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Ultra-Sonografia

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Academic year: 2021

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A ultra-sonografia, baseada nos sonares usados na Segunda Guerra Mundial, entrou em uso rotineiro em 1966, e mede a intensidade do eco espalhado para trás (retro-espalhado =backscattered), do som induzido no paciente por um transdutor.

O desenvolvimento da câmara de cintilação por Hal Anger em 1952, conhecida como a câmara Anger, é a base da medicina nuclear e do desenvolvimento da tomografia axial computadorizada (CAT ou CT).

A tomografia computadorizada foi inventada pelo engenheiro eletrônico Godfrey N. Hounsfield (1919-), pela qual recebeu o prêmio Nobel em fisiologia e medicina em 1979, juntamente com o sul-africano naturalizado americano, físico Allan McLeod Cormack (1924-). Cormack desenvolveu em 1956 a teoria e a matemática de como múltiplos raios projetados sobre o corpo, em ângulos diferentes, mas em um único plano, forneceriam uma imagem melhor do que o raio único, usado na radiografia. Seus trabalhos foram publicados no Journal of Applied Physics, em 1963 e 1964. Sendo este um jornal de física, não era lido por radiologistas, e Hounsfield desenvolveu a teoria independentemente, e construiu o aparelho.

Outras formas de imagear e identificar atividade bioquímica, são a SPECT (Single Photon Emission Computed Tomography - Tomografia Computada de Emissão de Fóton Único), demonstrada em 1963 por Kuhl e Edwards,

PET (Positron Emission Tomography - Tomografia de Emissão de Pósitrons), em que o paciente é injetado com glucose tratada com traçadores radiativos. Quando o organismo metaboliza a glucose, os PET e SPECT monitoram as partículas radiativas emitidas pelos traçadores na glucose. Estas imagens mostram as reações metabólicas e portanto são úteis no diagnóstico de tumores e lesões cerebrais. Entretanto, os isótopos têm vida curta, e portanto estas técnicas só podem ser totalmente utilizadas próximas a um acelerador ciclotrônico.

Em 1945, a descoberta do momento nuclear magnético foi feita independentemente pelo suisso naturalizado americano Felix Bloch (1905-1983) e pelo americano Edward Mills Purcell (1912-). Esta descoberta lhes deu o prêmio Nobel em física de 1952.

Em 1966, os trabalhos do suisso Richard R. Ernst (1933-) com a aplicação da modulação com sinais de rádio e o uso da transformada de Fourier no sinal da NMR (ressonância nuclear magnética) lhe garantiu o prêmio Nobel em química em 1991. Este desenvolvimento pode finalmente ser utilizado em 1973 por Damadian e Lauterbur na geração das primeiras imagens por MRI (Magnetic Resonance Imaging - Ressonância Nuclear Magnética).

As vantagens da MRI são principalmente seu enorme contraste entre os vários órgãos, como veias, artérias, nervos e tumores, que não geram sombra nas radiografias. Durante uma MRI, eletromagnetos poderosos criam um campo magnético da ordem de 30 000 vezes o terrestre, que causam o alinhamento dos prótons nos átomos de hidrogênio no corpo. Ondas de rádio, emitidas 25 vezes ou mais por segundo, desalinham temporariamente estes prótons. Quando o pulso de rádio é desligado, os prótons se realinham com o campo em alguns segundos, emitindo radiação hiperfina característica, que são detectadas, produzindo as imagens. Por volta de 1983 os primeiros aparelhos hospitalares foram instalados.

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Mais recente ainda, e ainda em fase de desenvolvimento, é a utilização de SQUID (superconducting quantum interference device - chave de interferência quântica supercondutora), que permite medir pequenas variações (10-15 Tesla) de campo magnético, medindo a atividade neuronal no cérebro, e eventualmente reconstruir a atividade tri-dimensionalmente. A unidade de campo magnético do Sistema Internacional de Unidades é o Tesla (1 Tesla = 10 000 Gauss), em honra do físico iugoslavo naturalizado americano Nikola Tesla (1856-1943).

