MARIA MAURfCIA CAEIRO
ROSADO
CONTRIBUTO
PARA
A INTEGRAqAO DA
COMPONENTE
AMBIENTAL NA
avar,nqAo
rcoN6MrcA
DE
srsrEMAS
DE
pRoDuqAo
AcRo-pEcuAnros
orientador:
ProfessorDoutor
carlos Alberto
FarcfioMarques
Esta
tesen5o
inclui
as
criticas
e sugest6es feitas pelojriri
UNIVERSIDADE
DE
EVORA
MARIA
MAURiCIA
CAEIRO
ROSADO
CONTRIBUTO
PARA
A INTEGRAqAO DA
COMPONENTB
AMBIENTAL NA
avar,nqAo
rcoNOMrcA
DE
sISTEMAS
DE
pRoDuqAo
AGRo-pEcuAnros
Orientador:
ProfessorDoutor
CarlosAlberto Falcio
Marques
,l7o
);6
Esta
tesenflo
inclui
as criticas
e sugest6es feitas pelojriri
UNIVERSIDADE
DE
EVORA
RESUMO
A
integrag6o da componente ambiental na avaliagdo da actividade agficola e a sustentabilidade dos sistemas agrfcolas sf,o quest6es centrais dapolitica
agricrl,la actual.Esta
dissertagio
tem como objectivo
proceder
i
avaliagdoambiental
desistemas e actividades de produg6o agricola de sequeiro com grande representatividade
na
regi6o
do
Alentejo
e
i
integragf,o dessa componenteambiental
na
avaliagioecon6mica
desses sistemas
e
actividades
no
contexto
da
reforma
da
PAC, nomeadamente daintrodugio
de medidas agro-ambientais no dmbito da Agenda 2000 e do Regime de Pagamento Onico(RPU)
de2OO3.A
produESode
culturas
arvensese
a
produgf,o
de bovinos
em
sistema extensivo baseada na produEso de pastagense
de forragense
no
aproveitamento daspalhas
e
dos
restolhospara
alimentagdodos animais
s6o sistemasde
produgEo desequeiro com grande representatividade nesta regi6o.
Com
o
objectivo
de
determinaros
efeitos
ambientaise
de os
integrar
na avaliag6o econ6micados
sistemasprodutivos
foram
seleccionadas duas explorag6es reaisdo
Alentejo, uma exploraEio de
culturas arvensese
uma
explorag6o mista.A
exploragdo de culturas arvenses dedica-se, exclusivamente,i
produg6o de actividadesvegetais (girassol,
trigo
duro, ervilha),
enquantoa
exploragio mista
se
dedica
i
produE6o de bovinos de carne em regime extensivo e
i
produgEo de cereais.'
Para a concretizagio desteobjectivo
sdo calculados indicadores ambientais eecon6micos das actividades agrfcolas desenvolvidas em cada exploragflo. Na avaliagf,o ambiental determina-se
o
balanEo azotado,o input
e balanEo energ6tico, a emissIo degases de
efeito
de estufa, aacidificagio
ea
eattofrzagilo eo
impacte ambiental globalutilizando
o
indicador
agregadoEco-indicador
95
definido
atrav6s
do
programa SimaPro, utilizando a metodologia da an6lise dociclo
de vida. Na avaliag6o econ6mica procede-sei
determinagio dos
custosde
produgdo,da
margembruta, da
margemliquida
e
da
rendibilidade
global
dos
factorescom
base nas respectivas contas deactividade. Posteriormente, s6o desenvolvidos modelos de programagio
linear
para as duas exploraE6es, integrando indicadores anteriormente determinados paraavaliar
osreforma
da PAC de
2000,
nomeadamentedas
medidas agro-ambientaisrelativas
i
sementeira directa, e da reforma de 2003, relativamente
i
introdugSo do RPU.Os
resultadosda
exploraEdomista
evidenciam
que
os
cereais
originam impactes ambientais superiores aos das forragens em todos os indicadores ambientaisutilizados.
Na
exploragdode
culturas
arvensesos
cereais tamb6mtdm um
impacte ambiental superior ao originado pelo girassol (oleaginosa) e a ervilha (proteaginosa).A
tecnologia de sementeira directa permite uma redug6o do impacte global das actividades vegetais, comparativamentei
tecnologia convencional de mobilizagSo do solo.Os
indicadorespor
n6s
determinados enquadram-seno
intervalo
de valores referidos pelos diversos autores, situando-se, de umaforma
geral, acima dos valores minimos e abaixo do valor m6dio.Quer na
Agenda 2000,
quer na
reforma
da PAC de
2003,
os
resultados econ6micos das explorag6es dependem dos subsidios recebidos.A
introdugdo do RPU traduz-se na forte reduESo do custo marginal da terra, em consequdncia do desligamento das ajudas.Os valores duais dos
indicadores ambientais s6omuito
menores,o
que significa queo
decr6scimo de margemlfquida
que severifica
na explorag5o resultanteda
redugdode
uma
unidadede efeito
ambiental6
menor,
sendopor isso
possfvel implementar medidas que preservem o ambiente com menores encargos orEamentais.A
introdug6odo
RPU
nf,o afecta negativamenteo
rendimentodo
produtor,mas pode
traduzir-senum
aumentodo
impacte
ambientaldevido,
por um lado,
i
supressdo do sel aside e ao aumento da 6nea de culturas com maior impacte ambiental e,
por outro
lado, ao aumentodo efectivo
animal.Na
exploragdo de culturas arvenses a utilizaEflo da tecnologia de sementeira directa, para al6m depossibilitar
uma melhoriano
resultado econ6micoda
exploragdo tamb6mpermite,
iL excepg6odo
balango do azoto, melhorar a performance ambiental da exploragf,o.A
exploragSode
culturas
arvenses apresentamargem
liquida por
hectare superiori
da exploraEdo mista.A
avaliaEdo ambiental, na Agenda 2000 evidencia que, com excepgf,o do balanEo de azoto, a exploraE6o de culturas arvenses apresenta valoresmais
elevados de impacte ambiental.As
diferengas atenuam-secom
o
RPU.
Quer o sistema de produg6o de culturas arvenses, quero
sistema de produESo de bovinos em regime extensivo complementado com a produgdo de cereais n6o sdomuito
agressivos em termos de impacte ambiental, como 6 caracterfstica dos sistemas extensivos.Agradecimentos
O meu reconhecido agradecimento a todos os que contribuiram, de uma forma ou de outra, paruaconcretizaqdo desta tese.
Ao
ProfessorDoutor
CarlosAlberto
Falcf,o Marques, orientador desta tese,agradeEo
a
sugest6odo
tema,
a
orientaEio
cientifica
prestada,e
todo
o
apoio
e disponibilidade demonstrada, bem assim como as criticas e sugest6es.Ao
ProfessorDoutor
Rui
Fragosopor
toda
a
aanizadee
apoio
prestado na reallz;agdodos
modelos
de
programagdomatem6tica,
bem
assim
como
toda
a disponibilidade que sempre manifestou em esclarecer qualquer drrivida.Ao
ProfessorDoutor
Tiago
Domingos
agradegotoda
a
disponibilidade, as facilidades concedidasna
utilizag6ode
software especifico de avaliaEio ambiental, abibliografia cedida e as sugest6es efectuadas.
Ao
Engenheiro Ricardo Teixeira agradego todo o apoio no estudo da avaliagflo de impacte ambiental e a sua permanente disponibilidade no esclarecimento de drividase as sugest6es efectuadas.
