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Teoria das inteligências múltiplas e suas contribuições no processo de ensino-aprendizagem de uma língua estrangeira

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO

GRANDE DO SUL - UNIJUÍ

Suzan Jennyfer de Gois Pause

TEORIA DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS E SUAS

CONTRIBUIÇÕES NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DE

UMA LÍNGUA ESTRANGEIRA

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Suzan Jennyfer De Gois Pause

TEORIA DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS E SUAS

CONTRIBUIÇÕES NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DE

UMA LÍNGUA ESTRANGEIRA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Humanidades e Educação – DHE, da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, como requisito parcial para obtenção do título de Licenciatura em Letras – Habilitação em Língua Inglesa e Respectivas Literaturas.

Orientador: Prof. Me. Taise Neves Possani

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A banca Examinadora abaixo-assinada aprova a Monografia:

TEORIA DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS E SUAS

CONTRIBUIÇÕES NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DE

UMA LÍNGUA ESTRANGEIRA

Elaborada por

SUZAN JENNYFER DE GOIS PAUSE

IJUÍ (RS), _____de Dezembro de 2013.

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________ Orientadora: Prof.ª Me. Taise Neves Possani

_____________________________________ Prof.º Me. Anderson Amaral de Oliveira

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AGRADECIMENTOS

A minha família, que desde o início de minha vida acadêmica estiveram ao meu lado, dando todo suporte necessário.

A minha irmã Lyz Pause, que mesmo distante sempre tem uma palavra de conforto e esperança.

Ao meu noivo Adriel Minuzzi com todo seu amor e paciência durante este período conturbado.

Em especial a Carla Colla e Maiara Perini por não ter me deixado desistir! Ao meu amigo Felipe Diesel, por ter apresentado a teoria em que tanto me apaixonei e coloquei em prática.

Aos professores do Curso de Letras que compartilharam seus conhecimentos, em especial à Prof.ª Taise Neves Possani pelas palavras de apoio e compreensão no decorrer do componente principalmente no desenvolvimento deste trabalho como minha orientadora.

“Se pudermos mobilizar toda a gama das inteligências humanas e aliá-las a um sentido ético, talvez possamos ajudar a aumentar a probabilidade da nossa sobrevivência neste planeta e talvez, inclusive, contribuir para a nossa prosperidade” – (Gardner, 1995).

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RESUMO

O presente trabalho refletiu o porquê do sucesso e do insucesso de alguns alunos em relação à aprendizagem da língua inglesa. E nesta perspectiva foi proposto como solução à teoria das Inteligências Múltiplas de Howard Gardner, diferenciando as inteligências: Linguística, Lógico Matemático, Espacial, Musical, Corporal Cinestésica, Intrapessoal, Interpessoal, Naturalista e Existencialista. E para melhor entender a teoria e suas aplicações, foi verificado a definição de inteligência, como surgiu esta teoria, quais as principais ideias de aprendizagem de uma segunda língua, problemas encontrados na aprendizagem e relato de pesquisa de campo, para defesa desta teoria.

Palavras-chave: Inteligências Múltiplas, Aprendizagem, Língua Inglesa, Aluno,

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ABSTRACT

This study reflected the reason for some students having success in learning a second language and others not. On this perspective was suggested as a solution the Multiple Intelligences from Howard Gardner, differing the following intelligences: Linguistic, Logical Mathematic, Visual-Spatial, Musical, Bodily-Kinesthetic, Intrapersonal, Interpersonal, Naturalistic and Existentialistic. To understand better the theory and its implications, verified what intelligence is, how this theory has been created, what are the main learning ideas from second language learning, the problems on the learning process and a fieldwork to defend this theory.

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ANEXOS ...48

Anexo 1... 48

Anexo 2... 49

Anexo 3... 51

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 7

1. ESTUDO TEÓRICO DAS MÚLTIPLAS INTELIGÊNCIAS ... 9

1.1 Definição de Inteligência ... 9

1.2 Teoria das Inteligências Múltiplas, de Howard Gardner ... 10

1.2.1 Breve Biografia do autor ... 12

1.2.2 Diferenciando as nove inteligências ... 13

1.2.2.1 Inteligência Linguística ... 13 1.2.2.2 Inteligência Musical ... 15 1.2.2.3 Inteligência Lógico-Matemática ... 16 1.2.2.4 Inteligência Espacial ... 17 1.2.2.5 Inteligência Corporal-Cinestésica ... 18 1.2.2.6 Inteligência Intrapessoal ... 18 1.2.2.7 Inteligência Interpessoal ... 19 1.2.2.8 Inteligência Naturalista ... 20 1.2.2.9 Inteligência Existencialista ... 22

1.2.3 Teoria da aprendizagem centrada no aluno, de Carl R. Rogers complementando a ideia das inteligências ... 23

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1.2.3.1 Ensinar e Aprender - duas faces da mesma moeda no modelo da

Aprendizagem Centrada no Aluno ... 24

2. APRENDIZAGEM / AQUISIÇÃO DE UMA SEGUNDA LÍNGUA ... 26

2.1 Behaviorismo ... 27

2.2 Inatismo ... 28

2.3 Socioconstrutivismo e Interacionismo ... 28

2.4 Dificuldades na Aprendizagem de uma Segunda Língua ... 29

2.5 Estratégias que Podem ser Usadas Levando em conta as IM ... 31

3. METODOLOGIA DE PESQUISA ... 33

3.1 Tipologia de método de pesquisa ... 33

3.2 Procedimentos de coleta e análise de dados ... 34

3.3 Sujeitos da pesquisa ... 35

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES ... 36

4.1 Caracterização do Modo de Aprendizagem de cada Aluno ... 37

4.2 Avaliação da aplicação da atividade musical e reaplicação ... 43

CONCLUSÃO ... 45

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INTRODUÇÃO

No ano de 2014, o Brasil sediará a Copa do Mundo e as pessoas estão procurando cada vez mais cursos de idiomas, para que possam aperfeiçoar-se e comunicar-se de forma eficaz com os turistas, que na sua maioria usam a língua inglesa, pois é a língua universal e é usada no desenvolvimento profissional. Quando aprendemos uma nova língua, a mesma faz com que tenhamos um olhar mais critico, criamos uma identidade e desenvolvemos nosso lado pessoal. Uma nova língua nos favorece a sermos questionadores, críticos e analíticos participando ativamente em nossa sociedade. E nas escolas o ensino/aprendizagem de línguas faz com que construímos um papel importante na formação de nossos alunos. Como também na educação da cidadania.

Assim, o professor que ensina uma língua encontrará em seu caminho decisões como: escolha de material, abordagem de método, atividades a serem feitas e um aluno diferente do outro. Falando assim, parece algo óbvio. Mas, o que muitos professores não levam em conta é que seu aluno não é igual ao outro, cada um aprenderá de forma diferente e no seu tempo.

Se cada ser humano aprendesse da mesma forma, seria justo e poderíamos ensinar de uma única maneira, mas o ensino atual é o mais injusto. Salas lotadas, professores não levando em consideração o processo de aprendizagem de seu aluno, professores de outras áreas lecionando em áreas totalmente diferentes, entre outros problemas.

O presente trabalho refletiu o porquê do sucesso e o insucesso de alunos para aprender uma nova língua. Propondo como solução à teoria das Inteligências

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Múltiplas de Howard Gardner, diferenciando as inteligências: Linguística, Lógico

Matemático, Espacial, Musical, Corporal Cinestésica, Intrapessoal, Interpessoal, Naturalista e Existencialista.

Será abordado uma breve biografia e o que é a inteligência para o autor; A diferenciação de cada inteligência; A teoria da Aprendizagem centrada no aluno de Carl Rogers complementando as múltiplas inteligências. As principais teorias para a aquisição/aprendizagem de uma segunda língua, quais dificuldades são encontradas ao longo do caminho e quais estratégias podem ser usadas, levando em consideração as Inteligências Múltiplas.

