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Avaliação de riscos na operação e manutenção de uma autoestrada: o caso da A24

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(1)

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIAS

Avaliação de Riscos na Operação e Manutenção de uma

Autoestrada: O caso da A24

Dissertação de Mestrado em Engenharia Civil

Rui Filipe Morais Pereira Couto

(2)

ESCOLA DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIAS

Avaliação de Riscos na Operação e Manutenção de uma

Autoestrada: O caso da A24

Dissertação de Mestrado em Engenharia Civil

Rui Filipe Morais Pereira Couto

Orientadora: Professora Doutora Cristina Madureira dos Reis

(3)
(4)

A realização deste trabalho é o culminar de uma ano de sacrifício, não só pessoal mas também para todos aqueles que me rodeiam. Quero por isso aqui deixar, o meu muito obrigado a todos aqueles que de alguma forma, direta ou indiretamente, contribuíram na elaboração deste trabalho.

Aos meus colegas de curso, que tornaram está etapa mais fácil do que à partida se avizinhava. Foram anos de partilha e de crescimento juntos.

Agradecer de uma forma especial à Professora Doutora Cristina Reis, pela excelente orientação e por todo o apoio e colaboração que prestou durante o desenvolvimento deste trabalho.

Ao Eng.º António Lucena, enquanto responsável pelo Departamento de Operação e Manutenção da Operscut o meu muito obrigado pela disponibilidade e por toda colaboração.

Aos Encarregados de Distrito na pessoa do Joaquim Rebelo e João Leandro, por toda a troca de ideias realizada e colaboração.

À Filipa, por todo amor e constante apoio demostrado ao longo deste ano.

Um último agradecimento muito especial para a minha família, especialmente Mãe e Irmãos, que ao longo da vida têm sido o pilar fundamental no meu crescimento pessoal.

(5)

RESUMO

A preocupação com a segurança e bem-estar dos colaboradores das organizações é nos dias de hoje uma mais-valia para o aumento da produtividade das mesmas.

A forma mais eficaz de prevenir acidentes de trabalho e assim reduzir custos para as empresas, é aplicar políticas de higiene, saúde e segurança no trabalho eficazes.

Um dos pontos-chave da prevenção passa pela realização de avaliações de risco, para que os perigos identificados possam ser tratados e assim reduzir a exposição dos colaboradores.

Segundo a Lei nº 102/2009, de 10 de Setembro, os trabalhos em rodovias sem interrupção de tráfego é considerada uma atividade de risco elevado, pelo que, o grande objetivo deste relatório é efetuar o levantamento dos perigos aos quais os trabalhadores afetos à Operação e Manutenção da autoestrada A24 estão expostos nas suas atividades diárias.

(6)

ABSTRACT

Nowadays, the concern with security and welfare of collaborators is value added for the increase in productivity of the organizations.

The most effective way to prevent labor accidents and thus reduce companies’ costs is by applying effective hygiene, health and security policies.

The realization of risk assessment is a key factor in prevention, it identifies the hazards and the correct measures can be put in place to minimize them and therefore reduce the exposure of the collaborators.

According to the law nº 102/2009, dating from the September 10thof 2009, the works in

roadways without the interruption of traffic is considered a high risk activity. For this reason the main objective of this report is to identify the risks to which the workers are subjected on a daily basis during the maintenance operations in the Highway A24.

(7)

ÍNDICE GERAL

AGRADECIMENTOS ... IV

RESUMO ... V

ABSTRACT ... VI

ÍNDICE GERAL ... VII

ÍNDICE DE FIGURAS ... IX

ÍNDICE DE TABELAS... XI

ÍNDICE DE GRÁFICOS ... XIII

ÍNDICE DE ANEXOS ... XIV

SIGLAS ... XV

GLOSSÁRIO ... XVI

1

INTRODUÇÃO ... 1

1.1

CONSIDERAÇÔES GERAIS ... 1

1.2

OBJETIVOS ... 1

1.3

ESTRUTURA DO TRABALHO ... 1

2

ENQUADRAMENTO TEÓRICO E LEGAL ... 3

2.1

ENQUADRAMENTO TEÓRICO ... 3

2.2

OBJETIVOS DA AVALIAÇÃO DE RISCOS ... 6

2.2.1

ETAPAS DA AVALIAÇÃO DE RISCOS ... 7

2.2.2

METODOLOGIAS DE AVALIAÇÃO ... 7

2.2.2.1

MÉTODOS DE AVALIAÇÃO QUALITATIVOS ... 8

2.2.2.2

MÉTODOS DE AVALIAÇÃO QUANTITATIVOS ... 8

2.2.2.3

MÉTODOS DE AVALIAÇÃO SEMI-QUANTITATIVOS ... 9

2.3

ENQUADRAMENTO LEGAL ... 10

3

PROBLEMATICA DOS TRABALHOS EM RODOVIAS ... 13

3.1

DEFINIÇÃO DE ZONA DE TRABALHOS... 13

3.2

COMPORTAMENTOS DE RISCO... 14

3.3

DADOS DE SINISTRALIDADE ... 15

3.3.1

SINISTRALIDADE LABORAL NA OPERSCUT ... 17

4

CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA ... 22

4.1

APRESENTAÇÃO DA EMPRESA ... 22

4.2

MISSÃO, VISÃO E VALORES ... 24

4.3

POLÍTICA DE QUALIDADE, SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO ... 24

4.4

ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DA EMPRESA... 26

5

PROCEDIMENTO DE ATUAÇÃO EM CASO DE ACIDENTE ... 28

5.1

PLANO DE EMRGÊNCIA INTERNO... 28

5.1.1

MEIOS DE SOCORRO ... 29

5.1.1.1

MEIOS INTERNOS DE SOCORRO ... 29

5.1.1.2

MEIOS EXTERNOS DE SOCORRO ... 29

5.2

SIMULACROS ... 30

6

PRINCIPAIS FUNÇÕES NA OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO DA

AUTOESTRADA A24 ... 32

6.1

OPERADOR DO CENTRO DE CONTROLO DE TRÁFEGO ... 32

(8)

6.4

TÉCNICO ELETROMECÂNICO... 36

6.5

TÉCNICO DE INFORMÁTICA ... 36

7

AVALIAÇÃO DE RISCOS NA OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO DE UMA

AUTOESTRADA-O CASO DA A24 ... 37

7.1

METODOLOGIA APLICADA... 37

7.1.1

APRECIAÇÃO DO RISCO ... 38

7.1.1.1

ANÁLISE DO RISCO ... 38

7.1.1.1.1

IDENTIFICAÇÃO DOS PERIGOS E FATORES DE RISCO ... 38

7.1.1.1.2

ESTIMAÇÃO DO RISCO ... 39

7.1.1.2

AVALIAÇÃO DO RISCO ... 40

7.1.2

TRATAMENTO DO RISCO ... 41

7.1.2.1

PRIORIDADE DE INTERVENÇÂO ... 41

7.1.3

ACEITAÇÃO DO RISCO ... 42

7.1.4

COMUNICAÇÃO SOBRE O RISCO ... 43

7.1.5

REVISÃO DA IDENTIFICAÇÃO DE PERIGOS E AVALIAÇÃO E

CONTROLO DOS RISCOS ... 43

7.2

DESCRIÇÃO DE FUNÇÕES E TAREFAS AVALIADAS ... 43

7.3

APLICAÇÃO DA METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO DE RISCOS ... 56

7.4

COMUNICAÇÂO DOS RISCOS AOS TRABALHADORES... 74

8

CONCLUSÕES ... 75

8.1

DESENVOLVIMENTOS FUTUROS ... 76

9

BIBLIOGRAFIA ... 77

9.1

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ... 77

9.2

BIBLIOGRAFIA GERAL CONSULTADA ... 78

(9)

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 – Organigrama da Empresa ... 27