AgradeEo
tamb6m
is
instituig6es
que
possibilitaram
este
trabalho, nomeadamentei
Universidadede
Evora,pelo
apoio concedido, aoInstituto
SuperiorT6cnico, pelas facilidades
concedidasna
fiilizagiio de
software
e
ao Instituto
do Ambiente pela ced6ncia de elementos bibliogr6ficos.Aos
colegas do Departamento de Zootecnia que me apoiaram e incentivaram, em particular ao Professor Doutor Lufs Fernandes e ao Engenheiro Fernando Marques, que me substituiram na leccionagdo das aulas.Aos
propriet6rios
das
exploraE6esum
agradecimentoreconhecido
peladisponibilidade
e
tempo
dispensadona recolha de toda
a
informagSo necess6ria aoestudo das suas empresas.
A
todos os que de alguma forma contribufram para arcalizagdo deste trabalho, mas n6o foram expressamente mencionados, deixo o meu agradecimento.Um
agradecimentomuito
especialvai
paraa minha
familia,
nomeadamentemarido
e filhos
pela
compreensdo demonstradae por todo
o
apoio
e
incentivo
que sempre me deram e por tudo o quenio
thes dei.iNucB
capirur.o
1 -rNTRoouqAo, oBJECTrvos
E
oRGANrzAeAo
1.1-
A
agricultura e o ambiente....
1.2
-
AavaliaE6o ambiental das actividades agricolas 1.3 - O contexto da PolfticaAgricola
Comum1.4 - Objectivos e organizagtro
...
CAPiTULO
2.
AREI"AQAO
ENTRE
AGRICULTURA
EAMBIENTE
2.L - O contexto da actividade agrfcola2.2
-
Actividade agrfcola e biodiversidade2.2.1 - Press6es da agricultura sobre a biodiversidade 2.2.2 - Beneficios da agricultura para a biodiversidade 2.2.3 - Beneficios da biodiversidade para a agricultura 2.3
-
Actividade agrfcola e o solo2.3.1 - Preservagio da qualidade do solo ..
2.3.1.1. - Conservagdo e melhoria da fertilidade 2.3.L.2 - Prevengio da degradaEdo e da erosio
2.3.1.3 - PreservaESo da diversidade microbiana do solo
2.3.I.4
- PrevenE6o da acidificaE6o do solo...
2.3.L.5
-
Prevengdo da contaminagio do solo 2.3.1.6 - PrevenESo da compactaEdo do solo .pag 1 2 4 6
tt
t3
13t4
1,5t6
t7
18 L9 23 24 25 26 2.3.L.7 - Preveng6o da salinizagdo do solo...
...
26 2.3.1.8 - Os solos agricolas como sumidouro decarbono
27 2.4-
Actividade agrfcola e qualidade da6gua
...
29 2.4.1 - ContaminaE6o da 6gua pelosnitratos
302.4.2-
PrdticasagricolaseconservaEdodadgaa
...32
2.5
-
Actividade agricola e qualidade do ar.
...
33 2.5.L -Emissio
de gases com efeito deestufa
....
352.5.1.1-
Emiss6es de di6xido decarbono
372.5.1.2 - Emiss6es de 6xido
nitroso
...
38 2.5.1.3 - Emissdes demetano.
...
402.5.1,.4 - Pr6ticas
paruredtzir
as emiss6es de gases de efeito deestufa
....
41,2.5.3 - Emiss6es de subst0ncias acidificantes e
eutrofizantes
...
432.5.3.1-
Pr6ticas parureduzir as emissdes de substdncias acidificantes e eutrofizantes...
452.6
-
Conclus6es
...
46cApiTULo
3
EvoLUqAo
DA
INTEGRAqAO
DE
oBJECTIvoS
AMBIENTAIS
NA
POLiTICA AGRiCOLA COMUM
3.1 - Os antecedentes da Polftica AgrfcolaComum
...
493.2
-
Arealizaqtro da PoliticaAgricola
Comum emL962
....
513.2.1-
Objectivos, princfpios e instrumentos...
...52
3.2.2 - Sucesso e fracasso da
PAC
...
543.2.3 - Consequ6ncias ambientais
.
...55
3.3 -
A
integraEdo da Politica Ambiental naPAC
...
563.3.L
-As
dificuldades deintegragdo
...
573.3.2-
Os prim6rdios da PolfticaAmbiental
...
593.3.3 -
A
mudanga de atitude e a legislag6oinicial
...
613.4
-
AReforma da PAC de L992 (ReformaMacSharry
...
653.4.L - Objectivos, princfpios e instrumentos
...
...
653.4.L.1-
O 1apilar
daPAC
.
...
663.4.I.2
-
Medidas de Acompanhamento da reforma daPAC
....
673.4.L.2.L - Medidas Agro
Ambientais
...
673.4.1.2.2 - Balango ambiental da reforma
del992
...
693.5 -
A
reforma da PAC no quadro da Agenda 2000..
7l
3.5.1 - Objectivos princfpios e instrumentos...
...
723.5.2 - O reforgo das Medidas Agro Ambientais
...
...
743.6 -
A
reforma Intercalar de2003
...77
3.6.1
-Objectivos,princfpioseinstrumentos...
...77
3.6.1,.L - Regime de pagamento
6nico
...
783.6.1.2
-
Eco-Condicionalidade....
...
783.6.1,.3 - Modulagdo das ajudas
directas
...
81" 3.6.1.4 - Desenvolvimento rural eambiente
...
81capirur,o
4
-
METoDoLocrAs
DE avar,ragAo
AMBTBNTAL
E
ncoN6lrrcA
DA
AGRTcULTURA
4.1-Avaliag6o
ambiental..
874.1.L-
[ndicadores...
904.L.2 - M6todos de avaliagio ambiental ao nivel da explorag6o
agrfcola
954.1.2.1-
An6lise comparativa dos m6todos de avaliagio ambiental de exploraE6esagricolas
99 4.L.2.1,.1- Objectivos daavaliagio
....
994.1.2.1.2 - Indicadores
utilizados
...
1014.1.2.1.3 - Validagdo e
utilizaEio
prdtica
...
1034.1.2.L.4 - Caracteristicas
fundamentais
...
1044.1.3 - M6todos de contabilizaEdo input-output
...
...
1054.L.3.L - BalanEo de
Azoto
...
1064.1.3.2
-
BalanEo deenergia
108 4.1,.4-
Andlise do ciclo devida
ILL
4.1.4.1-
Enquadramentohist6rico
1,11, 4.1.4.2 - Metodologia de andlise do ciclo devida
...
ll2
4.L.4.2.L - DefiniESo do objectivo e do 0mbito daan6lise
...
ll4
4.L.4.2.2 - Invent6rio dos processos envolvidos, com enumeraEso das entradas e safdas dosistema
...
1154.L.4.2.3 -
AvaliaEio
dos impactes ambientais associados hs entradas e safdas dosistema
115 4.1.4.2.4 - InterpretaE6o dos resultados das fases de invent6rio e avaliagdo, tendo em consideraESo os objectivos doestudo
...
LL6 4.1.4.2.4.L - Eco-indicador95
...117
4.L.4.2.4.2 - Eco-indicador
99
...
1,19 4.L.4.3 -Aplicagio
da anflise do ciclo de vidai
agricultura .. ....
...
l2l
4.1.4.4 - UmitaE6es da an6lise do ciclo devida
...
L25 4.L.4.5 - Potencialidades da an6lise do ciclo de vida na avaliag6o ambiental da agricultura...
...
1284.2
-METODOLOGTAS DEAVALTAQAO
ECON6UTCe
...
L2s 4.2.1,-AvaliaEdo econ6mica de actividades agricolas...
...
1294.2.1,.1.1- Formato
Geral
...
1334.2.1.1.2
-
Formato Barros eEst6cio
...
1354.2.1.1.3
-
FormatoRICA
...
