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Elementos para pensar a obesidade, a depressão e a ansiedade

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO

GRANDE DO SUL - UNIJUÍ

VANDRIELI VARGAS

ELEMENTOS PARA PENSAR A OBESIDADE, A DEPRESSÃO E A

ANSIEDADE

Ijuí – RS

2012

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VANDRIELI VARGAS

ELEMENTOS PARA PENSAR A OBESIDADE, A DEPRESSÃO E A

ANSIEDADE

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Programa de Pós- Graduação Lato Sensu em Nutrição Clínica da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul.

Orientadora: Nádia Rosana Fernandes de Oliveira

Ijuí – RS

2012

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 5 METODOLOGIA ... 7 RESULTADOSEDISCUSSÃO ... 8 CONCLUSÃO... 14 REFERÊNCIAS ... 15

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RESUMO

A depressão e a ansiedade são sintomas que podem estar presentes em indivíduos obesos. Os sintomas depressivos e a ansiedade podem alterar o comportamento da pessoa colaborando para o aumento de peso. O presente estudo teve como objetivo investigar a produção literária acadêmica em língua portuguesa que estuda a relação entre obesidade, depressão e ansiedade. Como resultado, verificou-se que em estudos com levantamento de dados investigando a associação da obesidade com os indicadores de gravidade dos sintomas psicopatológicos, a depressão aparece como o indicador de maior prevalência e a ansiedade o segundo indicador para as associações com obesidades graves. As reflexões deste estudo estabelecem importante relação entre o índice de massa corporal e os sintomas psicopatológicos de interesse, com suposta relação ao prejuízo das funções ocupacionais e sociais.

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ABSTRATCT

Depression and anxiety are symptoms that may be present in obese individuals. Depressive symptoms and anxiety can alter the behavior of the person, contributing to gain weight. The present study aimed to investigate the academic literary in Portuguese that studies the relationship between obesity, depression and anxiety. As a result, it hold true that in studies with survey data investigating the association of obesity with indicators of psychopathological symptoms severity, depression is the most prevalent indicator, and the anxiety the second indicator for associations with serious obesities. This study reflection set important relationship between body mass index and psychopathological interest symptoms with presumed connection to the occupational and social functions damage.

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INTRODUÇÃO

O comportamento alimentar é algo complexo. Faz parte do estilo de vida e de tudo que envolve a alimentação, como local, horários, frequência das refeições, companhia nas refeições e condições socioeconômicas. As informações sobre alimentação e nutrição provocam mudanças na escolha dos alimentos e são resultantes da trajetória do indivíduo no seu curso de vida. O ato de comer é visto como algo que vai além de um simples acontecimento, fazendo parte da identidade social, pessoal e, ainda, do modo como os alimentos estão relacionados com sentimentos e emoções (VIANA, 2002).

A obesidade é algo que vem despertando interesse de pesquisadores, pois esta sendo considerado um problema de saúde pública. A relação da obesidade com os sintomas psicopatológicos como a depressão e a ansiedade se tornou assunto de interesse para este estudo por no atendimento nutricional haver relatos que supõem relação entre variação de peso conforme a gravidade dos sintomas psicopatológicos. Buscou-se neste verificar o que se tem escrito em língua portuguesa sobre estas relações.

A depressão e a ansiedade são sintomas que podem estar presentes em indivíduos em sobrepeso e obesidade. Os sintomas depressivos e a ansiedade podem alterar o comportamento da pessoa e colaborar para o aumento de peso, bem como este pode causar problemas emocionais. A depressão e a ansiedade podem ser as causadoras da condição de obesidade, cujo estudo merece atenção de diversas áreas de especialização, reforçando seu conceito multifatorial (VASQUES, MARTINS, AZEVEDO, 2004).

A obesidade atinge os indivíduos de qualquer idade, sexo, nível socioeconômico e condição intelectual, e é considerada uma epidemia, um problema

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de saúde pública, responsável pelo aumento dos riscos de o indivíduo desenvolver outras patologias como as doenças cardiovasculares, diabetes e hipertensão (OMS, 2003).

A obesidade envolve certa complexidade, conferida pelos elementos multifatoriais, de etiologia não bem definida. Ela se tornou um problema de saúde pública, em países desenvolvidos em que atinge proporções epidêmicas e levou à elaboração de planos de saúde com foco na prevenção (LUIZ, GORAYEB, 2005).