Infelizmente a quantização das imagens ainda está em sua infância, e o discernimento numérico de tecidos ainda não é factível na maioria dos casos. Para obter a informação contida em uma imagem, precisamos conhecer adequadamente as propriedades físicas da interação da matéria com as ondas eletromagnéticas, ou sonoras. Se observamos uma imagem usando um sensor sensível a determinadas freqüências, a informação obtida dependerá tanto da resposta espectral do sensor quanto do meio. Já que a resposta dos sensores é muito limita em comparação com o total do espectro eletromagnético, o problema é identificar a substância a partir do conjunto de valores espectrais aos quais os sensores são sensíveis. Para sanar parcialmente este problema, é necessário fazer o uso de informação complementar da estrutura extraída da própria imagem, como a geometria ou forma, mas principalmente de informação experimental prévia.

Embora a urgência clínica na maioria das vezes não permita um tratamento gráfico detalhado, o uso deste tratamento deve ser extensivo ao menos para calibrar o instrumento e verificar as condições de resolução e de ruído, mas principalmente na escolha de um novo aparelho.

ULTRASOM O que é ultra-som?

Ultra-som para diagnóstico é o uso de ondas sonoras de alta frequência para visualizar estruturas dentro do corpo. Um pequeno dispositivo denominado transdutor é utilizado para enviar ondas sonoras para dentro do corpo, que são depois refletidas por estruturas internas. As ondas sonoras de retorno (ecos) são então enviadas de volta para o mesmo transdutor e o equipamento anexo transforma eletronicamente os ecos em um quadro (imagem) de suas estruturas internas. Se o fluxo sanguíneo estiver sendo estudado, pode-se produzir sons audíveis e uma imagem.

O ultra-som é seguro?

O ultra-som para diagnóstico é utilizado há mais de 25 anos. O Instituto Americano de Ultrassonografia em Medicina deu o seguinte parecer em relação à segurança clínica da ultrassonografia: “Não há relatos de nenhum efeito biológico comprovado em pacientes ou operadores de instrumentos causado por exposição

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em intensidades características dos instrumentos atuais de diagnóstico. Embora exista a possibilidade desses efeitos biológicos serem futuramente identificados, os dados atuais indicam que os benefícios propiciados aos pacientes através do uso prudente de diagnóstico por ultra-som são maiores que os riscos, se houver, que possam estar presentes”.

Mesmo tomando essas precauções, os fabricantes estão trabalhando constantemente para encontrar outras formas de reduzir a exposição ao ultra-som, sem comprometer o benefício diagnóstico.

O ultra-som não é utilizado apenas na gravidez?

Além da gravidez, o ultra-som é usado para capturar imagens de vesícula biliar, fígado, rins, pâncreas, útero, ovários, próstata, testículos, tiróide e mamas. O ultra-som também pode observar e ouvir o fluxo sanguíneo dentro de artérias e veias no pescoço, no abdome e nas pernas, e dentro das válvulas e câmaras cardíacas. Além disso, o ultra-som está ganhando cada vez mais importância na cirurgia, como um recurso visual para os cirurgiões. Esta é uma das ferramentas diagnósticas que mais tem se desenvolvido, e os médicos do mundo todo estão sempre encontrando novas aplicações para os sistemas de ultra-som.

O ultra-som dói?

O procedimento em si é indolor, mas para se obter a melhor imagem possível, pode ocorrer algum desconforto por pressão ou por ficar em posição não usual. Uma substância tipo gel é aplicada na pele para um melhor contato do transdutor; o gel pode estar um pouco frio, mas não é um procedimento que causa dor. Para alguns exames ginecológicos e obstétricos, pode ser necessário introduzir o transdutor na vagina, mas a maioria das mulheres não acha desconfortável. No caso de exame da próstata, o transdutor é introduzido no reto, o que não causa mais desconforto do que o exame de toque retal.

A ultra-sonografia é um método não invasivo de diagnóstico que vem se somar a outros métodos já usados anteriormente, como o raio X, biópsias, exames laboratoriais em geral. Com tal variedade de escolha de exames, às vezes o clínico veterinário pode se ver confuso sobre qual o método mais eficiente e barato de fechar um diagnóstico seguro. Com um pouco de bom senso e muita prática pode-se chegar ao resultado ideal procurando selecionar sempre o exame menos agressivo para o animal, mais barato para o proprietário e mais objetivo para o clínico. Em um grande número de casos, é possível fechar o diagnóstico com uma anamnese detalhada, um exame clínico bem feito e uma palpação cuidadosa, mas naqueles casos em que não se pode chegar a uma conclusão é preciso optar por algo mais sofisticado. O raio X simples de boa qualidade é um exame barato, e irá denunciar a presença ou não de corpos estranhos radio-opacos, massas, dilatação de alças intestinais, quantidade e distribuição dos gases, presença de líquido livre na cavidade, tamanho de próstata, fígado, baço, etc, fechando muitos diagnósticos. Quando um raio X simples não for conclusivo, já serve como uma boa base para decidir entre uma chapa contrastada ou uma ultra-sonografia abdominal. Nos casos de dúvida ou na necessidade dos dois exames, a ultra-sonografia deve ser feita antes da administração de compostos de bário para o

