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Regimento do Provimento da Saude para o Porto de Belém

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R E G I M E N T O

D O

PROVIMENTO

D A S A Ú D E ,

PARA O PORTO DE BELÉM

REIMPRESSO POR ORDEM

D E

S. A L T E Z A R E A L

o PRÍNCIPE REGENTE

NOSSO SENHOR.

L I S B O A ,

NA T Y P O G R A P H I A C H A L C O G R A P H I C A , E LITTERARIA DO ARCO DO CEGO.

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(9)

R E G I M E N T O

P A R A 0[ P O R T O D E; B E L É M i

À^ E N D O o Porto desta Cidade dp Lisboa h u m dos , de maior CPmmercio-, por,isso tão fre-q ü e n t a d o dos embarcações dos aaaturaes, e es-trangeiros , achando-se todos nas praias q u e ha

d e h u m a , e outra parte tão fáceis , ecommo*-d p s sitio? para ecommo*-desembarcar com segurança, se aproveitãp d e ^ a lançando gente em terra, com avisos a,os homens de n e g o c i o , para disporem

anticipadamente as suas conveniências , e tir rando dos Navios as fazendas , a que podem escusar as despejas dos direitos , a que são obrigados .• E devendo recear-se , que assim el-l a s , como as pessoas , possão vir inficionadas de algum mal contagioso , como tantas veaps t e m succedido no m u n d o , de que resulta© não s.ó ás; Cidades , mas ainda- ás Provinoias , e Rei-nos lamentáveis' estragos , h e precisa toda a attençào para evitar semelhante c a l a m i d a d e , e não pôde haver c a u t e l a , q u e em matéria tão i m p o r t a n t e pareça dèmaziãda ; e para que se appjlquem os meios possíveis para: obviar os

perigos f a que está e x p o s t a;a saúde pública,

se necessita de novo R e g i m e n t o ; porque

(10)

© 4 ©

do o Senado da Câmara alguns feitos e m t e m -po , em que esta Cidade padecia o formidá-vel castigo da p e s t e , todos elles tratão da cu-ra deste pernicioso mal , sem dispor o q u e convém para a preservação dellp , assim n e s -t e P o r -t o , como e m -todos os mais do Reino do Algarve ; e nas terras q u e confinào comtas do domínio delRei de Castèlla, q u e a c h a n d o -se -sem irístrucçôès para o modo d e guardar--se, sem leis , e por conseqüência sem meios de impor o castigo merecido aos q u e forem trans-gressores dellas .- pareceo preciso prover os P o r t o s , e Raias do Reino das importantes vi-gilâncias :, e cautellas , d e que usão as nações

para políticas7; e para este effeito se ordenou

este Regimento.

.- .:• n C A P I T U L O

I-Do Provedor mor.

\J Provedor mór da Saúde q u e agora h e , e

for e m qualquer t e m p o , além de satisfazer ás obrigações , que e m matéria tão importante lhe encarregão os Regimentos , é Provisões dos Senhores Reis deste Reino , deve t e r corres-pondência com os Ministros q u e Sua Magesta^ d e tem em Cortes Estrangeiras ; c o m algun» Portuguezes intelligentes , q u e assistirem e m partes m e r c a n t i s ; e a o n d e os n ã o h o u v e r , cora

(11)

®'5 Q

os Magistrados da Saúde das Cidades , e Vil-las marítimas , com quem temos pazes, para saber por avisos de mais crédito, se naquellas partes ha causa pára que se recee a commu-nicaçao dellas1; e ainda que nos lugares, onde

ha contagio , se põe cuidado em encubrillo, para que a noticia de que o padecem , lhes não impossibilite o commercio , a esperança de achar em nós em semelhantes casos igual correspondência, os poderá obrigar a que nos não occultem as verdadeiras noticias , e 'as que alcançar, commünicará a todos os portos deste Reino, para que os Officiaes da Saúde de cada hum delles usem de todas as caute-las precisas; e se souber que em alguma par-te ha pespar-te > ou outro contagio, dará cpnta no Senado , para que se possa pedir a Sua Ma-gestade seja servido mandar escrever a todos

os lugares que se devem guardar , que procu-rem fazello com todo o cuidado, e vigilância»..

C A P I T U L O II. Do Guarda mór.

±S0 Porto de Belém ha Guarda mór Provei dor da Saúde ; Escrivão , Guarda da Bandeira; e Interprete.

O Guarda mór da Saúde ha de viver no

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•aBíejacja por alguns dias , ou tffndo impedi-jdtuentp; para gervir , dará conta ao Senado

pa-ra prover pessoa apta , >;e {Conveniente. ••._ :{lii

-síih Será.•smséfSb cuidadoso em deferir [aos re-^eriinentpss das; partes ,r não consentindo que

<por ommissão dos seus officiaes, se lhe dilate O - d e s p a c h o / -1 "r O S i n ih &Í3iJiOF .-, ;>;.;:>

f.ons»Examinará com grande attehção as cartas d a §aude se são verdadeiras Í, OU .viciadas / e ^paid(|f1 qualquer defeito , daráilogo conta ao

Provedor mór:remettendo-rHie a mesma carta, havendo-a primeiro purificado; p que fará ten-do huma cana comprida*, ou vara aberta na -p^íífiA» ; ^e nèllá se me«£®rá& -a* amms , passai ^pptftéis•"; e quaesquer: outros ^apeiâ^'de suspei-t a , e se banharáíõ; em vinagre ,o a logo t se

de-fumarão em hu^rí'brazeiro^»''e eoim bem fogo se ehxugaráõ / e sem esfa diligência não

rece-ibérã/papel algum de parte suspeitosa. > Chamará os Juizes, ÁJpaidPs, e Escrivães

do Julgado de Belém , e seus annexos quando for necessário , e lhes encarregará as diligen-cias , que achar convenientes -, e naõ acudindo promptamente, os prenderá; è dará conta ao Provedor mór para proceder contra elles.

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# 7 #

; . m _ . C A M T U L Q III. ,J '

í;ti]) m o - j * o „/{\\„ at fec f2v>I.

r -i r.Do hscrivao. Tjr ,.

O

T - 0 •

Escrivão d a Saúde t a m b é m h a de t e r seu domicilio r e assistência continua e m . B e l é m ,

donde se não poderá absentar sem licença do Guarda m ó r ; e sende-lhe nço^ssari^ por alguns d i a s , o não fará sem licença do Provedor mór para nomear s e r v e n t u á r i o ; e sem que o h a j a , não fará absencia.

J T e r á -ttaxasa dodftspaichp este Regimento para se governar p o r e l l e , e os mais officiaes: há d e t e r na m e s m a casa a vara , com que sp r e c e b e m , e purificão .os; papèfe , e vinagre pa-ra se fazerr esta diligencia ,- é senão dijate o despacho imdp-se buscar a ©utía p a r t e . . , . , -, -i J T e r á h u m livro rubricado pelo Provedor m ó r ,&em q u e l se lançarão as-cpndemnações, Cpsíê o Guarda m ó r fizer ; e n o fim de c a d a antes Í ©ia q u a n d o l h e ordenar o Provedor mór-, Iho^jMfâWda^áípplo Guarda: d a feajttdeira,.e,o.d:b-nhedro ,' que estiver cobrado , que constata dp. m e s m o livro ; para se entregar, ao Tfcejaíg^eir ro de S. Sebastião da P a d a r i a , e se lhe lança^-rá e m receita , d e q u e levasá. conhecimento

em fôrma,

T e r á outro livro t a m b é m rujbricado pelp

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# a #

das, que forem para oLazareto, declarando o nome do Capitão, e do Navio, o número dos fardos , as marcas delles , o dia , em que se tirarão do Navio , o gênero das fazendas , e qualidade , o dia em que se abrirão no Laza^ reto , e se começarão assualhar no primeiro beneficio.

