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P or ta l d a O B M E P

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Academic year: 2019

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Texto

(1)

P

or

ta

l

d

a

O

B

M

E

P

Material Te´

orico - M´

odulo de Geometria Anal´ıtica 1

Paralelismo e Perpendicularidade

Terceiro Ano - M´

edio

(2)

P

or

ta

l

d

a

O

B

M

E

P

1

Retas paralelas

Na aula sobre a equa¸c˜ao da reta vimos que, se uma reta r n˜ao ´e paralela ao eixo das ordenadas, ent˜ao ela admite uma equa¸c˜ao reduzida da forma

y=mx+q, (1)

ondem´e o coeficiente angular eq´e o coeficente linear da reta.

Lembremos que m= tgθ, ondeθ´e o ˆangulo que a reta r faz com a parte positiva do eixo das abscissas, medido no sentido anti-hor´ario. J´a o coeficiente linearq´e a orde-nada do ponto onde a retarencontra o eixo das ordenadas (figura 1).

(0

, q

)

r

θ

Figura 1: a reta y=mx+q, comm= tgθ.

O coeficiente angular ´e uma medida da dire¸c˜ao de uma reta. Como retas paralelas tˆem a mesma dire¸c˜ao, ´e natural esperar que elas tenham o mesmo coeficiente angular. De fato, vale o seguinte:

Duas retas s˜ao paralelas se, e somente se, tˆem o mesmo coeficiente angular.

Para justificar a afirma¸c˜ao acima, devemos primeira-mente observar que retas paralelas formam um mesmo ˆangulo com uma reta transversal. Em particular, se r e s s˜ao retas paralelas, ent˜ao elas formam o mesmo ˆangulo com o eixo das abscissas (figura 2). Neste caso, se mr e

ms s˜ao os coeficientes angulares das retas r es,

respecti-vamente, ent˜ao

mr= tgθ=ms.

Reciprocamente, se as retas res tˆem o mesmo coefici-ente angular e formam ˆangulos θr e θs com a horizontal,

ent˜ao

tgθr=mr=ms= tgθs.

Por sua vez, isso implica que θr = θs, pois ambos os

ˆ

angulos est˜ao entre 0 e 180◦ .

r

θ

s

θ

Figura 2: as retasress˜ao paralelas.

Exemplo 1. Os pontos A(1,1), B(3,2) e C(2,4) s˜ao os v´ertices de um paralelogramo. Calcule as coordenadas do quarto v´ertice desse paralelogramo.

b

b

b

A

B C

b P

Figura 3: dados trˆes v´ertices A, B e C de um paralelo-gramo, encontrar o quarto v´erticeP.

Solu¸c˜ao. O v´ertice P ´e o ponto de interse¸c˜ao das retas res, que contˆem os ladosBP eCP do pararalelogramo, respectivamente.

ComoABP C´e um paralelogramo, a retar´e paralela `a reta que passa porAeC; logo, o coeficiente angularmrda

retar´e igual ao coeficiente angular da reta ←→

AC, ou seja,

mr=

(3)

P

or

ta

l

d

a

O

B

M

E

P

Da mesma forma, podemos calcular o coeficiente angular

da retas, pois ela ´e paralela `a reta que passa porAeB:

ms=

2−1 3−1 =

1 2.

A retarpassa pelo pontoB, de coordenadas (3,2), e tem coeficiente angular mr = 3; logo, sua equa¸c˜ao ´e y−2 =

3(x−3). Simplificando, obtemos

r:y= 3x−7.

Analogamente, a reta spassa pelo pontoC= (2,4) e tem coeficiente angularms=1

2. Assim, sua equa¸c˜ao ´ey−4 = 1

2(x−2). Simplificando, obtemos

s: 2y=x+ 6.

Para encontrar as coordenadas do pontoP, devemos re-solver o sistema formado pelas equa¸c˜oes das retas r e s. Fazendo isso, encontramos x = 4 e y = 5 como solu¸c˜ao. Portanto, o ponto P tem coordenadasP = (4,5).

2

Retas perpendiculares

Nesta se¸c˜ao encontraremos uma condi¸c˜ao necess´aria e su-ficiente sobre os coesu-ficientes angulares de duas retas para que elas sejam perpendiculares.

Se uma das retas ´e vertical, isto ´e, paralela ao eixo das ordenadas, o problema tem solu¸c˜ao imediata: a outra reta ´e perpendicular `a reta vertical se, e s´o se, for horizontal, ou seja, for paralela ao eixo das abscissas (e, portanto, tiver coeficiente angular igual a zero). Dessa forma, podemos supor que nenhuma das retas ´e vertical.

Sejam, pois, resduas retas n˜ao verticais, e sejamy = mrx+qr ey=msx+qs as suas equa¸c˜oes reduzidas.

b

r

s α

β

Figura 4: duas retas perpendiculares.

