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A projeção da fecundidade – um exercício aplicado ao Brasil para o período 1991-2020

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A projeção da fecundidade – um exercício aplicado ao Brasil para o período 1991-2020*.

Laura L. Rodríguez Wong**

Sendo condição sine qua non estimar o número de nascimentos que uma população produzirá para projeta-la através de métodos de componentes demográficos, sua validade dependerá, em grande parte da precisão com que se projete a fecundidade, fato que é suficiente para justificar sua importância.

Este trabalho, tem como objetivo, descrever o procedimento utilizado para elaborar as hipóteses do comportamento futuro da fecundidade e sua operacionalização em termos de taxas de fecundidade – total e por idade. Seus resultados foram insumo para a elaboração das projeções de população do programa, do qual este trabalho forma parte.

Embora a aplicação foi feita para as Unidades da Federação (UF) do país (período 1995-2020), mostram-se, apenas, os resultados para Brasil e grandes regiões, gerados pelas hipóteses correspondentes à denominada ‘alternativa média’. Inclui-se, ademais, uma referência aos dados que serviram como ponto de partida; uma síntese do comportamento da fecundidade no passado recente e uma breve sustentação sobre a definição dos rumos da mesma até o ano 2020.

1 Os dados básicos

Foram utilizadas, essencialmente, estimativas indiretas originárias do Censo de 1991 relativas às perguntas sobre filhos tidos nascidos vivos pelas mulheres (total e nos doze meses prévios à data do censo). Adicionalmente, utilizou-se, como referência, as PNADs e a PNDS/96. Neste último caso, utilizando informação associada ao comportamento reprodutivo como auxílio na elaboração das hipóteses sobre as tendências futuras.

Este conjunto de dados perfilou a fecundidade - medida sempre para períodos- através de, basicamente, as taxas específicas de fecundidade por idade: f(x). A partir deste indicador

derivaram-se medidas sintéticas, como a taxa de fecundidade total (TFT), e outros indicadores da distribuição por idade.

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Este trabalho foi desenvolvido dentro do programa Pronex/Cedeplar: “Dinâmica Demográfica, Desenvolvimento Regional e Políticas Públicas – Módulo de Projeções.

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O ponto inicial para formular a hipótese sobre o comportamento esperado da fecundidade foi a definição de níveis para 1991 segundo UF. Como elemento adicional, considerou-se informação segundo áreas de residência urbana e rural. Isto serviu de base para avaliar as possibilidades de oscilação dos níveis da variável em estudo, uma vez que, haveria, ainda, UF com TFT bastante diferenciadas segundo este tipo de desagregação.

2. Tendências recentes da fecundidade

O período que define a tendência recente da fecundidade, refere-se a 1980-1996, data do levantamento mais recente disponível. Neste período, a TFT do país teria passado de 4.3 para 2.5 filhos por mulher, continuando um declínio iniciado pouco antes de 1970.

A fim de melhor visualizar este comportamento, as estimativas citadas podem ser analisadas considerando as cinco grandes regiões, assumindo que elas possuem uma relativa homogeneidade interna a nível de UF. Todavia, dado que as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste apresentam taxas relativa e consolidadamente baixas –tal como se verá adiante- maior atenção foi dada às regiões Norte e Nordeste.

A evolução da TFT para o Brasil e regiões para o período citado apresenta-se na Tabela 1. A distribuição por idade da fecundidade, captada mais solidamente com os dados do Censo de 1991, pode ser apreciada no Gráfico 1: com excepção da região Centro Oeste mostrando maior concentração em torno da idade 20-24, as regiões apresentam pouca diversidade em relação à média do país.

Embora seja um fato amplamente documentado1, vale lembrar que o declínio, de certa forma surpreendente, da fecundidade brasileira, continuou – e de forma diferenciada nas regiões- durante o primeiro quinquênio dos anos 90. Com efeito, se a transição da fecundidade se configura quando o descenso no nível da mesma é superior a 10% num período inferior a uma década, o Brasil, conduzido por regiões como o Sudeste, iniciou este processo na década de 60. Já o Nordeste o teria feito após 1970, e o Norte, retardatariamente, mas de forma, relativamente mais acelerada, nos anos 80. (Wong, 1998).

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Cedeplar/Dpto. de Demografia/UFMG – Apoio à pesquisa do CNPq. 1

Isto pode ser conferido, por exemplo, na lista de trabalhos dos Anais dos Encontros de População da Associação Brasileira de Estudos de População. (Edições em CD-ROM da ABEP, 1996 e 1998).

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Tabela 1. Brasil e Regiões: Taxas de Fecundidade Total, 1980/1996

Região 1980 1991 1992,5 1995,5 Brasil 4 35 2 85 2 59 2 50 Norte 6,45 4,15 3,76 3,33 Nordeste 6,13 3,70 3,31 3,01 Sudeste 3,45 2,35 2,20 2,21 Sul 3,63 2,52 2,47 2,41 C. Oeste 4,51 2,66 2,43 2,40

Fonte: Para 1980: Carvalho e Pinheiro, 1986. Para 1991: Sawyer e Freire (1997); Para 1992,5 e 1995,5: PNADs de 1992 e 1993 e PNADs de 1995 e 1996, respectivamente

Fonte: Sawyer D. e Freire F. - Pop Mun, 1997.

