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Psicologia das crises e das catástrofes: O importante papel de factores cognitivos e afectivos na percepção de risco de terrorismo

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PSICOLOGIA DAS CRISES E DAS CATASTROFES:

o IMPORTANTE

PAPEL

DE FACTORES COGNlTlVOS E AFECTIVOS NA

PERCEPCAO

DE RISCO

DE TERRORISM0

Patricia Arriaga,* Nelson F6lix & Eduardo Ulrich

0 terrorismo 6 um fenbrneno multifacetado e, por essa razio, n i o existe uma teo- ria h i c a capaz de explicar por completo as adividades terroristas (Canter, 2009). Embora uma defini~io tamb6m n i o contemple as particularidades das v6rias for- mas de terrorismo (e.g., dom6stic0, internacional, terrorismo de estado, transna- cional), 6 consensual que envolve actos praticados contra um govern0 ou classe dominante, corn a intens20 de gerar inseguransa nos dirigentes politicos e o medo da popula$c3o civil, com o propbsito de abalar as estruturas do estado social vi- gente (Fblix, 2004).

i

igualmente consensual que as principais motiva~6es sio a manifestasso de perspectivas politicas, ideolbgicas ou religiosas, corn o intuit0 de protestar contra as politicas vigentes de mod0 a obter mudangas sociais elou econbmicas. E 6 central para a maioria das oryaniza@es terroristas que a percepsio de ameasa assuma prioridades que se posicionem acima de outras preocupag6es so- ciais e politicas (Breckenridge & Zimbardo, 2007; Richardson, 2006). 16 em 1987, na Declaragso de Geneva sobre o Terrorism0 (Nations, 1987) foi destacado que a caracteristica distintiva do terrorismo 6 o Medo. Para maximizar a crise em torno desta ameasa phblica, OS alvos dos terroristas sZo geralmente civis, desenvol- vendo-se a ideia de que qualquer cidadio 6 um alvo potencial (Breckenridge &

Zimbardo, 2007).

Actualmente a literatlrra em torno dos efeitos psicolbgicos e compottamentais do terrorismo 6 abundante (DiMaggio & Galea, 2006). A investiga~io nesta .ha tern procurado identificar o vasto conjunto de determinantes psicol6gicos das respos- tas individuais face a este tipo de ameaga, o que inclui factores afedivos, cogniti- vos e socio-demoyr6ficos.

Em termos da percep(20 de risco, a literatura tem evidenciado que as estimativas de risco tendem a ser sobrestimadas se o evento tiver causas "n5o naturais", for involunt5ri0, imposto, n5o familiar e desconhecido; se for considerado moralmente "errado" e injusto; se OS perpetradores tiverem sido bem sucedidos no passado e

7 'Centrooc Invcsliga@oe lntcrvcn@o Soc'al (C's-ILLIISCTE IUL).Acorrespond6nriarcbt;va a cstcaNigo

d e v r r i scr cnv~ada par,?: Patriita Arriaga, Ccntro dc l n ~ c s t ga@o e ln$rvm(ao Soc~al (Cis-IULI ISCTL- L).

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n2o forem de confianga; se as potenciais consequ@ncias negativas forem incertas, catastrbficas, irreversiveis e raras; e se for alvo de bastante divulga@o pelos media (para uma revis20 ler Slovic, 2000). Todos estes factores podem explicar em parte as raz6es pelas quais o terrorismo tende a ser considerado mais assustador e so- brestimado em termos de risco, quando comparado com outras catistrofes.

A investigag20 tem tambem mostrado que as ac@es percebidas como tendo in- teng6es malc5volas - como no caso das acg6es terroristas

-

tendem a exercer um forte impact0 emocional. Por exemplo, Norris e colaboadores (2002), ao reverem as consequ@ncias psicolbgicas de vitimas de 102 desastres e catistrofes, verifi- caram que as vitimas de violhcia de massas tendem a apresentar sintomas de depress20 e a desenvolver perturbaqjes de ansiedade (e.g., stress p6s-traumitico) com maior severidade, por comparag2o com vitimas de desastres naturais ou tec- nolbgicos (Norris, Friedman, & Watson, 2002; Norris, Friedman, Watson, et al., 2002). Existe, no entanto, uma grande variabilidade de respostas individuais face a eventos traumiticos, sendo OS mais vulnerbeis os individuos que j i foram diagnos- ticados com perturbag6es mentais, as criangas mais novas e os idosos (Beutler, Reyes, Franco, & Housley, 2007; Cohen, Chazan, Lerner, & Maimon, 2010; Norris, Friedman, Watson, et al., 2002). Fredrickson, Tugade, Waugh e Larkin (2003), por outro lado, ao analisarem o estado emocional dos cidad2os americanos no inicio de 2001 e poucas semanas ap6s OS atentados do 11 de Setembro, verificaram que houve um aumento no relato de emog6es negativas (com predominio da rai- va, da tristeza e do medo), mas tambem um maior relato de emog6es positivas (e.g., gratidio p.elas vidas poupadas, aumento da intensidade de afecto positivo para com amigos e familiares). 0s autores verificaram ainda que a frequhcia de emog6es positivas reportada se mostrou positivamente associada

h

resilihcia dos inquiridos, enquanto as emog6es negativas apresentaram uma relagio negativa com a resilihcia, o que levou OS autores a concluir sobre a importhcia de factores individuais, e das emocbes em particular, no mod0 como se lida com situa@es traumiticas como o terrorismo.

Embora a pesquisa acerca do terrorismo se tenha centrado fundamentalmente em comunidades que se caracterizam por intensos conflitos politicos ou por terem sido vitimas directas de atentados terroristas (Lev-Wiesel, AI-Krenawi, & Sehwail. 2007; Schuster etal., 2001), o papel que OS meios de comunicagio t@m desempe- nhado na difus2o desta problemitica tem contribuido para o crescente interesse 8

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em torno dos efeitos negativos indiredos desta problemhtica nos cidadios por todo o mundo, ao qual Portugal niio 6 alheio. A difuszo massiva dos trigicos even- tos que sucederam no 11 de Setembro teve igualmente um impact0 emocional significativo no cidadso, que se estendeu para a l h dos envolvidos directamente. 0 nbmero de viagens akreas reduziu abruptamente, OS mercados financeiros res- sentiram-se e a opinizo prjblica em relac50 ao govern0 sofreu mudancas significa- tivas em alguns paises (Fischhoff, Gonzalez, Lerner, &Small, 2005). Realce-se por exemplo o efeito dos atentados terroristas em Madrid nos resultados eleitorais e subsequente politica estrangeira (cf. Breckenridge & Zirnbardo, 2007).

