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A diabetes autorreferida em idoso: expectativa de vida livre da doença nas grandes regiões do Brasil – 2013

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A DIABETES AUTORREFERIDA EM IDOSO: EXPECTATIVA DE VIDA LIVRE DA DOENÇA NAS GRANDES REGIÕES DO BRASIL - 2013

Wenderly Pinto Córdula Dionísio de Andrade José Vilton Costa

Resumo: O processo de envelhecimento enfrentado por toda população

brasileira durante o século XX, decorrente das mudanças dos processos de transição demográfica e epidemiológica, tem evidenciado um aumento na expectativa de vida dos indivíduos. Em 1980, a expectativa de vida aos 60 anos de idade era de 16,4 anos, elevando-se para 21,8 anos em 2013, representando um ganho de 33%. Observa-se que estes ganhos de anos de vida não tem sido acompanhado de um bom estado de saúde. Neste contexto, verifica-se um aumento da prevalência de doenças crônicas entre os idosos, destacando-se a Diabetes e suas complicações. O objetivo do presente estudo é analisar a Expectativa de Vida Livre da Diabetes autorreferida a doença aos 60 anos na população das 5 grandes regiões do Brasil. Trata-se de um estudo transversal, adotando-se como fonte de informação os microdados da Pesquisa Nacional de Saúde, 2013. A população de estudo são idosos de todo território nacional. Estimou-se a expectativa de vida livre da Diabetes a partir do método de Sullivan, conjuntamente com o emprego das tábuas de mortalidade de 2013 e a prevalência da doença na população, com respectivo intervalo de confiança (IC95%). Na análise dos dados utiliza-se o programa estatístico R-3.4.1 for Windows (The R-project for statistical computing), sendo considerado estatisticamente significativo valores de P≤0,05. Os resultados do perfil população analisada aos 60 anos autorreferida da diabetes, totalizando 11.177 idosos entrevistados. Dentro dos autorreferidos observou-se as características demográficas e socioeconômicas, com a seguinte distribuição cerca de 20,4% eram mulheres e 17,3% homens, dentre estes 21,7% eram de cor preta com nível de instrução de maior porcentagem os sem instrução (analfabeto) ou com o ensino fundamental incompleto obtendo respectivamente 20,4%. E este indivíduos na sua maioria vive sem o cônjuge obtendo 19,4%. Em relação a Expectativa de Vida Livre da Diabetes (EDLV), em ambos os sexos apresentaram uma média de 21,3 anos de expectativa de vida e que 6,3 anos desta expectativa de vida eram livre da Diabetes.

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INTRODUÇÃO

O envelhecimento populacional é uma das tendências mais marcantes do século XXI nos países e o Brasil não é uma exceção deste processo, vem apresentando uma redução na taxa de crescimento populacional, mudanças na estrutura etária e perfil epidemiológico. A expectativa de vida ao nascer que entre os anos de 2010-2015 era de 78 anos nos países desenvolvidos, e em desenvolvimento de 68 anos, atualmente uma em cada nove pessoas no mundo possui 60 anos de idade ou mais (UNFPA, 2012). Neste sentido, a expectativa de vida é composta de longos períodos de tempo em diferentes estados de saúde até a morte, esta duração de tempo combinam informações de mortalidade e morbidade (JAGGER, 2001).

Nas últimas décadas o efeito das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), como a Diabetes, uma doença metabólica decorrente de uma elevação da glicose no sangue (DSBD, 2016). É uma das doenças mais prevalente no mundo e no Brasil, devido seu risco crescente de impacto provocado por suas complicações. Este estudo tem como principal objetivo estimar a expectativa de vida livre de Diabetes autorreferida nas grandes regiões do Brasil, tendo como base os dados da Pesquisa Nacional de Saúde em 2013.

MÉTODOS

O estudo é do tipo transversal, adotando-se a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2013. Desta foram selecionados os idosos de 60 anos e mais, ambos os sexos diante da afirmação positiva da seguinte questão: “Algum médico já lhe deu o diagnóstico de diabetes?”. Aqueles que não lembrarem da informação ou não souberem serão classificado no grupo de indivíduos não ter diabetes (CARMAGOS et al, 2013).