Ao final, a análise de dados e experiência realizada com alunos de uma escola de idiomas da cidade de Santa Rosa RS. Tentando mostrar que é possível a aprendizagem eficaz e de sucesso, se o professor compreender melhor como ocorre o processo de aprendizagem do aluno e saber quais estratégias usar para cada

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1 ESTUDO TEÓRICO DAS MÚLTIPLAS INTELIGÊNCIAS DE HOWARD GARDNER

1.1 Definição de Inteligência

Segundo o dicionário do Aurélio, inteligência é:

faculdade de conhecer, de compreender: a inteligência distingue o homem do animal. / Compreensão; conhecimento profundo: ter inteligência para os negócios. / Destreza, habilidade: cumprir com inteligência uma missão. / Boa convivência, união de sentimentos: viver em perfeita inteligência com.../ Ajuste, conluio, relações secretas: ter inteligência com o inimigo. (FERREIRA, A. B. H, 1999 p.170 )

Pensando na ideia que a inteligência distingue o homem do animal, desde o tempo dos primeiros homo sapiens-sapiens, cada ser tem suas próprias características e em cada época, sua maneira. A Antropologia mostra que se não tivéssemos a inteligência, a humanidade não teria evoluído ou até mesmo sobrevivido.

Também podemos citar a origem dada pelo latim, inteligência vem do latim

intelligentĭa que por sua vez deriva de inteligere. Esta é uma palavra que é composta

por dois termos: intus (“entre”) e legere (“escolher”). Assim sendo, a origem etimológica do conceito de inteligência é a quem sabe escolher. Permite selecionar/escolher as melhores opções em quaisquer problemas, tanto pessoal, profissional e sentimental.

Segundo Howard Gardner (2009), os testes de QI não são válidos, pois apenas testam á parte linguística e lógico matemática e um ser humano é dotado de várias habilidades que não se resumem a apenas estas inteligências.

A psicologia acredita que a inteligência não está relacionada à compreensão da criatividade, o caráter ou a sabedoria, mas sim à capacidade de planejar, resolver problemas, raciocinar, compreender ideias e linguagens e aprender.

Mas, existem algumas dificuldades à cerca de conceituar a inteligência. Uma delas refere-se ao fato que não podemos tocá-la e nem vê-la, outra dificuldade, pois

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10 é um conceito complexo, e por último, por ser uma característica psicológica, confunde-se um pouco devido à interação com as outras funções psicológicas. Uma pessoa que tenha uma memória extraordinária poderá ser confundida como uma pessoa inteligente, pois se é preciso resolver um problema, acessará sua memória e lembrara-se de como resolver sendo assim ela estará somente recordando e não criando.

Para que possamos potencializar as nossas capacidades é preciso da inteligência, pois muitas vezes o sucesso não se resume a uma capacidade, mas sim a várias. Desta forma que a seguir, tratará da forma e construção da teoria de Howard Gardner, tentando quebrar paradigmas e solucionando uma nova forma de reflexão quanto ao aprendizado de cada indivíduo e suas inteligências.

1.1 TEORIA DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS, DE HOWARD GARDNER

Em 1900, para que pudesse medir o sucesso escolar de crianças das primeiras séries, o psicólogo francês Alfred Binet desenvolveu o primeiro teste de inteligência. O teste de Q.I (Quociente Intelectual) foi utilizado mais tarde na medição da inteligência dos soldados, e foi neste uso especificamente que o teste ganhou repercussão. Este instrumento testava determinadas habilidades nas áreas verbais e lógica.

O psicólogo Howard Gardner, da Universidade de Harvard, não concordou com este método para testar a inteligência de um individuo, sendo que esta visão da inteligência somente enfatizava as habilidades linguística e lógico-matemática. Gardner acreditava que todos os indivíduos normais são capazes de um desempenho em pelo menos sete diferentes e, até certo ponto, independentes áreas intelectuais. O psicólogo sugere que para medir a inteligência de uma pessoa, não basta apenas um teste de papel e lápis, mas sim analisar como alguém se comporta em determinadas situações e o meio em que se está inserido. Finalmente, ele define inteligência como a habilidade para resolver problemas ou criar produtos que sejam significativos em um ou mais ambientes culturais. (Gardner, 1999)

Pesquisas sugerem que as habilidades cognitivas são bem mais diferenciadas e mais especificas do que se acreditava. Os neurologistas têm

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11 percebido que o sistema nervoso humano não é um instrumento com uma finalidade única, nem tão pouco é infinitamente plástico. Acredita-se, que o sistema nervoso seja altamente diferenciado e que diferentes centros neurais processem diferentes tipos de informação.

No artigo intitulado a teoria das inteligências múltiplas, de Gardner, o autor Leandro Kruszielski nos mostra como exemplo o incidente ocorrido na Copa do Mundo de 1958, quando o psicólogo João Carvalhes, aplicou o teste de QI nos jogadores, e o jogador Garrincha, que estava no auge se sua carreira ficou com o resultado tão ruim, que poderiam o considerar débil mental. E quase por causa deste teste, não participou da Copa. Todas as pessoas conheciam seu talento quando se tratava de jogar bola, porém o teste mostrou que Garrincha tinha grandes chances de não ser bem sucedido em sua vida, claro que não correspondeu à realidade. O que podemos perceber é que este teste de QI prediz apenas como vai ser o desempenho escolar e não o sucesso profissional depois de concluída a instrução formal.

Dentro de inúmeros exemplos e dificuldade que foram encontradas quando se travava de um único teste para medir a inteligência, Gardner apresenta a teoria das Inteligências Múltiplas (IM).

Para que se chegasse a quais inteligências seriam trabalhadas em sua teoria, várias fontes foram utilizadas: as informações disponíveis sobre o desenvolvimento normal e o desenvolvimento do indivíduo talentoso; estudos sobre populações prodígios, idiotas, sábios, crianças autistas, crianças com dificuldade de aprendizagem; dados sobre a evolução da cognição; considerações culturais comparadas sobre a cognição; estudos psicométricos; estudos de treinamento psicológico e principalmente análise da perda das capacidades cognitivas nas condições de lesão cerebral. Foram consideradas inteligências genuínas apenas a inteligência candidata que satisfaziam todos ou, pelo menos, a maioria dos critérios acima. Além disso, cada inteligência deveria ter uma operação nuclear ou um conjunto de operações identificáveis e deveria também ser capaz de ser codificada em um sistema de símbolos. (GARDNER, 1995, p. 21-22).

Deste modo, foram selecionadas sete inteligências em particular: lógico-matemática, linguística, musical, corporal-cenestésica, espacial, interpessoal e

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12 intrapessoal. Há duas novas inteligências: existencialista e naturalista, as quais Gardner está estudando e também serão analisadas com as demais.

1.2.1 Breve Biografia do autor

Howard Gardner nasceu em julho de 1943, em Scranton no estado norte-americano, vindo de uma família de judeus alemães refugiados. Aos 18 anos ingressou na Universidade Harvard para estudar história e direito, mas devido à relação de amizade com o psicanalista Erik Erikson (1902-1994), mudou-se para os campos de psicologia e educação.

Em sua pós-graduação, integrou-se ao Harvard Project Zero, referente ás pesquisas sobre educação artística. Em 1971 tornou-se co-diretor do projeto, cargo que mantém até hoje. Foi neste projeto que realizou as pesquisas sobre as inteligências múltiplas, publicadas em seu sétimo livro, Frames of Mind (Estruturas da Mente), de 1993. O assunto foi aprofundado em Inteligências Múltiplas: Teoria na

Prática, publicado em 1993.

Atualmente leciona neurologia na escola de medicina da Universidade de Boston e é professor de cognição e pedagogia e de psicologia em Harvard. Nos últimos anos, vem pesquisando e escrevendo sobre criadores e líderes exemplares, tema de livros como Mentes Extraordinárias.

Entre as inúmeras homenagens, Gardner recebeu um prêmio MacArthur

Fellowship em 1981. Ele recebeu títulos honoris nas faculdades e universidades,

incluindo instituições na Bulgária, Chile, Grécia, Irlanda, Israel, Itália, Coréia do Sul e Espanha. Em 2005 e novamente em 2008, ele foi selecionado pela Política Externa e de revistas Prospect como um dos 100 intelectuais públicos mais influentes do mundo. Mais recentemente, Gardner recebeu em 2011 o Prêmio Príncipe das

Astúrias para as Ciências Sociais. Autor de vinte e oito livros traduzidos em trinta e

dois idiomas, e várias centenas de artigos, Gardner é mais conhecido nos círculos educacionais pela sua teoria das inteligências múltiplas, uma crítica a noção de que não existe somente uma única inteligência humana que pode ser adequadamente avaliada por instrumentos psicométricos padrão.

