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Estudo das redes sociais no 2º e 3º ciclo do Ensino Básico: Tempo gasto pelos adolescentes portugueses na adesão às redes sociais. Quais os motivos dessa adesão?

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Estudo das Redes Sociais no 2.º e 3.º ciclo do Ensino Básico.

Tempo gasto pelos adolescentes portugueses na adesão às Redes Sociais. Quais os motivos dessa adesão?

por

Cristina Fernandes Gaspar

Trabalho de projecto apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de

Mestre em Estatística e Gestão da Informação

pelo

Instituto Superior de Estatística e Gestão da Informação

da

(2)

Instituto Superior de Estatística e Gestão da Informação Universidade Nova de Lisboa

Estudo das Redes Sociais no 2.º e 3.º ciclo do Ensino Básico.

Tempo gasto pelos adolescentes portugueses na adesão às Redes Sociais. Quais os motivos dessa adesão?

Cristina Fernandes Gaspar

Trabalho de projecto apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de

Mestre em Estatística e Gestão da Informação

Professores Co-orientadores:

Professor Doutor José António Rui Amaral Santos Professor Doutor Miguel de Castro Neto

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AGRADECIMENTOS

A realização deste trabalho de projecto não teria sido possível sem o apoio de algumas pessoas ou instituições, às quais deixo aqui os meus sinceros agradecimentos:

Aos Professores Doutores José António Rui Amaral Santos e Miguel de Castro Neto pela orientação e aconselhamento que desenvolveram ao longo de todo o projecto. Sem as suas ajudas e aconselhamentos não seria possível desenvolver este projecto e atingir os resultados pretendidos com sucesso.

Ao Ministério da Educação, por ter concedido a autorização para se realizarem os inquéritos aos alunos do ensino básico (2.º e 3.º Ciclos) de escolas dos concelhos de Coimbra, Condeixa-a-Nova, Guarda, Pombal e Santiago do Cacém.

Às Direcções destas Escolas, por terem permitido a realização dos questionários aos alunos, e também pela disponibilidade demonstrada sempre que era solicitada rapidez no processo.

Aos professores, aos alunos, e demais funcionários das escolas, que, directa ou indirectamente, contribuíram para a aplicação, recolha e envio dos questionários que muito contribuíram para a concretização deste trabalho.

Um agradecimento especial à minha amiga e colega de mestrado, Dr.ª Rosa Rolim, pela disponibilidade e apoio nos vários momentos que levaram à conclusão deste trabalho.

À minha amiga, mestre Priscila Couto, por se ter disponibilizado e ajudado ao longo do processo de escrita no que diz respeito à língua portuguesa.

Finalmente, um agradecimento especial ao meu pai, António Gaspar, e à minha mãe, Maria Fernanda Gaspar, pelo apoio dado, sem o qual não seria possível embarcar neste projecto.

(4)

RESUMO

Dada a crescente popularização das redes sociais na Internet, em particular entre os adolescentes, este estudo visa determinar, quanto aos adolescentes que frequentem o ensino público português no 2.º e no 3.º ciclo do Ensino Básico, os motivos que influenciam o tempo gasto nas redes sociais.

Além disso, o objectivo deste estudo é determinar qual o tempo que os adolescentes gastam nas redes sociais (RS), saber o lugar onde utilizam as RS (e.g., em casa, na escola, em casa de amigos, nas bibliotecas, etc.), conhecer quais as razões que os levam a aderir às RS, e também como é que os adolescentes avaliam a segurança na utilização das redes sociais. Por outro lado, com este estudo procura-se saber quais as redes sociais que são mais utilizadas pelos adolescentes e quantos são os “amigos da rede”, quais as suas nacionalidades e quem são esses “amigos”.

Para a realização deste estudo, foi aplicada uma metodologia de carácter quantitativo, baseada na aplicação do método de recolha de dados. A amostra deste estudo, realizada através da aplicação de inquéritos, é constituída por 1375 alunos, mas destes só foram objecto de análise os 1255 alunos que utilizam as RS. Esta amostra foi recolhida em nove escolas públicas, do 2.º e 3.º ciclo do Ensino Básico, nos concelhos de Coimbra, Condeixa-a-Nova, Guarda, Pombal e Santiago do Cacém.

Depois da fase de preparação dos dados e definidos todos os parâmetros, foi aplicado o teste do qui-quadrado para a análise de independência das variáveis relevantes para o presente estudo, e para a estimação do efeito de um conjunto de variáveis sobre o efeito dos motivos que influenciam o tempo gasto pelos adolescentes nas redes sociais aplicamos o modelo de regressão logística.

Após a análise da amostra, verifica-se o seguinte: a rede social mais usada actualmente é o MSN (85%), a nacionalidade dos amigos da rede social é maioritariamente a portuguesa (77%), os adolescentes gastam na sua maioria duas a quatro vezes por semana nas redes sociais (37,61%), e os motivos de adesão mais relevantes são para comunicar com os amigos, para comunicar com familiares e por diversão.

(5)

PALAVRAS-CHAVE

Redes Sociais, Redes Sociais Online, Regressão Logística, Adolescentes, Estudantes, Crianças, Escolas, Internet, teste do qui-quadrado.

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ABSTRACT

Given the growing popularity of social networking sites, particularly among adolescents, this study aims to determine, for adolescents who attend public education in Portuguese 2º and 3º cycle of basic education, the (s) reason ( s) that influence the time they spend on social networks.

The aim of this study is to determine how much time teenagers spend on social networks (SN), to know where they use the SN (eg, at home, at school, at friends' homes, libraries, etc.), learn the reasons which lead them to adhere to the RS, and also to know how adolescents evaluate the safety in the use of social networks. On the other hand, this study seeks to find out which social networks are more used by teenagers and how many "network friends” they have, their nationality and who these "friends" are.

For this study, a quantitative methodology was applied, based on the application of the method of data collection. The sample, held through the use of surveys, consists of 1375 students, but only the 1255 students who use the RS were analyzed. This sample was collected in nine public schools that teach the 2º and 3º cycle of basic education, in the municipalities of Coimbra, Condeixa-a-Nova, Guarda, Pombal and Santiago do Cacém.

After the preparation phase of the data and set all the parameters, we applied the chi-square analysis for independence of variables relevant to this study, and to estimate the effect of a set of variables on the effect of factors influencing the time spent by teenagers on social networks we applied the logistic regression model.

After analyzing the sample, it turns out as follows: the currently most used social network is MSN (85%), the majority of social network friends is of portuguese nationality (77%), in most cases adolescents spend two to four times a week in social networks (37.61%), and the most relevant reasons for membership are to communicate with friends, to communicate with family and entertainment.

KEYWORDS

Social Networks, Online Social Networks, Logistic regression, teens, students, children, schools, internet, chi-square test.

(7)

ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO ... 1

1.1 Objectivos do Estudo ... 1

1.2 Fundamentação /Lógica ... 2

1.3 Formulação das Questões ... 2

1.4 Estrutura do Trabalho de Projecto ... 3

2. REVISÃO DA LITERATURA ... 4

2.1 As Redes Sociais: Definição e História ... 4

2.2 Estudos Empíricos sobre as Redes Sociais ... 9

3. METODOLOGIA ... 22

3.1 Introdução ... 22

3.2 Instrumentos Utilizados ... 22

3.3 Percurso da Metodologia de Investigação ... 24

3.4 Segmentação da População e Obtenção da Amostra ... 26

3.5 Breve Descrição da Metodologia Estatístico-Econométrica a Utilizar na Análise Empírica... 32

3.5.1 Teste do qui-quadrado. ... 32

3.5.2 Modelo de regressão logística. ... 33

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 38

4.1 Análise Descritiva da Amostra ... 38

4.1.1 Distribuição da amostra por região, género e faixa etária. ... 39

4.1.2 Descoberta da primeira rede social utilizada. ... 41

4.1.3 Distribuição por primeira rede social utilizada, redes mais utilizadas e número de conexões por redes sociais. ... 44

4.1.4 Tipo de nacionalidade dos amigos da rede. ... 50

4.1.5 Tipo de pessoas a que os adolescentes estão conectados. ... 52

4.1.6 Tempo gasto para estar nas redes sociais. ... 54

4.1.7 Local de utilização das redes sociais. ... 56

4.1.8 Motivo de utilização das redes sociais. ... 57

(8)

4.2 Análise e Interpretação dos Resultados de Estimação. ... 65

4.2.1 Análise inferencial. ... 65

4.2.2 Modelo de regressão logística. ... 94

5. CONCLUSÕES ... 99

6. DELIMITAÇÕES, LIMITAÇÕES E RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ... 101

6.1 Delimitações e Limitações do Estudo ... 101

6.2 Recomendações para Trabalhos Futuros ... 102

ANEXOS ... 103

Anexo I – Modelo de Questionário... 103

Anexo II – Resultado da Aplicação dos Questionários. ... 108

Anexo III – Modelo da Carta enviada às Escolas. ... 109

Anexo IV – Pedido de Autorização aos Encarregados de Educação. ... 110

(9)

