CEPA 1
Abigail Flores, domiciliada em São Paulo, onde reside na Rua X, nº 100, subdistrito da Mooca, moveu ação de indenização em face de André Sentinela, domiciliado em Santos, onde reside na Rua Y, nº 1, alegando que este último, em 24 de dezembro do ano passado, colidiu com o veículo de seu filho Dante Flores, modelo gol, ano 2000, que se encontrava estacionado na Rua da Glória, na região central. A ação foi distribuída perante o Juízo da 13ª Vara Cível do Foro Central da Comarca de São Paulo, tendo sido pedido o pagamento de indenização no valor de cem mil reais, mais danos morais de cinquenta mil reais por conta do fato de seu filho ter ficado sem poder dirigir o automóvel.
André é vigilante e permaneceu trabalhando em seu emprego nos dias 23, 24 e 25 de dezembro, cumprindo seu turno. Além disso, não possui veículo e sequer é habilitado.
Defesa do réu
Matéria já apresentada na
Aula 03
–
Contestação
Contestação
•
Contestação (CPC, art. 335): resistência do
réu ao pedido do autor.
•
Toda a matéria de defesa deve ser alegada
na contestação:
princípio da
eventualidade
(CPC, art. 336).
•
A defesa poderá ser de
mérito
ou
Defesas Processuais Art. 337
I – inexistência ou nulidade de citação II – incompetência absoluta e relativa; III - incorreção do valor da causa;
IV – inépcia da petição inicial (CPC, art. 330); V – perempção (CPC, art. 486, § 3º);
VI – litispendência; VII – coisa julgada; VIII – conexão;
IX – incapacidade de parte, defeito de representação ou falta de autorização; X – convenção de arbitragem;
XI - ausência de legitimidade ou de interesse processual;
XII – falta de caução ou de outra prestação, que a lei exige como preliminar; (CPC, art. 83)
Defesa de Mérito
A defesa de mérito (CPC, art. 336 e 341) busca a
improcedência do pedido (extinção do processo
com
resolução de mérito
–
CPC, art. 487) e
pode ser:
•
a)
direta
: é a resistência propriamente dita às alegações
da inicial (réu nega o fato em que é baseado o direito do
autor; ou nega o efeito jurídico)
•
b)
indireta
: as afirmações da inicial não são negadas,
mas outro fato é trazido pelo réu (fato impeditivo,
Ponto 4
Hegla de Manassés, domiciliada em São Paulo, onde reside na Avenida Caat, nº 100, subdistrito da Mooca, moveu ação de indenização em face de Eleazar Maquir, domiciliado em Barueri, onde reside na Rua Egito, nº 1, alegando que este último, em 24 de dezembro do ano passado, colidiu com o veículo de seu filho Zabulon de Manassés, modelo gol, ano 2000, que se encontrava estacionado na Rua da Glória, na região central. A ação foi distribuída perante o Juízo da 13ª Vara Cível do Foro Central da Comarca de São Paulo, tendo sido pedido o pagamento de indenização no valor de cem mil reais, mais danos morais de cinqüenta mil reais por conta do fato de seu filho ter ficado sem poder dirigir o automóvel. Eleazar é vigilante e permaneceu trabalhando em seu emprego nos dias 23, 24 e 25 de dezembro, cumprindo seu turno. Além disso, não possui veículo e sequer é habilitado.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 13ª VARA CÍVEL DO FORO CENTRAL DA COMARCA DA CAPITAL
(dez linhas)
Processo nº 0011222-30.2013.8.26.1000
Eleazar Maquir, brasileiro, (estado civil), vigilante, portador da Cédula de Identidade RG (número) e inscrito no Cadastro das Pessoas Físicas sob o nº (número), endereço eletrônico emaquir@gmail.com, residente e domiciliado
DA PRETENSÃO DEDUZIDA NOS AUTOS
A autora promove a presente ação pretendendo obter a condenação do réu ao pagamento de indenização, alegando que este último, em 24 de dezembro do ano passado, colidiu com o veículo de seu filho Zabulon de Manassés, modelo gol, ano 2000, que se encontrava estacionado na Rua da Glória, na região central da cidade de São Paulo.
Fundada nessa premissa a autora elabora seu pedido objetivando a procedência da ação com a condenação do réu ao pagamento de indenização no valor de cem mil reais, mais danos morais de cinquenta mil reais por conta do fato de seu filho ter ficado sem poder dirigir o automóvel.
DA CONTESTAÇÃO
Conforme determina o art. 336 do CPC, compete ao réu alegar toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito, com que impugna o pedido do autor.
Entretanto, também compete ao réu, nos termos do art. 337 do CPC,
antes de discutir o mérito, alegar: “XI – ausência de legitimidade”.
DA AUSÊNCIA DE LEGITIMIDADE
Na hipótese presente a autora é carecedora da ação em face do réu, posto que a mesma é parte ilegítima para participar do presente
(DA AUSÊNCIA DE LEGITIMIDADE)
Os fatos relatados na inicial, bem como os documentos acostados na inicial demonstram, de maneira insofismável, que o proprietário do veículo sinistrado é Zabulon de Manassés, único titular do direito de pleitear a indenização sobre o seu patrimônio.
Nos termos da lei, art. 927 do Código Civil, o prejudicado pelo evento danoso tem o direito de ação para exigir o ressarcimento do dano, posto isso, sua mãe não tem legitimidade para ajuizar a presente ação, motivo pelo qual o réu alega, preliminarmente, a carência da ação da autora.
DO MÉRITO
O elemento fático no presente caso é de extrema relevância, apresentando-se em dois aspectos distintos: o primeiro, objetivando definir a ausência de culpa do réu; o segundo, demonstrando o efetivo dano material verificado.
A autora, no tocante à culpa do réu, não diligenciou com a cautela devida para apurar o real autor do dano, pois, conforme comprova o seu cartão de ponto (documento anexo) esteve o réu trabalhando em seu emprego nos dias 23, 24 e 25 de dezembro, cumprindo seu turno, sendo impossível ter causado o dano informado, por não ter o dom da ubiquidade.
(DO MÉRITO)
Superada a questão da responsabilidade, restará prejudicada a questão do dano material e do moral. Entretanto, pelo princípio da eventualidade compete ao réu atacar todas as questões apresentadas pela autora.
(DO MÉRITO)
Além disso, o dano moral decorrente do acidente de trânsito apenas deve ser arbitrado com a evidência de trauma psicológico, o que não ocorre no presente caso, sendo considerado como mero transtorno o fato do proprietário ter ficado sem poder dirigir o automóvel, em razão do dano.
DA CONCLUSÃO E DOS REQUERIMENTOS DE PROVA
Apresentadas as razões de fato e de direito que justificam a resistência à pretensão deduzida pela autora, resta ao réu apresentar o seu requerimento para a produção de provas assim especificadas:
a) o depoimento pessoal da autora sob as cominações da lei; b) oitiva de testemunhas, que serão oportunamente arroladas;
DOS DEMAIS REQUERIMENTOS
Concluindo a presente contestação, esta também se apresenta para requerer:
a) o acolhimento da preliminar, com a extinção do feito sem resolução do mérito, nos termos do art. 485, VI do CPC;
b) em atenção ao princípio da eventualidade, a improcedência do pedido formulado pela autora, ou, ainda, na remota hipótese do pedido formulado pela autora ser acolhido, que o mesmo seja acolhido parcialmente, com a fixação do valor dos danos material e moral em patamares razoáveis, inferiores aos pretendidos pela parte autora.
Termos em que,
Pede e espera deferimento, São Paulo, (data).