C A P I T U L O IV Do Guarda da bandeira.

\J Guarda da bandeira da Saúde também ha de viver ém Belém, donde não sahirá sem, li-cença do Guarda mór , assim como fica dito nó Capitulo do Escrivão. ... ?^.n

Terá grande vigilância nas embarcações^ que entrão pela b a r r a , para logo avisar ao Guarda m ó r , e Officiaes, que vão para a ca-sa do despacho antes que''a lancha venha a terra ; porque depois de chegada a ella se não poderá apartar da suá vista, por ser precisa a sua assistência para impedir , que alguma pes-soa de qualquer qualidade , estado , ou sexo chegue a fallar com a gente, que vier na lan-cha.

Porá todas as acçõeâ, e denunciará de to-das as pessoas , que forem transgressoras des-te Regimento , e as seguirá até final sendes-ten- senten-ça , e não se poderá compor com as partes

(15)

m

9 #

a n t e s , n e m depois das acoões postas ; e fa-zendo o c o n t r a r i o , se lhe dará em culpa.

T e r á em seu poder a parte do dinheiro das condemnações , que tocar a S. Sebastião da P a d a r i a , para o entregar* na casa da Saúde d e L i s b o a , como fica dito.

C A P I T U L O V.

Do Interprete.

O

I n t e r p r e t e , de quem se fião todas as noti-c i a s , e segredos em matéria de tanta impor-t â n c i a , como h e a da saúde pública, deve ser pessoa , em que concorrão todas as qualidades, e requisitos necessários para que o Senado o possa promover neste officio.

Viviraj.no porto de Belém , donde senão poderá, absentar sem as licenças , q u e ficão d e -claradas ; porque todos os Officiaes da Saúde

necessitarão das mesmas.

Será prático nas línguas da Europa prin-cipalmente daquellas nações , que mais fre-quentão este Porto ; e não sabendo t o d a s , o Senado da Câmara nomeará os m a i s , que fo-r e m necessáfo-rios.

Q u a n d o inquirir os M e s t r e s , C a p i t ã e s , e t e s t e m u n h a s , o farão com distincção, e

miu-d e z a , observanmiu-do com granmiu-de amiu-dvertência se na f ô r m a , em que lhe respondem , r e c o n h e c e

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alguma Câutella, equivocação , ou industria , de que se possa presumir engano ; e o que e n tender declarará logo ao Guarda m ó r , cuja d e -claração mandará elle escrever no auto ; & constando em algum t e m p o que deixou d e a fazer, o dito interprete além de perder o offic i o , serã officastigado officom as mais penas que p a -r e c e -r ao Senado.

C A P I T U L O V L

Mm que parte darão fundo as embarcações que entrarem, e dos interrogatórios.

A Odo o Navio , Caravella, ou q u a l q u e r Ou-tra e m b a r c a ç ã o , inda que seja Náo d e g u e r r a , q u e entrar pela barra , dará fundo por baixe* da torre de B e l é m , aonde"ha ordern para os ííãP deixar subáf pata sima. O GüârdáVmdr c o m seus Officiaes estará na casa da Saudè espe-rando que o Capitão ; ou Mestre de q u a l q u e r embarcação venha tomar terra defronte da di-ta casa , e deHà o chamará o Guarda da*

ibandeira , e o mandará pór cõntravento para que o I n t e r p r e t e lhes faça as perguntas p r e c i i sas , que serão as seguintes.

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Interrogatórios , que se hão de fazer às pes-. soas, a cujo cargo vierem as embarcações.

Como se chama ? Q u e cargo exercita ná-quella embarcação ? O n o m e delia ? D e que

Porto vem ? O em que fez escala? Q u e N a -vios encontrou ? Se communicou com alguns f a z e n d o , ou recebendo visitas? Se b a l d e o u d a sua embarcação , ou recolheo de o u t r a s , fa-zendas , papeis, pessoas, animaes , ou qual-: q u e r outra cousa ? Com quantas pessoas pai> t i o ? Quantas traz , assim do serviço da e m -barcação , como passageiros, ou de guarni-çào , se for de guerra ? Se os recebeo todos n o P o r t o , donde aahio , ou tomou alguns em outros ? Se trazem todos passaportes da Saú-de ? Quantos são os enfermos ? E quantos dias h a que adoecerão ? Q u e pessoas lhe m o r r e -rão na viagem ? E em que dias ? E de q u e m a l ? - S e os e n f e r m o s , ou defuntos padecerão alguns tumores ? E m que partes ? Quantos dias-gastou na viagem ? As qualidades d a s fa-z e n d a s , que trafa-z? Em q u e parte as r e c e b e o ? Se* nos p o r t o s , que tomou , sahio em t e r r a , ou alguma da gente , que traz ? Se nelíes ha-via algum mal contagioso ? se sabe onde o haja ?

Acabado de escrever nesta fôrma o seu depoimento lhe p o r á o Guarda da Saúde o au~

(18)

12. *

t o , p e n n a , e tinteiró sobre o muro para q u e o assine, e o mandará desviar; e deste m o -do perguntará mais duas testemunhas , q u e t a m b é m assignaráõ : e e m quanto depozer ca-d a hüma ca-dellas, estaca-dão as outras e m ca-distah-i cia que não possa ouvir o q u e a outra de» pozer.

E m q u a n t o durarem estes autos estará sempre despejada a casa da Saúde da g e n t e , para que n ã o possão saber o que se diz nos depoimentos , n e m saber as qualidades das fa-zendas ; e não consentirá que em quanto se estiver neste e x a m e , falle pessoa alguma com as da embarcação.

Ao auto referido juntará o Escrivão a car* ta da Saúde da embarcação , e passaportes dos. passageiros , tudo purificado na fôrma que fica dito no Capitulo I I . se vierem da parte sus-peitosa, e fará tudo concluso ao Gvtarda mór ,. q u e , informando com elles , e interpondo o-seu parecer , o r e m e t t e r á fechado ao Provedor; m ó r , para que o despache , ou dé conta n o S e -n a d o da G a m a r a , se achar coüsa para, -nelle s e resolver qualquer dúvida , que se lhe offereça. Acabada esta diligencia na casa d a Sauv d e , o Guarda mór dará lç-go o r d e m a q u e a lancha se vá para b o r d o , havendo p r i m e i r o notificado o ao Capitão, ou Mestre , qué não deixe s a h i r , n e m entrar pessoa alguma na.sua embarcação , em quantounão estiver des©mpe&

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dida ; p o r q u e , fazendo o c o n t r a r i o , se lhe dará a pena , que Sua Magestade for servido m a n -dar declarar.

C A P I T U L O VII.

Das cartas da Saúde.