Sejam αeβ os ˆangulos formados pelas retasres, res-pectivamente, com o eixo das abscissas (veja a figura 4), de modo quemr= tgαems= tgβ.

O ˆangulo β ´e a medida de um ˆangulo externo do triˆangulo retˆangulo formado pelas retas r e s e pelo eixo das abscissas. Pelo Teorema do ˆAngulo Externo, sua me-dida ´e igual `a soma das medidas dos ˆangulos internos n˜ao adjacentes:

β=α+ 90◦ .

Assim,

ms= tgβ= tg (α+ 90

) =sen (α+ 90 ◦

) cos(α+ 90◦)

Da trigonometria, sabemos que sen (α+ 90◦) = cosα e cos(α+ 90◦) =

−senα. Logo,

ms=

cosα −senα =−

1 tgα=−

1 mr

.

Portanto, se as retas r e s s˜ao perpendiculares, ent˜ao seus coeficientes angulares satisfazem a seguinte identi-dade:

mr·ms=−1. (2)

Reciprocamente, se os coeficientes angulares as retasre ssatisfazem a condi¸c˜ao (2), ent˜ao

tgβ=ms=−

1 mr

=− 1 tgα.

Mas, de acordo com a discuss˜ao acima, temos

− 1 tgα =−

cosα senα =

sen (α+ 90◦ ) cos(α+ 90◦

) = tg (α+ 90 ◦

).

Portanto, obtemos

tgβ= tg (α+ 90◦

). (3)

Essa rela¸c˜ao, juntamente com o fato de que 90◦ < α+ 90◦

, β <180◦

, implica queβ =α+ 90◦.

Por fim, observe que, na an´alise da rec´ıproca, obvia-mente n˜ao sabemos de antem˜ao queress˜ao perpendicu-lares (de fato, ´e isso que queremos estabelecer). Contudo, exceto por esse fato, a figura 4 ainda ´e v´alida, isto ´e, β ´e um ˆangulo externo do triˆangulo formado pelas retasres e pelo eixo das abscissas. Ademais,α´e um dos ˆangulos in-ternos n˜ao adjacentes aβ. Portanto, aplicando novamente o Teorema do ˆAngulo Externo, conclu´ımos de (3) que o ou-tro ˆangulo interno n˜ao adjacente a β ´e, necessariamente, um ˆangulo reto. Ent˜ao, as retasress˜ao perpendiculares. Resumimos a discuss˜ao acima enunciando o seguinte

(4)

P

or

ta

l

d

a

O

B

M

E

P

Duas retas n˜ao verticaisres s˜ao perpendiculares se, e

somente se, o produto de seus coeficientes angulares ´e igual a−1.

A seguir exibiremos uma dedu¸c˜ao do resultado acima sem o uso de trigonometria.

Na figura 5, os triˆangulosOAB eOQC s˜ao semelhantes (pelo caso AA de semelhan¸ca de triˆangulos). Realmente, ambos tais triˆangulos s˜ao retˆangulos, e os ˆangulos∠OBA e ∠OCQ, tendo lados mutuamente perpendiculares, s˜ao congruentes (analisando as somas dos ˆangulos internos dos triˆangulos BP Q e OCQ, conclu´ımos que as medidas de

∠OBAe∠OCQs˜ao ambas iguais a 90◦

−OQCb ).

Da semelhan¸ca entre os triˆangulos OAB eOQC, segue que

OQ OA =

OC

OB. (4)

Agora, sejamy=mrx+qr ey=msx+qsas equa¸c˜oes

reduzidas das retas r e s, respectivamente. Ent˜ao, nas nota¸c˜oes da figura 5, temos imediatamente que

OQ=qs e OB=−qr. (5)

Por outro lado, fazendo y = 0 em ambas tais equa¸c˜oes, obtemos como resultados as abscissas dos pontos A eC, de forma que

OA=−qr mr

e OC =−qs ms

. (6)

Substituindo (5) e (6) em (4), obtemos:

qs

−qr/mr

=−qs/ms −qr

.

Dessa igualdade segue que

−qrqs=

qrqs

mrms

.

Mas, como estamos supondo qr 6= 0 e qs 6= 0 (i.e.,

esta-mos supondo que nem rnem s´e horizontal, uma vez que nenhuma delas tamb´em ´e vertical), podemos cancelar o produtoqrqspara obter

mrms=−1. (7)

Reciprocamente, suponha que mrms = −1. Como (5)

e (6) ainda s˜ao v´alidas, levando em considera¸c˜ao (7) con-clu´ımos que a igualdade (4) tamb´em ´e v´alida.

Essa ´ultima rela¸c˜ao, juntamente com o fato de que os ˆangulos ∠AOB e ∠QOC s˜ao ambos retos, nos permite concluir (pelo caso LAL de semelhan¸ca de triˆangulos) que os triˆangulosOAB eOQC s˜ao semelhantes.

