• Nenhum resultado encontrado

Análise financeira como ferramenta de gerenciamento financeiro de uma organização do setor alimentício

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Análise financeira como ferramenta de gerenciamento financeiro de uma organização do setor alimentício"

Copied!
75
0
0

Texto

(1)

UNIJUÍ - UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO

DO RIO GRANDE DO SUL

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS, CONTÁBEIS,

ECONÔMICAS E DA COMUNICAÇÃO

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

JONAS DE SOUZA BUENO

ANÁLISE FINANCEIRA COMO FERRAMENTA DE

GERENCIAMENTO FINANCEIRO DE UMA ORGANIZAÇÃO DO

SETOR ALIMENTÍCIO

IJUÍ / RS

(2)

JONAS DE SOUZA BUENO

ANÀLISE FINANCEIRA COMO FERRAMENTA DE

GERENCIAMENTO FINANCEIRO DE UMA ORGANIZAÇÃO DO

SETOR ALIMENTÍCIO

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Ciências Contábeis da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul - UNIJUI, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Ciências Contábeis.

Orientadora: Prof

ª

MS: Stela Maris Enderli

(3)

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a Deus, aos meus pais João e Maria, minhas irmãs Ana, Maria Lúcia, meu irmão Jolar e aos meus sobrinhos Douglas e Jaqueline, que foram minha fonte de inspiração para eu não desistir dessa caminhada da graduação.

(4)

AGRADECIMENTO

Seis anos e meio se passaram, nos quais foram de muitas lutas, incertezas, superação de limites, e hoje de grande alegria. Estou aqui com a sensação de dever comprido. Foram inúmeras as pessoas que passaram em minha vida, e que com certeza fizeram parte de toda essa conquista, cada uma com sua contribuição, mas tem algumas, que tiveram valor inestimável nesse longo período de graduação, e preciso ressaltar.

Primeiramente sem duvida nem uma Deus, pois sem ele nada seria, foi com ele que sempre contei e desabafei, através de orações, busquei força para seguir em frente.

Em segundo, meus familiares, em especial meus pais João e Maria, que me deram todo o amor, compreensão, apoio e incentivo que é essencial para seu filho alcançar seus objetivos, pois permitiram a realização de um sonho, me formar na graduação. Meu muito obrigado por toda a paciência que tiveram comigo nessa caminhada, naqueles dias de stress que nem eu me aguentava e vocês estavam sempre do meu lado estendendo a mão e me compreendendo. Hoje sabemos que tudo valeu a pena, e os frutos já começam a ser colhidos.

Aos meus colegas de faculdade, que me aturaram durante esse tempo na universidade, uns mais chegados, outros nem tanto, mas que estavam ali, junto comigo em busca de um só objetivo, a tão almejada graduação.

A todos os professores dessa longa e árdua caminhada, que me ensinaram muito do que sei, sendo não só mestres, mas amigos, auxiliando sempre que necessário. Um agradecimento especial à professora Euselia P. Vieira, que aturou minhas inúmeras reclamações das aulas, me desafiando e fazendo com que eu acreditasse em mim, e a minha orientadora Stela Maris Enderli, que aceitou o desafio de me auxiliar na conclusão desse estudo, me apoiando, incentivando e não deixando eu com que eu desistisse, quando a vontade era esta, obrigado por toda paciência, compressão e incentivo e dedicação nos ensinamentos.

Gostaria também de agradecer a empresa que disponibilizou para que eu pudesse desenvolver inúmeros trabalhos de faculdade e principalmente minha pesquisa final de conclusão da graduação. Obrigado pelo apoio financeiro no inicio da faculdade, e por sempre terem acreditando no meu potencial.

Aos meus grandes amigos, Alessandro, Cristine, Daniel, Diego, Gabriel, Kassiano, Jane, Jonatan, José, Marciane, Micheli, Priscila e Taisa, o meu muito obrigado, pois vocês me apoiaram, incentivaram e compreenderam as inúmeras vezes que estive ausente.

(5)

Um muito obrigado a todos os demais, familiares, amigos e colegas de aula e trabalho que de uma forma ou outra me apoiaram nessa jornada, seja com palavras, ou com um ombro amigo.

(6)

RESUMO

Este trabalho refere-se à análise financeira e projeção do fluxo de caixa como ferramenta de gerenciamento financeiro de uma organização do setor alimentício, situada na região noroeste do estado do Rio Grande do sul. Uma ferramenta capaz de auxiliar aos gestores no controle financeiro da organização, conhecendo melhor as entradas e as saídas financeiras, as oscilações do mercado a qual a mesma esta inserida, não fazendo isso de uma forma aleatória. A pesquisa se classifica como aplicada, descritiva e qualitativa, foi utilizado entrevista para a coleta de dados com os responsáveis pelos setores da controladoria, produção, vendas e compras e levantamento de informações nas Demonstrações Contábeis e Balancetes de Verificação da empresa. Por meio de análises dos Balanços Patrimoniais e da Demonstração do Resultado do Exercício, foram elaborados e analisados os indicadores financeiros da organização. Posteriormente foram analisadas as entradas e saídas do ano de 2014, projetados esses valores para o primeiro semestre de 2015 e desenvolvida uma proposta de modelo de fluxo de caixa, projetando-se um crescimento de 8% para a organização, para o período. O resultado apresentado demonstra que o fluxo de caixa, quando implantado de forma adequada, torna-se uma ferramenta de grande importância para a gestão organizacional e para a tomada de decisões, pois ele possibilita aos gestores uma visão antecipada das movimentações financeiras da organização.

(7)

LISTA DE QUADROS

Quadro 01 - Modelo de planilha para elaborar o fluxo de caixa... 28

Quadro 02 - Indicadores de liquidez seca e corrente... 53

Quadro 03 - Capital circulante líquido... 54

Quadro 04 - Indicador de solvência geral... 54

Quadro 05 - Endividamento total... 55

Quadro 06 - Participação de capital de terceiros... 55

Quadro 07 - Ciclo operacional e financeiro... 56

Quadro 08 - Receitas e impostos do 1º semestre 2014... 60

Quadro 09 - Projeção de receitas e impostos para 2015... 61

Quadro 10 - Custos e despesas do 1º semestre de 2014... 62

Quadro 11 - Resultado de setembro 2014... 63

Quadro 12 - Projeção de custos e despesas para 1º semestre de 2015... 64

Quadro 13 - Demonstração do resultado do exercício 1º semestre 2015... 65

Quadro 14 - Planilha auxiliar de recebimento... 66

Quadro 15 - Planilha auxiliar de pagamento a fornecedor... 66

(8)

SUMÁRIO RESUMO... 6 LISTA DE QUADROS... 7 INTRODUÇÃO... 10 1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO... 12 1.1 ÁREA CONTEMPLADA... 12 1.2 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO... 13 1.3 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA... 14 1.4 OBJETIVOS... 15 1.4.1 Objetivo geral... 15 1.4.2 Objetivo específico... 15 1.5 JUSTIFICATIVA... 16 2 REFERENCIAL TEÓRICO... 18 2.1 CONTABILIDADE... 18

2.2 DEMOSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO (DRE)... 20

2.3 CONTABILIDADE GERENCIAL... 21

2.4 FLUXO DE CAIXA... 22

2.4.1 Conceitos... 23

2.4.2 Objetivos... 24

2.4.3 Características... 25

2.4.4 Planejamento do fluxo de caixa... 25

2.4.5 Orçamento de caixa... 27

2.4.6 Modelos de fluxo de caixa... 27

2.4.7 Análise do fluxo de caixa... 29

2.5 INDICADORES FINANCEIROS... 30

2.5.1 Indicadores de liquidez... 30

2.5.2 Capital circulante... 32

2.5.3 Indicadores de estrutura... 34

2.5.4 Ciclo operacional e financeiro... 37

3 METODOLOGIA DO ESTUDO ... 43

3.1 CLASSIFICAÇÃO DO ESTUDO... 43

(9)