S cartas da Saúde , ou são impressas; ou manuscriptas , as impressas trazem sellos , e e m sima as estampas das armas das Provin-. cias , ou Cidades , de que vem , e são assina-das pelos Ministros da Saúde : declara-se nel-las o nome da e m b a r c a ç ã o , e da p e s s o a , que a g o v e r n a , e algumas vezes os sinaes do ros-tro , estatura , e todas as confrontações pos-síveis , o número da gente d o serviço : e ain-da que não trazem o número , e nomes dos passageiros , h e cada h u m delles obrigado a-t r a z e r passapora-te p a r a-t i c u l a r , e nesa-tes são m a i s

usadas as confrontações^

As manuscriptas , algumas trazem sellos „ outras n à o , as que os trazem, sào passadas p e -los Officiaes da Saúde ; e as que os nào tra-zem , são passadas pelos residentes , ou

In-viados de Sua Magèstr.de, e por elles assina^ d a s : as d e t c d o s os I órtos , que França t e m n o O c e a n o , humas são assinadas pelos Reitores dos:Co]legios da Companhia , outras p e -los p r o c u r a d o r e s ; e em todas ha tal varie

(20)

da-& i 4 m

dei, que não se pôde dar regra para c o n h e c e r a certeza dellas,, e como todos ficão á ordem do Guarda mór , em poder do Escrivão da Sau*. d e , o melhor meio , que parece p ô d e haver para examinallas h e conferidas com as q u e já t e m em seu poder vindas da mesma parte ; e achando , que differem, haverá fundamento justo para se suspeitar, que são falsas; e des-t a qircumsdes-taiicia deve informar o Guarda mór q u a n d o r e m e t t e r os autos ao Provedor mór.

As cartas de Argel vem p a s s a d a s , e as-signadas pelo Vigário g e r a l , q u e naquella Cidade assiste aos Catholicos; e porque dp T i -tuão , Azamor, e de outros lugares d e África, q u e são sempre spspeitosos, ou não trazem cartas da S a ú d e , ou, as trazem passadas • p o r pessoas: Religiosas,_ que; acaso alli se a c h ã o ,

e não são c o n h e c i d o s , e n e n h u m a destas s e deve dar c r e d i t o , antes obrigar ,aos que as t r o u x e r e m , a rigorosa quarentena. As dos Cônsules Francezes se deve dar c r e d i t o ,

C A P I T U L O - V I I I :

". AO ' :

Sobre a Terra Nova.

XJA T e r r a Nova vem embarcações

carregadas de bacalháo , e não costumão trazer c a r -tas de saúde, por não haver naquella parte Ma-gistrados , que lhas p a s s e m ; a estas se p ô d e

(21)

$ i5 ®

dar prática; não trazendo mais que baèalháo. , E porque também vem embarcações de alguns portos da Noroega ( * ) com peixe.de salmoura, madeiras , e não trazem carta de saúde por nào haver nellas quem âs passe ; a estas não trazendo mais gêneros , que peixe, ou.madeiras, e vindo em direitura , e a gen-te co*m saúde, se lhe dará prática.

C A P I T U L O IX.

Sobre as embarcações que não trouxerem carta de Saúde.

A

Nenhuma embarcação, ou seja Porttsrgue-za, ou estrangeira Mercantil , Cossairo , ou de guerra > que não trouxer carta de saúde, se dê prática.

As embarcações , que entrão pela barra ,'*' ou vem de p a r t e , em que se sabe certamen-te que ha contagio , ©ti da que somencertamen-te h e suspeitosa , ©u da que consta que está livre.

A que vem de parte certamente contagio-sa se deve, se for possível , deter o tenrpo~, que baste para se fazer avisos aos nossos pôr- ;

t p s , para qpe a oào receba©, e fazelía saliir

( * ) Noroega , e Canadá , que vulgarmente se

cha-ma Terra Nova*

(22)

& 16 ê

para fora, dandolhe o necessário , se o p e d i -rem com as cautelas, que neste Regimento s e dispõe.

C A P I T U L O X ,

Das embarcações que vem de partes sus* jeitosas.

J \ S embarcações que vem de partes suspeito-:

s a s , como são todas as de B e r b e r i a , ou outras , e m que houvesse contagio ainda que se e n t e n d a q u e tem c e s s a d o , se admittem á quarentena p e s s o a s , e fazendas, usando-se com ellas dos assoalhamentos , que nunca serão d e m e n o s t e m p o que d e quarenta dias ; e esta quaren-, t e n a se prorogará por todo o que o Senado' julgar c o n v e n i e n t e ; o que se e n t e n d e r á , sa-b e n d o - s e , se no t e m p o dos assoalhamentos succedeo adoecer algumas pessoas das que os m a n e j a r ã o , ou m o r r e o de mal contagioso.

A estas embarcações c o n v é m m e t t e r guar-/ d a s , e sempre serão dous para cada embarca-; cão em razão de que em quanto h u m d o r m e , outro vigia; e em quanto h u m vai no batei buscar á g u a , o outro fica de guarda na e m -b a r c a ç ã o , os quaes serão nomeados n a f ô r m a ,

que dispõe o Capitulo seguinte.,

(23)

$ 17 C4

C A P I T U L O X I .

Dos guardas das embarcações impedidas.

x. É m mostrado a experiência, que nas

em-barcações não basta h u m g u a r d a , e que os moradores no lugar de Belém , de que faz elei-ção o Guarda mór da saúde , vem dormir a sua c a s a , e he verosimil, que tragão comsigo

al-gumas cousas, e a este excesso dá occasiào a vizinhança, he preciso evitar o perigo , q u a de tão grande erro pôde r e s u l t a r ; e para q u e se e m e n d e , como for possível, se elegeráõ doús guardas , que declara o Capitulo X . para cada embarcação , hum dos quaes elegerá lo-go o Guarda m ó r , e o mandará para bor-do , e com os autos preparabor-dos na fôrma, que dispõe o Capitulo VI. fará aviso ao Provedor m ó r , para que elegendo outro, guarda, o r d e n e , que vá assistir na mesma embarcação : este será h u m h o m e m da casa dos a4. que h a d e ter nomeado o Juiz do P o v o , como sempre se fez para o Lazareto , e para .alguns navios im-pedidos no Porto de Belém; e das pessoas , q u e o Juiz do Povo tiver escolhido para esta o c c u p a ç ã o , dará cada anno ao Provedor mór h u m a lista dos n o m e s , em que declare os of-ficios, que tem , e as partes onde morão ,

(24)

« i 8 $

ra que se possão achar p r o m p t a m e n t e ; os quaes seráô nomeados por distribuição , que fará o dito Provedor mór.

C A P I T U L O X I I .

Das obrigações dos guardas das embar-cações.

O

S Guardas que forem assistir aoNêLvié, levarão comsigo a r o u p a , que lhes for neces-sária ; e necessitando de outra , virá o batei d a mesma embarcação ; e defronte da casa da s a ú d e , e sem sahir pessoa alguma delle com assistência do Guarda m ó r , e Escrivão se lhe porá na praia junto da á g u a , e afastada a pes-soa que a l e v a r , sahirá do batei a que ha de r e c e b e r ; e recolhida nêlle se voltará pára a e m b a r c a ç ã o ; e n e n h u m fato , ou ropa do usõ destes guardas poderá s a h i r , senão com elles, q u a n d o se despedirem.

Os Guardas , q u e se m e t t e r e m por ordem dos Officiaes da saúde e m semelhantes embar-cações , teráõ cuidado de que não saia delia pessoa alguma das que vem e m b a r c a d a s , n e m fazendas, r o u p a s , vestidos , papeis , a n i m a e s , e assim mesmo que não e n t r e m pessoas de fo-r a pafo-ra tofo-rnafo-r a sahifo-r, e deixafo-ráõ só entfo-rafo-r os Guardas da Alfândega, e do t a b a c o , que não cousentiráõ que s a i ã o; senão depois de se

(25)

des-<8> 1 9 Ǥ*

pedir a embarcação; e se succeder que por industria, ou violência saia alguma pessoa da embarcação impedida, os Guardas que nella estiverem pela Saudè, requererão ao Capitão qup use do sinal, que vai declarado no Capi-tulo XVII. dobrando 4o numero dos tiros, se

for de noite, e pondo duas bandeiras, se for de dia, para que se conheça que ha mais ur-gente causa, como he a de inquirir a parte, em que está a pessoa, que assim desembarcou do Navio, e se lhe dar a pena, que se impõem a semelhante delito.

