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Eficácia de intervenções de carreira para a autonomização de jovens institucionalizados

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Academic year: 2020

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junho de 2015

Joana Isabel Extremina de Brandão

Eficácia de Intervenções de Carreira para

a Autonomização de Jovens Institucionalizados

Universidade do Minho

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Dissertação de Mestrado

Mestrado Integrado em Psicologia

Trabalho realizado sob orientação da

Doutora Ana Daniela dos Santos Cruzinha Soares da Silva

junho de 2015

Joana Isabel Extremina de Brandão

Eficácia de Intervenções de Carreira para

a Autonomização de Jovens Institucionalizados

Universidade do Minho

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DECLARAÇÃO

Nome: Joana Isabel Extremina de Brandão Endereço eletrónico: a62237@alunos.uminho.pt Número do Cartão de Cidadão: 13903622

Título da dissertação: Eficácia de Intervenções de Carreira para a Autonomização de Jovens Institucionalizados

Orientador: Doutora Ana Daniela dos Santos Cruzinha Soares da Silva Ano de conclusão: 2015

Designação do Mestrado: Mestrado Integrado em Psicologia

É AUTORIZADA A REPRODUÇÃO INTEGRAL DESTA DISSERTAÇÃO APENAS PARA EFEITOS DE INVESTIGAÇÃO, MEDIANTE DECLARAÇÃO ESCRITA DO INTERESSADO, QUE A TAL SE COMPROMETE;

Universidade do Minho, 12/06/2015

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ii Índice Agradecimentos ... iii Resumo ... iv Abstract ... v Introdução ... 6 Objetivo de Estudo ... 10 Método ... 11 Bases de Dados ... 11 Seleção de Artigos ... 12 Meta-síntese ... 12 Resultados ... 13 Discussão ... 25 Conclusão ... 28 Bibliografia ... 29 Índice de Figuras Figura 1. Processo de pesquisa e de seleção de artigos ... 14

Índice de Tabelas Tabela 1. Critérios de Elegibilidade ... 11

Tabela 2. Lista de artigos incluídos no estudo ... 16

Tabela 3. Descrição das intervenções dos artigos incluídos ... 18

(7)

iii

Agradecimentos

“Oh, somewhere over the rainbow way up high

And the dream that you dare to, why, oh why can't I?”

Gostaria de agradecer, acima de tudo, à Doutora Ana Daniela Silva, por me ter recebido quando mais precisei, por me ter escutado, orientado e apoiado até ao fim. Foi um prazer e um orgulho trabalhar consigo.

Queria também agradecer à Professora Maria do Céu Taveira pelo grande apoio e confiança, por ter acreditado em mim sempre, mesmo nas horas más, por me ter guiado e pela força que me conseguiu transmitir.

À Dr.ª Ana, pelos conselhos, incentivos e orientação no decurso da investigação. À Filipa, que me ouviu sempre e se tornou uma boa amiga e exemplo a seguir.

Aos meus colegas, amigos e companheiros deste percurso:

Ao Alex e à Helena, de quem gosto muito e que me apoiaram nas boas e más horas, me animaram e me devolveram o sorriso;

À Isa, que me ofereceu refúgio quando mais precisei, que esteve lá para mim e que me faz sempre sorrir e ver o lado bom da vida;

Ao Simão, à Margarida e à Bruna, companheiros de sempre, que percorremos e terminamos este caminho juntos. Esta viagem não teria sido possível sem vocês do meu lado;

À minha Inês, minha companheira de viagens, cuja amizade criamos e que estimo muito, com quem aprendo e aprendi muito, obrigada;

À minha querida Marlene, sem ti não teria conseguido chegar até aqui. Obrigada por todas as noites que passamos, pela paciência infinita, pelas alegrias e risadas, e por me animares e limpares as lágrimas, também. É uma amizade que levo comigo.

À Guidita, que acreditou em mim, que me apoiou e não me deixou desistir. À minha irmã, que me faz sorrir sempre que penso em ti.

Ao meu pai, cujas conversas prolongadas, confissões e discussões me ajudam a não me precipitar e sem as quais não consigo viver. Adoro-te!

Aos meus avós, que adoro e cujo amor me acompanha sempre.  Às três estrelinhas lá em cima, que me guiam e protegem 

A ti, que estás sempre lá e que mais ainda estiveste durante este percurso. Obrigada, por tudo. 

(8)

iv

Eficácia de Intervenções de Carreira para a Autonomização de Jovens Institucionalizados

RESUMO

Para os jovens institucionalizados, a transição para a vida adulta implica uma mudança de contexto que têm de realizar sem os recursos tradicionais que outros jovens possuem. Foi realizada uma revisão sistemática da literatura com o objetivo de se conhecer quais os resultados das avaliações de intervenções de carreira para a autonomização em jovens

institucionalizados. Foram eleitos 17 artigos, onde se compararam os modelos de intervenção e os resultados das avaliações das intervenções. A análise comparativa global das avaliações sugere resultados positivos para a promoção da autonomização, através de intervenções na criação de redes de suporte, de estratégias educativas, da prestação de serviços, da criação de projetos de carreira, do ensino de capacidades de autonomização e da educação residencial multidisciplinar. Tendo por base a pequena amostra de artigos, realça-se a necessidade de avaliação deste tipo de intervenções e de criação de intervenções para esta população em específico.

Palavras-chave: jovens institucionalizados, intervenções de carreira, autonomização, avaliação de intervenções, revisão sistemática da literatura

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v

Career Interventions Efficacy for the Independency Promotion of Institutionalized Foster Youth

ABSTRACT

The transition to adulthood for institutionalized foster youth implies a change of context, which has to be done without the “traditional resources” of other youth. A systematic review was taken with the purpose of understanding the results of career interventions for autonomy promotion. Seventeen publications were elected. Comparisons of the interventions

characteristics and the assessment results were made. The global analysis suggests positive results for the promotion of the independence process, through development of social relationships, educational strategies, service providing, independent living skills, instruction and multidisciplinary residential programs. Looking at the few articles sample, we support the need for more evaluations of this kind of interventions and the call of their creation for this particular population.

Keywords: foster youth, career interventions, emancipation, program evaluation, systematic review

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Introdução

Segundo os dados mais recentes da União Europeia, cerca de um milhão de crianças e jovens vive atualmente em situação de acolhimento na Europa (Eurochild, 2010). Apesar do acolhimento institucional ser visto como última opção (Knorth, Harder, Zandberg &

Kendrick, 2008), após todas as alternativas de apoio à família e de acolhimento familiar terem sido gastas, o número de crianças e jovens institucionalizados tem-se mantido relativamente estável a nível europeu, estimando-se que, no ano de 2009, 25386 crianças e jovens se mantinham em situação de acolhimento institucional (Eurochild, 2010). Nos Estados Unidos da América (EUA) o número de crianças e jovens institucionalizados é relativamente maior, cerca de 32602, de acordo com o relatório do Children’s Bureau (2014).