1364.2.2
-
Modelos para andlise de polfticas agricolas...
....
1374.2.2.1-
Modelos econom6tricos...
...
1394.2.2.2 - Modelos de programagdo matemdtica
.
...
1404.2.2.3 - AplicaE6o de modelos de programagdo
matemiticana
andlise de politicaagrfcola
144 4.3-
Conclus6es
L46CAPiTULO
5-
MATERIAL
E MIOTODOS 5.L - Caracteizagtro das explorag6es agrfcolas.... 5.1.1 - Exploragflo mista 5.1.1.1-
Descrigio de actividades .. 5.1.L.1.2-
Actividades vegetais e tecnologias de produgdo .. 5.L.1.L.2.L-
Olival
5.t.1.t.2.2
-
Culturas cerealiferas 5.1.1.L.2.3-
Culturas forrageiras 5.1.1.1.2.4-
Pastagem natural melhorada 5.1.1.1.3-
Actividade pecu6ria 5.L.2 - ExploraESo de culturas arvenses 5.1.2.L-
Actividades vegetais e tecnologias de produEeo...
5.1.2.1.L-
Olival
5.1.2.1.2 - Culturas arvenses com tecnologia convencional de mobilizaEio de solo 5.1.2.1.3 - Culturas arvenses com tecnologia de sementeira directa 5.2-
Implementag6o das metodologias usadas na avaliagSo ambiental...
5.2.I
- Balango azotado e eficiOncia do azoto 5.2.2-
BalanEo energ6tico e efici0ncia da energia. 5.2.2.1.-
Balango energ6tico5.2.2.L1- Input
de energia directa 5.2.2.1.L -Input
de energia indirecta 5.2.2.1.2 - Output energ6ticor49
150 152t52
L52 L52 1,54 155 156 160 L62 L62 163t65
L67 167 168 168 168 170t72
5.2.2-
Efici6ncia deenergia
...
L72 5.2.3-An6lise
do ciclo devida
173 5.3-Avaliagso
econ6mica..
1765.3.1
-
AvaliaESo econ6mica das actividades.
L76 5.3.1.1 - Proveitos das actividades.
...
L775.3.1.2-
Encargosvaridveis
...
1775.3.1.3
-
Encargosfixos
.
...
1795.3.1.4
-
Indicadores econ6micos..
1805.3.2 - Modelos de programagdo matemdtica
..
18L5.3.2.1, - Modelo desenvolvido para a exploragSo
mista
....
18L5.3.2.2 - Modelo desenvolvido para a exploragSo de culturas
arvenses
...
186CAPiTUL0
6-
REsULTADos
EDIsCUSsAo
6.1 - AvaliagSo ambiental de actividades
vegetais
...
L936.1,.L -
AvaliaEio
ambiental de cereais e forragens da exploragiomista
1936.1".L.1- Balango azotado e eficiOncia do azoto de cereais e forragens da
exploragdo
mista
Lg46.1.1.2 - Balango energ6tico e eficiOncia da energia de cereais e forragens da
exploragdo
mista
...
1966.L.1.2.r
-
Input energ6tico de cereais e forragens da exploragiomista
...
1966.1.I.2.2
- Balango energ6tico de cereais e forragens da exploragiomista
....
I97
6.1.1.2.3 - Eficidncia da energia de cereais e forragens da exploragfio mista . ..
...
198 6.L.1.3 - Avaliag6o ambiental atrav6s da an6lise do ciclo de vida de cereais eforragens
...
1996.1.1.3.t - Gases com efeito de
estufa
...
I99
6.1.L.3.2 -
Acidificageo
...
...200
6.1.L.3.3
-Eutrofrzageo
..
...
20L6.L.1.3.4 - Eco-indicador
95
...
2Oz6.1.L.3.5 - Eco-indicador
99
...
ZO46.1.L.4
-
S(ntese da avaliaE6o ambiental de cereais eforragens
206 6.1.2-
Avaliagdo ambiental de actividades vegetais da exploragf,o de culturasarvenses
2076.1.2.L
-
Balango azotado e eficiOncia do azoto de culturasarvenses
...
2086.1,.2.2 - BalanEo energ6tico e eficiOncia da energia de culturas
arvenses
... zlo
6.1.2.2.1- Input de energia e balango
energ6tico
ZLO6.L.2.2.2
-
Efici6ncia de energia...
Zll
6.1.2.3 - Avaliagdo ambiental atrav6s da an6lise do ciclo de vida de culturas6.I.2.3.1-
Emissdo de gases com efeito deestufa
2136.L.2.3.2-AcidificaQeo
..
...
2146.I.2.3.3
-
EutrofizaQ6o..
...
2156.1.2.3.4
-
Eco-indicador95
2L6 6.L.2.3.5 - Eco-indicador99
...
zLB 6.L.2.4-
Sintese da avaliagSo ambiental de culturasarvenses
...
2226.1.3
-
Discussio e validagdo de resultados deindicadores
...224
6.1.3.1-
BalanEo deazoto
...
2256.L.3.2-
Efici0ncia doazoto
...230
6.L.3.3
-
Input deenergia
...232
6.t.3.4-Efici6nciadaenergia...
...237
6.L.3.5
-
EmissSo de gases de efeito deestufa
...242
6.1.3.6
-Acidificaglo
..
...
2466.L.3.7
-Etfirofizag6o...
...248
6.I.4
-
ConsideraE6esfinais
....251
6.2
-
Avaliagio econ6mica..
...
2526.2.L
-Avaliagso
econ6mica de cereais e forragens da exploragiomista
....253
6.2.L.L - Custos de produEdo de cereais e
forragens
...253
6.2.1.2 - Margens Brutas, Margens Lfquidas e Rendibilidade Global dos Factores de cereais e
forragens
255 6.2.2 -Avaliagio
econ6mica de culturasarvenses
2576.2.2.1-
Custos de produgf,o das culturas arvenses...
2576.2.2.2 - Margens Brutas, Margens Liquidas e Rendibilidade Global dos Factores de culturas
arvenses
259 6.3 -Avaliagio
dos efeitos econ6micos e ambientais da alteraEdo daPAC
..
26L6.3.1-
Resultados da aplicagdo do modelo de programagio linear na exploragf,oMista
...262
6.3.1.L
-
ValidagSo do cen6riobase
...
2636.3.1,.2- Cendrio RPU
.
266 6.3.2-
Resultados da aplicaEso do modelo de programaEio linear na exploragdo de culturasarvenses
....
2696.3.2.1-
Cendrio base.
...
2706.3.2.2-
Cen6rio L: Medidas Agro-Ambientais 6.3.2.3-
Cen6rio 2: RPU272 275 277 6.3.2.4
-
Breve andlise comparativa dos resultados das explorag6es...
6.3.2.4.1,
-
Cen6rio base.
....
2796.3.2.4.2
-
Cendrio RPU.
....281
CAPiTULO 7
-CoNCLUsOns
285REFERENCIAS
BIBLIOGNAT
CAS
...
293INDICE
DE QUADROS
pag
Quadro 2.1 - Potencial de aquecimento global dos diferentes gases de
efeito de estufa 36
Quadro
4.1.
Caracterfsticas e quadros metodol6gicos de avaliag6o dasustentabilidade ao nivel da exploraE6o agricola
Quadro .5.1 - Necessidades energ6ticas do efectivo
reprodutor
157 Quadro 5.2 - Necessidades energ6ticas devitelos
atd aodesmame
158 Quadro 5.3 - EvoluE6o das necessidades das fdmeas de substituiEdo...
158 Quadro 5.4- Produtividades das culturas da exploragdomista
.....
159 Quadro 5.5-
Coeficientes energ6ticos dos fertilizantes.
...