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 2.1. Cronograma das datas de lançamento das redes sociais. ... 6

Figura 2.2. Sítios de redes sociais em que os utilizadores têm perfil criado (%). ... 9

Figura 2.3. Uso do Facebook pelas crianças, por país (%). ... 10

Figura 2.4. Sítios de redes sociais em que os utilizadores têm perfil criado, por faixa etária (%). ... 11

Figura 2.5. Itens disponibilizados no perfil pessoal, por faixa etária (%). ... 12

Figura 2.6. Uso da Internet em casa e/ou na escola (%). ... 12

Figura 2.7. Número de dias por semana do uso da internet. ... 14

Figura 2.8. N.º de horas gastas pelos adolescentes quando estão conectados. ... 14

Figura 2.9. Tipos de redes sociais mais utilizadas pelos adolescentes. ... 15

Figura 2.10. Actividades nas redes sociais. ... 15

Figura 2.11. Utilização de redes sociais: funcionalidades (%). ... 17

Figura 2.12. Utilização de redes sociais: nº pessoas na área de amigos, por faixa etária (%). ... 19

Figura 2.13. Número de contactos por perfis de redes sociais para crianças, por país. . 20

Figura 2.14. Utilização de redes sociais: conhecimentos pessoais (%). ... 20

Figura 2.15. Utilização de redes sociais: motivos para ter aderido, por género (%). .... 21

Figura 3.1. Metodologia de Investigação. ... 24

Figura 3.2. Distribuição dos pedidos às escolas públicas por concelho (frequência absoluta). ... 27

Figura 3.3. Taxa de resposta aos questionários por escola (frequência absoluta). ... 28

Figura 3.4. Distribuição dos inquiridos por escola e por ciclo de estudos (frequência absoluta). ... 30

Figura 3.5. Uso de redes sociais por género vs Não uso de redes sociais por género (frequência absoluta). ... 31

Figura 3.6. Distribuição dos inquiridos que utilizam as redes sociais em função do conhecimento ou não dos pais do seu uso (%). ... 31

Figura 3.7. Representação gráfica dos limites, regiões e dos valores correspondentes de e Y. ... 35

(10)

Figura 3.8. Representação gráfica do modelo proporcional-odds para 4 categorias de resposta e uma única variável explicativa X. ... 36 Figura 3.9. Representação gráfica do modelo proporcional-odds para 4 categorias de

resposta e uma única variável explicativa X. ... 37 Figura 4.1. Utilização de redes sociais por concelho, por género e por faixa etária

(frequência absoluta). ... 40 Figura 4.2. Utilização de redes sociais: 1ª rede social utilizada e redes sociais mais

utilizadas (frequência absoluta). ... 45 Figura 4.3. Utilização de redes sociais: número de conexões por perfis de redes sociais

(frequência absoluta). ... 49 Figura 4.4. Utilização de redes sociais: nacionalidade das pessoas a que estão

conectados os adolescentes (%). ... 50 Figura 4.5. Utilização de redes sociais: nacionalidade dos amigos de redes sociais, por

género (frequência absoluta). ... 51 Figura 4.6. Utilização de redes sociais: Tempo gasto pelos adolescentes quando estão

conectados (%). ... 54 Figura 4.7. Utilização de redes sociais: Grau de segurança, por escola (%). ... 61

(11)

ÍNDICE DE QUADROS

Quadro 2.1 Actividades individuais realizadas no período de uma semana. ... 16

Quadro 2.2 Actividades online no último mês para as crianças. ... 17

Quadro 3.1 Etapas do processo utilizado para a recolha de dados. ... 25

Quadro 3.2 Distribuição dos inquiridos por faixa etária, escola e concelho. ... 29

Quadro 3.3 Tabela de contingência do teste do qui-quadrado para a independência. .. 32

Quadro 4.1 Listagem das variáveis a utilizar no estudo... 39

Quadro 4.2 Utilização de redes sociais: processo de descoberta da 1ª rede social utilizada. ... 41

Quadro 4.3 Utilização de redes sociais: processo de descoberta da 1ª rede social utilizada, por faixa etária e por concelho (frequência absoluta). ... 42

Quadro 4.4 Utilização de redes sociais: número de redes sociais utilizadas, por faixa etária e por concelho (frequência absoluta). ... 46

Quadro 4.5 Utilização de Redes Sociais: Tipo de pessoas a que os adolescentes estão conectados, por género e por concelho (frequência absoluta). ... 53

Quadro 4.6 Utilização de redes sociais: Tempo gasto pelos adolescentes quando estão conectados, por faixa etária (frequência absoluta). ... 55

Quadro 4.7 Utilização de redes sociais: Local de utilização. ... 57

Quadro 4.8 Utilização de redes sociais: Motivos para ter aderido, por faixa etária e por concelho (frequência absoluta). ... 58

Quadro 4.9 Utilização de redes sociais: Grau de segurança, por concelho, por género e por faixa etária (frequência relativa). ... 62

Quadro 4.10 Tabela de contingência do teste do qui-quadrado: concelhos vs tempo gasto nas redes sociais. ... 66

Quadro 4.11 Tabela dos valores observados e dos valores esperados: concelhos vs tempo gasto nas redes sociais. ... 67

Quadro 4.12 Tabela de contingência do teste do qui-quadrado: faixa etária vs tempo gasto nas redes sociais. ... 68

Quadro 4.13 Tabela dos valores observados e dos valores esperados: faixa etária vs tempo gasto nas redes sociais. ... 69

(12)

Quadro 4.14 Tabela de contingência do teste do qui-quadrado: género vs tempo gasto nas redes sociais. ... 70 Quadro 4.15 Tabela dos valores observados e dos valores esperados: género vs tempo

gasto nas redes sociais. ... 71 Quadro 4.16 Tabela de contingência do teste do qui-quadrado: nível de escolaridade vs tempo gasto nas redes sociais. ... 72 Quadro 4.17 Tabela dos valores observados e dos valores esperados: nível de

escolaridade vs tempo gasto nas redes sociais. ... 73 Quadro 4.18 Tabela de contingência do teste do qui-quadrado: pais têm conhecimento

ou não da utilização das RS vs tempo gasto nas redes sociais. ... 75 Quadro 4.19 Tabela de contingência do teste do qui-quadrado: tipo de pessoas a que

estão conectados vs tempo gasto nas redes sociais. ... 76 Quadro 4.20 Tabela dos valores observados e dos valores esperados: tipo de pessoas a

que estão conectadas vs tempo gasto nas redes sociais. ... 77 Quadro 4.21 Tabela de contingência do teste do qui-quadrado: local de utilização das

RS vs tempo gasto nas redes sociais. ... 78 Quadro 4.22 Tabela dos valores observados e dos valores esperados: local de

utilização das RS vs tempo gasto nas redes sociais. ... 80 Quadro 4.23 Tabela de contingência do teste do qui-quadrado: motivo de utilização vs

tempo gasto nas RS. ... 81 Quadro 4.24 Tabela dos valores observados e dos valores esperados: motivo de

utilização vs tempo gasto nas RS. ... 82 Quadro 4.25 Tabela de contingência do teste do qui-quadrado: motivo de utilização vs

faixas etárias. ... 84 Quadro 4.26 Tabela dos valores observados e dos valores esperados: motivo de

utilização vs faixas etárias. ... 85 Quadro 4.27 Tabela de contingência do teste do qui-quadrado: motivo de utilização vs

género. ... 87 Quadro 4.28 Tabela dos valores observados e dos valores esperados: motivo de

utilização vs género ... 88 Quadro 4.29 Tabela de contingência do teste do qui-quadrado: motivos de utilização vs pais têm conhecimento da utilização das RS. ... 90

(13)

Quadro 4.30 Tabela de contingência do teste do qui-quadrado: tipo de pessoas a que estão conectados vs pais têm conhecimento ou não da utilização das RS. . 91 Quadro 4.31 Tabela de contingência do teste do qui-quadrado: processo de descoberta

da 1ª RS vs tipo de pessoas a que estão conectados. ... 93 Quadro 4.32 Resultados da Estimação do Modelo Logit Ordenado. ... 96

(14)

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

Escola 1 – Escola Básica do 2º e 3º Ciclos de Condeixa-a-Nova Escola 2 – Escola Básica do 2º e 3º Ciclos de Frei André da Veiga Escola 3 – Escola Básica do 2º e 3º Ciclos de Marquês de Pombal Escola 4 – Escola Básica do 2º e 3º Ciclos de Santa Clara

Escola 5 – Escola Básica do 2º e 3º Ciclos de São Miguel

Escola 6 – Escola Básica do 2º e 3º Ciclos de Sequeira (Agrupamento das Escolas Beatriz Ângelo)

Escola 7 – Escola Básica do 2º e 3º Ciclos de Taveiro

Escola 8 – Escola Secundária com 3º Ciclo de Padre António Macedo Escola 9 – Escola Secundária com 3º Ciclo de Manuel da Fonseca EU – União Europeia

LINI – Lisbon Internet and Networks International Research Programme ME – Ministério da Educação

NR – Não Respondeu/Não Resposta RL – Regressão Logística

ROC - Receiver Operating Characteristic RS – Redes Sociais

USA – Estados Unidos da América WIP – World Internet Project

(15)

1. INTRODUÇÃO

Actualmente, as redes sociais fazem parte do quotidiano de qualquer pessoa. Desta forma, o impacto na sociedade, em particular na adolescência, é inegável.