Este tipo de acolhimento caracteriza-se pela vivência diária de várias crianças e jovens num espaço comum, cujos funcionários são técnicos especializados, pagos, responsáveis pelo cuidado das crianças e jovens (Government of South Australia, 2008). Dependendo do país e da região, várias características associadas a este tipo de acolhimento podem modificar-se, como o número máximo de crianças e jovens acolhido, a faixa etária, o número de

funcionários, o horário de permanência na instituição e o tipo de formação destes técnicos. A premissa que se mantém é a inexistência de figuras parentais de acolhimento e o

acompanhamento individualizado.

A vivência prolongada neste tipo de acolhimento acarreta graves consequências a nível desenvolvimental, psicológico, adaptativo e educativo. No estudo de López, Del Valle, Boada e Arteaga (2010), cerca de 25% dos jovens institucionalizados tinham problemas de saúde mental ou de comportamento e apenas um terço era considerado bom aluno. Dos restantes jovens, metade apresentava necessidades educativas especiais (NEE). Berlin, Vinnerljung e Hjern (2011) referem o insucesso escolar como um dos principais promotores de riscos psicossociais em jovens em situação de acolhimento prolongado.

Neste sentido, é determinante criar um sistema de apoio para os jovens acolhidos em instituições, que procure colmatar os défices face a outros tipos de acolhimento (ex.

acolhimento em família alargada, família de acolhimento, apartamentos de autonomização) e mais ainda face aos jovens que vivem com as suas famílias.

A necessidade de apoio torna-se mais evidente na transição do Sistema de Proteção de Menores (SPM), uma vez que compreende, para muitos jovens, um momento de procura de independência e autonomia de vida, fora das redes de apoio institucional que usufruíram até à data. Contrariamente aos restantes jovens, esta transição não é feita de forma gradual, mas

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muitas vezes imposta pelo atingir dos 18 anos de idade, ou em alguns casos, do limite máximo de proteção legal, 21 anos (McCoy, McMillen & Spitznagel, 2008), sem a possibilidade de recorrer ao SPM após a sua saída (Greener & Powers, 2007).

Para os jovens que vivem com as suas famílias, a saída de casa é, por si só, um momento de ansiedade e incerteza, devido à quantidade de possibilidades que existem, mas que não lhes garantem certezas (Arnett, 2004; Scabini, 2000). Esta transição

desenvolvimental implica a necessidade e o desejo de experimentar diferentes trajetos de carreira, quer ao nível educativo quer laboral, até encontrar aquele com o qual se identifiquem (Arnett, 2006), contrariamente às gerações anteriores, onde os trajetos de carreira projetados para os jovens eram mais rígidos e estáveis, sendo a função central do trabalho a de sustento da família (Arnett, 2004; 2006).

Este processo de exploração identitária aos vários níveis de papéis de carreira (amoroso, social, trabalho) é feito num ambiente de suporte familiar. Nos EUA é esperado que o jovem saia de casa por volta dos 19 anos, muitas das vezes com suporte económico da parte dos pais (Arnett, 2006). Segundo este autor (2004), é comum durante a fase a que chama Emerging

Adulthood, os jovens voltarem a casa dos pais por um curto período. Na Europa, sobretudo

nos países da Europa do sul, é comum os jovens permanecerem em casa dos pais até perto dos 30 anos de idade (Arnett, 2006). Estes apoios possibilitam uma transição gradual,

favorecendo a exploração de uma forma segura, quer a nível monetário quer emocional (Scabini, 2000).

Para os jovens em situação de acolhimento (JSA) e ainda mais para os

institucionalizados, tal transição acarreta dificuldades acrescidas. Para além da falta de estrutura familiar de suporte, e muitas vezes da inexistência de figuras de suporte significativas (Greenen & Powers, 2007; Okpych, 2012), apresentam baixo rendimento académico, retenções escolares, sucessivas mudanças de habitação e, consecutivamente, de estabelecimentos de ensino (Trout, Hagaman, Casey, Reid & Epstein, 2008; Vacca, 2008), bem como exposição a situações de violência, negligência e abandono (Stott, 2013).

Atualmente, muitos dos países ocidentais têm diretivas que procuram colmatar as necessidades destes jovens, como o insucesso escolar e o abandono precoce do sistema educativo ou, nos casos dos jovens cujo projeto de vida é a emancipação, capacitá-los para uma adaptação ajustada à vida em sociedade. No Canadá, EUA (Tweddle, 2007) e em muitos dos países europeus (Eurochild, 2010), existe a possibilidade de requisição de apoio após a maioridade, caso o jovem pretenda por exemplo, manter-se a estudar (Stott, 2013). Apesar da existência de várias medidas governamentais de apoio na transição para autonomização,

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vários estudos de revisão nesta área refletem a vulnerabilidade desta população e a dificuldade em atingir uma adaptação ajustada a esta nova etapa de vida. Após a saída do SPM, estes jovens estão mais suscetíveis a comportamentos de risco, à exclusão social (Stein, 2006), a situações de sem-abrigo, abuso de substâncias, delinquência, desenvolver perturbações ou problemas de saúde mental, desemprego ou com empregos mal remunerados, dependência dos serviços de assistência social, vivendo no limiar de pobreza (Hiles, Moss, Wright & Dallos, 2013; Tweddle, 2007), a serem pais antes dos 20 anos de idade e a que os seus filhos entrem também no SPM (Eurochild, 2010), do que os jovens que vivem com as suas famílias.

Um estudo sobre as experiências dos jovens, tutores e profissionais destes serviços apontou que os programas de promoção de autonomização (PPA) (Independent Living

Program) foram descritos como bastante inadequados por muitos dos jovens entrevistados.

Apesar de poderem ser uma ferramenta útil na preparação da transição de vida, acabam por contribuir para o aumento da confusão entre os papéis e responsabilidades dos vários serviços e profissionais (Greenen & Powers, 2007). Neste estudo, os jovens referiram ter poucas oportunidades de controlar e direcionar as suas vidas, o que leva a poucas oportunidades de promoção da autonomia.

Outro estudo verificou que existem casos onde os jovens não são notificados da decisão de os retirar do SPM, onde as razões para tal se baseiam na idade do jovem (McCoy,

McMillen & Spitznagel, 2008). Os autores verificaram também que a probabilidade de

permanência no SPM até aos 21 anos de jovens com problemas de comportamento era menor. Ao nível educativo, aquando da saída do SPM, muitos jovens estão ainda a frequentar o ensino secundário (Tweddle, 2007). Esta mudança, associada à diminuição de suporte

económico, social e emocional, leva a que, quatro anos após a saída do SPM, 46% dos jovens continuarão sem ter terminado o ensino secundário (Ferrel, 2004).

Dados relativos ao Ensino Superior estimam que apenas um quarto a um terço da população que sai do SPM entre na Universidade, e que apenas um décimo consiga graduar-se (Okpych, 2012). No entanto, são os que congraduar-seguem atingir resultados superiores a nível académico que têm muito melhores oportunidades de obter empregos estáveis e significativos (Day, Dworsky, Fogarty & Namashek, 2011).