O presente estudo verificou a relação entre obesidade, depressão e ansiedade, investigando estudos realizados entre 2002 e 2011. A discussão desse tema pode proporcionar melhor qualificação no atendimento e intervenção adequados por parte dos profissionais nutricionistas.

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METODOLOGIA

Trata-se de um estudo de revisão de literatura, com análise descritiva. Foram realizadas pesquisas nas bases eletrônicas de dados Scielo e Lilacs, buscando artigos que abordassem a temática sobre a relação entre obesidade, depressão e ansiedade. No Scielo, utilizaram-se os descritores "obesidade" e “depressão”. Na base de dados Lilacs, foram utilizados os descritores "obesidade, ansiedade e depressão”.

No estudo, foram incluídos todos os artigos em língua portuguesa, disponíveis

on line no período de maio a junho de 2012, publicados entre janeiro de 2002 até

dezembro de 2011, totalizando 54 artigos, entre estes foram selecionados os publicados em língua portuguesa 39 trabalhos. Estudos relevantes não encontrados na busca inicial foram selecionados a partir da lista de referências dos artigos encontrados, onde foram acrescentados 6 artigos.

Os critérios de exclusão foram os estudos realizados com espécies animais, artigos que discutem outras comorbidades associadas, bem como aqueles que não apresentavam os descritores em seu título e/ou em seus termos de indexação, artigos em língua estrangeira e artigos publicados em datas não compreendidas no período estabelecido, totalizando exclusão de 10 artigos por data dos mesmos não atenderem o estabelecido, 15 artigos publicados em língua estrangeira e 9 estudos que discutiam outras comorbidades associadas, ou que não tinham os descritos conforme estabelecido na metodologia. Trabalhos disponíveis em ambos os sites de pesquisa forma encontrados 4 artigos.

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RESULTADOS

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DISCUSSÃO

A obesidade é diagnosticada segundo a utilização associada de diversos índices e variáveis. A avaliação antropométrica utiliza-se do índice de massa corporal, de dobras cutâneas e perímetros corporais para verificar a adiposidade corporal. Este método auxilia no diagnóstico nutricional, no qual aponta as variáveis envolvidas no ganho de peso da pessoa avaliada. As situações de sobrepeso e obesidade podem ser resultado da ingestão excessiva de energia, quando a ingestão calórica é maior que o gasto energético do organismo (OMS, 2003).

A obesidade é diagnostica utilizando variáveis e diversos índices, é clinicamente diagnosticada e classificada, já os sintomas psicopatológicos são diagnosticados e utilizando instrumentos validados para verificar presença dos sintomas e gravidade dos mesmos, através de questionários estruturados para este fim, também por relato de sintomas, frequência dos mesmos, pode levar vários atendimentos para se fazer diagnostico especifico.

A ansiedade faz parte do desenvolvimento do ser humano, mas, quando ocorre de forma exagerada, pode se tornar uma patologia. Ansiedade é um estado emocional transitório que varia de intensidade conforme situações caracterizadas por sentimentos desagradáveis. Quando, porém, ocorre de forma exagerada e muito frequente, pode ser patológico e deixar a pessoa com incapacidades frente a determinada situação, provocando prejuízo à vida do paciente (CORDÁS, KACHANI, 2010).

A depressão é uma psicopatologia que pode interferir na qualidade de vida do indivíduo portador. Sintomas como tristeza, irritabilidade e agressividade, dependendo da intensidade e frequência, podem ser indícios de quadros

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depressivos. A depressão causa mudanças comportamentais na pessoa e pode causar prejuízo na sua produtividade (LUIZ, GORAYEB, 2005).

Segundo Costa et al. (2009), as mudanças ocorridas na sociedade e nos hábitos alimentares, dirigidas pelo crescimento econômico, globalização e modernização refletem no aumento de peso e nos índices da obesidade nos países desenvolvidos e em desenvolvimento, tornando-se o maior problema de saúde da sociedade moderna que aumenta os riscos de desordens psicológicas.