Os dados censitários segundo residência urbana ou rural destas regiões, confirmam a tendência a níveis baixos. Durante a década de 80, o declínio da fecundidade urbana na maioria das UF, principalmente nas do Nordeste oscilou em torno de 40%. Na área rural, a quem corresponderia o maior nível, o declínio, embora igualmente importante, foi em geral, menor. Isto fez, consequentemente, aumentar a diferença relativa dos níveis, segundo lugar de residência

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urbano/rural para o Norte e o Nordeste2. Dados os baixos níveis nas áreas urbanas das UF, seria de esperar que a tendência à convergência tenha se acentuado nos anos 90, correspondendo desta vez à população rural destas regiões desempenhar o seu papel na transição da fecundidade brasileira.

O comportamento diferenciado entre o Norte e o Nordeste observa-se mais claramente ao considerar a magnitude do declínio anual médio até 1996,3 e que confirma a transição para níveis decididamente baixos. Deduz-se da Tabela 1, que, enquanto no Norte o declínio continuou se acelerando a um ritmo, aparentemente, superior a 5% a.a. , no Nordeste, embora a queda continuasse, operou-se um arrefecimento. De qualquer maneira, haveria, desde os anos 80, um sustentado declínio nestas duas regiões. Dados os valores relativamente baixos já atingidos, seria de esperar que no último quinquênio deste século, as taxas tendam a se estabilizar.

Em resumo, ao finalizar a década de 90, Sudeste e Sul, seguidos do Centro Oeste teriam consolidado seus níveis já baixos, sinalizando uma estabilização em níveis inferiores a 2,5 filhos por mulher. O Norte e Nordeste estariam apresentando níveis em transição a valores igualmente baixos, com uma TFT média máxima de, aproximadamente, três filhos por mulher, contrastando com níveis em torno de 6.0 em 1980 e com relativamente menor variação entre as Unidades Federativas. O gradiente mencionado pode ser observado na seqüência dos gráficos 2(a) a 2(e) que mostram TFTs para o período 80/95 das UF agrupadas por grandes regiões. Estes incluem as estimativas derivadas das PNADs, as que, mesmo com as oscilações próprias do tamanho amostral encaixam-se nesse gradiente.

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Em 1980 a comparação entre a maior TFT rural (9.3 em Amazonas) e a menor TFT urbana (4.3 em Pernambuco) resultava numa diferença de 5.0 filhos por mulher (Dados de Carvalho e Pinheiro, 1986). Em 1991, os correspondentes valores extremos (7.3 para Amapá e/ou Pará, e 2.8 para Bahia) resultam numa diferença menor – 4.5 filhos - embora, ainda, importante, mas, a diferença relativa, ampliou-se (Dados calculados pelo DEPIS/IBGE, s/d) .

3 As estimativas que se referem à região Norte como um todo, incluem ajustes pelo fato de a coleta do dado de 1996, se referir,

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'Gráfico 2: Brasil e regiões, 1980-1996 - Taxas de Fecundidade Total (TFT) Estimadas e ajustadas (a) Norte 1,5 3,0 4,5 6,0 1980 1990 2000 TFT Norte RO AC AM RR PA AP TO (b) Nordeste 1,5 3,0 4,5 6,0 1980 1990 2000 Nordeste MA PI CE RN PB PE AL SE BA (e) Sudeste 1,5 3,0 4,5 6,0 1980 1990 2000 Sudeste MG ES RJ SP (d) Sul 1,5 3,0 4,5 6,0 1980 1990 2000 Sul PR SC RS (c.) Centro Oeste 1,5 3,0 4,5 6,0 1980 1990 2000 C. Oeste MS MT GO DF

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Por último, com relação ao padrão etário, saliente-se que a mudança para níveis menores veio acompanhada de mudanças no comportamento etário. Notadamente, as maiores quedas operaram-se entre mulheres mais velhas o que provocou um rejuvenescimento da distribuição etária da fecundidade; este processo –bastante generalizado – acentuou-se nas regiões Norte e Centro Oeste: entre 1980 e 1996, a distribuição da fecundidade nestas regiões, sintetizada no valor da idade média da distribuição da mesma, teria diminuído mais de três anos4.

3 Sobre os determinantes da transição a níveis baixos

A transição da fecundidade no Brasil tem sido objeto de múltiplos estudos que identificaram entre os determinantes sócio econômicos mais relevantes da mudança, a educação, a urbanização e o acesso a meios de comunicação de massa, este último, como proxi da exposição a mensagens de modernidade e consequentemente de adoção de valores que propiciariam um menor número de filhos5.

Entre o que se conhece como variáveis intermediárias, a prevalência anticonceptiva teria sido bastante relevante no processo de queda, a mesma que teria se operado, particularmente através de uma denominada ‘esterilização precoce’, componente mais importante, talvez, nas regiões Norte e Nordeste6.