Após a saída do SPM, estes jovens podem vivenciar ruturas ao nível do suporte social, sobretudo vindas da família de acolhimento (Courtney, Piliavin, Grogan-Kaylor & Nesmith, 2001). No estudo longitudinal de Courtney e colaboradores (2001) sobre as experiências de jovens antes e após a transição do SPM para a vida adulta, 31% dos participantes voltou a

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9

viver com a sua família de origem após a saída do SPM e 12% teve pelo menos uma situação de sem abrigo. Só 2,37% referiu estar a residir no seu próprio quarto ou apartamento.

Os mesmos autores referem ainda dados relativos a emprego, vitimação e delinquência, 12 a 18 meses após a saída do SPM. Cerca de 61% dos participantes estavam empregados, mas a receber, em média, menos do que o salário mínimo; 37% vivenciou uma ou mais experiências de abuso físico ou sexual; 18% foi detido pelo menos uma vez.

Dadas as dificuldades acrescidas com que estes jovens se deparam num momento de transição tão importante para o seu desenvolvimento e adaptação à sociedade, revela-se fundamental capacitar estes jovens com ferramentas, quer ao nível educativo, quer ao nível psicológico de promoção e treino de autonomia, no sentido de, no momento da mudança de contexto de vida, conseguirem adaptar-se. Calheiros, Patrício e Graça (2013) verificaram que, tantos jovens como profissionais valorizam a necessidade de trabalhar a autonomia e o

planeamento da emancipação, como estratégias chave para transição para a independência. As intervenções de carreira são uma alternativa que possibilita trabalhar a promoção da autonomização, através do planeamento e promoção de estratégias de estabelecimento de objetivos de vida (Silva, Araújo & Taveira, 2011), como uma forma de apoiar e antecipar os desafios que estes jovens terão de enfrentar num futuro breve. Outros estudos referem que os jovens a cargo do SPM poderiam beneficiar de aconselhamento de carreira (Courtney & Dworsky, 2006; Ferrel, 2004; Vacca, 2008).

O estudo de Tilbury e colaboradores (2011) sobre o desenvolvimento de carreira verificou como barreiras percebidas para o seu desenvolvimento e perseguição dos seus objetivos de carreira, a falta de estabilidade na sua educação e falta de interesse dos adultos nas suas vidas. Verificou também o desejo de alcançar uma carreira satisfatória, mas ao mesmo tempo, um conhecimento limitado acerca das opções de empregos que poderiam ser do seu interesse, bem como dos requisitos necessários para poder alcançá-los. Os autores identificaram também que os técnicos responsáveis pelos jovens, apesar de se mostrarem preocupados com a transição dos mesmos da escola para o mercado de trabalho, focavam-se mais nos aspetos psicológicos e comportamentais e não tanto nas estratégias de planeamento do futuro.

O processo de aconselhamento de carreira é iminentemente orientado para o futuro. Possibilita o trabalho de estabelecimento de objetivos, oportunidades, procura e identificação de recursos, planeamento da vida e de resultados (Tilbury, Creed, Buys & Crawford, 2011). Através do trabalho de estabelecimento de objetivos e da preparação de uma nova etapa é possível trabalhar-se competências de autonomia de vida, baseadas na promoção de

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sentimentos de agência e de controlo, subjacentes ao processo de tomada de decisão, que serão fundamentais no momento da emancipação.

Objetivo de Estudo

O objetivo deste estudo é procurar conhecer quais os resultados e a eficácia que intervenções de carreira têm na promoção da autonomia em jovens institucionalizados, através da realização de uma revisão sistemática da literatura (RSL).

A RSL funciona como ferramenta de acesso sistematizado da investigação em determinada área (Lunet, 2012), proporcionando uma visão compreensiva do que já é

conhecido, ajudando a compreender o seu significado e a perceber de que forma pode ser útil (Gough, Oliver & Thomas, 2012). Comparando com as revisões ditas “clássicas”, a RSL possibilita a compreensão do método e dos critérios utilizados para a procura e seleção dos estudos revistos (Gough, Oliver & Thomas, 2012), à semelhança de outros estudos científicos. Tem por base a definição de uma questão de investigação e apresenta todos os procedimentos e decisões metodológicas de forma detalhada, clara, rigorosa e precisa, para possibilitar a sua replicação por outros (Lunet, 2012; Gough, Oliver & Thomas, 2012).

Para este propósito, a definição de “intervenção de carreira” foi baseada na definição de Spokane (1990, p. 22; cit. Herr, 2008): “qualquer apoio directo a um indivíduo no sentido de promover uma tomada de decisão mais eficaz, o aconselhamento intensivo para ajudar a resolver dificuldades no âmbito da carreira”, sendo que se entende carreira como um

“processo de ciclo vital, que evolui desde a infância até à velhice e que inclui a interligação de papéis de trabalho com os restantes papéis e tarefas desenvolvimentais” (Taveira, 1986; Araújo & Taveira, 2002).

Compreende-se promoção de autonomia ou autonomização, como qualquer estratégia que vise a aprendizagem, desenvolvimento ou ganho de capacidades que apoiem o jovem no processo de emancipação, de saída da instituição ou de transição para uma vida independente.

Foram definidos os seguintes objetivos do estudo: (i) Sistematizar o conhecimento sobre intervenções de carreira em jovens institucionalizados que, direta ou indiretamente,

promovam a autonomia nesta população; (ii) Perceber que tipos de intervenções de carreira são mais eficazes na promoção da autonomia em jovens institucionalizados; (iii) Conhecer quais são as variáveis trabalhadas nas intervenções, de que forma e em que medida promovem a autonomia em jovens institucionalizados; e (iv) Facilitar a busca e o acesso a informação a profissionais que trabalhem com esta população.

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11

Método

O processo de revisão sistemática da literatura foi dirigido tendo como orientação a questão de investigação: “Quais os resultados das intervenções de carreira em jovens institucionalizados?”. A estratégia utilizada para a realização desta revisão teve por base os princípios orientadores do PRISMA Statement (Liberati et al., 2009), da Cochrane

Collaboration.

Bases de Dados

A pesquisa sistemática foi realizada durante o mês de Março de 2015, com recurso às seguintes bases de dados: EBSCO – Academic Search Complete; Web of Science (All databases); Scopus; e PsycARTICLES (via OvidSP). Para todas as pesquisas, foram apenas considerados artigos publicados nos últimos dez anos (a partir de 2005).

Tendo por base uma análise prévia da frequência de termos utilizados como palavras-chave para o tipo de artigos que iriam de encontro aos objetivos desta investigação, foram utilizadas seis tipos de combinações de palavras-chave: “transition AND intervention AND foster care”; “transition AND intervention AND foster youth”; “transition AND intervention AND out of home care”; “transition AND program AND foster care”; “transition AND

program AND foster youth”, e “transition AND program AND out of home care”. A busca foi realizada em All fields para as bases de dados PsycARTICLES e EBSCO, em topic para a Web of Science e em Article title, Abstract, Key Words para a Scopus.

Critérios de Elegibilidade

Com vista a orientar a pesquisa e seleção de artigos, foram definidos critérios de elegibilidade para os seguintes parâmetros: tipo de publicação, ano de publicação, língua, objetivo de estudo, população, presença de intervenção, avaliação da intervenção e objetivo da intervenção. A tabela seguinte apresenta os critérios de inclusão utilizados para a seleção dos artigos na ordem em que foram aplicados a cada documento.