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13 Durante as duas últimas décadas, Gardner e seus colegas do Project Zero foram envolvidos no projeto de avaliações baseadas no desempenho, a educação para a compreensão, o uso das inteligências múltiplas para atingir currículo mais personalizado, instrução e pedagogia, e a qualidade dos esforços interdisciplinares na educação. Desde meados dos anos 1990, em colaboração com psicólogos Mihaly Csikszentmihalyi e William Damon, Gardner já dirigiu o GoodWork Project-um estudo de trabalho que é excelente, envolvente e ético. Mais recentemente, com o tempo Project Zero colegas Lynn Barendsen e Wendy Fischman, ele tem realizado sessões de reflexão destinados a melhorar a compreensão e a incidência de um bom trabalho entre os jovens. Com Carrie James e outros colegas de Project Zero, ele também está investigando a natureza da confiança na sociedade contemporânea e as dimensões éticas inerentes ao uso das novas mídias digitais. Entre as novas empresas de pesquisa são um estudo de colaboração efetiva entre as instituições sem fins lucrativos na educação e um estudo das concepções de qualidade, nacionais e internacionais, na época contemporânea. A edição em brochura do seu mais recente livro, Truth, beauty and kindness Reframed: Teach for the Virtue from

the age of Truthiness and Twitter, com um novo prefácio, publicado no outono de

2012.

1.2.2 Diferenciando as nove inteligências 1.2.2.1 Inteligência Linguística

Esta inteligência é caracterizada pelo dom da palavra, pelas produções de sentenças gramaticais. Podemos analisar esta facilidade entre poetas, escritores e jornalistas. As principais características desta inteligência são a sensibilidade para os sons, ritmos e significados das palavras, além de saber usar os sentidos e funções da linguagem de maneira diferentes.

Em seu livro Gardner afirma que é a habilidade mais intensa nos poetas e dá-se referência à T.S Eliot que com 10 anos criou a revista Fireside, na qual ele era o único contribuinte, durante três dias em suas férias Eliot criou oito edições completas, contendo poemas, coluna de fofoca e humor e histórias de aventuras. E mais tarde tornou-se um dos poetas modernistas mais prestigiados, foi dramaturgo e crítico literário inglês, ganhou o Premio Nobel de Literatura de 1948.

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14 Outro jovem que rapidamente e precocemente obteve sua habilidade de entendimento, a linguística, foi Jean-Paul Sartre, imitando desde pequeno os adultos, aos cinco anos tinha sua fluência linguística, como podemos perceber a seguir em sua autobiografia:

Ao escrever eu estava existindo... minha caneta corria tão rápido que era comum que meu punho doesse. Eu jogava os cadernos preenchidos no chão e, enfim, esquecia deles, eles desapareciam... Eu escrevia para escrever. Não me arrependo disso; se eu tivesse lido, teria tentado agradar [como fiz em meus desempenhos orais anteriores]. Eu teria me tornado prodígio de novo. Sendo clandestino eu era verdadeiro. [Aos 9 anos de idade] (THE WORDS: THE AUTOBIOGRAPHY OF JEAN- PAUL SARTRE,

NEW YORK: GEORGE BRAZILLER, 1964, P.181)

Quando observamos um poema, cada palavra não está apenas por estar, o poeta deve saber empregar segundo Gardner o uso correto das palavras. A semântica é quando analisamos e discutimos significados e conotações. O autor traz o exemplo de T.S Eliot que afirmou que não se pode aspirar ser um poeta sem a sensibilidade à interação entre conotações linguísticas. Mas para o poeta Eliot, a fonologia também é um domínio da linguagem de singular importância. A fonologia refere-se aos sons das palavras e suas interações musicais. O domínio da sintaxe, que governa a ordenação das palavras, também é de suma importância. O poeta deve entender intuitivamente, as regras da construção das frases, bem como as ocasiões nas quais é permissível burlar a sintaxe, justapor palavras, que, segundo princípios gramaticais comuns, não deveriam ocorrer juntas. E por último o poeta deve reconhecer as funções pragmáticas, os usos que se pode dar a linguagem: ele deve estar consciente dos diferentes atos de fala poéticos, variando do lirismo do amor ao épico da descrição, da objetividade de uma ordem às sutilezas de uma súplica.

Na inteligência linguística, além da escrita, as raízes da fala podem ser encontradas nos balbucios de crianças, até mesmo jovens surdos desde cedo começam a balbuciar. Estes sons são encontrados nas reservas linguísticas remotas da sua língua materna. Por volta dos dois anos de idade, a atividade linguística dá-se em palavras únicas como: “Mamãe”, “auau” e depois de um determinado tempo palavras em frases significativas: “comer papa”, “o nenê chorou”. Quando a criança

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15 completa seus três anos está pronunciando sequencias mais complexas e até mesmo pergunta: “Quando me levanto?” negações: “Eu não quero ir dormir” e sentenças com orações subordinadas: “Posso tomar leite antes do almoço?”. E por volta dos cinco anos, a criança já corrigiu boa parte das infelicidades sintáticas menores e cada vez mais se aproxima da fluência da sintaxe adulta.

Quanto aos problemas que podem ocorrer na infância, muitas apresentam dificuldades na linguagem, principalmente inerente à discriminação auditiva: pelo fato destas crianças terem que decodificar uma sequencia rápida de fonemas, elas não apresentam dificuldades na compreensão, mas podem também falar de forma inadequada.

As pessoas que tiverem algum dano na parte específica do cérebro denominada “Centro de Broca”, que é responsável pela produção de sentenças gramaticais, poderá compreender palavras e frases sem nenhum problema, mas terá dificuldade em juntar palavras em algo além de frases simples.

O dom da linguagem é universal, mesmo nas populações surdas, pois todos criam um modo de comunicação, as crianças, por exemplo, criam sua própria linguagem manual e a utilizam secretamente, podemos assim perceber que uma inteligência pode operar independentemente de uma especifica modalidade de input ou output.

1.2.2.2 Inteligência Musical

Esta inteligência é caracteriza-se pela capacidade de entender a linguagem sonora, sendo a produção e apreciação de ritmos, tons e timbres. Pessoas que criam músicas as identificam e leem facilmente, são relacionadas a esta inteligência. Quem é dotado com este tipo de inteligência geralmente não se precisa de aprendizado formal para exercê-las. Podemos citar o caso do violinista Yehudi Menuhin:

Quando estava com três anos de idade, Yehudi Menuhin foi introduzido por seus pais, clandestinamente, na Orquestra de São Francisco. O som do violino de Louis Persinger fascinou tanto a criança que ela insistiu em ganhar um violino em seu aniversário e em ter Louis Persinger como seu professor. Conseguiu ambos. Quando estava com dez anos de idade, Menuhin era um músico internacional. (MEHUNIN, 1977 APUD GARDNER, 1995, P. 22).

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16 Esta inteligência manifestou em Yehudi antes mesmo de ele ter recebido qualquer aula, sua reação poderosa aos sons e sua rápida aprendizagem demonstra que e já havia nascido biologicamente de alguma maneira para este ação. Outras populações como dos autistas também demonstram a inteligência musical, pois nem todas conseguem falar, mas tocam maravilhosamente um instrumento.

Esta inteligência localiza-se na parte do hemisfério direito do cérebro, ela não tem uma localização tão especifica quanto à inteligência linguística, mas mesmo que esta inteligência não seja tipicamente considerada uma capacidade intelectual como a matemática, ela chega de várias fontes, segundo Gardner esta empiricamente justificada. Pessoas com esta inteligência cantam, assoviam, são sensitivas aos sons em um determinado ambiente. Podemos perceber isso em músicos, compositores e orquestras, bandas.

