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AVALIAÇÃO DO ESTRESSE EM ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS

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Academic year: 2020

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Avaliação do estresse em estudantes universitários

Assessment of the stress in academics

Jamili Anbar Torquato1 AndreiaGrigório Goulart2 Patricia Vicentin3

Uesley Correa4

Abstract

The frequent comment of stress between the pupils of the physical therapy course can to influence with the reliable lack in the capacity of academic performance. Objective: To verify stress it in the pupils of the physical therapy course and which daily habits of life pay-make use for stress it. Results: The prevalence of psychological riots in the sample was of 37,76% (n=71). The women had presented a level of stress bigger of the one than men composing 49.29% (n=35) of the group of the stressed ones. The school year that more presented stress was 4º year B with 21 pupils stressed for 31 not stressed representing a percentage of stressed in 61,76%. In this sample the bachelors had presented with better quality of life having demonstrated levels of stress minors who the married ones. Also the ones that study in the vespertine period and the ones that the ones that they smoke had revealed stressed. In the practicing .In the variable of physical activity and religion the difference was not noticed that differs the pupils. Already the diligent pupils are lightly more susceptible to stressors, as well as the more the pupils drink more it stress. Conclusion: These data suggest that the course of physical therapy, associates it one high prevalence of stressed in the students.

Key words: stress, physical therapy, students.

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O estudo avaliou distúrbios psicológicos entre alunos do curso de fisioterapia, através do General Health Questionnaire, e procurou identificar os potenciais efeitos negativos do estresse. Resultados: A prevalência de distúrbios psicológicos na amostra foi de 37,76% . As mulheres apresentaram um nível de estresse maior do que os homens compondo 49,29% . Os alunos do ultimo ano do curso representaram 61,76% dos estressados. Os solteiros apresentaram-se com melhor qualidade de vida demonstrando níveis de estresse menores que os casados. Conclusão: A alta prevalência de estresse nos estudantes principalmente do ultimo ano do curso se associa aos estágios com pacientes e preocupações com mercado de trabalho. O estudo mostrou também que mulheres solteiras são mais acometidas pelo estresse.

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Introdução

Sabe-se que a vida acadêmica se caracteriza por um ambiente estressante, porém temos poucos estudos que avaliam em que nível do curso isso acontece1, 2, 3, 4,, algumas pesquisas envolvendo alunos de graduação foram feitos em diversas universidades internacionais 5, mas apenas recentemente começou-se a investigação sobre a qualidade de vida na população discente universitária brasileira,6,7. Estresse é uma experiência de tensão, irritação onde o organismo reage a componentes físicos ou psicológicos quando há uma situação que provoque medo, excitação ou confusão 8,9,10 .

A expressão qualidade de vida foi empregada pela primeira vez pelo presidente dos Estados Unidos, Lyndon Johnson em 1964, onde "qualidade de vida" refere-se a um movimento dentro das ciências humanas e biológicas no sentido de valorizar parâmetros mais amplos que o controle de sintomas, a diminuição da mortalidade ou o aumento da expectativa de vida 11. O estresse afeta o desempenho escolar quando o individuo não consegue se recuperar e se adaptar ao estressor 12.

Vem crescendo muito as pesquisas relacionadas ao estresse, porém poucas que relacionam com a vida acadêmica1. Durante a vida acadêmica são vários os fatores que podem desencadear uma alteração no desempenho do estudante como vícios, cobrança de professores, hábitos individuais e responsabilidades que o aluno cumpre e que eles alteram o desempenho acadêmico, pois alteram a capacidade de raciocínio, memorização e interesse do jovem em relação ao processo evolutivo da aprendizagem.

Um estudo realizado entre estudantes de medicina caracterizou-se insegurança, baixa auto-estima, ansiedade, pior qualidade, transtornos psicológicos e dentre outros em 65,2% dos alunos sendo fatores estressores a falta de tempo para diversão e a cobrança de professores os mais citados. Também constatou que prevalência em mulheres e que as habilidades individuais sociais como empatia e responsabilidade alteram o resultado9.

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Entre os alunos de enfermagem da 27,9 % dos pesquisados apresentavam aspectos emocionais, alteração da vitalidade e saúde mental com prevalência de depressão sendo que os valores são superiores ao encontrado na população em geral em torno de 5 a 10%13 .

Esse estudo tem por objetivo verificar o quanto os alunos do curso de Fisioterapia da Universidade Cruzeiro do Sul se apresentam estressados, e quais hábitos de vida pré-dispõem para o estresse.