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raio X contrastado, pois o exame ultra-sonográfico fica bastante prejudicado na presença desse tipo de contraste no trato digestivo (contrastes iodados não interferem com a propagação das ondas de ultra-som). Vale lembrar também, que em casos emergenciais o exame ultra-sonográfico pode ser feito em trinta ou quarenta minutos enquanto um exame de trânsito intestinal leva de 2 a 4 horas para ser concluído, e é bem mais caro.

LÍQUIDO

A ultra-sonografia é o exame de eleição para a detecção de líquido livre na cavidade abdominal. Detecta facilmente quantidades tão pequenas quanto 4 ml de líquido livre por quilo de peso vivo. Em animais com grandes quantidades de líquido livre abdominal, também é muito superior ao raio X, permitindo uma boa visualização dos órgãos cavitários, sua arquitetura e o estudo do próprio líquido. Durante o exame pode-se também utilizar o auxílio do ultra-sonografista para coletar amostras do líquido livre para testes laboratoriais.

MASSAS

Também é superior ao raio X nos casos de identificação de massas expansivas no abdomen, pois na ultra-sonografia é mais fácil definir a estrutura da massa e se está ou não ligada a alguma das estruturas abdominais. A diferenciação entre cistos, tumores, abcessos e hematomas nem sempre é possível. Cistos são bastantes característicos mas abcessos e hematomas, por exemplo, tem a aparência bastante variável, dependendo do grau de maturidade. Já no caso de neoplasias existem algumas bastante características e outras sem qualquer padrão fixo. Eis por que, muitas vezes, a diferenciação deve se basear bastante no quadro clínico e em outros exames complementares.

APARELHO REPRODUTOR MASCULINO PRÓSTATA

Não há na literatura quase nada a respeito da avaliação da próstata de felinos, mesmo porque os problemas são raros. A sintomatologia de aumento prostático em cães idosos é comum e pode muitas vezes ser confundida com problemas de coluna, ou pode também se somar a eles. Ambos provocam dor, dificuldade de defecar, urinar, etc. Para fazer um diagnóstico diferencial é válido fazer um raio X simples, látero-lateral, preferencialmente com a bexiga cheia para que seja possível aferir aumento de próstata e problemas de coluna. No cão, assim como no homem, a próstata vai mudando seu aspecto com a idade; aumentando seu volume e também a ecogenicidade. Porém, não existem na literatura, tabelas com os dados de tamanho e ecogenicidade padrão de cães normais nas diversas raças ou mesmo de acordo com o peso. Subjetivamente, o exame de próstata do cão ao ultra-som é bastante sensível na detecção das diversas patologias que acometem esse órgão (hiperplasias benignas, prostatites, neoplasias e cistos), mas pouco

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específico quando se trata de diferenciá-las. O problema maior é que as alterações se confundem morfológicamente, sendo muito grande a chance de erro na diferenciação. Para melhorar a acuidade de diagnóstico é preciso apelar para a biópsia aspirativa. Com esse recurso se fecha com certeza o diagnóstico diferencial e se dá ao clínico total certeza para prescrever o tratamento adequado para cada patologia.

