uN|vERsiDADE
FEDERAL DE
SANTA
cATAR|NA
CENTRO
sÓc|o
EcoNÓ|v||co
DEPARTAMENTO
DE
ciÊNc|As
DA
ADMiN|sTRAÇÃo
Rafael
De
Mendonça
Steiner
SEGMENTAÇAO
DE
MERCADO:
ANÁ|.|sE
Do
PRocEsso DA
cAixA
EcoNôM|cA
FEDERAL
Monografia
apresentada no Cursode
Graduação
em
Ciênciasde
Administração,como
requisito parcial para a obtençãodo
grau
de
bacharelem
Ciênciasde
Administração na Universidade Federal
de
Santa Catarina, sob' orientação
da
professora doutora Waleska
Nahas
Guimarães.
/`
Florianópolis
T
AGRADECIMENTOS
Agradeço
àminha
familia, por representar permanente fonte de segurança eapreço; e principalmente à
minha
mãe,que
espero se recupere logo.Agradeço
ãprofessora
Waleska
Nahas
Guimarães, pela orientação e principalmente pelo exemplode
motivação e comprometimento.Aos
amigos e colegas; e especialmente àquelas pessoa éticase de
bom
senso que,mesmo
sem
saber, permitemuma
perspectiva melhorde
futuro.`
i \
“Este é o nosso mundo, o
que
é demaisnunca
é o bastante a primeira vez ésempre
a últimachance, ninguém vê
onde
chegamos, os assassinos estão livres, nósnão
estamos...”Este Trabalho
de
Conclusão de Estágio foi apresentado e julgado perante aBanca
Examinadoraque
atribuiu a nota 9,0 ao aluno Rafaelde
Mendonça
Steinerna disciplina Estágio Supervisionado Obrigatório
-
CAD
5401.SEGMENTAÇÃO
DE MERCADO:
ANÁLISE
DO
PROJETO
DA
CAIXAECONÔMICA
FEDERAL
Rafael de Mendonça Steiner
Banca
examinadoraâ./cg-1,, Prof. Wal ska has Guimarães
À
V
@,_', ×Prof. Maria Terezinha Angeloni
suMÁR|o
1.Introdução
... ..07
1.1 Organização ... ._ 07 1.2 Problema de Pesquisa ... _. 08 1.3 Justificativa ... _. 08 2.Objetivos
... ._10
2.1 Objetivo Geral ... _. 10 2.2 Objetivo Específico ... ._ 10 3.Fundamentação
Teórica
... ... ._ 113.1 Contexto Econômico para a Administração de Serviços ... ._ 11
3.2
A
importância do Marketing para as Empresas ... _. 173.3 Realizando
um
Planejamento Estratégico ... _. 243.4 Processo de Segmentação de Mercado ... ._ 30
3.5 Administrando Serviços ... ._ 36
4.
Metodologia
... _.42
4.1 Tipo de Estudo ... _. 424.2 Instrumentos de Coleta de Dados ... ._ 42
4.3 Análise dos Dados ... ._ 43
4.4 Delimitaçöes do Trabalho ... ._ 43
5.
Desenvolvimento
... ._45
5.1 Processo de Planejamento Estratégico da Caixa ... _. 45
5.2
O
Projeto de Segmentação da Caixa ... ._ 536.
Considerações
Finais ... ._64
7.Referências
Bibliográficas ... _.68
8.Anexos
... _.70
RESUMO
A
realização deste trabalho se propõe a analisar o Projetode Segmentação
deMercado
desenvolvido pela CaixaEconômica
Federal. Principalcomponente do
Plano de
Ação
do banco
para oano
2000, esse projeto se resultou de todoum
processo
de
Planejamento Estratégicoque
aempresa
realizou, tendo para issocontado
com
pesquisas e estudos daempresa
edo
mercado.O
Projetode
Segmentação do mercado
consumidorda
CaixaEconômica
Federal foium
dosacontecimentos mais importantes
da empresa
em
sua história recente, edeve
determinar sobremaneira o futuro da
empresa
nomercado
cada vez mais exigente1
|NTRoDuçAo
1.1
A
organizaçãoA
CaixaEconômica
Federal-
CEF
éuma
instituição financeira sob a formade
empresa
pública, criada nos termos do decreto-Lei n° 759, de 12 de agostode
1969, vinculada ao Ministério da Fazenda.A
CEF
tem sede e foro na Capital da República e atuaçãoem
todo o território nacional,sendo
indeterminado seu prazode
duração.É
'
Instituição integrante
do
Sistema Financeiro 'Nacional e auxiliar da execução da políticade
créditodo Governo
Federal, aCEF
sujeita-se às decisões e à disciplina normativado Órgão competente e à fiscalização do
Banco
Centraldo
Brasil.A
Caixa temcomo
objetivos principais:I Receber depósitos, a qualquer título, inclusive os garantidos pela União
na
formada
legislação pertinente,eem
especial osde economia
popularcom
o propósitode
incentivar o hábito de poupança;I Prestar serviços bancários de qualquer natureza; I Administrar os serviços das loterias federais;
I Exercer o monopólio das operações
de
penhor civil; I Prestar serviços delegados peloGoverno
Federal;I Atuar
como
agente finaanceiro dos Planos Nacionaisde
Habitação eSaneamento
ecomo
principal órgãode
execuçaoda
política habitacional ede
1 Atuar
como
agente operadore
financeirodo Fundo
de Garantia portempo de
Serviço
-
FGTS.