1.2.2.3 Inteligência Lógico-Matemática

Barbara McClintock, ganhou o Prêmio Nobel de medicina ou fisiologia em 1983. Ela foi reconhecida pelo seu trabalho de microbiologia. Ela tem um “pensamento cientifico” que é rotulado devido a sua capacidade de dedução e observação. Esclarecemos sua inteligência por um incidente. Enquanto ela fazia uma pesquisa em Cornell na década de vinte, deparou-se com um problema: na teoria 50% da esterilidade do milho já era prevista, mas seu assistente percebeu que as plantas estavam apenas 25 a 30 por cento estéreis. Perturbada com esta grande diferença, voltou a seu escritório, onde sentou meia hora, pensando:

Subitamente, eu dei um pulo e corri para o milharal. No início, do campo (os outros ainda estavam no fundo) gritei “Eureka, eu já sei. Eu sei o que os 30% de esterilidade são!”... Eles me pediram para comprová-lo. Eu sentei, peguei um saco de papel e um lápis e comecei a rabiscar, o que não havia feito em meu laboratório. Tudo aconteceu tão rápido; a resposta veio e eu saí correndo. Agora, eu a desenvolvi passo a passo – era uma complicada série de etapas – e cheguei ao mesmo resultado. Eles olharam para o material e era como exatamente como eu havia dito que era; exatamente como eu havia diagramado. Como eu sabia, sem tê-lo feito no papel? Por que eu tinha tanta certeza? (KELLER, 1983, P. 104 APUD HOWARD GARDNER, 1995 P.24)

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17 Este fato ocorrido com a cientista percebe-se em pessoas com a inteligência lógico-matemática, pois o processo na resolução de problema é geralmente rápido, estas pessoas têm a capacidade de raciocinar muitas variáveis ao mesmo tempo e criam inúmeras teorias, que são avaliadas e depois, por sua vez, aceitas ou rejeitadas. Muitas vezes um problema pode ser solucionado totalmente invisível. Esta inteligência além da linguística é a principal base para o teste de QI.

Pessoas com esta inteligência se interessam por números, eles manipulam o ambiente trazendo a percepção quanto ao peso, medida, distância e tempo para testá-lo de diferentes formas, são hábeis em resolver problemas e soluções. Gostam de gráficos, instruções, puzzles, jogos de xadrez, experiências científicas entre outras atividades. Podemos perceber estas capacidades em filósofos, matemáticos, engenheiros e científicos.

1.2.2.4 Inteligência Espacial

Pessoas com esta inteligência são capazes de pensar e visualizar mentalmente imagens e desenhos e percebem formas precisas e abstratas, orientam-se com um modelo mental preciso de uma situação espacial.

Antigamente os navegadores orientavam-se pelas estrelas, vejamos o comentário de Gardner:

A navegação nas Ilhas Caroline, nos mares do sul, é realizada sem instrumentos. A posição das estrelas, os padrões do tempo (condições atmosféricas) e a cor da água são os únicos marcos sinalizadores. Cada viagem está dividida em uma série de segmentos. Durante a viagem, o navegador precisa imaginar mentalmente uma ilha de referência quando passa embaixo de uma determinada estrela, e a partir disso ele computa o número total de segmentos, a proporção de viagem que ainda resta e quaisquer correções no curso que sejam necessárias. O navegador não vê as ilhas enquanto navega; em vez disso, ele mapeia sua localização em sua “imagem” mental da jornada. (GARDNER, 1983, P.26)

Problemas espaciais nas navegações acontecem, e para solucioná-los é necessário o uso notacional de mapas. Quando pensamos e conseguimos visualizar objetos em outros ângulos, também podemos encontrar soluções. São estas algumas características da inteligência espacial.

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18 Inteligência desenvolvida em arquitetos, ilustradores, artistas plásticos, navegadores, pilotos, cirurgiões, engenheiros, escultores, etc.

1.2.2.5 Inteligência Corporal-Cinestésica

Babe Ruth, aos quinze anos de idade, jogava na terceira base. Durante um jogo, o lançador de seu time estava se saindo muito mal, e Babe criticou-o em voz alta lá na terceira base. Brother Matias, o treinador, gritou: “Ruth, se você sabe tanto a respeito disso, VOCÊ lança!” Babe ficou surpreso e embaraçado, porque nunca lançara, mas Brother Matias insistiu. Ruth disse, mais tarde, que no exato momento em que subiu no montículo do lançador, ele SOUBE que seria arremessador, e que era “natural” para ele bater os outros. Na verdade, ele tornou-se um grande arremessador, importante na liga esportiva (e, é claro, obteve um status legendário como batedor). (CONNOR, 1982 APUD GARDNER,1995 P. 23).

Na história de Babe Ruth pode-se observar que ele foi uma criança-prodígio, pois reconheceu o “instrumento” prontamente. Característica essa de uma pessoa com a inteligência corporal-cinestésica. O controle do movimento corporal localiza-se no córtex motor, com cada hemisfério dominante ou controlador dos movimentos corporais no lado contra-lateral. Nas pessoas destras geralmente está localizado no hemisfério esquerdo.

A evolução dos movimentos especializados do corpo é uma vantagem do ser humano e espécies, sendo que esta adaptação é ampliada através do uso de ferramentas. Este movimento passa-se claramente definido nas crianças e é universalmente percebido entre as culturas.

Pessoas dotadas desta inteligência tem a habilidade de controlar movimento do corpo e manipular objetos habilmente. Esta inteligência é ligada a força, equilíbrio, destreza e outras manifestações do corpo. Muitas profissões como atletas, dançarinos, mágicos, malabaristas, mímicos, etc., tem essa inteligência desenvolvida.

Usam principalmente o corpo na solução de problemas e na expressão de sentimentos.

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19 Virginia Woolf umas das escritoras mais consagradas no modernismo participou em um ensaio chamado A Sketch of the Past quase como se fosse um diário. Nela Virginia compara três momentos de sua vida com o “algodão”.

Estes são três momentos expecionais. Eu os relembro com frequência, ou melhor, eles vêm a tona inesperadamente. Mas agora eu os escrevo pela primeira vez, e percebo uma coisa que nunca percebi antes. Dois desses momentos acabaram num estado de desespero. O outro, pelo contrário, acabou num estado de satisfação. O sentimento de horror (ao ficar sabendo do suicídio) deixou-me impotente. Mas no caso da flor eu descobri uma razão, e, assim, fui capaz de lidar com a sensação. Não fiquei impotente. Embora eu ainda tenha peculiaridade de receber esses choques súbitos, eles agora são sempre bem-vindos; depois da surpresa inicial, eu sempre sinto, imediatamente, que eles são particularmente valiosos. E então, eu sigo em frente, supondo que a capacidade de receber choques é o que me torna escritora. Eu arrisco a explicação de que um choque, em meu caso, é imediatamente seguido pelo desejo de explicá-lo. Eu sinto que recebi um golpe; mas ele não é, como imaginava quando criança, simplesmente um golpe de um inimigo escondido por trás do algodão da vida cotidiana; ele é, ou se tonará, uma revelação de algum tipo; é o sinal de alguma coisa real por trás das aparências; e eu o torno real colocando-o em palavras. (WOOLF, 1976, PÁGINAS 69-70 APUD GARDNER, 1995 P.28)

Podemos observar que Virginia Woolf consegue discriminar seu próprio comportamento e fazer uma auto avaliação. Pessoas com esta inteligência são capazes de associar o que sentem internamente rotulando com algo, sendo com um animal, carta, cor ou como a escritora: um algodão. Usando determinadas associações conseguem entender-se e orientar-se por eles. Para que consigamos identificar esta inteligência, muitas vezes vamos precisar cuidar de outras características através da linguagem, da música ou de alguma outra forma de expressão.

Outras características desta inteligência é o autoconhecimento relacionado a seus valores e crenças. Capacidade voltada para dentro, consegue criar um modelo apurado e verídico de si. Sua perceptividade quanto a sua identidade é grande e consegue dominar suas emoções. Vista em muitas profissões.

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20 Quando nos referimos a pessoas que são sensitivas, que sabem como estamos nos sentindo mesmo que não demonstramos, estas são dotadas da inteligência interpessoal. São pessoas com a capacidade de detectar e responder apropriadamente aos humores, motivações e desejos dos outros. Elas buscam a empatia juntando abertura e controle emocional para que possam responder adequadamente as atitudes, emoções, motivações e desejos dos outros. Este tipo de inteligência é caracterizado por pessoas de fácil relacionamento pessoal, podemos assim citar: líderes de grupos, políticos, terapeutas professores, animadores de espetáculo, etc.