Foram estimadas as razões de prevalência juntamente com o intervalo de confiança 95% (IC95%), por sexo na idade de 60 anos para os diabetes autorreferido, sendo considerado estatisticamente significativo valores de P≤0,05. O Método Sullivan foi empregado por ter como principal vantagem utilização de dados transversais, combinando as prevalência de diabetes e tábua de vida, obtendo a Expectativa de Vida Livre de Livre de Diabetes (EVLD) por sexo nas regiões do Brasil e Expectativa com Diabetes (EVCD), através da

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diferença entre os expectativa de vida total e EVLD (SULLIVAN, 1971; CAMARGOS, 2004; SZWARCWALD et al., 2017). Utilizou-se a seguinte equação 1 definida como:

EVLD =

(nπx

l )x nLx (1)

Onde:

nπx : prevalência de livre de diabetes no grupo etário x a x+n;

nLx : pessoas-anos vividos de x a x+n, que corresponde ao total de anos vividos

pela coorte no intervalo;

lx: Probabilidade de sobrevivência até a idade x.

RESULTADO E DISCUSSÃO

A Tabela 1 apresenta adistribuição da população de 60 anos autorreferida de Diabetes nas grandes regiões do Brasil. Foi observado que 20,4% da população era do sexo feminino e com maior incidência na Região Centro-Oeste com 23,7%. Segundo Torquato et al. (2013), isto ocorre devido uma maior procura entre as mulheres no serviço de assistência à saúde.

Tabela 1 – Distribuição da população de 60 anos autorreferida de Diabetes

segundo regiões baseada os dados da PNS – 2013.

Regiões (N= 11177)

Norte Nordeste Sudeste Sul

Centro-Oeste Total Diabetes Autorreferido Sexo Masculino 11,2 13,7 19,8 16,6 18,8 17,3 Feminino 19,3 22,3 20,4 16,1 23,7 20,4 Idade 60 anos 12,7 17,7 15,4 11,4 19,3 15,5 Nível Instrução SemInstrução / FundIncompleto 15,5 19,9 22,0 17,4 23,2 20,4 FundCompleto / MédIncompleto 20,4 14,5 21,3 16,3 16,0 18,9 MédCompleto / SupIncompleto 14,5 14,9 16,8 15,4 20,7 16,4 Superior Completo 12,3 12,0 14,1 9,4 15,5 13,2 Raça/ Cor Branca 16,8 17,8 20,1 16,5 19,1 18,9 Preta 29,7 18,2 23,2 19,1 26,2 21,7 Parda 13,1 19,5 18,9 14,0 23,1 18,7 Vive com cônjuge Sim 13,6 17,5 20,3 17,6 19,2 18,8 Não 18,1 20,3 20,0 14,7 24,7 19,4

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Total 5,4 25,3 47,8 15,1 6,4 100 Fonte: IBGE - PNS, 2013 Conforme a Tabela 1, o grupo de 60 anos nas Regiões Nordeste e Centro-Oeste apresentaram maior prevalência 17,7% e 19,3% respectivamente, enquanto a Região Norte é 12,7%. Com relação ao nível de instrução, SemInstrução/FundIncompleto, as 4 regiões do país apresentaram maiores valores todavia, a Região Norte apresenta 20,4% na categoria FundCompleto/MedIncompleto. Quanto a característica raça/cor houve o predomínio a cor preta, com exceção na Região Nordeste 19,5% que apresentam a cor parda. Fora observado que na região Centro-Oeste, 24,7% não vive com o cônjuge enquanto a Região Sudeste apresenta um valor de 20,3% que vive com cônjuge.

A Tabela 2 demonstra as estimativas da Expectativa de Vida Livre de Diabetes (EVLD) e Expectativa com Diabetes (EVCD), segundo sexo e regiões. Foi observado que as mulheres idosas em relação aos homens, apresentam uma maior expectativa de vida, evidenciando-se que este fato acontece pelo diferencial de mortalidade entre os sexos (BERQUÓ, 1999).