Ferreira e Miguel (2009, p. 21) afirmam que com a chegada da Internet e das redes sociais, onde a participação dos cidadãos e da própria cidadania continuam a alterar-se, ocorreram mudanças no modo como as pessoas encaram o facto de estarem activos, de participarem e terem sentido de pertença na vida social.

Neste sentido, este estudo pretende analisar os motivos que influenciam o tempo gasto pelos adolescentes portugueses nas redes sociais.

Para este estudo foi aplicado um questionário sobre uma amostra estratificada, que não se pretende que seja representativa mas significativa do ponto de vista qualitativo, a qual foi composta por adolescentes que frequentem o 2.º e o 3.º Ciclo do Ensino Básico num determinado número de concelhos, de modo a comparar diferentes áreas geográficas de Portugal, e identificar quais os adolescentes que mais tempo gastam nestas novas formas de convívio, e a verificar o(s) motivo(s) que leva(m) a este crescente aumento ou não na utilização das redes sociais.

1.1 Objectivos do Estudo

O objectivo deste estudo é saber quais os motivos que influenciam o tempo gasto pelos adolescentes nas redes sociais em Portugal.

Neste sentido, esta investigação teve como objectivos verificar: qual o tempo que os adolescentes gastam nas RS, qual o local onde as costumam utilizar e as razões de adesão às redes sociais, comparando a utilização em diferentes áreas geográficas de Portugal (Coimbra, Condeixa-a-Nova, Guarda, Pombal e Santiago do Cacém).

(16)

1.2 Fundamentação /Lógica

Este estudo tem como objectivo compreender quais as razões pelas quais os adolescentes portugueses aderem às redes sociais e o que influencia o tempo gasto nessa adesão. Este facto justifica que a investigação seja pertinente, uma vez que estes utilizadores são elementos de risco e porque nos dias de hoje as redes sociais são constantemente mencionadas na comunicação social, o que influencia os adolescentes a quererem “estar na moda”.

1.3 Formulação das Questões

O desenho da investigação deste trabalho teve como finalidade explorar e esclarecer a seguinte questão:

Por que motivo os adolescentes portugueses aderem às redes sociais?

Nesse sentido, e tendo em conta a revisão da literatura de alguns estudos (Ferreira e Miguel, 2009; Greenhow e Robelia, 2009; Samsudin, 2009), esta questão genérica decompõe-se nas seguintes mais específicas:

i. Quais as redes sociais que utilizam actualmente? ii. A quantas pessoas estão associados nas redes sociais?

iii. Quais as nacionalidades dos indivíduos a que os adolescentes estão conectados?

iv. As pessoas a que estão conectados são de que tipo (e.g., amigos, familiares, colegas de escola, outros)?

v. Quanto tempo gastam para estar nas redes sociais? vi. Quais os locais onde utilizam as redes sociais?

vii. Quais os motivos pelos quais utilizam as redes sociais?

viii. Qual o grau de segurança da utilização de redes sociais (nenhum, pouco, muito, razoável)?

(17)

1.4 Estrutura do Trabalho de Projecto

Este trabalho de projecto encontra-se estruturado em seis capítulos.

No capítulo 1, faz-se uma breve introdução ao tema, enquadrando os objectivos, a lógica e a questão de investigação.

No capítulo 2, faz-se uma análise teórica sobre o objecto de estudo, bem como uma tentativa de relacionar e analisar criticamente estudos realizados, que de alguma forma contribuíram para uma abordagem aprofundada sobre o objectivo principal deste trabalho de investigação.

No capítulo 3, descreve-se a metodologia utilizada, caracteriza-se a amostra e os procedimentos utilizados no tratamento dos dados.

No capítulo 4, são expostos e analisados os resultados obtidos.

No capítulo 5, são exibidas as conclusões obtidas na análise dos dados da amostra recolhida.

Por fim, são apresentadas as limitações do estudo e alguns aspectos a considerar em estudos futuros (capítulo 6).

(18)

2. REVISÃO DA LITERATURA

Com base na revisão da literatura efectuada no contexto deste estudo, procurou-se recorrer a referências que estudasprocurou-sem as redes sociais online e que identificasprocurou-sem as razões que levam os indivíduos, principalmente os adolescentes, a recorrer ao uso das RS.

2.1 As Redes Sociais: Definição e História

Boyd e Ellison (2008, p. 211) definem as redes sociais como

Serviços baseados na Web que permitem aos indivíduos: (1) construir um perfil público ou semi-público dentro de um sistema limitado; (2) articular uma lista de outros utilizadores com quem eles compartilham uma conexão; (3) ver e percorrer as suas listas de conexões e aquelas feitas por outras pessoas dentro do sistema.

Outra possível definição do que se entende por RS, segundo o Duarte, Quandt e Souza (2008), consiste em

Uma rede social é uma estrutura social composta por pessoas ou organizações, conectadas por um ou vários tipos de relações, que partilham valores e objectivos comuns. Uma das características fundamentais na definição das redes é a sua abertura e porosidade, possibilitando relacionamentos horizontais e não hierárquicos entre os participantes. Redes não são, portanto, apenas uma outra forma de estrutura, mas quase uma não estrutura, no sentido de que parte de sua força está na habilidade de se fazer e desfazer rapidamente.

A seguir, vamos descrever a evolução das redes sociais ao longo do tempo. O ICQ (anacrónimo feito com base na pronúncia do inglês I Seek You) foi um dos primeiros a permitir a troca de mensagens instantâneas através da internet, em 1996, e foi criado por Yair Goldfinger, Arik Vardi, Sefi Vigiser e Amnon Amir. Tinha o

(19)

objectivo de promover uma nova forma de comunicação pela internet. No ano seguinte, 1997, surgiu o AOL Messenger, que permitia a troca de mensagens instantâneas através da internet, seguido pelo MSN Messenger Service, em 1999, que foi lançado pela Microsoft e que era um serviço gratuito. No entanto, no perfil das redes sociais AIM1 e do ICQ era possível ter listas de amigos, ainda que essas não fossem visíveis para os outros.

O sítio Classmates.com foi criado em 1995 por Randy Conrads e foi uma das primeiras redes sociais em funcionamento, pois permitia às pessoas registarem-se utilizando o nome de escolas ou de faculdades, e que uma pessoa procurasse na rede outros que também estivessem registados, no entanto, os utilizadores não podiam criar perfis ou listar amigos.

Por outro lado, e de acordo com Boyd e Elisson (2008), o SixDegrees, em 1997, foi a primeira rede social que permitiu aos utilizadores criar perfis e navegar através da lista dos amigos (esta característica só foi possível a partir de 1998). Desde então, estas têm crescido consideravelmente, sendo nos dias de hoje muito utilizadas quer pelos adolescentes quer pelas outras pessoas.

No período que decorreu entre 1997 e 2001, foi possível articular os perfis e a lista de amigos publicamente. Alguns sítios permitiram que os utilizadores pudessem criar um perfil pessoal, profissional ou para programar encontros, como é o caso do AsianAvenue, do Blackplanet, e do MiGente e também era possível identificar os amigos nos seus perfis (Boyd e Ellison, 2008).

Na figura 2.1 pode-se observar a evolução das redes sociais ao longo do tempo e, como é notório, a partir de 2004 é que se verifica um aumento significativo do número de redes sociais em actividade.

1 AOL Instant Messenger

(20)

Figura 2.1. Cronograma das datas de lançamento das redes sociais. Fonte: elaborado pela autora, com base em Boyd e Ellison (2008).

Como complemento ao estudo realizado por Boyd e Ellison (2008), os autores Gonçalves (2008) e Nunes (2011) apresentam uma breve história com algumas particularidades sobre as redes sociais referidas na figura anterior.