Figura 2 – Organigrama de funcionamento do Plano de Emergência Interno ... 28

Figura 3 – Acidente de trabalho em talude de escavação ... 31

Figura 4 – Resgate da vítima ... 31

Figura 5 – Primeiros socorros prestados à vítima pelos meios internos ... 31

Figura 6 – Primeiros socorros prestados à vitima pelos meios externos ... 31

Figura 7 – Esquematização da metodologia de avaliação de riscos ... 38

Figura 8 – Posto de trabalho do OCCT (Vista 1) ... 44

Figura 9 – Posto de trabalho do OCCT (Vista 2) ... 44

Figura 10 – Posto de trabalho do OCCT (Vista 3) ... 45

Figura 11 – Posto de trabalho do OCCT (Vista 4) ... 45

Figura 12 – Posto de trabalho do OCCT (Vista 5) ... 45

Figura 13 – Posto de trabalho do OCCT (Vista 6) ... 45

Figura 14 – Viatura usada para as deslocações ... 46

Figura 15 – Interior da viatura ... 46

Figura 16 – Rádio usado nas comunicações ... 47

Figura 17 – Consola do painel de mensagens ... 47

Figura 18 – Condução da viatura ... 47

Figura 19 – Viatura parada na berma ... 47

Figura 20 – Viatura com sinalização temporária ... 48

Figura 21 – Retirada de sinalização de viatura ... 48

Figura 22 – Transporte de sinalização pelo colaborador ... 48

Figura 23 – Balizamento implementado (Vista 1) ... 48

Figura 24 – Balizamento implementado (Vista 2) ... 49

Figura 25 – Dispositivos luminosos ... 49

Figura 26 – Sinaleiro para desvio de tráfego ... 50

Figura 27 – Produtos utilizados na atividade ... 50

Figura 28 – Aplicação da cola asfáltica ... 50

Figura 29 - Soprador usado na secagem ... 50

Figura 30 – Colocação do aglomerado asfáltico ... 50

Figura 31 – Compactação do aglomerado asfáltico ... 50

Figura 32 – Reparação de vedação em pé de talude ... 51

Figura 33 – Reparação de vedação em crista de talude ... 51

Figura 34 – Alicate usado no corte de arame ... 52

Figura 35 – Torque usado para o esticamento da vedação ... 52

Figura 36 – Corte de arame de vedação ... 52

Figura 37 – esticamento de vedação ... 52

Figura 38 – Barreira acústica (Parte frontal) ... 53

Figura 39 – Barreira acústica (Parte traseira) ... 53

Figura 40 – Corte de vegetação (Vista 1) ... 53

Figura 41 – Corte de vegetação (Vista 2) ... 53

Figura 42 – Queima de vegetação ... 54

(10)

Figura 45 – Aplicação de pontos de solda em prumo ... 55

Figura 46 – Gerador ... 55

Figura 47 – Martelo perfurador ... 55

Figura 48 – Máquina de soldar ... 55

(11)

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1 – N.º de acidentes de trabalho mortais por mês entre 2001-2010 [3] ... 3

Tabela 2 – Fator material responsável pelo acidente segundo o tipo de obra [18] ... 15

Tabela 3 – Consequência do acidente segundo o tipo de obra [18] ... 16

Tabela 4 –Número de peões vítimas de acidente segundo a tipologia de via [19] ... 16

Tabela 5 – Dados de Sinistralidade na Operscut ... 17

Tabela 6 – Número de acidentes segundo a origem entre 2003 e 2012 ... 19

Tabela 7 - Número de acidentes segundo a origem e o membro afetado entre 2003 e 2012 ... 21

Tabela 8 – Impresso de identificação de perigos e avaliação e controlo de riscos ... 39

Tabela 9 – Estimação da gravidade ... 39

Tabela 10 – Estimação da probabilidade de ocorrência do dano ... 40

Tabela 11 – Critério de risco ... 40

Tabela 12 – Tratamento do Risco em função do resultado da apreciação ... 42

Tabela 13 – Avaliação de riscos do Operador do Centro de Controle de Tráfego ... 57

Tabela 14 – Avaliação de riscos do Agente de Manutenção – Deslocação para a Zona de

Trabalhos ... 58

Tabela 15 – Avaliação de riscos do Agente de Manutenção – Deslocação para a Zona de

Trabalhos (Continuação) ... 59

Tabela 16 – Avaliação de riscos do Agente de Manutenção – Colocação/Remoção de

Sinalização Temporária ... 60

Tabela 17 – Avaliação de riscos do Agente de Manutenção – Colocação/Remoção de

Sinalização Temporária (Continuação) ... 61

Tabela 18 – Avaliação de riscos do Agente de Manutenção – Tapamento de Covas e

Remendos de Bases ... 62

Tabela 19 – Avaliação de riscos do Agente de Manutenção – Tapamento de Covas e

Remendos de Bases (Continuação) ... 63

Tabela 20 – Avaliação de riscos do Agente de Manutenção – Manutenção de Vedações ... 64

Tabela 21 – Avaliação de riscos do Agente de Manutenção – Manutenção de Vedações

(Continuação) ... 65

Tabela 22 – Avaliação de riscos do Agente de Manutenção – Manutenção de Barreiras

Acústicas ... 66

Tabela 23 – Avaliação de riscos do Agente de Manutenção – Manutenção de Barreiras

Acústicas (Continuação) ... 67

Tabela 24 – Avaliação de riscos do Agente de Manutenção – Manutenção de Barreiras

Acústicas (Continuação) ... 68

Tabela 25 – Avaliação de riscos do Agente de Manutenção – Manutenção de Sinais, Balizas

e Marcos Quilométricos ... 69

Tabela 26 – Avaliação de riscos do Agente de Manutenção – Manutenção de Sinais, Balizas

e Marcos Quilométricos (Continuação) ... 70

Tabela 27 – Avaliação de riscos do Agente de Manutenção – Manutenção de Sinais, Balizas

e Marcos Quilométricos (Continuação) ... 71

Tabela 28 – Avaliação de riscos do Agente de Manutenção – Manutenção de Sinais, Balizas

e Marcos Quilométricos (Continuação) ... 72

(12)

Tabela 29 – Avaliação de riscos do Agente de Manutenção – Manutenção de Sinais, Balizas

e Marcos Quilométricos (Continuação) ... 73

(13)

ÍNDICE DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Nº de Acidentes com Baixa – 2011/2013 ... 18

Gráfico 2 – Taxa de Frequência/Taxa de Gravidade - 2010/2013 ... 18

Gráfico 3 – Nº de acidentes de trabalho por membro afetado entre 2003 e 2012 ... 21

(14)

ÍNDICE DE ANEXOS

Anexo I – Checklist de Apoio à Avaliação de Riscos Anexo II – Fichas de Prevenção e Segurança Anexo III – Lista de Verificação de Equipamentos Anexo IV – Registo de EPI

(15)

SIGLAS

ACT – Autoridade para as Condições do Trabalho

AAV – Agente de Assistência e Vigilância

AESST – Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho

AM – Agente de Manutenção

CAM – Centro de Apoio à Manutenção

CCT – Centro de Controlo de Tráfego

CDOS – Comando Distrital de Operações de Socorro

EPI – Equipamento de Proteção Individual

HST – Higiene e Segurança no Trabalho

OCCT – Operador do Centro de Controlo de Tráfego

OIT – Organização Internacional do Trabalho

PEI – Plano de Emergência Interno

SST – Segurança e Saúde do Trabalho

TE – Técnico Eletromecânico

TI – Técnico de Informática

(16)

GLOSSÁRIO

ACIDENTE DE TRABALHO – É todo aquele que se verifique no local e no tempo de

trabalho e produza direta ou indiretamente lesão corporal, perturbação funcional ou doença de que resulte redução na capacidade de trabalho ou de ganho ou a morte (artigo 8º da Lei n.º 98/2009, de 4 de Setembro),

AÇÃO PREVENTIVA - Acão prática que tem por objetivo eliminar os riscos ou diminuir as suas consequências.

AMBIENTE DE TRABALHO - Conjunto de elementos físicos, químicos e biológicos que envolvem o Homem no seu posto de trabalho (Artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 109/2000, de 30 de Junho).

AVALIAÇÃO DE RISCOS - Processo de identificação, estimação quantitativa e qualitativa e valoração dos riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores.

