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Contributo para o estudo das plantas vasculares endémicas da Ilha das Flores (Açores).

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Academic year: 2021

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CONTRIBUTO PARA 0 ESTUDO DAS PLANTAS VASCULARES E N D ~ M I C A S

DA

ILHA DAS FLORES (ACORES)

Jost

N.

8. de Oliveira (1).

Duane

S. Furtado (I), Josd

M. P.

d'Almeida (2), e Margasida

C.

Medeiros (3). ( 1 ) Departamento de Biologia

,

Universidade dos A~oreg

9502 Ponta Delgada Codex,

(2) Secretaria Regional de Agricultura e Pescas (DRDA) 9500. Ponta Delgada

(3) Secretaria Regional do Twismo e Ambiente, (DPDL) 9500 Ponta Delgada

Segundo PEREIRA (1982)

a

ocupaqio do solo da ilha das Flores era em 1982 a seguinte:

-

iuea social, 3,1896

-

lncultos e baldios. 25,468

-

Superficie Florestal, 14,32 4%

-

Superficie Agricola fitil

(S.A.U.},

57,04%. Desra, 86,47% sflo ocupados corn superficie forrageira e os restantes corn outras culturas.

Confarme mostra MALATO-BELIZ (1988). o nfimero de raxa vasculares endemicos nas ilhas dos A~ores varia entre urn mfiximo de 62 zoxa (ilha de S. Miguel) e urn minim0 de 1 1 taxa end6mieos na ilha Graciosa. A pequena ilha das Flores corn 5 1 t a x a endbrnicos ultrapassa claramente neste particular as ilhas Graciosa ( l l ) , S. Maria (35) e Corvo (37) e quase iguala em nlimero de esptcies endtmicas ilhas bastante maiares como a Terceira (55) e o Faial (55). NEo adrnira pois que em termos da relaqfio "ng taxa end&rnicos/unidade de superficie ( ~ r n ~ ) ' ' a ilha das Elores corn 0,357 end./

~ r n ~ ,

apenas seja ultrapassada por S. Maria (0,360 end./ ~ r n ~ ) e pelo Corvo (2,126 end./ ~ r n ~ ) ,

0

valor mtdio para o arquipClago situa-se apenas nos 0,184 e n d l

~ r n ~ .

A explicaqSo para esta relativa riqueza em espCcies endemicas da ilha das Flores fica

sem

d6vida a dever- se

A

grande diversidade de bi61opos que ela possui e h exisdncia de algumas manchas vegetais rnenos alteradas pelo homern.

NLo se creia contudo gue a ilha das Flores apresenta

keas

muito extensas corn formaqBes pouco alteradas pelo homem. De facto, segundo o que nos foi dado constatar a rnaioria das h e a s de altitude (na regiHo central da ilha) agora protegidas, mostram claramente os efeitos da ac@o do homem.

0

estrato arb6reo-arbustivo apresenta-se pouco desenvolvido (nio tenda conseguido responder ainda eficazmente

A

a c g o de corte levado a cab0 pela povo florentino atarves dos tempo e muitas destas hreas apresentam-se densamente infestadas corn espkies introduzidas das quais

-

para este nlvel de altitude

-

aquela que adquire maior importhcia 6 sern dGvida a hortense, Hydrangea macrophyla. Por outro lado. a baixa altitude, zonas de falCsia que deveriam outrora ter apresentado importantes povoamentos de vegetaqiio indlgena apresentam-se agora na sua generalidade cobertas corn incenso, Pitosporum undulalum Vent.

Em suma, apesar

do que

o

nfimero total de endemismos

-

sobretudo quando correlacionado corn a exiguidade dab dirnensBes da ilha

(2)

das Flores

-

pode deixar transparecer. esta ilha apsesenta apenas pequenas beas de vegetaqiio pouco alterada, constituindo sem dlivida urn excelente exemplo pela negativa do que a introdu~io dde ex6ticas pode representar de prejudicial em termos de preservaqgo do ambiente.

E isto porque

n5o acreditamos que a afgukrn possa passar despercebida a enorme importhcia do incenso, a baixa e media altitude e da hort&nsla a media-grande altitude.

Em contrapartida a ilha das Flores, tal como verificAmos acontece tamb4m em relag30 h ilha do Corvo constitui uma importante reserva de Aaorina vidalii (Wats.) Fetr.

A Flora vascular da ilha das FIores n80 compreende neehum taxon end&rnico que seja exclusive desta ilha. No entanto, duas espCcies relatiramente xaras e necessitando de protecqlo, Myosoiis maririma H. C. Watson e Euphrasia azorica H. C. Watson s5o exclusivas do grupo ocidental ou seja das ilhas ErEores e Corvo.

Refira-se que os taxa endtmicos que caracter de exclusividade para uma h i c a ilha sIo muito poucos; Marsilea azorica Launeri & Paiva (itha Terceira), Silene vulgaris (Moench) Garcke subsp. cratericola Franco (ilha do Pico). Lophochloa azorica A. Hamen (ilha de

S.

Maria), Rumex azoricus x obtusifolius (ilha de

S.