Assim, podemos dizer que, em 1999, surgiu o LiveJournal, o qual permitia aos utilizadores ver as páginas dos seus amigos e, em 2001, foram adicionadas a este sítio as características de uma rede social. O sítio Cyworld surgiu em 1999 e também ele adicionou características de RS em 2001. Em 2000 surgiu a rede social virtual LunarStorm (Suécia), a qual permitia incrementar o número de novos amigos e navegar nas suas áreas. No ano seguinte, 2001, surgiu a rede social Ryze.com, com a finalidade de ajudar as pessoas a incrementar as suas redes de relacionamento na área empresarial. A rede social Friendster foi lançada por Jonathan Adams em 2002, tendo por finalidade “ser um complemento” para o Ryze e competir com o Match.com, um lucrativo site de encontros.

Em Dezembro de 2002, foi fundada a rede social Linkedin e o seu lançamento ocorreu em Maio de 2003, por Reid Hoffman. No mesmo ano, 2003, em Agosto, a rede social MySpace foi lançada por Brad Greenspan, Chris DeWolfe e Tom Anderson na Califórnia, com a finalidade de concorrer com sites como o Friendster, Xanga, e Asianavenue. Ainda neste mesmo ano, no sudoeste asiático surgiu a rede social Hi5.

(21)

A rede social Skype2 surgiu em Agosto de 2003, com o objectivo de permitir a comunicação via texto, voz, vídeo e a possibilidade de realizar ligações telefónicas.

No decorrer dos anos de 2003 e de 2004, com o crescimento das redes sociais surgiu a possibilidade de criar páginas na internet para fins publicitários, o que deu origem à criação de redes sociais que tinham características específicas e eram focadas para uma determinada área, como era o caso do Flickr onde o objectivo era partilha de fotografias e o Last.FM para ouvir música.

No início de 2004, surgiu a rede social Dogster com o objectivo de aproximar utilizadores desconhecidos com interesses comuns.

A Google lançou a rede social Orkut em 19 de Janeiro de 2004, através do engenheiro turco Orkut Buyukkokten, tendo maior popularidade no Brasil, e tinha como objectivo fazer novas amizades, manter relacionamentos, participar em comunidades e ajudar os seus membros. Esta rede social apenas permite a entrada de novas pessoas através de convite de pessoas já registadas. A faixa etária predominante nesta rede social é a das pessoas mais jovens (até os 25 anos).

No mesmo ano, em Fevereiro, o estudante Mark Zuckerberg, de Harvard, lança a rede social Facebook com o fim entrar em contacto com os colegas da mesma universidade. A partir do início de Setembro de 2005, esta rede social expandiu-se ao meio profissional dentro das redes corporativas e, posteriormente, a todas as pessoas. Esta rede social permite a comunicação com um grupo de amigos seleccionados pelo utilizador, aceitar novos amigos, restringindo o acesso a pessoas desconhecidas, retirar uma pessoa do seu leque de amigos, partilhar mensagens, fotografias, vídeos, e muito mais.

A rede social YouTube foi lançada em Fevereiro de 2005 por três pioneiros do PayPal3 (sítio da Internet ligado a gestão de transferências bancárias) e permite aos seus utilizadores anexar, assistir e partilhar vídeos em formato digital. Em 2006, surgiram várias redes sociais, tais como: o MyChurch, com o objectivo de “unir” as igrejas cristãs e seus membros, a Windows Live Spaces da Microsoft (também conhecida por MSN Spaces); em Março é criada a rede social Twitter, sendo lançada em Julho desse mesmo ano por Jack Dorsey e pelo fundador da blogosfera, Evan Williams.

2

Fonte:http://pt.wikipedia.org/wiki/Skype 3 www.paypal.com

(22)

A rede social Myspace utiliza a Internet para comunicação on-line através de uma rede interactiva de fotos, blogs e perfis de utilizadores. Inclui um sistema interno de e-mail, fóruns e grupos.

Em relação à rede social Hi5, pode dizer-se que é uma comunidade social virtual que tem uma dinâmica parecida com o Orkut, porém, com recursos extras, como por exemplo escolher o visual do perfil, ouvir músicas, inserir vídeos e fotos, e é considerada a rede social mais segura em termos de privacidade.

A rede social Flickr permite aos utilizadores o armazenamento e a partilha de fotografias, e o contacto com outros utilizadores registados. Esta rede social permite dois tipos de perfis de utilizadores, um que tem um número limitado de espaço para armazenamento das fotos e outro com um número ilimitado de espaço e com estatísticas de visitas à sua página, entre outros benefícios.

A rede social Twitter permite comunicar com qualquer pessoa, onde todos podem seguir todos, e possibilita a partilha de informação sobre um produto ou serviço. Esta rede é limitada, uma vez que só permite colocar mensagens, procurar pessoas e colocar/receber mensagens curtas.

A rede social Windows Live Spaces teve como objectivo permitir aos seus utilizadores exprimirem-se, partilhar os seus pensamentos, fotografias e interesses. Em 2011, esta rede social foi extinta e todos os utilizadores foram migrados para o WordPress.com.

De acordo com Boyd e Ellison (2008), as redes sociais não têm a mesma importância em todas as regiões do mundo. Assim, o MySpace é mais popular nos EUA, o Friendster nas Ilhas do Pacífico e na Índia, o Orkut no Brasil, o Mixi no Japão, o LunarStorm na Suécia, o Hyves na Holanda, o Grono na Polónia, o Hi5 na América Latina, na América do Sul e na Europa, o Bebo no Reino Unido, na Nova Zelândia e na Austrália. Em relação aos serviços de blog com recursos de redes sociais, nos EUA destaca-se o Xanga, o LiveJournal e o Vox, em França o Skyrock e em todos os outros locais do mundo predomina o Windows Live Spaces.

Pode-se concluir que o crescimento das redes sociais influencia a mudança na organização das comunidades online.

(23)

2.2 Estudos Empíricos sobre as Redes Sociais

Um projecto recente conduzido pela rede EU Kids Online (2010) realizou um estudo sobre crianças e jovens dos 9 aos 16 anos utilizadores da Internet em toda a Europa, tendo constatado que

59% das crianças dos 9 aos 16 anos têm um perfil numa rede social – incluindo 26% com 9 ou 10 anos, 49% dos que têm 11 ou 12 anos, 73% dos de 13 ou 14 anos e 82% dos 15 ou 16 anos. As redes sociais são mais populares na Holanda (80%), Lituânia (76%) e Dinamarca (75%); e menos na Roménia (46%), Turquia (49%) e Alemanha (51%).

De acordo com a Internet Worldstats, o Facebook é utilizado por cerca de 3,869,780 milhões de internautas em Portugal, que é aproximadamente 50% da população portuguesa que utiliza a internet, cerca de 5,1 milhões, o que revela a grande dimensão que as redes sociais têm na actualidade, com uma grande adesão por parte dos utilizadores da internet.

No estudo desenvolvido por LINI (2010), cujo objectivo era estudar a utilização da Internet em Portugal em 2010, refere que no ano 2008, o Facebook é a rede social com maior número de utilizadores, seguida do MySpace, mas em 2010 a rede social que se destaca é o Hi5, com uma percentagem de 42,6% e a seguir é o Facebook com 39,7%, como se pode observar na figura 2.2.

Figura 2.2. Sítios de redes sociais em que os utilizadores têm perfil criado (%). Fonte: WIP Portugal 2010 e LINI (2010, p. 30).

42,6 39,7 7,9 6,6 5,7 0 20 40 60 80 100

(24)

Segundo o estudo realizado por EU Kids Online (2011), e como se pode observar na figura 2.3, verifica-se de que no caso de Portugal, 51% das crianças utiliza o Facebook e 49% utiliza outras redes sociais.

Figura 2.3. Uso do Facebook pelas crianças, por país (%). Fonte: EU Kids Online (2011, p.34).

Segundo o estudo desenvolvido por LINI (2010, pág. 31) “a utilização das redes sociais decresce à medida que a faixa etária aumenta”, e “os utilizadores com maior expressão quantitativa são os mais jovens”. Como se pode observar na figura 2.4, constata-se que: (1) os utilizadores com faixa etária inferior a 25 anos têm uma percentagem de 51% no Myspace e 50% no Twitter; (2) no Hi5 e no Facebook os utilizadores com faixa etária inferior a 25 anos têm uma representação de 45,8% e 42,3%, respectivamente; e (3) a rede social Orkut é a rede com maior representação de

98 94 93 92 91 87 87 86 85 82 82 75 73 72 70 58 51 37 25 23 21 13 8 5 2 57 2 6 7 8 9 13 13 14 15 18 18 25 27 28 30 42 49 63 75 77 79 87 92 95 98 43 0% 20% 40% 60% 80% 100% CY IT EL SI CZ FR UK TR DK NO FI AT SE BG BE EL PT LT RO ES EE DE HU NL PL Todos

(25)

indivíduos de faixa etária igual ou superior a 25 anos, existindo uma ligeira aproximação entre o escalão dos 15 aos 24 anos (37,5%) e o escalão dos 25 aos 34 anos (31,3%) (LINI, 2010).