CONTROLO DE RISCOS - Processo que envolve a adoção de medidas técnicas, organizativas, de formação, de informação e outras, tendo em vista a redução dos riscos profissionais e avaliação dessas medidas.

EQUIPAMENTO DE PROTECÇÃO INDIVIDUAL - Equipamento, incluindo qualquer complemento ou acessório, destinado a ser utilizado pelo trabalhador para se proteger dos riscos a que está exposto, para sua segurança e para a sua saúde.

EXPOSIÇÃO - Termo indicador de uma ou mais pessoas permanecerem submetidas a um risco que possa influenciar negativamente, nas condições de segurança ou no seu estado de saúde.

LOCAL DE TRABALHO – Lugar em que o trabalhador se encontra ou de onde ou para

onde deva dirigir -se em virtude do seu trabalho, no qual esteja direta ou indiretamente sujeito ao controlo do empregador (artigo 4º da Lei n.º 102/2009, de 10 de Setembro).

(17)

POSTO DE TRABALHO - Sistema constituído por um conjunto de recursos humanos, físicos, tecnológicos e organizacionais que, no seio de uma organização de trabalho, visa a realização de uma tarefa ou atividade.

PREVENÇÃO – Conjunto de políticas e programas públicos, bem como disposições ou

medidas tomadas ou previstas no licenciamento e em todas as fases de atividade da empresa, do estabelecimento ou do serviço, que visem eliminar ou diminuir os riscos profissionais a que estão potencialmente expostos os trabalhadores (artigo 4.º do Decreto-lei n.º 102/2009 de 10 de Setembro).

TRABALHADOR - Pessoa singular que, mediante retribuição, se obriga a prestar um serviço a um empregador e, bem assim, o tirocinante, o estagiário e o aprendiz que estejam na dependência económica do empregador em razão dos meios de trabalho e do resultado da sua atividade (artigo 4º do Decreto-Lei n.º 102/2009, de 10 de Setembro

(18)

1

INTRODUÇÃO

1.1 CONSIDERAÇÔES GERAIS

A Operação e Manutenção de Autoestradas é uma atividade que requer a realização de um número elevado de tarefas nas diferentes infraestruturas que as constituem. Devido à particularidade dos trabalhos a realizar, o perigo é algo que é necessário controlar de forma a minimizar os riscos aos quais os colaboradores estão expostos.

A execução de avaliações de risco nas organizações é nos dias de hoje, uma mais-valia na salvaguarda da saúde e segurança dos trabalhadores, só assim será possível melhorar a performance das empresas na obtenção de melhores condições de trabalho para os seus colaboradores e melhores resultados económico-financeiros.

1.2 OBJETIVOS

O presente trabalho tem por objetivo efetuar a avaliação de riscos de algumas atividades relativas à Operação e Manutenção de uma autoestrada, através da aplicação de uma metodologia de avaliação de riscos, no levantamento rigoroso dos perigos para que estes possam ser devidamente tratados. Para tal recorreu-se à Operscut, empresa responsável pela Operação e Manutenção da autoestrada A24, que liga Viseu à fronteira com Espanha junto a Chaves.

Devido à enorme quantidade de atividades que decorrem no âmbito da Operação e Manutenção de uma autoestrada foi definido conjuntamente com a Operscut, as funções e tarefas a analisar no âmbito deste trabalho. Decidiu-se por isso efetuar a avaliação de riscos ao Operador do Centro de Controlo de Tráfego, devido às características específicas desta função, e a algumas tarefas do Agente de Manutenção, que é a função com mais impacto na manutenção de toda a infraestrutura rodoviária.

1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO

Na primeira fase do trabalho efetua-se o enquadramento teórico sobre algumas temáticas relativas à avaliação de riscos, nomeadamente quais os objetivos, as etapas para uma avaliação de riscos eficaz e as diferentes metodologias existentes. Apresenta-se também um levantamento da legislação aplicável que foi consultada para a elaboração deste

(19)

relatório, bem como uma abordagem à problemática inerente à realização de trabalhos em rodovias.

De seguida procurou-se caracterizar a empresa bem como as funções com maior impacto na Operação e Manutenção da A24. É também apresentado o procedimento interno de atuação para uma eficaz resposta em casos de emergência, nomeadamente acidentes de trabalho.

No capítulo principal do trabalho, é apresentada e descrita a metodologia de avaliação de riscos aplicada, procurando também efetuar uma descrição mais pormenorizada das funções e tarefas avaliadas.

Por último é apresentado o resultado das Avaliações de Risco efetuadas e as respetivas Fichas de Prevenção e Segurança.

(20)

2

ENQUADRAMENTO TEÓRICO E LEGAL

De forma a permitir um enquadramento do tema e a familiarização de toda a problemática associada a avaliação de riscos, é necessário compreender a realidade associada aos acidentes de trabalho nas organizações. Neste capítulo será descrita a realidade europeia e portuguesa no que diz respeito ao número de acidentes de trabalho. Será também efetuada uma abordagem à temática relacionada com as avaliações de risco, de forma a perceber quais os objetivos destas e quais as metodologias existentes.

2.1 ENQUADRAMENTO TEÓRICO

Na União Europeia morrem mais de cinco mil trabalhadores anualmente, em consequência de acidentes de trabalho (dados do Eurostat), e segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), cerca de 159500 trabalhadores ficam inativos a cada ano, por causa de doenças profissionais [1] e [2].

Em Portugal apesar do decréscimo de acidentes mortais ao longo dos anos, os números continuam a ser bastante elevados e preocupantes, como se pode comprovar pela tabela 1.

Tabela 1 – N.º de acidentes de trabalho mortais por mês entre 2001-2010 [3]

Para além do custo humano que têm para os trabalhadores e suas famílias, os acidentes de trabalho e as doenças profissionais têm igualmente um impacto bastante elevado na produtividade das empresas.

(21)

As falhas ao nível da Segurança e Higiene do Trabalho são um dos maiores problemas que as empresas têm por resolver e são vários os motivos para que tal aconteça, de onde se destaca:

 Falta de sensibilidade para várias situações, em matéria de higiene e segurança do trabalho, com potencial para o dano;

 Ações preventivas/corretivas inadequadas face aos riscos existentes;  Desorganização dos postos de trabalho;

 Manipulação de substâncias perigosas sem informação adequada (Ficha de Dados e Segurança) em matéria de higiene e segurança do trabalho

 Utilização de máquinas de trabalho sem competência técnica e sem Manual de Segurança

A avaliação de riscos profissionais é hoje a base de uma gestão eficaz relativamente as questões da segurança, higiene e saúde no trabalho, sendo um dos princípios gerais de prevenção. A metodologia da prevenção, segundo a Lei n.º 102/2009, de 10 de Setembro, baseia-se em nove princípios gerais, que são os seguintes:

1) Evitar os riscos;

2) Avaliar os riscos que não possam ser evitados; 3) Combater os riscos na origem;

4) Adaptar o trabalho ao homem, especialmente no que se refere à conceção dos postos de trabalho, bem como à escolha dos equipamentos de trabalho e dos métodos de trabalho e de produção, tendo em vista, nomeadamente, atenuar o trabalho monótono e o trabalho cadenciado e reduzir os efeitos destes sobre a saúde;

5) Ter em conta o estádio de evolução da técnica;

6) Substituir o que é perigoso pelo que é isento de perigo ou menos perigoso;

7) Planificar a prevenção como um sistema coerente que integre a técnica, a organização do trabalho, as condições de trabalho, as relações sociais e a influência dos fatores ambientais no trabalho;

8) Dar prioridade às medidas de prevenção coletiva em relação às medidas de proteção individual;

(22)

Uma avaliação de riscos cuidada e bem elaborada é um pilar importante, para que se consiga reduzir os acidentes de trabalho e as doenças profissionais, melhorando assim a segurança e saúde de todos os trabalhadores de uma organização.

Na identificação de um risco existe sempre um perigo associado, que a ocorrer no local de trabalho pode originar um acidente de trabalho ou uma doença profissional. Interessa então definir o significado de perigo e risco.

