gaia e Urano resolvem ter filhos, Urano, o céu, chove sobre a terra e dali nascem os 12 Titãs, 3 Ciclopes e os 2 Centímanos. Os Titãs eram criaturas enormes, com uma beleza muito grande, porém uma crueldade tão grande quanto a sua beleza. Eram seis homens e seis mulheres (titânides): Oceano, o rio que circundava o mundo, Céos, titã da inteligência, Crio, titã do inverno e do frio, Hiperião, titã do leste e do fogo astral, Jápeto, titã do oeste, Cronos, titã do tempo, Febe, titânide da coroa de ouro, Mnemosine, mãe das musas e titânide da memória, Réia, rainha dos titãs, ao lado de Cronos, Têmis, titânide das leis, Tétis titânide do mar e Teia titânide da Luz.

Os três ciclopes são criaturas com um único olho na testa que eram detentores dos três elementos básicos da energia, Raio, Trovão e Relâmpago, que depois vem a se tornar os elementos de Zeus. Os ciclopes são criaturas enormes, que suportam trabalhar em altas temperaturas, inclusive nas fossas de lava oriundas dos vulcões.

Os três Centímanos ou hecatônquiros, eram criaturas que o nome significa centenas de mãos, seus nomes eram Briareu, Coto e Giges e possuíam 100 braços e 50 cabeças, possuíam uma força enorme e eram terríveis para serem olhados. Com medo de sua natureza monstruosa, Urano os prendeu nas profundezas do Tártaro, depois na rebelião contra o Urano, são libertos e ajudam Cronos subir ao poder. (Pouzadoux, 2001)

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17 Os Titãs são as criaturas que possuem muita força e muita beleza, eram doze no total, sendo seis do sexo masculino e seis do sexo feminino. Os do sexo feminino são conhecidos também como titânides. As lendas sobre os Titãs são inúmeras, cada qual deles possuía uma natureza diferente, as mais presentes e importantes são as que tratam das guerras dos Titãs, primeiramente contra seu progenitor, Urano, e depois contra os Deuses olimpianos. Os Titãs eram por si criaturas que representavam algum fenômeno natural, como o mar, o tempo o inverno entre outros, entre eles originaram mais Titãs, como Atlas, que depois foi condenado a carregar o mundo nas costas pela eternidade e um dos mais importantes Prometeu, que vem a ajudar na evolução da raça Humana.

Em relação das lendas sobre os Titãs veremos três delas: A guerra contra Urano, A Titanomaquia e a Origem dos humanos, pois as três expressam com mais coerência os fatos que os Titãs sucederam na terra e as influências sobre os costumes e tradições gregas.

1.3.1. A guerra contra Urano.

Conforme Pouzadoux (2001, p.10) A rebelião contra Urano se inicia com o ato do mesmo prender seus filhos junto ao Tártaro, tomado pelo medo de uma profecia que falava sobre Urano perder o poder sobre a terra para um de seus filhos.

Cansada de carregar tantos de seus filhos dentro de si, Gaia, a terra resolve incentivar Cronos, o Titã do tempo a rebelar-se contra seu pai, Urano. E assim se faz, Cronos, com sua foice, liberta seus 11 irmãos titãs, os 3 Centímanos e os 3 Ciclopes do fundo do Tártaro para rebelar-se contra Urano.

Quando Urano se vê sem saída, traído pela própria Gaia e seus filhos, acaba por falecer quando Cronos corta seu corpo em pedaços. Suas genitais caem sobre o Oceano, e da espuma do mar nasce uma nova criatura, bela e incrível, Afrodite, deusa da beleza.

Cronos sobre ao poder, e leva consigo Réia, sua irmã e esposa tornando-se o novo líder do mundo. Com Réia ele tem vários filhos: Deméter, Hades, Hera, Hermes, Héstia, Poseidon e Zeus. Enquanto isso Gaia, tranquila de que seu filho estava no poder, resolve cair em sono eterno. (Pouzadoux, 2001)

1.3.2. A Titanomaquia.

Temeroso a que lhe acontecesse o mesmo que com seu pai, Cronos, a cada nascimento de um novo filho ou filha dele e de Réia, ele pedia para Réia lhe entregar a criança e a engolia viva. Porém o que ele próprio não esperava era que as crianças, assim como ele próprio seriam imortais.

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18 Réia desesperada pois já havia visto Deméter, Hades, Hera, Hermes, Héstia e Poseidon serem engolidos por Cronos, resolve mudar a situação. Ao nascer de seu último filho, Zeus, ela o escondeu em uma caverna na ilha de Creta e deu a Cronos em seu lugar uma pedra.

Zeus teria sido supostamente criado por uma Cabra, e os Curretes, demônios que gostam muito de barulho, ficariam ao seu redor fazendo barulhos para que Cronos não ouvisse os choros da criança. Quando chegou a idade adulta, já conhecia toda a sua história e resolve terminar com o reinado de Cronos.

Zeus dá a Cronos uma bebida que obrigasse ele a regurgitar os seus irmãos, e assim se seguiram 10 anos de batalha árdua, até que Réia diz-lhe que precisa ir até o Tártaro e pegar o Raio e o Trovão com os Ciclopes, só assim poderia derrotar seu pai. Com a ajuda dos Ciclopes e dos Centímanos ele ganha a guerra e corta Cronos. Como Zeus nunca teria vencido sem a ajuda de seus irmãos Poseidon e Hades, ele resolve dividir o mundo, Zeus, fica com o céu estrelado e a terra, Poseidon ficou com os mares, rios e oceanos e Hades com o mundo subterrâneo e acabou por ir reinar no Inferno, que para os gregos não significava um lugar de pecadores e sim, um lugar para onde todos iriam depois da morte.

1.3.3. Origem dos Homens

Pouzadoux (2001, p. 11) em seu livro explica que os deuses criaram primeiro o barro e os seres vivos, e deixaram os humanos em segundo plano, de começo, apenas com suas peles, não aguentavam o frio, não suportavam fugir de outras criaturas com suas pequenas pernas. A raça humana estava destinada a extinção. Porém um filho do titã Jápeto, de nome Prometeu, sente pena dos pobres mortais, e sabia que com a sua inteligência poderiam criar abrigos entre outros, mas para a espécie evoluir, era necessário que conhecessem o fogo.

Por isso Prometeu furtou da forja de Hefesto uma centelha do fogo dos deuses e entregou aos homens em um toco de árvore, escondido de Zeus. Porém Zeus percebeu logo este furto e jurou a vingança contra Prometeu e os homens.