A forma, muitas vezes gratuita, como as noticias sobre estes eventos sio divul- gadas tern mostrado exercer um forte impado emocional. Huddy e colaboradores (2003). por exemplo, verificaram que os individuos com maior consumo de tele- vis2o (TV) eram os que reportavam maiores reacg6es psicol6gicas adversas. Num estudo conduzido em Israel, Keinan, Sadeh, e Rosen (2003) mostraram igualmente que uma maior exposigiio 2 cobertura televisiva dos atentados se associou a um aumento dos sintomas nesta populag2o.

De urn mod0 geral, a investiga~io tem mostrado que v6rios processos psicol6gicos, como a aten~iio e a membria, tendem a dar prioridade a eventos negativos com forteintensidade emocional,(Baumeister, Bratslavsky, Finkenauer, & Vohs, 20011, o que pode explicar, em parte, o faao de OS media explorem o terrorismo para au- mentar as audigncias, proporcionando ao pGblico noticias dramkticas e violentas (Keinan, et al., 2003)..Aliis, a relac50 "simbibtica" entre OS mediae o terrorismo tem sido destacada por muitos autores (Keinan, et al., 2003), j6 que OS terroristas t a m b h aproveitam OS meios de comunica@o social para expor a causa, divulgar OS seus interesses, fazer exiggncias, e induzir o medo no prjblico em geral. Embora Portugal n8o tenha sido alvo de atentados terroristas na irltima decada, a realidade 6 que atravk dos meios de cornunicaciio social OS portugueses recebem informac50, nZo apenas sobreatentados que ocorrem mundialmente, mas tamb6m de que o nosso Pais tem sido usado por parte de organizag6es terroristas como 10- cal de prepara~iio para ados terroristas. Ameacas de atentados aos estados mem- bros ocidentais t@m sido divulgadas, pelo que 6 veiculada a ideia de que Portugal poder6 ser alvo de terrorismo. De acordo com o Relatbrio da Europol (Europol, 2009), a ameaca de terrorismo isl3mic0, separatista e de grupos esquerdistas e

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anarcas permanece uma preocupagio para OS Estados membros, embora tenha reduzido o n h e r o de atentados de 2007 para 2008 em 24%. De qualquer modo, em 2008, foram reportados 515 atentados terroristas em sete estados membros da UniZo Europeia (~ustria, Fransa, Grkia, Republics da lrlanda, ltilia, Espanha e Reino Unido) e confirmada a presenca de bases da ETA em Portugal. Mirio Mendes, secret6rio-geral do Sistema de Seguransa Interna, referiu em entrevista ao Di6rio de Noticias a 9 de Maio de 2010, que o terrorismo

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uma ameasa real para todo o mundo 2 qual Portugal n i o esti imune.

Neste sentido, ap6s OS atentados terroristas que sucederam nos Estados Unidos ( l l de Setembro de 2001), em Madrid (1 1 de Marso de 2004) e em Londres (7 de Julho de 2005), surgiu o interesse em identificar algumas das variiveis psicol6gicas preditoras da percep~so dos Portugueses sobre o risco de terrorismo (Estudo I), bem como os processes explicativos da rela@o entre as emogbes desencadeadas pelos atentados e a percep~io de risco (Estudo 2).

ESTUDO 1

0 Estudo 1 centrou-se na identificacio de vari6veis individuais preditoras da per- cep@o do risco para o pr6prio e para outra pessoa da mesma nacionalidade, sexo

e idade. A percepcio de controlo e o grau de confian~a institutional, podem, na opiniio de alguns autores, desempenhar um importante papel no mod0 como percepcionamos o risco (Anderson, 2008; Finucane & Holup, 2005). 0 locus de controlo reflecte Q grau de controlo que a pessoa cr6 ter sob OS eventos, i.e., em que medida acredita que OS eventos poderio estar sob o seu controlo (locus de controlo interno) ou sob o controlo de fadores externos (locus de controlo externo), podendo o resultado ser decorrente da sorte, do destino, do acaso, ou resultantes da accio de outras pessoas ou instituiq5es poderosas (Rotter, 1966).

E possivel que o locusde controlo possa estar associado ao mod0 como habitual- mente percebemos a incerteza e o risco (Anderson, 2008), sendo esperado que um locus de controlo externo, independentemente do controlo ser exercido por outros poderosos ou devido a factores como a sorte ou o "destino", se mostre associado a uma maior percepgio de risco. A literatura tambem sugere que a percep@o de risco se mostra associada ao grau de confianca que OS cidadios depositam nas institui@es responsiveis por diminuir ou controlar o risco (Finucane & Holup, 2005). Deste modo, enquanto potenciais preditoras, foram avaliadas as seguintes 10 V i S( tu dl W P; al Pi si te al PI PI P' C( a1 UI Ol In re S1 P' ri: fc t€ a! 0 Si it. t l f2

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variiveis: o locu5de controlo, a f r e q u h i a de exposi@o aos meios de comunica(?io social, a confian~a institutional e a confian~a nas medidas de seguranp que Por- tugal tern vindo a adoptar face ao terrorismo, a idade, e o conhecimento directo de vitimas.

Participaram 381 individuos de ambos OS sexos no Estudo 1, tendo uma media aproximada de 30 anos de idade (M = 29.93; DP = 10.28).

Para avaliar a percepgzo de risco OS participantes foram solicitados a estimar a pos- sibilidade de sete acontecimentos especificos (entre OS quais "Sofrer um atentado terrorista") sucederem a si pr6prio e a uma pessoa do mesmo sexo e idade. OS itens apresentavam um formato de resposta de 7 pontos que variava entre 1 ("Nada provivel") e 7 ("Extremamente prov6vel"). Avaiiou-se a percepsio de risco para o pr6prio e para outra pessoa, pelo facto de a literatura mostrar que a maioria das pessoas considera as suas hip6teses de vitimiza@o menores quando se compara com uma pessoa que apresente caracteristicas semelhantes, especialmente para acontecimentos negativos futuros menos familiares, como 6 o caso particular de um atentado terrorista. Este fen6meno tem sido designado enviesamento optimists ou optimism0 irrealista (Weinstein, 1980), percepigio de imunidade pessoal ou de invulnerabilidade irnica (Perloff & Fetzer, 1986) e, apesar de n i o ser objedo de inte- resse para o presente estudo, as anilises efeduadas permitiram confirmar este pres- suposto para todas as situag6es de risco em avalia@o: a percepgso de risco de outra pessoa vir a ser alvo de um inforthio foi efectivamente superior A percep@o do risco do pr6prio ser vitimizado em todos OS eventos apresentados. 0s participantes foram ainda inquiridos acerca do conhecimento directo de.vitimas dos atentados terroristas, pelo facto de ser esperado que o contado com outras vitimas se mostre associado a uma maior percep$?io do risco

(cf.