Perigo – “Propriedade intrínseca de uma instalação, atividade, equipamento, um agente ou outro componente material do trabalho com potencial para provocar dano” [4].

Segundo a Health and Safety Executive (HSE) (2003) o perigo significa qualquer coisa que pode causar dano/ferimento (produto químico, eletricidade, etc…) [5].

Segundo Stern & Fineberg (1996) in (Hartlén et al., 1999) (...) é um ato ou um fenómeno que possui potencial para produzir dano [6].

Para Gadd, Deborah, & Balmforth (2003), o perigo refere-se à fonte do risco (...) é uma qualquer situação, física ou objeto, que tem potencial para causar dano nas pessoas [7].

Risco – “Probabilidade de concretização do dano em função das condições de utilização,

exposição ou interação do componente material do trabalho que apresente perigo [4].

Para a Health and Safety Executive (HSE) (2003), o risco é uma probabilidade, elevada ou baixa, de que alguém irá ser ferido pelo perigo [5].

Para Xavier & Serpa (2006), o Risco também pode ser definido através das seguintes expressões:

 Combinação de incerteza e de dano;

 Razão entre o perigo e as medidas de segurança;

(23)

2.2 OBJETIVOS DA AVALIAÇÃO DE RISCOS

Segundo a Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho (AESST) “a avaliação de riscos constitui a base da abordagem comunitária para prevenir acidentes e problemas de saúde profissionais”, servindo para que o empregador possa tomar eficazmente medidas de proteção para a segurança e saúde dos trabalhadores, medidas essas que passam essencialmente pela prevenção dos riscos profissionais [9].

A avaliação de riscos não é mais do que o primeiro passo a dar pelas empresas para solucionar os problemas existentes em matéria de Higiene e Segurança no Trabalho.

Segundo Roxo (2003), a avaliação de riscos tem como principal objetivo determinar a origem, a natureza e os efeitos a que os trabalhadores de uma determinada organização estão sujeitos, permitindo à entidade empregadora agir em conformidade para que os mesmos sejam eliminados ou então reduzidos para níveis aceitáveis [10].

Pode-se classificar os objetivos da avaliação de riscos em dois grandes grupos:

1. Objetivos de Tipo Preventivo:

 Prevenção de acidentes e doenças profissionais;  Redução do número de acidentes;

 Formar e informar os trabalhadores sobre os riscos associados à sua atividade e a forma de os prevenir;

 Tornar o ambiente de trabalho mais seguro. 2. Objetivos de Tipo Produtivo

 Aumento da produtividade;  Redução do absentismo;

 Melhoria do clima organizacional;  Promoção da imagem da empresa.

(24)

2.2.1 ETAPAS DA AVALIAÇÃO DE RISCOS

Segundo a AESST todo o processo inerente à avaliação de riscos pode ser descrito em cinco etapas:

1. Identificação dos Perigos e das Pessoas em Risco – Análise dos aspetos do trabalho que podem causar danos, e identificação dos trabalhadores que podem estar expostos ao perigo.

2. Avaliação e Priorização dos Riscos – Apreciação dos riscos existentes (gravidade e probabilidade dos potenciais danos…) e classificação desses riscos por ordem de importância.

3. Decisão sobre Medidas Preventivas – Identificação das medidas adequadas para

eliminar ou controlar os riscos.

4. Adoção de Medidas – Aplicação das medidas de prevenção e de proteção através da elaboração de um plano de prioridades.

5. Acompanhamento e Revisão – A avaliação deve ser revista regularmente para

assegurar que se mantenha atualizada [11].

2.2.2 METODOLOGIAS DE AVALIAÇÃO

São várias as metodologias existentes para aplicar numa avaliação de riscos, variando na forma e no grau de complexidade mediante as características próprias das atividades que se pretendam avaliar e os fins a atingir.

Existem essencialmente três tipos de métodos:  Métodos de Avaliação Qualitativos;  Métodos de Avaliação Quantitativos;  Métodos de Avaliação Semi-Quantitativos.

(25)

2.2.2.1 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO QUALITATIVOS

Segundo Cabral (2010), este tipo de métodos descrevem, sem chegar a uma quantificação global, os pontos perigosos de uma instalação e as medidas de segurança existentes, sejam de tipo preventivo ou de proteção. Identificam também quais as conjugações de acontecimentos que podem gerar uma situação perigosa e quais as formas de evitar que ocorram [12].

Este tipo de método é adequado para estimar situações simples, cujos perigos possam ser facilmente identificados pela observação.

Os Métodos Qualitativos podem ser do seguinte tipo:  Estudo de riscos no posto de trabalho;

 Estudos de movimentação;  Estudos de implantação;  Planos de sinalização;  Fluxogramas;

 Listas de verificação;

 Tabelas de reações químicas perigosas, etc. As suas vantagens são:

 Métodos simples, que não requerem quantificação nem cálculos;  Não quantificam as consequências de forma exata;

 Facilitam a cooperação dos diferentes elementos de uma organização. Quanto às suas desvantagens são:

 Subjetividade dos resultados obtidos;  Varia de avaliador para avaliador;

 Não permite uma análise custo/benefício.

2.2.2.2 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO QUANTITATIVOS

Segundo Cabral (2010), este tipo de métodos quantificam de forma objetiva o que pode acontecer e atribuem um valor à probabilidade de um determinado acontecimento ocorrer, com recurso a técnicas sofisticadas de cálculo e a modelos matemáticos [12].

(26)

Neste tipo de métodos é atribuído um valor aos diferentes fatores que podem causar ou agravar o risco, permitindo assim estimar um valor numérico para o risco efetivo.

De entre os métodos ditos quantitativos, podem citar-se:

Métodos estatísticos

 Índices de frequência e de gravidade;  Índices de fiabilidade;

 Taxas médias de falha, etc. Métodos matemáticos

 Modelos de falhas;

 Modelo de difusão de nuvens de gás. Métodos pontuais

 Gretener, Purt, Eric, Dow Quanto as suas vantagens são:

 Resultados Objetivos;

 Permitem a análise do custo/benefício;

 Permitem uma análise do efeito da implementação das medidas corretivas. As suas desvantagens são:

 Cálculos complexos e demorados;  Utilizam metodologias estruturadas;

 Bastante dispendiosos (requerem pessoal especializado e com formação adequada);  Necessitam de elevada informação;

 Apresentam dificuldade na valoração do peso da falha humana.

2.2.2.3 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO SEMI-QUANTITATIVOS

Segundo Carvalho (2007), estes métodos atribuem índices às situações de risco identificadas e estabelecem planos de atuação tais como o Método da Matriz e o Método de William Fine. Quando a avaliação pelos métodos qualitativos é insuficiente, é preferível optar pelos métodos semi-quantitativos, visto que os métodos quantitativos são complexos e não justificam os custos que lhes estão associados [13].

(27)

As suas vantagens são:

 Sensibilizam os diferentes elementos da organização;  Relativamente simples;

 Identificam as prioridades de intervenção. Quanto às suas desvantagens são:

 Subjetivos;

 São fortemente influenciados pelo avaliador.

2.3 ENQUADRAMENTO LEGAL

A legislação existente é cada vez mais exigente relativamente às questões de higiene e segurança no trabalho, desde diretivas europeias a legislação nacional, são vários os diplomas que abordam esta temática, destrinçando claramente as responsabilidades dos diferentes intervenientes na busca de melhores condições de higiene e segurança no trabalho.

Segundo o Regime Jurídico da Promoção de Segurança e Saúde no Trabalho (artigo 15.º

alínea a) e b) da Lei 102/2009 de 10 de Setembro cabe ao empregador “Zelar, de forma

continuada e permanente, pelo exercício da atividade em condições de segurança e de saúde para o trabalhador, tendo em conta os seguintes princípios gerais de prevenção:

a) Identificação dos riscos previsíveis em todas as atividades da empresa, estabelecimento ou serviço, na conceção ou construção de instalações, de locais e processos de trabalho, assim como na seleção de equipamentos, substancias e produtos, com vista à eliminação dos mesmos ou, quando esta seja inviável à redução dos seus efeitos;

b) Integração da avaliação dos riscos para a segurança e a saúde no trabalhador no conjunto das atividades da empresa, estabelecimento ou serviço, devendo adotar as medidas adequadas de proteção [4].