O atual perfil de mudança para um padrão reprodutivo essencialmente jovem, no caso brasileiro, estaria relacionado, também, a vários outros fatores, interessando destacar o calendário (ou

timing) do início deste processo e o mix da prevalência contraceptiva. Com relação ao primeiro,

mencionou-se em linhas anteriores que o processo reprodutivo teria um perfil mais jovem na região Norte. A Tabela 2, documenta melhor esta diferença através de indicadores do início de exposição ao risco de procriação; confirma-se o início mais precoce das mulheres do Norte e do Centro Oeste com relação ao resto do Brasil.

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Vale mencionar que o padrão mais jovem no Norte, e que no caso refere-se, apenas à população urbana, é encontrado, também, no Registro Civil, cuja abrangência, embora, sabidamente incompleta, é maior do que a das pesquisas amostrais, limitadas apenas a conglomerados urbanos.

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Alguns deles são: Carvalho et al. 1983; Merrick e Berquó, 1983; Faria e Potter, 1990 . 6

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2 Tabela 2.

Brasil e regiões selecionadas, 1996: Indicadores do início da exposição ao risco de procriar Idade mediana a(o) primeiro (a):

Regiões

Relação Sexual Casamento/união Filho

Brasil 19,5 21.1 22.4 Norte 18,6 19,9 20.7 Nordeste 19,4 20.9 22.0 Sudeste 20,1 21.7 22.8 Sul 19,5 20,8 22.5 Centro Oeste 18,9 19.9 21.2

Fonte: Adaptado de: BEMFAM/PNDS (1997).

Além dos diversos ‘timings’, estes perfis estão relacionados, também, aos métodos e formas de controle contraceptivo, e dos quais, se segue um breve comentário.

Sabe-se que o Brasil é hoje, um dos países latino americanos de maior prevalência contraceptiva, caracterizando-se por um padrão de uso baseado, essencialmente, na pílula e a esterilização. (BEMFAM/DHS, 1997). É sabido também que pesquisas dos anos 80 já revelavam este mix (IBGE, 1987; Arruda et al., 1988) e análises posteriores apontaram o importante papel da esterilização. (Perpétuo, 1995). Os dados de 1996 confirmam a sólida presença do controle da fecundidade via este mix.

Sendo interesse deste trabalho quantificar as perspectivas do comportamento reprodutivo, é importante considerar o padrão por idade deste mix, uma vez que ele determinará, em grande parte, o padrão etário da fecundidade. Os elementos analisados, permitem descrever sumariamente este padrão: as regiões Norte e Nordeste que, são semelhantes entre si, diferenciam-se, por sua vez, do resto do país. No caso da região Norte, haveria, praticamente, dois tipos de mulheres: as que não usam métodos e as esterilizadas; com menos intensidade, isto pode-se afirmar, também, do Nordeste (Wong, 1998).

Dadas as circunstâncias históricas do Norte e Nordeste, particularmente no que se refere ao desenvolvimento social e econômico, e à difusão da modernização - não necessariamente nos seus aspectos mais positivos- era de se esperar uma transição ainda mais veloz para o Norte, fato que os dados parecem corroborar. Com efeito, face ao processo de globalização, a

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generalização dos meios de comunicação e a relativa disponibilidade –ou acesso- a métodos contraceptivos modernos e eficazes, atitudes que favorecem tamanhos de família pequenos, teriam sido melhor e muito mais rapidamente assimiladas e implementadas. Este fenômeno, mais acentuado no Norte, teria contribuído à mais rápida transição da sua fecundidade.

Em síntese, as evidências apresentadas, indicam que o acentuado declínio da fecundidade, iniciado há varias décadas nas regiões Sul e Sudeste do país, continuou acentuadamente, devido, certamente, às mudanças havidas em regiões até pouco tempo excluídas.

Os elementos citados, mostram a consolidação de níveis baixos de fecundidade no Sul, Sudeste e Centro Oeste e a mais recente, porem rápida, queda da mesma no Norte e Nordeste. Fornecem, ademais, insumos necessários para avaliar as possibilidades de continuação destas tendência e definir assim o que se espera da fecundidade brasileira.

4. Perspectivas da fecundidade

Neste item discute-se, em primeiro lugar, a possibilidade da fecundidade continuar diminuindo sob determinadas condições. Em segundo lugar, apresenta-se o resultado do exercício de projetar a fecundidade, incluindo uma referência ao procedimento metodológico utilizado.

4.1 Sobre o papel dos determinantes da fecundidade – a hipótese

Hipóteses sobre o comportamento futuro da fecundidade, são desenhadas, costumeiramente, diante dos cenários sócio econômicos e culturais que determinariam o cumprimento de tais hipóteses. No caso brasileiro, dada a transição generalizada da fecundidade, a mesma que estaria entrando na fase de níveis baixos e estáveis, acredita-se que tais cenários ocupam um lugar secundário. Isto é, assume-se que, independentemente de variações no nível de vida, mudanças nas relações sociais, etc. a fecundidade manterá seus níveis já baixos.

Caberia ao comportamento de variáveis e/ou processos intermediários o papel de diferenciar a desaceleração tanto da queda dos níveis, como do rejuvenescimento dos padrões por idade. Este comportamento, é sintetizado a seguir, considerando o controle voluntário e ‘involuntário’ da procriação.