Greening, 1997).

0 locus de controlo foi avaliado atraves da versio portuguesa (Relvas, Serra, Saraiva, & Coelho, 1984) da escala multidimensional de locus de controlo ("IPC

-

Internal, Powerful others, and Chance"; Levenson, 1973). A IPC apresenta 24 itens (formato de resposta que varia entre 1 = "Discordo de maneira muito acen- tuada" e 6 = "Concordo de maneira niuito acentuada") e avalia OS seguintes tr@s factores (oito itens cada): Internalidade, correspondente A expectativa de controlo

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pessoal sobre os eventos (e.g., "Nio conseguir ou n i o a vir a ser um chefe (lider) depende principalmente das minhas aptid8esn); e dois factores de ~xternalidade: Outros Poderosos (e.g., "Tenho a sensagio que o que acontece na minha vida 6, em grande parte, determinado por outras pessoas poderosas") e Sorte (e.g., "Em grande parte a minha vida 6 controlada por factores acidentais"). Anilise das qualidades psicom6tricas evidenciam que "Outros Poderosos" e "Sorte" avaliam aspectos comuns - ambos reflectem uma crenga num locus de control0 externo -, e s5o relativamente opostos

h

lnternalidade.

Tendo por base a investigagio que mostra a importhcia dos meios de comuni- cagio social na formagio de crensas e julgamentos sociais (para uma revisio, ler Nabi & Oliver, 2009), procurou-se determinar o nfimero de horas que o participante despendia a ver TV, num dia de semana e num dia de fim-de-semana; solicitou-se ainda o patticipante a estimar a quantidade de informagio a que esteve exposto relativamente

4

temitica do terrorism0 isl2mico nos distintos meios de comunica- gio social (e.g., TV; r6dio; internet). A avaliagzo destas vari6veis teve por base a teoria e investigagio que tem evidenciado que a apresentagio repetida de actos e ameagas de terror nos media tende a activar processes cognitivos e emocionais que podem ajudar a criar uma percepgio desproporcionada de risco e de vulne- rabilidade. Pelas caracteristicas especificas deste tip0 de informagio negativa, a atengio phblica 6 captada com maior facilidade e a percepgio de um maior risco de futuros atentados 6 ampliada devido a heuristicas afectivas e cognitivas (para revisio, ler Breckenridge & Zimbardo, 2007).

Foi ainda avaliado o grau de confianga em 14 instituigdes nacionais (e.g., "Policia Judiciiria") e em quatro internacionais (e.g., "OrganizagSo do Tratado do Atlantic0 Norte") atraves de um formato de resposta de 5 pontos ( l ="Nenhuma confianga" a 5="Muita confianga"). Por fim, avaliou-se a confianga nas medidas Portugueses de seguranga antiterrorista atravks de quatro itens (a=.%; e.g., 'A Unidade de Coordenasio Antiterrorista Portuguesa ser6 capaz de antecipar um atentado em Portugal"), num formato de resposta de 8 pontos ( l ="Extremamente improv6vel" a 8="Extremamente prov6vel"). RESULTAI A an6lise I de outra p anilises d~ em virtude variiveis c camente SI hecimento externo

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(r2ajust = se relevan posigio 3 . preditor cc direct0 cot que a expc evento tral crenga de sobressai~ com o con perior qua estSo sob Este resull cepgio de de realgar de outra I teoria da I mais tern[ rodeia - e crengas - modo, a : percep$~f muito red se consid1 junto (Sh< que a vai

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RESULTADOS E DISCUSS~\O

A anilise dos preditores da Percepgio de risco (i.e., possibilidade de o pr6prio e de outra pessoa serem vitimas de um atentado terrorismo) foi efectuada mediante anilises de regressio linear mirltipla (ARLM), recorrendo-se ao metodo Stepwise, em virtude de se tratar de uma an6lise explorat6ria relativa ao poder preditivo das variiveis em estudo. Apenas as variiveis que evidenciaram correlag6es estatisti- camente significativas entraram na equagio. 0 s resultados mostraram que o con- hecimento diredo de vitimas de atentados (P=.20) e um maior locusde controlo externo (p=.21) sao preditores da percepgzo de risco do pr6prio sofrer um atentado (r2ajust = .05). Quanto

A

percepszo de risco quando o alvo 6 o outro, mostraram- se relevantes o conhecimento de vitimas de atentado (P=.18), o tempo de ex- posigso A TV (@=.l 6), e o locus de controlo externo (P= . l 1). r2,,,,, = .07. Assim, o preditor comum da percepgio de risco de terrorismo (pr6prio e outro) 6 o contacto diredo corn vitimas de um atentado. Este resultado 6 compreensivel se pensarmos que a experihcia pessoal e um maior envolvimento com as consequhcias de um evento traumitico podem torni-lo mais concreto e ima-gin6vel e aumentar a nossa crensa de vulnerabilidade (cf. Greening, 1997). Em conjunto com esta variivel, sobressaiu como preditor o locusde controlo externo, sugerindo assim, que a par corn o contacto direct0 com vitimas, a percepgao do risco para os inquiridos 6 su- perior quanto rnaior for a crensa individual e generalizada de que os eventos n i o estio sob o seu controlo, mas sio imprevisiveis e resultantes de factores externos. Este resultado evidencia a importzncia desta variivel individual, ao nivel da per- cep~iio de risco de urn fen6meno extremo como 6 o caso do terrorismo. Por fim, 6

de realgar que o tempo de exposigio

A

TV t a m b h mostrou ser preditor da percepgio de outra pessoa ser alvo de urn atentado. Este resultado esti de acordo com a teoria da cultiva@o de crencas, que sustenta que os espectadores que despendem mais tempo a ver TV sio os que t@m maior probabilidade de ver o mundo que os rodeia - em termos de imagens, de valores, de representa@es, de ideologias e de crengas - atraves desse rnesmo prisma (Shanahan & Morgan, H99). De qualquer modo, a associagio entre a exposigio .i TV e o desenvolvimento de determinadas percepg6es e crengas acerca do mundo, embora significativa, 6 habitualmente muito reduzida (.10), sendo que os valores tendem a variar ligeiramente quando se considera a importhcia de outras variaveis individuais e situacionais em con- junto (Shanahan & Morgan, 1999). No plesente estudo, verificou-se igualmente que a varizncia explicada das variaveis preditoras foi extreniamente reduzida e

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com pouco poder explicative da percepg20 de risco, sugerindo a necessidade de investigar outros factores para predizer julgamentos desta natureza.

: . , . . . , , .. ..