Dobrow, Kamenetz e Devlin (2002) trazem questionamentos sobre a origem da obesidade, abrindo hipóteses que vão além da tendência genética, como os transtornos de compulsão alimentar periódica e a síndrome do comer noturno como transtornos alimentares clinicamente significativos a doença. Tais hipóteses permitem avaliações e planejamentos no tratamento nutricional em indivíduos obesos de forma mais racional e individualizada. Para os autores, a obesidade pode ser vista como um problema autoinduzido, devendo ser tratada evolutivamente. À medida que profissionais da área de saúde mental forem chamados a trabalhar com pacientes obesos, é importante avaliar sintomas psicopatológicos presentes, uma vez que esses profissionais deverão auxiliar nas correções das concepções equivocadas dos pacientes, na elaboração de metas, e melhor escolha na busca de qualidade de vida.

Petribu et al. (2006) ressalta que a avaliação psiquiátrica é fundamental entre os pacientes candidatos a cirurgia bariátrica, ou seja, pacientes com obesidade grave. Essa avaliação pode ser realizada pela equipe usando instrumentos validados. Este procedimento pode ser o diferencial nos resultados finais, pois quando diagnosticado e previamente tratado o transtorno psiquiátrico, aumenta o sucesso do procedimento cirúrgico.

Pesquisadores têm se interessado pelo estudo do perfil psicológico dos indivíduos obesos. O Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica (TCAP) está relacionado aos sintomas psicopatológicos, sobretudo à depressão em casos de obesidade mórbida, com prejuízo no funcionamento social e ocupacional. Os níveis de psicopatologia no TCAP estão associados às ocorrências dos episódios de compulsão alimentar e não ao grau de obesidade. Estudos verificam que pacientes com obesidade grave e com Transtorno Compulsivo Alimentar Periódico apresentam maior comprometimento nos aspectos psicossociais e elevada prevalência de

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depressão entre outros transtornos psiquiátricos (PETRIBU et al, 2006; DOBROW, KAMENETZ, DEVLIN, 2002).

Estudos realizados com amostras comunitárias revelam que indivíduos obesos geralmente não têm mais psicopatologias que os indivíduos com peso adequado para sua idade e sexo. Em contrapartida, em pessoas com obesidade, que procuram tratamento para excesso de peso, os estudos relatam índices significativos de psicopatologias como a depressão, índices mais modestos de transtornos de ansiedade (DOBROW, KAMENETZ, DEVLIN, 2002).

Um estudo realizado com 400 pacientes inscritos no programa de cirurgia bariátrica do Hospital Universitário Oswaldo Cruz, Recife, PE, usando questionários de entrevista com objetivo de verificar frequência dos transtornos psiquiátricos, segundo a presença ou não de transtorno compulsivo alimentar periódico, constata associação significativa entre transtorno e depressão. Segundo esse estudo, a associação entre a obesidade e os transtornos psiquiátricos poderia ser explicada pelo seguimento de dietas ou por outras doenças. Essa mesma pesquisa destaca o TCAP em pacientes obesos, pois pessoas com esse transtorno apresentam a obesidade mais precoce que os não compulsivos, começam mais cedo a se preocupar com o peso, e realizam diversos métodos na tentativa de emagrecer, com maior flutuação de peso quando comparados com os obesos sem o transtorno (PETRIBU et al., 2006).

Um estudo envolvendo 40 mulheres adultas com sobrepeso e obesidade, divididas entre sedentárias e não sedentárias, com objetivo de verificar a existência da relação entre obesidade e sintomas depressivos, ansiedade e desesperança, apontou uma alta incidência de sintomas depressivos. A coleta de dados foi realizada em uma academia de ginástica situada em um bairro de Ribeirão Preto – SP. Esse estudo considera que o sedentarismo é uma das causas da obesidade, e que os índices mais elevados de massa corporal estão entre as mulheres sedentárias. Para os autores desse estudo, os sintomas depressivos têm associação com a obesidade e, conforme o grau de obesidade, os níveis dos sintomas psíquicos são maiores. Esses autores consideram que atividade física favorece a saúde física e mental (TOSETTO, JÚNIOR, 2008).