Figura 2.4. Sítios de redes sociais em que os utilizadores têm perfil criado, por faixa etária (%).

Fonte: WIP Portugal 2010 e LINI (2010, p. 31).

Relativamente aos itens disponibilizados no perfil pessoal das redes sociais, LINI (2010) revela que existe uma percentagem inferior dos utilizadores com faixa etária superior a 55 anos quando comparada com os utilizadores com faixa etária inferior a 55 anos. Constata-se pela figura 2.5 que: (1) no escalão acima dos 55 anos, a informação mais divulgada é o nome (88,2%) e em seguida os interesses (64,7%); (2) nos escalões intermédios o dado pessoal mais divulgado é o nome e a localidade (77,8% para o escalão dos 35 aos 44 anos e 83,3% para o escalão dos 45 aos 54 anos); e (3) e no escalão mais jovem a data de nascimento é a informação mais divulgada (80,5% entre os 15 e os 24 anos e 81,3% dos 25 aos 34 anos) (LINI, 2010).

45,8 51,4 37,5 42,3 50 30,7 29,7 31,3 32,4 25 13,9 16,2 12,5 14,9 13,6 6,3 2,7 15,6 6,3 11,4 3,4 0 3,1 4,1 0 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% Hi5 (n=238) MySpace (n=37) Orkut (n=32) Facebook (n=222) Twitter (n=44) 15-24 25-34 35-44 45-54 55>

(26)

Figura 2.5. Itens disponibilizados no perfil pessoal, por faixa etária (%). Fonte: WIP Portugal 2010 e LINI (2010, p. 33).

Um estudo sobre a utilização que as crianças fazem da Internet (European Comission, 2008) revela que 75% das crianças entre os 6 e os 17 anos, dos 27 países da União Europeia, já utilizam a Internet e esta percentagem continua com tendência para o crescimento (Novo, 2009, p 334).

Figura 2.6. Uso da Internet em casa e/ou na escola (%). Fonte: European Comission (2008, p. 6).

Quanto ao local onde as crianças utilizam a internet (em casa e/ou na escola), pode concluir-se pela análise da figura 2.6 que o fazem mais em casa do que na escola.

94,7 96,9 95,6 100 88,2 80,5 81,3 75,6 79,2 52,9 74,4 79,2 68,9 75 47,1 71,4 68,8 77,8 83,3 47,1 72,2 68,8 75,6 79,2 64,7 36,1 35,4 42,2 45,8 11,8 53,4 43,8 44,4 50 23,5 0 100 200 300 400 500 600 15-24 (n=133) 25-34 (n=96) 35-44 (n=45) 45-54 (n=24) 55 + (n=17)

nome data nascimento fotografia pessoal localidade interesses vídeos música

99 99 98 98 97 97 96 95 95 95 94 93 93 92 92 92 90 90 90 90 87 87 85 85 84 83 79 75 80 62 70 70 44 67 56 54 50 25 46 61 69 54 89 55 43 74 55 57 28 36 61 29 63 29 26 55 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Em casa Na escola

(27)

De acordo com Greenhow e Robelia (2009),

Desde a introdução das redes sociais no final dos anos 1990, estas têm atraído milhões de utilizadores. Relatórios recentes sugerem que a maioria dos adolescentes nos EUA que estão online (55%) criam um perfil pessoal num sítio de redes sociais como o MySpace ou o Facebook (Lenhart e Madden, 2007), e, ao visitar as suas páginas todos os dias, acabam por lhes dedicar em média cerca de 9 horas por semana.4

Este estudo teve como perguntas a que esta investigação pretendia responder as seguintes:

Quando está normalmente na rede social MySpace o que costuma fazer lá? Porquê e Quanto tempo está online?

Porque utiliza o Myspace?

Com quem se comunica? E como?

Quando visita as áreas de outras pessoas o que é que faz lá? Quando recebe um pedido de amizade o que é que o faz aceitar?

Greenhow e Robelia (2009) referem que os adolescentes quando não podem estar presentes fisicamente, porque estão a trabalhar em part-time devido às suas dificuldades económicas, mantêm-se ligados às redes sociais para manter as amizades e compensar o facto de não poderem estar presentes fisicamente.

Nos casos em que existe o factor distância, o mesmo estudo revela ainda que os adolescentes utilizam as redes sociais para se manterem em contacto e assim fortalecer as relações familiares (Greenhow e Robelia, 2009).

Um estudo realizado sobre o uso de redes sociais entre os adolescentes na Malásia (Samsudin, 2009), refere que a crescente utilização das redes sociais tem um impacto na adesão por parte dos adolescentes, o que leva a que algumas tenham o cuidado de limitar a sua utilização a adolescentes com faixa etária inferior a 13 anos (Social Networking Sites Review, 2009).

4 Since their introduction in the late 1990’s, SNSs have attracted millions of users. Recent reports suggest that a majority of online teens (55%) in the U.S. have created a personal profile on a social network site like MySpace or Facebook (Lenhart & Madden, 2007) and visit their social network site daily, devoting an average of 9 hours a week to the network (Greenhow e Robelia, 2009).

(28)

Por outro lado, os adolescentes que têm idades entre 13 e 15 anos estão sujeitos a vários perigos, pelo facto de aceitarem o convite de qualquer pessoa para seu “amigo” (Samsudin, 2009).

Figura 2.7. Número de dias por semana do uso da internet. Fonte: Samsudin (2009).

Na figura 2.7, podemos verificar que, de acordo com o estudo de Samsudin (2009) sobre o número de dias por semana do uso da internet, 76,6% dos adolescentes utilizam a internet todos os dias.

De acordo com o mesmo estudo (Samsudin, 2009), o número de horas que um adolescente gasta cada vez que está ligado às redes sociais é o representado na figura abaixo.

Figura 2.8. N.º de horas gastas pelos adolescentes quando estão conectados. Fonte: Samsudin (2009).

A figura seguinte permite visualizar, ainda no âmbito daquele estudo, as redes sociais que atraem mais os adolescentes (Facebook, Friendster, Twitter e MySpace).

0 5 10 15 20 25 30 35 40

Todos os dias 1 dia por semana 2-3 dias por semana 4-6 dias por semana

76,6%(36) 2,1%(1) 10,6%(5) 10,6%(5) 0 5 10 15 20 25

1-2 horas 3-4 horas 4-5 horas mais de 5 horas

17,0%(8)

44,7%(21)

14,9%(7)

(29)

Figura 2.9. Tipos de redes sociais mais utilizadas pelos adolescentes. Fonte: Samsudin (2009).

As razões pelas quais os adolescentes utilizam a internet são a actualização do seu perfil nas redes sociais, estarem a comunicar entre eles, fazer downloads de ficheiros, jogar, partilhar ficheiros, consultar o email, fazer novos amigos, fazer comentários, entre outros (Samsudin, 2009). Isto pode ser visualizado na figura 2.10.

Figura 2.10. Actividades nas redes sociais. Fonte: Samsudin (2009). 0 10 20 30 40 50 Yahoo Messenger MSN Messenger

Your Own Biog Twitter MySpace Frienster Facebook

87,2%(41) 42,6%(20) 46,8%(22) 21,3%(10) 72,3%(34) 76,6%(36) 74,5%(35) 0 10 20 30 40 50

email comunicar navegar jogar jogos anexar

ficheiros extrair ficheiros alterar perfil (Facebook, Frienster, MySpace) 56,3%(27) 60,4%(29) 56,3%(27) 72,9%(35) 100,0%(48) 58,3%(28) 93,8%(45)

(30)

Em relação às actividades individuais realizadas no período de uma semana, Samsudin (2009) refere que a acção que os adolescentes desenvolvem mais durante uma semana quando estão conectados ao Facebook é a de “fazer comentários” (282), em segundo é “fazer novos amigos” (104) e em terceiro é para fazer “Online Quizzes” (91). Isto pode ser verificado no quadro a seguir.

Quadro 2.1 Actividades individuais realizadas no período de uma semana.