Por fim; em termos de confianca institucional, verificou-se, de um modo geral, que os inquiridos depositammaior confianca nas instituis6es internacionais do que na- cionais. Quanto 2 confian~a nas politicas e medidas de seguranca antiterroristas, a rnaioria reporta uma baixa confianca em geral, sendo que mais de 77% considera improvivel que a unidade de coordenac2o antiterrorista Portuguesa seja capaz de se preparar e antecipar um atentado em Portugal, 80% dos inquiridos pensa que Portugal n2o t e r i sucesso nas medidas que tem vindo a adoptar no combate ao terrorismo; e 64% n2o considera que a seguranca em Portugal tenha melhorado significativamente como resultado dos atentados terroristas nos outros pafses. A

nfvel explorat6rio foram ainda analisados os preditores da Confianca nas medi- das de seguranca antiterrorista. A anilise de regress20 efectuada evidenciou tr@s preditores: a confian~a institucional', P=.43, t (377)=9.10, p 1.001, o locus de controlo externo, p=.16, t(377)=3.30,~ <.01, e o tempo de exposic20 TV,

P=

.11, t (377)=2.31,p.<.05. No conjunto, estes t r h preditores explicam 25% da varisncia da confianp e sugerem que quanto maior a confianca em instituic6es portuguesas e internacionais, maior o locusde controlo externo, e maior o tempo de exposi@o 2 TV, mais elevada 6 a confianca nas medidas de seguranga contra o terrorismo. Foi interessante, por esta raz20, constatar que apesar de o locus de controlo externo e o tempo de exposi~2o

A

TV serem preditoras de uma maior per- cep@o de risco, s5o igualmente factores importantes para uma maior confianca nas medidas de seguranga antiterrorista em Portugal.

ESTUDO 2

Num segundo estudo, a importi3ncia de variiveis de natureza contextual e afebiva. como as emo@es negativas decorrentes do confront0 corn eventos trigicos desta natureza, foram tidas em considerac20 e analisado o seu contributo para a per- cepg2o de risco.

14 I

lnicialmente foram colocadas na equa@o como dois factores distintos, a confian~a nas institui~ijes internacionais e nacionais; p o r h atendendo .i forte correla@o entre ambas, r(377)=.62:p < ,001, decidinlos reagruph-las e efectu6mos a an6lise de regressao com a introdu@o na equarJo de uma nova varikel: a Confian~a institucional.

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Desde inicios da d6cada de oitenta que as teorias de processamento de informa- $20 t6m vindo a realgar a importante relagio entre afedo e cognigao, evidencian- do, por urn lado, que os estados afectivos desempenham uma importante fungio "informativa", ao determinar a valhcia e o contefido dos julgamentos e, por outro lado, um efeito no modo de processamento, afedando as estrat6gias usadas no processamento de informagio (cf. Forgas, 2009). As emogees tendem assim a ser um poderoso factor determinante das cognig6es. embora os seus efeitos no com- portamento sejam rnuitas vezes dificeis de prever (Burkitt, 2005).

Em relagao aos julgamentos de risco, existe actualmente um nirrnero consider6vel de estudos que mostram que estas estimativas sio fortemente influenciadas pelos estados afectivos (e.g., Henriques & Lima, 2003; Holtgrave &Weber, 1993; John- son & Tversky, 1983; Lerner, Gonzalez, Small, & Fischhoff, 2003a, 2003b; Loewen- stein, Weber, Hsee, &Welch, 2001; Slovic, Finucane, Peters, & MacGregor, 2002; Small, Lerner, & Fischhoff, 2006). De um mod0 geral, os estados afedivos nega- tivos tendem a activar pessimismo, mesmo quando o evento que desencadeou a emogao n3o est6 associado ao risco avaliado (Johnson & Tversky, 1983). No entanto, a investigagso mais recente tem destacado a importsncia de diferenciar o tip0 de emogio, atendendo a que algumas emog6es negativas especificas, como por exemplo a raiva, se mostram associadas a optimisrno (Lerner & Keltner, 2000, 2001). Numa revisao da literatura, Schwarz (1990, p. 553) conclui que os efeitos cognitivos decorrentes de uma emogio especifica podem ser preditos tendo por base a anhlise do significado da estrutura que est6 subjacente a essa ernogso. Deste modo, a influhcia de uma emo$so especifica em julgamentos subsequentes deve corresponder ao padr5o.de avaliagio que caracteriza essa emo@o. 0 s resul- tados da investigagso de Lerner e Keltner (2000,2001) poderio ser explicados, se tivermos em considera@o que a raiva esth associada a percepg6es de seguransa, certeza e controlo individual; por contraste, o medo, nZo apenas decorre de situa- gees percebidas como muito incertas, como tamb6m evoca pensamentos de in- seguranga e uma percepgso de controlo situacional, sendo estes fadores centrais para uma maior percepgZo de risco.

Neste sentido, para al6m da avaliagio global da val@ncia emocional (estado nega- tivo vs estado positivo) considera-se importante investigar os efeitos dos estados emocionais, diferenciando o tip0 de emogio.

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NO que diz respeito aos efeitos das emoc6es na percepcio de risco de terrorism0 em particular, Lerner e colaboradores (2003a) verificaram que o medo contribuiu para aumentar as estimativas de risco e a percep~io de necessidade de efeduar medidas de prevenc20, enquanto que a raiva teve efeitos opostos, i.e., mostrou-se associada a uma menor percepgio de risco. 0s autores verificaram ainda que a rai- va contribuiu para maiorsuporte de medidas politicas punitivas, enquanto o medo se mostrou mais associado a politicas conciliat6rias e percepgio da necessidade de investimento em medidas de prevensio. Numa linha de pesquisa semelhante, Huddy, Feldman, e Cassese (2007) investigaram a distinsio entre a raiva e a ansie- dade relativamente

A

percep@o de risco e suporte 4 guerra no lraque. Enquanto a raiva se mostrou associada a menor percepgio de risco e maior suporte

i

guerra no lraque, a ansiedade mostrou uma relagio oposta, i.e, associada a maior per- cepgio de risco e menor suporte A guerra.