Em seu livro Howard Gardner cita a história de Anne Sulivan, que tinha a difícil tarefa de instruir uma criança cega e surda de sete anos de idade, Helen Keller. Na primeira refeição juntas, a criança tentou retirar a comida no prato de Annie com as mãos, isso já era costumeiro com a família. Mas Annie não deixou, fazendo com que a criança esperneasse, chutava a cadeira em que Annie sentara e depois de alguns minutos percebendo que a família havia se retirado por causa da situação, ela sentou-se em sua cadeira e começou a comer a comida de seu prato. Annie tentou lhe dar uma colher, mas ela jogou a mesma no chão. (Lash, 1980, p. 52 apud Gardner, 1995 p.27).

Annie escreveu a família: “O maior problema que terei para resolver é como discipliná-la e controlá-la sem subjugar seu espirito. Eu irei muito devagar, a princípio, e tentarei conquistar seu amor”. Duas semanas depois, Annie levou Helen para morar em um chalé perto da casa da família e aconteceu o primeiro avanço na compreensão da linguagem da criança. Annie escreveu: “Meu coração está cheio de alegria esta manhã. Aconteceu um milagre. Aquela criaturinha selvagem se transformou numa criança dócil.” (p. 54 apud Gardner, 1995 p.27)

Annie soube como atender os desejos e entendeu como Helen comportava-se em determinados momentos devido a suas limitações. Anne Sulivan entendeu a

pessoa Helen Keller.

1.2.2.8 Inteligência Naturalista

Em meados de 1996, Howard Gardner confirmou a “inteligência naturalista” como uma das Inteligências Múltiplas. Esta ligada à competência de perceber a

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21 natureza compreende-se objetos e os organizam, fenômenos e padrões da natureza, como por exemplo: reconhecer e classificar plantas, animais, minerais, incluindo rochas e gramíneas e toda variedade da fauna, flora, meio ambiente e seus componentes. É característica de biólogos e geólogos mateiros. (Gardner, 2001)

Nesta perspectiva Antunes (2006, p. 20) afirma que:

Em nossa cultura, a palavra naturalista é quase sempre associada a pessoas com um vasto conhecimento sobre o mundo vivo, que reconhecem com facilidade os membros deste ou daquele grupo de animal ou vegetal, associando-os a espécies próximas, que sabem mapear relações entre diferentes espécies. São pessoas que se sentem confortáveis no mundo dos organismos vivos, sendo algumas vezes até mesmo capazes de domá-los ou com eles interagir com sagacidade (ANTUNES, 2006, P. 20 APUD TEIXEIRA, B HEBERT DICK ET AL, 2012).

Quando analisamos uma criança que tem sua energia e predisposição voltada à exploração do mundo na natureza, podemos ver características da inteligência naturalista. Destacou-se em pessoas conhecidas como Darwin, Mendel, Noel Nutels, os irmãos Vilas-Lobos, Burle Marx, e esta inteligência está presente em muitas pessoas como: botânicos, geógrafos, paisagistas e jardineiros.

O que não foi construído pelo homem, é algo que chama a atenção e cria-se um sentimento de êxtase para as pessoas naturalistas. Gardner afirma que quem tem a inteligência naturalista bastante desenvolvida “[...] demonstra grande experiência no reconhecimento e na classificação de numerosas espécies – a flora e a fauna – de um ambiente” (GARDNER, 2001, p. 64). Quando trabalhada em sala de aula, é necessário que seja em espaços não formais. Assim o aluno poderá aprender melhor sobre as diferenças entre diversas plantas e animais, e interagir mais efetivamente, além de ser um ambiente que estimulará o mesmo. Desta forma, o aluno irá interagir com o meio, não aprendendo teoricamente e sim na prática de um modo científico.

Áreas como reservas, bosques e parques são espaços em que o professor poderá usar para haver a interação entre o ser humano e a natureza. Estimulando ainda mais o aluno em uma educação cientifica e com maravilhosas descobertas.

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22 1.2.2.9 Inteligência Existencialista

Esta inteligência ainda está sendo estudada por Howard Gardner para que seja efetivamente denominada formalmente como inteligência. E o autor não reconhece as razões até aqui aduzidas como suficientes para convencê-lo de sua existência. Ele escreve:

Embora seja interessante pensar numa nona inteligência, não vou acrescentar à lista uma inteligência existencial. O fenômeno é suficientemente desconcertante e a distância das outras inteligências suficientemente grande para ditar prudência - pelo menos por ora. No máximo, estou querendo brincar, no estilo de Fellini, sobre as 8 ½ inteligências (GARDNER, H. 2000 P.85)

Segundo o autor, esta inteligência é caracterizada pela habilidade de entender ideias espirituais e religiosas. Seriam coisas e crenças que não são visuais, ou seja, que não conseguimos enxergar e sim acreditando através da fé e crendo.

Pessoas com esta inteligência teriam a capacidade de ver seu papel como um todo mais facilmente do que outros. Questiona-se sobre a existência da vida e o porquê da mesma, procurando respostas. Muitos buscam e respondem através da religião. Meditação e exercícios de relaxamento são apreciados por esta inteligência e as pessoas terão também qualidades relacionadas à inteligência naturalista, pois veem beleza na natureza e procuram lugares que os façam relaxar e os inspirar. Líderes espirituais e pensadores filosóficos são algumas profissões com esta inteligência.

Howard Gardner acrescenta:

A inteligência existencial se qualifica bem como uma inteligência à luz do oitavo critério, pois jovens de todo o mundo levantam as questões fundamentais sobre a existência - Quem somos? De onde viemos? Do que somos feitos? Porque morremos? E estas questões são capturadas em sistemas simbólicos tais como o mito, a arte, a poesia, a filosofia e a religião. Alguns indivíduos parecem precoces em suas capacidades de colocar tais questões cósmicas onde outros se prende às coisas mais mundanas. Há pouca evidência de tendências existenciais em primatas não humanos, mas nossos próprios antecedentes evolutivos, tais como os neandertalenses, evidenciam sinais de preocupação, se não "preocupações últimas", em seus rituais fúnebres. (GARDNER, H. 2000 P.6)

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23 Citado acima, as nove inteligências que Howard Gardner intitulou em seu livro

Estruturas da Mente, e cada inteligência com suas características e exemplos de

pessoas com as mesmas. Para tanto, o próximo tópico irá referenciar a uma teoria de aprendizagem que é Centrada no Aluno, onde complementa a teoria de Gardner, afirmando que para um individuo aprender melhor e de forma eficaz é preciso colocar o aluno como centro e não o professor.

1.2.3 Teoria da aprendizagem centrada no aluno, de Carl R. Rogers complementando a ideia das inteligências

A teoria das Inteligências Múltiplas pode-se ser complementada com a

Aprendizagem Centrada no Aluno de Carl Rogers, pois ambas tratam do seu

humano como individuo. Gardner contribui mostrando como as pessoas aprendem diferentemente e Rogers mostra que o aluno deve aprender a aprender, assim conhecendo qual sua inteligência poderá saber melhor como aprender.

A Aprendizagem Centrada no Aluno (ou a aplicação da Abordagem Centrada na Pessoa à Educação) é claramente explicitada por Carl Rogers em duas obras fundamentais Liberdade para Aprender (1973, 2ª Edição) e Liberdade de Aprender

na Nossa Década (1983, 1ª Edição), nas quais desenvolve as suas ideias sobre as

formas mais adequadas de facilitar o processo de aprendizagem, apesar de ao longo da sua obra ter refletido inúmeras vezes sobre esta temática. (Capelo, Fernanda M, 2000)

Rogers faz uma autêntica revolução, pois diferente de muitos modelos tradicionalistas em que o professor é o centro, em sua teoria o aluno é o que será levado em consideração e irá ser sempre o centro.

Alguns princípios definidos pelo autor podem ser aqui destacados:

1. O ser humano contém em si uma potencialidade natural para a aprendizagem (Rogers, 1986: 28).

2. Não podemos ensinar, apenas podemos facilitar a aprendizagem (Rogers, 1974: 381).

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24 3. A aprendizagem significativa acontece quando o assunto é percebido pelo aluno como relevante para os seus propósitos, o que significa que o aluno aprende aquilo que percebe como importante para si (Rogers, 1974: 382).