3.1.2 Quanto aos objetivos... 44

3.1.3 Quanto à forma de abordagem do problema... 44

3.1.4 Quanto aos procedimentos técnicos... 45

3.2 COLETA DOS DADOS... 45

3.2.1 Instrumento de coleta de dados... 46

3.3 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS... 46

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS... 47

4.1 ANÁLISE DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL... 47

4.1.1 Estrutura de produção... 48

4.1.2 Fluxo das compras... 50

4.1.3 Fluxo de vendas... 51

4.2 ANÁLISE DA SITUAÇÃO FINANCEIRA... 52

4.2.1 Indicadores financeiros... 52

4.2.2 Capital circulante... 53

4.2.3 Indicadores de estrutura... 54

4.2.4 Ciclo operacional e financeiro... 56

4.3 FLUXO DE CAIXA... 58

4.3.1 Projeção de receitas e recebimentos... 59

4.3.2 Projeção das despesas e pagamentos... 61

4.3.3 Demonstração do Resultado (DRE)... 65

4.3.4 Planilhas auxiliares... 66

4.3.5 Fluxo de caixa do 1º semestre de 2015... 67

CONCLUSÃO... 69

REFERÊNCIAS... 71

(10)

INTRODUÇÃO

O presente trabalho aborda a análise financeira e a projeção do fluxo de caixa, como ferramenta indispensável para o controle eficaz das finanças de uma organização do setor alimentício. Ano após ano as organizações empresariais vêm passando por transformações, muitas delas impostas pelas novas configurações econômicas da globalização. Nesse sentido torna-se imprescindível a busca de novas técnicas e controles, juntamente com o aprimoramento daqueles já existentes, objetivando que as organizações se fortaleçam nos setores nos quais atuam, criando assim condições para fazer frente a crescente disputa por espaços e mercados.

Indiscutivelmente, uma das ferramentas de controle nas organizações é o fluxo de caixa, este que pode possibilitar aos gestores nos processos de gerenciamento, bem como, acompanhar, avaliar as movimentações dos recursos financeiros, munindo-se de instrumentos necessários para melhor tomarem decisões diante das oportunidades apresentadas pelo mercado. O fluxo de caixa apresenta informações precisas e bem definidas sobre a movimentação de capital da organização (entradas e saídas) num determinado período fiscal, possibilitando assim que os gestores da organização programem quando necessário um maior ou menor volume de recursos e as aplicações a serem feitas com recursos próprios, ou através de captações externas.

Assim, pretende-se demonstrar com este trabalho, como a análise financeira e a projeção do fluxo de caixa, quando implantado de forma adequada, torna-se uma ferramenta de grande importância para a gestão organizacional e para a tomada de decisões.

No primeiro capítulo foi evidenciada a contextualização, área comtemplada, caracterização da organização, a problematização do tema, os objetivos gerais e específicos, bem com as justificativas para o estudo da pesquisa do fluxo de caixa.

No segundo capítulo foi abordado o referencial teórico, contemplando a contabilidade, a demonstração do resultado do exercício (DRE), contabilidade gerencial, fluxo de caixa e os indicadores financeiros.

No terceiro capítulo apresenta-se a metodologia do estudo, bem como a classificação considerando a natureza, os objetivos, a forma de abordagem, e os procedimentos técnicos, o plano de coleta, os instrumentos de coleta, e o plano de análise e interpretação dos dados.

No quarto capítulo foi desenvolvido o estudo de caso, a análise dos resultados, fluxo de caixa, análise do fluxo de caixa, análise das condições para captação de recursos e a projeção de fluxo de caixa para o primeiro semestre do ano de 2015.

(11)

Por fim, encontram-se as conclusões e a bibliografia consultadas que foram essenciais para a base desse estudo.

(12)

1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO

Neste capítulo foi desenvolvido o tema a ser tratado nesse trabalho, de forma que identifica a situação ou o contexto no qual o problema a ser abordado se encontra, abordando o tema e o porquê de ter sido ele o objeto de estudo, objetivando-se demostrar a importância do fluxo de caixa em uma organização empresarial e as implicações de sua boa gestão para a funcionalidade administrativa e financeira da organização em estudo. Na sequencia são apresentadas, a área contemplada, a caracterização da organização, a problematização do tema, os objetivos gerais e específicos, bem como as justificativas para o desenvolvimento do estudo do fluxo de caixa, ou seja, a forma como o mesmo foi desenvolvido.

1.1 ÁREAS CONTEMPLADAS

No decorrer do curso de Ciências Contábeis são estudadas diversas disciplinas e os diferentes conteúdos nelas abordados, dentre eles o fluxo de caixa, cujo maior objetivo é registrar e ter em mãos a qualquer momento informações referentes aos seus recursos de entradas e saídas financeiras, eis que somente tal controle poderá proporcionar um melhor gerenciamento dos resultados que se objetiva.

Com base nos estudos e nas observações das teorias, verifica-se que a contabilidade gerencial é uma ferramenta indispensável para o desenvolvimento da gestão de negócios de uma organização empresarial, pois a mesma conduz as informações contábeis que vão de um simples cálculo de impostos para atender a legislação, a áreas completamente diferentes, como por exemplo, as de apuração dos custos, de projeção orçamentária, análise de desempenho, no estabelecimento do ponto do equilíbrio, na determinação do preço de venda, no planejamento tributário e ainda os controles orçamentários. Outro ponto importande das teorias estudadas é o conhecimento financeiro das organizações empresariais, movimentações de entradas e saídas de recursos financeiros, fatores que contribuim para que a organização possa ter um instrumento seguro na análise de sua gestão financeira.

Neste sentido, este trabalho realizou-se na área da contabilidade gerencial, com ênfase na análise financeira, como ferramenta de gerenciamento financeiro de uma organização do setor alimentício.

(13)

1.2 CARACTERIZAÇÕES DA ORGANIZAÇÃO

A organização a qual foi desenvolvido este estudo é uma indústria do setor alimentício, localizada na região Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, surgiu no ano de 1920, como um pequeno empreendimento na área alimentícia, constituído pela iniciativa de dois sócios, sendo um deles vindo da região centro - serra do Estado do Rio Grande do Sul, que desde seu início enfrentaram dificuldades na aquisição de matéria-prima e equipamentos, mas que mesmo assim transformou-se numa fabrica de produtos artesanais.

Em 1952, com a expansão do mercado de seus produtos para toda a região sul do país, iniciou-se o processo de produção em escala industrial e ao longo do tempo a empresa expandiu o comércio de seus produtos em todo o território nacional e também conquistou espaço no mercado externo, fortalecendo desta forma os produtos da sua marca.

Em meados dos anos 90, após sucessivas dificuldades, a empresa veio a decretar sua autofalência, sendo arrematada em leilão judicial, no ano seguinte após decretar falência, por um grupo de quatro sócios, passando a ter uma nova denominação social.

A produção inicial no final dos anos 90 era de 11 toneladas mês, quando empregava 26 colaboradores e já atuava no mercado interno e externo.

Foi em meados do ano 2000 que a empresa passou a produzir 250 toneladas mês, com essa nova produção, iniciou-se a construção de sua nova sede qual foi inaugurada em 2003 com uma área de 4.500 m2 construída e com um moderno parque de máquinas.

No ano de 2005 com 143 colaboradores a indústria chegou a produzir 500 toneladas de produtos, mas por dificuldade de mercado precisou reduzir novamente sua produtividade.

Nessa nova fase continuou produzindo e comercializando seus produtos com o objetivo de manter o conceito adquirido ao longo de sua existência, ou seja, o mais alto padrão de qualidade, superando as expectativas dos clientes, colaboradores, direção e da sociedade em geral.

A indústria é optante do lucro real e hoje é composta por mais de 80 colaboradores, produzindo em torno de 270 toneladas de produtos mês.