>

Para alemda diferenciacio entre estas duas emos6es bisicas, pareceu-nos rele- vante ter em considera@o a tristeza, por tamb6m ser uma e m o ~ i o muito expe- rienciada em eventos trigicos desta natureza (e.g., Fredrickson et al., 2003). A

investigaqio mostra que quer o medo quer a tristeza estio associadas tipicamente a incerteza, enquanto a raiva se associa a um maior percepcio de certeza nos julgamentos (Ortony, Clore, & Collins, 1988). DeSteno, Petty, Wegener, e Rucker (2000) verificou ainda que a indueio de raiva contribuiu para que os participantes acreditassem que OS eventos associados a situa~6es de raiva tinham maior proba- bilidade de ocorrer do gue eventos tristes; por contraste, a indu@o de tristeza contribuiu para estimativas superiores de eventos tristes. 0s autores verificaram ainda que estes resultados estavam relacionados cam os indicios fornecidos pelo estado emocional, ou seja, anilises de mediae20 evidenciaram que a raiva con- tribuiu para julgamentos de que o mundo 6 um lugar gerador de raiva, o que, por sua vez, influenciou as estimativas de ocorr6ncia de eventos indutores de raiva; de mod0 congruente com o estado afectivo, a tristeza contribui para adivar a crensa de que o mundo 6 depressivo e, por sua vez, esta percepqio afedou os julgamentos sobre a ocorrhcia de futuros eventos tristes. Este estudo evidencia a importhcia da compreensio dos mecanismos psicoi6gicos da relagio entre os estados afedivos e os julgamentos de risco, para al6m da diferenciacio do papel de diferentes emo@es negativas na percep~so de risco.

Como foi t situag6es c emo@es Vi possam ta que experi das vitima: respostas ! emo@es e Tendo por sustentam pessoa) e a posi@o tendem a dade de c' cupa@o ( tratando-! pessoa" rl enquanto Batson (1 Atendenc ca@o par o seu pal METOD A amost preendic tureza e distribui especific mediant cri@o p fizessen de seis

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Como foi atr6s mencionado, a investiga~fio tem mostrado que o confront0 com situag6es de extrema viol6ncia e percebidas como injustas tende a desencadear emog6es variadas e de forte intensidade - na maioria negativas, embora as pessoas possam tamb6m sentir alivio e gratidao por n i o terem sido vitimas. Mas ser6 que experienciamos estas emo@es porque nos identificamos corn o sofrimento das vitimas, elou porque receamos ter o memo destino? E em que medida estas respostas se associam i percepcio de risco e permitem explicar a relacfio entre as emo@es e as estimativas de risco?

Tendo por base a Teoria do Mundo Justo, van Zomeren e Lodewijkx (2005,2009) sustentam que a identificagao com o sofrimento da vitima (identificagfio com a pessoa) e a identificagio com a situagao ou o destino da vitima (identificagfio com a posigio da vitima) sio dois processes relativamente distintos de identificagio que tendem a regular sentimentos de ameaca quando o individuo n i o tem a possibili- dade de culpqr a vitima. A "identificacio com a posigio" corresponde a uma preo- cupagio cop-a possibilidade de o destino da vitima tambem ocorrer ao pr6pri0, tratando-se assim de uma preocupagio auto-centrada; e a "identificagfio com a pessoa" remete para uma ligacio psicol6gica corn o sofrimento (injusto) da vitima enquanto pessoa, sendo muito semelhante ao conceit0 de empatia proposto por Batson (1 998).

Atendendo i investigagio que mostra a importhcia destes mecanismos de identifi- ca@o para lidar com situac6es de viol6ncia extrema, foi testado no presente estudo o seu papel mediador da relacfio entre as emag6es e a percepcfio de risco.

A amostra do Estudo 2 6 constituida por 105 participantes, com idades com- preendidas entre OS 18 e OS 42 anos (M=23.15 e DP=45). Este estudo, de na- tureza experimental, procurou induzir estados emocionais negativos, atraves da distribuicao aleat6ria dos participantes por uma de tr6s condig6es de emo@es especificas: tristeza, medo ou revolta. A manipula@o experimental foi efeduada mediante as seguintes dois procedimentos: (1) solicitou-se ao participante a des- cricfio por escrito de aspedos que se relacionassem com o terrorism0 e que lhes fizessem sentir a emogio alvo (d. Lerner, et al., 2003a); (2) exposicio a um video de seis minutos de duragio, com excertos de document6rios televisivos sobre os

(13)

atentados terroristas que ocorreram nos E.U.A., em Madrid e em Londres. 0 video que pretendeu induzir o medo continha mensagens que incidiam no perigo ainda actual do terrorism0 (e.g.. "a ameasa continua a existir, 6 real, nso nos afecta s6 a n6s, afecta todos OS paises europeus

. . .

e ningubm sabe quem serh o pr6ximo") e na ineficicia ou dificuldade dos diversos paises, incluindo Portugal, em impedir a ameaca. 0 video que pretendeu induzir a revolta continha imagens de terroristas com mensagens de incentive ao 6dio e

A

vinganga contra o ocidente, bem como de manifesta~des de prazer perante os infortlinios dos "Ocidentais". 0 video da tristeza focou o pesar e tristeza das vitimas e a destrui~so (e.g., embate dos avides no World Trade Center e Pentigono; explosdes na estacso de Madrid). Cada video foi editado com a inclusio de um tema musical especifico, tendo este sido seleccionado de acordo com o estado emocional que se pretendia induzir: "Threnody to the victims of Hiroshima" de Pederecki para induzir o medo; 'Wdigio for Strings" de Samuel Barber para induzir a tristeza; e "Marte, o Mensageiro da Guerra" de Holst para induzir a raiva (Henriques & Lima, 2003; Mayer, Allen, & Beauregard, 1995).

/-

Ap6s esta manipula@o, os participantes foram solititados a reportar o seu estado emocional e, em seguida, foi avaliada a identifica~io com a posi~iolpessoa da vitima e a percepgso de risco (d: Estudo 1).

0 estado emocional foi avaliado atraves de relato subjectivo, solicitando-se o par- ticipante a reportar o mod0 como se sentia no momento, em rela@o a um con- junto de estados afectivos (16 itens; format0 de resposta de oito pontos, 1 = "Nio sinto a emocio minimamenter'a 8 = "Sinto a emogso com muito mais intensidade que antes") (d. Lerner, et al., 2003a). Resultados de uma anilise exploratbria em componentes principais2 permitiram agrupar os itens que medem as trgs emogdes- alvo: Raiva (6 itens: enraivecido, furioso, encolerizado, irritado, revoltado, irado;

a=.93), Medo (4 itens: assustado, amedrontado, aterrorizado, nervoso; u=.91) e

Tristeza (6 itens: triste, desgostoso, com o "cora<io partido", deprimido, preocu- pado, desanimado; u=.87). Com o intuito de dar continuidade ao estado emocio- nal induzido, o relato das emogdes, a identificaczo com as vitimas e a percep@o de risco foram efectuados enquanto os participantes ouviam o excerto musical do video a que foram expostos (d. Henriques & Lima, 2003).

18 2

Foi efectuada uma an6lise em componentes principais cam rota@ ortogonal (varimax) forcando-a a tr@s dimensees e exigindo urna saturasao factorial, para cada item, igual ou superior a 50.