Actividades 5 Estudantes Total

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Mudar Estado 19 13 5 11 1 1 4 23 6 6 89

Alterar Perfil 2

Fazer Novos Amigos 29 15 6 7 2 11 2 16 4 12 104

Jogar Jogos 2 13 2 4 8 12 1 4 46 Testes Online 7 21 3 15 6 12 4 16 6 1 91 Fazer Comentários 71 26 14 52 1 1 79 18 20 282 Anexar/extrair/partilhar Ficheiros 4 4 Anexar/extrair/partilhar Fotos 12 7 1 5 25 Anexar/extrair/partilhar Vídeos 1 3 1 1 1 7 Publicar Ligações 4 1 1 1 2 9 “Etiquetar” Amigos Participar em Grupos 4 2 1 7 Tornar-se um fã 4 5 2 1 1 13 Fonte: Samsudin (2009).

Em relação à utilização das redes sociais, o estudo realizado por LINI (2010) refere que a funcionalidade mais importante é o “uso das ferramentas de comunicação”, com uma percentagem de 84,4% para o envio de mensagens e 47,9% para o serviço chat. Ainda menciona que a segunda funcionalidade é a “procura ou sugestão a outros amigos para adicionar à rede”, com 47,3%, e a seguinte é a “criação de álbuns para partilha de fotografias”, com 46,3%. Isto pode ser visualizado na figura 2.11.

5

Activities; Change Status; Update profile; Make New Friends; Play Games; Inline Quizzes; Make Comments; Upload/Download/Share Files; Upload/Download/Share Pics; Upload/Download/Share Videos; Posted Links; Tag Friends; Join Groups; Become a fan of.

(31)

Figura 2.11. Utilização de redes sociais: funcionalidades (%). Fonte: WIP Portugal 2010 e LINI (2010, p. 34).

De acordo com o estudo realizado pelo EU Kids Online (2011), as várias actividades online para as crianças no último mês são as que constam no quadro a seguir.

Quadro 2.2 Actividades online no último mês para as crianças.

% DE QUEM …6 9- 12 ANOS DE IDADE 13- 16 ANOS DE IDADE TODOS

Masculino Feminino Masculino Feminino

Usou a internet para trabalhos escolares 79 82 87 90 85

Jogou jogos na internet ou no

computador 86 84 88 71 83

Viu vídeos 66 64 87 85 76

Visitou um perfil da rede social 40 42 80 81 62

Utilizou mensagens instantâneas 43 47 76 77 62

(continua)

6 % who have…, Used the internet for school work, Played internet games on your own or against the computer, Watched video clips, Visited a social networking profile, Used instant messaging, Sent/received email, Read/watched the news on the internet, Played games with other people on the internet, Downloaded music or firms, Put (or posted) photos, videos or music to share with others, Used a webcam, Put (or posted) a message on a website, Visited a chatroom, Used file sharing sites, Created a character, pet or avatar, Spent time in a virtual world, Written a blog or online diary, Average number of activities. 26,7 25,4 9,2 18,4 16,8 47,3 17,8 32,1 10,8 24,8 46,3 23,2 41,9 84,4 47,9 0 20 40 60 80 100

alertas de aniversários de amigos escrever comentários na wall criar aplicações fazer post de músicas /vídeos quizes / testes procurar / sugerir amigos divulgar eventos criar / aderir a grupos consultar oráculos enviar presentes virtuais criar álbuns fotográficos apoiar / aderir a causas jogar envio de mensagens serviço de chat

(32)

Quadro 2.2 (continuação)

% DE QUEM …7 9- 12 ANOS DE IDADE 13- 16 ANOS DE IDADE TODOS

Masculino Feminino Masculino Feminino

Enviou/recebeu email 42 47 74 76 61

Leu/viu as notícias na internet 38 36 60 57 48

Jogou jogos com outra pessoa na

internet 47 33 63 33 44

Extraíu músicas ou filmes 27 26 61 56 44

Colocou fotos, vídeos ou música para

partilhar com outros 22 24 54 55 39

Usou a câmara de vídeo 23 25 37 38 31

Colocou mensagens num sítio 18 19 44 40 31

Visitou uma “sala de conversa” 14 14 35 28 23

Utilizou sítios que partilham ficheiros 11 8 30 22 18

Criou uma personagem, animal de

estimação ou avatar 20 17 21 13 18

Gastou tempo num mundo virtual 15 14 21 12 16

Escreveu num blog ou num diário online 4 6 15 18 11

Nº médio de actividades 5.7 5.4 9.0 8.1 7.1 Fonte: EU Kids Online (2011, p.34).

Pela análise deste quadro, verifica-se que as crianças com idades compreendidas entre os 9 e os 16 anos utilizam mais a internet para trabalhos escolares (85%), a seguir para jogar jogos (83%) e em terceiro lugar para ver vídeos (76%) (EU Kids Online, 2011).

No contexto do número de amigos nas RS, o relatório do LINI (2010) refere que a faixa etária acima dos 55 anos tem menos amigos comparando com as faixas etárias mais jovens. Com base na figura 2.12, verifica-se que a faixa etária acima dos 55 anos

7 % who have…, Used the internet for school work, Played internet games on your own or against the computer, Watched video clips, Visited a social networking profile, Used instant messaging, Sent/received email, Read/watched the news on the internet, Played games with other people on the internet, Downloaded music or firms, Put (or posted) photos, videos or music to share with others, Used a webcam, Put (or posted) a message on a website, Visited a chatroom, Used file sharing sites, Created a character, pet or avatar, Spent time in a virtual world, Written a blog or online diary, Average number of activities.

(33)

representa 17,6% dos que têm menos de 10 pessoas, enquanto a faixa etária abaixo dos 55 anos tem um leque superior a 100 pessoas, representando 50,4% no grupo de 15 aos 24 anos e 50% no grupo dos 25 aos 34.

Figura 2.12. Utilização de redes sociais: nº pessoas na área de amigos, por faixa etária (%).

Fonte: : WIP Portugal 2010 e LINI (2010, p. 38).

Quanto ao número de contactos por rede social, o estudo realizado por EU Kids Online (2011) revelou que, no caso de Portugal, 14% possuem mais de 300 contactos nas RS, 13% enquadram-se no intervalo de 101 a 300 contactos e no intervalo de 51 a 100 contactos, 25% enquadram-se no intervalo de 11 a 50 contactos, e por fim 34% tem menos de 10 contactos. Isto pode ser verificado na figura a seguir.

2,3 5,3 18,8 8,3 8,3 50,4 6,8 2,1 11,5 12,5 8,3 7,3 50 8,3 4,4 13,3 15,6 11,1 17,8 4,4 0 12,5 12,5 12,5 16,7 8,3 17,6 0 17,6 5,9 11,8 29,4 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Menos de 10 entre 10 e 20 entre 20 e 50 entre 50 e 70 entre 70 e 100 mais de 100 ns/nr 15-24 (n=133) 25-34 (n=96) 35-44 (n=45) 45-54 (n=24) 55 + (n=17)

(34)

Figura 2.13. Número de contactos por perfis de redes sociais para crianças, por país. Fonte: EU Kids Online (2011, p.38).

Em relação ao tipo de amigos virtuais nas RS, LINI (2010) refere que 78% dos utilizadores afirmam ter maioritariamente pessoas de conhecimento pessoal na sua lista de amigos virtuais, e 22% declaram estar relacionados com pessoas que não conhecem pessoalmente, como se pode verificar na figura 2.14.

Figura 2.14. Utilização de redes sociais: conhecimentos pessoais (%). Fonte: WIP Portugal 2010 e LINI (2010, p. 38).

13 8 16 9 11 12 11 20 10 13 12 7 5 8 7 7 5 8 14 8 3 5 2 2 4 9 33 34 26 25 26 25 23 18 26 16 23 24 16 21 22 17 14 16 13 13 14 12 9 5 4 20 24 24 21 23 20 16 19 15 17 23 16 19 28 17 14 19 22 17 13 15 17 17 18 7 6 20 21 23 24 26 30 27 31 30 31 28 23 28 41 31 26 34 38 36 25 20 37 38 37 34 21 31 9 12 13 16 16 20 16 17 17 21 26 23 10 24 31 23 21 24 34 44 29 29 35 52 63 20 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% HU BE UK PL FR NL IT EL SE SI NO IE TR ES DK AT LT CZ PT CY FI EE DE BG RO Todos

Mais de 300 101 até 300 51 até 100 de 11 até 50 Menos de 10

78% 22%

Pessoas que conhece pessoalmente (amigos, familiares, etc)

Pessoas que não conhece pessoalmente

(35)

O estudo de LINI (2010) revela que o motivo com maior relevância para aderir às RS difere para as mulheres e para os homens.