No ano de 2011, passou a trabalhar com produtos terceirizados e hoje é importadora exclusiva de uma linha de produtos vindos do exterior, tendo como principais clientes, os distribuidores, atacadistas, supermercados e o varejo. Seus fornecedores estão espalhados por todo o país, sendo de pequeno, médio e grande porte.

(14)

1.3 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA

A análise financeira tem a finalidade de ser uma ferramenta de grande importância para a gestão organizacional. Quando implantado de uma forma eficaz pode fornecer informações seguras que contribuem para o acompanhamento das ações administrativas em um determinado tempo pré-estabelecido.

Para Zdanowicz (2012, p. 150) “o fluxo de caixa deve ser elaborado mediante a estimativa dos recebimentos e pagamentos financeiros, evitando a empresa enfrentar dificuldades, assim como auxiliar no processo de tomada de decisões, de forma planejada, segura e eficiente”.

O controle dos prazos de pagamentos a fornecedores, em especial a aquisição de matéria prima e os recebimentos de clientes, representa na maioria das organizações o maior volume de recursos financeiros, os quais podem afetar o fluxo de caixa das mesmas, caso os controles de tais dados não sejam feitos de forma eficiente, podendo assim comprometer a estabilidade financeira da organização.

Complementando a ideia, para Padoveze (2003, p.283) “os prazos de pagamentos e recebimentos, além das condições normais de créditos oferecidas pelas empresas, são utilizados pela necessidade física de se operacionalizar a efetivação financeira das transações”.

Levando-se em conta como melhorar a situação atual do fluxo de caixa da indústria alimentícia, entende-se como necessário compreender em que situação se encontra atualmente os controles, para que seja possível realizar apontamentos e definir medidas objetivando correções.

Nessa perspectiva, entende-se que a indústria possui um fluxo de caixa, mas da forma que esta sendo elaborado não atende as necessidades da mesma. Por outro lado, há que se considerar o fato que o mercado de comercialização em que a indústria está inserida é muito incerto, o que torna difícil comparar suas vendas de um ano para outro, fato que agrava as dificuldades de previsão se já não estiver um fluxo de caixa bem organizado e dotado de meios para fornecer todos os elementos de análise para a tomada de decisões na gestão da organização.

Diante dessas circunstâncias, o fluxo de caixa existente atualmente é feito sem nenhuma base concreta em dados anteriores, por que os controles das compras e vendas anteriores são incompletos. As projeções de vendas, por exemplo, não consideram períodos anteriores, apostando-se simplesmente que se poderá vender um volume x, mas sem

(15)

comparativo com vendas anteriores, pois se considera o mercado como incerto, o mesmo ocorrendo com a capacidade de produção, que às vezes é necessário que se acelere para se atender a demanda e, em outros momentos, inclusive, tem que fazer paradas de produção em virtude de acúmulo de estoque de produtos acabados.

Com tais deficiências é difícil realizar uma previsão com razoável exatidão o quanto receberá ou quanto entrará no caixa da organização empresarial, e também qual sua real capacidade de produção e pagamentos.

Assim, considerando as questões apontadas na elaboração do fluxo de caixa, também é impossível de se pensar em investimentos futuros, em função de que os controles estão incompletos e a empresa não consegue elaborar um planejamento de longo prazo para os seus investimentos.

Considerando o volume de recursos envolvidos nas movimentações financeiras da indústria pergunta-se: de que forma a análise financeira adequada à realidade da organização pode colaborar com os gestores na mesma?

1.4 OBJETIVOS

É apresentado nesta fase o objetivo deste trabalho, é definido como o alvo ou o desígnio que se pretende atingir, e será dividido em objetivo geral e objetivos específicos.

1.4.1 Objetivo geral

Verificar de que forma a análise financeira adequada à realidade da organização pode colaborar com os gestores na indústria alimentícia, possibilitando-lhe maior segurança nas tomadas de decisões.

1.4.2 Objetivos específicos

 Revisar a bibliografia sobre os assuntos abordados na pesquisa;

 Analisar a estrutura organizacional da indústria alimentícia e os controles implantados;

(16)

 Projetar o volume de negócios estimado para o período projetado, identificando os custos e as receitas.

 Elaborar o fluxo de caixa contribuindo para a tomada de decisões diante de futuros investimentos;

 Descrever a contribuição do fluxo de caixa na organização.

1.5 JUSTIFICATIVA

O mundo passa por grandes transformações, principalmente devido ao processo da globalização crescente de vários setores da atividade humana, dentre eles a economia. Com a globalização da economia e dos mercados cresce no mesmo ritmo a concorrência entre organizações empresariais em todos os níveis. Para se readaptar a essa nova realidade mundial imposta pela globalização e crescente tecnologia é de extrema importância para as organizações à análise financeira e projeção do fluxo de caixa, pois é através destes que se desenvolve o planejamento de ações futuras, permitindo uma visão antecipada das necessidades reais da organização para efetuar os pagamentos de seus compromissos financeiros, conforme os prazos para cumprimento dos mesmos, bem como possibilita que seja analisado que investimentos poderão ser feito pela mesma, ou não.

Diante disso este estudo é de grande importância para a organização, pois possibilitará através do acompanhamento da análise financeira e da projeção do fluxo de caixa obter informações para que os gestores possam tomar suas decisões de forma segura, além de ser uma ferramenta que contribuirá para se obter uma situação financeira estável, de vez que a organização empresarial que se pretende estudar ainda não tem uma estrutura adequada em termos de controles, podendo ser esta então uma oportunidade de se iniciar um trabalho de reestruturação.

Para a universidade, enquanto instituição de ensino, este estudo ficará à disposição de quem tiver interesse nessa área de conhecimento das ciências contábeis, a análise financeira e projeção do fluxo de caixa, especialmente para alunos interessados em seu aprendizado, pois possibilitará uma contribuição para o desenvolvimento em suas profissões.

Ao se concluir o Curso de Ciências Contábeis, na condição de aluno, e futuro profissional da contabilidade, o trabalho referente à análise financeira e projeção do fluxo de caixa, ampliou os conhecimentos e os horizontes profissionais, proporcionando uma maior e melhor qualificação, mais ainda com o enriquecimento teórico aprendido sobre o tema do

(17)

trabalho, além de possibilitar vivenciar na prática o objeto de estudo na indústria em que trabalho.

(18)

2. REFERENCIAL TEÓRICO

Neste capítulo desenvolveu-se o referencial teórico: conjunto de conhecimentos obtidos a partir de bibliografias, contendo enfoques teóricos que fundamentam a área de conhecimento deste trabalho, para possuir um embasamento para a busca de soluções ao problema apresentado nesse estudo. Contextualizou-se, inicialmente, a contabilidade com seus conceitos, aplicações e finalidades, a demonstração do resultado do exercício (DRE), além de se definir a contabilidade gerencial. Em sequência, apresenta-se o objeto principal da pesquisa, ou seja, o fluxo de caixa incluindo conceitos, objetivos, características, planejamento, orçamento, modelos e análises. Para finalizar o referencial teórico, apresentam-se os indicadores financeiros que compõem o fluxo de caixa, tais como indicadores de liquidez, capital circulante, indicadores de estrutura, ciclo operacional e financeiro.

2.1 CONTABILIDADE

A contabilidade pode ser mais antiga do que se imagina, pois ela está presente em pequenas ações que, muitas vezes, nem recebe devida importância. A mesma vem em constante modernização ao longo dos anos para atender todas as necessidades organizacionais da sociedade em geral.

Franco (1991, p.19) define a contabilidade como:

(...) registro de todos os fatos relacionados com a formação, a movimentação e as variações do patrimônio administrado, vinculado à entidade, com o fim de assegurar seu controle e fornecer a seus administradores as informações necessárias à ação administrativa, bem como a seus titulares (proprietários do patrimônio) e demais pessoas com ele relacionadas, as informações sobre o estado patrimonial e o resultado das atividades desenvolvidas pela entidade para alcançar seus fins.