I70
Quadro 5.6
-
Coeficientes energ6ticos dosfitof6rmacos
...
...
L7l
Quadro 5.7 -
Matriz
simplificada do modelo de programagio linear para aexploragf,o
mista
185Quadro 5.8
-
Matriz
simplificada do modelo de programag6o linear para aexploragflo de culturas
arvenses
...
189 Quadro 6.L-
Balango azotado e eficiOncia do azoto de cereais eforragens da explorag6o
mista
...194
Quadro
6.2-BalanEo
energetico e eficiOncia da energia por actividade..
....196
Quadro6.3
-
Impacte ambiental de cereais e de forragens determinado pelom6todo do Eco-indicador 95
(Ptlha)
...
203 Quadro 6.4 - Impacte ambiental de cereais e de forragens determinado pelom6todo do Eco-indicador 99
(Ptlha)
...
ZO4 Quadro 6.5 - Indicadores utilizados na avaliagdo ambiental de cereais e deforragens
....206
Quadro 6.6
-
BalanEo azotado e eficiOncia do azoto de culturasaryenses
....
208 Quadro 6.7-Balango
energ6tico e efici6ncia da energia poractividade
......21,1,
Quadro 6.8 - Impacte ambiental de culturas arvenses determinado pelo
m6todo do Eco-indicador 95
(Pt/ha)
Zl7
Quadro 6.9 - Impacte ambiental de culturas arvenses determinado pelo
m6todo do Eco-indicador 99
(Ptlha)
219 Quadro 6.L0 - Indicadores utilizados na avaliag6o ambiental de culturas97
pag
Quadro 6.11
-
Valores de balanEo de azoto decereais
....
226Quadro 6.12
-
Valores de balango de azoto daervilha
....
228Quadro 6.L3
-
Valores de balanEo de azoto dogirassol
...228
Quadro 6.L4
-
Valores de eficidncia do azoto decereais
...
230Quadro 6.15
-
Valores de eficiOncia do azoto em forragens...
...
231Quadro 6.L6
-
Efici0ncia do azoto daervilha
...
232Quadro 6.17
-
Efici6ncia do azoto dogirassol
...232
Quadro 6.18 - Input de energia de cereais
(GJ/ha)
...233
Quadro 6.L9 - Input de energia de forragens
(GJ/ha)..
....235
Quadro 6.20 - Input de energia da ervilha
(GJ/ha)
...
236Quadro 6.21, - Efici6ncia de energia de
cereais
...
238Quadro 6.22 -
Efici0ncia
de energia de forragens...
...
239Quadro 6.23 -
Eficidncia
de energia daervilha
...240
Quadro 6.24 - Efici0ncia de energia de
girassol
....
24L Quadro 6.25-
Emiss6o de gases de efeito de estufa decereais
..243
Quadro 6.26
-
Emissdo de gases de efeito de estufa de forragens...
...
244Quadro 6.27
-
Emissf,o de gases de efeito de estufa daervilha
..245
Quadro 6.28
-
EmissSo de gases de efeito de estufa dogirassol
246 Quadro 6.29-
EmissSo de substdncias acidificantes decereais
...247
Quadro 6.30
-
Emiss6o de subst0ncias acidificantes das v6riasculturas
...
248Quadro
6.3L
-
Emissdo de subst0ncias eutrofizantes decereais
...
249Quadro
6.32-
Emissio de subst6ncias eutrofizantes deforragens
250 Quadro 6.33-
Emiss6o de substdncias eutrofizantes do girassol eervilha
25L Quadro6.34
- Custo de produE6o completo e estrutura de custos de cereais eforragens
...253
Quadro 6.35
-
Margem Bruta, Margem liquida e Rendibilidade Global dos Factores...
...
256Quadro 6.36 - Custo de produgflo completo e estrutura de custos das culturas arvenses dos cereais e das forragens da exploraE6o mista
(9na)
...
258Quadro 6.37
-
Margem Bruta, Margem Liquida e Rendibilidade Global dos Factores (RGF) das culturas arvenses(€/ha)
260 Quadro 6.38-
Resultados do modelo desenvolvido para a exploragdomista...
264Quadro 6.39 - Outputs resultantes da simulaEso do modelo desenvolvido para a exploraEdo de culturas aryenses com diferentes cendrios
....
Quadro 6.40
-
Sintese dos resultados da exploragdo mista e de culturas arvenses... pag 270 278iNnrcp on
cnArlcos
pag Gr6fico 6.1"
-
BalanEo azotado de cereais e forragens da exploraEiomista
(KgN/ha)
...195
Gri{fico 6.2
-Eficilncia
azotada de cereais e forragens daexploragio mista (V")
...
...
195 Gr6fico 6.3-
BalanEo energ6tico de cereais e forragens daexploragdo mista
(GJ/ha).
...
L97 Grdfico 6.4-
Efici6ncia energ6tica de cereais eforragens
...
198 Gr6fico 6.5 - Emissdo de gases de efeito de estufa(Kg
CO2 eq./ha) decersais e
forragens
I99
Grdfico 6.6
-
Emissf,o de substflncias acidificantes(Kg
SO2 equiv./ha) decereais e
forragens
...201
Gr6fico 6.7
-
Emissio de substAncias eutrofizantes(Kg
de PO+ equiv./ha) decereais e
forragens
...
202Gr6fico 6.8
-
Contribuig6es padronizadas do Eco-indicador 95 de cereaise forragens
(Ptlha)
...
203 Gr6fico 6.9 - Impacte ambiental de cereais e de forragens determinadopelo m6todo do Eco-indicador 99
(Ptlha)
...
205 Grdfico 6.10-
Efici6ncia energ6tica de culturasarvenses
....
2L2 Gr6fico6.Ll
- EmissSo de gases de efeito de estufa de culturas arvenses(Kg
de CO2 equiv./ha)..
...2L3
Gr6fico 6.12 -
Acidificagio
em culturas arvenses(Kg
de SO2 equiv./ha) .......
2L5 Gr6fico 6.13 - Eutrofizag6o em culturas arvenses(Kg
de PO4eq./ha)
...21.6
Gr6fico 6.L4 - ContribuiEdes padronizadas do Eco-indicador 95 de
culturas arvonses
(Ptlha)
ZLBGr5fico 6.15 - Impacte ambiental de culturas arvenses determinado
INDICE
DE
FIGURAS
Figura 4.1
-
RepresentaESo de factores que afectam o estado do sistema agricola e os fluxos de produtos e emiss6es...
Figura
4.2-lnteracgio
entre o sistema e o ambiente...Figura 4.3
-
Sequdncia de operag6es da avaliaEf,o de impacte ambiental ......
Figura 4.4
-
RepresentaEdo esquem6tica da estrutura do Eco-Indicador 95...
Figura 4.5
-
Representagio esquemdtica da estrutura do Eco-Indicador 99...
Figura 4.6 . RepresntagSo esquem6tica da aniflise do ciclo de vida do
Sistema de bovinos de
carne
...126
pag 91.
Lt4
116 118tzt
cApiTULo
1 -rNTRoDUqAo,
oBJECTrvos
EoRGANrzAqAo
As
quest6es relativas ao ambiente adquiriram umaimportincia
fundamental nas d6cadas de setenta e oitenta, do s6culo passado, quando autilizagio
duradoura dos recursos naturais, a sustentabilidade dos sistemas deprodugio
agrfcola, a protecgf,o do ambientee
a qualidade dos produtos agro-alimentares oferecidos aos consumidores se tornaram quest6es centrais na opini6opfblica
e nas instituig6es comuniti{rias.O
desenvolvimento sustent6velfoi
definido
no final
dos anos80
como
"o
desenvolvimento capaz
de
permitir
is
geraEdes presentes satisfazeremas
suasnecessidades sem comprometer
a
satisfaE6o das necessidades das geragdes futuras" (Brundtland et al., 1991).Alargando
o
conceitoi
agriculturaBarbier (1987)
defende quea
actividade agricola para que seja consideruda sustent6veltem
que servi6vel do
ponto
de vista econ6mico e ambiental,justa
em termos econ6micos e sociais e aceit6vel do ponto devista social e ambiental.