TESTÍCULOS

Em todos as patologias prostáticas deve-se fazer também o exame ultra-sonográfico dos testículos. Muitas vezes um problema de próstata é causado por disfunção testicular, neoplásica ou não, produtora de hormônios. Algumas neoplasias testiculares podem não provocar grandes alterações de consistência e de volume , passando despercebidas pelo exame clínico, mas sendo detectadas pelo ultra-som. As NEOPLASIAS DAS CÉLULAS DE SERTOLI, que são as mais comuns, produzem grandes quantidades de hormônio estrogênio, e muitas vezes provocam um grande aumento do testículo atingido, atrofia do testículo contra-lateral, dermatopatia hormonal, e nos casos mais adiantados, síndrome de feminilização do macho. NEOPLASIAS DE CÉLULAS INTERSTICIAIS podem ser bilaterais e aumentam muito os níveis de testosterona. Podem contribuir com o desenvolvimento de hiperplasia prostática benigna, hérnias perineais ou adenoma perineal. Também comuns são os SEMINOMAS, que não são associados à produção de hormônios. ORQUITES E EPIDIDIMITES podem ser detectadas ao ultra-som, muitas vezes associadas a infecções urinárias. No escroto podemos encontrar tumores de células mastócitos, melanomas, acúmulo de líquido livre e outros. A outra grande indicação de ultra-sonografia testicular é a localização de testículos ectópicos antes da realização da cirurgia para sua retirada. Testículos que se desenvolvem dentro da cavidade, devido à temperatura cerca de 2 graus centígrados mais alta que a temperatura normal do saco escrotal, acabam desenvolvendo neoplasia das células de Sertoli, ou das células intersticiais. Ambas são neoplasias hormônio produtoras e ambas podem ocorrer com os testículos na bolsa ou quando os testículos ficam retidos na cavidade abdominal [4]. Entretanto, nos casos de criptorquidismo, é grande a freqüência de malignidade. Pessoalmente, recomendo a retirada de testículos ectópicos entre um e dois anos de idade, pois considero esse como um prazo confortável para o dono e seguro para o animal. Após essa idade, podem começar a aparecer os problemas de pele e as complicações hormonais características.

APARELHO GENITAL FEMININO

É a área que mais requer o uso da ultra-sonografia, tanto para diagnóstico de patologias em geral, quanto para o acompanhamento da gestação.

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ÚTERO

O diagnóstico de afecções uterinas como a piometra, a hemometra ou a mucometra de colo fechado é geralmente muito fácil e está ao alcance de qualquer ultra-sonografista iniciante. É de grande valor para o clínico, pois o exame ultra-sonográfico permite uma avaliação do avanço do processo uterino, e pode mesmo sugerir o grau de comprometimento tóxico hepático e renal. O exame ultra-sonográfico permite uma avaliação inicial do grau de urgência e do risco cirúrgico. A avaliação desse risco será completada então pela avaliação cardíaca e pelos exames laboratoriais que poderão incluir por exemplo: hemograma, uréia, creatinina, TGO, TGP, gamaGT.

OVÁRIOS

A detecção de cistos ovarianos é outro pedido bastante comum para cadelas com problemas de pseudo-ciese, infertilidade ou cios repetitivos. Cistos ovarianos podem ser localizados e medidos. Entretanto o ultra-som não pode diferenciar os cistos funcionais dos afuncionais, ou os cistos fisiológicos dos patológicos. Assim como em humanos, cadelas apresentam cistos ovarianos que podem, ou não, ser hormônio secretores [2,4]. Não é aconselhável avaliar a função hormonal ovariana apenas pela medida dos ovários, pois o aspecto morfológico não corresponde obrigatóriamente ao estado funcional do órgão. Sob essa ótica, a medição de cistos ovarianos não é uma resposta adequada às perguntas do clínico, pois dá a falsa impressão de que sempre que há um cisto ovariano, esse é o problema daquela fêmea, quando esse cisto pode não secretar hormônios. Também o momento da ovulação não pode ser aferido pelo exame ultra-sonográfico, pois segundo a literatura, logo após a ovulação o espaço do cisto ovulatório se preenche com sangue, mantendo o mesmo aspecto ultra-sonográfico. Quando se inicia a gravidez, esse cisto ovulatório vai se transformar em um corpo lúteo, que também terá uma imagem semelhante. Daí concluímos que nos casos de infertilidade e cios repetitivos a ultra-sonografia se limita aos aspectos morfológicos tendo pouco valor na avaliação do estado funcional ovariano. A avaliação funcional dos ovários deve ser feita com exames citopatológicos vaginais, que são de fácil realização e bastante sensíveis para a avaliação da função hormonal e da fase do ciclo ovariano.