Conhecida como ciência, ela foi reconhecida e nominada em meados do século XIX. Sabe-se, porém, que muito antes disso ela já existia e era aplicada em vários ramos de atividades humanas, apesar de não se definir data específica. Sabe-se que ao longo dos tempos, a contabilidade era utilizada para a realização dos registros de movimentações diversas, a fim de poder controlar e informar as riquezas das pessoas da época.

A contabilidade nos dias atuais serve para bem mais do que isso, ela é indispensável tanto para as pessoas leigas como para as organizações em geral. Não haveria forma de viver sem ela, pois é por ela que se interpreta e se registram os fenômenos patrimoniais, individuais,

(19)

coletivos e de sociedades diversas, além de demostrar o caminho que os gestores devem seguir nas diferentes áreas das organizações.

Nessa perspectiva para Franco (1991, p.22);

A contabilidade desempenha, em qualquer organismo econômico, o mesmo papel que a História na vida da humanidade. Sem ela não seria possível conhecer o passado nem o presente na vida econômica da entidade, não sendo também possível fazer previsões para o futuro nem elaborar planos para orientação administrativas.

Um marco muito conhecido por todos no surgimento da contabilidade foi à chegada do método das partidas dobradas. Estas nada mais são do que o reconhecimento, através do plano de contas desenvolvido nas organizações, de que os débitos devem ser iguais à soma dos créditos.

A contabilidade, nos dias atuais, é uma ferramenta cada vez mais explorada e está em constante atualização. Ela é necessária em muitas situações do dia a dia, e muitas vezes, por descaso, não recebe a devida importância. Há exemplos muito práticos que traz ela presente, tais como, por exemplo, ao desenvolver o orçamento pessoal ou familiar e a consulta de extratos bancários. As reações causadas por essas ações fazem parte da contabilidade, sendo que muitas pessoas não tem a devida consciência disso.

Outro exemplo visível, vivenciado pelas pessoas, é uma simples visita a uma loja para compra de eletrodomésticos ou até mesmo para as compras que são realizadas no supermercado. Nessas simples ações feitas por elas, já serão ali realizados inúmeros registros, os quais fomentaram várias informações úteis para a contabilidade.

Já pensando na contabilidade das empresas, pode-se notar que, neste local, é vivenciada com mais realidade. Esta coerência se dá pela necessidade que as corporações têm de seguir as normas e leis, e também pela necessidade de estarem em constante atualização. Para estar à frente de sua concorrência, é necessário entender os processos e ao mesmo tempo inová-los.

A contabilidade é uma ciência social que tem como objetivo informar, registrar e controlar sob aspectos da natureza econômica, financeira e física do patrimônio da organização e suas mutações. Para Gouveia (1982, p. 1) “contabilidade é uma arte. É a arte de registrar todas as transações de uma companhia, que possam ser expressas em termos monetários. E é também a arte de informar os reflexos dessas transações na situação econômico-financeira dessa companhia”.

(20)

É a ciência (ou técnica, segundo alguns) que estuda, controla e interpreta os fatos ocorridos no patrimônio das entidades, mediante o registro, a demonstração expositiva e a revelação desses fatos, com fim de oferecer informações sobre a composição do patrimônio, suas variações, e o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial.

Através dessas ferramentas de processamento de informações, a contabilidade pode disponibilizar para seus usuários o máximo de informações úteis para as decisões dentro das organizações.

O campo de aplicação da contabilidade abrange todas as entidades econômico-administrativas, inclusive as pessoas de direito público.

Santos (2010, p.17) define a sua aplicação:

Contabilidade está presente em todas as áreas sociais e o seu campo de atuação pode ser tanto no setor público (empresas públicas, prefeituras, estados, Federação, instituições financeiras públicas etc.) quanto no setor privado (indústria, comércio, prestadoras de serviços etc.), ou seja, nas empresas particulares.

O controle de toda a questão empresarial passa pela aplicação das diretrizes da contabilidade, tanto no que diz respeito à questão organizacional quanto financeira.

Sua finalidade é fornecer informações sobre a composição do patrimônio e suas variações, como também sobre o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial. Essas informações são destinadas a orientar os gestores, para facilitar e tornar eficientes suas decisões de ordem econômica e financeira.

Franco (1991, p. 22) explica as finalidades da contabilidade:

A contabilidade desempenha, em qualquer organismo econômico, o mesmo papel que a História na vida da humanidade. Sem ela não seria possível conhecer o passado nem o presente da vida econômica da entidade, não sendo também possível fazer previsões para o futuro nem elaborar planos para a orientação administrativa.

As informações contábeis são indispensáveis. Além disso, muito utilizadas para que os sócios, gestores, bancos, investidores, fornecedores e também o governo estejam habilitados e munidos de dados para a tomada de decisões.

2.2 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTO DO EXERCÍCIO (DRE)

A Demonstração do Resultado do Exercício tem por objetivo, apresentar o resultado do exercício de uma forma resumida. Santos (2014, p. 162-163) define que:

(21)

A demonstração do resultado do período deve, no mínimo, incluir as seguintes rubricas, obedecidas também as determinações legais:

a) receitas;

b) custo dos produtos, das mercadorias ou dos serviços vendidos; c) lucro bruto;

d) despesas com vendas, gerais, administrativas e outras despesas e receitas operacionais;

e) parcela dos resultados de empresas investidas reconhecidas por meio do método de equivalência patrimonial;

f) resultado antes das receitas e despesas financeiras; g) despesas e receitas financeiras;

h) resultado antes dos tributos sobre o lucro; i) despesa com tributos sobre o lucro;

j) resultado líquido das operações continuadas; k) valor líquido dos seguintes itens:

k.1) resultado líquido após tributos das operações descontinuadas;

k.2) resultado após os tributos decorrente da mensuração ao valor justo menos despesas de venda ou na baixa dos ativos à disposição para venda que constituem a unidade operacional descontinuada;

l) resultado líquido do período.

Com a demonstração do resultado do exercício (DRE) é possível visualizar a real situação da organização, sendo através dela que os administradores conseguem fazer a prestação de contas para os sócios e comunidade em geral, pois ela revela as informações sobre o patrimônio e o resultado da empresa.

2.3 CONTABILIDADE GERENCIAL

A contabilidade gerencial consiste nas ações de gerenciamento das informações contábeis. É através dela que os gestores interagem e se auxiliam para resolverem situações no âmbito gerencial de uma organização empresarial, ou até mesmo para as tomadas de decisões em negócios de interesse das organizações. Padoveze (2003, p.8-9) define contabilidade gerencial como:

É também associada ao advento do capitalismo industrial e apresentou um desafio para o desenvolvimento da Contabilidade como uma ferramenta de gerenciamento industrial. Surgiu da necessidade do gerenciamento contábil interno em função das novas complexidades dos processos de produção, objetivando informações para a tomada de decisão. (...) mudou o foco da contabilidade, passando de registros e análises das transações financeiras para a utilização da informação para decisões, afetando o futuro.

Com a perspectiva de agir no que diz respeito ao futuro da organização, a contabilidade gerencial refere-se, em toda sua definição, ao foco no fornecimento de informações para os gestores estarem adequadamente munidos de dados e ferramentas adequadas para melhor gerirem seus negócios. Desta forma, estando de posse dos dados e

(22)

informações que traduzem o conhecimento sobre a real situação da empresa, fica mais fácil desenvolver uma boa administração em benefício da corporação. Para Iudícibus citado por (PADOVEZE, 2003, p.9),

A contabilidade gerencial pode ser caracterizada, superficialmente, como um enfoque especial conferido a várias técnicas e procedimentos contábeis já conhecidos e tratados na contabilidade financeira, na contabilidade de custos, na análise financeira e de balanços, etc., colocados numa perspectiva diferente, num grau de detalhe mais analítico ou numa forma de apresentação e classificação diferenciada, de maneira a auxiliar os gestores das entidades em seu processo decisório.