Em particular,∠OAB e∠OQC s˜ao ˆangulos congruen-tes, o que implica que os ˆangulos∠OQCe∠OBAs˜ao com-plementares. Isso mostra que o triˆanguloBP Q´e retˆangulo emP, de sorte que as retasr ess˜ao perpendiculares.

b

r

s B

O A Q

C P

Figura 5: os triˆangulosOAB eOQC s˜ao semelhantes.

Uma das aplica¸c˜oes mais interessantes do crit´erio de perpendicularidade de duas retas ´e fornecer uma demons-tra¸c˜ao bastante simples da concorrˆencia das alturas de um triˆangulo. Nesse sentido, ap´os ler o exemplo a seguir, su-gerimos ao leitor compar´a-lo com a demonstra¸c˜ao apre-sentada na Proposi¸c˜ao 3.11 do item [2] das Sugest˜oes de Leitura Complementar.

Exemplo 2. Prove que as trˆes alturas de um triˆangulo se encontram em um ´unico ponto, chamadoortocentrodo tri-angulo.

Prova. SejamA,BeCos v´ertices do triˆangulo, e escolha um sistema cartesiano de coordenadas com origem em B e tal queC esteja situado sobre o eixo das abscissas (veja a figura 6).

b

b

A

B xA C

P

(5)

P

or

ta

l

d

a

O

B

M

E

P

Ent˜ao, sendo (xA, yA), (xB, yB) e (xC, yC) as

coordena-das de A, B eC, respectivamente, temosxB =yB = 0 e

yC= 0.

Podemos supor, sem perda de generalidade, que ABC n˜ao ´e retˆangulo (porque?). Em particular, as retas AB e AC n˜ao s˜ao verticais, de forma que tˆem coeficientes angu-lares respectivamente iguais a

mAB=

yB−yA

xB−xA

= yA xA

e

mAC=

yC−yA

xC−xA

=− yA xC−xA

.

Agora, sejahABa reta suporte da altura relativa ao lado

AB. Sendo perpendicular `a retaAB, o crit´erio de perpen-dicularidade de duas retas garante quehABtem coeficiente

angular igual a

− 1 mAB

=−xA yA

.

Analogamente, sendohACa reta suporte da altura relativa

ao ladoAC, temos que seu coeficiente angular ´e

− 1 mAC

=xC−xA yA

.

Como C ∈ hAB eB ∈ hAC, conclu´ımos que tais retas

tˆem equa¸c˜oes reduzidas

hAB:y−yC=−

xA

yA

(x−xC)

hAC:y=

xC−xA

yA

x

(8)

Igualando as duas express˜oes para y obtidas a partir das equa¸c˜oes acima, encontramos a abscissa do ponto P de interse¸c˜ao das retashAB ehAC:

xC−xA

yA

·x=−xA yA

(x−xC)⇔

⇔(xC−xA)x=−xA(x−xC)⇔

⇔xCx−xAx=−xAx+xAxC⇔

⇔x=xA.

Isso significa que o ponto P de interse¸c˜ao das alturas relativas aos lados AB e AC tem a mesma abscissa do v´erticeA, isto ´e, esses dois pontospertencem `a mesma reta vertical. Por sua vez, tal reta vertical, sendo perpendicular `a reta suporte do lado BC (que ´e o eixo horizontal), ´e a reta suporte da altura relativa ao ladoBC. Ent˜ao as trˆes alturas passam pelo ponto P, ou seja, as trˆes alturas s˜ao concorrentes.

Dicas para o Professor

Dois encontros de 50 minutos cada s˜ao suficientes para cobrir o material desta aula.

A condi¸c˜ao de paralelismo entre retas pode ser explorada com a constru¸c˜ao de paralelogramos, como no exemplo 1, ou de outros pol´ıgonos que tenham lados opostos paralelos. Caso vocˆe queira evitar o uso de trigonometria na dedu¸c˜ao do crit´erio para a perpendicularidade, pode se-guir o caminho delineado no final da p´agina 2 e come¸co da p´agina 3. Este ´e apenas uma das maneiras de se chegar a esse resultado (outra ´e exibida nas v´ıdeos aulas). De qual-quer modo, ´e necess´ario utilizar semelhan¸ca de triˆangulos, ainda que de modo indireto.

Sugest˜

oes de Leitura Complementar

1. E. L. Lima et al. A Matem´atica do Ensino M´edio, vol.3. Cole¸c˜ao do Professor de Matem´atica, Editora S.B.M., Rio de Janeiro, 1998.

Imagem

Figura 1: a reta y = mx + q, com m = tg θ.
Figura 4: duas retas perpendiculares.
Figura 6: as trˆes alturas de um triˆangulo s˜ao concorrentes.

Referências

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