Para n tos p0 avalia~ h iden o mes famili: envoh familiz mod0 RESUl Numa sido b Tristei ciaran intera foi a c a Tris efect~ senti( respe za foi 3.79 4.58, gruP( sivel outra tado o re\; indel Em \ grup OS re risml

(14)

bide0 jmda na s6 imo") idir a I p a s ro de yeza //orld pado b de li ot xber gir a tado a da par- ion- I liio hde lem Ees- ido; l) e r[LI- (10- (2 0 Ido b a

Para medir OS mecanismos de identificagio foram usados seis dos itens propos- tos por Van Zomeren e Lodewijkx (2005). 0s participantes foram solicitados a avaliar o mod0 como se sentiram durante a visualiza@o do video relativamente

A

identifica@o/posig50 (2 itens: "Tive a sensagio de que era possivel suceder-me o mesmo"; "Tive a sensagio de que era possivel suceder o memo aos meus familiares e amigos") (a=.87); e identificagio/pessoa (4 itens; e.g., "Senti-me envolvido pelo sofrimento das vitimas"; "Senti-me envolvido pelo sofrimento dos familiares das vitimas") (0(=.88). 0 format0 de resposta foi de 7 pontos (l="De modo algum" a 7="Bastante").

Nunia primeira anilise, procurou-se verificar se a manip~la~50 das emog6es tinha sido hem sucedida mediante uma anilise de varisncia (ANOVA) 3 (Grupo: Revolta, Tristeza e Medo) X 3 (Emocio: Revolta, Tristeza e Medo). 0s resultados eviden- ciaram um efeito principal da Emo@o, F(2, 100)=7.21, pi.001, e um efeito de interaqio Grupo X Emo@o, F(4, 200)=6.62, p<.001. Verificou-se que o Medo foi a emogio menos reportada pelos participantes (M=4.15) por comparagio com a Tristeza (M=4.48) e a Revolta (M=4.75). Para interpretar a interacgio foram efectuados contrastes planeados que evidenciaram que a Raiva foi a ernog50 mais sentida pelo grupo que pretendia induzir a Raiva (M=5.22 vs M=4.12 e M=4.89, respectivamente para o grupo Medo e Tristeza), F(2, 103) =3.62, p<.05; a triste- za foi tambbm sentida corn maior intensidade no grupo Tristeza (M=5.16 vs. M =

3.79 e M =4.50, respectivamente para OS grupos Medo e Revolta), F(2, 104)= 4.58, p<.05. Porbm, a emogio Medo foi sentida de mod0 semelhante pelos tr6s grupos, n i o evidenciando diferengas significativas, F(2, 104)=.13 p >.05.

6

pos- sivel que a ineficicia da indu@o de medo, em comparagio com a inducio das outras emogbes negativas, possa estar relacionada com a aussncia de um aten- tado terrorista em Portugal nos liltimos anos. Este facto tambbm poderi explicar o relato de menor intensidade de medo por comparag.50 com as outras emoghes, independentemente da condi~5o experimental.

Em virtude de a manipula@o das emogbes n i o ter sido hem sucedida para o grupo que pertenceu condigio de Medo, procurou-se analisar em que medida OS relatos subjectivos das emo@es sio preditores da percep@o de risco de terro- rism~, sem ter em considera@o a condigao experimental. A op@o por esta anilise

(15)

esteve tambem relacionada com o fado de terem side v6rias as emo56es reporta- das nas tr6s condi~6es experimentais, o que sugere que a problem6tica do terroris- mo nZo induz especificamente uma hnica emocio, mas um conjunto de emo@es negativas. Foram efeduadas duas ARLM, mitodo Stepwise, para identificar as emo@es preditoras da percepc30 de risco para os dois alvos: o pr6prio e o outro. Tal como era esperado, o Medo evidenciou-se como preditor da percep~zo dc risco do pt6prio vir a ser vitima de um atentado terrorista, P=.41, t (105)=4.58,pi.001, explicando 16% da varisncia total. No que se refere percep@o de risco do outro, destacou-se como preditor a Tristeza, P=.35, t (105)=3.74, pi.001, r a,,, - = . l l .

Em seguida, avaliou-se o papel mediador dos dois tipos de identificaqio (pessoa e posi@o) na relagio entre as emo@es preditoras da percep~ao de risco (si pr6prio e outro). Para o efeito foram efectuadas anilises de media@o mliltipla

(d

Preacher

& Hayes, 2008). Considerou-se os resultados de testes parametricos (metodo de regress30 e teste Sobel) e n3o parametricos (tbcnica de reamostragem Bootstrap). A Tabela 1 apresenta OS valores dos coeficientes nao estandardizados para as duas anilises de mediagso mhltipla.

0 uso de um modelo de mediacio mbltipla, al6m de permitir uma an6lise do efeito conjunto de virias mediadoras em simultAneo, tambim permite testar a significAncia dos efeitos indiredos especificos associado a cada mediadora. No entanto, 6 im- portante ter em considera<So que um efeito indirect0 especifico n i o representa a capacidade dessa variivel mediar o efeito da VI na VD, mas representa a sua capacidade de mediar

a

rela@o, controlando o efeito das outras vari6veis coloca- das no modelo. Assim, no que se refere 2 rela@o entre o medo e a percep~io de risco de terrorism0 quando o alvo 6 o prbprio, verifica-se que, em conjunto, OS dois tipos de identificacrio (posi@o e pessoa) apresentam-se como mediadores. Como mostra a Tabela 1, OS efeitos total e diredo sio significativos.

An6lises c Risco atra dos Ordin Bootstrap Efeito (X e Efeito dirt BCa 95% Nota. 'p com a t6cn sZo valore! Em term( controla~ (controlz da r e l a ~ atentadc indicand sendo o cepc3o I de risco para un vitima e posi@o rem as: relagzo (?dust=

(16)

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TABELA 1

Anhlises dos efeitos indiredos na Mediae20 Mirltipla das Emoq5es na Percepcio de Risco atraves de testes parametricos - metodo de regress20 dos Minimos Quadra- dos Ordinhrios e Teste Sobel (2) - e n2o parametricos - Tecnica da Reamostragern Bootstrap (n=105;1000 reamostragens).