Método

Inicialmente este projeto foi submetido a analise da comissão de ética da Universidade Cruzeiro do Sul e só após aprovação é que demos continuidade ao protocolo. Caracteriza-se por estudo de coorte transversal que abrangeu 188 alunos matriculados regularmente na Universidade Cruzeiro do Sul do curso de graduação em Fisioterapia, dos anos letivos 1º, 2º, 3º, 4º nos períodos matutino, vespertino e noturno. Participaram deste estudo todos os alunos graduandos do curso de Fisioterapia regularmente matriculados no ano letivo de 2006 sendo excluídos os que se recusaram responder o questionário aplicado, e/ou assinar o termo de consentimento livre e esclarecido previamente aprovado pelo Comitê de Ética da Unicsul e alunos que não freqüentes.

Em horário livre e em dias letivos normais, foi aplicado o questionário GHQ 12 General Health Questionnaire9 ,junto do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido de forma coletiva nas salas de aulas da Universidade, sendo que, após a distribuição do instrumento, foram prestados esclarecimentos sobre os objetivos da pesquisa, o anonimato das respostas e a participação facultativa, recolhendo-se os questionários respondidos. Antes da distribuição foram contados quantos alunos estavam na sala e comparado com os alunos matriculados, dado que foi informado pela coordenação do curso. O termo “esclarecido” reforça a condição de que o sujeito da pesquisa apresenta concordância mediante a plena consciência dos fatos.

Foi utilizado um questionário auto-aplicativo, composto de um apêndice, com perguntas gerais sobre sexo, idade, estado civil, vícios e costumes e ano letivo dos

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entrevistados; numa segunda parte, foram aplicados 12 itens do General Health Questionnaire (GHQ–12) ) o questionário tem por objetivo permitir avaliar a severidade de distúrbios psiquiátricos não psicóticos e servir como meio de identificação de casos potenciais destes distúrbios na população geral não clinica. Porém, apresenta a limitação de não especificar o diagnóstico de patologias definidas como depressão ou distúrbios mentais menores e outros, pois estes requereriam um instrumento mais completo. O GHQ-12 foi escolhido por ter validade reconhecida em estudos realizados com amostras compostas por estudantes ou pela população jovem por se adequar ao objetivo dos autores e ser de fácil aplicação, enquadrando-se na quantidade de tempo disponível a esenquadrando-ses.

Redigido na língua inglesa e testado na população britânica, o GHQ-12 foi traduzido para o português e validado para ser utilizado em pesquisas de atenção primária à saúde por Mari e Williams, 1985.

Nas respostas 1 e 2 a escala de pontos é zero e nas respostas 3 e 4 a escala de pontos é 1. Na somatória se dá o escore geral, onde:

• não tem alterações psicossomáticas – 0 a 2 • desconfiança no desempenho – 3 a 4 • estresse psíquico – 5 a 6

• distúrbios do sono ou ansiedade – 7 a 8 • desejo de morte – 9 a 10

• distúrbios psicossomáticos – 11 a 12

Os gráficos e computações estatísticas foram realizados no software R (R DEVELOPMENT CORE TEAM, 2005). Utilizou-se estatística descritiva (média, desvio padrão e porcentagem) bem como o teste de hipóteses utilizado para quantificar o grau de associação entre as variáveis de interesse foi o teste exato de Fisher14,15.

Resultados e Discussão

Dos 246 alunos matriculados, 188 compuseram a amostra. A tabela 1 representa a amostra dos alunos que fizeram parte do estudo.

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Tabela 1. Amostra

2ºA 2ºB 4ºA 4ºB 6ºA 6ºB 8ºA 8ºB total

Matriculados 27 21 41 29 19 26 39 44 246 Amostra 22 17 34 16 16 19 30 34 188 Não presentes 0 0 5 8 0 6 0 1 20 Recusa 5 4 2 5 3 1 9 9 38 Total de exclusão 5 4 7 13 3 7 9 10 58

Dos 188 estudantes 117 (62,23%) não apresentaram nenhuma alteração e 71 (37,76%) apresentaram valores acima do limiar do GHQ-12 (acima do escore 3), indicando distúrbios emocionais, um pouco mais alto do que encontrado na maioria da população que é em torno de 5 a 10% 13,16.

Na Tabela 2 e Figura 1, temos a distribuição dos escores para toda a amostra considerada. Observa-se uma concentração maior para as faixas menores de escore, que vai decaindo conforme o escore aumenta.