Com relação ao controle voluntário: á propósito da fecundidade não desejada, estudos a nível de UF, como por exemplo, Minas Gerais, constatam alta satisfação com métodos drásticos de

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controle da fecundidade e conspícuos anseios por adota-los uma vez atingidas as metas reprodutivas. Isto seria válido, independentemente de considerar estratos urbanos, níveis de educação ou características econômicas (Wong e Perpétuo, 2000). Estudo de cobertura maior, identificando as grandes regiões fisiográficas apresentam similares achados: haveria uma importante parcela de mulheres que deseja ter menos filhos dos que atualmente tem ou sobrevivem em todas as regiões. Dadas as tendências recentes do mix contraceptivo prevalente, níveis de reposição da população seriam facilmente atingíveis. (Perpétuo e Wong, 1999).

O denominado aspecto ‘involuntário’, de acordo ao estudo mencionado, aponta à existência de um cenário propicio para ulteriores quedas da fecundidade. Há fatores que produziriam uma limitação involuntária da mesma e dar-se-iam através do processo de reprodução, propriamente, e da exposição ao risco de procriação.

Com relação à reprodução, viu-se que a idade da maternidade, tendeu, até o momento, a diminuir, o que, na dimensão transversal, contra-arresta a tendência de declínio da TFT. Na medida em que se opere um envelhecimento, sendo o que se espera do Brasil, a TFT diminuiria, ainda mais7.

Com relação à exposição ao risco de procriação, apontam-se vários indicadores: em primeiro lugar, registra-se tendência de aumento na proporção de concepções fora da união e aumento da duração média do intervalo protogenêsico. Estas características propiciariam, também, maiores declínios da fecundidade. Com efeito, esta bi-polaridade (mais concepções fora da união ou adiamento do primeiro nascimento – e consequentemente, menor número de filhos) indicam, segundo Teachman et al. (1987) um comportamento que dissocia maternidade e união gerando um entorno no qual, apenas, um número de filhos extremamente reduzido é possível.

Em segundo lugar, documenta-se o incremento da co-habitação moderna (isto é, aquela associada a modos mais liberais de vida e à fase do pre-casamento, diferentemente das uniões consensuais, que no passado recente, eram mais freqüentes entre estratos sociais baixos) e de divórcios e separações. O incremento em ambos indicadores afetaria o tempo de exposição aos riscos de procriação, diminuindo-o.

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O rejuvenescimento inflaciona a TFT uma vez que, coortes sucessivas começam a produzir nascimentos ao mesmo tempo, ocasionando uma sobreposição dos mesmos no mesmo período. O envelhecimento (o que seria esperado, para o Brasil) deflaciona a TFT dado que coortes sucessivas tomariam um período de tempo relativamente maior para produzir seus nascimentos. (Veja maiores detalhes sobre isto, em Bongaarts, 1998)

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Em síntese, a fecundidade continuará em declínio, todo indicando que níveis de reposição podem ser facilmente alcançado. Esta é a hipótese central, e foi devidamente adaptada às especificidades de cada UF8.

4.2 Níveis e padrões esperados de fecundidade – Procedimentos metodológicos

Dadas as considerações do item anterior e os relativamente baixos níveis de fecundidade atingidos pelo Brasil como um todo, é conveniente adequar o uso da noção de Transição Demográfica para projetar os níveis da fecundidade uma vez que grande parte das UF teria ultrapassado o período de acentuado declínio da fecundidade, não existindo, Unidades com TFT consideradas altas. Com o conjunto de estimativas disponíveis até 1996 pode-se identificar tendências tanto no tempo como entre os Estados, o que permite desenhar uma transição em direção a níveis baixos de fecundidade identificada com o processo brasileiro

O procedimento utilizado para definir os níveis a serem projetados e as correspondentes distribuições por idade, assim como os resultados obtidos, detalham-se a seguir.

4.3 Os níveis projetados: as Taxas de Fecundidade Total

A premissa básica para estimar o nível esperado da fecundidade brasileira, tal como expressado anteriormente, é que ela continuará diminuindo. A forma de quantificar o descenso esperado para os períodos seguintes a 1995, parte do conceito da transição demográfica, embora restrito ao universo brasileiro, da forma sugerida, por exemplo, por Machado (1994).

Com esta finalidade, considere-se, novamente, a seqüência dos gráficos 2(a) a 2(e), que mostra a existência do gradiente composto por níveis de fecundidade em diminuição tanto no tempo, como segundo grandes regiões. A concatenação das TFT obtidas nas duas dimensões (temporal e geográfica) produz uma série resultante de ordenar desde os maiores valores alcançados pela generalidade das UF do Norte em 1980 até alcançar os menores valores correspondentes às TFT das UF do Sudeste. Esta seqüência, da qual pode se estimar médias aritméticas simples, mostradas na Tabela do A1 do Anexo, e sintetizadas no Gráfico 3 representaria, grosso modo, a função da transição da fecundidade brasileira no período recente.

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Particularmente para o caso das UF do Norte, onde, por ter se registrado quedas tão violentas da TFT no período recente, um arrefecimento da mesma, deve ser esperado.

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Fonte: Elaborado a partir de dados por UF para o período 1980-96, tal como aparece na Tabela A do ANEXO.