I
Conceder
empréstimos e financiamentos de natureza social,em
consonânciacom
a políticado Governo
Federal e observadas as condiçõesde
retorno.I Realizar quaisquer operações ou serviços nos
mercados
financeiro ede
capitaisque
forem delegados peloGoverno
Federal.No desempenho
de seus objetivos aCEF
opera ainda no recebimentode
depósitos judiciais, na forma
da
lei, e depósitosde
disponibilidades de caixa dosÓrgãos ou entidades do Poder Público e das
empresas
por ele controladas.No
ano
2000, a CaixaEconômica
Federal desenvolveuum
Projeto deSegmentação de
seumercado
consumidor, concebido a partirde
um
processo dePlanejamento Estratégico
que
visava adaptar a atuação daempresa
dentrode
um
novo contexto. C
1.2
Problema de pesquisa
O
presente estudo foi desenvolvido visando responder a seguinte questãode
pesquisa:Como
foi desenvolvido o Projetode Segmentação de Mercado da
CaixaEconômica
Federal no seu processode
Planejamento Estratégico?1.3 Justificativa
O
processode
acirramentoda
concorrência nosmercados
éum
fenômeno
mundialque
tem se fortalecido cada vez mais nos últimos anos. E,em
decorrênciade
um
mercado
mais exigente e capacitado, asempresas
têm cada dia maisgprocurado concentrar seus esforços para
uma
administração voltadaao
cliente.O
setor de serviços atualmente despontacomo
o mais importante dos setoresda economia
em
todo o mundo, superando o setor primário e secundário naocupação
deempregos
e na importância econômicacomo
um
todo.Os
serviços financeirosem
particular sofreram no Brasil dos últimosanos
uma
transformaçãosalutar;
com
a abertura econômica, várias instituições financeiras internacionaisvieram buscar o
enorme mercado
brasileiro.Com
suas potencialidadesdesenvolvidas e sua experiência de Administração voltada
ao
cliente, as multinacionais exigiram dos bancos nacionaisuma
brusca adaptaçãoem
buscade
um
espaço
no mercado. 'Diante desse contexto, a Caixa
Econômica
Federal continua hojeum
processo de adaptação às exigências
do mercado que
iniciou alguns anos atrás, eque
procura tornar obanco
cada vez mais competitivo e rentável., Esse processo capacita cada vez mais a organização diante do ambienteque
se forma, fazendocom
que
em
conjuntocom
sua missão social, contemple-seuma
empresa moderna
e
com
orientação para resultados.,
Um
exemplo
recorrente desse complexo processofoi o trabalho de revisão
da
utilizaçãodo
nome
da
empresa,em
vistade
se determinar aqueleque
melhor ilustraa
empresa
no contexto atual; a sigla CEF, ou CaixaEconômica
Federal, utilizadapor muito tempo,
cede espaço
para aquelenome
que
setoma a marca
deuma
nova empresa, a Caixa. zNo
entanto, o passo mais importante na buscade
se estabelecerno
novomercado
foidado no ano
2000.A
diretoria da. Caixa implantouum
Projetode
Segmentação do
seumercado
consumidor, procurando melhor atender gruposdiferenciados
de
consumidores de acordocom
suas características. Esse projeto foidesenvolvido diante da realização
de
um
Planejamento Estratégico,que
estudou oambiente e a
empresa
para a formulaçãode
uma
nova atuação.O
presente trabalho temcomo
propósito analisar o Projeto deSegmentação da
Caixa e o Planejamento Estratégico que o contempla. Í2
OBJETIVOS
2.1 Objetivo geral
Analisar o
modelo
desegmentação de mercado
implantado pela CaixaEconômica
Federal enquantocomponente de
seu Planejamento Estratégicode
Marketing, confrontandocom
o referencial teórico. .2.2 Objetivos
específicos
~/ Identificar metodologia para realizar o Planejamento Estratégico
em
uma
organização;
/
Apresentar o processo de Planejamento Estratégico realizado pela CaixaEconômica
Federal; V~/ Cotejar a proposta
de
Planejamento 'Estratégicoda
CaixaEconômica
Federalcom
o referencial teórico.\/ Descrever e analisar o processo de
Segmentação de Mercado
implantado pela11
3
FUNDAMENTAÇÃO
TL-:ÓR|cA
3.1
Contexto
econômico
para a
Administração
de
Serviços.