Tabela 2. Escore geral conforme amostra

Escore 0-2 3-4 5-6 7-8 9-10 11-12

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Figura 1. Distribuição dos escores para a amostra completa

Estudos semelhantes mostraram sempre uma amostra significante de pessoas estressadas, os acadêmicos de medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro relataram que a maioria dos alunos apresenta estresse 9. Outro estudo sobre residentes de enfermagem que 27,9% dos residentes apresentavam depressão 13,,entre os alunos de psicologia 6 a 20% da amostra acreditavam que estavam passando por eventos estressantes em suas vidas 17, na amostra de acadêmicos de enfermagem achou que 28%% dos respondentes não classificam sua qualidade de vida boa ou muito boa, no Ceará 35,4% dos estudantes de medicina da Universidade do Ceará apresentavam distúrbios emocionais.

Ao analisarmos de acordo com o ano letivo em que os entrevistados se encontravam obtivemos os resultados que demonstram a Tabela 3.

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Tabela 3. Resultado em relação ao ano letivo.

Ano / escore 0-2 3-4 5-6 7-8 9-10 11-12 total

1º ano A 13 (0.59) 5 (0.23) 2 (0.09) 1 (0.05) 1 (0.05) 0 (0.00) 22 1º ano B 12 (0.71) 4 (0.24) 0 (0.00) 0 (0.00) 0 (0.00) 1 (0.06) 17 2º ano A 23 (0.68) 7 (0.21) 4 (0.12) 0 (0.00) 0 (0.00) 0 (0.00) 34 2º ano B 11 (0.69) 2 (0.12) 2 (0.12) 0 (0.00) 0 (0.00) 1 (0.06) 16 3º ano A 12 (0.75) 2 (0.12) 2 (0.12) 0 (0.00) 0 (0.00) 0 (0.00) 16 3º ano B 14 (0.74) 4 (0.21) 1 (0.05) 0 (0.00) 0 (0.00) 0 (0.00) 19 4º ano A 19 (0.63) 8 (0.27) 3 (0.10) 0 (0.00) 0 (0.00) 0 (0.00) 30 4º ano B 13 (0.38) 13 (0.38) 8 (0.24) 0 (0.00) 0 (0.00) 0 (0.00) 34

Constatamos que o 4º ano B, apresentou o maior nível de estresse, com 21 alunos estressados para 31 não estressados, representando uma porcentagem de 61,76% de estressados. Resultados semelhantes de níveis altos de estresse ocorreram na turma do 4º ano A. Figura 2.

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Tal resultado pode-se ter sido dado pelo fato do 4º ano ter a responsabilidade dos estágios práticos, contato com paciente e cobrança maior de professores. Além da preocupação com o mercado de trabalho e participação no Trabalho de Conclusão de Curso. Os alunos do 3 º ano devem já estar ambientados com a Universidade, onde seus fatores estressantes já são recebidos com menos impacto em suas qualidade de vida. Os alunos de medicina do primeiro, 2º e 6º anos apresentaram um maior nível de estresse, onde explica que no inicio do curso os alunos estão se adaptando a um novo estilo de vida e no final do curso a expectativa ao mercado de trabalho9. Nessa pesquisa o 1º ano apresentou um nível de estresse de 63,63% de alunos que referiram estresse. Já para (BAPTISTA 2000) que também avaliou os estudantes de psicologia achou uma porcentagem de estresse em nível moderado como 11,76% no 1º ano, 0% no 2º ano, 7,14% no 3º ano e 13,33% no 4º ano. Para (MATOS E SOUZA 2005), o 3ºano apresentava maior numero de estresse atingindo 51,7% dos estudantes seguidos do 2º e 4º anos.

A amostra apresentou como 153 (80,52%) do sexo feminino e 35 (19,47%) do sexo feminino. O sexo feminino exibiu média maior de níveis de estresse do que o sexo masculino, existindo a diferença na prevalência de morbidade psicológica entre homens (27,03%) e feminino (41,84%). A tabela 4, demonstra o nível de estresse de acordo com os escores.

Tabela 4. Nível de estresse por sexo.

Nível descritivo: 0,2663. Diferença não significante a 5%.