Para isto ele cria a primeira mulher, Pandora, que era muito bela, e quando a mesma ficou pronta ele a mandou ir até Epimeteu irmão de Prometeu, que recebeu Pandora e a instalou em sua casa. Pandora trouxe consigo uma caixa, da qual não se deveria abrir de jeito nenhum. Mas um dia, movida pela curiosidade, abre a caixa, e deixa escapar por ela todas as desgraças do mundo dos humanos, o medo, a fome, a miséria... A primeira etapa da vingança estava feita, porém Prometeu foi ainda mais castigado.

Foi amarrado em um rochedo para que pela eternidade, durante o dia sofreria com um ataque de uma ave, todos os dias, e por ser imortal, durante a noite voltaria a ser como antes, para no dia seguinte ser devorado novamente. Assim se aprendeu que mesmo com todos os bens, pode vir junto um mal.

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19 1.4. DEUSES OLIMPIANOS

Os 12 Olimpianos são considerados pela mitologia os deuses mais importantes da mesma, uma vez que representam a maioria dos poderes e fenômenos naturais da terra. Via-se neles as representações de certas coisas, como por exemplo a água, o fogo, o céu entre outros, isto pois eles haviam necessidade de explicar os fenômenos da natureza de algum modo, o modo mais simples seria justifica-los por meio de divindades, que teriam seus sentimentos iguais aos dos seres humanos.

Os deuses da antiguidade grega eram muito reais, muito parecidos com pessoas com sentimentos de amor, de calma e muitas vezes raiva. Os antigos que acreditavam nestas divindades eram muito distintos ao dizer que todo o deus devia ser amado e respeitado.

Doze olimpianos são assim denominados devido ao fato de todos viverem no Monte Olimpo, uma das maiores montanhas da Grécia que fica próximo ao Mar Egeu e a cidade de Tessália. Nesta montanha alta, segundo a mitologia, haveria um grande palácio na qual ficaria a morada e local aonde os grandes deuses discutiam assuntos a eles convenientes. Os deuses olimpianos são os que ocupam uma cadeira nestas discussões, seriam eles: Zeus, Poseidon, Hera, Deméter, Afrodite, Ares, Atena, Apolo, Ártemis, Hermes, Hefesto e Dionísio. Acerta de todos estes existem diversas lendas, e há livros que contam seus grandes feitos e histórias. Por exemplo, um dos livros mais clássicos da Grécia Antiga, são os escritos por Homero, A Ilíada e a Odisseia, contam em diversas partes a interferência dos deuses durante a Guerra de Tróia e as travessias e aventuras de Odisseu.

Como já sabe-se cada um dos deuses tem diferentes lendas e crenças ao seu respeito, por isto selecionou-se uma série de lendas que contam com a participação de cada um dos deuses antigos olimpianos. (Pouzadoux,2001, p. 15)

1.4.1. Os Amores de Zeus

Uma história muito conhecida sobre os amores de Zeus é a seguinte, contada por Pouzadoux no Livro Contos e Lendas da Mitologia Grega vem nos contar de uma das histórias da antiguidade relativa a Zeus.

“O rei dos deuses não se dedicava apenas a desgraçar os homens. Também procurava fazer as mortais felizes, sobretudo aquelas que lhe agradavam... e foram muitas.

Embora fosse casado com a deusa Hera, Zeus teve inúmeras aventuras amorosas. Sua legítima esposa era ciumentíssima e não gostava nem um pouco das escapulidas do marido. Quando vinha a saber que ele tinha ido visitar uma mortal, ficava louca de raiva. Sua cólera só se aplacava quando ela se vingava da mortal ou dos filhos que essa mulher tivera com o

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20 deus. Hera estava sempre de olho em Zeus, que fazia de tudo

para escapar à sua vigilância.

Zeus gostava de assumir a aparência de algum bicho a fim de evitar a desconfiança de suas bonitas vítimas. Usou dessa artimanha para se aproximar da bela Leda. A jovem acabara de se casar com Tíndaro, rei da Lacedemónia. Zeus se transformou em cisne e, fingindo-se perseguido por uma águia, refugiou-se junto da jovem rainha, que o acolheu em seus braços. Aproveitando-se dessa terna proteção, ele se uniu a ela e lhe deixou dois ovos de tamanho incomum. De um nasceram dois gêmeos, Castor e Pólux; do outro, duas irmãs, Clitemnestra e Helena. Essa união permaneceu secreta, e Tíndaro acreditou que tinha dado quatro filhos à sua jovem esposa.

Os filhos nascidos das uniões passageiras de Zeus com as mortais tiveram um destino bem particular. Alguns conquistaram grande poder, como Minos, que se tornou um dos três juízes do Inferno.

A mãe de Minos era humana e se chamava Europa. Zeus tinha visto a moça quando ela jogava bola com as amigas à beira-mar. Impressionado com a delicadeza da sua silhueta e com a pureza de seus traços, não resistiu ao desejo de conhecê-la melhor. Não longe dali, pastavam touros novos. Ele se misturou ao rebanho na forma de um touro ainda mais bonito que os outros, notável por sua brancura e pelo vigor dos músculos. Europa ficou encantada com o esplendor do animal e a ternura do seu olhar. Sem medo do tamanho do touro, ela se aproximou dele, acariciou-o demoradamente e, confiante, montou nele. Nesse momento, o deus a raptou diante dos olhares impotentes das outras moças e a carregou pelos ares, acima do mar. O casal desapareceu no horizonte. Conta-se que Zeus levou Europa a Creta, onde ela deu à luz Minos. Quando estava na terra, Zeus nunca se mostrava em sua forma divina. Somente uma vez desobedeceu a essa regra. Tinha seduzido Sêmele, filha de Cadmo, rei de Tebas. A jovem mulher só se encontrava com ele à noite, portanto não conhecia a fisionomia do amante. Ela sabia que Zeus era um deus porque ele lhe sussurrara isso mais de uma vez. Hera, morrendo de ciúme ao ver o divino esposo apaixonado por uma mortal novamente, armou uma cilada para a rival.

Foi ter com Sêmele, sob a aparência de uma velhinha:

"Minha filha, peça-lhe como prova de amor que ele se mostre tal como é nos céus ao lado da esposa. Assim, você terá certeza de não ter sido enganada por um impostor."

Essas palavras fizeram a dúvida surgir no coração da jovem. Ela quis ver o amante e pediu que ele lhe fizesse um favor, mas não disse qual era. O deus aquiesceu, e quando soube do

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21 que se tratava, era tarde demais: dera sua palavra. Tentou

então desencorajar a moça. Em vão. Quanto mais procurava dissuadi-la, mais ela insistia.

Obrigado a cumprir o que prometera, ele se revelou em toda a sua potência, resplandecendo em relâmpagos. Ora, nem os olhos nem o corpo de uma mortal eram capazes de suportar o brilho daquela luz tão viva, e a infeliz nem teve tempo de entender isso: pereceu imediatamente, fulminada.