Miguel) e Vicia dennesiano Watson ( jB considerada extinta, mas encontrada uma 6nica vtz na ilha de S. Miguel).

Nas Flores, mais prescisamente ao longo da faltsia que envolve a baia das Lages, foi-nos dado observar um povoamento impar de mais de I00 dragoeiros, Dracaena draco

,

endemismo macaronCsico, que se vem tornando raro nos Aqores.

Alguns dos taxa supostamente enddrnicos fiecessitam urn estudo mais aprofundado. Citam-se pos

exemplo:

-Lysimachia nemorum

L. subsp. azorica

(Hornern. ex Rook.) Palh. Taxon que

j6

n20 aparece valid0 como tal em FRANCO (1985) mas apenas ao nivel de variedade e mesmo assim sem qualquer referencia ao seu cariicter supostarnente endCmico.

-

Cerastium azoricum Hochst.. que 6 considerado come tal per

HANSEN

& SWNDIG (1985) mas que FRANCO (1971) havia considerado que tinha havido erra de delermina~B0 por parte de Hochstetler e que aquele material de herbhio dizia respeito a C e r a s t i u m vagans Lowe.

-

Ammi hunrii

H.

C. Watson. 0 que serd mais correcto, considerar $6 este laxon como faz FRANC0 (1971) ou antes este e mais dois raxa, A, seubertianum (H.C.Watson) Trelease e A. rrifoliatum (H.C.Watson) Trelease?

dos Endemismos vasculares ac6ricas e ac6rico-madeirenses. Suas ocotr&ncias

e

os fenolbgicog

P T E R I D O P R Y T A

-

ASFIWfACEAE

Dryopreris azorica (Christ) AIston

-

ASPLENIACEAE

Asplenium azoricum Lovis, Rasb. et Reischst.

-

ELAF'HOGLOSSACEAE

Elaphoglossaun paleaceurn (Hook. & Grev.1 Sledge

-

ISOETACEAE

lsoeres

azorica

Dm.

ex Wilde

-

LYCOPODTACEAE

(3)

Diphadurn madeirense (Wilce) Rothm. NFio observado Huperzia selago

C.)

B e d . ex Schrank et Mart.

subsp. dentala (Herter) Valentine Miradouro da Fajszinha

-

POLYSODIACEAE

Polypodium azoricum (Vasc.)

R.

Fernandes Zona de S m a Cruz SPERMATOPHYTA

GYMNOSPERMAE (PINOPHYTA)

-

CUPFSSSACEAE

Juniperus brevifoiia (Seub.) Antoine Frut. Frequente acima de 600

m

A N G I O S P E R M (MAGNOLIOPHYTA]

DTC OTYLEDONE AE

(M

AGNOLZATAE) -APIACEAE (UMBELLIFERAE)

Ammi hunsii H. C. Watson Veg. Miradouro FajBzinha, talude,500 m

Chaerophyltum azoricum Trel. Veg. Fajl Grande

Daucus carota

L.

subsp. azoricns Franco

FIo

Pastagem junto ao mar

Melanoselinurn decipiens (Shad. et Wendl.) Hoffm. Veg Ponta Ruiva Estrada para Ponta DeIgada, tatude.

-

AQUIFOLIACHAE

Ilex perado Aiton subsp. azorica (Loes.) Tutin Veg. Frequente

- ASTERACEAE

(COMPOSITAE)

Bellis azorica Hachst. ex Seub. Acima doa 150 rn. Lentodon filii (Hochst. ex

Seub)

Paiva & Ormonde Veg. CaIdeira d"gua Branca Lcontodon rigcns pryand in fit.) Paiva & Ormonde Plo Caminho Morro Alto, talude,

700 m

Tolpis azorica mutt.)

P.

Silva Flo Cimo do Morro Alto, 900 m Tolpis fruficosu Schrmk Flo. Linha de costa

-

BORAGTNACEAE

Myosotis azorica Wast. N5o observado

-

BRASSICACEAE (CRUCIFERAE)

Cardamine caldeirarum Guthn. ex Seub. Flo h g o a Funda, Lagoa Rasa

-

CAMPANULACEAE

Azorina vidalii (Wats.) Fees Veg.; Inicie Flo. Muito frequente,

linha de costa

-

CAPRIFOLIACEAE

Viburnum tinus

L.

subsp. subcorda turn

(Trel.) P. Silva Frm da Flo. Erequente acima de I00 m

-

C A R Y O P H U C E A E

Cerastium azoricum Hochst.

N"ao

observado Spergularia azorica (Kindb.) Lebel Flo. Santa Cmz e i l h h

-

DIPSACACEAE

Scabiosa nitens

R.

et S. Veg Caminho Mono Alto. talude,

TOO

m,

Rocha dos BardGes,

(4)

-

ERICACEAE

Daboecia azorica Tvtin et Warb.

Erica scoparia

L.

subsp. azorica (Kochst)

D.

A. Webb

Vaccinium cylindraceum I. E.

Sm.

-

EUPHORBIACEA

Euphorbia azorica Seub. Euphorbia stygiana Wats.