Diante destes fatos, constata-se que a contabilidade gerencial é indispensável como forma de gerenciamento produtivo e com resultados eficientes em uma organização, tendo ela função de atender os diversos setores, de vez que cada um destes necessita suprir suas necessidades de informação para melhor gerir suas atividades e negócios junto à organização.

Nessa perspectiva fica evidente que o fluxo de caixa pode ser uma ferramenta de grande relevância e contribuição para a contabilidade gerencial, pois o mesmo desenvolverá informações necessárias das movimentações financeiras em um determinado período de interesse dos gestores. Além disso, um correto e bem feito fluxo de caixa contribui também para o gerenciamento da real situação financeira da empresa, proporcionando condições adequadas para se concluir adequadamente e com base em dados reais quais as decisões que poderão ser tomadas em benefício da organização.

2.4 FLUXO DE CAIXA

O fluxo de caixa é uma ferramenta não obrigatória em uma organização, mas mesmo assim ele é indispensável para que se possa ter a noção, as informações e o conhecimento a respeito dos rumos financeiros da mesma. Sua utilização traz uma contribuição significativa para que os gestores, a partir do momento que se encontram munidos de informações para analisarem a situação financeira da empresa, tomem as melhores decisões para manter o caixa organizado e em dia.

Gimenes; Francisco; Silva (2011, p.9) assim conceituam o fluxo de caixa:

O fluxo de caixa é o instrumento que permite total controle da gestão financeira da empresa, no tocante especificamente, das movimentações de dinheiro, podendo se dizer ainda que é indispensável para a sobrevivência dentro do mercado competitivo em que está inserida.

(23)

Com o processo de globalização e o constante avanço da tecnologia ele passa a ser um importante instrumento diferencial para os gestores dentro das organizações. Através dele é possível mensurar as entradas e saídas financeiras das mesmas em um determinado ciclo operacional, possibilitando um controle financeiro mais eficaz dos recursos.

Para Zdanowicz (2012, p. 150) “o fluxo de caixa é o instrumento financeiro por excelência que deve ser elaborado por toda a empresa para um horizonte temporal definido, independentemente do seu porte e tipo de atividade no mercado”. Complementando essa linha de raciocínio Sato (2012 p 21) define que:

O fluxo de caixa utilizado como instrumento de gestão estratégica leva a empresa a planejar seus negócios não somente a curto prazo, mas também a longo prazo. Nesse caso a antecipação da falta de liquidez permite a prevenção e solução do problema muitos antes que ele ocorra de fato e ainda a sobra de liquidez orienta a aplicação de recursos na expansão de atividade, (...).

O fluxo de caixa quer, portanto, demonstrar a situação de solidez da organização empresarial, as dificuldades pelas quais passa ou poderá passar, e quais as medidas que os gestores poderão adotar para manter a organização em equilíbrio e sem prejuízos ao bom funcionamento empresarial. Este, por sua vez, é um indicador para que os investidores possam saber o momento ideal para fazer os devidos investimentos ou, por outro lado, para que procurem capital financeiro fora, quando necessário para cobrir as despesas da organização, diante de uma possível falta de liquidez apontada pelos acompanhamentos proporcionados com a implantação, aprimoramento e desenvolvimento do instrumento do fluxo de caixa.

2.4.1 Conceitos

Podem-se mencionar inúmeros conceitos sobre fluxo de caixas, mas as linhas de raciocínio a respeito não se diferem muito, para Zdanowicz (2012, p. 149):

a) É o instrumento de programação financeira que compreende as estimativas de entradas e saídas de caixa para certo período projetado;

b) É a ferramenta que relaciona a movimentação total de ingressos e desembolsos de caixa da empresa em determinado prazo.

Portanto, o fluxo de caixa é uma ferramenta gerencial financeira que controla as saídas e entradas de recursos financeiros em um determinado período estipulado antecipadamente pelos gestores, com o objetivo de atingirem determinados fins.

(24)

Contudo, apesar de estar ligado ao gerenciamento financeiro da organização, ele também deve ser preocupação de outros setores da empresa, tais como produção, compras, cobrança, vendas e etc. Pois do seu correto gerenciamento dependerá em grande parte o bom e eficaz desenvolvimento de cada setor que compõe o todo da organização.

2.4.2 Objetivos

O objetivo principal do fluxo de caixa é fornecer uma visão das atividades financeiras desenvolvidas na organização. Zdanowicz (2012, p. 150p) define tais objetivos como:

a) Diagnosticar com segurança a atual situação financeira para se projetarem as futuras atividades;

b) analisar as melhores condições de custos e prazo para se captar os recursos; c) honrar as obrigações assumidas com terceiros na data do vencimento; d) determinar o exato nível desejado de caixa;

e) projetar o volume de negócio estimado para o período projetado;

f) incentivar uma integração e união entre as áreas de vendas, compras, produção, recursos humanos e informática com a área financeira;

g) pesquisar as fontes menos onerosas de recursos financeiros;

h) financiar os projetos de expansão, modernização e implantação de novos negócios.

Na mesma linha de pensamento, Silva (2005, p19) define da seguinte forma:

• planejar as necessidades de captação de recursos de maneira a preservar a liquidez; • fornecer recursos para a realização das transações definidas no planejamento financeiro;

• pagar as obrigações dentro do vencimento;

• aplicar de forma eficaz os recursos disponíveis, entretanto sem comprometer a liquidez;

• planejar e controlar os recursos financeiros, utilizando: - análise e controle das atividades de planejamento de vendas e despesas; - análise para as necessidades de capital de giro; - prazos médios de contas a receber, a pagar, estoque etc.;

• verificar as fontes de crédito onerosas de maneira a minimizar o custo do seu uso; • visar ao equilíbrio financeiro dos fluxos de caixa de entradas e saídas de recursos; • prognosticar desembolsos de caixa elevados em ocasião de encaixe baixo;

• coordenar os recursos a serem usados pelas diversas atividades da empresa em termos de investimentos.

São através do fluxo de caixa que se podem mensurar os recursos futuros que servirão para a liquidação dos compromissos da organização junto a seus fornecedores, assim como também é através dele que se poderá diagnosticar o que gera resultado positivo. Tendo esse controle, a organização fica certa de poder fazer suas operações com mais segurança, fato que reverterá no bom desempenho financeiro, econômico e na consequente estabilidade empresarial.

(25)

2.4.3 Características

Para se desenvolver a projeção do fluxo de caixa para a organização é necessário, primeiramente, que se tenha conhecimento das características das atividades que são desenvolvidas pela mesma, bem como onde e como ela está organizada e inserida no mercado em que atua. No entendimento de Zdanowicz (2012, p. 151-152) define esse conhecimento como sendo:

a) interpretação do cenário econômico; b) planejamento dos itens de entradas de caixa; c) controle dos itens de saídas de caixa;

d) avaliação das atuais condições de recebimentos e pagamentos da empresa; e) projeção dos investimentos futuros;

f) estudo das formas e prazos dos ingressos e desembolsos de caixa; g) análise do grau de inadimplência por clientes;

h) fixação de um nível exato de caixa.

Portanto, a característica primeira do fluxo de caixa em uma organização é a de zelar pela liquidez de seus compromissos, ou seja, de criar condições para se programar o desembolso de dinheiro necessário para honrar os compromissos financeiros assumidos, criando condições para que também se possa planejar futuros e eventuais investimentos.

2.4.4 Planejamento do fluxo de caixa

O mundo passa, atualmente, por um período de grandes transformações e avanços tecnológicos. Isso faz com que o mercado se torne cada dia mais competitivo, e nesse cenário onde qualquer ferramenta que possa contribuir para que gestores consigam implantar controles, torna-se um grande diferencial. Nesse sentido, o planejamento do fluxo de caixa demostra ser a ferramenta que pode melhor auxiliar as empresas, já que através dele é possível (necessário) prever as ocorrências financeiras a fim de se evitar surpresas.

