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Academic year: 2021

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ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE ÁREA:

SUBÁREA: Educação Física SUBÁREA:

INSTITUIÇÃO(ÕES): CENTRO UNIVERSITÁRIO MÓDULO - MÓDULO INSTITUIÇÃO(ÕES):

AUTOR(ES): PAULO CESAR HUTTNER BORGES AUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): TEÓFILO ANTONIO MÁXIMO PIMENTA ORIENTADOR(ES):

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RESUMO: A obesidade é uma das maiores preocupações da área de saúde neste início de século. Este trabalha relata a experiência de promover atividades físicas de forma lúdica durante recreios escolares, visando estimular mais crianças a participarem do Projeto Crescer Saudável, criado para contribuir com a diminuição da obesidade infantil, em andamento no município de Caraguatatuba (SP).

Palavras-chave: Projeto Crescer Saudável. Recreio Dirigido. Obesidade Infantil. 1. INTRODUÇÃO

Em 10 de outubro de 2017 o site oficial da Organização Mundial de Saúde (WHO, 2017) anunciou o estudo publicado na revista The Lancet1 informando o

vertiginoso aumento da obesidade infantil no mundo. O número de crianças obesas cresceu de 11 milhões, em 1975, para 124 milhões, em 2016.

No Brasil o Ministério da Saúde divulgou em 17 de abril de 2017 (BRASIL, 2017) dados apontando que a cada cinco brasileiros, um está obeso. O número de casos da doença passou de 11,8%, em 2006, para 18,9%, em 2016. O anúncio oficial ainda associou o crescimento da obesidade com o aumento do número de diabéticos e hipertensos.

As notícias são estarrecedoras e demandam ação. O então Ministro da Saúde Ricardo Barros já indicou possíveis soluções: “A alimentação saudável aliada à prática de atividade física nos ajudará a reduzir a incidência de doenças como diabetes e hipertensão na população.” (BRASIL, 2017, p. 01).

Em Caraguatatuba (SP), desde 2016, vem sendo efetivado o Projeto Crescer Saudável, coordenado pelo Professor Me. Teófilo Pimenta. Este Projeto utiliza-se dos conteúdos de esportes, jogos e brincadeiras e do método de circuitos, buscando estimular as habilidades motoras e o gasto energético. Nas intervenções indiretas, as famílias participam de reuniões, palestras, debates e discussões ocorridas mensalmente. O projeto tem três objetivos: 1- intervir, através de atividades físicas, em crianças obesas, sedentárias e pouco ativas fisicamente; 2 - auxiliar as famílias dos alunos participantes nas escolhas alimentares de seus filhos e; 3 - contribuir na formação profissional e docente (MÓDULO, 2016).

No início de 2017 existiam apenas cinco alunos participando do ‘Crescer Saudável’. Visando estimular mais crianças a se envolverem no projeto foi desenvolvido, em 2017, o Projeto Recreio Dirigido, onde graduandos de licenciatura

1 The Lancet é uma revista científica britânica sobre medicina publicada semanalmente (ELSEVIER, 2018)

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e bacharelado do curso de Educação Física do Centro Universitário Módulo, orientados pelo professor Teófilo, realizaram práticas corporais por meio de jogos, esportes e brincadeiras para os alunos do ensino fundamental da Escola Municipal Dr. Carlos de Almeida Rodrigues, nos intervalos das aulas. Nestes recreios as crianças eram convidadas a visitarem o Projeto Crescer Saudável.

O público alvo deste projeto foram os alunos do ensino fundamental da Escola Municipal Dr. Carlos de Almeida Rodrigues, na faixa etária entre seis e quatorze anos.

2. OBJETIVO

Relatar as ações do Recreio Dirigido, enquanto atividade estratégica do Projeto Crescer Saudável.

3. METODOLOGIA

As atividades (descritas no item ‘DESENVOLVIMENTO’) foram realizadas na quadra da Escola Municipal Dr. Carlos de Almeida Rodrigues em quatro dias (01, 15 e 29 de setembro e 06 de outubro de 2017). Acompanhando os ensinamentos da professora, mestre em Ciências da Educação, Élia A. C. Santos (SANTOS, 2010), predominaram as atividades lúdicas, fazendo com que os alunos praticassem atividades físicas brincando, divertindo-se e obtendo gastos calóricos (SANTOS, 2010 p. 04)

Nestes quatro dias alunos graduandos em Educação Física permaneceram responsáveis por cada atividade, supervisionados pelo professor. A escola possui dois recreios programados, cada um com 10 minutos de duração. O primeiro recreio é para as crianças entre 6 e 10 anos, o segundo para os alunos dos anos finais, entre 11 e 14 anos. As crianças eram levadas para a quadra pelo inspetor e ficavam livres para participar da atividade que quisessem. No intervalo de cinco minutos entre os recreios o professor e os alunos arrumavam novamente os materiais e esperavam pelas crianças. As atividades foram se adequando às preferências dos alunos ao longo dos quatro dias.

