• Nenhum resultado encontrado

2. HISTÓRIA, MITOLOGIA E LUDICIDADE

2.2. O ENSINO DE HISTÓRIA

O ensino de história é a prática de sala de aula relacionada a disciplina de história, atualmente temos uma ideia diferente do que no passado, ao analisar o livro Ensino de História nos anos iniciais do Ensino Fundamental: teoria, conceitos e uso de fontes escrito por Bianca B. Zucchi (2012, página 19 e 20), ela nos traz uma pequena história do Ensino de História na escola, em texto do livro ela trata das alterações na LDB e no PCN, contando que na primeira LDB em 1971 o ensino de história e geografia se juntam na disciplina conhecida como Estudos Sociais nos anos iniciais e nos anos finais (na época Primeiro e Segundo Graus) ficou como a conhecida Educação Moral e Cívica e o OSPB, Organização Social e Política do Brasil, isto para que os militares pudessem possuir um maior controle do que era ensinado na escola.

Com o fim do regime militar no país, as organizações de professores de história e geografia (ANPUH e AGB) conseguiram a separação das disciplinas conforme o que ocorre hoje, afinal ambas possuem diferentes objetivos sendo que uma estuda o ser humana na sua caminhada pelo tempo e a outra estuda as características físicas entre as regiões e a ação dos seres humanos com relação a paisagem.

Segundo a autora: “(...) a história faz parte da vida acadêmica das crianças e dos jovens brasileiros (...) pelo menos por 11 anos. Esse aprendizado tem início formalmente no segundo ano do Ensino fundamental e se estende até o último ano do Ensino Médio.” (Zucchi, 2012, p. 21).

Esta discussão seguiu por muitos anos ainda quando relacionada ao ensino de história nas escolas, e segundo Marcos Antônio da Silva e

41 Selva Guimarães Fonseca no artigo Ensino de História hoje, errâncias,

conquistas e perdas (2010, Revista Brasileira de História, São Paulo, p. 14):

“O crescimento da indústria editorial e das escolas privadas, nos vários níveis de ensino, simultaneamente ao recuo de sindicatos e outras entidades associativas, marcam certa inflexão do debate das políticas educacionais para o ensino de História desde a década de 1990, com a perda ou o recuo de lutas coletivas. Ao mesmo tempo, cresceu a pesquisa científica cujo objeto de estudo é o ensino e a aprendizagem de História; passou-se a valorizar, cada vez mais, a cultura escolar, os saberes e as práticas educativas, desenvolvidos em diferentes lugares por docentes e outros atores do processo educativo. Essa foi uma conquista importante porque reafirmou, entre nós, a concepção de que ensinar História não é apenas repetir, reproduzir conhecimentos eruditos produzidos noutros espaços: existe também uma produção escolar.” (Silva & Fonseca, 2010 p. 14)

Ao Ensino de História e a aprendizagem do aluno é de grande importância de que os professores encontrem novas maneiras de ensinar encarando as realidades de cada um dos alunos. Como os autores expressam que vemos anteriormente, continuam a afirmar que:

“Para nós, a concepção, hoje bastante difundida, de que o ensino e a aprendizagem de História, bem como o processo educativo em geral, abrangem qualquer momento e qualquer lugar não merece nem pode ser desdobrada num abandono da escola como lugar descartável. Ao contrário, a escola continua a ser um espaço de enorme importância para amplos setores da população que não possuem biblioteca, laboratório e computadores em casa – a maior parte da população.” (Silva e Fonseca, 2010, p. 14)

Portanto podemos concluir que o Ensino de história evoluiu muito até hoje, atualmente de acordo com o PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais) de História e Geografia exigem que as crianças e adolescentes saiam dos níveis da Educação Básica com além de uma leva de conhecimentos, identificando culturas diversificadas e saindo com um espírito crítico relacionados a atitudes políticas e econômicas da sociedade.