Para além destes requisitos, estabelecidos na Lei 102/2009 de 10 de Setembro, existem outros diplomas legais que estabelecem obrigações no âmbito Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, nomeadamente relativas à avaliação de riscos.

(28)

De seguida apresenta-se o levantamento da legislação e normalização aplicável em questões de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho consultada para a elaboração deste trabalho:

 Lei nº 102/2009, de 10 de Setembro – estabelece o regime jurídico de promoção da segurança e saúde no trabalho;

 Lei nº 7/2009, de 12 de Fevereiro – aprova a revisão do código do trabalho;  Lei nº 105/2009, de 14 de Fevereiro – regulamenta e altera o código do trabalho;  Decreto-Lei nº 243/86, de 20 de Agosto – aprova o regulamento geral de higiene e

segurança do trabalho nos estabelecimentos comerciais, de escritórios e serviços;  Decreto-Lei nº 348/93, de 1 de Outubro – transpõe para a ordem jurídica interna a

Diretiva n.º89/656/CEE de 30 de Novembro e alterado pela Lei n.º 113/99, de 3 de Agosto, relativa às prescrições mínimas de segurança e saúde para a utilização pelos trabalhadores de equipamentos de proteção individual no trabalho;

 Decreto-Lei n.º 50/2005, de 25 de Fevereiro – transpõe para a ordem jurídica a

Diretiva n.º 2001/45/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 27 de junho, relativa às prescrições mínimas de segurança e de saúde para a utilização pelos trabalhadores de equipamentos de trabalho, e revoga o Decreto-Lei n.º82/99, de 16 de Março;

 Decreto Regulamentar n.º 22-A/98 de 1 de Outubro – define o regulamento de

sinalização de trânsito;

 Decreto-Lei n.º 182/2006, de 6 de Setembro – transpõe para a ordem jurídica

interna a Diretiva n.º 2003/10/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 6 de Fevereiro, relativa às prescrições mínimas de segurança e saúde em matéria de exposição dos trabalhadores aos riscos devido ao ruido;

 Decreto-Lei n.º 46/2006 de 24 de Fevereiro – estabelece as prescrições mínimas

de segurança e saúde respeitantes à exposição dos trabalhadores aos riscos devidos a vibrações mecânicas, transpondo a Diretiva n.º2002/44/CE;

 Decreto-Lei n.º 24/2012, de 6 de Fevereiro – consolida as prescrições mínimas em matéria de proteção dos trabalhadores contra os riscos para a segurança e saúde devido à exposição a agentes químicos no trabalho;

 Decreto-Lei n.º 349/1993, de 1 de Outubro – Transpõe para a ordem jurídica

interna a Diretiva nº90/270/CEE, relativa às prescrições mínimas de segurança e saúde respeitantes ao trabalho com equipamentos dotados de visor;

 Portaria n.º 989/93 de 6 de Outubro – Normas técnicas de execução relativa a

(29)

 NP 4397:2008 – Sistemas de Gestão da Segurança e Saúde do trabalho – Requisitos;

 NP 4410:2004 – Sistemas de Gestão da Segurança e Saúde do trabalho – Linhas de orientação para a implementação da norma NP 4397;

 NP EN ISO 9001:2008 – Sistemas de gestão da Qualidade – Requisitos;

 NP EN ISO 9000:2005 – Sistemas de gestão da Qualidade – Fundamentos e

vocabulário;

 OHSAS 18001:2007 – Occupational Health and Safety Management Systems –

(30)

3

PROBLEMATICA DOS TRABALHOS EM RODOVIAS

O facto de grande parte das atividades no âmbito da operação e manutenção de autoestradas ser efetuada sem recurso à interrupção de trafego, implica maiores perigos para as equipas que no terreno, diariamente desempenham a sua atividade.

É por isso importante perceber quais os comportamentos/reações que os condutores possuem quando confrontados com zonas de trabalho nas rodovias. Assim neste capítulo, será apresentada a definição de “Zona de Trabalhos” e quais os comportamentos mais gravosos por parte dos condutores.

Será também efetuada uma abordagem à sinistralidade relacionada com acidentes de trabalho em rodovias, onde será apresentada a realidade da Operscut.

3.1 DEFINIÇÃO DE ZONA DE TRABALHOS

Antes de uma abordagem mais sucinta de toda a problemática relativa aos trabalhos em rodovias, é conveniente definir Zona de Trabalhos.

Segundo ARROWS (ARROWS - Advanced Research on Road Work Zone Safety Standards in Europe, 1998), a Zona de Trabalhos é definida como uma instalação, influenciada por trabalhos que ocorrem numa área de influência em relação à via, sendo essa área mais ampla do que a zona onde efetivamente decorrem trabalhos, a zona de trabalhos consiste também na área ocupada para a implementação de medidas de controlo de tráfego, tal como a colocação de sinais, marcas e medidas de segurança [14].

Segundo o MUTCD (MUTCD-Manual on Uniform Traffic Control Devices) (FEDERAL HIGHWAY ADMINISTRATION, 2000) "A zona de trabalho na estrada (WorKZone) é uma área de uma via com atividades de construção, manutenção ou conservação. A zona de trabalho é tipicamente marcada por sinais, dispositivos de sinalização, barreiras, marcas de pavimento e/ou veículos de trabalho. A mesma estende-se desde o primeiro sinal de pré-aviso ou de alta intensidade (giratório, intermitente ou luzes estroboscópicas num veículo) até ao sinal de fim de trabalhos” [15].

(31)

3.2 COMPORTAMENTOS DE RISCO

O estudo realizado pela ARROWS demonstra que existem mais acidentes em vias rodoviárias onde decorrem trabalhos do que em vias similares sem qualquer constrangimento relativamente a trabalhos na via [14].

Os trabalhos em rodovias apresentam características muito particulares, com impactos na exposição dos trabalhadores a riscos que podem produzir malefícios graves no seu estado físico e consequentemente na sua saúde.

O fato de os utentes das rodovias, nomeadamente autoestradas considerarem estas como vias seguras, transmite em alguns casos uma falsa sensação de segurança, existindo muitas das vezes excessos que poem em causa a segurança de todos.

O desrespeito pela sinalização que é colocada para sinalizar os trabalhos em rodovias é recorrente, raramente os limites de velocidade são respeitados pelos utentes e existe pouca consciencialização para os perigos inerentes a uma zona de trabalhos. O estudo desenvolvido pela ARROWS permitiu observar, que os motoristas excedem os limites de velocidade nas zonas de trabalhos (geralmente 20 km/h, mas muitas vezes por muito mais), e geralmente ignoram a distância de Segurança necessária de pelo menos 2 segundos ao veículo da frente, alterando bruscamente a sua velocidade [14].

Assim, pode-se concluir que os condicionamentos existentes numa zona de trabalhos têm impactos negativos na segurança dos utentes e dos trabalhadores dado que:

 Os trabalhos são executados com a circulação de veículos nas vias abertas, o que representa um perigo acrescido para o trabalhador, que em caso de acidente pode ser colhido por uma viatura

 Aumento dos congestionamentos de tráfego devido à entrada e saída de viaturas das zonas de trabalho para a plena via, onde o fluxo de tráfego é muito variável

 Após a implementação dos condicionamentos de via, as condições de circulação para os utentes são desconhecidas

 Longos percursos com obras podem provocar sonolência no utente e assim diminuir a segurança.

(32)

3.3 DADOS DE SINISTRALIDADE

Segundo um estudo realizado pela HIGWAYS AGENCY do Reino Unido em 2006, cerca de 20% dos trabalhadores de estradas sofreram danos físicos durante o desenvolvimento das suas atividades profissionais ao longo da sua vida provocados pela passagem de viaturas [16].

Um estudo mais abrangente realizado pelo BUREAU OF LABOR STATISTCS (1992-1998), indica que dos 841 acidentes de trabalho mortais ocorridos nos Estados Unidos na construção de vias, 465 foram devido a incidentes com veículos ou equipamentos de trabalho que ocorreram em zona de trabalho [17].