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O professor e os alunos chegavam à escola trinta minutos antes do primeiro recreio e montavam as atividades com os materiais disponíveis: bambolês, bolas (futebol de salão, basquete, handebol e vôlei), cordas, giz e elástico.

4. DESENVOLVIMENTO

No primeiro dia (01/09) compareceram sete graduandos para auxiliar nas atividades. Foram preparadas as seguintes atividades: pular corda (com dois adultos segurando as pontas), brincadeiras com bambolês, chutes a gol (com bola de futebol de salão), arremessos ao garrafão (com bola de basquete), pega-pega, toque de bola com as mãos (bola de handebol e vôlei), toque de bola com os pés (bola de futebol), amarelinha e elástico. Não se sabia ao certo quantas crianças participariam. As crianças pareceram deslumbradas ao se depararem com a quadra repleta de atividades e, num primeiro momento, ficavam andando pela quadra para escolher o que fariam. De uma forma geral, as meninas optaram por pular cordas, brincar de amarelinha, bambolê, e elástico. Já os meninos escolheram as bolas, principalmente as de futebol. Nenhuma atividade ficou ociosa, sendo que a menos procurada foi o arremesso ao garrafão. Cerca de vinte crianças participaram.

As mesmas atividades foram preparadas para a segunda turma, entre onze e quatorze anos. A demanda pela amarelinha e elástico diminuiu, e as meninas mais velhas também optaram pelas bolas, especialmente chutes a gol onde um graduando em Educação Física ficava de goleiro. Cada gol era sonoramente festejado. Alguns alunos começaram a driblar uns aos outros e logo foi feita uma brincadeira entre ‘times’ de três jogadores cada. Neste recreio aumentou a procura pelo arremesso ao garrafão. Também participaram cerca de vinte crianças. Estes números de crianças, nos dois recreios, se mantiveram nos outros dias.

No segundo dia (15/09) compareceram seis graduandos. As crianças já conheciam as brincadeiras e passaram a aperfeiçoar algumas atividades. Nos dois recreios os próprios alunos seguravam a corda para seus colegas pularem, ficando o graduando apenas supervisionando. No primeiro recreio (faixa etária entre seis e dez anos) os alunos começaram a dificultar a amarelinha, aumentando as casas e criando mais obstáculos. A procura pelo arremesso ao garrafão aumentou também neste grupo. No segundo recreio poucas crianças brincaram de amarelinha, mas o

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elástico foi bem utilizado. A demanda pelas demais atividades se manteve como no primeiro dia, sendo ainda destacado o chute a gol como atividade mais procurada.

No terceiro dia (29/09) sete graduandos compareceram. A novidade foi introduzir uma brincadeira cooperativa, inspirada no trabalho de Terry Orlick (ORLICK, 2006). Foi realizada a corrida com bambolês envolvendo três crianças. Não era uma competição; estas três crianças tinham que percorrer um trecho da quadra sem deixar o bambolê cair. A aceitação foi maior no primeiro recreio, onde muitos alunos se divertiram, mas no segundo recreio apenas alguns brincaram. Neste terceiro dia, em ambos recreios, os alunos estavam totalmente à vontade e interagiam muito bem entre si e também como os graduandos. A procura pelos chutes diminuiu um pouco, mas ainda foi a mais disputada das brincadeiras.

No último doa (06/10) a corrida com o bambolê envolvendo três alunos aumentou no primeiro recreio e foi mais utilizado no segundo. As demais atividades tiveram a mesma procura dos outros dias, contudo nitidamente foi aperfeiçoada amaneira de executá-las. Assim, os arremessos ao garrafão obtiveram mais êxito, também foram feitos mais gols e mesmo a amarelinha e o elástico foram mais bem praticados. Também os toques de bola foram melhores.

Todas as crianças que entraram na quadra praticaram pelo menos uma atividade, nenhuma ficou ociosa apenas observando.