A partir dessa base, Zdanowicz (2012, p. 148) traz a concepção de que o planejamento do fluxo de caixa “(...) deve ser administrado com muita disciplina, integração, controle e principalmente com planejamento, antecipando fatos futuros, promovendo economias financeiras, sem comprometer a liquidez e os recursos internos disponíveis, ou seja, é preciso trabalhar em rede”.

Dessa forma, para que se possibilite de fato a integração e o planejamento é preciso que os setores da empresa trabalhem em conjunto, com uma constante troca de dados e informações. Por exemplo, o comprador deve ser informado, alertado e procurar saber qual a

(26)

melhor data para adquirir determinada mercadoria, procurar saber se ela será para estoque ou para consumo imediato, pois caso seja para estoque ele poderá alterar a compra e adiá-la por um determinado tempo e sem prejuízos à empresa, de vez que ela não precisa ser feita só por que o controle de estoque da empresa está apontando a compra. Pois em certa situação o estoque de determinada mercadoria está baixo, mas não quer dizer que logo vai ser utilizado essa mercadoria, pode essa demorar dias para ser usada novamente, então a mesma não precisa ser comprada de imediato só para cumprir a obrigação do comprador, é preciso ter essa troca de informações entre os setores.

Dessa forma, o comprador poderá visualizar através de planilhas ou pelo próprio sistema da empresa qual a melhor data para comprar os produtos, sem prejudicar o fluxo financeiro. Assim, a compra poderá ser feita somente quando ocorra realmente a necessidade, procurando realizá-la em períodos que a organização não tenha tantas liquidações junto a seus fornecedores ou com datas que coincidam com pagamentos de tributos e folha de pagamento, de vez que estes são os valores que mais pesam no setor financeiro da organização.

Já no caso da compra de mercadoria com giro rápido, o comprador poderá consultar os encarregados de produção se pode ser feita alterações de produção. Às vezes uma simples alteração na produção quando possível pode acarretar em uma grande contribuição para o planejamento de fluxo de caixa da empresa.

Há vários fatores que interferem no planejamento, sendo por Silva (2005, p.13) dividido em fatores internos e externos, sendo que os internos são:

• aumento no prazo de vendas concedido como uma maneira de aumentar a competitividade ou a participação no mercado;

• compras que não estão em linha com as projeções de vendas;

• diferenças representativas nos prazos médios de recebimento e pagamento;

• ciclos de produção muito longos que não estão em consonância com o prazo médio dado pelos fornecedores;

• politica salarial incompatível com as receitas e demais despesas operacionais; • pequena ocupação do ativo fixo;

• distribuição de lucros incompatíveis com a capacidade de geração de caixa; • custos financeiros altos originários do nível de endividamento.

Já os fatores externos citados por Silva (2005, p.13) são:

• diminuição das vendas em decorrência da retração do mercado; • novos concorrentes;

• mudanças na alíquota de impostos; • aumento do nível de inadimplência.

(27)

A falta de um planejamento faz com que a empresa passe por um período obscuro e incerto, e para que isso não ocorra se sabe que é preciso que todos os setores da organização estejam interligados e dessa forma contribuindo para o bom desempenho financeiro e os resultados positivos esperados.

2.4.5 Orçamento de caixa

É por meio do orçamento de caixa que a organização saberá qual sua real situação financeira em um determinado período pré-estabelecido. Esse mecanismo proporciona á ela ter, por exemplo, informações tais como a existência de recursos no caixa para liquidar suas obrigações, ou se precisará utilizar recursos externos.

Bomfim (2006, p.28) explica que:

O orçamento de caixa é o elo que liga as receitas projetadas com os custos projetados. Ele se relaciona com as projeções de ingressos e de saídas de recursos financeiros, das necessidades de financiamento e de controle financeiro. Dessa forma pode-se dizer que representa o equilíbrio financeiro dentro da empresa. Um orçamento de caixa bem detalhado possibilita à empresa antever possíveis problemas, auxiliando a organizar e evitar constrangimentos financeiros.

Com o desenvolvimento do orçamento de caixa poderá ainda ser diagnosticado possíveis sobras de recursos no caixa que poderão ser utilizados para investimentos que venham de encontro às necessidades da organização. Dessa forma, é através dele que a organização saberá se precisará de terceiros para liquidar suas obrigações financeiras, ou se, ao contrário, disporá dos recursos necessários para cumprir com suas obrigações e, ainda, se haverá possibilidade de dispor de recursos para investimentos necessários. Caso seja detectada a insuficiências de fundos para liquidar compromissos, por exemplo, terá tempo hábil para solucionar o problema, podendo este ser feito inclusive através de empréstimos.

2.4.6 Modelos de fluxo de caixa

Existem diferentes modelos de fluxo de caixa, a escolha de um, ou de outro, depende muito do tamanho da organização a que se destina. E nessa linha de raciocínio Silva (2005, p.70) assim define os de forma que: “(...) as informações sejam mais transparentes possíveis e facilitem a análise das variações entre o planejamento e o real”.

O modelo de elaboração do fluxo de caixa pelo método direto conforme Zdanowicz (2012, p. 152,154) é resumido da seguinte forma:

(28)

a) ingressos são todas as entradas futuras em caixa e banco; b) desembolsos são todas as saída futuras de recursos financeiros;

c) diferença do período é a subtração entre os ingressos e desembolsos projetados; d) saldo inicial de caixa é o disponível (caixa, bancos e aplicações financeiras) do período imediatamente anterior;

e) disponibilidade acumulada resulta da soma entre a diferença projetada do período e o saldo inicial de caixa;

f) nível desejado de caixa é a estimativa do disponível, encaixe mínimo necessário para o período, visando operar com seguranças financeiras;

g) empréstimos são as futuras captação de recursos conforme a necessidade financeira planeja;

h) aplicações financeiras são os saldos de caixa a serem aplicados no mercado financeiro;

j) resgates são os recebimentos do principal aplicado no mercado financeiro; k) saldo final é o nível desejado de cada (encaixe mínimo) para o período projetado.

Existem diferentes modelos para desenvolver o fluxo de caixa, entre eles: fluxo diário, mensal, bimestral, trimestral, semestral ou anual. O que vai interferir na escolha da organização para um ou para outro serão as movimentações financeiras, pois cada organização tem que procurar esse controle conforme sua necessidade, ou seja, o volume de recursos envolvidos.

Quadro 01 – Modelo de fluxo de caixa

Período Total

ITENS Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Semestre

1. INGRESSOS

Vendas Mercado Externo Geral Vendas Mercado Nacional Geral ( - ) Receitas financeiras

SOMA

2. DESEMBOLSOS

Custo Marcadoria Vendida Despesas administrativas Despesas com vendas Despesas tributárias Despesas operacionais Devolução e cancelamentos Impostos SOMA 3. DIFERENÇA DO PERÍODO (1 - 2)

4. SALDO INICIAL DE CAIXA

5. DISPONIBILIDADE ACUMULADA

= ( +/- 3 +4)

6. NÍVEL DESEJADO DE CAIXA

7. EMPRESTIMOS A CAPTAR

8. SALDO FINAL DE CAIXA ( 5 + 7 ) = 6 Fonte: Quadro adaptado conforme modelo de Zdanowicz (2012, p. 153).

(29)

No quadro 01, apresenta-se um modelo de planilha para elaboração do fluxo de caixa, sendo este modelo para um semestre.

Para auxiliar o controle das movimentações financeiras, as empresas desenvolvem antes planilhas auxiliares tais como de recebimento de vendas, de pagamentos das compras a prazo, de projeção de compras, assim como outras que se julgue necessário conforme o decorrer do processo de cada empresa.