Acontece que Sêmele estava no sexto mês de gravidez, e Zeus se apressou a salvar o filho que ela trazia no ventre. Para dar continuidade à gestação, o deus abriu, na própria coxa, uma bolsa e nela colocou a criança. Depois, fechou-a com grampos de ouro. Quando o tempo fixado pelo destino chegou a seu termo, Zeus deu à luz Dionísio. Embora nascido de uma mãe mortal, o menino, por causa do pai, era imortal.” (Pouzadoux, 2001, p. 16-17)

1.4.2. Dionísio

Para Pouzadoux (2001, p. 18), não foi nada fácil proteger o pequeno e novo deus Dionísio da fúria de Hera, ela o perseguia para que ele pagasse pela traição de Zeus. Zeus então resolveu confiar o bebe a Hermes, que o deu a uma babá para que o vestisse de menina e disfarçasse ele. Porém não funcionou por muito tempo, logo, Zeus salvou o bebe novamente e deu-o para Nisa, que o criou em uma distante cidade da África.

Durante a infância Dionísio aprendeu a trabalhar com uvas, descobriu a vinha e aprendeu a fazer vinho. A partir disto nunca mais parou de disfrutar o sabor da bebida. Quando tornou-se adulto, saiu de sua cidade de infância, junto com sátiros e um grande cortejo, vestido de peles de animais. Depois foi o último dos deuses a entrar no Olimpo, Dioniso, também chamado Baco, era considerado o deus das videiras, do vinho e do delírio místico. O culto dionisíaco penetrou também na Itália e disseminou-se de tal forma que no século III a.C. o Senado romano, preocupado com sua licenciosidade, proibiu a celebração das Bacanais.

1.4.3. Ártemis

A deusa Ártemis é a deusa da caça é um exemplo de feminismo na idade clássica, e conforme o mito, Pouzadoux (2001, p. 21):

(22)

22 “Deusa da natureza selvagem, Ártemis era irmã gêmea

de Apolo. Nascera, como ele dos amores de Zeus com Leto, uma mortal. Sua atividade favorita era a caça, e por isso, de manhã até a noite, ela percorria os vales e as florestas num carro puxado por dois cervos.

Gostava de viver nos lugares selvagens, longe das cidades e dos homens, tendo como única companhia caçadoras que haviam feito voto de castidade. Um dia, voltando de uma caçada proveitosa, Ártemis se preparava para banhar o corpo cansado nas águas claras de uma fonte. As companheiras tinham acabado de lhe tirar as armas, as sandálias e a túnica, quando de repente apareceu um jovem caçador chamado Actéon. Ele se espantou tanto quanto a deusa e se deteve, fascinado com o espetáculo.

Sem suas armas, Ártemis não podia reagir. Com um gesto rápido, tapou a nudez e jogou água na cabeça do caçador, enfeitiçando-o. Imediatamente, surgiram chifres na testa do infeliz; seus pés se transformaram em cascos, e o corpo se cobriu da pelagem de um cervo. Actéon quis gritar, mas sua voz já não era humana. Então fugiu. Seus próprios cães, não reconhecendo o dono, correram atrás dele, fincaram-lhe os dentes e o dilaceraram.

A deusa se mostrou cruel porque não suportou a ideia de ser vista nua por um homem. Mas também sabia ser uma deusa prestativa e oferecer sua proteção, em particular às grávidas. De fato, desde pequena ela se revelara hábil na arte de auxiliar uma mulher a dar à luz. Mal saíra da barriga da mãe, Leto, ajudou-a no parto de Apolo, o irmão gêmeo.” (Pouzadoux, 2001, p.21)

1.4.4. Apolo e Poseidon

Conforme conta Pouzadoux em sua obra Contos e lendas da Mitologia Grega (2001, p. 23), vemos a história de Apolo Deus da poesia com Poseidon, deus dos mares:

A pobre Leto teve grande dificuldade para pôr no mundo seus dois filhos com Zeus. Nova conquista do soberano dos céus, também suportou o rancor tenaz da esposa dele, Hera.

Quando ela estava prestes a parir, a deusa, morrendo de ciúme, proibiu todos os lugares da terra de acolhê-la. As montanhas, as planícies, os rios, a natureza inteira temiam enfrentar a cólera divina e fugiam à aproximação da jovem mulher. Leto já estava quase sem forças

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23 quando uma pequena ilha, sem levar em conta as

ameaças de Hera, ofereceu-lhe hospitalidade e o repouso tão ansiado. Delos, pobre rochedo deserto, batido pelos ventos e pelas ondas, nada tinha a perder. Foi aí, ao pé da única palmeira da ilha, que dois novos deuses vieram à luz.

O nascimento de Apolo foi anunciado por um sinal prodigioso: sete cisnes sagrados deram sete voltas ao redor de Delos; sete vezes eles cantaram para a parturiente. Na oitava volta, calaram-se de súbito, e o bebê saiu do ventre materno. Desde então, essas aves de voz melodiosa passaram a ser os fetiches de Apolo, e Delos, seu lugar favorito.

O menino cresceu entre os hiperbóreos, para junto dos quais os cisnes o levaram quando nasceu. Esse povo habitava uma região distante, no extremo Norte do oceano, e vivia sob um céu sempre puro. Ao se tornar adulto, o deus foi para a Grécia.

Mal chegou a Delfos, onde queria fundar um santuário, soube que um dragão chamado Píton guardava o lugar e semeava o terror, massacrando homens e animais. Libertou a região desse monstro e foi aclamado salvador por seus habitantes, que logo o adotaram. Edificaram para ele um templo colossal, onde Apolo instalou sua sacerdotisa, a Pitonisa ou Pítia. Ela era encarregada de pronunciar as palavras que o deus lhe soprava. A seguir, um adivinho explicava o oráculo aos que vinham de toda a Grécia conhecer seu destino ou encontrar uma solução para um problema embaraçoso. Apolo não era amado apenas por seus atos benéficos; também lhe apreciavam a grande beleza. Tinha os traços delicados de uma mulher e a musculatura bem-feita de um atleta. Sua pele muito branca se destacava sob os cachos da cabeleira castanha. Ele encantava tanto as moças como os rapazes, mas, apesar disso, teve amores infelizes. A ninfa Dafne, filha do rio Peneu, foi a primeira a abrasar seu coração. Essa paixão repentina lhe foi inspirada por Eros, o deus do amor, que procurava se vingar de Apolo porque este o surpreendera um dia esticando a corda do seu arco. Rindo por ver aquela criança brincar com suas armas, Apolo as tomou dizendo que elas estavam reservadas para deuses mais poderosos. Eros pronunciou então estas palavras misteriosas:

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24 "Suas flechas não são as únicas que ferem a quem

atingem."