Escore Feminino Masculino

0-2 92 (60.13) 25 (71.43) 3-4 40 (26.14) 5 (14.29) 5-6 18 (11.76) 4 (11.43) 7-8 0 (0.00) 1 (2.86) 9-10 1 (0.65) 0 (0.00) 11-12 2 (1.31) 0 (0.00)

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Diversos autores relatam maior incidência de estresse em populações femininas. Um estudo realizado em escolares que 16% das meninas avaliadas tinham sintomas graves de estresse contra 8% dos meninos18,19. Segundo (FURTADO 2003) dentre uma amostra de 178 estudantes de medicina, mulheres apresentaram uma média mais alta mostrando que são mais suscetíveis às fontes de estresse, percebendo-as de forma mais intensa talvez devido ao comportamento assertivo exibido por mulheres que resulta em resultados negativos, podendo ser uma resposta ao estereotipo conservador a respeito dos papeis sexuais femininos. 20

(MATOS E SOUZA 2005) pesquisadores de uma amostra de acadêmicos de medicina relataram que o sexo feminino demonstrou mais estresse do que o sexo masculino e também menos apoio dos departamentos acadêmicos. Existem três explicações para tal fato: as mulheres podem ser mais susceptíveis ao estresse do que os homens; podem ser mais espontâneas em admitir o estresse ou de fato sofrerem mais estresse do que os homens.

Ao analisarmos a amostra em variável por período, observamos que 102 (54,24%) alunos da amostra estudam no período da manhã, 52 (27,65%) no período da noite e 34 (18,08%) no período da tarde. Detecta-se diferença significativa (a 5%) entre as turmas para o escore geral de estresse com nível descritivo de 0,0125. Nas turmas do período da tarde há uma distribuição homogênea entre os níveis de estresse, enquanto que no período da manhã e da noite, a concentração é maior na faixa de escore inicial (0-2). Isto pode indicar que os níveis de estresse são maiores no período da tarde.

Os alunos do período da tarde são os alunos do 4º ano A, que demonstraram mais estressados quando analisávamos quanto a variável do ano letivo. Tal fato pode relatar não só que o período da tarde é mais estressivo , mas que também esses alunos podem estar com o comprometimento da qualidade de vida pelo fator de estarem no final do curso. Nenhum outro autor pesquisado relacionou a variavel período em suas pesquisas.

Quanto a variavel estado civil analisada no estudo, temos na amostra 15 alunos casados (7,97%) e 173 de alunos solteiros (92,02%). Há uma aparente tendência de que solteiros estão sujeitos a menores escores de estresse. Entretanto, esta tendência não se confirma inferencialmente, não podendo ser generalizada para a população. Nível de estresse por estado civil p=0,3078, diferença não significante a 5%. Uma possível justificativa para

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isto é o fato do baixo número de indivíduos casados na amostra, tornando comparações que envolvam este grupo pouco sensíveis para detectar potenciais diferenças.

(MATOS E SOUZA 2005) entre os estudantes de medicina, os solteiros se demonstraram menos estressados, com a mesma crítica onde os solteiros eram 523 e casados eram 23.

Ao analisarmos a amostra quanto aos hábitos e vícios, verificamos que são 17 alunos que fumam (9,04%) e 171 (90,96%) que não são fumantes, nota-se uma tendência de que não fumantes estejam sujeitos a menores graus de estresse. O nível de estresse por fumante é p= 0,0729, diferença não significante a 5%, mas significante a 10%. Não é uma tendência tão forte quanto a observada para o período, mas também é relevante.

Também verificamos que são 15 (7,97%) os que bebem mais de três vezes por semana, 89 (47,34%) os que bebem menos de três vezes por semana e 84 (44,68%) os que nunca bebem. Notamos um padrão descritivo de que quanto maior a freqüência com que o indivíduo bebe, maiores os graus de estresse aos quais ele vai estar sujeito. Entretanto, provavelmente devido ao pequeno número de indivíduos na categoria que bebe mais de três vezes na semana, não consegue-se detectar essa diferença inferencialmente, p=0,5286, sendo portanto válida somente para esta amostra e não para toda a população.

Nenhum autor de pesquisas parecidas com alunos referiu ter analisado a amostra quanto a análise de fumo e bebidas alcóolicas.

Foi verificado que 38 (20,21%) alunos da amostra praticam atividade física e 150 (79,79%) não são praticantes por mais de três vezes por semana de atividade física por mais de trinta minutos. Notou-se, um padrão muito marcado entre atividade física e graus de estresse. A análise inferencial também descarta esta associação. Nível de estresse por atividade física p=0,2358.

Diferente de (BALIEIROS 2005), que em seu estudo observou que alunos que praticam atividades físicas mais de uma vez por semana mostrou-se menos estressados.