L.L
-
A agricultura
eo
ambiente
A
diversidadee
complexidade das relaE6es entre a agricultura eo
ambiente,assim
como
a
interdepend6nciados
factores
de
pressfioambiental
decorrentes da actividade agricola determinam a possibilidade de impactes no dmbito da biodiversidadee da paisagem, mas sobretudo ao nivel do solo, da 6gua e do ar.
O
solo ea
6gua,por
serem considerados factores determinantes da produg6o agricola tOm sido objecto de vdrios estudos abordando aspectos ambientais especfficoscomo
a
compactag6oe
o
risco de
erosf,oe
os
problemas decorrentesda
poluigdocausada por fertilizantes, nomeadamente os azotados (nitratos), e pesticidas.
Correspondendo
a
um dominio de
investigagflomais
recente,as
quest6es relacionadasmm
as alteraE6es climdticas,a
emissio de
gases deefeito
de estufa, aacidificaEdo e a eutrofizaEio de origem agrfcola adquiriram import0ncia em
funEio
dasimplicag6es da assinatura do Protocolo de Quioto e do Protocolo de Gotemburgo.
No
0mbito do Protocolo de Quioto, Portugal assumiu o objectivo delimitar
o aumento das emiss6es de gasescom efeito
de estufaem
27Vo,no
per(odo de 2008 a 20L2, relativamente aos valoresde
1990.O
di6xido
de carbono,o
metanoe
o
6xido nitroso s6o os principais gases com efeito de estufa que contribuem para o aquecimento global do planeta (o 6xido nitroso tambdm rcduz a camada do ozono).Estima-se que a contribuigdo do sector agrfcola nacional nas emiss6es totais de
gases de efeito de estufa seja de I5%o,sendo respons6velpor 45% das emissdes totais de
CH+ e por TlVo das emiss6es de NzO
(MADRP,
2OO2).O Protocolo de Gotemburgo, teve como objectivo principal
diminuir
a emiss6o de enxofre,6xido
nitroso, compostos orgfinicos voldteis e amonfaco, de forma arcdtzir
os
danos ambientais relacionadoscom a
acidificagf,oe
a
eutrofizag6odos
recursos hidricos e dos solos e, em menor grau, com onivel
de ozono.1.2
-
Aavaliagio
ambiental
das
actividades agfrcolas
A
avaliagflo ambiental das actividades agrfcolas deverdconstituir
o
primeiro passo no processo global deavaliagio
da sustentabilidade da agricultura (Payraudeau e van derWerf,
2005).O
impacte ambientalda
actividade agrfcolapode ser
avaliadoao
nivel
daparcela,
da
exploraE6oe
da regido agricola
ou
numa escalamais
alargadaao
nivel nacional ou supranacional (OECD, 2OOl).A
natureza e complexidade das relaE6es entrea agdcultura e o ambiente traduzida na diversidade dos impactes ambientais decorrentes da actividade agrfcola,
implica autilizagio
de objectivos e de metodologias de avaliagio especificas para cada escala espacial.A
avaliaEdo ambiental deveincluir
aspectoscomo
o
consumode
recursos bi6ticos e abi6ticos, as emiss6es nocivas parao a16gta
e so1o, assim como a potencialtoxicidade para os ecossistemas e os seres humanos e basear-se em indicadores simples, de
f6cil
execugSo prilticae
suficientemente completose
precisos paraevitar
erros dediagn6stico.
Das
diferentes metodologias
que tdm sido
propostas
para
a
avaliaEio ambiental das actividadese
das explorag6es agrfcolas baseados,quer na
sintese deresultados
obtidos
em
parcelas
individuais,
quer
em
abordagensholfsticas
dasexploraE6es, destacam-se o balango
do
azoto e de energia, baseados na quantificag6o deinputs e outputs.
O balango azotado, determinado pela diferenga entre o input e output de azoto
(OCDE,
2001)
6
consideradoum
indicador
de
simples
determinaEioe
de
grande utilidade para avaliar a eficiOncia e o potencial impacte ambiental do uso deste nutriente (Schnider et al., 2003).O
input
de energia corresponde ao somat6rio de energia directa e indirecta.A
energia directa est6 associada ao consumo de directo de combustiveis
e a
indirectai
energia contida nos fertilizantes, pesticidas, sementes, m6quinas, etc.A
utilizagdo doinput
de energia pode serum
instrumento importante para caracterizar os sistemas deproduE6o,
identificar
t6cnicasculturais
que
permitam
uma
economia energ6tica e, consequentemente, reduzir os custos de produgdoe
as emiss6es de gases de efeito deestufa (Bochu, 2001; Ceccon et al., 2002).
Mais
recentemente, assistiu-sea um
aumentosignificativo da
utilizagio
da metodologiada
andlisedo ciclo
de
vida no
estudoe
comparagIode
produtos agro-alimentares,de
culturas
vegetais,de
tdcnicasculturais
e
de
explorag6es agrfcolas (Mattssonet
al.,
2000;
Haaset
al., 20Ol;
Bentrup
et
al.,
2004). Esta
metodologia permite avaliarum
grandenfmero
de impactes ambientais associadosa um
produto, processo ou actividade, atrav6s da an6lise e quantificaE6o do consumo de recursos e dasemiss6es resultantes.
Com
este
objectivo
desenvolveram-se indicadores agregados, nomeadamenteo
Eco-indicador 95, que exprime num rinicovalor o
impacte ambiental resultante de diferentes categorias de danos ambientais.1.3 -
O contexto
da
Polftica
Agrfcola
Comum
A
Directiva
do Conselho 791409/CEE relativai
protecgSo das aves selvagense
a
Directiva
dos
Nitratos
(676191)visando
a
mitigagflo
dos
efeitos
poluentes da actividade agricola marcam oinfcio
da transposigdo para alegislagio
das preocupag6es ambientais relacionadas com a agricultura.No
entanto,
6
com as
medidas
Agro-Ambientais
(R"g.
CEE
2078192) introduzidas na reforma da PoliticaAgricola
Comum(PAC)
de 1992, que a integraE6o dadimensio
ambiental naPAC
assume maiorrelevtncia.