Desta forma, assume-se, empiricamente, que haveria uma ‘função de transição’ brasileira, segundo a qual, as UF teriam mudanças semelhantes em semelhantes unidades de tempo. Exemplificando: uma UF que num determinado período tem níveis em torno de 3.0 filhos por mulher, demoraria 15 anos para atingir a média de 2.0 filhos, se mantidas as atuais condições brasileiras de inter-relação das UF. Em outras palavras, a similares processos de (des) concentração da riqueza, difusão, etc. ao interior da sociedade brasileira, corresponderiam similares processos de mudança nos padrões de procriação.

Embora trate-se de um processo empírico, a função de transição pode ser formalizada, para o qual acreditou-se ser suficiente expressa-la através de variações exponenciais, impondo menores velocidades de queda à medida que diminui o valor da TFT. Uma expressão adequada a este pressuposto foi:

TFT(t) = TFT(t-5) *EXP [((LN TFT(t-5))*(-0,0296)+0.0088)*5]

Onde t é o ano correspondente à TFT projetada. Com este princípio determinou-se que, até 2020, a grande maioria das UF do Brasil teria uma TFT em torno de 2.00.

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Uma vez projetadas as TFTs através da expressão acima, e dado que uma projeção de população não pode refletir apenas uma função matemática, mas principalmente suas especificidades demográficas, foram incorporadas as seguintes considerações:

a) a plausibilidade de ser a recente acentuada queda no Norte e Nordeste, um efeito de período o que poderá não se refletir na coorte;

b) a tendência diferenciada recente, expressa nos valores obtidos pela pesquisas posteriores a 1991, basicamente, as estimativas de fecundidade derivadas das PNADs e a contagem da população anos para 19969;

c) as diferenças sócio econômicas que marcam e/ou diferenciam as regiões;

d) as diferenças sócio econômicas que marcam e/ou diferenciam as UF dentro das regiões.

Tabela 3

Brasil e Regiões: TFT projetadas para o período 1995/2020

TFT projetadas TFT projetadas (a) (b) Variação relativa (%) (a) (b) Variação relativa (%) Brasil Sudeste 1995 2,55 2,59 -1,6 2,16 2,17 -0,2 2000 2,35 2,31 1,9 2,02 1,99 1,4 2005 2,13 2,18 -2,0 1,88 1,97 -4,9 2010 2,03 2,08 -2,6 1,86 1,95 -4,5 2015 1,95 2,05 -5,0 1,84 1,95 -5,6 2020 1,92 2,00 -4,2 1,84 1,93 -4,6 Norte Sul 1995 3,51 3,33 5,1 2,29 2,39 -4,1 2000 2,91 3,03 -4,1 2,20 2,25 -2,5 2005 2,69 2,79 -3,6 2,09 2,15 -3,1 2010 2,50 2,51 -0,5 2,01 2,05 -2,2 2015 2,29 2,40 -4,8 1,93 2,03 -5,1 2020 2,21 2,28 -3,6 1,91 2,00 -4,9

Nordeste Centro Oeste

1995 3,19 3,19 -0,0 2,40 2,46 -2,4 2000 2,80 2,63 6,4 2,25 2,33 -3,4 2005 2,38 2,32 2,3 2,15 2,23 -4,1 2010 2,14 2,16 -0,8 2,07 2,15 -3,9 2015 2,01 2,11 -4,6 2,01 2,10 -4,7 2020 1,97 2,04 -3,5 1,97 2,04 -3,8 9

Uma restrição imposta, importante de ser registrada, refere-se ao grupo etário 0-5 anos. A população projetada deste grupo etário utilizando a fecundidade estimada para o período 1990-95 não deveria ser inferior àquela obtida considerando a Contagem populacional de 1996.

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Fonte: Ver o texto

(a) Projetadas pela função de transição

(b) Modificadas pela especificidade de cada população, incluindo as hipóteses sobre o comportamento por idade

A TFT para o período 1991 a 2020 para o Brasil, as cinco regiões são apresentadas na Tabela 3. A coluna (a) corresponde ao resultado da aplicação da função da transição da fecundidade representada no Gráfico 3. A coluna (b) é produto das modificações devido às especificidades mencionadas e da operacionalização das hipóteses sobre o padrão por idade, a mesma que é explicada no item seguinte.

Note-se que as maiores diferenças entre o ajuste analítico e o ajuste específico de cada região ficam em torno de 5%. A nível de UF, somente em dois casos (Pernambuco e Ceará) a diferença (não mostrada neste trabalho) ficou um pouco acima de 10%.

Por último, considerando o pragmatismo deste exercício, qual seja, traduzir os níveis de fecundidade em volume de crianças que se incorporam às projeções, seus resultados têm uma conotação conservadora. Isto é, evitou-se estimar níveis menores - o que geraria volume de nascimentos menor – para auxiliar aos usuários destas projeções com elementos que contribuam a diminuir o déficit de atenção demandadas por esta sub-população.