Segundo Reis (2010), que realizou um estudo onde efetuou a análise de 709 acidentes mortais e não mortais ocorridos em Portugal, chegou a conclusão que nas obras de vias, a maior parte dos acidentes são provocados por máquinas com 74% da totalidade dos acidentes, conforme se pode verificar na tabela 2 [18].

Edifício de habitação

Habitação

unifamiliar Infra-estruturas

Obras de arte

e muros Pavilhão Vias Total

N 86 13 2 1 5 0 107 % 33,0% 11,5% 2,1% 1,5% 7,1% 0,0% 16,3% N 8 18 0 0 26 0 52 % 3,1% 15,9% 0,0% 0,0% 37,1% 0,0% 7,9% N 72 45 7 44 28 2 198 % 27,6% 39,8% 7,2% 65,7% 40,0% 4,0% 30,1% N 3 1 30 2 0 1 37 % 1,1% 0,9% 30,9% 3,0% 0,0% 2,0% 5,6% N 38 10 23 12 3 7 93 % 14,6% 8,8% 23,7% 17,9% 4,3% 14,0% 14,1% N 12 21 21 1 2 3 60 % 4,6% 18,6% 21,6% 1,5% 2,9% 6,0% 9,1% N 42 5 14 7 6 37 111 % 16,1% 4,4% 14,4% 10,4% 8,6% 74,0% 16,9% N 261 113 97 67 70 50 658 % 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 83,1% Tipo de Obra Total Fa to r mat er ia l r es p o n ve l p el o a ci d en te Máquina Abertura pavimento ou bordadura laje ou caixa de escadas Cobertura ou telhado lusalite Colapso da laje ou cofragem ou plataforma Desprendimento do solo Outros Energia elétrica

Tabela 2 – Fator material responsável pelo acidente segundo o tipo de obra [18]

O mesmo estudo avaliou também qual a principal consequência do acidente segundo o tipo de obra, no caso das obras de vias, o atropelamento ou esmagamento é a consequência mais verificada com 61,5% da totalidade dos acidentes. Na tabela 3 apresenta-se o número de acidentes segundo a consequência e o tipo de obra [18].

(33)

Edifício de habitação

Habitação

unifamiliar Infra-estruturas

Obras de arte

e muros Pavilhão Vias Total

N 17 8 16 6 4 32 83 % 6,6% 7,1% 16,3% 8,8% 5,7% 61,5% 12,6% N 9 2 13 4 1 9 38 % 3,5% 1,8% 13,3% 5,9% 1,4% 17,3% 5,8% N 12 21 17 1 2 3 56 % 4,7% 18,8% 17,3% 1,5% 2,9% 5,8% 8,5% N 181 68 16 48 60 3 376 % 70,2% 60,7% 16,3% 70,6% 85,7% 5,8% 57,1% N 35 12 7 8 3 4 69 % 13,6% 10,7% 7,1% 11,8% 4,3% 7,7% 10,5% N 4 1 29 1 0 1 36 % 1,6% 0,9% 29,6% 1,5% 0,0% 1,9% 5,5% N 258 112 98 68 70 52 658 % 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% Atropelamento ou esmagamento Outros Eletrização e ou eletrocussão Queda em altura ou de nível Queda de objetos Soterramento C o n se q u ên ci a d o a ci d en te Total Tipo de Obra

Tabela 3 – Consequência do acidente segundo o tipo de obra [18]

A recolha de informação relativa a acidentes ocorridos em zonas de trabalho é insuficiente em Portugal, pelo que a obtenção de dados fidedignos relativamente a esta problemática é uma tarefa difícil.

Segundo o Relatório Anual de Sinistralidade Rodoviária referente ao ano de 2012 da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, apenas se pode tomar como dados relevantes para o tema em causa os valores relativos ao número de peões vítimas de acidente segundo o tipo de via, que se apresenta na tabela 4.

Tipologia de Via Acidentes Mortais Feridos Graves Feridos Leves Total de Vítimas 2011 2012 2011 2012 2011 2012 2011 2012 Arruamento 64 46 429 337 4674 4254 5167 4637 Autoestrada 5 10 8 4 15 5 28 19 Estrada Municipal 32 31 73 79 375 320 480 430 Estrada Nacional 7 7 4 6 13 16 24 29 IP/IC 7 9 15 12 80 55 102 76 Outra Via 2 4 4 2 19 48 25 54 Total 117 107 533 440 5176 4698 5826 5245

Tabela 4 –Número de peões vítimas de acidente segundo a tipologia de via [19]

Da análise dos dados verifica-se que não se poder efetuar uma relação direta entre as vítimas e zona de trabalhos na via, no entanto pode-se concluir que o número de vítimas de acidentes em autoestradas é relevante tendo em conta que nestas vias é proibida a circulação pedonal.

(34)

3.3.1 SINISTRALIDADE LABORAL NA OPERSCUT

De seguida serão apresentados e analisados alguns dados recolhidos na Operscut relativamente à caraterização da sinistralidade laboral. Na tabela 5 apresenta-se os dados de sinistralidade na Operscut. Ano Nº de Acidentes Nº de Acidentes com baixa Nº de dias perdidos Horas Trabalhadas Taxa de Frequência (2) Taxa de Gravidade (3) 2011 10 10 119 123.867 81 961 2012 13 9 391 114.721 78 3.408 (1) 2013 0 0 70 38.933 0 1.798

Tabela 5 – Dados de Sinistralidade na Operscut

(1) Valores até ao mês de Maio de 2013

(2) Taxa de Frequência = Número de acidentes com baixa x 106 / Número de horas

trabalhadas

(3) Taxa de Gravidade = Número de dias perdidos x 106 / Número de horas trabalhadas

A Taxa de Frequência representa o número de acidentados por milhão de horas de exposição ao risco, a interpretação da fórmula indica quantos acidentes ocorreriam se fossem trabalhadas um milhão de horas.

A Taxa de Gravidade exprime a quantidade de dias perdidos nos acidentes por milhão de horas-homem de exposição ao risco, a interpretação da fórmula indica quantos dias perdidos ocorreriam de fossem trabalhadas um milhão de horas.

O número de acidentes de trabalho ocorridos na Operscut tem variado de ano para ano. Verifica-se um aumento no número total de acidentes de trabalho de 2011 para 2012, contudo verifica-se uma diminuição do número de acidentes que deram origem a baixa médica conforme se pode verificar através do gráfico 1.

(35)

Gráfico 1 – Nº de Acidentes com Baixa – 2011/2013

Os 70 dias de trabalho perdidos em 2013 resultam de baixas médicas devido a acidentes ocorridos no final de 2012.

Com a obtenção da certificação no âmbito do sistema OSHAS 18001:2007 no final de 2012, a Operscut definiu como objetivo geral da empresa para 2013 a redução do número de acidentes de trabalho a zero.

No gráfico 2 é apresentada a taxa de frequência/taxa de gravidade verificada na Operscut entre 2010 e 2013.

(36)

Da análise do gráfico, pode-se constatar um aumento da taxa de gravidade ao longo dos anos, verificando-se em 2013 uma diminuição devido ao facto de até Maio não se ter verificado qualquer acidente. Relativamente à taxa de frequência, os valores nos últimos dois anos são semelhantes, devido ao facto de em 2011 o número de horas efetivas de trabalho ser superior em relação às do ano de 2012.

Uma análise mais abrangente dos acidentes ocorridos na Operscut entre os anos de 2003 e 2012, demostra que é na atividade de corte de vegetação que se verifica um maior número de acidentes, com 24% da totalidade dos acidentes. Na tabela 6, é apresentado o número de acidentes segundo a origem e tipologia de lesão entre 2003 e 2012.