No estudo já referido e de acordo com a figura 2.15, verifica-se que: (a) para o caso das mulheres, o motivo principal é a possibilidade de manter contactos à distância com pessoas conhecidas, com 87,9%, a seguir é de a maioria das pessoas que conhecem estarem presentes nestes sítios, com 82,4%, e em terceiro é a possibilidade de fortalecer laços sociais pré-existentes a estas redes, com 80,6%; (b) para o caso dos homens, o motivo principal é a possibilidade de partilha de pensamentos, comentários, vídeos, fotos, com 89,3%, a seguir é o contacto com pessoas que estão longe com 87,3%, e em terceiro é de a maioria das pessoas que conhecem estarem presente nestes sítios, com 86%; e (c) o conhecimento de pessoas novas e os motivos profissionais são mais relevantes para os homens (84% e 42%) do que para as mulheres (73,9% e 38,2%).

Figura 2.15. Utilização de redes sociais: motivos para ter aderido, por género (%). Fonte: WIP Portugal 2010 e LINI (2010, p. 40).

Em conclusão, e de acordo com estes estudos, constata-se que as redes sociais são cada vez mais utilizadas pelos adolescentes, aumentando assim o perigo a que os mesmos estão sujeitos ao se exporem publicamente nestas novas formas de comunicação (Samsudin, 2009; Greenhow e Robelia, 2009).

82 89,3 44,7 87,3 86 42 84 79,3 77,6 78,8 41,2 87,9 82,4 38,2 73,9 80,6 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 porque me convidaram

para poder partilhar

pensamentos/comentários/vídeos/fotos para me sentir excluído para poder manter contacto com pessoas que estão longe porque a maioria das pessoas que conheço está nesse tipo de sites

motivos profissionais conhecer pessoas novas fortalecer os laços sociais que já existem off-line

(36)

3. METODOLOGIA

3.1 Introdução

Nesta fase do trabalho de investigação, após a revisão da literatura (capítulo 2) sobre o tema das redes sociais no mundo dos adolescentes, é importante e necessário estudar a questão relativa à metodologia de investigação.

Quanto ao desenho da investigação e sua adequação ao tema estudado, é utilizado o método quantitativo para recolha de dados (e.g. inquéritos) e o seu tratamento estatístico.

Com a finalidade de analisar o tempo gasto pelos adolescentes portugueses na adesão às RS e quais os motivos dessa adesão, pretendeu-se fazer um estudo aos alunos que frequentem o 2.º e o 3.º ciclo do Ensino Básico nos Concelhos de Coimbra, de Condeixa-a-Nova, da Guarda, de Pombal e de Santiago do Cacém no Ensino Público.

3.2 Instrumentos Utilizados

No trabalho de investigação deste projecto, seguiu-se a abordagem evidenciada nos estudos indicados (Ferreira e Miguel, 2009; Greenhow e Robelia, 2009; Samsudin, 2009) como uma forma de abordagem que permite retirar algumas conclusões, ou seja, a via de questionário a uma amostra de adolescentes.

Também se teve como “guia” a estrutura de um questionário efectuado pelo Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa que pretendia saber a opinião dos imigrantes, a viver no território nacional, sobre a saúde e os acessos aos cuidados de saúde, bem como de um questionário elaborado por Paiva (2002) que tinha como objectivo realizar um estudo a nível nacional sobre o uso das tecnologias de informação e comunicação no ensino.

(37)

Após uma análise dos estudos enunciados no capítulo anterior deste trabalho de projecto, sobre a revisão da literatura, e dos questionários supra mencionados, foi cruzada a informação e introduzidas as questões para cada um dos itens enumerados nos pontos anteriores.

O resultado foi um questionário composto por 21 perguntas (vide Anexo I), dividido em duas partes: uma primeira parte consiste na identificação das características sócio-demográficas dos participantes e uma segunda parte é constituída por questões mais relacionadas com o uso das RS.

Assim, na primeira parte do questionário é questionada a faixa etária, o género, a nacionalidade, o nível de escolaridade que frequenta, a composição do agregado familiar, as habilitações literárias e a actividade profissional dos pais, e se utiliza ou não as RS.

A parte seguinte do questionário tem como objectivo determinar quais as RS que os adolescentes actualmente utilizam, a quantas pessoas estão associados nas RS, qual a nacionalidade e o tipo de indivíduos a que estão conectados (e.g., familiares, amigos, colegas de escola), o tempo que gastam para as RS, o local físico onde costumam aceder às RS (e.g., em casa, na escola), o grau de segurança e as razões que os levam a aderir às redes sociais.

Em relação às questões fundamentais para este estudo (a partir da pergunta n.º 10 - vide Anexo I), elas são maioritariamente questões semi-fechadas, ou seja, são constituídas por várias opções de resposta, dando a hipótese ao inquirido de acrescentar novas opções de resposta à questão em causa.

Para fins estatísticos da análise de dados, foi utilizado o Excel para a análise de independência das variáveis relevantes para o presente estudo e como software foi utilizado o R Project (versão 2.12.2) para a estimação do efeito de um conjunto de variáveis sobre o efeito dos motivos que influenciam o tempo gasto pelos adolescentes nas redes sociais. Para a estimação do efeito de um conjunto de variáveis sobre o efeito dos motivos que influenciam o tempo gasto pelos adolescentes nas redes sociais foi aplicado o modelo de regressão logística.

(38)

3.3 Percurso da Metodologia de Investigação

Como é referido por Aguiar (2007, p. 78), existem 5 pontos básicos do desenho de um projecto de investigação a considerar: (1) o propósito do estudo, (2) o tipo de investigação, (3) o horizonte temporal, (4) a unidade de análise e (5) o ambiente de investigação.

Foi considerada mais uma fase (6) que é a dos resultados da análise dos dados. Segundo Aguiar (2007, p. 79), um propósito de estudo depende do objectivo de investigação.

Neste estudo, passou-se por 6 fases, as quais podem ser visualizadas na figura 3.1.

Componente Teórica Componente Prática

6. ª Fa se 5. ª Fa se 4. ª Fa se 3. ª Fa se 2. ª Fa se 1. ª Fa se Conclusões Desenvolvimento e avaliação das

relações entre as variáveis

Análise dos Resultados dos Questionários Autorização dos Encarregados de Educação

Autorização das Escolas para aplicação do

questionário Definição dos

objectivos da investigação

Discussão com co-orientadores Guião Entrevistas Questionário Aplicação do Questionário Revisão da Literatura Recolha do Questionário Aprovação do ME

Figura 3.1. Metodologia de Investigação.

Fonte: elaborado pela autora, com base em Antunes (2008, p. 8).

Em relação ao tipo de investigação, realizou-se um estudo seccional com base em dados que reflictam a situação num dado momento, procurando fazer testes de hipóteses (Aguiar, 2007, p. 97).

(39)

Quanto à unidade de análise, adoptou-se um estudo de campo como é referido na tese de Aguiar (2007, p. 97).

Desta forma, e com a finalidade de determinar quais os factores que levam os adolescentes a utilizar as redes sociais em Portugal, realizamos um estudo aos alunos que frequentem o 2.º e o 3.º ciclo do Ensino Básico nos concelhos de Coimbra, Condeixa-a-Nova, Guarda, Pombal e Santiago do Cacém no Ensino Público.

Para a concretização deste estudo, estiveram envolvidos muitos sujeitos e participantes. Primeiramente, foi necessário pedir uma autorização ao Ministério da Educação.

Após a aprovação do questionário submetido ao Ministério de Educação, passou-se para a fase da aceitação por parte das escolas públicas do 2.º e 3.º ciclo do Ensino Básico para a aplicação do questionário.

Nesta fase, e após inúmeros contactos (via correio, email, telefone), foi pedida autorização às escolas públicas dos cinco concelhos enunciados. Foram inicialmente seleccionadas algumas das escolas públicas nos concelhos de Guarda, Coimbra e Santiago do Cacém. Como no concelho de Coimbra a taxa de respostas positivas foi muito reduzida, foi necessário alargar a amostra aos concelhos de Condeixa-a-Nova e de Pombal de forma a obter uma amostra satisfatória para o estudo em causa.

Após obtermos uma taxa de resposta satisfatória por parte das escolas, e um acordo com as mesmas sobre a tramitação para a aplicação do inquérito, foram enviadas a cada uma das escolas, por correio ou por deslocação pessoal, as cópias relativas ao pedido de autorização aos encarregados de educação e as cópias dos inquéritos.

A tramitação relativa ao pedido de autorização aos encarregados de educação e a aplicação do inquérito aos adolescentes que frequentem o 2.º e 3.º ciclo do Ensino Básico foi realizada pelas respectivas escolas.

O percurso realizado desde o pedido ao ME até à recolha dos dados resume-se no seguinte quadro 3.1.

Quadro 3.1 Etapas do processo utilizado para a recolha de dados.