Estando o dito Guarda em alguma embar-cação , a quem se não deo prática , e sem el-la se mandou sahir peel-la barra fora, sahirá da embarcação na sua lancha, quando quizer dar á vela, e • hirá para o Lazareto , onde estará vinte dias, ou os mais que parecerem neces-sários.

(26)

® ao 0

C A P I T U L O XTÍT. y ' í

-Sobre os Officiaes de Guerra, ou de Justiça , que por ordem de Sua Magestade vão

aos Navios impedidos.

Uitas vezes succede ^ q u e Sua Magestade m a n d a Officiaes de g u e r r a , ou Justiça a fazer algumas diligencias do seu Real serviço as em-barcações , os quaes entrão , e sahem dellas antes de d e s e m p e d i d a s , o que h e preciso evi-t a r , represenevi-tando a Sua Magesevi-tade, q u e con-v é m que n e n h u m dos sobreditos Officiaes , n e m os das Torres e n t r e m nas e m b a r c a ç õ e s , *[«e não estiverem d e s e m p e d i d a s ; e sendo ne* cessario que e n t r e m , não saião em q u a n t o se 4ião der prática á embarcação.; e quando o ne-gocio for de tal i m p o r t â n c i a , que peça,brevi-dade , será conveniente mandar ao Guarda mór, que com toda faça os exames costumados; e achando i m p e d i m e n t o na e m b a r c a ç ã o , e m q u e houver entrado o tal Ministro , ou Offi-cial dará conta ao S e n a d o , para que fazendo-o presente a Sua M a g e s t a d e , resolva o que for aervidp..

(27)

é

ai ®

C A P I T U í , O

XIV.

Sabre'os Religiosos, que vão ás embárôaçêes para pedir esmola.

l \ . Pobreza, com que vivem alguns Religio-:

s o s , principalmente os Agdstrnhos descalços do Convento da Sobreda , Gapuchós de Capa-r i c a , de S. José , Santa CathaCapa-rina de R i b a m a Capa-r , Boa-viagem , e outros y os obriga a que vão e m algumas embarcações a pedir esmola ás q u e entra©.- terá cuidado o Provedor mór da Saúde Saúde avisar aos Provinciaes , e Prelados p a r -ticulares dds casas , para que prohibão aos seus subditos, que vão ás embarcações, antes de de*, sernpedidas ; e achando-s-e que alguns fazem o c o n t r a r i o , d a r á c o n t a ao Senado da Cama-; ra ; para que pôr consulta represente a Sua "Magestade o e x c e s s o , que se commetter , e

s e lhe peça ordene ao Prelado maior castigue ao subdito c o m a demonstração c o n v e n i e n t e , para que b exemplo acautele os mais , e o r d e -nará , que os taes Religiosos fiquem impedidos, n a embarcação em quanto e l k o estiver. ,

(28)

fSl »» &

C A P I T U L O

XV-Sobrç <%s embarcações, tfwe entrarem livres de impedimento.

J%S embarcações, que entearem livres de im-pedimento , por se saber com tal certeza que vem de parte segura, se lhe deve dar prática, mas antes disso;se saberá, a fazenda, que traz; e aimda que a maior e parte seja livre de toda a suspeita,. se_>cpm)J>ud,oftrouxer alguma de tal

qualidade , em que a possa haver , se deve mandar ao Lazarpto -para se beneficiar na fôr-ma , que se costufôr-ma. Isto se deve pntender nas fazendas, que sempre devem ser impedidas : porque nunca se fabricão $enã.o em Berberia^ e em outras partes suspeitosas; p ainda que ultimamente venhão de parte livre, de qonta^ gio, sempre se podo temer o tragão da pri«-aneira, donde sararão ; e a qualidade destas fa-zendas se declara no Capitulo XVI.

A estas mandará o Guarda mór, que os Ma-rinheiros da embarcação descozãp dos fardos , que forem claramente conhecidos, o que bas^ te para se ver o que h e , e este exame se frá por diversas partes do mesmo fardo ; e a-chando se que deve ser impedida, se mandará ao Lazareto para se fazerem os assoalhamen-tos necessários.

(29)

f§ &3 $

E áendp toda â fazenda que t r a z , fcúspé^ t o s a , hirá a embarcação para a parte rtíais vi-sinha a© Lazareto/ que for possível, e se-des<-carregará pel©9 mesmos m a r i n h e i r o s , porquê ficâo juntamente i m p e d i d o s ; e primeiro q ü é alguma péssoaj Pu fazenda saia delia , m a n d a -r á o Gua-rda mó-r que a g e n t e , que estive-r pe-la praia, e barcos dos pescadores , se affaste ; e descarregada pelos ditos m a r i n h e i r o s , e r e -colhida no Lazareto , sahirá o Guarda impedi-do , que sempre está nelle assistente, e entra-rá na dita embarcação a fazer vestória em to-, da e l l a , para ver se tem mais alguma c o u s a , que tirar , que deva ir ao Lazareto.'

T a m b é m se devem ver arcas de gente* d© serviço dos Navios , dPs m e r c a d o r e s , que nel-, les v e m , e dos passageiros.

C A P I T U L O X V I .

.ÍV)

Sobre as fazendas, que devem ser im-pedidas.

J\.S fazendas, que em todo © tempo , e vinda

de qualquer parte se devem impedir , áão as seguintes. Algodão, e tudo o que delle se fav brica. Seda em rama , é toda a de L e v a n t e , e Berberia .• Fileles de c o u r o , e de l ã , e todo o gênero de couros , q u e venhão de Berberia

(30)

ou-® M &

!«>,,, e. prata da Pérsia,. C a m e l ô e s , e t o d o o gê-nero de plumas irão ao Lazareto para se asr soalharem , e se lavaráõ nos bateis da m e s m a embarcação , e as drogas de botica. A n i l , e-outras semelhantes irão ao. Lazareto por causa dos fardos , e b a r r i c a s , e m que v e m ; e tira-das delles se queimarão logo , e recolhitira-das as fazendas em outros , que os mercadores l h e inandaráô de -Lisboa , poderáõ logo sahir dó

jLazareto. ^ 0 o;:

..,-;.^ Á cera , e pobre , que vem dp Berberia vão ao L a z a r e t o ; e tirados dos f a r d o s , e bar-ris , qüe se q u e i m a r á ô , se lhes darão banhos de á g u a do mar , e logo poderáõ sahir do Lâza.-r e t o .

O t r i g o , e todo o g r ã o , l e g u m e s , e a r r o z , q u e vierem de lugares suspeitosos, se deitaráô da mesma embarcação por h u m a bica de p á o , ou vela no barco , em que se hão de ir para as T e r c e n a s , e nellas se revolverão, padejan-do-o de h u m lugar para outro os dias conve-nientes , com assistência de h u m dos Provedores da Saúde de Lisboa, que será por a l t e r n a -tiva.

O esparto, que vier de lugares suspeitosos, irá a embarcação ao Lazareto para se descar-regar na fôrma ; que fica assima declarado.

(31)

C A P I T U L O XVII.

Sobre os mantimentos que se pedirem de algu-ma embarcação impedida.