- HYPERICACEAE

Hypericum foliosum Ait.

-

OLEACEAE

Picconia nzorica flutin) Knobl.

- PRTMULACEAE

Lysimachin nernorum

L

subsp. nzorica (Bornern. ex Hook.) Palh.

- RHAMNACEAE

Frangnla azorica

V.

Grubow

-

RQSACEAE

Rubus hochstetterorurn Seub.

-RUBIACEAE

Rmcbia agosrinhoi Dansereau 8r

P.

SiIva

-

SCROPHULARTACEAE

Euphrasia azorica Wats.

Veronica dabneyi Hochst.

MONOCOTYLEDONEAE (LILMTAE)

-

CYPERACEAE

Carcx hochstettcriana Gay ex

Seub.

Carex punctata Gaud. var. lacvicaulis @lochst.) Boott

Carex vulcani Hochst. in

Seub.

-

JUNCACEAE

L u ~ u l a purpureo-splendens Seub.

-

QRCHIDACEAE

Piatanrhera micsantha (Hochst. ex Seub.) Schlecht.

-

POACEAE (GRAMINEAE)

Agrostis congestiflora Tutin et Watb. subsp. congestifloro

Agroslis congestiflora Tutin at Warb. subsp. ortophila Franco

Agrostis gracililaxa Aanco subsp. graciliIaxa

N3o observado

Flo, Frut. MuEto frequente, Lages Flo Frequente acirna dos 100 m Frut. (Cofbidas semen_teS). Ponta

Delgada, AIL 50m

Fmt Frequente, Caldeira Seca,

Caminho para Ponta Detgada, Santa

Cmz

Veg. Fajgzinha, Alt. 50 m., Caldeisa Seca

Nf o observado

Infcio Ro. Caminho Morro Alto, talude. 700 m, Caminho da FajBzinha, 500 rn NHo obscrvada Flo, Pmt NZo ebservado N5a observado

Flo Mono Alto, 900 m

Fim

Frul.

Miradouro Fajizinha, [dude, 500 m

N6c observado N5o observado N3o observado

(5)

Dcschampsia foliosa Hack. Festuca jubata Lowe

Festuca palraea Guthn. ex Seub. Holcus rigidus Hochst. ex Seub. Veg

N3o observado Veg. Flo. Frequente a grande

a1 t i tude

Veg:Flo Junto il costa Frequente acirna 500 m

Do urn ponto de vista f i t ~ g e o g r ~ c o

.

e muito embora as opini6es dos vdrios autores nesta materia nil0 seja totalmente concordante a ilha das Flores apresenta em nossa opinizo:

o endemismo norentino

2 endernismos exclusivos do grupo oriental (Myosolix marilima

H.

C. Watson e Euphrasia azorica

H.

C.

Watson)

4 1 endemismos apdricos

9 endemismos a~orico-madeirenses (Eiaphoglossnm semicylindricurn

(Bowd.)

Benl, Diphasium madeirense (Wilee) Rothm., Hupersia selago

(L.)

Bernh. ex Schrank et Mart. subsp. dentato (Herter) Valentine, Polypodium azoricum (Vasc.) R. Fernandes, Melanoselinurn dccipiens (Shad. et Wendl.) Hoffm., Frangnla azorica

V.

Grubow, Tolpis fruticosa Schrank, Dcschampsia foliosa Hack. e Festrrca jubata Lawe.

3 endemismos macaronbicos (Dracaena draco (L.)

L.,

Rumex cortusifolius Wi1ld.e

Laurus

azorica (Seub.) Franco)

FERNANDES, A. & FERNANDES,

R.,

1980

-

Iconographia selecta florae azoricae

-

Fasc. I., Sec. Reg. Educ. e Cultura.

1984

-

Icdnographia selecta flotac azoricae

-

Fac.

2., Sec. Reg. Educ. e Cultura.

1988

-

Iconographia selecta florae azoricae

-

Fasc. 3., Sec. Reg. Educ. e Cultura. XiRANCO. I. A*. 1971

-

Nova Flora de PortugaI. I Vol

-

Inst. Sup. Agronornia. Liaboa

1985

-

Nova Flora de Pormgal, I1 Yo1

-

Inst. Sup. Agranornia, Lisboa

FLIRTADO, D.S., 1984

-

Status e distribuiq5o das plantas vasculares endbmicas dos &ores

-

Arquipt lago, Ponta Delgada, V, 197-209,

HANSEN,A. & SWNDIG,

P.,

1985

-

Flora of rnacaronesia. Cheklist of vascular plants

-

Sommerfelria, I.

MALATO-BELIZ, J., 1988

-

0

factor endemismo

na Flora

dos arquipilagos macaronCsicos

-

Prirneiras jornadas Atlbticas dc protec~so do meio ambiente. Angta do Heroismo. PEREIRA, P.M., 1982

-

Agricultura Aqoriana

-

Inst. Fontes Pereira de Melo. Lisboa. SJOGREN,E.,1973

-

Recent changes in the vascular flora and vegetation of the Azores

Referências

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