Tabela 1

Critérios de Elegibilidade

1. Ano de Publicação Últimos 10 anos

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12

3. Língua Inglês, Português, Espanhol

4. Objetivo de Estudo Promoção da autonomia (autonomização),

transição para a vida adulta (saída da instituição)

5. População Jovens institucionalizados em regime de

acolhimento residencial ou em apartamentos de autonomização, técnicos de jovens nestes regimes, pais biológicos de jovens nestes regimes

6. Presença de Intervenção

Explicitar os objetivos da intervenção, população, descrição da intervenção, atividades realizadas 7. Avaliação da

Intervenção Apresentar resultados da avaliação

8. Objetivo da Intervenção

Promover autonomia (autonomização) ou melhor transição na saída da instituição

Seleção de Artigos

A seleção de artigos baseou-se nos critérios de elegibilidade supramencionados. Cada artigo foi avaliado seguindo uma ordem específica dos critérios apresentados (ver tabela 1), sendo que, uma vez encontrado o primeiro critério de inclusão “não cumprido”, o artigo era excluído. Para cada artigo excluído foi selecionado apenas um motivo de exclusão (aquele que surgiu primeiro na ordem de critérios de inclusão). Apenas os artigos que cumpriram todos os critérios de elegibilidade foram selecionados.

O processo de recolha e seleção de artigos foi realizado por dois investigadores independentes. Após a recolha de artigos e seleção individual dos artigos incluídos por cada investigador, procurou-se chegar a um consenso sobre a elegibilidade dos artigos para inclusão, o qual foi obtido após segunda revisão conjunta.

Meta-síntese

Após a seleção dos estudos para análise, procedeu-se à realização de uma meta-síntese, através de recolha de informação de cada um dos artigos selecionados. Foi recolhida

informação sobre o artigo (autor, ano, revista), a intervenção ou programa apresentado (tipo de intervenção, população-alvo, objetivo, duração, racional teórico, agentes e caracterização), e sobre a avaliação da intervenção descrita no artigo (objetivo do estudo, participantes, metodologia, variáveis ou construtos, conclusões, limitações, eficácia da intervenção). Para a sistematização dos dados, foi feita uma análise comparativa através da identificação de conteúdos em comum referidos nos vários artigos, para as seguintes características: tipo de

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13

intervenção, população-alvo, objetivo, caracterização, racional teórico, objetivo do estudo, variáveis, conclusões e limitações.

Reflexões sobre os resultados apresentados são discutidas, com base na investigação e prática nesta área de conhecimento.

Resultados

Na primeira fase do processo de revisão foram encontradas 1844 publicações. A figura 1 apresenta o número de publicações encontradas para cada base de dados, o total de

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Figura 1. Processo de pesquisa e de seleção de artigos

Como se pode observar na figura 1, o principal motivo de exclusão foi o objetivo de estudo, seguido da ausência de intervenção. Note-se, que por exemplo nenhum artigo da

PsyArticles preencheu os critérios de elegibilidade para seleção. Deste processo resultou um

total de 86 artigos incluídos aos quais foram removidos os duplicados, obtendo-se 17 exemplares únicos. Na tabela 2 apresentam-se os dados descritivos dos artigos selecionados tais como os autores, o ano de publicação, o título, a revista, o país de origem e a frequência com que apareceram durante a pesquisa.

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15

Como se pode observar, as áreas de interesse verificadas no conjunto das revistas enunciadas foram Psicologia, Medicina e Ciências Sociais, sendo que 16 dos artigos foram publicados em revistas desta área. Oito dos artigos foram publicados na revista Children and Youth Services Review. Apenas quatro revistas apresentam fator de impacto, que varia entre 0,824 (Child and Family Social Work) e 1,046 (Children and Youth Services Review).

À exceção do artigo de Goyette (2007), todos os restantes artigos são originários dos EUA. Dezasseis dos artigos foram encontrados pelo menos duas vezes nas 24 pesquisas realizadas, sendo que o artigo de Kirk e Day (2011) e o de Powers e colaboradores (2012) foram encontrados em 50% das pesquisas realizadas.

A tabela 3 apresenta os dados relativos às intervenções descritas nos artigos. Pela leitura da tabela 3 podemos verificar que os objetivos de intervenção mais

frequentes são: a promoção de capacidades de autonomização, a criação de objetivos a longo-prazo, promover o ingresso no Ensino pós-secundário e a oferta/prestação de apoio

habitacional. Outros objetivos incluem a conclusão do Ensino Secundário, conclusão do Ensino pós-secundário, a prestação de SPM, apoio financeiro, a criação de relacionamentos, a reinserção na família de origem e o desenvolvimento de um projeto de carreira.

A maior parte das intervenções são dirigidas aos JSA (diretas) e de cariz periódico (regular), de grupo (n=6), individuais (n = 5), ou com atividades individuais e em grupo (n = 2). Foram também identificadas intervenções em contexto de educação residencial (n = 4) e de prestação de serviços (n = 1).

A maior parte dos destinatários (população-alvo) são JSA (n = 15). Apenas duas intervenções são direcionadas para jovens institucionalizados. Duas intervenções incluem jovens fora do SPM com problemáticas comuns. Duas intervenções são direcionadas a jovens que já tenham saído do SPM, mas que se encontrem no processo de autonomização. Três intervenções incluem outros intervenientes como destinatários (familiares, tutores, prestadores de serviços). Como agentes, são apresentados técnicos em serviço social, universitários, profissionais das instituições, universitários em situação de acolhimento, mentores, familiares de acolhimento, clínicos e educadores.

Na componente caracterização das intervenções, verificou-se que mais de metade oferecia ensino de capacidades de autonomização e desenvolvimento de um projeto de carreira. Outros apoios foram identificados em seis ou mais intervenções: apoio educativo, apoio emocional, criação de objetivos, apoio familiar, criação de redes de suporte e

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16

Tabela 2

Lista de artigos incluídos no estudo

Nº Autor Ano Título Revista País Frequência

1 Geenen et al. 2014 Better Futures: a Randomized Field Test of a Model for

Supporting Young People in Foster Care with Mental Health Challenges to Participate in Higher Education

J Behavioral Health Services Research

EUA 2

2 Giffords, Alonso & Bell 2007 A transitional living program for homeless adolescents: A case study

Child Youth Care Forum

EUA 3

3 Goyette 2007 Promoting autonomous functioning among youth in care: a

program evaluation

New Directions Youth Development

Canadá 8

4 Guada, Conrad & Mares 2012 The Aftercare Support Program: An Emerging Group Intervention for Transition-Aged Youth

Social Work with Groups

EUA 1

5 Jones & Lansdverk 2006 Residential education: Examining a new approach for improving

outcomes for foster youth

Children Youth Services Review

EUA 2

6 Kirk & Day 2011 Increasing college access for youth aging out of foster care:

Evaluation of a summer camp program for foster youth transitioning from high school to college