JL Edindo-se de alguma embarcação impedida m a n t i m e n t o s , ou outra cousa , de que tenhao necessidade, o guarda que nella estiver , usa-rá de hum sinal , com que c h a m e , que seusa-rá pondo huma bandeira branca no bordo da e m -barcação junto ao masto grande para se lhe a-c u d i r ; sendo de noite , dispararáõ huma arma de fogo duas v e z e s , e accenderáõ o farol, ou l a n t e r n a , para que o Guarda da Saúde m a n d e a sua fragata , e o guarda da bandeira , e se lhes porá na praia o que pedirem.

Quando pedirem só á g u a , irá o guarda da bandeira da saúde na fragata, ( que terá o G u a r d a m ó r , cujas despezas se farão pelo r e n -dimento das condemnações mencionadas no Capitulo III. que sempre devem preferir ás en-tregas que se mandão fazer na casa de S. Se-bastião , com as quaes se appresentará Certi-dão feita pelo Escrivão da Saúde , e assinada pelo Guarda mór , porque conste do que se despendeo com a f r a g a t a ) , e dará ordem or-d e m o or-dito guaror-da or-da banor-deira á gente or-do Navio que vá na sua lancha para a fonte da P i p a , e na b i c a , que está juntp da p r a i a ,

(32)

*â 26 #

mará água , e o guarda da bandeira os fará logo voltar para a mesma èmbarcãçãè , seguin-do-os na sua fragata em distancia convenien-te.

C A P I T U L O X V I I I .

Sobre as embarcações, a que se deve logo dar prática.

l N Aô havendo nas sobreditas embarcações , que vem de parte segura , fazenda de qualida-de suspeitosa , qualida-deve o Guarda mór r e m e t t e r os A u t o s , para que logo se lhe dè prática.

C A P I T U L O X I X .

Sobre as fazendas, que se mandão vir de Cas-ca es , e Setúbal, que se tiraráõ dos

Na-vios.

JL Oda a pessoa , que t r o u x e r , ou mandar vir de Cascaes , S e t u v a l , e Sezimbra qualquer gênero de fazenda, que se t e n h a tirado de N a vios , a nào levem á Alfândega sem a m a n i -festarem primeiro aos Officiaes da Saúde d e Belém , ou de Lisboa , declarando os n o m e s das embatcações \ em que vierão , e ôs pon-tos , onde receberão ; e vindo de partes sus-pèitosas, as mafldalráõ J5ara o Lâzareio , para serem nelle purificadas , com© neste R e g i m e n -to se dispõe.

(33)

© a? ®

C A P I T U L O XX»

Sobre as cartas, que vierem nas embarcações vindas de partes suspeitosas.

L Odas as cartas, que vierem nas embarca-ções , as que vem de partes suspeitosas, as trará o Mestre no seu batei, e defronte da ca-sa da Saúde ca-sahirá hum marinheiro com el-las, e abertas só por elle as hirá passando pe-lo vinagre, e depois pepe-lo fogo.* feita esta di-ligencia, em presença do Guarda mór da Saú-d e , se recolherá ao batei , e Saú-despachaSaú-do na praia as a juntará o guarda da bandeira da Saú-de , e as levará Saú-dentro á casa, onSaú-de se entre-garão á ordem do Correio mór. 0

C A P I T U L O XXI.

Dos Navios que estiverem em franquia. ^ E o Capitão, ou Mestre, que ancorar abai-xo da Torre, disser que não quer prática nes-te Porto, e lhe convém fazer nelle dilação, le-vará a carta da Saúde; e constando que sahio de port© desempedido , e que pelos dias da viagem não podia tomar outro f se lhe porá o

logo guardas , que e6tarâo nelle até se fazer á vela , e sahir para fora ; e não consentindo guardas, o mandará logo notificar que na

(34)

^ 9 & <&

meira í n a r i saia pela barra fora, de q u e se fa-rá aviso a o Governador dá T o r r e , ou ao seus T e n e n t e para se proceder conforme as o r d ç n s de Sua Magestade^ ' •

C A P I T U L O X X I I .

Sobre as prohibições de cousas tocantes aos Navios impedidos.

1 l \ E n h u m Capitão, M e s t r e , ou qualquer

Official, a cujo cargo venha a embarcação , p o -deráõ deixar sahir delia pessoa alguma, fazen-da , roupa , cartas , ou quaesquer outros pa-peis , n e m animaes de cabello , ou de penna a n t e s de ser despachada pela Saúde , c o m c o m -minaçâo , de q u e fazendo o contrario pagará vinte e sinco cruzados , e será levado para o Lazareto , onde fará h u m a rigorosa q u a r e n t e -n a , e da pe-na pecu-niária ha.vprá o-de-nu-ncia-n- o-denuncian-t e a o-denuncian-terça paro-denuncian-te , e as duas seraô para a Ci» dado.

a N e n h u m Guarda dos q u e estiverem pos-tos pela Saúde nas embarcações deixará sahir fora delia n e n h u m a das cousas sobreditas ; e fazendo o contrario , incorrerá em pena de vinte e sinco cruzados , as duas partes para a C i d a d e , e a terça parte para o denunciante-e hirá ddenunciante-egradado por sinco annos pára o BrasiL

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® 29 #

qualquer embarcação que s e j a , poderá tirar das que não t e m ainda p r á t i c a , pessoa algu-m a , n e algu-m qualquer das cousas sobreditas, sob-pena de pagar vinte e sinco cruzados ; a ter-ça parte para o denunciante , e as duas para a Cidade , e lhe será queimada a embarcação , além de ser degradado por sinco annos para o Brasil.

4 N e n h u m a p e s s o a , que governar embarcação , que estiver já desimpedida, poderá t o -mar da impedida nenhuma das sobreditas cousas suspeitocousas , porque t e m mostrado a e x p e -riência que alguns Navios de g u e r r a , ou cos-sairos , que entrão neste porto com p r e z a s , depois de se lhes dar prática , vendo que por vir de partes suspeitosas, se nega ás pessoas, e fazendas , que trazem as ditas p r e z a s , usão da cavijlação de as recolher nos seus b o r d o s , q u e . j á estão desimpedidos , e por este modo podem metter nesta Cidade pessoas , e fazen-das inficionafazen-das ; com commfnação de q u e , fazendo o c o n t r a r i o , incorrerá© em pena d e c e m cruzados , a terça parte para o denuncian-te , e as duas para a Cidade; e serão degrada-dos por dez annos para o B r a s i l , achandò-se que as fazendas baldeadas vem da parte im-pedida ; e sendo da que não tiver impedi-mento , incorrerão em pena de vinte e sinco cruzados na fôrma declarada-, e sinco annos

(36)

# 3o @

5 N e n h u m a pessoa poderá recolher e m sua casa , ou praticar com pessoa , que sahir d a embarcação , que esteja impedida , n e m guar-dar alguma das sobreditas cousas antes de es-t a r e m desempedidas pela S a ú d e ; e fazendo o c o n t r a r i o , incorreráõ e m p e n a de vinte e sin-co cruzados , e de dous annos d e degredo pa-r a Cpa-rasto Mapa-rim , e a fazenda , que pa-r e c o l h e pa-r , s e r á p e r d i d a , da q u a l , e da condemnação p e --cuniaria será a terça parte para q u e m o

acu-sar , e duas para a Cidade.

6 N e n h u m h o m e m de negocio , n e m outra a l g u m a pessoa de qualquer qualidade q u e se-ja , poderá tomar fragatas , ou outras embaiv e a ç õ e s psra tirar as sobreditas c o u s a s , sobpen a de sisobpencoesobpenta cruzados para a Cidade / e d e -n u -n c i a -n t e -na fôrma assima declarada , e . d e sinco annos de degredo para o Brasil; e sen-d o Ecclesiastico , será sen-desnaturalizasen-do sen-d o

R e i n o . -'!