Origem do Acidente Nº de Acidentes Percentagem

Movimento manual de cargas 6 10%

Queda ao mesmo nível 1 2%

Corte de vegetação 14 24%

Ao sair do veiculo 3 5%

Reparação/Movimentação de guardas de segurança 7 12%

Colocação de sinalização 4 7%

Armazenava produtos 1 2%

Trabalhos c/ a Bob-cat 2 3%

Trabalhos com resinas 1 2%

Carregava uma viatura c/ prumos 1 2%

Escorregou nos degraus 1 2%

Corte tubo hidráulico 1 2%

Trabalhos de serralharia 1 2%

Retirava animais da via 1 2%

Trabalho na pá e lâmina do limpa neves 1 2%

Resolução de acidente rodoviário 1 2%

Tapar buracos na via 1 2%

Limpeza de PH 1 2%

Condução de veículo 2 3%

Transpunha guardas de segurança 1 2%

Deslocação em Talude 3 5%

Trabalho com rebarbadora 1 2%

A operar a escavadora 1 2%

Trabalho de reparação de vedação 1 2%

Deslocar-se na via 1 2%

Realização de tarefas administrativas 1 2%

Número Total de Acidentes 59 100%

(37)

Relativamente aos membros afetados, verifica-se que é na coluna que os acidentes de trabalho têm um maior impacto, com 24% da totalidade dos acidentes. Na tabela 7 é

apresentado o

número de acidentes segundo a origem e o membro afetado entre 2003 e 2012.

Origem do Acidente Membro Afetado Nº de Acidentes Percentagem Parcial Percentagem Total

Queda ao mesmo nível

Cabeça 1 2% 3%

Queima de vegetação seca 1 2%

Ao sair do veiculo

Face 1 2% 3%

Reparação guarda segurança 1 2%

Máquina de corte de vegetação

Olhos

5 8%

15%

Reparação guarda segurança 1 2%

Trabalhos com resinas 1 2%

Trabalhos de serralharia 1 2%

Projeção de terra no corte de vegetação 1 2%

Movimento manual de cargas

Ombro

1 2%

10%

Trabalhos c/ a Bob-Cat 2 3%

Corte tubo hidráulico 1 2%

Limpeza de uma caixa de betão 1 2%

Escorregou durante corte de vegetação 1 2%

Movimento manual de cargas

Coluna

4 7%

24%

Corte de vegetação 1 2%

Reparação guarda segurança 1 2%

Carregava uma viatura c/ prumos 1 2%

Trabalhos numa lâmina do limpa neves 1 2%

Tapar buracos na estrada 1 2%

Transpunha guardas de segurança (1.2) 1 2%

Colocação de sinalização 2 3%

A operar a escavadora 1 2%

Realização de tarefas administrativas 1 2%

Pegava numa máquina de corte

Braço

1 2%

5%

Escorregou nos degraus 1 2%

Descer de um camião 1 2%

Máquina de corte de vegetação

Mão

3 5%

17%

Armazenava produtos 1 2%

Condução de veículo 1 2%

Transpunha guardas de segurança (1.1) 1 2%

Trabalho com rebarbadora 1 2%

Trabalho de reparação de vedação 1 2%

Movimentação de guardas de segurança 2 3%

Colocação de sinalização

Perna

2 3%

17%

Descer de um camião 1 2%

Movimento manual de cargas 1 2%

Embate na cabine do camião 1 2%

Queda durante corte de vegetação 1 2%

(38)

Origem do Acidente Membro Afetado Nº de Acidentes Percentagem Parcial Percentagem Total

Tropeçou numa pedra Pé 1 2% 2%

Atropelamento na resolução de acidente rodoviário Corpo 1 2% 2%

Deslocação em talude Tórax 1 2% 2%

Número Total de Acidentes 59 100% 100%

Tabela 7 - Número de acidentes segundo a origem e o membro afetado entre 2003 e 2012

De forma a permitir uma melhor caracterização dos acidentes de trabalho, apresenta-se no gráfico 3 o total de acidentes de trabalho por membro afetado, onde é possível verificar, que a seguir à coluna, os principais membros afetados são a mão as perna e os olhos.

0 2 4 6 8 10 12 14 16

Cabeça Face Olhos Ombro Coluna Braço Mão Perna Pé Corpo Toráx

Nº de Acidente de Trabalho por Membro Afetado - 2003-2012

(39)

4

CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA

Para a elaboração deste trabalho sobre avaliação de riscos na operação e manutenção de uma autoestrada, recorreu-se a Operscut enquanto entidade responsável pela Operação e Manutenção da A24. De seguida será efetuada uma pequena apresentação da empresa, nomeadamente a “Missão, Visão e Valores”, tal como a sua política de qualidade, segurança e saúde no trabalho.

4.1 APRESENTAÇÃO DA EMPRESA

A OPERSCUT- Operação e Manutenção de Autoestradas, S.A foi constituída em Dezembro de 2000 no seguimento da assinatura do contrato de Concessão da Scut Interior Norte, efetuado entre o Estado Português e a Norscut, vigente por um período de 30 anos. Por sua vez, a Norscut como Concessionária da A24, estabeleceu com a OPERSCUT um contrato de Operação e Manutenção da infraestrutura pelo mesmo período de tempo. A estrutura acionista da empresa é constituída por duas empresas francesas, Egis Road Operations e Eiffage/SEOP e por uma empresa portuguesa, a Sonae Capital.

A A24 estende-se longitudinalmente entre a fronteira de Vila Verde da Raia (Chaves) e Viseu (Ligação A24/A25), com uma extensão total aproximada de 156 Km.

A OPERSCUT está sediada em Lamego, no CAM – Centro de Apoio à Manutenção, onde

se localiza a Sede Administrativa e o Centro de Controlo de Tráfego da empresa, assegurando a manutenção da zona do traçado entre Vila Real (Constantim) e Viseu. Em junho de 2006, com a abertura dos Lanços da A24 entre Chaves e Vila Pouca de Aguiar, foi colocado em operação um segundo CAM, nas Pedras Salgadas que tem a seu cargo a manutenção da zona do traçado entre a fronteira com Espanha de Vila Verde da Raia e Vila Real (Constantim).

Para assegurar a vigilância da autoestrada 24 horas por dia, um operador, em permanência, controla a infraestrutura através de câmaras de vídeo instaladas ao longo de todo o traçado e todos os equipamentos de segurança instalados nos túneis existentes, desde a sala de controlo de tráfego localizada no CAM de Lamego.

(40)

Em caso de acidente é estabelecida uma cadeia de informação entre a OPERSCUT, o Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS), os Bombeiros, a Proteção Civil e a GNR-BT no sentido de ser prestado socorro às vítimas da forma mais eficaz possível e de proteger os utentes do perigo de acidentes simultâneos.

Várias equipas de Agentes de Manutenção, coordenados por chefes de equipa, executam diariamente diversas tarefas de manutenção corrente da infraestrutura, nomeadamente limpeza de valetas e coletores, reparação de vedação, corte de vegetação, apanha de lixo e pequenas reparações ao longo do traçado.

O patrulhamento da autoestrada é efetuado por Agentes de Assistência e Vigilância, que prestam apoio aos utentes e a todas as empresas exteriores que realizam trabalhos na autoestrada, garantindo as condições de segurança necessárias através da realização de balizamento com cortes de via.

Durante a época de inverno, os Agentes de Manutenção realizam tarefas de grande importância para a segurança dos utentes. Entre outras, destaca-se a limpeza de neve e o espalhamento de sal ou salmoura, para evitar ou tratar a formação de gelo, garantindo as melhores condições de circulação para os utentes.

É monitorizado também o estado de conservação de toda a infraestrutura, em especial das obras de arte e dos pavimentos. Esta monitorização é realizada através de inspeções anuais, trienais e quinquenais, sendo os resultados das mesmas introduzidos em três programas informáticos diferentes, permitindo o estabelecimento do estado atual da concessão e, a partir destas aplicações, programar intervenções nas infraestruturas.

A OPERSCUT também assegura a recolha e tratamento dos dados de tráfego através de estações de contagem instaladas ao longo do traçado, sendo os dados recolhidos por um sistema central existente nas instalações da OPERSCUT.

(41)

4.2 MISSÃO, VISÃO E VALORES

De seguida apresentam-se os princípios pelos quais a Operscut se rege:

Missão

Prestar um conjunto de serviços de qualidade, que satisfaça plenamente os seus clientes, nomeadamente a Norscut e os utentes da A24.