42 2.2.1. Trabalhando com Interdisciplinaridade

Antes de verificarmos qual é o papel do ensino de História na interdisciplinaridade, precisamos entender o que é esta interdisciplinaridade. Ela representa a integração e interação das diversas áreas do conhecimento seja qual for a disciplina que se está trabalhando.

Os maiores dos desafios do professor trabalhar na interdisciplinaridade é a questão do domínio dos conteúdos e também é um desafio para que se quebre um pouco da escola tradicional a qual os educandos estão acostumados.

A interdisciplinaridade é uma das maneiras mais fáceis de integrar diversos conteúdos a diversas áreas conforme mostra a imagem, uma vez que a educação se torna um ciclo.

FIGURA 2. Ciclo que representa a interdisciplinaridade

Isto exige um pouco além das escolas que necessitam mais organização no planejamento entre as áreas de ensino. Atualmente a grande maioria das escolas possui o horário de planejamento para cada área em específico, para acontecer a interdisciplinaridade é necessário que ocorressem reuniões onde todas as áreas compartilhariam de ideias e adaptariam estes mesmos projetos e ideias entre si, após isto então uma reunião para cada área poder discutir como incrementar estes projetos nas escolas.

Certamente que nem sempre a interdisciplinaridade ocorre em sua plenitude, nem sempre todos os componentes podem ser adaptados a ensinar seus conteúdos conforme um tema estipulado, porém cada área poderia fazer o seu possível para conseguir. É nesse sentido que se busca instruir a nova pratica

43 curricular, produzindo uma nova ambiência social na qual os conhecimentos das ciências venham a fazer parte de novas formas de interlocução, interpretação e ação, valorizando relações com o dia-a-dia fora da escola. Diálogo e questionamento sustentados pelo compartilhamento de saberes sistematicamente enriquecidos de novos discursos, olhares e vozes enriquecem as novas formas de pensamento e ação articuladas numa perspectiva transformadora de culturas diversificadas, conforme o visto no artigo A Interdisciplinaridade no Ambiente Escolar, (GALIAZZI; AUTH; MORAES; MANCUSO, 2008, p. 39).

Outro ponto importante a ser explorado são os recursos a serem utilizados nestas aulas interdisciplinares, todos devem ser recursos de fácil acesso como por exemplo um jornal. Em jornais podemos encontrar as mais variáveis informações, desde valores de imóveis da época a qual o jornal foi editado, até mesmo notícias que marcam a história de um município ou país. Atualmente já se tem revistas e jornais disponibilizando materiais via on-line para a consulta gratuita.

Também podemos observar materiais como o uso de recursos didáticos variados, projetores, salas de recursos visuais ou até mesmo transformar uma sala de aula em um grande ambiente de exclusiva aprendizagem, proporcionando espaços os quais cada uma das disciplinas pode participar de sua maneira, com mapas, enfeites entre outros materiais que possam ir auxiliando os alunos pela fixação dos conteúdos trabalhados.

2.2.2. Trabalho com o Livro Didático

Como já analisamos anteriormente o livro didático possui uma função diferenciada nas aulas de história. Segundo O Catálogo do Programa Nacional do livro do Ensino Médio, elaborado pelo Ministério da Educação (BRASIL, 2008, p.5):

“No mundo atual, caracterizado pela diversidade de recursos direcionados ao aperfeiçoamento da prática pedagógica, o livro didático ainda se apresenta como eficaz instrumento de trabalho para a atividade docente e para a aprendizagem dos alunos. O acesso a esse instrumento contribui para a qualidade da educação básica, além de promover a inclusão social.” (BRASIL, 2008, p.5)

Com esta passagem quero destacar o ponto o qual se fala em direcionar ao aperfeiçoamento da prática pedagógica, ou seja aqui temos bem claro que o livro didático não é a aula em si, voltando a questão anterior. O livro didático ele tem como função ajudar, apoiar e servir de base para a comunidade escolar.

Precisamos aprender a trabalhar com o livro didático, utilizá-lo como ferramenta fora de sala de aula, estimulando o aluno a aprender, a buscar a querer sempre mais conhecimento dentro e fora da escola.

Documentos relacionados