GESTAÇÃO

A gestação pode ser confirmada a partir de 14 dias nas raças menores e nos felinos, e um pouco mais nos maiores. Entretanto para que se dê um laudo negativo de gestação em cadelas são precisos pelo menos 21 dias pós-coito.Esse prazo é necessário porque o esperma do cão tem longa viabilidade quando depositado nas vias reprodutoras femininas. Se a fêmea ovular até 6 dias após o coito pode haver ainda espermatozóides viáveis em quantidade suficiente para ocorrer a fecundação. Nesse caso a idade fetal será menor do que o número de dias contados a partir do coito pelo proprietário, podendo levar o ultra-sonografista inexperiente ao erro. Nas gestações iniciais com pequeno número de fetos as

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pequenas vesículas fetais podem passar desapercebidas atrás de alças intestinais com gases, até atingirem um tamanho razoável. É grande o número de proprietários interessados em determinar o número de fetos, a idade fetal e uma data provável para o parto. A contagem de filhotes não deve ser feita ao ultra-som. É possível "avaliar o tamanho da ninhada", mas não se pode contar o número de fetos com exatidão porque o campo de visão do ultra-som é bastante restrito e com isso se perde a noção de conjunto. Em ninhadas pequenas de até quatro filhotes ainda se pode ter certeza sobre o número de fetos, mas quando há mais de cinco fetos é muito fácil contar duas vezes o mesmo feto - uma vez quando se olha o abdomen por um lado e mais uma vez quando se olha pelo outro lado - ou então deixar de contar algum feto, especialmente na fase inicial da gestação, quando as vesículas gestacionais são pequenas e podem ficar escondidas atrás de gases intestinais, ou quando há um número muito grande de fetos e alguns estão localizados sob o rebordo costal. Ao ultra-som, a idade ideal para se avaliar o tamanho da ninhada é entre 30 e 35 dias de idade gestacional. Nessa fase os filhotes já estão suficientemente grandes para não passar despercebidos , já há batimentos cardíacos para se garantir a viabilidade de cada um, e ainda estão suficientemente pequenos para possibilitar uma contagem mais exata dos filhotes. Em fases mais adiantadas, quando a ninhada é grande, a barriga fica tão aumentada e os filhotes ficam tão apertados uns contra os outros, que é muito fácil confundir os fetos contados com os não contados. Nessa fase, só é possível avaliar a viabilidade fetal, o desenvolvimento dos órgãos internos e a idade gestacional. A partir da idade gestacional calcula-se a data provável para o parto (DPP). Essa data não significa o dia exato do nascimento dos filhotes, mas tira-se dela um intervalo que inclui 3 dias antes e 3 dias depois da DPP para as cadelas (2 dias antes e 2 dias depois para os felinos). É calculado, assim, um intervalo de uma semana para cadelas (5 dias para felinos), como sendo o período normal para o nascimento dos filhotes. Esse cálculo é muito útil quando não se tem certeza se a fêmea teria cruzado, ou não se sabe ao certo a data do coito. Nos casos em que o proprietário realmente precisa saber o número exato de filhotes, deve-se radiografar a mãe depois da fase de mineralização óssea dos filhotes (não antes de 42 dias) [3, 4}. Pela imagem estática e global do abdomen fica muito mais fácil e seguro contar os crânios ou as colunas vertebrais fetais, com menores chances de erro. Em cadelas e gatas em final da gestação a maior utilidade do ultra-som é a monitoração das condições de viabilidade, sofrimento ou morte fetal. Há também a possibilidade de previsão de parto iminente (em até 24 horas) quando se dispõe de aparelhagem com modo M para monitoração cardíaca. Em partos distócicos a monitoração por ultra-som visa detectar se há sofrimento fetal, mas não pode eliminar a possibilidade de existência de mal-formação de bacia; casos em que é indicada a cesárea imediata para salvar a vida da mãe e dos filhotes. A indicação de cesárea tambem é dada nos casos de morte de todos os fetos, nesse caso visando apenas a saúde da fêmea. Quando o feto está em sofrimento sua movimentação se encontra bastante prejudicada com diminuição sensível de reflexos e com alteração na velocidade dos batimentos cardíacos. Os batimentos cardíacos ficam irregulares, fora da velocidade compatível com a fase de desenvolvimento, e os reflexos normais que se veem de movimentação de patas podem estar diminuídos ou mesmo ausentes. A morte fetal pode ocorrer em