Teixeira e Rocha (2007), em seus estudos de revisão, apontam que crianças e adolescentes com transtornos depressivos graves apresentam risco aumentado para o desenvolvimento de excesso de peso. Os autores apontam ainda a possível

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existência de associação entre síndromes metabólicas e história de depressão em mulheres, e ressalta a importância de estudos utilizando amostras maiores e com melhor delineação metodológica.

A depressão pode ser frequente em casos de obesidade grave. Nesse caso, o tratamento psicoterápico e a terapia cognitiva tornam-se importantes para a modificação comportamental do paciente. Por isso, é fundamental a determinação de objetivos e a identificação daquilo que leva a um pensamento e influencia uma situação, desencadeando reações emocionais e comportamentais. A terapia permite resultados mais efetivos quanto às mudanças no repertório de comportamentos relacionados aos hábitos alimentares. O desafio é compreender como os fatores interagem e como podem favorecer a melhoria da qualidade de vida do paciente (VASQUES, MARTINS, AZEVEDO, 2004).

Bernardi, Cichelero e Vitolo (2005), em seus estudos de revisão, sugerem que a Terapia Cognitiva Comportamental parece ser útil no tratamento da obesidade atuando de forma a bloquear ciclos viciosos dos pacientes e ajudando-os a compreender os mecanismos biopsicossociais aos quais estão submetidos. Pessoas obesas que tentam reduzir seu peso passam por alterações emocionais que podem refletir-se em suas características psicológicas. Assim, estes requerem apoio periódico e reeducação em aspectos comportamentais, na dieta e nos exercícios físicos.

Luiz e Gorayeb (2005), em seus estudos de revisão identificando artigos que tivessem ligados às relações entre obesidade e fatores emocionais, identificam uma relação entre a obesidade infantil e os aspectos psicológicos, como a depressão, ansiedade e déficits de competência social. Salientam ainda a necessidade de maior investigação e estudos mais detalhados sobre a obesidade e que somente assim se poderá promover intervenção eficaz.

O excesso de peso pode trazer riscos para o indivíduo desenvolver outras patologias, por razões biológicas, comportamentais ou psíquicas. Algumas tentativas de redução de peso podem produzir excessiva preocupação causando prejuízo do funcionamento ocupacional e social da pessoa e levando ao desenvolvimento de sintomas depressivos (LUIZ, GORAYEB, 2005, TRAVADO et al, 2004).

Um estudo de caráter qualitativo, realizado com adolescentes obesos, cujas idades variam entre 10 e 14 anos, mostrou que a relação do adolescente obeso com o corpo se faz de maneira conflituosa, carregada de sentimentos como angústia,

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vergonha e fracasso. Essa mesma pesquisa registra ainda que essas crianças e jovens têm dificuldades nas relações sociais e até familiares, afetando a sua autoestima e autoimagem corporal (FERRIANI et al, 2005).

Impactos emocionais em indivíduos obesos têm sido relatados em estudos. Entre eles estão angústia, culpa, depressão, baixa autoestima, vergonha, timidez, ansiedade, entre outros; e estes, em diferentes faixas etárias, parecem ter relação com o grau de obesidade, bem como parecem mais frequentes em mulheres (MELO, SERRA, CUNHA, 2010; TOSETTO, JÚNIOR, 2008).

A cirurgia bariátrica pode ser uma alternativa de tratamento da obesidade grave e pode trazer melhora de patologias associadas ao excesso de peso. Um estudo realizado com pessoas que passaram pelo procedimento cirúrgico no Hospital de Clinicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP, avaliou os aspectos psicossociais dos pacientes, usando instrumento de entrevista semi-estruturada. Este estudo concluiu que as mulheres têm indicadores mais elevados de ansiedade e depressão em relação aos homens com obesidade mórbida. Neste estudo, foram avaliados ainda a relação entre os sintomas depressivos de pacientes com obesidade mórbida e o vínculo empregatício, e os que tinham alguma atividade remunerada antes da cirurgia mostraram indicadores menores de ansiedade e depressão (ALMEIDA et al, 2011).

Pesquisadores relatam que pessoas obesas comem para compensar seus problemas. Em caso de estresse emocional, o indivíduo consome mais alimentos e distingue o gênero feminino como o principal gênero que consome mais alimentos como mecanismo compensatório em situação de ansiedade, depressão, tristeza e raiva. Pessoas com excesso de peso apresentam um sofrimento psicológico resultante do preconceito social e do seu comportamento alimentar. Esse sofrimento, quando aliado à falta de motivação e baixa autoeficácia, dificultam as mudanças no estilo de vida (ADES, KERBAUY, 2002; BERNARDI, CICHELERO, VITOLO, 2005; SAUERESSIG, BERLEZE, 2010).