4. A maioria das aprendizagens significativas são adquiridas pela pessoa em ação, ou seja, pela sua experiência (Rogers, 1986: 136-137).

5. A aprendizagem qualitativa acontece quando o aluno participa responsavelmente neste processo (Rogers, 1974: 390).

6. A aprendizagem que envolve a auto-iniciativa por parte do aluno e a pessoa na sua totalidade, ou seja, dimensão afetiva e intelectual torna-se mais duradoura e sólida (Rogers, 1974: 265).

Rogers nomeou o professor como facilitador, pois para que estes princípios estejam presentes na relação pedagógica é preciso uma segurança por parte de quem educa e que o mesmo acredite que o aluno tenha capacidade de aprender e pensar por si próprio. (Rogers, 1983)

Além de princípios Rogers designou algumas qualidades em que o facilitador deverá ter para que haja uma aprendizagem de sucesso. Uma delas é referente à Autenticidade do facilitador, ou seja, ele é real, sem máscara nem fachada na relação com o aluno. (Rogers, 1986: 128).

Aceitação e Confiança é a segunda qualidade em que o autor designou e que se e expressa numa competência de aceitar a pessoa do aluno, as suas emoções, as suas opiniões, com valor próprio e confiar nele sem o julgar. Ou seja,

Se os professores aceitam os alunos como eles são, permitem que expressem seus sentimentos e atitudes sem condenação ou julgamentos, planejam atividades de aprendizagem com eles e não para eles, criam uma atmosfera de sala de aula relativamente livre de tensões e pressões emocionais, as consequências que se seguem são diferentes daquelas observadas em situações onde essas condições não existem. As consequências, de acordo com as evidências atuais, parecem ser na direção de objetivos democráticos (ROGERS, CITADO POR GOBBI ET AL., 1998: 27 APUD CAPELO, F. M., 2000).

A terceira refere-se à capacidade de compreender empaticamente o aluno, ou seja, compreendê-lo colocando-se em seu lugar. Este modelo proposto por Rogers permite não só o aluno a desenvolver-se intelectualmente, mas também seu

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25 crescimento enquanto pessoa. Promovendo a aprendizagem significativa e a interiorização de aprender.

1.2.3.1 Ensinar e Aprender - duas faces da mesma moeda no modelo da Aprendizagem Centrada no Aluno

O desinteresse em sala de aula é um dos maiores problemas para uma aprendizagem eficaz, o professor deve levar e conta que os alunos irão aprender o que é mais significativo a eles. E então, o professor como um facilitador já mencionado anteriormente, deverá dar foco ao processo e não no conteúdo da aprendizagem. Segundo definição de Rogers a aprendizagem é uma “insaciável curiosidade" inerente ao ser humano e que a sua essência é o significado (Rogers, 1986:28-30).

Por isso, é importante que o professor entenda seu aluno e como o mesmo compreende e aprende, se necessário rever sua forma didática ao ensinar. De acordo com o modelo proposto por Rogers, o objetivo essencial é que o aluno torne-se ativo no papel do ensino/aprendizagem e que então, passa-torne-se a aprendizagem ser centrada no aluno e não no professor.

O que aprendemos sempre será um ato individual, ou seja, por mais que aprendemos com outras pessoas, o modo em que vamos interpretar e dar sentido será diferente e cada um terá seu significado próprio. Assim, a aprendizagem do aluno será sempre diferente, o professor deverá conhecer seu aluno.

Pode-se afirmar que o professor que apenas transmitir os conhecimentos a seus alunos, não conseguirá ensinar, pois o risco de não haver uma verdadeira compreensão de matérias é grande, não contando claro os resultados de testes fruto de trabalho de memorização e mecanização.

Lembrando que o aluno terá uma participação ativa na escola, não significando a desistência da responsabilidade do professor e sim permitindo o aluno a ser corresponsável de seu aprendizado. A turma poderá agir de forma mais interativa, pois os alunos deixarão de ter o professor como posto de seus olhos. Permitem ter relações e trocas de opiniões com os colegas ao invés de sentar-se do lado de um individuo e sem se comunicar.

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26 O modelo educativo proposto por Rogers, no âmbito da Abordagem Centrada na Pessoa e que designou por Aprendizagem Centrada no Aluno, tem como objetivo principal permitir ao aluno uma participação ativa no seu processo de aprendizagem, ou, se quisermos, no seu processo de crescimento pessoal, no pressuposto de que esta cooperação melhora a eficácia da ação pedagógica.

O professor será um facilitador e levará em consideração o processo do aluno e como o mesmo aprende, podendo ser usado o conhecimento de cada inteligência, juntamente com a observação em sala de aula para que possa auxiliar melhor o aluno.

2. APRENDIZAGEM / AQUISIÇÃO DE UMA SEGUNDA LÍNGUA

A partir do estudo da teoria das inteligências múltiplas e das colocações de Rogers sobre a aprendizagem centrada no aluno podemos refletir sobre a aprendizagem de uma segunda língua e como essas teorias iluminam o papel e atuação do professor como mediador desse processo. Para tanto abordarei alguns dos principais métodos da aprendizagem de uma segunda língua desde o começo do século XX. Sabemos que adultos aprendem diferente de crianças, devido suas características e condições no aprendizado. Portanto, algumas questões devem ser levadas em conta:

O aprendiz já conhece a língua? O aprendiz já é maduro suficiente para resolver problemas de deduções e memória? Quão bem está desenvolvida a consciência metalinguística do aprendiz? Quanto o aprendiz conhece sobre o mundo afora? O aprendiz demonstra nervosismo ou soa “bobo” quando comete um erro? É esperado do aprendiz fala a língua alvo desde o início ou ele tem um tempo para ficar em silêncio? O aprendiz tem bastante tempo para aprender a língua e bastante contato com pessoas proficientes? O aprendiz recebe feedback de forma efetiva quanto a seus erros ou ele já se preocupa com a mensagem em um contexto geral? O aprendiz usa todas suas habilidades para aprender esta segunda língua? (Lightbrown, Patsy M; Spada, Nina, 1999, p.32)

Três abordagens são as principais no ensino de línguas: language learning ( é o estudo formal, voltado ao acumulo de conhecimento), language drilling – habit

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27

formation (visto como a repetição mecânica que iria conduzir a automatização de

estruturas), e language acquisition ( visto como interação e experiências em ambientes reais, que levaria a adquirir habilidade) (Schütz 2004, 2009 apud Rocha, Michele O, 2011 p. 16).

Language Learning, seria o processo cognitivo, sendo que seu principal

objetivo é o entender a estrutura e regras do idioma, através do esforço intelectual e da capacidade dedutivo-lógica do estudante. Tendo sempre o cuidado à língua na sua forma escrita e ênfase na gramática e tradução. Esse processo denominou-se

Grammar- Translation Method e predominou até o século 20, porém muitas escolas

de Ensino Médio ainda o usam. (Schütz 2004, 2009 apud Rocha, Michele O, 2011 p. 16).

Language Drilling – habit formation segundo Schütz (2004, 2009) seria um

processo articificial, conectado a um plano didático sério e rígido, procuraria criar representações condicionadas através de atividades e exercícios de memorização de formas da língua fora de contexto. Denominou-se Teoria do Audiolingual Method, que até os anos 50 era muito forte e por muitos cursos de línguas no Brasil é usado hoje em dia. (Schütz 2004, 2009 apud Rocha, Michele O, 2011 p. 16).

Por último a Language Acquisition, em que o aprendiz teria um processo de assimilação natural, intuitivo e subconsciente, devido a interações e situações reais de convívio humano em ambientes que em a língua estrangeira e sua cultura estejam presentes. Teoria de Stephen Krashen e inspiradora de muitas abordagens comunicativas, a partir dos anos 80. (Schütz 2004, 2009 apud Rocha, Michele O, 2011 p. 16).

Cada professor poderá decidir e adaptar-se ao método que melhor lhe servir, levando em conta a situação em que está inserido e o contexto também. Utilizando um dos métodos, poderá ser vivenciado e a teoria elaborada por estes estudiosos, poderá ser usada em prática. (Jalil e Procalio, 2009 apud Rocha, Michele O, 2011 p. 16).

Além destas abordagens trazidas por Schütz, algumas teorias clássicas serão tratadas a seguir.