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qualquer fase da gestação. Quando ocorre logo no início, as vesículas fetais inviáveis são reabsorvidas pelo útero, e os outros fetos viáveis podem seguir sua evolução normalmente. Quando a gestação está mais avançada e ocorre a morte de um ou mais fetos, não vai haver reabsorção. Pode haver ou não o aborto dos fetos mortos, muitas vezes sem prejuízo para os fetos viáveis restantes. O diagnóstico de morte fetal ao raio X só é possível cerca de 48 horas após o óbito, quando ocorre o colapso da coluna e do crânio, gás no trato gastro-intestinal e/ou área perifetal [3]. Ao ultra-som o diagnóstico de morte fetal é dado quando não se pode detectar batimentos cardíacos, imediatamente após a morte fetal. Pode-se usar o colapso dos ossos do crânio e da coluna para definir o tempo aproximado da morte fetal [2]. Em fetos mortos, retidos por maior tempo vai se iniciar o processo de autólise dos tecidos e finalmente a maceração. Essas fêmeas podem ou não apresentar corrimento vaginal, e outros sintomas mais gerais como anorexia, febre, apatia, etc.

ABDOMEN AGUDO

É um dos casos em que os exames de diagnóstico por imagem são de grande valor para o clínico, pois a dor abdominal intensa impede o profissional de fazer uma palpação e percussão adequadas. O exame mais simples e barato é o raio X simples que vai denunciar a presença ou não de massas, corpos estranhos rádio-opacos, dilatação de alças intestinais, quantidade e distribuição dos gases, presença de líquido livre na cavidade (quando em quantidades significativas), cálculos renais (quando rádio-opacos), tamanho de próstata, problemas de coluna, etc. Se o raio X simples não for conclusivo, deve servir como base para a escolha entre uma chapa contrastada ou uma ultra-sonografia. O uso de contraste líquido administrado por via oral e chapas seriadas de raio X revela todo o funcionamento e morfologia do aparelho digestivo. Esse exame é chamado de TRÂNSITO DIGESTIVO. É um exame caro, que pode demorar várias horas. Além disso, o contraste de bário permanece por muitas horas no interior do tubo digestivo, prejudicando muito a realização de ultra-sonografia logo a seguir. Caso se opte pela chapa contrastada antes da ultra-sonografia, pode-se dar preferência para os contrastes iodados que também podem ser usados por via oral e não interferem com a propagação das ondas de ultra-som. Para avaliação da velocidade de filtração renal, pode-se usar contrastes iodados por via endovenosa e chapas de raio X seriadas. Esse exame é chamado de UROGRAFIA EXCRETORA e avalia a função de cada um dos rins, além de revelar massas na bexiga, cálculos rádio-transparentes e persistência do úraco.

APARELHO DIGESTIVO

Nos problemas de aparelho digestivo, ou quando existem muitos gases o raio X simples ou contrastado (exame de trânsito digestivo - ver acima, no ítem ABDOMEN AGUDO) é, geralmente, mais útil que o ultra-som, pois os gases impedem uma boa transmissão das ondas sonoras, obstruindo a imagem. O estômago só pode ser bem visto ao ultra-som quando não contém muitos gases. Se a visualização não é boa, pode-se enchê-lo com bastante líquido, desde que o animal não esteja vomitando, administrando cerca de 10 a 15 ml de água por kilo

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de peso, por via oral. Isso facilita muito a visualização de todo o abdomen superior: estômago, parte do fígado, região anatômica do pâncreas, duodeno e adrenal esquerda. Vale lembrar que para os problemas de esôfago, estômago e duodeno, o método diagnóstico de eleição é a endoscopia, acompanhada de biópsia, desde que o animal tenha condições de suportar a anestesia e a manipulação inerentes ao exame.

APARELHO URINÁRIO

O aparelho urinário é um dos mais acessíveis à ultra-sonografia. É o método de eleição, muito sensível a alterações morfológicas de rins, bexiga, próstata, detecção de cálculos, obstruções, sedimento e massas vesicais. Não tem grande valia para estudar a função renal, pois a insuficiência renalnão é diretamente proporcional às alterações morfológicas dos rins.

BEXIGA

A bexiga deve sempre ser examinada cheia, para que se possa avaliar a espessura da parede, que estará espessada nos casos de cistite, ou quando estiver pouco repleta. Junto com a piometra, é um dos órgãos de mais fácil avaliação, mesmo para ultra-sonografistas principiantes. Seu conteúdo deve ser totalmente anecóico, e quando não é assim, é preciso identificar a origem desses ecos. Ao exame ultra-sonográfico pode-se diagnosticar cistite (quando do espessamento das paredes), neoplasias de parede vesical, presença de cálculos ou outros elementos estranhos na urina, como por exemplo cristais, sangue, pus, grumos de bactérias, muco... Para fazer a diferenciação entre os diferentes sedimentos urinários, geralmente pede-se um E.A.S. Os casos de obstrução por urolitos, massas neoplásicas, ou aumentos de próstata devem ser tratados como emergência médica, pois podem levar a óbito em 48 ou 72 horas [5].