Os alunos trabalhadores que são 75 (39,89%) da amostra pesquisada se mostraram levemente mais estressados que os alunos que não trabalham que são 113 (60,10%), mas esta

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diferença estatistica não foi significante com valor de p= 0,4670 , sendo válido somente para esta amostra.

Na variável religião não nota-se um padrão muito marcado entre religião e graus de estresse entre os 89 (47,34%) alunos que praticam ativamente uma religião e os 99 (52,65%) alunos que não praticam, o nivel de estrese não foi significante, p= 0,7831 .

O presente estudo não teve intenção de esgotar a temática. Acreditamos que muitos desdobramentos das evidências aqui encontradas poderão ser mais discutidos.

Algumas limitações deste trabalho podem ser citadas, como a dificuldade de alguns alunos devolverem o questionário preenchido fazendo com este sejam incluso no critério de exclusão, principalmente os alunos do 4º ano que ficam separados por pequenas turmas onde não se conseguiu aplicar o questionário de forma coletiva sendo que era necessário o retorno do questionário entregue pessoalmente o que não ocorreu com todos.

Assim após analisarmos a qualidade de vida dos alunos graduandos do Curso de Fisioterapia da Universidade Cruzeiro do Sul, identificamos que a prevalência de distúrbios psicológicos na amostra foi de 37,76% (n=71) sendo que 0,01% (n=1) apresenta desejo de morte e 0,02% (n=2) apresentaram distúrbios psicossomáticos. As mulheres apresentaram um nível de estresse maior do que os homens compondo 49,29% (n=35) do grupo dos estressados. O ano letivo que mais apresentou estresse foi o 4º ano B com 21 alunos estressados para 31 não estressados representando uma porcentagem de estressados em 61,76%. Nessa amostra os solteiros apresentaram-se com melhor qualidade de vida demonstrando níveis de estresse menores que os casados. Também os que estudam no período vespertino e os que os que fumam mostraram-se mais estressados. Nas variáveis praticantes de atividade física e religião não foi notada diferença marcante que difere os alunos. Já os alunos trabalhadores são levemente mais suscetíveis aos estressores, assim como quanto mais o aluno bebe mais o estresse o acomete. Estes dados sugerem que o curso de Fisioterapia, associa-se a uma alta prevalência de estresse nos estudantes e as variáveis que mais apresentaram alteração da qualidade de vida foram: sexo feminino, estado civil casado, alunos do 1º e 4º anos, período vespertino, alunos trabalhadores, que fumam e que bebem mais de três vezes por semana.

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É importante lembrar que os níveis de sintomatologia depressiva não podem ser considerados como transtornos ou episodio depressivo, já que há necessidade de uma avaliação mais completa para tal julgamento, além da presença de sintomas específicos por mais de duas semanas consecutivas, segundo critérios da American Psychiatric Association (1994). Porém estes resultados são preocupantes, já que esta porcentagem de alunos com sintomatologia depressiva pode ser considerada expressiva, no que tange às conseqüências que a sintomatologia depressiva pode significar para os sujeitos. Conclusão: A prevalência de distúrbios psicológicos nos estudantes de fisioterapia foi de 37,76% , O ano letivo que mais apresentou estresse foi o 4º ano B representando uma porcentagem de estressados em 61,76%. As mulheres apresentaram um nível de estresse maior do que os homens. Nos solteiros os níveis de estresse foram menores que nos casados. Os alunos que fumam, bebem ou trabalham são mais susceptíveis ao estresse.

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Autores

Autor responsável: Drª Jamili Anbar Torquato Rua Prof. Dr. Ussiel Cilirilo, São Miguel Paulista, SP Fone: 98188839

Email. jamilianbar@yahoo.com

1-Jamili Anbar Torquato

Doutora em ciências da Saúde pelo departamento de Patologia da Faculdade de medicina da USP. Coordenadora do curso de Pós Graduação em Fisioterapia Cardiorrespiratória e Hospitalar e docente do curso de graduação da Universidade Cruzeiro do Sul, Fisioterapeuta do ICHC-FMUSP.

2- AndreiaGrigório Goulart

Especialista em Fisioterapia Respiratória pelo ICHC-FMUSP

3-Patricia Vicentin

Fisioterapeuta formada pela Universidade Cruzeiro do Sul 4- Uesley Correa

Fisioterapeuta e Pós-Graduando do curso de Fisioterapia Cardiorrespiratória e Hospitalar Universidade Cruzeiro do Sul.

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Figura 1.  Distribuição dos escores para a amostra completa
Figura 2. Gráfico estatístico de escore:

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