Eros atirou no deus uma seta que fez nascer o amor e, na ninfa, uma que gerou o sentimento oposto. Dafne rejeitou as investidas de Apolo e fugiu do deus, que foi atrás dela. Quando ele achava que a estava alcançando, a ninfa escapava, e então recomeçava a corrida. Dafne logo se cansou e, temendo não ter mais forças para se esquivar ao perseguidor, suplicou ao pai que a ajudasse. Peneu ouviu o apelo desesperado da filha e lhe deu imediatamente outra aparência. No momento em que Apolo ia enfim agarrá-la, encontrou um tronco de árvore rugoso e misturou seus cachos castanhos às folhas escuras de um loureiro: a moça havia perdido para sempre sua forma humana. Com o coração partido, Apolo jurou amar eternamente aquela árvore, com cujas folhas fez uma coroa, que pôs na cabeça. Foi assim que a coroa de louros se tornou o símbolo de Apolo. Por duas vezes, Apolo teve que servir a um mortal. Com outros deuses, ele havia conspirado contra Zeus, mas a conjuração fracassou. Para pagar pelo que fizeram, Zeus mandou Apolo e Poseidon como escravos a Laomedonte, rei de Tróia. Ora, este último estava precisando de mão-de-obra, porque queria construir uma grossa muralha em volta de sua cidade.

Satisfeitíssimo por contar com operários desse calibre, o rei de Tróia incumbiu Poseidon do trabalho. Um salário estabelecido previamente deveria recompensá-lo. O deus dos mares trocou então seu célebre tridente por uma pá de pedreiro e trabalhou, como escravo, na construção da cidadela. Erguida por um deus, ela seria inexpugnável, enquanto outro deus não ajudasse a tomá-la. Por duas vezes, Apolo teve que servir a um mortal. Com outros deuses, ele havia conspirado contra Zeus, mas a conjuração fracassou. Para pagar pelo que fizeram, Zeus mandou Apolo e Poseidon como escravos a Laomedonte, rei de Tróia. Ora, este último estava precisando de mão-de-obra, porque queria construir uma grossa muralha em volta de sua cidade.

Satisfeitíssimo por contar com operários desse calibre, o rei de Tróia incumbiu Poseidon do trabalho. Um salário estabelecido previamente deveria recompensá-lo. O deus dos mares trocou então seu célebre tridente por uma pá de pedreiro e trabalhou, como escravo, na construção da cidadela. Erguida por um deus, ela seria inexpugnável,

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25 enquanto outro deus não ajudasse a tomá-la.”

(Pouzadoux, 2001) 1.4.5. Hermes

Em Contos e lendas da Mitologia Grega, Pouzadoux (2001, p. 27) conta uma versão interessante da história do Deus da medicina e dos ladrões, Hermes:

“Quando Apolo ainda era pastor, seu irmãozinho Hermes lhe pregou uma peça e tanto. Aproveitando-se do descuido de Apolo, que sonhava em vez de vigiar o rebanho, roubou-lhe as ovelhas. Apolo estava longe de desconfiar que aquele menino, o qual imaginava ainda ser de colo, fosse capaz de enganá-lo. Mas era ele mesmo que conduzia agora o rebanho pelas planícies e vales até o denso bosque de Pilo. Ali deixou as ovelhas descansando, escondidas numa gruta. Depois voltou para junto da sua mãe Maia, com um sorriso malicioso nos lábios. (...)Apolo acabou encontrando a pista do rebanho. O vôo dos pássaros, que ele sabia interpretar, o ajudou a descobrir o esconderijo. Seus dons de adivinho lhe revelaram o autor do roubo:

"Menino feio", ralhou com o irmão, "você tem sorte de ainda usar fraldas. Senão, eu teria lhe dado uma boa sova!"

Mas a raiva de Apolo se aplacou quando ele ouviu os sons melodiosos que o menino tirava de um instrumento desconhecido. Todo contente, Hermes lhe deu o instrumento:

"É para você. É uma lira que acabei de inventar. Beliscando as cordas presas a cada extremidade desta carapaça de tartaruga, você vai obter os sons cristalinos que acompanharão seus cantos." Esquecendo os motivos do seu mau humor, Apolo até propôs a Hermes trocar o rebanho pelo instrumento. O negócio selou a reconciliação entre os dois irmãos. Quando Apolo ainda era pastor, seu irmãozinho Hermes lhe pregou uma peça e tanto. Aproveitando-se do descuido de Apolo, que sonhava em vez de vigiar o rebanho, roubou-lhe as ovelhas.

Por sua malícia e engenhosidade, Hermes demonstrava uma precocidade excepcional. Sempre curioso, o jovem deus não se limitou a esse achado. Teve a ideia de prender um aos outros caniços de comprimentos diferentes para confeccionar um instrumento. Levou-o aos lábios e soprou delicadamente em cada orifício. Foi assim que inventou a flauta. Apolo ficou encantado com essa nova invenção e quis logo adquiri-la. Em troca, ofereceu ao irmãozinho o cajado de ouro que usava para pastorear. Esse cajado virou o caduceu, símbolo de Hermes.” (Pouzadoux, 2001)

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26 1.4.6. Hades e seu reino

Relacionado ao senhor do mundo inferior, Hades, Pouzadoux (2001,p.29 a 31 nos traz uma interessante versão sobre o reino inferior e seu governante:

“No limite da terra, onde o sol se põe e o oceano começa, abria-se o império dos mortos, no qual reinava o poderoso Hades. O mundo subterrâneo era rodeado de todos os lados por pântanos e rios. Portanto, as sombras dos defuntos tinham que passar pelas águas lamacentas do Estige e do Aqueronte para entrar nos domínios de Hades. O barqueiro Caronte aguardava na margem e só aceitava a bordo da sua barca os mortos que tivessem sido sepultados. Os outros, os que não foram encontrados ou foram abandonados, eram condenados a errar eternamente na entrada do Inferno, enquanto esperavam que um vivo resolvesse enterrá-los.

Aqueles que embarcavam tinham que pagar Caronte. Era por isso, para que o morto pagasse sua passagem, que os gregos punham uma moeda entre os dentes dele durante o funeral.