Children Youth Services Review

EUA 12

7 Kroner & Mares 2008 Lighthouse independent living program: Characteristics of youth

served and their outcomes at discharge

Children Youth Services Review

EUA 2

8 Lawler, Sayfan,

Goodman, Narr & Cordon

2014 Comprehensive residential education: A promising model for emerging adults in foster care

Children Youth Services Review

EUA 2

9 Lee, Hwang, Socha, Pau & Shaw

2013 Going Home Again: Transitioning Youth to Families After Group Care Placement J Child Family Studies EUA 10 10 Nesmith & Christophersen

2014 Smoothing the transition to adulthood: Creating ongoing supportive relationships among foster youth

Children Youth Services Review

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17

Tabela 2 (continua)

Nº Autor Ano Título Revista País Frequência

11 Osterling & Hines

2006 Mentoring adolescent foster youth: promoting resilience during developmental transitions

Child Family Social Work

EUA 2

12 Powers et al. 2012 My Life: Effects of a longitudinal, randomized study of self-determination enhancement on the transition outcomes of youth in foster care and special education

Children Youth Services Review EUA 12 13 Ringle, Ingram, Newman, Thomson & Waite

2007 Preparing youth for the transition into adulthood: A process description Residential Treatment Children Youth EUA 2 14 Senteio, Marshall, Ritzen & Grant

2009 Preventing homelessness: An examination of the transition resource action center

J Prevention Intervention Community EUA 8 15 Trout, Tyler, Stewart & Epstein

2012 On the Way Home: Program description and preliminary findings Children Youth Services Review

EUA 8

16 Watt, Norton & Jones

2013 Designing a campus support program for foster care alumni: Preliminary evidence for a strengths framework

Children Youth Services Review

EUA 2

17 Wells & Zunz 2009 Chafee educational and training voucher programs: System coordination in rural new England

Child Adolescence Social Work J

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Tabela 3

Descrição das intervenções dos artigos incluídos

Artigo Nome Objetivo Tipo

População -

Alvo Caracterização Racional Duração Agentes

1 Projeto Better Futures Conclusão do ensino secundário e prosseguimento de estudos Direta (grupo, regular) JSA em acompanhamento psicológico/ educativo

Ensino de capacidades de autonomização, criação de objetivos, apoio terapêutico, escola de Verão, tutoria, workshops e mentoring

Baseado em evidência empírica 10 Meses Tutores e mentores (universitários) 2 Walkabout Programs Promoção de capacidades de autonomização, criar e manter objetivos a longo-prazo

Direta (grupo)

Adolescentes sem abrigo

Apoio habitacional, familiar, terapêutico, inclusão social, desenvolvimento de valores morais, promoção da autoestima,

aprendizagem de capacidades de

autonomização, atividades de tempos livres e preparação para o trabalho

Baseado na análise das necessidades do contexto Assistentes sociais 3 Projet Qualification des jeunes (PQP) Preparação para a autonomização e desenvolvimento de um projeto de carreira Direta (Individual, regular)

JSA dos 16 aos 18 anos

Desenho de um plano de carreira, ensino de capacidades de autonomização, preparação para o trabalho, criação de redes de suporte, inclusão social Baseado na teoria e evidência empírica Um coordenador e oito educadores 4 Aftercare Suport Program (ASP) Preparação para a autonomização Direta (grupo, regular) JSA que pretendam prosseguir estudos pós-secundário

Sessões de suporte emocional e encontros com a comunidade, mentoring, apoio educativo, criação de objetivos, ensino de capacidades de autonomização, preparação para o trabalho

Baseado na teoria Voluntários universitários 5 The Academy Program Proporcionar uma habitação estável de longo-termo

Educação residencial

JSA Oferta de habitação e de um programa

educacional de preparação para a

autonomização, atividades de tempos livres, SPM, redes de suporte, desenvolvimento de um projeto de carreira Baseado na teoria e evidência empírica Multiagentes 6 Michigan Educational Opportunities for Youth in Care

Ajudar os jovens na saída do SA a entrar e concluir o ensino pós-secundário

Direta (grupo)

Jovens que estão ou estiveram em SA

Escola de verão com atividades de tutoria por pares, mentoring, sessões de aprendizagem pela faculdade, promoção da autoestima e ensino de normas sociais

Baseado na análise das necessidades do contexto Três dias e duas noites Conselheiros, líderes de grupo, JSA universitários

(23)

19

Tabela 3 (continua)

Artigo Nome Objetivo Tipo

População -

Alvo Caracterização Racional Duração Agentes

8 The Academy Program Promover a conclusão do ensino secundário e o seguimento de estudos através da oferta de habitação estável e segura Educação Residencial JSA que iniciam ou frequentam o ensino secundário

Apoio residencial, educativo, preparação para o trabalho, serviços de proteção de menores, criação de um projeto de carreira e construção de objetivos Baseado na teoria e nas necessidades de contexto Avós de acolhimento, pais de casa 9 Transitioning Youth to Families Intervention (TYTF) Promover a colocação e integração em contexto familiar dos jovens Indireta (individual, regular) Famílias e figuras de suporte de JSA residencial ou de grupo

Encontros de envolvimento familiar com diferentes agentes envolvidos no processo de transição e criação de um projeto de carreira

Baseado na análise das necessidades do contexto 12 meses Profissionais da instituição de acolhimento 10 Creating Ongoing Relationships Effectively (CORE) Responder às necessidades socio-emocionais de JSA, na fase de saída da instituição Direta (grupo) JSA entre os 14 e os 19 anos

Construir redes de suporte, promoção da autoestima, apoio terapêutico, ensino de capacidades de autonomização, criação de objetivos e desenvolvimento de um projeto de carreira Baseado na teoria e evidência empírica 11 Advocates to Successful Transition to Independence (ASTI)

Ajudar JSA a adquirir as competências de autonomização

Indireta JSA e

mentores de JSA

Aprender capacidades de autonomização Baseado em

evidência empírica

Mentores

12 Take Charge Promoção de objetivos

identificados pelos jovens, através de ferramentas de autodeterminação Direta (individual e de grupo, regular) JSA de alto risco NEE

Aplicação de estratégias de autodeterminação, identificar e trabalhar objetivos de

autonomização, desenvolver um projeto de carreira Baseado em evidência empírica 12 meses Assistentes sociais, estudantes de serviço social e mentores (universitários JSA)

(24)

20

Tabela 3 (continua)

Artigo Nome Objetivo Tipo

População -

Alvo Caracterização Racional Duração Agentes

13 Treating Family Home Program Ensino de capacidades de autonomização, construção relações de confiança e criação de objetivos de autonomização Programa Residencial JSA finalistas do ensino secundário

Ensino de estratégias de autonomização,

mentoring, instrução, acompanhamento

regular, desenvolvimento de um projeto de carreira, criação de redes de suporte, promoção da autoestima Baseado no Teoria Casais tutores, supervisores clínicos, administrador do programa 14 TRAC Housing Assistance Program (TRAC) Promover construção de uma vida estável pelo apoio e orientação para a autonomização Programa residencial Jovens adultos em acolhimento residencial

Promoção da autonomização progressiva do jovem e diminuição da supervisão, preparação para o trabalho, apoio educativo, habitacional (apartamentos de autonomização), familiar