Facei
crescente degradagdo ambientaloriginada,
em
grandeparte,
pela filosofia
produtiva
da
Polftica Agrfcola
Comum
(PAC)
implementada no p6s-guerra, tornou-se imperioso reformular a PAC no sentidode garantir
a
sustentabilidadeda
agricultura,
assegurara
disponibilidade
derecursos
para
o
desenvolvimento s6cio-econ6mico,permitir a
viabilidade
do
sectoragricola, tendo
em
consideragSoa
diversificaE6odas
actividadesn6o
agrfcolas, e preservar os recursos naturais e o meio ambiente.Em termos de polftica de pregos e de apoio ao rendimento dos agricultores esta
reforma introduziu
o
alinhamentodos
pregoscomunit6rios
aos pregosdo
mercadomundial,
nomeadamentenos
cereais,
oleaginosas
e
proteaginosas, propondo-se compensar a diminuigdo do rendimento dos agricultores atrav6s de pagamentos directos emfungio
da 6rea cultivada. Na produgdo animal reduziram-se os preEos de interveng6o(como
por
exemploa
carne debovino),
mascomo
compensaEdoforam
introduzidos subsfdios aos animais (pr6mio d vaca aleitante e pr6mio aos bovinos machos).Em
L998,o
Conselho Europeureafirmou
o
seu compromisso deintegrar
oambiente
e
o
desenvolvimento sustent6vel
em
todas
as
polfticas
comunitdrias, convidandoo
Conselho deAgricultura
a continuar a desenvolver esforEos, com vista a uma maior integraE6o da componente ambiental nas orientaE6es da PAC.A
reforma
da PAC
no
f,mbito da
Agenda 2000
e,
sobretudo,a
reforma intercalar de 2003 reforEaram aimportincia
da dimens6o ambiental da agricultura.A
Agenda 2000 teve como objectivoso
reforEo da competitividade do sector agricolae da
sustentabilidadeda
agricultura.Nas
MedidasAgro-Ambientais,
foram introduzidas ou reforgadas ajudas a prdticas culturais, visando a protecE6o e melhoria do ambiente,dos solos
e
da
6gua, nomeadamentea
sementeiradirecta,
a
mobilizaEdominima,
os
sistemas arvensesde
sequeiroe os
sistemas forrageiros extensivos. Na polftica de pregos e mercados reforgaram-se as linhas orientadoras da reforma de 1992, nomeadamente a redugfio nos pregos de intervengdo dos cereais, da carne debovino
e do leite e a compensagf,o das perdas de rendimento atrav6s de pagamentos directos.A
promog6o
da
competitividade
do
sector agrfcola,
o
incentivo
damultifuncionalidade
do
espagorural
e
a
necessidadeda utilizagio
sustentdvel dos recursos,principais
objectivos da reforma daPAC
de
2003, representamum
reforgo claro dos objectivos pretendidos na reforma daAgenda2}00.
A
reforma
intercalarda Polftica
Agrfcola
Comum aprovadaem
2003,
paraal6m
de
aprofundar
as
orientag6es emanadasdas
reformas
anteriores, introduziu alterag6es importantes nos instrumentosde apoio ao
rendimento dos agricultores.A
substituigdo
das ajudas
directasd
produgio,
previstasnas reformas
anteriores, namaioria
dos regulamentos das Organizag6es Comuns de Mercado,por um
regime depagamento
rinico
por
exploraEf,o,sujeito
a
normas
de
eco-condicionalidadee
alimitag6es
na
reconvers6odos
sistemasde
produgdo,constitui
uma
das
principais alteraE6es da reforma de 2003.O
regime de pagamento rinico ao desviaro
apoio do produto parao
apoio aoprodutor pode alterar
significativamenteas
opE6esprodutivas
dos
agricultores.As
actividades
cuja
rentabilidade, at6 esta reforma, dependia grandemente dos subsidios recebidospoderdo
ser
abandonadase
substituidaspor
outras
que
permitam
uma afectag6omais racional,
do
ponto de
vista
econ6mico,dos
recursos disponfveis naexplorag6o.
Conjuntamente
com
a
avaliagdo econ6mica provocada
pela
previsivel alteragdo das orientag6es produtivas a implementar pelos agricultores importa tamb6mavaliar os seus efeitos em termos de impactes ambientais. Face d crescente integraE6o da
componente ambiental na PAC tornou-se imperioso avaliar o desempenho ambiental da
actividade agricola e a sustentabilidade da agricultura.
A
concretizaglo deste objectivoimplica a
atilizagilo de metodologias e indicadores que disponibilizem informaE6o aosv6rios intervenientes na actividade agricola, desde os decisores polfticos e t6cnicos aos
agricultores.
1.4 -
Objectivos
eorganizagf,o
O
desenvolvimento sustentdvel doAlentejo
passa, entre outros aspectos, pela implementagSode
uma agricultura
ajustada aos recursos existentese
orientada por objectivos de 0mbito econ6mico, ambiental e social (Fernandes,1999).As
condig6es edafo-climdticas
desta regido influenciam fortemente
aprodutividade, condicionam
a
rentabilidade econ6mica
e
determinam
o
impacte ambiental dos seus sistemas produtivos.Assim,
6 importante procederi
avaliagdo dos sistemase
actividades de produgdo agrfcola desenvolvidas nas explorag6es tendo em consideragdo as principais caracterfsticas estruturais que os condicionam.Simultaneamente, essa avaliagdo dos sistemas de produgf,o agrfcola deve ser enquadrada pelas orientaE6es e alteraE6es da Polftica
Agricola
Comum, uma vez que o ambiente s6cio-econ6mico em que as empresas agricolas operam depende fortementedas
orientaE6esda PAC
e
das condig6esde
mercado(Marques,
1992).As
opg6es produtivas tomadas pelos agricultores,sio
condicionadas pelosniveis
de pregose
dasajudas concedidas. Os impactes ambientais s6o determinados pelas opg6es produtivas adoptadas.
Esta
dissertaEsotem
como objectivo
fundamental proceder
i
avaliaE6o ambientaldos
sistemase
actividadesde
produgdoagricola
de
sequeirocom
grande representatividade na regi6o doAlentejo
ei
integragflo dessa componente ambiental na avaliaEso econ6mica desses sistemase
actividadesno
contextoda reforma da
PAC,nomeadamente da introduEdo de medidas agro-ambientais no dmbito da Agenda 2000 e do Regime de Pagamento
0nico
(RPU)
de2003.A
produgdo
de
culturas
arvensese a
produgio de bovinos em
sistema extensivo baseada na produg6o de pastagense
de forragense no
aproveitamento daspalhas
e
dos
restolhospara alimentagio dos animais sf,o
sistemasde
produgf,o desequeiro com grande representatividade nesta regi6o.
Existe a
convicgf,o de que estes sistemase
actividades deprodugio
agricola nf,ooriginam
grandes impactes ambientais, mas sdo poucos os estudose
indicadores determinados ao nivel das explorag6es que sustentem esta convicEio.Com
o
objectivo
de determinar esses efeitos ambientaise
deos
integrar na avaliagdo econ6mica desses sistemas produtivos foram seleccionadas duas explorag6es reaisdo
Alentejo, uma
exploraESode
culturas arvensese
uma
explorag6o mista.A
exploraEdo de culturas arvenses dedica-se, exclusivamente,i
produg6o de actividadesvegetais (girassol,
trigo
duro, ervilha),
enquantoa
exploragdomista
se
dedica
i
produEdo de bovinos de carne em regime extensivo e
i
produgio de cereais.Para
a
concretizagdo desteobjectivo
s6o calculados indicadores ambientais e econ6micos das actividades agricolas desenvolvidas em cada exploragf,o. Na avaliag6o ambiental procede-sei
quantificaEf,odas
entradase
de
saidasde
azoto
e
energiavisando
determinar
o
balango
azotadoe
energ6tico,
i
determinag6odas
cargas ambientais associadasi
emissf,ode
gasesde efeito
de
estufa,da acidificagio
e
da eutrofizaE6oe
i
determinaE6odo
impacte ambiental
global
utilizando
o
indicador agregadoEco-indicador
95
definido
atrav6s
do
programa SimaPro,
utilizando
ametodologia
da
an6lise
do
ciclo de
vida.