4.4 A projeção da distribuição por idade da fecundidade

Como visto anteriormente, o padrão por idade experimentou um intenso rejuvenescimento, pouco se diferenciando, em termos da idade média ou do desvio padrão desta distribuição, da média de países que, hoje, apresentam estruturas denominadas ‘jovens’. Assim, acredita-se que tal distribuição, no geral dos estados brasileiros, desacelerará esse processo de rejuvenescimento.

Dois argumentos sustentariam esta hipótese. Em primeiro lugar, embora o rejuvenescimento tenha se dado, essencialmente porque a fecundidade diminuiu em muitos casos além do esperado nas idades acima de 35 anos, o risco entre jovens de 15 a 19 anos tem permanecido praticamente constante desde os anos sessenta. Dadas as características sócio culturais pre-terceiro milênio do país, é difícil acreditar que as jovens brasileiras continuem por muito tempo, com risco de gerar em torno de 80 a 90 crianças em cada 1,000, pois isto, como mostram as estimativas do Censo de 1991, eqüivale, para algumas UF, riscos de 130 a 140 por mil. Valores desta magnitude, são facilmente considerados extremadamente altos, mesmo entre populações do Terceiro Mundo10.

Em segundo lugar, contribuiu, também, ao fenômeno de rejuvenescimento, o tipo de recurso usado

para viabilizar a diminuição da fecundidade, isto é a esterilização. Sabendo que este fenômeno veio associado à prática da cesárea e dada a atual vigilância sanitária

10

Com referência apenas à América do Sul, saliente-se, que, com exceção da Venezuela, não haveria, por volta de 1995, países com taxas específicas de fecundidade superiores a 90 por mil para mulheres com idades 15 a 19 anos (FNUAP, 1998).

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sobre o assunto, acredita-se na implementação de um sistema de planejamento familiar que outorgue à mulher um leque maior de opções para o controle da prole. Isto é, deixa-se aberta a possibilidade de adiar o nascimento dos filhos sem necessariamente encerrar as possibilidades de reprodução como médio de planejamento familiar.

Este processo - se confirmado - conjuntamente com a possibilidade das jovens de 15-19 anos ter condições de controlar sua fecundidade, provocará a desaceleração do processo de rejuvenescimento mencionado e, em alguns casos, o ‘envelhecimento’ da distribuição da fecundidade.

A definição dos parâmetros da distribuição por idade

O reflexo dos argumentos, acima citados, na distribuição por idade da fecundidade esperada foi quantificado a partir de uma distribuição linear expressa a través de dois parâmetros

(α e β) com valores de 0.0 e 1.0 para uma dada distribuição padrão, neste caso, a definida por

Booth (1984)11.

Ambos parâmetros, suficientes para definir a distribuição por idade da fecundidade, associam-se, respectivamente, ao início do processo da procriação e à distribuição do mesmo ao longo da idade da mulher e acompanhariam as mudanças da TFT. Empiricamente, valores de β têm mostrado uma tendência inversa praticamente linear com o nível da fecundidade, particularmente quando a TFT encontra-se em patamares relativamente altos. Assim, declínios desta variável são costumeiramente associados a uma concentração da mesma. Por outro lado, α associado ao início do período reprodutivo, deveria refletir um padrão com idades médias cada vez maiores se, presumivelmente, ao diminuir a fecundidade, esta tende a se localizar em idades cada vez mais avançadas do período reprodutivo.

Por apresentar estreitas relações com a TFT, a definição de α e β apoiou-se por um lado, nos níveis projetados na seção anterior. Por outro lado, na medida em que a fecundidade continua diminuindo, como no Brasil, tal relação fica menos aparente, sendo importante incorporar na projeção destes parâmetros, os critérios utilizados na formulação das hipóteses ao início deste item, pois, novamente, uma projeção demográfica não pode se apoiar unicamente em critérios matemático-estatísticos.

11

Este procedimento baseia-se na idéia original de Brass (1980) sobre a linearização da distribuição da fecundidade por idade utilizando uma distribuição da forma de uma dupla exponencial conhecida como distribuição de Gompertz. Este procedimento, está amplamente detalhado, por exemplo, em Booth; 1984, Chackiel: 1979, etc..

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10

A alternativa foi um processo iterativo entre a definição de uma função para α e β e os pressupostos demográficos, de forma tal a satisfazer duas condições:

a) Peso relativo da f(15-19) em diminuição ao longo do período da projeção.

b) Valores de f(x), sempre em descenso ao longo deste período. Isto é, diminuição da

fecundidade em todas as idades. Os passos seguidos foram:

1. A partir das estruturas por idade correspondentes aos níveis definidos anteriormente, pela média de valores empíricos, calculou-se α e β.

2. β mostrou, efetivamente, a associação inversa esperada com TFT; a expressão que melhor se ajustou a este comportamento incluiu uma transformação da TFT da forma:

β = 1/LN(TFT)

3. A rotina de cálculo para satisfazer os requerimentos (a) e (b) introduziu modificações no padrão por idade obtido no passo 2, de forma tal que β foi modificada. O efeito final desta modificação aparece no Gráfico 4.

4. Os valores iniciais de α (no passo 1), também exprimem a experiência brasileira, o que significou ligeiros aumentos para épocas recentes.