Uma vez na barca, os defuntos deixavam definitivamente o mundo dos vivos. Quem fazia a viagem num sentido, jamais podia retornar nem ver de novo a luz. Cérbero, o cão de três cabeças, tratava de impedir os que tentassem fazê-lo. Postado na entrada do reino, recebia com amabilidade os passageiros de Caronte. Mas se alguém procurasse voltar, mostrava-se um guardião feroz. Ora, mais de um defunto aspirava à luz logo que desembarcava na monótona planície dos Asfódelos. Arvores sombrias var riam tristemente o chão com seus galhos. Que lugar sinistro! Os mortos eram julgados de acordo com sua vida passada e, conforme seus erros, eram postos em diferentes lugares. Minos, Éaco e Radamanto é que examinavam a vida passada dos defuntos e pronunciavam um julgamento. Eles haviam sido designados juízes por sua sabedoria e vida exemplar.

Os que não cometeram nenhum crime mas não se distinguiram por nenhuma ação virtuosa, ficavam na planície dos Asfódelos por toda a eternidade. Aos heróis e aos homens virtuosos, os juízes reservavam os Campos Elísios. Lá se estendiam clareiras floridas das quais se elevava o canto dos pássaros e os acordes melodiosos da lira. Os bem-aventurados se divertiam em banquetes onde o vinho corria à larga. Já os desgraçados que foram culpados de algum erro, recebiam punição

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27 eterna. Eram encerrados no soturno Tártaro, cercado

pelos meandros do rio Estige, e lá sofriam suplícios proporcionais a suas faltas. Tântalo, rei da Lídia, cometera em vida um crime horrível. Recebendo a visita dos deuses, servira-lhes seu próprio filho Pélope-, a fim de ver se eles eram capazes de identificar a carne humana. Um só bocado bastou para que os deuses reconhecessem que o que comiam não era um animal. Indignados, conseguiram trazer Pélope de volta à vida, mas o rapaz guardou para sempre um vestígio desse banquete funesto: o ombro devorado foi substituído por um pedaço de marfim.

Quanto a Tântalo, foi atirado nas profundezas do Tártaro para sofrer uma punição terrível. Mergulharam-no até o pescoço num lago, debaixo de uma árvore com galhos carregados de frutas maduras. Apesar disso, ele nunca saciaria sua sede nem mataria sua fome. A água recuava, mal ele aproximava os lábios secos. Quando estendia a mão para colher uma fruta, os galhos se erguiam. Numerosos supliciados povoavam assim essa parte do reino.

Hades era o soberano onipotente de lá, porém não demorou para que o poder deixasse de compensar sua profunda solidão. Cansado de reinar sozinho sobre aquele povo de sombras, quis se casar. Infelizmente, as noivas eram muito raras. Nenhuma deusa e nenhuma mortal queriam adotar aquela vida debaixo da terra, privada para todo o sempre da luz do sol. Logo, ele se viu obrigado a raptar uma noiva. Sua escolha recaiu em Perséfone, uma das moças mais bonitas da Sicília.” (Pouzadoux, 2001)

1.4.7. Deméter e Perséfone

Ainda seguindo a obra de Pouzadoux (2001, p. 32 e 33), conhecemos a lenda que dá origem as quatro estações do ano:

“Hades aproveitou um dia em que Perséfone passeava sozinha. Quando ela se inclinou para aspirar o perfume de uma flor, a terra tremeu com grande estrondo. Uma falha se abriu bruscamente, e dela surgiu o deus do Inferno, num carro puxado por quatro cavalos negros. A jovem nem teve tempo de se recuperar do susto, porque ele a agarrou pela cintura e a levou consigo. O carro sumiu tão depressa quanto tinha aparecido, e a brecha se fechou atrás deles.

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28 Os gritos desesperados de Perséfone foram ouvidos por

sua mãe, Deméter. Ela acudiu, mas tarde demais. Nada assinalava a passagem do deus. Somente o ar agitado conservava o vestígio dessa aparição súbita, e as flores caídas atestavam silenciosas uma agitação recente. Apavorada, a pobre mãe não sabia mais aonde ia. Errava pelo lugar, esquecendo seus deveres para com os homens. Normalmente, sua função de deusa da colheita, do trigo e de todas as plantas lhe impunha vigiar a produção agrícola. Na ausência de Deméter, o trigo se recusou a germinar, as plantas cessaram de crescer, e a terra inteira se tornou estéril. Então os deuses resolveram intervir. O Sol, que tudo viu, revelou a Deméter onde estava sua filha. A princípio ela ficou aliviada por Perséfone estar viva, mas quando soube quem a detinha, exigiu que Zeus obtivesse sua libertação.

”Entendo sua dor de mãe", o deus lhe respondeu. "Intercederei por você junto a Hades. Ele vai devolver sua filha, ou não me chamo Zeus!"

Mas Hades se negou a deixar a doce companheira partir. Deméter decidiu então abandonar suas funções. Pouco lhe importava como os deuses e os mortais viveriam sem ela.

Ela também não podia viver sem a filha. Assumiu o aspecto de uma velhinha e se exilou voluntariamente na terra. Iniciou-se então um período cruel para os homens. De novo o solo secou, e a fome ameaçou a espécie humana. Essa situação não podia mais persistir. Os deuses se reuniram no palácio de Zeus e concordaram em persuadir Hades a devolver Perséfone à mãe. Zeus tomou a palavra:

"Caro irmão, você é o soberano do reino subterrâneo. Como tal, age de acordo com a sua vontade, contanto que não se meta neste mundo. Ora, desde que você reteve Perséfone, sua mãe recusa alimento aos mortais. Pela mesma razão, os sacrifícios se fazem raros. Você não pode deixar essa situação se agravar. Devolva a moça!" "Entendo sua dor de mãe", o deus lhe respondeu. "Intercederei por você junto a Hades. Ele vai devolver sua filha, ou não me chamo Zeus!" Mas Hades se negou a deixar a doce companheira partir. Deméter decidiu então abandonar suas funções. Pouco lhe importava como os deuses e os mortais viveriam sem ela. Ela também não podia viver sem a filha. Assumiu o aspecto de uma

(29)

29 velhinha e se exilou voluntariamente na terra. Iniciou-se

então um período cruel para os homens. De novo o solo secou, e a fome ameaçou a espécie humana. Essa situação não podia mais persistir. Os deuses se reuniram no palácio de Zeus e concordaram em persuadir Hades a devolver Perséfone à mãe. Zeus tomou a palavra:

"Caro irmão, você é o soberano do reino subterrâneo. Como tal, age de acordo com sua vontade, contanto que não se meta neste mundo. Ora, desde que você reteve Perséfone, sua mãe recusa alimento aos mortais. Pela mesma razão, os sacrifícios se fazem raros. Você não pode deixar essa situação se agravar. Devolva a moça!" "Está bem!", disse o deus esperto. "Mas antes preciso verificar se ela não comeu ou bebeu alguma coisa durante sua estada, senão ela não pode mais voltar à terra. E a lei."