2.4.7 Análise do fluxo de caixa

A análise do fluxo de caixa é tão importante, quanto mesmo a sua projeção. É, pois, através desta análise que os gestores poderão diagnosticar o que foi planejado de movimentação financeira na elaboração do fluxo de caixa, e de que forma a mesma se desenvolveu em determinado período planejado. Para Silva (2005, p. 79-80) essas análises melhoram o resultado do desenvolvimento da ferramenta do fluxo de caixa, para isso é:

• conhecer bem e ter bom relacionamento com todas as áreas da empresa e seu mercado de atuação;

• analisar sistematicamente a qualidade das informações recebidas;

• conhecer as origens das fontes e aplicações de recursos, sempre objetivando adequar prazos de recebimentos e de pagamentos, e também verificar a rentabilidade das aplicações versus o custo de captação;

• otimizar os saldos positivos de caixa, visando à manutenção da liquidez como parte da estratégia global;

• maximizar o giro do caixa, isto é, quanto maior o giro de caixa, menor a necessidade de caixa para suportar as operações. Isso pode ser alcançado por meio de forte gerenciamento de contas a receber aliado a uma boa gestão dos estoques no dia-a-dia. (...)

• utilizar um modelo de elaboração de fluxo de caixa, que torne o processo transparente para seus participantes;

• analisar de forma periódica, detalhada e precisa a performance real, verificando os motivos das variações entre real e projetado.

Diante disso, Silva (2005, p. 79), considera que: “para o fluxo de caixa atender as suas finalidades, é preciso que sempre haja por parte das pessoas envolvida nesse processo análise, interpretação, acompanhamento, avaliação, revisão e controle”.

Desta forma, quando o fluxo de caixa é planejado, precisa-se considerar que o mesmo tem a necessidade de controlar todas as transações financeiras realizada na empresa. Cria-se assim o conhecimento real do controle do fluxo de caixa, ou seja, das entradas e saídas que nele foram estimados.

(30)

2.5 INDICADORES FINANCEIROS

Os indicadores fincanceiros são os instrumentos e métodos que permitem que seja realizada uma análise financeira da empresa, assim como ter um prognóstico sobre o futuro da mesma. Para Zdanowicz (2012, p. 67),

A análise fincanceira estuda, de forma criteriosa, os aspectos pertinentes às disponibilidades de caixa, comparando-as com as principais variáveis endógenas e exógenas que afetaram a organização. (...) condições internas (endógenas) da organização, procura-se averiguar o ciclo operacional, a capacidade gerencial, a motivação interna do corpo funcional e o nível tecnológico. As condições externas (exógenas) correspondem aos fatores de ordem econômica, financeira, política, social e fiscal que influenciam ou poderão vir a impactar no desempenho da organização.

Para este estudo serão apresentados os seguintes indicadores: de liquidez, capital circulante, de estrutura, ciclo operacional e financeiro.

2.5.1 Indicadores de liquidez

São os indicadores de liquidez que fazem a análise da projeção de pagamento da organização diante das suas obrigações financeiras. Zdanowicz (2012, p. 68) define que: “liquidez é a capacidade financeira que a empresa tem para pagar os compromissos com terceiros em dia”. Nessa mesma linha de raciocínio Zdanowicz (2012, p. 68-69) ainda complementa que:

A liquidez é a identificada pelos ativos disponíveis (caixa, bancos e aplicações financeiras) para o pagamento de qualquer dívida ou aquisição de bens e direitos, podendo incluir os créditos a receber (clientes) em prazo imediato e estoques transformáveis em numerário no período. No conceito de disponibilidade imediata (caixa), consideram-se os recursos disponíveis, no momento, para honrar as obrigações a vencer com os credores.

Para entender desenvolvimento da pesquisa serão evidenciados os indicadores de liquidez seca e liquidez corrente.

2.5.1.1 Indicadores de liquidez seca

O índice de liquidez seca evidencia a capacidade da empresa em liquidar as divida de curto prazo, Zdanowicz (2012, p.71) define que:

(31)

O índice de liquidez seca tem o objetivo avaliar a capacidade de pagamento da empresa no curto prazo sem considerar os estoques, que são os elementos menos líquidos do Ativo Circulante.

A liquidez seca representa o ativo financeiro da organização, exceto os estoques e as despesas pagas antecipadamente (aluguéis, seguros, importações em andamento) para a quitação das suas obrigações de curto prazo.

(...) recomenda-se deduzir:

• os títulos negociados ou descontados;

• a provisão para créditos de liquidação duvidosa; • os devedores duvidosos e incobráveis.

O índice de liquidez seca evidencia a capacidade da empresa em liquidar as dívidas de curto prazo, Zdanowicz (2012, p.71) define que:

Ls = AC – E PC Onde: Ls = Liquidez seca; AC = Ativo Circulante; E = Estoque; PC = Passivo Circulante.

Para Zdanowicz (2012, p. 72), essa fórmula, “a liquidez seca informa a capacidade financeira da empresa em pagar suas obrigações de curto prazo, valendo-se dos seus ativos mais líquidos no período considerado, ou seja, as disponibilidades e os valores a receber líquidos de vendas (os recebíveis)”.

O resultado do índice de liquidez seca de uma empresa poderá ser de índice alto ou baixo, o que poderá resultar em um e outro e a característica operacional do mercado a qual a mesma esta inserida. Pois, fatores como a sazonalidade nas vendas acarretarão em um índice de liquidez baixo, pois aumentará o estoque da empresa.

Quando esses fatores vierem ocorrer é preciso ter cuidado para que não acarretem em um desiquilíbrio do controle financeiro da organização.

(32)

2.5.1.2 Indicadores de liquidez corrente

Para Zdanowicz (2012, p. 72), “o índice de liquidez corrente é utilizado para avaliar a real capacidade de pagamento das obrigações de curto prazo (Passivo Circulante) através dos bens e direitos circulantes de curto prazo (Ativo Circulante)”.

A fórmula para calcular o índice de liquidez corrente por Zdanowicz (2012, p. 73) é:

LC = AC PC Onde: LC = Liquidez corrente; AC = Ativo Circulante; PC = Passivo Circulante.

Com o desenvolvimento da equação da fórmula acima citada por Zdanowicz, onde o ativo circulante é dividido pelo passivo circulante e o resultado é o índice de liquidez corrente, Zdanowicz (2012, p. 73) ainda complementa que, “acresce-se informar que um índice de liquidez corrente recomendado é em torno de R$ 1,50 para um real de dívida, demostrando que a empresa possui recursos suficientes para fazer frente às suas obrigações no curto prazo”.

Porém, sabe-se que todo o resultado maior que um já será considerado como sendo um resultado positivo pela organização.

2.5.2 Capital circulante

O capital circulante é também conhecido e definido como capital de giro. Para Zdanowicz (2012, p. 114), o mesmo pode ser definido da forma que: “(...) é um dos estudos mais relevantes na atual conjuntura, onde as organizações necessitam de um prazo para comprar os insumos, contratar funcionários e serviços de terceiros, além de dispor de um tempo para produzir e vender mercadorias, produtos e serviços ao mercado”.

(33)

Assim, o capital de giro, do ponto de vista econômico, pode ser representado gratificamente como a diferença entre a aplicação de curto prazo e as fontes também de curto prazo.

O processo de capital de giro é primordial para a administração financeira, pois a empresa necessita recuperar todos os custos e despesas, inclusive os financeiros, acontecidos no decorrer do ciclo operacional, e conseguir o lucro esperado, através de venda do produto ou prestação de serviço.

A fórmula de cálculo do capital de giro representada por Zdanowicz (2012, p. 115) é da seguinte forma:

CGL = AC – PC

Onde:

CGL = Capital de Giro Líquido; AC = Ativo circulante;

PC = Passivo Circulante.

Nessa demonstração da fórmula mencionada acima, o capital circulante de giro líquido é o resultado do ativo circulante menos o passivo circulante. Nesse enfoque Silva (2005, p. 38) exemplifica essas definições da seguinte forma:

O capital circulante líquido (CCL) ou capital de giro líquido (CGL) é a diferença entre o ativo circulante e o passivo circulante, e significa a folga financeira da empresa. O CCL representa o volume de recurso de longo prazo (exigibilidade e patrimônio líquido) que se acha financiando os ativos circulantes de curto prazo. Quando a soma dos elementos do ativo circulante é maior do que a soma dos elementos do passivo circulante, o CCL é o positivo; quando a soma dos elementos do ativo circulante é menos do que a soma dos elementos do passivo circulante, o CCL é negativo; e quando a soma de ambos os elementos tanto do ativo como do passivo é igual, o CCL é nulo.