5. Da mesma forma que no passo 3, a condição imposta em (a) e (b) introduziu novas modificações no padrão por idade obtido no passo 2, de forma tal que α foi modificada. O efeito final desta modificação aparece no Gráfico 4, o qual, inclui o polinômio que melhor se ajusta a esta série, com o intuito de enfatizar sua regularidade.12

12

Este comportamento, se expresso matematicamente seguiu a forma de um polinômio de terceiro grau. A função ajustada a este comportamento, com R2=0,94., teria a forma aproximada de:

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11

Fonte: Ver texto

O resultado deste exercício para o total do país, isto é a evolução que se espera do padrão por idade da fecundidade para o total do país ilustra-se no Gráfico 5. A sistemática descrita foi feita para cada uma das UF.

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12

Fonte: Ver Texto

O perfil mostrado no gráfico, sintetiza os resultados: as duas condições impostas à evidência empírica produzem valores de β ao final do período da projeção com aumentos menores aos contemplados na relação inicialmente estabelecida. Nota-se uma desaceleração da tendência de concentração da distribuição por idade da fecundidade. A idade de início por sua vez, sofreria, por definição, progressivos adiamentos. Espera-se que este tipo de padrão seja reflexo de uma política de atenção integral à saúde reprodutiva que atenda tanto à limitação no número de filhos como ao espaçamento do nascimento dos mesmos.

5. Síntese e comentários finais

O exercício aqui apresentado - que no jargão demográfico corresponde à alternativa média da projeção - baseia-se em dados exclusivamente brasileiros e apoia-se na noção de transição demográfica, tratando de modelar uma transição de fecundidade regional, isto é, identificada com a evolução idiossincrática nacional.

Acredita-se que os procedimentos apresentados aproximam-se deste objetivo, isto é, se mantidas as atuais interrelações entre as populações das UF e grandes regiões, em termos do grande marco social - (des)equilíbrios sociais, econômicos e atitudinais (sobre tudo, estes últimos) - esperar-se-ia mudanças no comportamento reprodutivo similares àqueles que hoje estão no topo desse marco social. Há, certamente, importantes especificidades regionais que devem ser consideradas, sendo este, o propósito do presente exercício: o de intentar incorporar num procedimento matemático-estatístico, especificidades demográficas de forma empírica e minimamente subjetiva.

Finalmente, dentre as várias limitações existentes, menciona-se, apenas duas. Em primeiro lugar, a base de dados bastante limitada e que poderia ser ampliada. Considerando o processo de rápidas mudanças não seria o caso voltar ao passado para aumentar o número de observações; seria sim, importante, contar com maior número de sub-populações brasileiras representativas de diversos níveis de fecundidade nas diversas posições do aludido marco social brasileiro.

Em segundo lugar, há expressões matemáticas que, talvez, expressem melhor as funções de transição da fecundidade brasileira e das correspondentes distribuições por idade. Este deveria ser o seguinte passo. O desafio estará, no entanto, em manter a orientação de obter, sempre, um procedimento simples e que privilegie, sobre tudo, o aspecto demográfico da projeção.

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15 Tabela A1

Brasil, Regiões e Unidades Federativas: 1980 a 1995:

Taxas de Fecundidade observadas e ajustadas , valor médio total e valor projetado por uma função de transição

Unidade de tempo: Quinquenio (*) Região ou UF 1 2 3 4 5 6 7 Brasil 4,35 3,60 2,85 2,50 Norte 6,45 5,30 4,15 3,33 RO 6,18 4,82 3,47 3,12 AC 6,88 5,89 4,90 4,41 AM 6,75 5,61 4,47 3,94 7,39 RR 6,05 5,02 3,99 3,41 2,00 PA 6,31 5,25 4,19 3,65 AP 6,97 5,79 4,62 3,94 TO 3,86 3,07 Nordeste 6,13 4,91 3,70 3,01 MA 6,93 5,78 4,64 3,47 PI 6,54 5,16 3,78 2,96 CE 6,05 4,89 3,73 3,58 RN 5,67 4,52 3,36 2,94 PB 6,19 4,96 3,72 2,70 PE 5,40 4,33 3,26 2,54 AL 6,67 5,36 4,05 2,93 SE 6,03 4,80 3,58 3,47 BA 6,23 4,92 3,61 3,12 Sul 3,63 3,07 2,52 2,41 PR 4,12 3,37 2,61 2,43 SC 3,82 3,19 2,57 2,30 RS 3,11 2,75 2,39 2,38 Centro Oeste 4,51 3,58 2,66 2,40 MS 4,39 3,66 2,92 2,73 MT 4,70 3,88 3,06 2,72 GO 4,73 3,62 2,50 2,19 DF 3,62 2,99 2,37 2,24 Sudeste 3,45 2,90 2,35 2,21 MG 4,31 3,49 2,67 2,51 ES 4,80 3,78 2,75 2,52 RJ 2,94 2,52 2,10 SP 3,24 2,76 2,28 2,11 TFT Média (*) 6,79 5,90 4,64 3,63 2,98 2,71 2,24 Função de Transição (***) 6,79 5,34 4,36 3,66 3,16 2,78 2,50

(*) O primeiro valor da série, em cada caso, corresponde à taxa estimada para 1980, o segundo para 1985 e assim sucessivamente.