7 N e n h u m Piloto d e Casoaes , ou Arrae* idos barcos dos pescadores e n t r e fora da

bar-r a e m embabar-rcações do pobar-rto , que estivebar-r publicado por impedido com pena de c e m c r u -zados , de que haverá a terça parte o denun-ciante , e as duas a C i d a d e , e hiráo pela bar-r a fobar-ra nas taes e m b a bar-r c a ç õ e s , e não podebar-ráõ t o r n a r para o Reino senão d e p o i s - d e passados dez annos ; e .succedendo que por industria própria , ou «inda c o n t r a suas vontades seja©

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© 3 i #

postos em t e r r a , serão logo levados para o La-zareto , aonde farão rigorosa q u a r e n t e n a ; e acabada ella com averiguação de que estão com perfeita saúde , haverão a pena de açoutes , e de degredo de sinco annos para galés; e

tor-nando para o Reino antes de findos os dez an-nos da exterminação, serão prezos , e se exe-cutará nelles a pena d e a ç o u t e s , e galés.

8 N e n h u m a pessoa de qualquer q u a l i d a d e , estado , ou sexo , que seja , que entrar e m embarcação , que estiver impedida , saia delia antes de estar d e s p a c h a d a v e fazendo o con-trario , incorrerá em pena ,àe vinte e sinco cruzados , de que haverá a terça parte o de-nunciante , e duas serão para a Cidade , e hirá degradado p o r d o u s annos para Crasto Marim.

9 N e n h u m Capitão , ou Mestre , Marinhei-ro , ou BarqueiMarinhei-ro de embarcação , que vier d e

qualquer p o r t o , occulte no juramento o donde s a h i o , oucircumstancia alguma das que se lhes pergunta©no interrogatório deste R e g i m e n t o ; e achando-se que occultárão a v e r d a d e , haverão

a pena imposta pela Ordenação do Reino lia). 5,

tit. 54.

10 Nenhuma pessoa que vier de parte , e m que haja contagio , desembarque sem licen-ça dos Ministros da Saúde e m porto , cos-t a , ou praia de qualquer lugar , que seja, des-te Reino , e do Algarve , com comminação de ser recluso , e tratado como empestado ; e averiguando-se c o m tpda a certeza que tem.

(38)

^ # 3

2

m

perfeita saúde para se lhe poder dar prática, será castigado com pena de cem cruzados, e dez annos para Angola , para o que será logo levado á prizão , e da pena pecuniária have-rá a terça parte quem © accusar, e as duas ser rão para a Cidade.

Como em nenhum dós pórt©s deste Reino , e do Algarve ha Lazareto , nem commodida-de , e segurança para se admittirem as embar-cações suspeitosas á quarentena , he conve-niente que se faça no porto de Lisboa, e se prohibe a todos os portos que os admittão a

fazer quarentena.

(39)

•© -55 ®

R E G I M E N T O

' Q?/e je //*z J é observar, suecedendo haver

pei-te (de que Deos nos livre)'em algum Rei' '•" no, ou Província confinante com Portugal.

C Á P I T Ü L O I.

X Anto que houver noticia de que em algum •lugar de Hespanha se padece este m a l , ( o q u e Deos não p e r m i t t a ) escreverá o Provedor mór d a Saúde a todas as Câmaras das Cidades , e vVillas deste Reino , e em primeiro lugar

áquel-Ias , que estiverem mais circumvisinhas da ter-ra , em que se padecer o m a l , pater-ra qúe além do Guarda m ó r , que por elle estiver'provido , elejâo guardas mores que forem n e c e s s á r i o s , -para que se possa ter toda a vigilância ,

evi-tando-se que passe pessoa alguma para este Reino , e que se levantem bandeiras em todas as estradas , e em sitios que não sejào mui-n to distantes do povo. E em todas assistirão guar-das , pondo-se juntamente nas portas guar-das Ci-dades , e Villas ; e que os Guardas mores , que

e l e g e r e m , sejào as pessoas de maior authori-. dade , e respeito, assim dos naturaes da ter-ra , como dos assistentes nella , de cuja oceu-• pação senão poderá escusar pessoa alguma de . qualquer qualidade , ou dignidade , que seja.

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& 34 &

C A P I T U L O I I

-O U c c e d e n d o ser o mal em Castella , fará p Provedor mór a mesma diligencia , escreveu* do logo a todas a s Câmaras das Cidades , e Viiias visínhas da Raia d e Crasto Marim , que está na foz do Guadiana até Caminha , n a foz do M i n h o , para que ©leijão Guardas m a -r e s , e levantem bandei-ras na mesma f ô -r m a , e com as mesmas c i r c u m s t a n c i a s , que se d è -clarão no Capitulo I. mandando j u n t a m e n t e lançar pregões públicos em todos os lugares das 5\aias, para q u e n e n h u m a pessoa de qualquer qualidade* e s e x o , que s e j a , passe para Portu-gal , com comminação , que fazendo o contrario , assim os G u a r d a i das bandeiras da S a ú -d e , como qualquer outra p e s s o a , que as vir passar,. lhes farão logo tiros , até que com ef-feit© as matem.

C A P I T U L O I I I .

J L J Porque algumas pessoas dos lugares i m p e -didos poderáõ furtivamente de noite , ou d e dia por caminhos occultos , sem serem visto3 passarem-se a este R e i n o , e metterem--se n a s Cidades , lugares., e povoaçôes delle c o m g r a n -de ruina da saú-de pública % para se atalhar

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@ 35 $

lugares , em que se levantarem bandeiras da S a ú d e , para que assim os Guardas d e l t a s , c o -mo todas as pessoas -moradoras nas Cidades, Villas , e povoações , tenha© tal vigilância, e cuidado, que nenhumas das pessoas, que vie-r e m dos lugavie-res impedidos, possão passavie-r sem. serem r e c o n h e c i d a s ; e não mostrando passa-portes correntes , executaráõ as penas declara-das nos pregões , fa2endo-lhes tiros, com q u e as m a t e m ; e chegando com effeito a entrar dentro das povoações serão logo reclusas e m alguma casa , onde estejão encerradas , sem.te-rem communicação com jféssoa alguma > dan-do-se-lhe o comer na mesma fôrma , que se ttsa com os empestados , ficando impedid© o l u g a r , onde furtivamente entrar , no qual ha-verá guardas da Saúde para que estejão impe-didos todos os moradores delle sem q u e pos-são ter communicação com pessoa alguma d e fora delle; e padecendo-se doença cpntagiosa por causa do impedido que no dito lugar

en-toou , serão c u r a d o s , e assistidos os doentes na fôrma que o são os feridos do mal de pes-t e ; e sendo caso que o impedido escape com v i d a , será ouvido judicialmente para effeito.de se averiguar se quebrantou o bando , que nas Raias dos lugares impedidos foi lançado ; e mostrando-se por provas legitimas havello fei-t o , se execufei-tará nelle a pena do bando c o m a execução de m o r t e n a t u r a l , para que

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© 36 S

com ò temor do castigo não haja quem se atre-l a a vioatre-lar os bandos promuatre-lgados em

benefi-cio da conservação da saúde pública. C A P I T U L O I V .