Baseado na prática e evidência empírica 24 meses Assistentes sociais com experiência no SPM 15 On the Way Home (OTWH) Apoiar jovens e famílias na reintegração, no período de saída do sistema de acolhimento Indireta (individual) Jovens que terminaram o acolhimento e respetivas famílias

Treino dos pais no apoio dos jovens para a promoção do sucesso académico e

comportamental, aumentar as relações entre jovem, família e escola

Baseado na teoria e evidência empírica 12 meses Mentor escolar; Consultores de Família, supervisores do programa 16 Foster Care Alumni Creating Educational Success Program (FACES) Promover o recrutamento e manutenção de alunos no ensino superior Direta (individual e de grupo) JSA a frequentar o ensino pós-secundário

Programa de apoio no campus, tutoria, criação de redes de suporte e oferta de serviços (financeiros, burocráticos, inclusão social)

Baseado na teoria e no levantamento de necessidades de intervenção Um ano letivo Assistentes sociais e estudantes de serviço social 17 Chafee Educational and Training Voucher Program Providenciar apoio financeiro para despesas de ensino superior, a JSA no processo de autonomização Prestação de serviços JSA em processo de autonomização

Apoio financeiro para cobrimento de despesas de ensino Baseado na análise das necessidades do contexto Assistentes Sociais

(25)

21

As intervenções foram baseadas em evidência empírica (n = 9), na teoria (n=8), na avaliação das necessidades do contexto (n = 6) e na legislação vigente (n = 1).

A tabela 4, por sua vez, apresenta os dados relativos às avaliações das intervenções efetuadas nos estudos recolhidos.

Como se pode observar, os principais objetivos apontados pelos estudos foram: descrição da intervenção ou do programa (n = 5), avaliação da eficácia da intervenção (n = 4), análise da intervenção ou do programa (n = 3), avaliação dos resultados da

intervenção (n = 2) e a exploração das problemáticas da intervenção (n = 2).

Relativamente aos participantes, a maioria é do sexo feminino e as idades variam entre os 12 e os 26 anos. Dezasseis dos estudos analisados utilizaram metodologias quantitativas ou mistas e apenas um utilizou metodologias qualitativas em exclusivo. Nove dos estudos eram de cariz longitudinal. Apenas cinco estudos incluíram grupo de controlo e apenas seis contemplaram follow-up.

As principais variáveis avaliadas foram a capacidade de autonomização,

empregabilidade, situação de vida, dados clínicos, funcionamento social, as perspetivas dos participantes face à intervenção e dados relativos à escolarização e desempenho escolar dos participantes.

A maior parte dos estudos aferiu ganhos ao nível da promoção da autonomia (n = 10), quer ao nível da autonomização dos jovens, como na aprendizagem de capacidades de autonomização. Foram também referidos ganhos no funcionamento psicológico (n = 7), suporte social (n = 3), a nível educativo (n = 2) e na reunificação familiar (n = 2). Três estudos não apontam dados sobre os benefícios das intervenções, sendo que o estudo de Wells e Zunz (2009) conclui que o programa não assegura os objetivos propostos.

Apenas quatro estudos avaliaram a eficácia das suas intervenções. Os estudos de Geenen et al. (2014) e (Powers et al. (2012) apresentaram magnitudes de efeito

moderadas a elevadas, sendo que o de Lee, Hwang, Socha, Pau e Shaw (2013) apresentou efeitos modestos. O de Giffords, Alonso e Bell (2007) não apresentou as magnitudes, mas concluiu que todos os objetivos propostos no programa foram alcançados.

Como limitações apresentadas, as mais referidas relacionam-se com a amostra (tamanho e representatividade), com a recolha de dados e com os instrumentos. Verificou-se que sete estudos não mencionaram limitações.

(26)

22

Tabela 4

Dados dos resultados das intervenções avaliadas

Artigo Nome

Objetivo do

Estudo Dados dos participantes Avaliação

Sexo Idade Escolaridade Metodologia Variáveis Principais conclusões Limitações Eficácia

1 Projeto Better Futures Avaliação da eficácia n = 67 52,2% mulheres

16 - 18 anos 10º - 11º ano Quantitativa (experimental, longitudinal, com follow-up) Educação, empregabilidade, situação de vida, dados clínicos, qualidade de vida, esperança, autonomização, autodeterminação Ganhos significativos na autonomização, esperança e saúde mental

Tamanho da amostra, qualidade dos instrumentos, ausência de recolha qualitativa Magnitude do efeito moderado a elevado, presente durante, no final da intervenção e no follow-up (GE = 36; GC = 31) (M = 16.76; DP = 0.62) 2 Walkabout Programs Descrição do programa n = 212 16 - 21 anos Quantitativa (descritivo) Autonomização, empregabilidade, educação Sugere-se benefícios na aquisição e prática das capacidades de autonomização Excedeu os objetivos especificados para todos os indicadores, 100% de sucesso nos objetivos gerais do programa 3 Projet Qualification des Jeunes (PQJ) Analisar um programa de intervenção n = 80 16 - 18 anos Quantitativa (longitudinal) Autonomização, dados demográficos e familiares Melhoria das capacidades de autonomização 4 Aftercare Suport Program (ASP) Explorar as problemáticas da autonomização n = 15 a 20 18 - 26 anos Qualitativa (descritivo) Perspetivas dos participantes Reconhecimento da importância e dos benefícios do programa 5 The Academy Program Descrição do programa n = 206 56,3% mulheres

12 - 18 anos 10º - 11ºano Quantitativa (longitudinal, com follow-up) Educação, autonomização, dados clínicos, funcionamento social

Demostra ser uma estratégia promissora para a autonomização de JSA 6 Michigan Educational Opportunities for Youth in Care (MEOYIC) Avaliação dos resultados da intervenção n = 38 70% mulheres 15 - 19 anos Mista (longitudinal, com follow-up) Autodeterminação, suporte social, educação Perceção de melhorias a nível educativo e de aquisição de capacidades de autonomização

(27)

23

Tabela 4 (continua) Nº

Artigo Nome

Objetivo do

Estudo Dados dos participantes Avaliação

Sexo Idade Escolaridade Metodologia Variáveis Principais conclusões Limitações Eficácia

7 Lighthouse Independent Living Program Descrição do programa n = 455 56,3% mulheres 16 - 20 anos (M = 17,9; SD = 0,7) Quantitativa (descritivo) Dados demográficos, dados clínicos, empregabilidade, situação de vida