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28 Segundo Lightbrown e Spada (1999), o behaviorismo define o aprendizado devido à imitação, hábitos, prática e ao reforço. Acreditam que tanto o aprendizado verbal e não verbal dá-se ao mesmo processo. Aprendizes recebem informações de falantes no ambiente em que está inserido e deste modo farão associações entre palavras e objetos, e a cada repetição destas experiências melhor será sua aprendizagem. Os aprendizes recebem feedback positivo ou corretivo em seus erros.

Para alguns autores a teoria behaviorista já provou ser incompleta, pois de acordo com Paiva, 2005 apud Rocha, Michele O, 2011 p. 16, o modelo behaviorista vê a aquisição como criação de hábitos automáticos através da imitação em forma de repetição (drills). Pois a aquisição viria de um processo maior de assimilação e não de transferências de hábitos. (Lightbrown e Spada, 1999).

2.2 Inatismo

Essa teoria é atribuída a Noam Chomsky, o autor afirma que as crianças já nascem com a linguagem de herança genética, ou seja, inata, e que algumas regras já estão fixadas no cérebro. Chomsky ainda afirma que as crianças tem o período crítico para aprender. Elas irão basear-se na fala de adultos para poderem construir suas próprias regras e assimilam alguns modelos com sua língua materna, mas não é imitação como a teoria do behaviorismo. (Lightbrown e Spada 1999).

Porém, para alguns linguistas o Inatismo não seria uma boa teoria de aprendizado de uma segunda língua, pois não engloba aqueles que já passaram o período crítico, e mesmo sendo jovens ou adultos conseguem aprender uma nova língua.

2.3 Socioconstrutivismo e Interacionismo

Vygotsky e Piaget defendem a teoria interacionista e socioconstrutiva. Interacionista caracteriza que o conhecimento da criança é fundado a partir de interações socias baseadas culturalmente, de uma forma que vem de dentro para fora do sujeito sempre refletida em experiências psicológicas. Em âmbito escolar necessita ter a transferência entre professor e aluno, e fatores externos devem agir

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29 para o desenvolvimento de uma forma ativa e produtiva Para Vygotsky o desenvolvimento é determinado pela aprendizagem, e a aprendizagem de uma nova língua pela teoria interacionista é baseada nas interações e, por meio do que a criança, lê, fala, escreve e ouve. Para Piaget, o desenvolvimento é adquirido com uma interação pelo meio, o fator biológico está extremamente relacionado no processo de desenvolvimento da criança. Tanto uma teoria quanta a outra se complementa, uma com o enfoque na interação social e a outra na interação com o meio-biológico.

Por meio destas análises e teorias a cerca da aprendizagem de uma segunda língua, a seguir trataremos das dificuldades em que um aluno tem a cerca desta nova língua estrangeira.

2.4 Dificuldades na Aprendizagem de uma Segunda Língua

Antes mesmo de o bebê nascer, seus pais já estão falando com ele, o incluindo no mundo da linguagem, conversando, o convocando ao desejo da mãe. Esse bebê nasce em uma cultura que já tem seu próprio idioma, assim, a criança vai aprendendo a se comunicar a partir do que o outro o apresenta. Essa fala acaba sendo instituída no ser humano como algo natural, pois, já o conhece. Essa aprendizagem é dada da língua cultural falada dos pais, ou seja, a fala materna.

Esses já tem acesso ao outra língua antes de nascer. Segundo a dissertação de mestrado de Ângela Vorcaro. O saber entre a recusa e a impotência, a busca de informação e a comunicação em nível mundial atualmente, fizeram a língua inglesa o idioma mais aceito internacionalmente. Entretanto, como foi dado ao inglês o papel da língua global, tornou-se uma língua importante para o individuo. Mostra-se que desde pequenos as crianças já tem acesso a língua inglesa, sendo trabalhadas nas creches e escolas.

Ao aprender uma nova língua o sujeito se vê com o incerto, algo não apropriado, não aprendido, causando a dificuldade para um novo. Segundo Denardim (2007 apud, Revuz 2002) refere que a dificuldade que muitos alunos apresentam podem ocorrer pelo fato de sair dos automatismos fonatórios da língua materna e durante a apropriação dos sons da nova língua, se acostumando com os riscos explosivos, e os bloqueios, como também, o enfrentamento de sentimentos de

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30 ameaça de um afogamento pelos sons da língua estrangeira, negando-se a pronunciar palavras dessa nova língua. Montrezol e Silva (2009) mencionam que a composição e origem da língua Inglesa são diferentes da língua materna, com isso, referem que é importante o professor e aluno conscientizam-se que para aprender precisam-se compreender aspectos sociais e culturais falantes nativos desta.

O aluno aprende pela aposta do outro, pelo desejo do professor. Mara (2007) citando Lacan refere o Inconsciente como estruturador da linguagem, em que o sujeito aprendiz coloca seu mestre, esse grande outro, como o suposto saber, esse que tem o saber. O educando busca a aprovação de seu mestre, um olhar de autorização. “O olhar do outro nos devolve a imagem de quem somos.” (Mara, 20017, pag. 42). Dependendo como o educando constrói essa imagem terá uma identificação maior ou menor com o objeto de estudo. Isso se trata de nosso inconsciente, que segundo Laplanche (2008) é usado para exprimir os conteúdos não presentes no campo da consciência, e é constituído por conteúdos recalcados. Para a psicanálise a verdade do sujeito não está na consciência, mas no inconsciente.

Com isso, traz-se uma transferência, uma relação entre professor e aluno pelo desejo de aprendizado. Vorcaro (2011) situa que a escola dificilmente viabiliza o acesso ao simbólico nos métodos de ensino, no qual aquele que ensina empresta sua tradição de aprendiz. O mestre passa seus ensinos como dever e o aprendiz pelo amor transfere ao seu mestre.

Entretanto, alguns sujeitos que tem facilidade na nova língua, pronunciam sons, frases, cantam, outros, apresentam dificuldades, que segundo Denardim (2007) menciona essa distância entre a língua estrangeira e a materna, que causa ansiedade em alguns alunos e prazeres em outro, sendo percebida não somente na relação fonética/fonologia da língua estrangeira, como também, nas significações das palavras.

Cada sujeito tem uma historia uma marca trazida desde bebê, desta forma, cada um irá lidar de forma diferente com algo novo, tendo dificuldade, ou não, indo à busca, ou desistindo. Importante o papel do professor para estar agregando, e apostando no desejo de saber de seu aluno.

Como já diferenciado acima, cada pessoa segundo a teoria de Howard Gardner terá uma inteligência mais elevada que as demais. Portanto para

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estimulá-31 las e usar em sala de aula, o professor poderá recorrer com diferentes tipos de exercícios e atividades levando em conta como a pessoa aprende.

2.5 Estratégias que Podem ser Usadas Levando em conta as IM

Inteligência linguística

Principal característica de aprendizagem: palavras. Pessoas que possuem essa inteligência aprendem melhor: dizendo, escutando e vendo palavras; escrevendo; conversando; lendo.

Atividades que ajudam no desenvolvimento desse tipo de inteligência: resenhas de livros; contar piadas; escrever palavras, diários, cartas; ler; conversar; debater; contar histórias; jogos de palavras como palavras cruzadas.

Inteligência Lógico-Matemática:

Principal característica de aprendizagem: raciocínio. Pessoas que possuem essa inteligência aprendem melhor: experimentando; questionando; descobrindo enigmas lógicos; calculando.

Atividades que ajudam no desenvolvimento desse tipo de inteligência: análise; categorização; formulas; jogos de lógica; diagramas de venn; Síntese; Estatísticas; Resolução de problemas; Sudoku.

Inteligência Espacial:

Principais características de aprendizagem: imagens e figuras. Pessoas que possuem essa inteligência aprendem melhor: desenhando; visualizando; rabiscando. As atividades que ajudam no desenvolvimento desse tipo de inteligência: colagens; pintar; fotografar; esculpir; desenhar; simular; modelar; fluxogramas; esboçar ideias; vídeos; filmes; jogos de imaginação; livros ilustrados.

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32 Principal característica de aprendizagem: através de sensações somáticas. Pessoas que possuem essa inteligência aprendem melhor: tocando, gesticulando.