Jt Ara que as pessoas moradoras nas Cidades, Villas, e seus termos circumvisinhas das R a i a s , e mais lugares confinantes com este Reino , eomo se declara n o p r i m e i r o , e segundo Ca-pitulo , possão fazer jornada, assim para a Cor»; t e , como para qualquer outra parte deste R e i -n o , com segura-nça* sem serem impedidos -n o c a m i n h o , trarão passaportes feitos pelos E s -crivães das Câmaras , e assignados pelos Guar-das mores da Saúde , nos quaes se declarará o n o m e da p e s s o a , que o t r a z , o e s t a d o , i d a d e , estatura do corpo , a côr do c a b e l l o , os s i n a e s , que tiver no r o s t o , ou outro q u a l q u e r , por-que se c o n h e ç a , com declaração do vesti-do , que t r o u x e r ; e trazenvesti-do qualquer das so-breditas pessoas criados, comsigo, arrieiros > almocreves , ou escravos, o n u m e r o delles * 3eus nomes., e confrontações na fôrma decla-rada..

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0 $7

C A P I T U L O v :

X j S t e s passaportes para melhor expedição se* rão de letra de fôrma , para o que os manda-rão os Escrivães das Câmaras imprimir, o que serã em meia folha de papel cada hum , mas sempre os nomes das pessoas , a quem se d e r e m , como as confrontações dellas serão e s -critos pela letra dos ditos Escrivães, e leva-rão de cada h u m dez r e i s , e mais n ã o ; cora advertência que aos Religiosos mendicantes ,. e p o b r e s , que viverem de esmolas, não leva-rão cousa alguma pelos taes passaportes , os quaes serão registrados nas Cidades, Villas , e lugares por onde passarem no decurso d a jornada, assignando nelles os Guardas m o r e s , para constar que fora o vistos, e examinados pelas partes por onde passará©, e saber se h a vigilância , e cuidado com que se hão os Guar» das mores da S a ú d e , e guardas das bandeié ras.

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ô 38 9

C A P I T U L O V I .

\ j O m o nesta Cidade d e Lisboa entra quoti-dianamente assim de n o i t e , como de dia gran-de numero gran-de gente em b a r c o s , fragatas, P Outras semelhantes e m b a r c a ç õ e s , assim da banda de além , como de todo o Riba-Téjo ; para se evitar què entre alguma pessoa sem trazer passaporte do lugar, donde v e m , como fica declarado, selançarád pregões pelas praias;

e praças desta C i d a d e , para que h e n h u m b a r

-q u e i r o , a r r a e s , ou fragateiro possa p©rt<T,< e dar fund©, mais que no cães dós barcos de San-tarém , Ribeira d© p e i x e , T e t r e i r o do P a ç o ,

e não lançarão gente alguma fora das suas em-barcações sem primeiro serem examinados por. h u m dos Provedores da S a ú d e ; e © q u e o c o n -trario fizer incorrerá em pena de sincoenta cruzados, dos quaes haverá a terça parte q u e m © accusar, e as duasL serão p a r a a Cidade , e irá degradado por sinco annos pasa o Brasil.

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f» 39

®

C A P I T U L O vn.

p

Ara boa observância do Capitulo p r ó x i m o , em todos os portos assim da banda de além» como de todo o RibaTéjo, capazes de se e m -barcar gente haverá bandeira da Saúde , e Guardas mores dellas sem licença dos quaes n o poderão os a r r a e s , barqueiros , efragatel-ros recolher em suas embarcações-pessoa ai" euma de qualquer qualidade , estado , e s e x o , que s e j a ; e para que não possão alegar igno-rância , se lançará© pregões nps taes portos com declarações das penas , que hão de haver fazendo o contrario , as quaes seraõ declaradas neste Capitulo , que são as mesmas que se contém no Capitulo próximo assima n u m e r o «exto.

C A P I T U L O VIÍÍ.

JT Ara melhor se executar o <fue nos -Capitu-i los VI. e *VH. se ordena , assistirão nos t-res portos referidos, a saber: Cães dos barcos d e S a n t a r é m , Ribeira do p e i x e , Terreiro do Paço , dous guardas da Saúde em cada h u m dos di-tos sitios , que serão homens dos que houve-rem servido na Casa dos vinte e q u a t r o , cor-rendo por roda d e maneira que repartidos por

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® 4o '©

d e noite , e de dia , para o que lhe dará © Juiz do Povo rol de todos assinado por elle , e pelo seu Escrivão com os nomes das ruas , e m que m o r ã o ; e estes taes serã© obrigados t a n t o que portar qualquer das ditas embarcações >, ficando hum delles no sitio d a . g u a r d a , e vi-gia , ir logo o outro seu companheiro á c a s a

da Saúde aonde hão d e assistir os dous Prove-dores delia , dar-lhe noticia das embarcações c h e g a d a s , para que h u m vá logo examinar as pessoas , que nellas vem , se trazem passapor-tes , a reconhecellos ; e achando que são ver-d a ver-d e i r o s , orver-denar que saião em t e r r a , sem. o qual não sahiráo.

C A P I T U L O I X .

A c h a n d o os Provedores qu e em a,gum a, d »

ditas embarcações vem pessoa sem passapor-i te , fará logo ir para a T r a faria á tal embarca-ção com toda a gente que nella vier sem ex-cepção de pessoa a l g u m a , m a n d a n d o recolher tod©s no Lazareto sendo os primeiros os q u e governarem a embarcação , para o que irá p e s -soalmente em fragatas , que para isso estarão promptas á sua ordem com gente necessária comboiando a impedida ; e feita assim a dili-gencia , virá logo dar parte de tudo ao Presi-í d e n t e da C â m a r a , para que chamando ao Se-, nado se tome por resolução de como se d e v e

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$ 4 i $

proceder neste negocio ; e o Arraes da dita embarcação será castigado com a mesma pena do Capitulo VI.

C A P I T U L O X.

v^J S b a r c o s , que sahirem a pescar da T o r r e de Belém para baixo trarão huma bandeira por divisa com a Imagem de S. Sebastião; e todos

ps .Arraes dos - barcos.. trarão passaportes da

Saúde com os seus n o m e s , e dos companhei-ros dos ditos barcos , n u m e r o delles , e suas Confrontações na fôrma declarada no Capitulo I V os, quaes passaportes apresentaráõ na casa da Saúde do Porto de Belém ao Guarda mór delia quando forem, para fora , para os mandar registar , e assinar nos ditos passaportes de como ficão registados pelos Officiaes da Saúde d o dito P o r t o , e. assistência do Guarda m ó r ; e conferindo-se o registo do passaporte com as pessoas do barco para se saber se trazem algu-ma pessoa de algu-mais ; e achando que v e m , pro-cederá logo o dito Guarda mór na fôrma decla-rada no Capitulo I X . e o Arraes será castigado c o m a mesma pena do Capitulo VI.

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# 4s #

C A P I T U L O X I .

U í S t a r à o dous soldados de sentinella á fundi-ção , dous ao Chafariz dèlRei , dous na p o n t e da Alfândega, dous na Corte R e a l , para vigia-r e m os bavigia-rcos se póvigia-rtã© nos lugavigia-res vigia-refevigia-ridos, e se lanção alguma pessoa em terra fora dellps, para que logo ficando h u m de vigia, vá o ou* tro á p a r t e , onde © barco p o r t a r , a impedillo , como também a fazer preza na pessoa q u e se lançar fora, fazendo logo aviso á casa da Saú-d e aos ProveSaú-dores Saú-delia para que logo a c u Saú-d ã o , e empeção assim as pessoas , como o b a r c o , procedendo na fôrma ordenada no Capitulo I X . e a pena contra os barqueiros será a mes-ma que a do Capitulo VI.