-~

Med (M) Identifica@o

I

Pessoa

I

Posi@o

I

Pessoa

I

Posi@o VD (y) (Percep@o de risco) Pr6prio Outro

Efeito (X em M)

1

.38"*"

1

.39**

I

.45*

I

.41X" Efeito (M em y)

1

-,29*

/

SS"*

I

-.20

/

.40** Efeito total (X em y) .32** .30M Efeito direito (X em y) .21" .22* Z (Sobel) 2.21* -1.97" 3.64- -1.20 -1.19 2.63* Bootst rap .l1 -.l1 .22 .07 -.09 .l7 lmlrrwl I BCa 95% IC Limite l I I I I .23 -.02 .35 .21 .OS .34 Superior

Nota. *p < .05; " p < .01; -p < ,001; BCa 95% IC- interval08 de confian~a a 95%

com a tbcnica Bootstrap, metodo Bias Corrected, para 1000 reamostragens ; 0s coeficientes 820 valores nhestandardizados

Em termos dos efeitos indiredos especificos, verifica-se que a identifica@o/pessoa (ao controlar a identificac3o/posic20) (Z=-1.97, p i .01), e a identifica@o/posi@o (controlando a identifica@olpessoa) (Z=3.64, p < ,001) s2o ambas mediadoras da relac20 entre o medo e a percepgzo de risco do pr6prio vir a sofrer de um atentado. 0 teste que contrasts OS dois mediadores foi, no entanto, significativo, indicando que o contributo destes efeitos indiredos 6 distinto (Z=-3.14,p<.01), sendo o efeito de m e d i a ~ z o da identifica@olposi~?~o na relagzo entre medo e per- cep~ao de risco superior, quando comparado corn o efeito do medo na percepczo de risco mediado pela identifica@o/pessoa. Verifica-se assim que o medo contribui para uma maior identificagzo corn o sofrimento da vitima e corn a posi<?io da vitima e, por sua vez, a identifica@o/pessoa (efeito atenuador) e a identificagzol posiczo (efeito potenciador) afedam a percep@o de risco. Estes resultados suge- rem assirn que OS processos de identificacio permitem explicar parcialmente a rela@o entre o medo e a percepczo de risco do pr6prio ser vitima de um atentado (r.',,,=.30).

(17)

NO que diz respeito A relasso entre a tristeza e a percep@o de risco de outra Pessoa sofrer um atentado terrorista, verificdmos, quer atraves do teste de Sobel,

(2=1.2O8p>.05), quer pela tecnica de Bootstrap(ver tabela l), que 0 efeito indi- redo total da mediagio 6 nso significativo. No entanto, atendendo a que 6 possi- vel que ocorram efeitos indiredos especificos na presenca de um efeito indiredo total n3o s9nificativ0, na presensa, por exemplo, de um efeito supressor de uma das varidveis (cf. MacKinnon, Krull, & Lockwood. 2000), considerdmos relevante analisar o efeito mediador da identificagiolposigio isoladamente, j6 que este se mostrou significativo quando controlado o efeito da identifica@o/pessoa. 0s re- sultados da mediagzo mostram um efeito indiredo parcial da media~30, eviden- ciando que a tristeza afeda a percepgio de risco em parte devido a uma maior identificagso com a posi@o da vitima.

Concluindo, os resultados deste estudo evidenciam a importhcia das respostas afectivas nas cognis6es. Verificou-se, como seria de esperar, que o medo e a triste- za - emog6es associadas habitualmente a percep~io de incerteza e inseguransa (Ortony, et al., 1988)

-

foram preditoras da percep@o de risco. Consistente corn a literatura nesta Area, quanto maior o medo experienciado pelo individuo, maior a percep@o de risco de o pr6prio ser vitima de um atentado. Este resultado era esperado na medida em que emos6es de medo e ansiedade tendem a estar asso- ciadas a um aumento da sensibilidade e atengso face a situag6es de anieaga, sen- timentos de inseguranga, vulnerabilidade e maior perceps30 de falta de control0 sobre a situa~io, factores estes relacionados corn uma maior percepgio de risco (Lerner & Keltner. 2001). Destaque-se ainda que a associac3o entre a ansiedade e a sobreavalia@o da percep@6 de risco tenda a ser mais elevada quando se trata de eventos negativos com forte relevincia pessoal (Butler & Mathews, 1987), o que geralmente contribui para cornpottamentos de evitaPo do risco

(cf.

Lerner & Keltner,

2000). No entanto, foi interessante verificar que um maior relato de tristeza foi preditor do julgamento de risco de outra pessoa ser vitima de urn atentado. Este resultado sugere que diferentes emo@es desempenham um papel distinto nos julgamentos de risco sobre 116s pr6prios vs. outras pessoas. 0 facto de a tristeza (em particular quando 6 moderada a sua intensiadade, como foi o caso do pre- sente estudo) estar habitualmente associada a um processamento de informa@o bottom-up orientado para fadores externos (e.g., Bless & Fiedler, 2006) tambem pode facilitar a compreensio deste resultado. Por outro lado, 6 consistente com os resultados obtidos no estudo de lohnson e Tversky (19831, ao verificarem que um

estado negativ urn jovem cont elevadas sobre pessoas".

c

p0 da teoria da experienciadas Consistente CO Bower, uma e) inforthios de onde outras pe maior crenga nt De mod0 semf lugar gerador o pr6prio estir a estes proces diadores. 0s r posigso da vit ambas as em1 outro), q u a d tram assim (i.e., a ideia C suceder ao p1 percep~30 de Destacamos. to preditora, resultado 6, tende a estar emo$es (Hu a investigagz risco e optir

(18)

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estado negativo induzido pela leitura de um artigo de jornal acerca da morte de um jovem contribuiu para que OS participantes desenvolvessem estimativas mais elevadas sobre a possibilidade de eventos futuros negativos sucederem a "outras pessoas".

6

possivel que estes resultados possam ainda ser interpretados i luz da teoria da rede de Bower (1981), na medida em que as emo@es especificas experienciadas com maior intensidade poder50 ter activado uma rede associativa congruente com a ernog50 e posteriormente usadas para formar OS julgamentos.

/

Consistente com o estudo de DeSteno e colaboradores (2000) e com a teoria de Bower, uma explicag50 possivel 6 a de que a tristeza experienciada perante OS infortlinios de outras pessoas tivesse adivado ideias de que o mundo 6 um lugar onde outras pessoas s5o vitimas de infortt'inios, contribuido deste mod0 para uma maior crenca na probabilidade de eventos da mesma natureza ocorrerem aos outros. De modo semelhante, o medo tende a activar pensamentos de que o mundo 6 um lugar gerador de incerteza e inseguranga para o prbprio, contribuindo para que o prbprio estimasse a probabilidade de ser alvo de urn atentado. Em alternativa a estes processos, foram considerados OS mecanismos de identificasio como me- diadores. OS resultados obtidos permitem-nos concluir que a identifica@o com a posigio da vitima contribui para explicar parcialmente OS resultados do efeito de ambas as emos6es (medo e tristeza) numa maior percep(50 de risco (prbprio e outro), quando controlado o efeito da identificag5olpessoa. Estes resultados ilus- tram assim que sio fundamentalmente processos de identificag50 auto-centrados (i.e., a ideia de que um atentado terrorista e as consequ6ncias da vitima podem suceder ao prbprio) que mais contribuem para explicar o efeito das emo@es na percepgio de risco de terrorismo.