Estudo realizado em amostra de 24 mulheres com indicação de cirurgia bariátrica, para avaliação dos sintomas de ansiedade e depressão antes e após tratamento cirúrgico da obesidade demonstra uma melhora significativa dos sintomas. O autor resalta que o tratamento cirúrgico para obesidade tem contribuído para melhoria da qualidade de vida do paciente abrangendo melhora do funcionamento psicológico e que essa constatação não é recente citando estudos

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realizados nos anos 90. Os domínios de melhora significativos no estudo quanto à qualidade de vida foram o funcionamento físico, autoestima e trabalho. Já quanto ao comportamento alimentar não foi constatada diferença significativa entre os dois momentos (SILVA, 2009).

Um estudo de campo com amostra composta por 82 participantes, divididos em dois grupos, um que aguarda cirurgia bariátrica (43 pacientes) e outro formado por pessoas que já passaram pela cirurgia (39 pacientes), buscou avaliar entre as variáveis os fatores de risco para depressão especificamente relacionada à obesidade, estudo este realizado no estado de São Paulo, num serviço de cirurgia de obesidade. Entre os resultados, o grupo pré-operatório apresenta sintomas depressivos classificados como moderado e grave, em maior percentual, comparado com o grupo pós-operatório. Ainda a respeito dos fatores de risco para depressão, a maior parte não relatou eventos negativos que pudessem influenciar os sintomas. Entre os dois grupos, foram relatados diversas tentativas de redução de peso antes de pensar no processo cirúrgico. Foi observada correlação positiva entre as variáveis Índice de massa corporal e depressão (BAPTISTA, VARGAS, BAPTISTA, 2008).

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CONCLUSÃO

A obesidade envolve certa complexidade, conferida pelos seus elementos multifatoriais. Investigações sobre a obesidade e sua causa, bem como a obesidade e associação com sintomas psicopatológicos é alvo de interesse pelos pesquisadores e diversos profissionais, sendo que devem ser realizadas mais pesquisas que utilizem levantamento de dados da realidade com melhor delineamento metodológico em trabalhos brasileiros a fim de proporcionar atendimento eficaz aos pacientes com diagnóstico de obesidade e sobrepeso.

As reflexões deste estudo estabelecem uma relação significativa entre o índice de massa corporal e os sintomas psicopatológicos de interesse a depressão e a ansiedade, com suposta relação com o prejuízo das funções ocupacionais e sociais. Os estudos, realizados por meio de dados amostrais, que buscam associação da obesidade com indicadores de gravidade dos sintomas psicopatológicos mostram que a depressão aparece com indicadores mais elevados e a ansiedade com indicadores mais modestos.

O presente estudo aponta escassez de literatura brasileira com pesquisas relacionadas à obesidade e a relações com sintomas psicopatológicos. Entre os achados, verifica-se uma relação entre sintomas de depressão e ansiedade nos indivíduos com sobrepeso, e em maior ocorrência com mulheres, ou seja, parece que as mulheres são mais suscetíveis em função da autoestima e pressão social.

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REFERÊNCIAS

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BAPTISTA, Makilim Nunes; VARGAS, Juliana Furlan; BAPTISTA, Adriana Said Daher. Depressão e qualidade de vida em uma amostra brasileira de obesos mórbidos. Avaliação Psicológica, vol.7, n.2, p. 235-247. 2008.

BERNARDI, Fabiana; CICHELERO, Cristiane; VITOLO, Marcia Regina. Comportamento de Restrição Alimentar e Obesidade. Revista Nutrição, vol. 18, n. 1, p. 85-93. 2005.

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MELO, Vinícius Lins Costa; SERRA, Paula Januzzi; CUNHA, Cristiane de Freitas. Obesidade infantil – impactos psicossociais. Rev Med Minas Gerais. Belo Horizonte, MG, vol. 20, n. 3, p. 367-370, jul.-set. 2010.

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Referências

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