C A P I T U L O X I L

\y S Cabeças da Saúde das Freguezias t e r ã o

particular cuidado cada hum no q u e lhe t o c a , d e saber todos os dias os d o e n t e s , q u e nellas h a , qualidade das doenças ; e de^tudo o q u e acharem darão conta ao Provedor m ó r da Saú-d e , e esta mesma obrigação terão toSaú-dos os Médicos, Cirurgiões, Sangradores ; mas estes n o caso que entendâo , e lhes pareça q u e a doença he suspeitosa, e da mesma maneira

(49)

$ 43 ®

com comminação de que não o fazendo assim serem castigados com as penas do Capitulo Víi

C A P I T U L O XIII.

JL Odos os Guarda mores da Saúde dos luga-res declarados nos Capítulos I. e II. irão dan*

do aviso ao Provedor mór ', da Saúde que se

goza nos seus destriotos, com© também se hou-ver nelles doenças , da qualidade dellas , e sé se communicão , fazend© passar aos Médicos certidões , interpondo nellas o seu p a r e c e ^ , havendo-se em tudo com summa vigilância ., e cuidado para que por falta de diligencia ser não deixe de evitar qualquer damno prejudi-cial ao bem público, que possa suceeder.

C A P I T U L O XIV.

E

Porque o commereio das c a r t a s , que vem pelo correio ordinário de Madrid se não p ô d e evitar pfor s e r ú t i l , e n e c e s s á r i o ; para que del-le não possa resultar a o bem publico da saú-d e saú-d a m n o , se orsaú-dena que o Estafeta, que vai todas BS semanas a Badajoz a receber as Car-tas , que o Estafeta d e Madrid t r a z , não entra-r á n a C i d a d e , e chegaentra-rá a t é junto da ponte d e Badajoz em pouca distancia, ficando da par-t e de Porpar-tugal, e no fim da ponpar-te. O Espar-tafe- Estafe-t a de Madrid Estafe-tirará Estafe-todas as carEstafe-tas dos saceos,

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e as porá em t e r r a , e serão log© todas passa-das por vinagre , e por fogo ; e feita esta di-ligencia , as d e i x a r á , e cobrará os maços das que o Estafeta d e Portugal leva ', o qual e m saccos, que levará comsigo , recolherá todas as c a r t a s , que forem purificadas na fôrma r e -ferida , e mais papeis ; e para que © Estafeta não possa usar de d o l o , n e m e n g a n o , sahirá de Elvas a receber as cartas acompanhado d e dous cabos de esquadra de cavallo de toda a satisfaça©, e confiança..

C A P I T U L O X V .

O U c c e d e n d o que em algum dos lugares d e Portugal haja doenças suspeitosas, se dobra-rão os Guardas das bandeiras da Saúde , e os ^ Guardas mórés delia sendo n e c e s s á r i o , para

q u e se esteja com a maior vigilância, e cau-t e l l a , que considerar se possa; e porque a Ci-dade de Lisboa , Metrópole do R e i n o , Corte r

e morada dos Senhores Reis d e l l e , por sua g r a n d e z a , entrão nella continuamente g e n t e de todo o R e i n o , e assim deve haver nella o maior cuidado., para que nào possa ser inficion a d a de mal algum , e serem tainficiontas as e inficion t r a das para ella, assim por terra como pelo T e -jo ; além de se dobrarem as guardas pela par-t e da par-terra se par-terá pelo- Rio a guarda na m a r

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sição com h u m h o m e m da casa dos vinte e quatro dos de melhor satisfação, andaráõ e m huma lancha muito b e m esquipada todo o dia de Lisboa até Sacavem vigiando se de alguma embarcação se>lança fora alguma pessoa, ou fazenda , fora dos lugares destinados ; e a mes-, ma diligencia na fôrma dita fará outro Cidadão acompanhado de outro h o m e m do p o -vo de Lisboa até Santo A m a r o ; e ao pôr d p Sol sahiráò das lanchas ao cães das pedras , nas quaes se embarcaráõ dous Corregedores do C r i m e , ou Juizes delle , que se hirão a s -sim .repartindo , e farão a mesma diligencia de n o i t e , e de manhã desembarcar ao m e s m o sitio, em que estarão já os Cidadãos , e homens* do povo para se embarcarem , e fazerem sua vigia na fôrma declarada , e assini hirão cOn-L

tinuando successivamente até haver ordem emí contrario. Lisboa aos 20 de Dezembro de 169S annos.

X J U EIRei façor saber a©s que este Alvará vi-r e m que o Senado da Câmavi-ra desta Cidade m e representou ; que considerando como no por-to de B e l é m , e nos mais do Reino , e do Al-garve , e terras confinaníes com o de Gastella , senão achava Regimento , que expressa, e d e -terminadamente ordenasse o que se devia obrar, e executar nas diligencias, e exames que se

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havia©1 de fazer pelos officiaes dá Saúde para

d e f e a s a , e, guarda delia , e em razão de s e r matéria tão i m p o r t a n t e , e d© maior c u i d a d o , determinarão com toda a ponderação fazer dous R e g i m e n t o s , assim para o dito porto d e B e l é m , com© para o R e i n o , impondo-sê as penas q u e p a r e c e r e m justas a s transgressores delles ; e para que assim se observasse a fôrm a d© procedifôrmento que dispõe os ditos R e -gimentos , e cada h u m dos seus Capítulos, fosse servido aprovallòs , para q u e ficando es-tabiecidos por L e i , se g u a r d a i s e m ; e p o r q u e a conservação da; Saúde péblica consiste na' exaeta execução da sua o b s e r v â n c i a , mandei) ver os ditps Regimentos no D e s e m b a r g o do P a ç o , que ouvip ao: Procurador da minha Co-r o a ,-> que não teve a isso dúvida , e o mais queCo-r m e fez presente. Hei por b e m de confirmar ,* c o m o por e s t e confirmo, e hei- por confirma-d o os confirma-ditos Regimentos , e q u e os transgres-sores que desobedecerem , e não guardarem o

disposto no Capitulo V I . do Regimento do por-t o de Belém , por-t e n h ã o d e pena dous mezes d e prizão irremessivelmente , e duzentos mil reis pagos da cadeia applicados ao arbítrio do mes-, m o Senado da C â m a r a ; e para que os guardas da Saúde possa o fazer as diligencias delia c o m toda a s e g u r . n ç a , poderáõ usar de armas d e fogo, não sendo pistolas quando forem , ou an-darem em diligencias de seus officios; e este

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è

quero se c u m p r a , e guarde , e t e n h a força d e Lei ; para que assim se e x e c u t e inyiolavel-m e n t e coinyiolavel-mo nelles h e declarado ; e inyiolavel-mando ás justiças a que o c o n h e c i m e n t o delles p e r t e n -cer , que assim o cumpráo , e facão inteiram e n t e cuinteiramprir , e guardar cointeiramo nelles c o n -tém ; e pagou de novos direitos quinhentos e quarenta reis , que forão carregados ao T h e

soureiro delles no livro quarto da sua r e c e i ta a. folhas 171. como se vio do seu c o n h e c i -mento em fôrma, registado no livro 3. do Re-! gisto geral folhas a83. etc. e valerá, posto q u a seu effeito haja da durar mais de h u m a n n o , sem embargo da Ordenação liv. 2. tit. 40. e m contrario. Manoel da Silva Collaco o fez e m Lisboa a sete de Fevereiro de seiscentos no-; venta e sinco. Francisco Galvão o fez escre-ver.

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