Na
avaliagdoecon6mica
procede-sei
determinag6odos
custosde
produEdo,da
margembruta, da
margemlfquida
e
da rendibilidade global dos factores com base nas respectivas contas de actividade.Posteriormente,
sio
desenvolvidos modelosde
programagdolinear
para
as duas explorag6es, integrando indicadores anteriormente determinados, com o objectivode avaliar os
impactes
econ6micose
ambientais decorrentesdos
ajustamentos naafectag6o
e
valorizaEdode
recursose
nas
actividadesprodutivas
e
de
relacionar
a avaliaEso econ6micae
ambiental, quantificandoa
relagdode troca (trade-oft)
destesdois
crit6rios
de
avaliaEdo,atrav6s
da
determinagdodos
custos marginais
dos indicadores ambientais, decorrentes dos ajustamentos produzidos com as alteragSes dareforma
da PAC de
2000,
nomeadamentedas
medidas agro-ambientaisrelativas
d sementeira directa, e da reforma de 2003, relativamentei
introdugdo do RPU.Incluindo
estecapftulo
inicial
de
introdug6o,objectivos
e
organizagilo, estatese estrutura-se em sete capitulos.
O pr6ximo,
tem como objectivoprincipal o
estudodas
complexas relag6esentre as
actividadesagrfcolas
e
pecu6riase
o
ambiente, procurandoidentificar
as principais causas de poluiEflodo ar, do solo e
da 6gua com origem nas actividades agricolas. O papel da agricultura nos domfnios da biodiversidade tambdm6
abordado.Em
cadaum
destes domfnios6 referido
e
discutido, embora deforma
sum6ria,um
conjunto de boas pr6ticas agricolas cuja adopgflo poder6 contribuir para minimizar os impactes referidos anteriormente.No
terceiro capitulo
procede-sea
uma
revisio
sobre
o
enquadramento hist6rico da integragdo das quest5es ambientais na PoliticaAgricola
da Uni6o Europeia, analisando-se as vdrias fases da construE6o e desenvolvimento daPolitica Ambiental
e da PolfticaAgrfcola
Comum. Na partefinal
deste capftulo evidenciam-se as principais alteraE6esintroduzidas
com
a
reforma Intercalar
da PAC de
2003
relativamentei
Agenda 2000,
nomeadamentea
substituigSodas ajudas
h
produgf,opor
um
novo instrumento de apoio ao rendimento dos agricultores, o regime de pagamentofnico,
deforma
a
enquadrarno
contexto
da PAC
a
avaliaEsoecon6mica
e
ambiental
dasexplorag6es agricolas objecto de estudo.
No
capitulo quatro
sdo
descritos
diferentes
m6todos
de
avaliagdo
dacomponente
ambiental
ao nivel
das
exploragdes
agrfcolas,
analisando-os comparativamente em termos de objectivos pretendidos e de indicadores utilizados.A
metodologia da andlise dociclo
devida
e a sua aplicaEdo ao sector agricola 6 realgada, descrevendo-seas
categorias
de
impactes
ambientais avaliadas,
os
indicadoresutilizados
e
as
suas limitag6es
e
potencialidades. Posteriormente
descrevem-se metodologiasde
elaborag6ode
orEamentosde
actividadee
indicadores econ6micosutilizados na
avaliaE6ode
actividades agrfcolas.Por
fim
aborda-sea
import6ncia dautilizagio
de modelos de programaEso matemdtica, aonivel
da exploragSo agrfcola e do sector, para analisar os efeitos das polfticas agricolas.No
quinto capitulo referente ao material e m6todos descrevem-se em primeirolugar
as caracterfsticas ed6ficas, estruturaise
t6cnicas das explorag6es utilizadase
osrespectivos
planos
de
produEio,
referindo-se
para cada actividade
os
aspectos considerados relevantespara
a
sua avaliaEso ambientale
econ6mica. Seguidamente descrevem-seas
metodologiasutilizadas
na avaliagio
ambiental
e
econ6mica dasculturas praticadas nas duas exploraESes.
A
determinagSo do balango azotado, balango energ6tico6
descrita
pormenorizadamente,assim
como
os
aspectos essenciais dautilizagio do
programa SimaPro6,0 na
determinagdodo
impacte
ambiental global atrav6s do Eco-Indicador 95. Descreve-se tamb6m a determinagSo do custo de produgfio por hectare, a estrutura de custos, a margem bruta, a margemliquida
e a rendibilidadeglobal dos
factores
na
avaliagio
econ6mica
das
diferentes culturas.
Por
riltimo
descrevem-se
os
modelos
de
programagio
matem6tica
utilizados
na
avaliagdo econ6mica e ambiental e na quantificagdo dotrade-off
destes dois crit6rios de avaliagdo para cada uma das explorag6es estudadasno
quadro da Agenda 2000e no
imbito
dareforma Intercalar da PAC de 2003.
No capitulo sexto, referente aos resultados e discussio, a primeira parte incide sobre
a
avaliagio
ambientalde
culturas
cerealiferase
forrageiras desenvolvidas naexploraEflo
mista e
na explorag6o de culturas arvenses sobre actividadesutilizando
a tecnologia convencional de mobilizaEtro de solo ou a tecnologia de sementeira directa. Paraa
sua validagdoe
inclusdo
nos
modelosutilizados
na
andlisedos efeitos
da alteraE6oda politica
agricola
os
resultadoss6o
comparadoscom
os
referidos
na bibliografi a (benchmark).Posteriormente
sf,o
apresentadose
discutidos
os
resultados referentes aosindicadores econ6micos das
principais
actividades vegetais desenvolvidasnas
duas exploraE6es.Na
partefinal
destecapitulo
sio
apresentadose
discutidos os resultadosdos modelos desenvolvidos para as duas exploragdes com o objectivo de quantificar em termos econ6micos
e
ambientaise a
relagSode troca
destesefeitos
decorrentes dos ajustamentos produzidoscom
as alteraESes daPAC no
quadro da Agenda 2000e
no flmbito da reforma da PAC de 2003.O
riltimo capitulo
apresentaas
principais
conclus6esface
aos
objectivos atingidos e perspectiva o desenvolvimento de linhas de investigagfio futuras.capiruro
z -
A
nnmgAo
ENTRE
AGRTcULTURA
E
AMBIENTE
O
cardcterbiol6gico
da agricultura determina a existdncia deum
alto grau deinteracEfio e mesmo interdepend6ncia entre a agricultura e o meio ambiente.
Os recursos naturais, nomeadamente o solo,
a
6gua, e o ar, parte integrante do ambiente, s6o essenciais para o desenvolvimento das actividades de produEio agricola.O
normal
funcionamento das actividades agrfcolas reflecte-se,positiva
ou negativamente, sobre o ambiente.Neste capftulo s6o abordadas as complexas relag6es entre as actividades agro-pecudrias
e
o
ambiente. Nestecontexto,
ser6oinicialmente definidos
os
diferentes conceitos de biodiversidadee
discutidas as relag6es entre as actividades agrfcolase
a biodiversidade. Seguidamente, procurar-se-6 identificar as principais causas de poluigdo do ar, do solo e da 6gua com origem nas actividades agricolas. Em cada domfnio ser6oreferidas e discutidas, embora de forma sucinta, um conjunto de boas pr6ticas agrfcolas cuja adopESo contribufu|para minimizar os impactes referidos anteriormente.
2.1-
O contexto
da
actividade agricola
A
agricultura e a natureza est6o fortemente interligadas, estabelecendo entre si relaE6es complexas. Das actividades agricolas podem resultar impactes, quer positivos quer negativos, sobre o ambiente.Os impactes da actividade agrfcola sobre o meio ambiente s6o devidos, por um
lado,
i
utilizagSode
recursos naturaise, por
outro lado,
iL incorporag6ode
factores externos utilizados na produEdoou
dos elementosfisicos
ou biol6gicos gerados dessaproduEio.