Interrogada, Perséfone respondeu com candura que tinha experimentado as sementes de uma romã. Hades exultou. Mas acabaram fazendo um trato: Deméter teve que aceitar que sua filha permanecesse três meses ao lado de Hades e subisse para ficar com ela o resto do ano.

Assim que eles representam as 4 estações do ano, sendo que a Primavera é quando Perséfone sobe ao mundo dos humanos e assim por diante.” (Pouzadoux, 2001)

1.4.8. Hefesto, Afrodite e Ares

Pouzadoux (2001, p.38, a 41) chegamos a conhecer a lenda que dá origem aos grandes mitos que envolvem este triangulo amoroso celestial:

“Como Hades, Hefesto quis ter a companhia de uma bonita deusa. O deus ferreiro morava numa grande gruta aberta na encosta de um vulcão. Ali instalou sua oficina com pesadas bigornas, foles incansáveis e ferros em brasa. As marteladas ressoavam o dia inteiro nesse antro barulhento, porque o deus, ajudado pelos Ciclopes, passava o tempo fabricando magníficas armas. Ele sabia trabalhar os metais melhor do que ninguém, e nenhuma proeza técnica lhe era impossível.

De suas mãos hábeis saiu um dia uma rede, toda feita de bronze. Era tão fina que mal dava para se distinguirem as malhas. E, no entanto, cada fio tinha a solidez de doze

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30 cabos. Nenhum animal, por mais forte que fosse, teria

podido se safar dela.

A presa que o deus queria capturar era de porte... Ele estava se preparando para surpreender sua própria esposa, Afrodite, na companhia do amante, o impetuoso Ares, o deus da guerra em pessoa. As aventuras da volúvel deusa tinham sido denunciadas pelo Sol, e o marido não pretendia continuar a ser enganado.

É preciso dizer que o casamento deles não era dos mais sólidos. Alguns anos antes, na época em que se casaram, a união da mais linda das deusas com aquele ser disforme espantara os deuses. De fato, Hefesto não era favorecido pela natureza e tinha por esposa a mais bela de todas as criaturas.

Afrodite era filha de Urano e veio à luz numa concha de madrepérola. Desde que nascera, encantara a todos com sua beleza excepcional. Um terno sorriso animava continuamente seus traços delicados. A brancura da pele rivalizava em brilho com o dourado dos longos cabelos. Sua chegada ao Olimpo não passou despercebida. As rivais de Afrodite, as outras deusas, viram-na com maus olhos, enquanto os deuses tentaram em vão seduzi-la. Eles ainda ignoravam que Hera já a tinha prometido a um de seus filhos, o deus Hefesto.

A esposa de Zeus esperava assim se reconciliar com esse filho que ela havia maltratado tanto. Ao nascer, Hefesto era uma criança desproporcionada, com cabeça enorme e membros frágeis. Sua mãe se recusou a reconhece-lo. Agarrou-o pela perna e o atirou nos ares. O bebê caiu no oceano, onde as ninfas marinhas, Tétis e Eurínome, o acolheram. A queda, que por pouco não foi fatal para ele, conferiu a Hefesto uma deficiência que acentuou sua deformidade natural. Apesar dessas desgraças, o deus coxo teve uma infância feliz. Desenvolveu excepcionais qualidades para o trabalho dos metais, e a fama dele chegou aos deuses. Para provar suas boas intensões, Hera decidiu lhe dar Afrodite como esposa.

Hefesto se mostrou mais que satisfeito com essa companheira inesperada, e Afrodite aceitou de imediato a união. Ela estava fascinada com o talento do artista e contava que este lhe faria joias de dar inveja às outras deusas.

Mas a vida que ele lhe oferecia nas forjas não convinha à deusa. O calor e o barulho logo se tornaram insuportáveis, e ela teria preferido uma companhia mais refinada que a dos Ciclopes. Assim, a deusa do amor não

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31 demorou a ir buscar fora de casa os prazeres e delícias

da vida que lhe faltavam.

Ares, deus da guerra, conquistou-a. Hefesto não desconfiou de nada, e Afrodite se aproveitou disso. Inventando pretextos, ela ia se encontrar com o amante. O casal se separava antes do raiar do dia. Depois, seus encontros apaixonados se tornaram cada vez mais frequentes, e a vigilância dos dois diminuiu.

Certa manhã, esqueceram-se de acordar e foram surpreendidos pelo Sol. Com inveja do deus da guerra por Afrodite tê-lo preferido, o Sol contou a aventura a Hefesto. O deus não deixou sua raiva se manifestar: decidiu pegar a infiel em flagrante.

Foi para isso que o hábil ferreiro concebeu a prodigiosa rede de bronze. Armou-a acima da cama em que os amantes se encontravam. Um fio oculto atrás do cortinado deveria acionar seu fechamento. Quando a armadilha ficou pronta, Hefesto anunciou à esposa que iria se ausentar por alguns dias. Mal o deus desapareceu na curva de uma estrada, ela chamou Ares.

Hefesto deu tempo suficiente para os dois se deitarem e voltou para casa. Da porta, já podia ouvir os palavrões de Ares misturados aos gritos de raiva da amante: quanto mais eles se debatiam, mais as malhas da rede apertavam.

Não contente em tê-los surpreendidos, Hefesto lhes ofereceu como espetáculo aos outros deuses, que adoravam esse gênero de divertimento e não se fizeram de rogados. Alguns até sentiram inveja do pobre Ares. Os amores que despertavam pela deusa Afrodite causaram grandes conflitos, entre eles o da Guerra de Tróia.” (Pouzadoux, 2001)

1.4.9. O Julgamento de Páris

A história de Páris é a que dá origem a história da grande Guerra de Tróia, e esta adaptação foi criada em cima do livro Contos e Lendas da Mitologia Grega de Pouzadoux (2001, p. 42 a 44) Durante uma reunião entre os Deuses, então Éris, a deusa da discórdia, lançou sobre a mesa onde estavam sentados um pomo de ouro, e ao mesmo tempo Hera, Atena e Afrodite estenderam a mão para ele. Então ela se levanta e diz que o mesmo é para a mais Bela.