Resultados úteis para desenvolvimento e aplicação de futuros programas de autonomização Qualidade dos instrumentos, da recolha dos dados, amostra não representativa 8 The Academy Program Analisar um programa de intervenção n = 478 44,8% mulheres 12 - 19 anos 9º ou 10º ano Quantitativa (correlacional) Suporte social, bem-estar Participação associada a resultados positivos, preditos pelo tempo de participação Tipo de estudo, método de recolha de dados (M = 15.6; DP = 1.37) 9 Transitioning Youth to Families Intervention (TYTF) Avaliação da eficácia n = 404 (GE=231; GC=173) 37,2% mulheres M = 15; Mista (experimental, com follow-up) Perspetivas dos participantes, motivo de saída do SA, situação de vida Aumento das reunificações familiares, valorização do envolvimento da família na autonomização, reconhecimento do valor da intervenção Seleção da amostra, seleção dos instrumentos, desejabilidade social Efeito modesto da intervenção SD = 3 (anos) 10 Creating Ongoing Relationships Effectively (CORE) Avaliação da eficácia n = 88 (GE=58; GC=30) 36% mulheres M =15,3 anos Quantitativa (experimental, longitudinal) Funcionamento social Desenvolvimento de maior sentimento de autonomia, ampla rede de suporte social e maior regulação emocional Tamanho da amostra 11 Advocates to Successful Transition to Independence (ASTI) Explorar as problemáticas da autonomização n = 52 (J) 58,8% mulheres (J) 15 - 21 Anos (M = 16,3; DP = 1,1) 9º ano ou superior Mista (descritivo) J - dados clínicos, funcionamento social, suporte social, autonomização Sugerem-se ganhos emocionais, que promovem o desenvolvimento de capacidades de autonomização Seleção da amostra, local de recolha, tipo de estudo n = 18 (A) 83,3% mulheres (A) A - habilitações, experiência, perspetivas dos técnicos

(28)

24

Tabela 4 (continuação) Nº

Artigo Nome

Objetivo do

Estudo Dados dos participantes Avaliação

Sexo Idade Escolaridade Metodologia Variáveis Principais conclusões Limitações Eficácia

12 Take Charge Avaliação da eficácia n = 69 41% mulheres 16, 5- 17, 5 anos 9º ao 12º Ano Quantitativa (experimental, longitudinal, com follow-up) Autodeterminação, qualidade de vida, autonomização, habilitações, empregabilidade, situação de vida Melhores resultados na autodeterminação, qualidade de vida, nas competências de autonomização Tamanho da amostra, sem GC Magnitudes do efeito moderados a elevados, eficácia presente no pós-teste e no follow-up (M = 16,8; DP = .47) 13 Treating Family Home Program Descrição do programa n = 106 (GE = 40; GC = 66) Finalistas do ensino Secundário Mista (descritivo) Funcionamento social, qualidade de vida, educação, empregabilidade, perspetivas dos participantes Resultados significativos para o funcionamento positivo 14 TRAC Housing Assistance Program (TRAC) Avaliação dos resultados do programa n = 24 54,2% mulheres M = 20,3 DP = 1,2 Quantitativa (descritivo, longitudinal)

Autonomização Melhoria global das variáveis de autonomização Inexistência de GC, contexto temporal da recolha de dados 15 On the Way Home (OTWH) Descrição do programa n = 44 (GE = 24; GC = 20) 50 % mulheres Ensino Médio e Secundário Quantitativa (experimental, longitudinal, com follow-up) Situação de vida, educação Menor número de reentradas no SPM, mais reintegrações na família e apoio no desenvolvimento de estratégias para promoção de sucesso escolar 16 Foster Care Alumni Creating Educational Success Program (FACES) Explorar as problemáticas da autonomização n = 4 (E1); n = 132 (E2) 58% mulheres Ensino pós-secundário Mista (descritivo, longitudinal) Perspetivas dos participantes, educação Estudo revelou indicadores para promoção da autonomia, perseverança, resiliência, identidade positiva Tipo de estudo, tipo de amostra, amostra não representativa 17 Chafee Educational and Training Voucher Program Analisar um programa de intervenção 16 - 23 anos Mista (descritivo) Perspetivas dos técnicos Pouco conhecimento do programa pelos técnicos, não se mostra suficiente para assegurar a educação superior dos jovens

Tamanho da amostra, amostra heterogénea

(29)

25

Discussão

Este estudo teve como objetivo conhecer quais os resultados e a eficácia de intervenções na promoção da autonomia de jovens institucionalizados. A revisão sistemática da literatura neste âmbito revelou pouco investimento da comunidade científica na publicação de

intervenções com este propósito expressa na escassez de trabalhos encontrados. Verificou-se que no grupo de estudos incluídos na revisão, a maior parte das intervenções era direcionada a JSA, tanto de caráter grupal, como individual ou misto. De seguida, proceder-se-á à

comparação dos resultados das intervenções mencionadas nos artigos encontrados à luz da teoria e investigação acerca da transição para a vida autónoma de JSA.

Muitos dos jovens institucionalizados enfrentam o momento de transição da instituição para a autonomia de vida sem a rede tradicional de suporte familiar, que Arnett (2006) refere como um dos recursos adaptativos, necessários para o processo de autonomização, para além da autonomia e capacidade de planeamento. A revisão sistemática levada a cabo identificou duas intervenções que procuravam reaproximar e reunificar os jovens com as suas famílias (Lee et al., 2013; Trout, Tyler, Stewart & Epstein, 2012), cujos resultados foram de encontro aos objetivos referidos. Verificou-se também o aumento do valor da família no processo de autonomização (Lee et al., 2013) e a intervenção como fator protetor de reentrada no SPM (Trout et al., 2012).

Outros estudos pretenderam a criação de redes de suporte e relacionamentos seguros e estáveis (Lawler, Sayfan, Goodman, Narr & Cordon, 2014; Nesmith & Christophersen, 2014; Ringle, Ingram, Newman, Thomson & Waite, 2007), cujos resultados sugerem ganhos

positivos. O estudo de Nesmith e Chrsitophersen (2014) associa os seus resultados ao

desenvolvimento de maiores sentimentos de autonomia. O estudo de Osterling e Hines (2006) conclui que o estabelecimento de relacionamentos próximos poderá ajudar no

desenvolvimento de capacidades de autonomização.

Um baixo rendimento escolar, retenções e insucesso académico foram apontados na literatura como fatores de risco psicossocial e de ajustamento no processo de autonomização (Berlin, Vinnerljung & Hjern, 2011; Trout et al., 2008; Vacca, 2008), bem como barreiras percebidas no desenvolvimento e perseguição de objetivos de carreira (Tilbury et al., 2011). Estes fatores, associados à elevada percentagem de JSA que não concluem o Ensino

Secundário (Ferrel, 2004) e à reduzida frequência e término de estudos no ensino

pós-secundário (Courtney et al., 2001), indicam a necessidade de intervenção ao nível educativo. Os estudos de Geenen et al. (2014) e de Lawler e colaboradores (2014) procuraram promover

(30)

26

a conclusão do ensino secundário e a entrada no ensino pós-secundário; os estudos de Kirk e Day (2011) e de Watt, Norton e Jones (2013) procuraram ajudar os jovens na entrada, permanência e conclusão do Ensino Superior. Todos os estudos apresentaram resultados positivos na promoção da autonomização, sendo que o de Geenen et al. (2014) mostrou um aumento significativo na preparação e participação dos JSA no ensino pós-secundário.

Algumas das intervenções revistas ofereciam serviços de teor financeiro (Wells & Zunz, 2009), habitacional (Jones & Lansdverk, 2006; Kroner & Mares, 2008; Lawler et al., 2014; Senteio, Marshall, Ritzen & Grant, 2009) ou de comunicação com outras entidades ligadas aos jovens (Jones & Lansdverk, 2006; Kroner & Mares, 2008; Lawler et al., 2014). Geenen e Powers (2007) sugerem a congregação dos vários serviços prestados a JSA como uma

estratégia facilitadora da criação do projeto de autonomização.