RINS

A avaliação de comprometimento renal agudo ou crônico, por infecção, por processo tóxico, ou por obstrução pode ser feita pelo ultra-som, mas há uma limitação importante. Não se pode relacionar diretamente o aspecto morfológico com a eficiência funcional do parênquima renal. Existem rins bastante alterados ao ultra-som, que conseguem filtrar bastante bem, enquanto outros, com aparência quase normal, não conseguem manter normais os níveis de uréia e creatinina no sangue. Daí se conclui que , a insuficiência renal não está diretamente ligada à morfologia renal. A obstrução renal uni ou bilateral provoca alterações morfológicas diminuindo a relação córtico-medularna relação direta do grau de obstrução e do tempo decorrido, levando à insuficiência renal e óbito. Pode ser provocada por cálculos, neoplasias, aumentos de volume de próstata, etc. Mais raras são as ocorrências de cistos renais e hidronefrose, facilmente identificadas ao ultra-som.

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Ultra-Sonografia

O que é ?

A Ultra-sonografia é um método de exame baseado na reflexão de ondas sonoras de alta freqüência (ultra-som) pelos órgãos do corpo humano, resultando então na formação de imagens no monitor. É um método não invasivo, com boa sensibilidade, de baixo custo e que não utiliza radiação, o que facilitou o seu emprego em praticamente todas as áreas de medicina.

Como é feita ?

A posição em que o paciente deverá ficar será determinada pelo médico e dependerá da região de interesse. A posição mais comum é a deitada. Depois, será necessário espalhar um pouco de gel na pele e, logo em seguida, o médico colocará uma sonda em cima da região a ser estudada. O tempo de exame é relativamente rápido, podendo durar de 10 a 30 minutos.

O que se sente ?

Nada. O exame é tranqüilo e indolor. Nos exames transvaginal (através da vagina) e transretal (através do reto), poder-se-á sentir algum desconforto provocado pela sonda.

Como se preparar para o exame ?

Exames de urgência são feitos sem preparo. Em alguns exames são necessários preparo intestinal, jejum e/ou enchimento da bexiga. O paciente deve consultar o serviço ou departamento de radiologia no qual se realizará o exame.

Que cuidados ter após o exame ?

Não há nenhuma recomendação especial.

Ultra-Sonografia Obstétrica

Elaborado pelo Dr. Sandro Fenelon

1. Quando vou fazer o ultra-som ?

Esta pergunta deve ser feita ao ginecologista-obstetra na consulta pré-natal, pois é este profissional que vai acompanhar e orientá-la durante toda a gravidez.

2. Quantas ultra-sonografias preciso fazer durante o pré-natal ?

Geralmente, 3 exames são suficientes para o acompanhamento de uma gestação normal.

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A 1a ultra-sonografia deve ser feita em 10-14 semanas e preferencialmente entre 11-13 semanas, pois nessa época pode-se avaliar a nuca do feto. Uma alteração na nuca fetal poderá significar maior risco de anomalia genética.

O 2o exame deve ser feito entre 20-24 semanas. Esta é a melhor época para ver os órgãos do bebê como face, coração, pulmões, estômago, fígado, rins, bexiga e membros. É nessa época também que pode ser definido o sexo do bebê.

O 3o exame deve ser feito por volta de 34-36 semanas. A finalidade deste exame é verificar a posição do feto, avaliar a placenta, o volume de líquido amniótico e principalmente o bem-estar fetal.

*Levar sempre os exames anteriores de ultra-som. 3. Já dá para ver o sexo do bebê ?

A visualização do sexo depende de vários fatores, tais como qualidade do equipamento, tempo de gravidez e principalmente da posição do feto.

4. O ultra-som faz mal ao bebê ?

Não. O ultra-som diagnóstico é um método seguro e até hoje nenhum efeito biológico significativo foi confirmado .

5. Vejo as imagens do bebê porém, não consigo entender nada ! Nem sempre é fácil ver o feto na ultra-sonografia. Por isso,

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