Ao mesmo tempo se inicia uma discussão entre as três para decidir qual das três seria a mais bela. Então Éris sugere:

"Só um homem que não as conheça saberá escolher. E necessário um olhar novo e um espírito virgem. As três devem comparecer juntas diante de Páris, um

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32 jovem pastor que ainda não sabe que é filho do rei Príamo de Tróia. Ele passa os dias nas montanhas pastando suas ovelhas. Deixem-no julgar." (Pouzadoux,2001, p. 42)

Guiadas por Hermes, as três deusas, impacientes por saber do resultado, foram às encostas do Ida. Para convencer o árbitro, cada uma delas se cobriu com seus mais lindos adornos. E, uma após a outra, procuraram convencê-lo fazendo-lhe promessas tentadoras. Hera começou:

"Você está destinado a subir ao trono de Tróia. Se escolher a mim, esposa do Senhor dos Céus, prometo-lhe o domínio de toda a Ásia." (Pouzadoux, 2001, p.42)

Atena, a deusa da inteligência e da guerra, sucedeu-a:

"O poder sem a sabedoria não é nada. Em troca do pomo, eu lhe ofereço as artes políticas e militares que lhe permitirão reinar e conquistar as cidades." (Pouzadoux, 2001, p. 43)

Afrodite foi a última a falar:

"Você é bonito, Páris, e seria justo que obtivesse o amor da mais bela de todas as mulheres. Escolha-me, e lhe darei Helena."(Pouzadoux, 2001 p. 43)

Apesar da impressão que cada uma produziu no rapaz, as últimas palavras de Afrodite foram as que mais tocaram seu coração. Correspondendo ao desejo que a deusa fizera nascer nele, falou:

"Belas damas, vocês três são tão majestosas e tão divinas que não têm o que invejar uma da outra. Mas, à força e à glória, prefiro o amor." (Pouzadoux, 2001, p.44)

Com essas palavras, deu o pomo a Afrodite como prêmio para sua beleza. E também, conquistou o coração de Helena o que viria a causar a terrível guerra de Tróia.(Pouzadoux, 2001).

1.5. HERÓIS OU SEMIDEUSES.

As lendas gregas sobre os Heróis são infinitas, heróis são a prole mortal de deuses e seres humanos mortais. Também são protagonistas das mais variadas histórias. As que mais conhecemos são as escritas em A Ilíada e A Odisseia.

Na primeira temos a visão de Aquiles, um dos grandes heróis da mitologia, portanto decidiu-se selecionar apenas a lenda do mesmo por não haver necessidade de conhecermos todas elas.

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33 1.5.1. Aquiles

Conforme O livro de ouro da Mitologia (Bulfinch, 2006, Rio de Janeiro, Ediouro, 34ª edição), Aquiles era filho de Tétis a Ninfa Marinha, e de Peleu, Rei dos mirmidões da Tessália. Ao nascer sua mãe o segurou pelos calcanhares e o mergulhou de cabeça para baixo no Estige, rio que dava sete voltas no inferno, e deu a Aquiles uma espécie de capa protetora, ou seja, nada penetrava o corpo de Aquiles.

Uma profecia condenava Aquiles a morrer jovem no campo de batalha, e esta profecia fez com que seu pai Peleu, o criasse como menina na Corte Licomedes, na ilha de Ciros. Ulisses sabia que somente com a ajuda de Aquiles com seu poder, venceriam a guerra contra Tróia, recorreu a ardil para identificá-lo entre as moças, Aquiles foi convencido a marchar para Tróia.

No décimo ano de luta, capturou a jovem Briseida, que lhe foi tomada por Agamenon, chefe supremo dos Gregos, revoltado Aquiles retirou-se da guerra, e o convenceram a dar a armadura que usava ao seu amigo (em algumas lendas primo) Pátroclo. Heitor filho do rei de Tróia, matou Pátroclo e para vingar Aquiles faz as pazes com Agamenon, para ter a oportunidade de enfrentar Heitor.

Aquiles mata Heitor e arrasta seu corpo em torno da sepultura de Pátroclo, porem, Páris, irmão de Heitor, atirou uma flecha envenenada em Aquiles, e atingiu seu único ponto vulnerável, os calcanhares, local que sua mãe segurou para mergulhá-lo no rio. E então que surgiu a expressão “calcanhar de Aquiles”, quando se refere a ponto fraco, de alguém ou de algo. Também o termo médio do tendão de Aquiles, que também faz referência a lenda. (Bulfinch, 2006)

1.6. MONSTROS E CRIATURAS

Os Monstros da mitologia são diversos, assim como os heróis, normalmente falam sobre alguma perseguição ou algum grande mal a população, dentre eles temos a Medusa, o Minotauro e assim por diante. Decidiu-se selecionar apenas um aqui também, por isso direcionei para a lenda do Minotauro que é uma das mais conhecidas e exploradas no mundo da mitologia.

1.6.1. O Minotauro.

No livro intitulado O Minotauro (MacGillivray, 2002, Rio de Janeiro, Record) além de ser uma importante obra sobre a arqueologia da Grécia antiga, em especial da ilha de Creta, também nos conta brevemente a história do Minotauro.

O Minotauro (touro de Minos) é uma figura mitológica criada na Grécia Antiga. Com cabeça e cauda de touro num corpo de homem, personagem que causava muito medo nos gregos antigos. De acordo com o mito, a criatura habitava um labirinto na Ilha de Creta que era governada pelo rei Minos.

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34 Conta a história que antes de ser Rei, Minos teria pedido ajuda a Poseidon para que o fizesse rei. Porém para que isto acontecesse Poseidon pediu para Minos sacrificar um belo touro branco que sairia do mar. Ao ver o touro Minos se encanta por sua beleza e acaba sacrificando outro touro em seu lugar.

Irritado com a atitude do rei, Poseidon resolve castigar o mortal. Faz com que a esposa de Minos, Pasífae, se apaixonasse pelo touro, e além disto ela acaba por engravidar do touro. Nasceu desta união o Minotauro. Desesperado e com muito medo, Minos solicitou a Dédalo que este construísse um labirinto que abrigasse a criatura. O labirinto foi construído no subsolo do palácio de Minos, na cidade de Cnossos, em Creta.

Após vencer e dominar, numa guerra, os atenienses, que haviam matado Androceu, o rei de Creta, ilha grega, foi ordenado que todo ano sete rapazes e sete moças de Atenas para serem devorados pelo Minotauro. Ao lá chegarem todos eram recebidos com muitas comemorações entre outros para depois serem jogados para a fera devorá-los

Após o terceiro ano de sacrifícios, o herói grego Teseu resolve apresentar-se voluntariamente para ir à Creta matar o Minotauro em vingança de apresentar-seu povo. Ao chegar na ilha, Ariadne (filha do rei Minos) apaixona-se pelo herói grego e resolve ajudá-lo, entregando-lhe um novelo de lã para que Teseu pudesse marcar o caminho na entrada e não se perder no grandioso e perigoso labirinto. Tomando todo cuidado, Teseu escondeu-se entre as paredes do labirinto e atacou o monstro de surpresa. Usou uma espada mágica, que havia ganhado de presente de Ariadne, colocando fim aquela terrível criatura. Todos os perdidos no labirinto saíram usando o fio de lã como referência.