Atividades que ajudam no desenvolvimento desse tipo de inteligência: dramatização; movimento; coisas para construir; esportes; experiências com o tato; viagens de campo; imitações; brincadeiras com fantoches; charadas; mimicas.

Inteligência musical:

Principais características de aprendizagem: por ritmos e melodias. pessoas que possuem essa inteligência aprendem melhor: cantando, assobiando, batendo os pés e as mãos, escutando.

Atividades que ajudam no desenvolvimento desse tipo de inteligência: cantar; compor canções, sinfonias, melodias; performance musical; demonstração com sons; tocar algum instrumento; reproduzir músicas.

Inteligência Interpessoal

Principal característica de aprendizagem: contando ideias para outras pessoas. Pessoas que possuem essa inteligência aprendem melhor: organizando; relando; manipulando; mediado.

Atividades que ajudam no desenvolvimento desse tipo de inteligência: relatórios; compreensão de outros sentimentos; conversas; cooperar com estratégias de aprendizagem; ensinar algo novo; relatar outros pontos de vista; criar regras de grupo; atuando um jogo ou simulação; conduzir entrevista; aprender com pessoas fora do ambiente escolar.

Inteligência Intrapessoal

Principal característica de aprendizagem: estar em contato com suas emoções, necessidades e metas. Pessoas que possuem essa inteligência aprendem melhor: estabelecendo metas; meditando; sonhando; planejando; refletindo.

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33 Atividades que ajudam no desenvolvimento desse tipo de inteligência: fazer uma autobiografia; estudar em projetos independentes; expressar seus próprios sentimentos; pensar estratégias; concentrar; fazer escolhas; identificação pessoal.

Inteligência Naturalista

Principal característica de aprendizagem: natureza. Pessoas que possuem essa inteligência aprendem melhor: brincando com animais; interagindo com o meio.

Atividades que ajudam no desenvolvimento desse tipo de inteligência: jardinagem; explorar florestas e matas; catalogar flores, árvores e animais; viagens; projetos de preservação do meio ambiente; observar o clima.

Inteligência Existencialista

Principal característica de aprendizagem: crença. Pessoas que possuem essa inteligência aprendem melhor: acreditando em algo que transcende a matéria; filosofando.

Atividades que ajudam no desenvolvimento desse tipo de inteligência: examinar diversas lidar com as preocupações existenciais; refletir sobre fenômenos sobrenaturais; fomentar a fé com citações e provérbios antigos.

3. METODOLOGIA DE PESQUISA

O presente estudo foi realizado durante o segundo semestre de 2013, no mês de novembro, em uma escola de idioma, a fim de verificar se há sucesso no uso da teoria das Inteligências Múltiplas em sala de aula e mostrar quais estratégias podem ser usadas. Durante a atividade trabalhada os níveis de comportamento e interesse constituíram-se um tanto variada, mas todos mostraram empenho na realização da mesma.

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34 O estudo realizado, quanto à tipologia, equivaleu-se a pesquisa de campo, pois como salienta Antonio Carlos Gil, o estudo de campo procura mais aprofundamento das questões propostas, apresenta maior flexibilidade, podendo ocorrer mudanças e reformulações ao longo da pesquisa. É estudado um único grupo ou comunidade em termos de sua estrutura social. É utilizada a observação de fatos e fenômenos exatamente o ocorrente no real, à coleta de dados, e finalmente, à análise e interpretação desses dados, com base em uma fundamentação teórica consistente, tendo por objetivo compreender e explicar o problema pesquisado. (Gil, C. Antonio p. 53).

3.2 Procedimentos de coleta e análise de dados

A pesquisa foi realizada por meio da aplicação de uma atividade musical, distribuída aletoriamente, sem levar em conta no primeiro momento qual a inteligência de cada aluno e qual a melhor estratégia para cada um. Neste dia somente nove alunos de treze da turma participaram na pesquisa.

No primeiro momento da atividade foram distribuídas a quatro alunos, algumas partes selecionadas do clipe musical e teriam que organizar na ordem correta de acordo com o que estavam assistindo ANEXO 1. Outros três alunos receberam partes da música em pedaços, sendo que o objetivo era colocar em ordem conforme o que escutava ANEXO 2. E por último, como os alunos estavam aprendendo sobre o uso da primeira condicional em inglês, foram distribuídas aos três últimos alunos a música inteira, aonde teriam lacunas a serem preenchidas de acordo com a parte gramatical e uso de vocabulário. ANEXO 3

Na segunda parte da atividade, os alunos responderam a um teste, a fim de conhecer suas inteligências e saber como aprender melhor. Deste teste, trinta e cinco questões de ordem reflexiva simples, foram marcadas pelos alunos com valores de um a quatro (um- discordo no geral, dois- discordo um pouco, três- concordo um pouco, quatro- concordo no geral), que trabalham em uma única dimensão: os resultados produzidos pela pontuação marcada em cada questão. O teste é totalmente em inglês, devido à exigência da escola quanto às atividades aplicadas em sala de aula. O teste também avalia sete das nove inteligências, pois a

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35 inteligência naturalista e existencialista, o autor está estudando e se aprofundando melhor, para depois poder testar. ANEXO 4

Na terceira e última parte foi refeito a mesma atividade musical citada acima, levando em conta cada inteligência do aluno e mostrando dicas de como aprender melhor com elas. Aos alunos com a inteligência Linguística mais elevada foi redistribuída a atividade gramatical, aos alunos com a inteligência Corporal-Cinestésica e Musical mais elevada foi redistribuída a atividade de colocar a música em ordem. E para alunos com a inteligência Visual mais elevada, foram redistribuídas as partes do clipe musical para colocar em ordem.

Após a reaplicação da atividade levando em conta as inteligências de cada aluno, levantaram-se questões, ponderações e reflexões a cerca dos resultados com a turma.

3.3 Sujeitos da pesquisa

A escola de idiomas, localiza-se na cidade de Santa Rosa RS, situada no centro da cidade e recebe alunos vindos de todas as partes do município e cidades vizinhas como: Santo Cristo, Giruá, Tucunduva e Tuparendi. O quadro discente é formado por alunos dos seis anos de idade até a fase adulta. As aulas são lecionadas no período matutino, vespertino e noturno. Sua principal abordagem é sócio comunicativa.

A turma de pré-adolescentes com o qual foi realizada a pesquisa tem faixa etária entre onze e treze anos. Treze alunos, dos quais, cinco eram meninos e oito eram meninas. No dia somente nove participantes.

A maioria dos sujeitos em questão é de classe social média e alta, e a maioria estuda em escolas privadas. Para fins de identificação na análise de resultados a seguir, serão referidos alunos A, B, C, D, E, F, G, H, I.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Este capítulo apresenta os resultados encontrados, dentro do estudo proposto. Tendo em vista, os objetivos que fundamentaram este trabalho. Num primeiro momento, serão apresentados por meio de gráficos, os resultados coletados de cada aluno e quais são suas inteligências mais predominantes.

Num segundo momento, a avaliação dos resultados obtidos através da observação entre a atividade que foi distribuída de forma aleatória e a reaplicação da mesma baseada no teste das múltiplas inteligências.

4.1 Caracterização do Modo de Aprendizagem de cada Aluno

Os gráficos a seguir mostrarão a pontuação de cada aluno e as inteligências que mais caracterizam o seu modo de aprender. Lembrando que esta teoria refere-se à múltiplas inteligências, e portanto cada refere-ser humano refere-segundo Gardner possuirá uma ou mais inteligências.

Podemos perceber através do gráfico abaixo, que o Aluno A possui a Inteligência Linguística mais elevada que as outras, sendo que esta inteligência é caracterizada por aprender através das palavras, de leituras, escritas e falar.

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37 O aluno B possui a inteligência Corporal Cinestésico e Espacial, aonde aprende melhor usando os movimentos do corpo, tocando e movendo objetos, além de construí-los. Também aprende visualizando, desenhando, colorindo e criando mapas.

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38 O Aluno C tem como sua mais alta inteligência a Interpessoal, que aprende melhor interagindo com outras pessoas, compartilhando ideias, ensinando aos outros.

Figura 3: Pontuação e Características das Inteligências do aluno C

O aluno D aprende melhor movendo-se, atividades através de sensações, dramatização, movimento, esportes, imitações, charadas e mímicas.

Referências

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