Quando o CCL é negativo, significa que a empresa está utilizando recursos passivos circulantes para financiar seus investimentos permanentes.

Na definição de Lizot (2004, p.5),

O capital de giro também é conhecido como capital circulante líquido (CCL) e vem a cobrir o descompasso entre os fluxos de pagamentos e recebimentos, sendo que quanto maior for o CCL menor será o risco de insolvência da empresa. Também não podemos dizer que se o CCL for alto a liquidez é boa, pois se este for constituído, por exemplo, por estoques velhos e de difícil venda, a boa liquidez será ilusória. Da mesma forma, um CCL baixo nem sempre representa uma situação difícil, pois um supermercado, por exemplo, compra bastante a prazo, mas consegue girar seus estoques rapidamente, a vista, podendo fazer aplicações com este dinheiro no período que resta até o pagamento do fornecedor.

(34)

Entretanto, o capital circulante ou capital de giro, é a representação da organização empresarial para administrar seu fluxo financeiro, ou seja, vai desde a compra da matéria prima até o ultimo processo que mais interessa para a organização a venda de seus produtos.

2.5.3 Indicadores de estrutura

Neste grupo de indicadores de estrutura, procura-se demostrantar a situação financeira da organização no contexto geral. Dessa forma será contextualiza a solvência geral, endividamento total e ainda a participação de capital de terceiros.

2.5.3.1 Solvência geral

A solvência é a demostração financeira da organização em um longo periodo para líquidar os seus compromissios diante terceiros, sendo estes de curto ou longo prazo.

Para Zdanowicz (2012, p. 74), “a solvência geral é uma medida de avaliação da capacidade financeira da organização de longo prazo para cumprir os compromissos assumidos perante terceiros, exigíveis a qualquer momento”.

O cálculo da solvência geral é demostrada por Zdanowicz (2012, p. 74) da seguinte forma: SG = AT PE´ Onde: SG = Solvência Geral; AT = Ativo Total;

PE´= Passivo Exigível é a soma do Passivo Circulante e Não Circulante (exceto o Patrimônio Líquido).

Após desenvolver a equação de onde a solvência geral é igual ao ativo total dívido pelo passivo exigível (é a soma do passivos circulante e não circulante , não considerando o patrimônio líquido), obtém-se um valor, qual a solvência pode ser inferior à unidade, igual ou superior à unidade.

(35)

A solvência geral for inferior à unidade, a empresa está operando com o Passivo a descoberto, pois o Ativo, a valor contábil não é suficiente para saldar os compromissos perante terceiros. Assim, o Patrimônio Líquido da organização é negativo e ela deve ser mais a terceiros do que dispõe em bens e a direitos no período. É uma situação bem delicada que exige ação imediata da direção.

Quando a solvência igual geral for igual à unidade, o valor contábil, expressa um Ativo totalmente comprometido com os recursos derivados de terceiros. Nesse caso, o capital dos sócios será nulo. (...) quando a empresa apresentar a solvência geral igual a um, pode indicar que ela tende para o estado de pré-solvência.

(...) se a solvência geral for superior à unidade, isso significa que a empresa possui bens e direitos, a valores contábeis, suficientes para dar total cobertura às exigibilidades de curto e longo prazo. Logo, é uma boa situação financeira, se esse valor tende a crescer ao longo do tempo.

Diante desses indicadores, o único aceitavel para uma empresa, é aquele qual a solvência geral for superior à unidade, visto que os outros precisaram de ações imediatas para conseguir resolver a situação do resultado. O indicado seria que, o índice fosse maior que 1, pois se o mesmo for inferior a 1, a organização encontra-se em risco e a mesma vai necessitar bloquear a realização dos pagamentos.

2.5.3.2 Endividamento total

O endividamento total, é onde se faz a constatação da situação financeira da organização diante das dividas com terceiros. Zdanowicz (2012, p. 75-76) destaca que:

O cálculo do grau de endividamento total e parcial constitui-se um indicador importante, no momento em que se deseja avaliar a possibilidade de a empresa apresentar problema de caixa e capital de giro, considerando o custo financeiro, em termos de captação de recursos no mercado. (...) o endividamento planejado e estudado é uma fonte de recursos importante para a organização, dependendo da parceria, ou seja, das condições de sua captação, pois a contratação de um financiamento aumenta o grau de endividamento da instituição.

Zdanowicz (2012, p. 76), representa o cálculo do grau de endividamento total da seguinte fórmula:

Et = PE´ AT

Onde:

Et = Endividamento total ou grau de endividamento total;

PE´= Passivo Exigível é a soma do Passivo Circulante e Não Circulante (exceto o Patrimônio Líquido); AT = Ativo total.

(36)

No desenvolvimento da fórmula apresentada por Zdanowicz, onde endividamento total ou grau de endividamento total é igual ao passivo exigível (no qual é a soma do passivo circulante e não circulante exceto o patrimônio líquido) dividido pelo ativo total o resultado interfere na capacidade financeira da organização.

Nessa perspectiva Zdanowicz (2012, p. 76) ressalta o resultado da seguinte forma: “(...) quanto menor, maior será a capacidade financeira da empresa de longo prazo. Se o grau de endividamento total for igual a unidade, expressará um Ativo integralmente financiado por recursos de terceiros, sendo nula a participação de capital próprios (sócios)”.

Dessa forma, para a organização conseguir desenvolver sua dependência financeira, o seu endividamento total deverá ser zero ou o mais próximo disso. Caso a organização consiga ter uma sua estabilidade financeira e seu grau de estabilidade próximo de zero significa que ela consegue financiar o seu ativo com seus próprios recursos.

2.5.3.3 Participação de capital de terceiros

As organizações muitas vezes encontram-se em momentos difíceis, decorrente de estratégias que as vezes não dão certo, ou não são adequadas para o período. Dessa forma é necessário utilizar capitais de terceiros para liquidar suas obrigações ou até mesmo para efetuar novos investimentos.

Zdanowicz (2012, p. 77) define a seguinte fórmula para se calcular a garantia aos capitais de terceiros;

GT = PL PE´

Onde:

GT = Garantia aos capitais de Terceiros; PL = Patrimônio Líquido.

Nessa perspectiva, Zdanowicz (2012, p. 77) analisa o resultado desse cálculo, patrimônio líquido dividido pelo passivo exigível ( sendo esse a soma do passivos circulantes e não circulantse , não considerando o patrimônio líquido) da seguinte forma:

Quando a garantia aos capitais de terceiros (calculada por PL/PE) for inferior à unidade significa que a empresa não oferece cobertura total aos capitais de terceiros

Referências

Documentos relacionados

CAIXA, além do benefício previsto no parágrafo segundo da cláusula 26, o empregado que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção de criança fará jus

Our contributions are: a set of guidelines that provide meaning to the different modelling elements of SysML used during the design of systems; the individual formal semantics for

Apresenta-se neste trabalho uma sinopse das espécies de Bromeliaceae da região do curso médio do rio Toropi (Rio Grande do Sul, Brasil), sendo também fornecida uma chave

insights into the effects of small obstacles on riverine habitat and fish community structure of two Iberian streams with different levels of impact from the

Assim, seguindo as instruções dessa técnica, os passos para abordagem das famílias que foram seguidos durante esse trabalho foram: se apresentar como funcionárias públicas técnicas

Quadro 1 - Dados dicotomizados para o parasitismo por ácaros adultos da família Spinturnicidae (Acari, Mesostigmata) nas diferentes espécies de morcegos (Mammalia,

As plantas co-inoculadas com a estirpe BR4802 e Gigaspora margarita +BR4802 apresentaram um maior acúmulo de massa nos nódulos, que se refletiu num maior acúmulo de massa seca na