Visão

Otimizar o serviço prestado à concessionária Norscut e aos clientes utilizadores, tornando-se uma entidade de Operação e Manutenção de Autoestradas reconhecida pela qualidade dos seus serviços e da sua organização, perante os principais intervenientes relacionados com as diversas infraestruturas rodoviárias existentes em Portugal.

Valores

Qualidade do serviço – Proporcionar um serviço de qualidade, aos utentes da A24, através

da contínua manutenção das infraestruturas da autoestrada, da boa fluidez do tráfego e da segurança rodoviária.

Orientada para o Cliente – O serviço que presta está orientado para o cumprimento do

contrato assinado com a concessionária Norscut, de forma a garantir as boas condições da via, a segurança rodoviária e o apoio aos utentes da A24.

Responsabilidade – Assumir a responsabilidade que tem perante os clientes, de prestar

um serviço de qualidade que zele pelas boas condições de circulação e pela segurança rodoviária.

Rigor – Rigorosos na utilização dos recursos disponíveis, no contínuo desenvolvimento dos

seus colaboradores e no controlo dos custos.

4.3 POLÍTICA DE QUALIDADE, SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

A OPERSCUT compromete-se a desenvolver uma Política de Qualidade, Segurança e Saúde no Trabalho (SST) que garanta a satisfação dos seus clientes, colaboradores e outras partes interessadas. Para isso faz periodicamente a revisão ao seu Sistema de Gestão Integrado, para que este esteja em conformidade com os requisitos técnicos e legais aplicáveis à sua atividade e em matéria de SST. De referir que a empresa está certificada segundo a norma NP EN ISO 9001:2008 e desde o fim de 2012 culminou com sucesso o processo de certificação segundo a norma OHSAS 18001:2007 / NP 4397:2008 - Sistemas de Gestão da Segurança e Saúde do Trabalho.

(42)

A Política de Qualidade e SST da Operscut está suportada nos seguintes princípios:

 Zelar pela boa conservação das infraestruturas da A24, cumprindo com rigor os requisitos contratuais estabelecidos com os seus clientes, nomeadamente com a Norscut;

 Trabalhar na melhoria contínua dos seus processos para disponibilizar cada vez melhores serviços aos seus clientes, indo ao encontro das suas necessidades e expectativas;

 Promover a proximidade com os seus colaboradores e um ambiente de trabalho seguro e saudável, propiciando a melhoria constante da produtividade e satisfação de todos os que se relacionam com a Operscut;

 Cumprir com a legislação no âmbito da sua atividade;

 Reconhecer a segurança do trabalho como parte influente do desempenho de todos;  Minimizar os riscos para as pessoas e instalações que possam advir do

desenvolvimento das suas atividades;

 Encorajar e incentivar os seus colaboradores a zelarem pela sua segurança e a identificarem e comunicarem todas as situações de não segurança;

 Formar e informar todos os seus colaboradores nas questões relacionadas com a SST;

 Rever periodicamente a Política de Qualidade, Segurança e Saúde no Trabalho de forma a assegurar que permanece relevante e adequada à Operscut.

Para a Operscut nenhuma situação ou urgência de serviços pode justificar que se ponha em perigo a integridade ou a vida de alguém, dependendo o êxito desta política do empenhamento de todos.

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4.4 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DA EMPRESA

Estrutura organizacional da empresa está assente em quatro departamentos distintos que são:

 Direção do património – Responsável por efetuar a gestão do património da

autoestrada, nomeadamente com a realização de inspeções e elaboração do Plano de Grande Reparações;

 Direção de Operação e Manutenção – Responsável por levar a cabo uma serie de atividades de forma a manter as boas condições de serviço da infraestrutura;

 Direção de Equipamentos e T.I – Responsável pela manutenção de todos os

equipamentos eletromecânicos existentes ao longo da concessão:

 Direção Administrativa e Financeira – Responsável por efetuar a gestão financeira da empresa, nomeadamente ao nível dos recursos humanos.

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Assistentes Administrativas Encarregado Distrito Norte Diretor Equipamentos e TI Encarregado Distrito Sul Diretora Administrativa e Financeira Fiel de Armazém Diretor Geral Diretora Património Técnico Assistente do Património Técnico do Património Técnico Administrativo e Financeiro Agentes Assistência e Vigilância Sul Agentes Assistência e Vigilância Norte Técnico T.I. Técnicos Eletromecânicos Operadores do Centro de Controlo de Trafégo Técnico de Manutenção Rodoviária Agentes Manutenção Norte Agentes Manutenção Sul Encarregado Manutenção Equipamentos Secretária Direção Qualidade, Ambiente, Higiene e Segurança Diretor Operação e Manutenção

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5

PROCEDIMENTO DE ATUAÇÃO EM CASO DE ACIDENTE

De forma a minimizar os impactos negativos resultantes de situações de emergência, onde se inclui os acidentes de trabalho, as organizações devem adotar procedimentos de atuação de forma a prevenir danos humanos e materiais nas organizações.

De seguida será apresentado o Plano de Emergência Interno implementado na Operscut.

5.1 PLANO DE EMRGÊNCIA INTERNO

De forma a dar seguimento à preocupação relacionada com o socorro aos seus colaboradores, está implementado na Operscut um Plano de Emergência Interno com o objetivo principal de fornecer de forma clara e prática, as informações necessárias que permitam em caso de emergência garantir a segurança de pessoas, bens e equipamentos.

Neste sentido, os objetivos do Plano de Emergência Interno da Operscut são os seguintes:  Permitir uma intervenção rápida e eficaz, em caso de incendio ou sinistro grave;  Diminuir os prejuízos humanos, materiais e ambientais;

 Evacuar todas as pessoas em condições de segurança;

 Retomar as condições normais de funcionamento, no menor espaço de tempo. Na figura 2 é apresentado o organigrama de funcionamento do Plano de Emergência Interno.

(46)

A responsabilidade de efetuar a coordenação de operações de todas as situações de emergência está a cargo do Diretor Geral da Operscut, que na sua ausência pode eventualmente delegá-la no responsável pela Direção de Operação e Manutenção, Direção de Equipamentos e TI, Direção de Património, ou de Direção Administrativa e Financeira.

5.1.1 MEIOS DE SOCORRO

O arranque do PEI pressupõe dois passos prévios:

1. Deteção de um incendio e/ou sinistro grave devido a um acidente de trabalho entre outros

2. Reconhecimento e confirmação do mesmo, identificando o local em que ocorreu, a sua extensão e áreas afetadas.

O alarme e consequente ativação do PEI são efetuados, de acordo com a gravidade do acontecimento. Uma vez analisada a sua gravidade, aciona-se então o PEI, dando-se sempre prioridade ao salvamento de pessoas. Ao dispor do Coordenador de Operações estão meios internos e externos de socorro.

5.1.1.1 MEIOS INTERNOS DE SOCORRO

De forma a efetuar uma primeira abordagem em caso de emergência, o Coordenador de Operações recorre à denominada Equipa de Intervenção, constituída por um Coordenador da Equipa de Intervenção e por funcionários de zonas distintas da empresa devidamente formados em primeiros socorros. De realçar o fato de todos os colaboradores da empresa possuírem uma formação básica em primeiros socorros, enquanto outros possuem mesmo o cartão internacional de socorrismo.

5.1.1.2 MEIOS EXTERNOS DE SOCORRO

Conforme a gravidade dos acidentes, pode em muitos dos casos ser necessário recorrer a meios externos de socorro, para tal estão perfeitamente definidas as entidades a contatar por parte da Central de Comando que são as seguintes:

 Corporação de Bombeiros;

 Polícia de Segurança Publica (PSP);  Guarda Nacional Republicana (GNR);

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Tabela 2 – Fator material responsável pelo acidente segundo o tipo de obra [18]
Tabela 4 –Número de peões vítimas de acidente segundo a tipologia de via [19]
Gráfico 1 – Nº de Acidentes com Baixa – 2011/2013
Gráfico 3 – Nº de acidentes de trabalho por membro afetado entre 2003 e 2012
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Referências

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