Este mito sempre foi muito contado por toda a antiguidade e continua sendo contado até hoje. ((MacGillivray, 2002)

2. HISTÓRIA, MITOLOGIA E LUDICIDADE 2.1. LUDICIDADE

Ludicidade, uma teoria interessante que poucos conhecem e estudam a mesma. Ela também foi alvo de grandes pesquisadores das práticas didáticas como Jean Piaget e Lev Vygotsky, porém todas estas teorias de ensino e aprendizagem são normalmente viabilizadas as práticas de ensino na Educação Infantil e nas Séries Iniciais da Educação Básica e dificilmente abordadas na prática pedagógica das Séries finais e Ensino médio.

Para se tornar mais prático, comecemos explicando o que é Ludicidade? Ludicidade nada mais é do que a capacidade de ensinar e aprender através de

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35 brincadeiras, métodos diversificados modos e práticas de ensino para que o aluno consiga a consiga a construção da sua aprendizagem.

Acredita-se muito na construção desta aprendizagem, teóricos da área da pedagogia e da psicopedagogia já tratam muito de uma troca de papéis, o professor sendo mediador de conhecimentos e não a única fonte do mesmo. Nesta ideia busca-se construir um novo caminho de aprendizagens e significações na vida do aluno.

Atualmente em nossas escolas vivemos um processo cada vez mais complicado para se atrair a atenção dos alunos. Vivemos em uma era digital, onde é tão mais fácil receber conhecimento mediado via on-line do que prestar atenção em uma aula tradicional onde se recebe um material escrito e é necessário ler, entender e interpretar o mesmo. Não como uma crítica a internet, bem do contrário é necessário incluí-la na educação dos jovens conforme tratarei mais adiante, o que queremos mostrar aqui, é o pensamento de um dos integrantes do Conselho Nacional de Educação em 2012, Mozart Neves Ramos afirmou em entrevista em novembro do mesmo ano:

“O Brasil ainda tem uma escola do século XIX, professores do século XX e alunos do século XXI.”

(Ramos, Mozart Neves – 2012, em Entrevista para o site G1)

Isto nos mostra claramente que ainda temos uma grande evolução para realizar dentro das escolas, e aqui gostar-se-ia de trazer uma metodologia capaz de incentivar mais a produção dentro de sala de aula dentro das significações dos educandos. Ao realizar minha pesquisa me deparei com um artigo publicado na internet e escrito pela professora Maria de Lurdes Mattos Dantas Barbosa (2008, p. 4) no Artigo A ludicidade no Ensino de História o qual ela trata:

“(...)As Diretrizes Curriculares para o Curso de História, não prioriza, ou sequer coloca em paridade, os estudos da área pedagógica em relação à pesquisa, mas prioriza essa última, quando diz que é necessário formar o professor para o exercício da pesquisa no campo da História e da historiografia. Neste caso, a pesquisa servirá de importante instrumento para a inclusão no mercado de trabalho. É evidente que os conhecimentos pedagógicos são estritamente complementares enquanto, que a pesquisa figura como elemento essencial e básico na preparação dos profissionais em História. Ignoram que os conflitos e os problemas são globais e planetários e que os saberes pedagógicos, na verdade estão em todo o fazer humano e científico de forma multidisciplinar.

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36 Também é importante ressaltar que a ludicidade não faz

parte do currículo oficial dos cursos de Licenciatura da maioria das Universidades. Portanto, os professores que lecionam geralmente no ensino fundamental I (1ª a 4ª série), fundamental lI (5ª a 8ª ) e Ensino Médio, não tiveram formação acadêmica ou sequer curso de extensão, ou mesmo qualquer orientação lúdica por parte dos responsáveis pelas instituições, para desempenharem bem as atividades lúdicas. (...)”

(Barbosa, Maria de Lurdes - 2008)

Aqui a professora citada traz para a explicação do pouco uso da ludicidade devido à falta de acesso que os futuros professores têm em relação a temas como ludicidade. Isto é claro em qualquer grade curricular das universidades, os cursos de licenciatura devem com toda a certeza ter bastante enfoque na área da pesquisa, porém no caso de licenciaturas eles devem possuir o mesmo enfoque na área didática, pois grande parte dos professores recém formados saem com estas dúvidas de como ensinar e para o que ensinar história nas escolas.

Acredito que é justo esta distinção que devemos ter entre cursos de bacharelado e licenciatura nas universidades, e a área de Ciências Humanas é uma área muito tranquila para a aprendizagem do aluno, mas muitas vezes se torna monótona devido a uma aula na qual ele precisa sentar, ler um livro pelo qual não se interessa neste momento ao invés de poder jogar um jogo que poderia lhe passar a mesma informação do que a leitura daquelas páginas.

Quando se comenta sobre ludicidade a impressão que fica é que deveríamos trocar de forma plena e completa a maneira de ensinar, porém não é bem este o significado, ela nos traz apenas novas formas e novas ideias de como ensinar, acrescentando valores e significados aos alunos, isso a torna uma teoria tão impressionante para a prática pedagógica.

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37 A ludicidade representa aqui um dos possíveis caminhos para a tentativa de mudança neste plano de ensino, no qual o professor se tornaria este mediador, levando o conhecimento até a criança ou adolescente de forma agradável, mas isto também vem a nos retirar alguns pensamentos que vem sendo construídos ao longo dos anos. Também nos leva a ter algumas conclusões que podem ou não agradar a todos os professores. Devemos sempre ter em mente que cada turma é uma turma, cada série tem seus níveis a serem alcançados a ludicidade é um dos caminhos porém não se pode deixar o teórico de fora, há necessidade de uma intersecção entre os mesmos. Agora que já se sabe o que representa a ludicidade, o que a mesma tem em relação a Mitologia Grega e ao ensino de História? Por mais estranho que pareça as três possuem uma relação que se completa. Abaixo um Diagrama de Venn para transmitir este significado. No mesmo o espaço no qual diz conteúdos seria o que representa a Mitologia Grega, neste caso um conteúdo a ser trab alh ado na esc ola. Fig ura 1. Dia gra ma

das interligações entre História, Conteúdos e Ludicidade.

Neste, podemos perceber alguns fatores importantes a serem considerados na aprendizagem dos educandos seja em qual for a fase de ensino que o mesmo se encontra. Primeiro vamos analisar a intersecção entre Ensino de História e Conteúdos, entre este meio possuímos a palavra Estudo. Decidi colocar esta palavra no meio devido ao simples fato de que este é o sistema de ensino do qual utiliza-se hoje, o ensino de história relacionado aos conteúdos que temos para trabalhar em sala de aula. Primeira relação no ensino de História que precisamos descartar é a seguinte: Livro texto da disciplina é Material Didático de Apoio, muitas vezes isto não se torna claro, pois vemos e vivenciamos práticas na qual o Livro

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