Estes impactes podem-se manifestar
quer
atrav6s da alteraEso da qualidade, quer da quantidade de recursos naturais localmente disponiveis, que s6o fundamentais para os habitats naturais, biodiversidade e paisagem.A
maior ou menor extensio destesimpactes
dependedas
estruturas agr(colas,
do
nfvel
de
actividade traduzida
na quantidade de terrae
outros recursos usadose
dos efeitos das pr6ticas agricolas nos ecossistemas.Os sistemas agricolas tanto podem
contribuir
para a manutengio de paisagens tradicionais, a preservaEdo de habitats e da biodiversidade e a utilizagdo sustent6vel da6gua
e do solo,
como podemoriginar a
poluiE6oou
contaminaESo destes recursos, a degradagioda
paisageme
dos habitatse a
reduEdo da biodiversidade.A
agricultura origina, simultaneamente, produtos agrfcolas (alimentos e matdrias primas) e ambientais fuaisagens, bens ecol6gicos, etc.) sendo fonte e receptora de externalidades ambientais.Nas
fltimas
d6cadas assistiu-se a importantes alteragdes nos sistemas europeusde produgio
agr(cola,intimamente,
relacionadoscom as
orientaE6es emanadas daPolftica
Agricola
Comum.
Nos
anos subsequentesi
criag6oda
PAC, a
adopgdo de sistemas intensivos de agricultura e de pecu6ria contribuiu, de formasignificativa,
para a poluigdo de 6guas superficiais e subterrdneas, apoluigio
do ar, a degradagSo do solo, a perda de biodiversidade e a alterugdo das paisagens rurais(Montgolfier,1992;
Comisi6n Europea, 1998; Soveral-Dias, L999).A
consciencializagtroda
importdncia
destes
efeitos contribuiu para
a incorporagio da componente ambiental naPAC
nas sucessivas reformas efectuadas em L992,1999e2003.
Actualmente, os agricultores para al6m da incumb6ncia de produzir alimentos
de
qualidadedevem tamb6m
desempenhar funE6esde
"guardiEesdo
meio
rural",
garantindo a
viabilidade
econ6mica da produEdo agrfcolae
administrando os recursosnaturais
da
exploraESo.Esta dupla
e
complementar responsabilidade6
de
extremaimportincia
paraa
manutengdodos
ecossistemasque
criam
uma
envolvente semi-natural constituidapor um
elevadonfmero
de habitats e de esp6cies, que tenderiam a alterar-seou
mesmo desaparecer sea
actividade agrfcola se extinguisse desses locais (Comisi6n Europea, 1999).Os sistemas agrfcolas podem exercer press6es sobre
o
ambiente nos domfniosdo
solo,
da
6guae do
ar.
Nestecontexto,
a
prdticade
uma agricultura
sustent6velimplica
uma gestSo dos recursos naturais deforma a
assegurara
sua disponibilidadefutura, pelo que a utilizaE6o de melhores pr6ticas agricolas 6 fundamental para preservar o ambiente.
Numa perspectiva mais ampla de sustentabilidade da
agriculttra,
para al6m da utilizagdo racional dos recursos naturais, tamb6m devem ser considerados os aspectosligados
is
terras
e
ao
seu uso,
como
a
protecglo
de
paisagense
de
habitatse
a biodiversidade.2.2
-Actividade
agrfcola
e
biodiversidade
A
biodiversidade,tal
como
foi
definida
na
ConvenEf,o paraa
Diversidade Biol6gica, tem um significado amplo dizendo respeitoi
vida nas suas vdrias express6ese
aos processos quelhe
est6o associados. Abrange todas as formas devida,
desde a c6lula at6 aos organismos complexose
os processos, percursose ciclos
queligam
osorganismos
vivos
entresi
formando populag6es, ecossistemase
paisagens (Comiss6oEuropeia,200l).
A
biodiversidadeagrtcoh
deveincluir
todosos
domfnios da biodiversidade abrangendoa
diversidade gen6tica,a
diversidade das esp6ciese
a
diversidade dos ecossistemas.Entre
a
agricultuta
e
a
biodiversidade deveexistir
uma relagdo equilibrada,rma
vez que
a
actividade agricola pode
constituir uma
pressSonegativa sobre
abiodiversidade,
sobretudo, quando conduzida
no
sentido
da
especializagdo
e intensificagdo. Por outro lado, se a biodiversidade agricola 6 essencial para satisfazer as necessidades bdsicas humanas em mat6ria de seguranga alimentar, tamb6m a actividade agricola pode contribuir para preservar a biodiversidade.2.2.1-
Press6es da
agricultura
sobre a
biodiversidade
A
especializagdoe
intensificagio da
agricultura podemconduzir a
perda debiodiversidade (Comission Europeenne, 1999).
A
utilizag6o n6o sustentdvel de adubos eprodutos fitofarmacOuticos, o aumento da mecanizaEio, ou a
substituigio
da rotaEflo deculturas pela monocultura s6o exemplos da pressSo induzida pela actividade agricola na
redugdo da biodiversidade.
Tamb6m
a
reduESodo
ndmero
de
esp6ciese
variedades
utilizadas,
a introdugdo de esp6cies ex6ticas, a convers6o de ecossistemas naturais para a utilizagdoagricola,
o
abandonode
terras
agrfcolas,o
emparcelamento (desaparecimento dasmargens
dos
campos, sebes,valas,
etc.)
e
o
aumentoda
drenageme
da
inigag6o constituem ameaEasi
biodiversidade.Por outro lado, a marginalizagdo e abandono das terras agrfcolas, sobretudo em zonas montanhosas
ou
zonas onde as condig6esde
cultivo
s6odificeis,
levam a
um empobrecimento dos ecossistemas, com diminuiEf,o r6pida da flora e da fauna.2.2.2 -
Beneficios
da
agricultura
para
a
biodiversidade
As
actividades agricolasem
determinados casos tamb6m podem contribuir paru a manutengf,o e enriquecimento da biodiversidade.O
valor
paisagfstico
e
cultural
da
actividade agr(cola
constitui
uma componente ambiental de elevada expressSo espacial manifestando-seem
padr6es de paisagem diferenciados,que variam
em
fung6o
das realidades s6cio-culturaise
dascaracterfsticas
clim6ticas
e
topogr6ficas
determinantes
do
maior
ou
menor condicionamento na disponibilidade dos recursos.A
agricultura
preservaa
biodiversidadeao criar
e
manter
ecossistemas e habitats especiais como os originados pela delimitagdo das parcelas agricolas por sebese valas que proporcionam
refiigio
e fontes de alimento paru a fauna e microfauna.Em
alguns
casos,
a
agricultura
preserva
ecossistemasespecificos
que desapareceriamse as
actividades agrfcolas
fossem
abandonadas.A
limpeza
davegetagdo rasteira e do matagal pelos ovinos e caprinos, nas zonas de
diffcil
acesso, a prevengdo da erosSo causada pela acE6o dadgua e do vento atrav6s do desenvolvimentode
coberturavegetal
ou a
manutengio
da
diversidadeda flora em
pastagens semi-naturais graqas ao pastoreioslo
exemplos dos beneffcios que a agricultura proporcionai
biodiversidade.Tamb6m
os
ecossistemas florestais, particularmentede
esp6cies aut5ctones,sio
consideradosuma importante
fonte
de
diversidadebiol6gica
uma
vez que
osbi6tipos
florestais s6o suporte deum
grande nrimero de esp6cies queformam
nichos ecol6gicos de grande variabilidade.No
flmbito da preservagSo e conservagio da biodiversidade assumem tamb6mparticular importdncia
os
habitats
agrfcolas semi-naturais, 6reasonde
a
actividadeagricola tradicional
promoveuo
estabelecimentode
relag6esintra
e
inter
esp6cies, criando situag6es deequilibrio no meio biofisico,
onde se inserem,e
que permitiram desenvolver actividades econ6micas que garantiram a manuteng6o e o desenvolvimentode v6rios ecossistemas naturais.
Os habitats podem-se classificar em duas categorias: os habitats