O estudo de Wells e Zunz (2009) é uma análise de um programa de carácter nacional, criado com base na legislação dos EUA. Os resultados do estudo vêm mostrar que o apoio financeiro prestado não é suficiente para cobrir as despesas educativas dos JSA, associado à falta de conhecimento dos técnicos sobre este apoio.

Os estudos de Jones e Lansdverk (2006), de Lawler e colaboradores (2014) e de Senteio e colaboradores (2009) apontaram melhorias nas variáveis de autonomização. A criação de planos de transição, o desenvolvimento e estabelecimento de objetivos a longo-prazo e a aprendizagem de capacidades de autonomização têm sido referidos como ferramentas de suporte e promotoras de resultados positivos na autonomização de jovens institucionalizados (Calheiros, Patrício & Graça, 2013; Silva, Araújo & Taveira, 2011). Em consonância com estas premissas, 13 dos estudos analisados utilizaram uma ou mais destas estratégias. Destes estudos, três verificaram melhorias no processo de autonomização, cinco verificaram

resultados positivos na aprendizagem de capacidades de autonomização e um verificou o aumento de sentimentos de autonomia nos jovens participantes. Dois estudos verificaram ainda melhorias no funcionamento geral dos jovens e um referiu melhorias no funcionamento positivo.

Da análise global dos estudos, verificou-se a tendência de ganhos positivos na autonomização dos jovens ou resultados positivos, sugerindo processos de saída de acolhimento mais ajustados.

Foi possível observar-se a prevalência do ensino de capacidades de autonomização e de estratégias de carreira (planeamento de vida, desenvolvimento e estabelecimento de objetivos) em grande parte das intervenções. O estabelecimento de relações próximas com mentores ou tutores mostrou ser também um fator promotor de adaptação positiva após a saída do SPM.

(31)

27

Programas que conjuguem várias funcionalidades de apoio (educativo, mentoring, instrução, planeamento de carreira) tendem a apresentar resultados positivos, sobretudo ao

prosseguimento de estudos pós-secundário e de preparação para o trabalho (Giffords, Alonso & Bell, 2007; Jones & Lansdverk, 2006; Lawler et al., 2014; Powers, et al., 2012; Ringle et al., 2007).

Destes programas é pertinente salientar o tipo de intervenção utilizada nos estudos de Jones e Lansdverk (2006), de Lawler e colaboradores (2014) e de Ringle e colaboradores (2007), de caráter educativo residencial. Estas intervenções ocorreram em contexto

institucional, mas procuraram proporcionar um ambiente estável, seguro, que se assemelhasse o mais possível a um contexto familiar. Neste sentido, talvez seja necessário repensar o método de implementação de medidas de acolhimento atual, de promoção de intervenção mínima, onde se tenta evitar a restrição do meio familiar, para um método que avalie os recursos disponíveis e que os procure conciliar com as necessidades específicas de cada um dos jovens. Por conseguinte, possibilitar a reestruturação dos sistemas atuais de acolhimento institucional, para que possibilitem o desenvolvimento pleno das capacidades do jovem, com acompanhamento regular e próximo ao nível educativo através de uma figura de suporte, criação de objetivos a longo prazo, criação de um plano de vida, estabelecimento de redes de suporte, que possibilitem uma transição segura e faseada da instituição. Geenen e Powers (2007) referem a necessidade de alargar o apoio já depois da saída da instituição, na mesma linha que outros jovens têm a possibilidade de regressar e de se apoiarem no seu núcleo familiar, durante o mesmo período de vida.

Um dos principais resultados desta revisão revelou-se na ausência de dados da eficácia das intervenções nos estudos publicados, bem como à metodologia de avaliação utilizada pelos autores que impossibilitava a avaliação da eficácia. Isto poderá dever-se ao objetivo dos próprios estudos, que em alguns casos, não incluía a avaliação da intervenção mas somente a sua descrição ou apresentação de dados preliminares. Outro resultado importante desta revisão é o pequeno número de publicações que apresentam resultados de intervenções nesta população. Tal resultado poderá dever-se a vários fatores: em primeiro lugar, à falta de investimento na publicação por investigadores desta área, que poderá explicar a falta de publicações elegíveis na PsycARTICLES, uma vez que os artigos incluídos se encontravam maioritariamente em revistas de ciências sociais. Evidencia-se com estes resultados um contexto onde a Psicologia da Educação poderá trazer contributos importantes, especialmente ao nível do desenvolvimento e aconselhamento de carreira. Em segundo lugar, a procura apenas com palavras-chave em inglês poderá ter excluído artigos de outras regiões, sobretudo

(32)

28

continente Europeu. Poderá também justificar a presença exclusiva de artigos do continente Norte-Americano. Em futuras revisões poderá ser interessante incluir publicações e realizar a pesquisa considerando também outras línguas. Por último, a inclusão de outros tipos de publicação, como “trabalhos académicos” ou “publicações institucionais”, poderia também contribuir para o aumento deste número.

Ainda assim, consideramos que este artigo permite-nos mapear o estado de arte da investigação e prática sobre as intervenções para a autonomia em jovens institucionalizados, constituindo um contributo único no que diz respeito aos resultados presentes na literatura acerca da eficácia destas intervenções. Apesar de não ter sido possível retirar conclusões sólidas no que diz respeito à eficácia das intervenções, esta revisão possibilitou a recolha e análise qualitativa das mesmas, que por sua vez, permitiu comparar os fatores integradores das várias intervenções, bem como identificar que tipo de abordagens são utilizadas na promoção de autonomia para a vida adulta, através de uma metodologia empírica, transparente e rigorosa.

Esta investigação pretende desta forma contribuir como ferramenta para a criação de intervenções neste campo, através do fornecimento de pistas de intervenção para profissionais e técnicos que trabalhem com esta população.

Salienta-se a necessidade de criação e avaliação de intervenções e programas

específicos para jovens institucionalizados de promoção da autonomização, uma vez que é uma população com características próprias, que poderão não ser plenamente abrangidas em intervenções mais gerais. A utilização de intervenções de carreira poderá ser uma alternativa potenciadora de resultados positivos no ajustamento a uma vida independente.

Conclusão

O presente estudo pretendeu analisar os resultados e a eficácia de intervenções que promovessem comportamentos de autonomização em jovens institucionalizados. Os resultados das intervenções analisadas mostraram ganhos positivos na promoção da

autonomização através de estratégias de criação de redes de suporte familiar e não familiar, de estratégias de incentivo à conclusão e seguimento de estudos, prestação de serviços, de

criação de projetos de carreira, ensino de capacidades de autonomização e de criação de objetivos, e de planos multidisciplinares de educação residencial. Salienta-se a necessidade de realização de mais investigações que procurem avaliar a eficácia de intervenções para a autonomização, e de criação de programas e intervenções nesta área direcionadas a jovens institucionalizados.

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As referências marcadas com um asterisco indicam os estudos incluídos na revisão sistemática.

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Referências

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