(**) Média aritmética simples de todos os valores da coluna (***) Função explicitada no item 4.3

(21)

Tabela A2. Brasil e Regiões, 1995-2020: Taxas de Fecundidade Total, parâmetros de distribuição (ALFA, BETA, Idade Média da Fecundidade e Desvio

Parâmetros de Distribuição Taxas de Fecundidade por idade (por mil) Região Período TFT

α b Id. Média Des. St. 15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49

Brasil 1995 2,58 0,17 1,09 27,08 7,03 84,27 141,46 121,36 88,14 55,82 22,03 2,30 2000 2,31 0,16 1,16 27,03 6,78 68,80 132,67 114,03 79,56 47,18 16,83 1,49 2005 2,18 0,17 1,18 26,98 6,70 63,58 127,43 109,14 74,95 43,41 14,96 1,25 2010 2,08 0,16 1,21 26,97 6,61 58,28 123,63 106,22 71,94 40,70 13,53 1,06 2015 2,05 0,16 1,22 26,97 6,56 56,22 122,85 105,65 70,97 39,63 12,91 0,98 2020 2,00 0,13 1,26 27,07 6,43 49,62 121,92 107,02 70,98 38,48 11,94 0,84 Norte 1995 3,49 0,18 0,94 27,11 7,61 133,35 168,88 144,48 113,92 82,97 40,87 6,17 2000 3,05 0,15 1,01 27,30 7,33 103,91 156,02 135,93 104,07 71,30 31,68 4,01 2005 2,79 0,15 1,10 27,19 6,99 86,55 153,10 133,14 96,73 60,85 23,68 2,41 2010 2,52 0,17 1,16 26,97 6,77 76,14 145,66 124,26 86,14 50,75 17,97 1,57 2015 2,40 0,17 1,17 26,95 6,72 71,71 140,23 119,59 82,32 47,97 16,70 1,42 2020 2,28 0,10 1,17 27,39 6,73 59,30 129,38 116,59 82,81 49,32 17,49 1,52 Nordeste 1995 3,09 0,08 1,03 27,71 7,23 91,32 157,92 143,81 111,29 75,69 32,79 3,94 2000 2,60 0,11 1,16 27,30 6,76 70,43 147,63 131,25 92,91 55,41 19,76 1,74 2005 2,32 0,11 1,20 27,28 6,61 58,75 134,96 120,70 83,61 48,04 16,18 1,29 2010 2,16 0,11 1,21 27,27 6,58 53,82 126,51 113,28 78,01 44,38 14,73 1,15 2015 2,11 0,11 1,25 27,18 6,46 50,82 126,45 112,62 75,69 41,58 13,11 0,94 2020 2,04 0,12 1,28 27,09 6,36 48,09 125,30 110,80 72,77 38,71 11,67 0,78 Sudeste 1995 2,18 0,21 1,15 26,76 6,82 72,15 126,27 104,95 72,47 43,00 15,49 1,40 2000 2,00 0,18 1,20 26,87 6,64 59,00 119,00 100,71 68,05 38,65 12,97 1,04 2005 1,97 0,20 1,20 26,78 6,64 59,92 117,97 98,77 66,39 37,60 12,60 1,01 2010 1,95 0,20 1,23 26,74 6,52 56,72 119,25 99,67 65,53 35,87 11,43 0,84 2015 1,95 0,20 1,24 26,74 6,52 56,61 119,30 99,71 65,50 35,82 11,39 0,83 2020 1,93 0,16 1,29 26,87 6,33 48,44 120,90 103,78 66,73 34,86 10,29 0,67 Sul 1995 2,37 0,13 1,12 27,26 6,90 69,40 131,41 115,54 83,29 51,44 19,40 1,87 2000 2,25 0,15 1,15 27,11 6,81 66,30 128,20 111,15 78,30 46,93 16,98 1,53 2005 2,15 0,15 1,15 27,11 6,81 63,35 122,50 106,21 74,82 44,85 16,23 1,46 2010 2,05 0,12 1,15 27,28 6,80 57,07 115,78 102,49 72,92 43,93 15,93 1,44 2015 2,03 0,10 1,17 27,36 6,72 52,80 115,20 103,47 73,21 43,40 15,30 1,32 2020 2,00 0,06 1,19 27,55 6,63 46,71 113,58 105,16 74,54 43,64 14,98 1,23 Centro Oeste 1995 2,49 0,34 1,04 26,09 7,22 109,33 132,94 104,02 74,37 48,29 20,37 2,41 2000 2,34 0,28 1,06 26,44 7,13 93,42 127,73 102,69 73,31 46,77 19,03 2,11 2005 2,26 0,28 1,15 26,40 6,82 82,92 131,97 105,37 71,36 41,91 15,02 1,35 2010 2,15 0,24 1,19 26,57 6,68 71,29 129,01 105,12 70,19 39,88 13,52 1,11 2015 2,10 0,23 1,18 26,64 6,71 68,76 124,92 102,65 69,15 39,68 13,62 1,14 2020 2,04 0,19 1,20 26,86 6,64 60,56 121,62 102,83 69,49 39,50 13,27 1,06

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