ETAPAS ESPAÇO TEMPORAL

Pedido ao ME Meados de Novembro de 2010

Autorização do ME Meados de Janeiro de 2011

(40)

Quadro 3.1 (continuação)

ETAPAS ESPAÇO TEMPORAL

Pedido às Escolas e

De Fevereiro a Março de 2011 Autorização das Escolas

Pedido aos Encarregados de

Educação De Fevereiro e Abril de 2011

Autorização dos Encarregados de Educação

De Março a Maio de 2011 Aplicação dos Questionários

pelas Escolas

Recolha dos Questionários De Abril a Junho de 2011

Neste estudo salvaguardaram-se os direitos dos inquiridos, respeitando e valorizando a sua disponibilidade e participação. Por outro lado, como as respostas foram centrais à investigação que se desenvolveu, foi também assegurada a sua credibilidade.

A partir do inquérito determinou-se quais as RS que actualmente utilizam, a quantas pessoas estão associados nas RS, qual a nacionalidade e o tipo de indivíduos a que estão conectados (amigos, familiares, colegas de escola, outros), o tempo que os adolescentes gastam para as RS, o local físico onde costumam aceder às RS (e.g., em casa, na escola), o grau de segurança (nenhum, pouco, razoável, muito) e as razões que os levam a aderir às redes sociais, comparando a sua utilização em cinco concelhos de Portugal (Coimbra, Condeixa-a-Nova, Guarda, Pombal e Santiago do Cacém).

3.4 Segmentação da População e Obtenção da Amostra

Para a segmentação da população, foram contactadas quinze escolas públicas distribuídas pelos concelhos de Coimbra, Condeixa-a-Nova, Guarda, Pombal e Santiago do Cacém (Anexo II). Como se pode visualizar na figura 3.2, no concelho de Coimbra só uma das sete escolas contactadas é que autorizou a aplicação do questionário aos adolescentes do 2.º e 3.º ciclo do Ensino Básico.

(41)

Figura 3.2. Distribuição dos pedidos às escolas públicas por concelho (frequência absoluta).

Fonte: apuramento dos inquéritos.

Após a aceitação por parte das escolas, procedeu-se ao pedido aos encarregados de educação e seguidamente à aplicação dos questionários aos adolescentes do 2.º e 3.º ciclo do Ensino Básico.

Como já foi referido no ponto 3.2, este procedimento foi realizado pelas respectivas escolas que aceitaram a aplicação do questionário.

Durante este procedimento, foi mantido constantemente um contacto com as mesmas, de forma a ter conhecimento do andamento do processo. A aplicação do questionário foi realizada durante os meses de Março a Maio de 2011.

Após o término deste procedimento, procedeu-se à recolha dos questionários preenchidos em cada uma das escolas. Esta recolha foi realizada de várias formas, consoante o acordo com as escolas, ou seja, por correio ou por deslocação directa à escola.

O resultado da recolha dos questionários preenchidos vs o número total de alunos por escolas pode ser visualizado na figura 3.3.

1 1 3 1 3 6 0 0 0 0 0 1 2 3 4 5 6 7 Coimbra

Condeixa-a-Nova Guarda Pombal

Santiago do Cacém Aprovados 1 1 3 1 3 Rejeitados 6 0 0 0 0 Nº d o s P ed id o s

(42)

Figura 3.3. Taxa de resposta aos questionários por escola (frequência absoluta). Fonte: apuramento dos inquéritos.

Pela análise da figura acima, constata-se que a taxa de resposta aos questionários é inferior a 50%, à excepção da Escola Básica do 2.º e 3.º Ciclo de Marquês de Pombal (Escola 3 – Pombal) e da Escola Secundária com 3.º Ciclo Manuel da Fonseca (Escola 9 – Santiago do Cacém).

Neste sentido, de um total de 3411 alunos obteve-se uma amostra de 1375 questionários preenchidos (40,31%).

Tendo em conta o objectivo deste estudo, foi feita uma triagem de 1255 (91,27%) de um total de 1375 inquéritos preenchidos, uma vez que os restantes inquiridos não utilizam as RS.

De seguida, é apresentada uma breve descrição da distribuição da amostra em algumas variáveis relevantes para o presente estudo.

Da análise dos dados do quadro 3.2, pode-se retirar as seguintes conclusões:  A faixa etária com maior número de inquiridos é os 11 anos, com 24,51% (337 inquiridos dos 1375 inquiridos), e a faixa etária com menor número de inquiridos é a dos 9 anos, com 0,07% (1 inquirido dos 1375 inquiridos);

 O concelho de Pombal, apesar de só ter sido aplicado o questionário a uma das escolas, é o que tem um maior número de inquiridos, ou seja, 30,69% (422 dos 1375 inquiridos). 600 360 710 560 490 96 257 183 155 157 147 422 220 105 48 116 21 139 0 100 200 300 400 500 600 700 800 Escola 1 - Condeixa-a-Nova Escola 2 - Santiago do Cacém Escola 3 - Pombal Escola 4 - Guarda Escola 5 - Guarda Escola 6 - Guarda Escola 7 - Coimbra Escola 8 - Santiago do Cacém Escola 9 - Santiago do Cacém Totais Alunos 600 360 710 560 490 96 257 183 155 Total Respostas 157 147 422 220 105 48 116 21 139 N º d e A lu n o s

(43)

Quadro 3.2 Distribuição dos inquiridos por faixa etária, escola e concelho.

Concelhos Coimbra

Condeixa-a-Nova Guarda Pombal Santiago do Cacém

Faixa etária Frequência absoluta (N) Frequência relativa (%) Escola 7 - Coimbra Escola 1 - Condeixa-a-Nova Escola 4 - Guarda Escola 5 - Guarda Escola 6 - Guarda Escola 3 - Pombal Escola 2 - Santiago do Cacém Escola 8 - Santiago do Cacém Escola 9 - Santiago do Cacém 9 anos 1 0,07% 0 0 1 0 0 0 0 0 0 10 anos 208 15,13% 19 19 65 16 6 40 43 0 0 11 anos 337 24,51% 28 32 70 29 10 118 50 0 0 12 anos 274 19,93% 38 25 40 20 8 98 23 3 19 13 anos 221 16,07% 15 24 10 22 9 87 8 9 37 14 anos 198 14,40% 9 37 12 12 9 52 13 6 48 15 anos 87 6,33% 4 15 8 4 5 21 2 3 25 16 anos 31 2,25% 1 3 8 1 1 3 6 0 8 Mais de 17 15 1,09% 2 1 6 0 0 2 2 0 2 NR 3 0,22% 0 1 0 1 0 1 0 0 0 Total por Escola (N) 1375 116 157 220 105 48 422 147 21 139 Percentagem 100,00% 8,44% 11,42% 16,00% 7,64% 3,49% 30,69% 10,69% 1,53% 10,11% Total por Concelho (N) 1375 116 157 373 422 307 Percentagem 100,00% 8,44% 11,42% 27,13% 30,69% 22,33%

(44)

A figura 3.4 mostra como estão distribuídos os 1375 inquiridos por escola e por ciclo de estudos (2º e 3º ciclo do ensino básico).

Figura 3.4. Distribuição dos inquiridos por escola e por ciclo de estudos (frequência absoluta).

Fonte: apuramento dos inquéritos.

Nesta figura verifica-se que dos 1375 inquiridos, 733 inquiridos frequentam o 2.º ciclo (53,31%) e 642 inquiridos frequentam o 3º ciclo (46,69%), sendo 422 inquiridos da Escola Básica do 2.º e 3.º Ciclos de Marquês de Pombal, cerca de 30,69% ((215 inquiridos do 3º ciclo (15,64%) e 207 inquiridos do 2º ciclo (15,05%)).

Da análise da figura 3.5, verifica-se que dos 1375 inquiridos, 1255 inquiridos utilizam as redes sociais, com 91,27% (com 674 inquiridos do género feminino e 581 inquiridos do género masculino, ou seja, 53,71% e 46,29% respectivamente). Os restantes 120 inquiridos dos 1375 inquiridos não utilizam as redes sociais, ou seja, 8,73% (com 60 inquiridos do género masculino e 60 inquiridos do género feminino, ou seja, 4,36% para cada um dos géneros).

63 128 207 187 58 23 67 94 19 215 33 47 25 49 21 139 Escola 1 - Condeixa-a-Nova Escola 2 - Santiago do Cacém Escola 3 - Pombal Escola 4 - Guarda Escola 5 - Guarda Escola 6 - Guarda Escola 7 - Coimbra Escola 8 - Santiago do Cacém Escola 9 - Santiago do Cacém

Escola 1 - Condeixa-a-Nova Escola 2 - Santiago do Cacém Escola 3 - Pombal Escola 4 - Guarda Escola 5 - Guarda Escola 6 - Guarda Escola 7 - Coimbra Escola 8 - Santiago do Cacém Escola 9 - Santiago do Cacém 2.º ciclo 63 128 207 187 58 23 67 0 0 3.º ciclo 94 19 215 33 47 25 49 21 139

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