5. RESULTADOS

Os Recreios Dirigidos cumpriram a meta de estimular mais crianças a participarem do Projeto Crescer Saudável, mais que dobrando o número de integrantes. Antes eram, em média, apenas cinco, após os recreios este número aumentou para treze.

Durante os quatro dias, nos dois recreios escolares, todos os alunos participaram de pelo menos uma brincadeira, praticando atividade física de forma lúdica.

Ao final do último dia (06/10) quase todas as crianças se dirigiram a um ou mais graduandos e também ao professor pedindo mais dias de Recreios Dirigidos, sobretudo afirmando que em dias normais a quadra permanece disponível apenas para os alunos maiores jogarem futebol. Isto foi relatado à diretora da escola, que

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agradeceu e disse que iria intervir para que todas as crianças pudessem brincar na quadra.

A escolha pelos chutes a gol pode ter sido estimulada pela participação direta do graduando, que ficava no gol, gerando uma interação muito proveitosa. Fazer um gol era um grande feito!

Os toques de bola também foram muito procurados nos dois recreios e foi perceptível a melhora nas habilidades, principalmente no último dia, em que houve apenas uma semana de intervalo entre os recreios. Nos demais dias os Recreios foram de quinze em quinze dias.

O Projeto Crescer Saudável contribui também para o desenvolvimento motor. Todas as atividades desempenhadas nos recreios são também praticadas no Projeto e, de fato, melhoram a atenção e a coordenação motora.

Pode-se afirmar que os Recreios Dirigidos foram um sucesso, sobretudo no que diz respeito à execução de atividades físicas de forma lúdica por um grande número de crianças, que de outra forma poderiam despender seu tempo recreativo paradas com seus celulares, sem interagir e também sem gastar energia.

As imagens abaixo mostram as crianças e os graduandos executando o projeto.

Crianças entre dez e quatorze anos no Projeto Recreio Dirigido

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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os recreios dirigidos foram uma estratégia para que mais crianças participassem do Projeto Crescer Saudável, e embora tenham cumprido seu objetivo, ainda existem poucas crianças neste projeto. Os motivos para isto são variados e fogem ao escopo deste trabalho. Contudo, ficou muito claro para todos os graduandos em Educação Física o encanto que as atividades lúdicas provocam nas crianças.

Participar do Projeto Recreio Dirigido foi uma oportunidade ímpar de sair da sala de aula e encontrar crianças ávidas por brincar despendendo energia. É um campo imenso para futuros profissionais de educação física e uma ação de utilidade pública, afinal a obesidade é uma das mais doenças mais crescentes neste início de século, e com consequências desastrosas para a sociedade. Os artefatos tecnológicos são de fato fascinantes, mas é preciso fazer com que as crianças se exercitem mais, de forma a se manterem saudáveis. A obesidade é um seríssimo problema que vem cada vez piorando.

Crianças entre seis e dez anos no Projeto Recreio Dirigido

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Também é preciso enfatizar como a ação com as crianças revelou uma rotina equivocada na escola. A diretora agradeceu efusivamente por ter sido alertada para a utilização da quadra por uma minoria de alunos, deixando os demais sem um espaço adequado para gastar suas energias.

FONTES CONSULTADAS

BRASIL, 2017. Obesidade Cresce 60% em 10 anos no Brasil. Disponível em: < http://www.brasil.gov.br/editoria/saude/2017/04/obesidade-cresce-60-em-dez-anos-no-brasil>. Acesso em: 28/08/2018.

ELSEVIER, 2017. The Lancet. Disponível em: https://www.journals.elsevier.com/the-lancet. Acesso em: 28/08/2018.

WHO, 2017. New global estimates of child and adolescent obesity released on

World Obesity Day. Disponível em: <

http://www.who.int/end-childhood-obesity/news/new-estimate-child-adolescent-obesity/en/>. Acesso em: 28/08/2018. MÓDULO, 2017. Projeto Crescer Saudável promove atividade física em escolas

municipais de Caraguatatuba. Disponível em:

<https://www.modulo.edu.br/noticias/projeto-crescer-saudavel-promove-atividade-fisica-em-escolas-municipais-de-caraguatatuba/>. Acesso em: 28/08/2018.

ORLICK, T. Cooperative Games and Sports. 2ª Ed. Champaign (US): Human Kinetics, 2006.

SANTOS, E. A. C., 2010. O Lúdico no Processo Ensino Aprendizagem. Disponível em: <http://need.unemat.br/4_forum/artigos/elia.pdf>. Acesso em: 27/10/2017.

Referências

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