Destacamos, por fim, que a raiva n5o emergiu nos modelos de regress50 enquan- to preditora, ao entrar na equagio em conjunto com a tristeza e o medo. Este resultado 6, no entanto, compreensivel se tivermos em conta que esta emo@o tende a estar associada a menor percepgio de risco por comparag50 com as outras emog6es (Huddy, et al., 2007; Lerner, et al., 2003a). E igualmente consistente com a investigagio que evidencia a associagso da raiva a maiores comportamentos de risco e optimismo (Lerner & Keltner, 2000; Lerner & Tiedens, 2006).

(19)

Este artigo apresentou o resultado de dois estudos empiricos que visaram a identi- ficar de variiveis psicol6gicas preditoras da percep+ dos Portugueses sobre o risco de terrorismo, analisado ainda possivel processes explicativos da rela@o entre emog6es especificas e a percepgao de risco.

De um mod0 geral, o Estudo 1 permite-nos concluir sobre a relevdncia do contact0 diredo (conhecimento de vitimas dos atentados) e indirect0 (exposi@o frequente

A

TV) corn vitimas de terrorismo, e do grau de control0 externo que a pessoa cr@ ter efeito sobre futuros eventos na percepg5o de risco.

Numa outra perspectiva, e recorrendo a uma metodologia experimental, foi de- senvolvido o Estudo 2 para investigar a relevincia de emog6es negativas espe- cificas na percep~50 de risco e o possivel papel mediador da identificasio com a vitima (posic;io e pessoa) na rela@o entre estas variiveis. OS resultados obtidos corroboraram o pressuposto de que diferentes emo~6es negativas influenciam OS julgamentos de risco de mod0 especifico. 0 medo foi preditor da avalia@o de risco

para o pr6pri0, enquanto a tristeza foi preditora da avaliagio de risco quando o alvo 6 o outro. Em ambos OS modelos, a identificasio com a posi@o da vitima contribuiu para explicar a rela@o entre as emo56es experienciadas e a percepcio de risco. Estes resultados conduzem-nos a importantes conclus6es gerais sobre investiga@o futura nesta Area. Primeiro, sobre a necessidade de avaliar e diferen- ciar as emor$es negativas cara compreender OS seus distintos efeitos. Segundo, a relevincia em desenvolver investigagio que permita compreender OS mecanismos psicol6gicos acerca da relac.50 entre emog6es e cogni@o.

Resumo: Virio: terrorismo e sot sua vez pode ai artigo visa CO% futuros atentad de risco de terr que incluia viri media, locus d e outro). OS re rista, bem con preditores de I fazem julgame

mostrou ser ta foi conduzido za, elou raiva: alguns mecani de risco. OS re estimativas df estimativas dl posig5o das vf de risco. palavras-chab negativas, Pr' Abstract: Se'

and its effec people's em( Portuguese F predictors of

381 particip; quency of er tion (self an( well as belie of greater ri! others, the

(20)

ienti- bre o la@o tacto J:nte a cr?

,

l i de- ?spe- om a tidos n1 0s risco do 0 itima P E ~ O obre iren- do, a imos ! j

Resumo: V6rios autores destacam que a maioria do conhecimento pljblico sobre terrorism0 e sobre OS seus efeitos nas vitimas 6 influenciado pelo media, o que por sua vez pode afectar as emo@es, cogni@es e comportamentos das pessoas. Este artigo visa compreender o mod0 como OS Portugueses percepcionam o risco de futuros atentados terroristas. Dois estudos avaliaram OS preditores da percepcao de risco de terrorismo. No Estudo 1 foi aplicado um inquerito a 31 8 participantes que incluia v6rias medidas, tais como estimativas de frequhcia de exposi$io aos media, locus de controlo, confian~a institutional, e percep@o de risco (prbprio

e outro). OS resultados indicam que conhecer uma vitima de um atentado terro- rista, bem como acreditar que factores externos determinam OS eventos, foram preditores de uma maior percepggo de risco, quando o alvo 6 o prbprio. Quando fazem julgamentos de risco para OS outros, a frequhcia de exposi~zo A televis50 mostrou ser tamb6m urn preditor significativo. 0 Estudo 2 (N = 105 participantes) foi conduzido para analisar o tipo de emo@es negativas especificas (medo, triste- za, e/ou raiva) afectam a percepgio de risco. Adicionalmente, foram analisados alguns mecanismos psicolbgicos para explicar a relac50 entre emo@es e percep~io de risco. OS resultados indicaram que a resposta de medo foi preditora de maiores estimativas de risco para o prbprio, enquanto a tristeza foi preditora de maiores estimativas de risco para OS outros. Destaque-se ainda que a identificaczo com a posi@o das vitimas contribuiu para explicar a relasao entre as emo@es e a percep<ao de risco.

Palavras-chave: terrorismo, percep~ao de risco, locus de controlo, emo@es negativas, processes de identificacao.

Abstract: Several authors highlight that most public knowledge about terrorism

and its effects on victims is influenced by the media, which in turn may affect people's emotions, cognitions and behaviors. This article aims to understand how Portuguese perceive the risk of future terrorist attacks. Two studies examined the predictors of terrorism risk perception. In Study 1 a survey was administrated to

381 participants, which included several measures, such as estimates of the fre- quency of exposure to media, locus of control, institutional trust, and risk percep- tion (self and other). Results indicates that knowing a victim of a terrorist attack, as well as believing that external factors primarily determine events, were predictors of greater risk perception, when the target was the self. When judging the risk for others, the frequency of exposure to television was also a significant predictor.

(21)

Study 2 (N=105 participants) was conducted to analyze what specific negative emotions (fear, sadness, and101 anger) affects risk perception. Additionally, some psychological mechanisms for the relation between emotions and risk perception were analyzed. Results indicated that fear response predicted greater risk esti- mates for the self, whereas sadness predicted greater risk estimates for others. Also importantly, sadness predicted greater risk estimates for others. Also impor- tantly, identification with the victim's position accounted for the relation between those negative emotions and risk perception.

Keywords: terrorism, risk perception, locus of control, negative emotions, identification processes

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of uncertaintg Pa

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SITUAFOES TRAl

Orlando Guete-Tu

A intervencio em c

brio psiquico das vi do a sua seguran( confrontar os prob apropriadas sio fu AS vitimas de cat& c6es psicol6gicas, psiquiitrica. Contu clinicos que se enl @es mentais.

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