Tabela 2 – Estimativas da Expectativa de Vida Livre de Livre de Diabetes

(EVLD) e Expectativa com Diabetes (EVCD), segundo sexo e regiões no Brasil, 2013.

Região Sexo EV(X) EVLDx EVCDx %EVLDx %EVCDx

Homem 18,7 3,6 15,2 19 81

Norte

Mulher 21,6 7 14,6 32,4 67,6

Nordeste Homem Mulher 18,9 22,4 4,4 4,7 14,5 17,6 23,2 21,2 76,8 78,8

Sudeste Homem Mulher 20,4 24,1 7,7 6 14,4 16,4 29,6 31,9 70,4 68,1

Sul Homem Mulher 20,4

24,2 7,4 5,8 13 18,3 36,1 24,2 63,9 75,8 CentroOeste Homem Mulher 19,8 22,8 6,5 9,5 13,3 13,3 32,9 41,6 67,1 58,4

Fonte: IBGE - PNS, 2013; IBGE - Tábua de Mortalidade para Brasil, Homens e Mulheres, 2013. Nota: EVx: Expectativa de Vida; EVLDx: Expectativa de Vida Livre de Diabetes Mellitus; EVCDx: Expectativa de Vida Com Diabetes Mellitus.

Neste sentido, o estudo demonstra que a mulher da região Sul apresenta uma expectativa de vida (EV) de 24,2 anos, sendo 5,8 anos livre da diabetes no período, enquanto o homem apresenta 20,4 anos de sobrevida e constata que

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7,4 anos são livre da diabetes, essa variação ocorre pela longevidade saudável entre as regiões desenvolvidas e não do país (SZWARCWALD et al., 2017). Portanto, as discussões voltadas a expectativa de vida saudável nesta população, possibilita ações através de estratégias terapêuticas direcionadas no controle eficaz da doença, melhorando as condições de vida, dentre outros aspectos, como implementações de políticas públicas preventivas que poderão contribuir neste aumento significativo da expectativa de vida no Brasil fato marcante diante do envelhecimento populacional (BULGARELLI, 2009).

REFERÊNCIAS

BERQUÓ, E. Considerações sobre o envelhecimento da população no Brasil. In: Leitura de adultos com escolaridade tardia. UFMA, p. 11-40. 1999.

BULGARELLI A. F., et al. Estudo das queixas sobre saúde bucal em uma população

de idosos na cidade de Ribeirão Preto- SP. Revista Brasileira de Geriatria e

Gerontologia, v. 12, n. 2, p. 175-191, 2009.

CAMARGOS, M. C. S. Estimativas de Expectativa de Vida Livre de e com Incapacidade Funcional: Uma Aplicação do Método de Sullivan para Idosos Paulistanos, 2000 Dissertação (Mestrado) Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional Faculdade de Ciências Econômicas. Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2004.

DIABETES, SBd. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes (2015–2016). Adolfo Milech...[et. al.]; organização José Egídio Paulo de Oliveira, Sérgio Vencio - São Paulo: AC Farmacêutica, 2016.

FUNDO DE POPULAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (UNFPA). Envelhecimento no século XXI: celebração e desafio (Resumo Executivo). Nova York, 2012.

JAGGER, C. Health expectancy calculation by the Sullivan Method: a practical guide. Madison: NUPRI, (NUPRI Research Paper, n.68), p. 37. 2001. SULLIVAN, D. F. A Single Index of Mortality and Morbidity. HSMHA health reports, v. 86, n. 4, p. 347, 1971. Disponível em: <http://scihub.cc/10.2307/4594169>. Acessado: 05 de Maio de 2017.

SZWARCWALD, C. L. et al. Desigualdades na esperança de vida saudável por Unidades da Federação. Revista de Saúde Pública, v. 51, 2017.

TORQUATO, M. T. C. G. et al. Prevalence of diabetes mellitus and impaired glucose tolerance in the urban population aged 30-69 years in Ribeirão Preto (São Paulo), Brazil. São Paulo Medical Journal, v. 121, n. 6, p. 224-230, 2003.

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