Aproposta de
apresentarum
contextoeconômico
neste trabalhovem
suprir a necessidadede
estabelecerum
pontode
partida para as constatações e análisesdo
estudo propriamente dito,bem como
salientar a relevânciado
tipode empresa
abordado. Assim, ainda
que
essa base contempleuma
conjuntura parcial esomente
comprometidacom
os objetivosdo
estudo, alguns pontosdo que
se considerafundamental na conjuntura
econômica
para o setorde
serviços serão apresentados.3.1.1 Terciarizaçao
da economia.
Em
uma
das mais clássicas abordagensda
economia, figura a divisãoonde
as inúmeras atividades econômicas são distinguidas
em
três grandes setores.Como
lembra
F
ITZSIMMONS
(1998, p. 29) “muitos economistas limitaram suas análises a três estágios: Primário - extrativista, Secundário - produção de bens e Terciário,classificado simplesmente
como
serviços." Esses são então os três estágiosda
atividade econômica.
Dentre os vários condicionantes
que formam
o contexto econômico atual, ocrescimento acentuado do setor terciário, o dos serviços, tem se intensificado nos
últimos anos.
Como
afirmaKOTLER
(1998, p. 411)“uma
das maioresConsiderado
como
dos mais importantes acontecimentosda
históriaeconômica moderna
porLOVELOCK
eWRIGHT
(2001, p. 5), esse crescimentodo
setorde
sen/iços é hojeuma
realidade mundial: “os serviços constituem o grossoda
economia de
hoje,não
só no Brasil,onde respondem
por55%
do
Produto InternoBruto (PIB),
mas também
no mundo.”Uma
das implicações mais impressionantes dessefenômeno
é verificada nadistribuição atual dos empregos; 'segundo
LOVELOCK
e
WRlGHT(2001,
p. 5) “o setor de serviços responde pela maior partedo
crescimento dos novos empregos”. ilustrando essa transformaçao,COHEN
(1998, p. 75)apresenta
estatísticasreveladoras sobre a distribuição dos
empregos
nos setoresda
economia:“Desde já , efetivamente, menos de 20% da população
ativa permanece empregada na indústria e menos de
5%
ainda trabalham na agricultura. Assim, isso faz com que mais de três quartos da população ativa esteja empregada no setor de sen/iços."A
partir desta constatação,COHEN
(1998) apresentauma
nomenclatura paraeste
fenômeno que
transformou aconcepção
dosempregos
eque
colocou o setorterciário na vanguarda
da
economia. "Há diversas maneirasde
caracterizaro novo
universo do trabalho; o
modo
mais simples éo que
consisteem
falarde
terciarização da economia”.(COHEN
1998, p.75)Faz-se fundamental ressaltar
que
a relação instantâneaque
se fazcom
astransformações econômicas
não
é o único alcanceda
terciarização da economia;“mudanças
no padrãode empregos
terão implicaçãoonde e
como
as pessoas vivem, nas necessidades educacionais e, consequentemente, nos tipos deorganizações
que
serão importantes para asociedade.”(FlTZSMMONS
1998, p. 33).Ou
seja,nao
é só nosempregos que
ofenômeno do
crescimentodo
setorde
serviços atua,
mas
na
sociedadecomo
um
todo.GIANESI
eCORRÊA
(1996, p. 17) ilustram muitobem
essa amplitude do setorde
sen/iços transcendendo aabordagem
econômica,ao
apontaralgumas de
' 13 suas causas apresentando alguns fatores
que
propiciam oaumento
dademanda
por serviços:~/ Desejo
de
melhor qualidadede
vida~/ Mais
tempo
de lazer~/
A
urbanização, tornando necessários alguns serviços (segurança, por exemplo)J
Mudanças
demográficasque
aumentam
a quantidade de crianças e idosos, os quaisconsomem
maior variedadede
serviços~/
Mudanças
sócio econômicascomo
oaumento
da participação da mulherno
trabalhoremunerado e
pressões sobre otempo
pessoal~/
Aumento
da
sofisticação dos consumidores, levando a necessidades maisamplas
de
serviços~/
Mudanças
tecnológicasque
têmaumentado
a qualidade dos serviçosou
ainda criado serviços completamente novos. . _3.1.2
A
sociedade
pós-industrialComo
formade
explicar ofenômeno do
crescimento do setorde
serviçosespecificamente
em
seu impacto econômico,CLARK
(apud
FITZSIMMONS
1998,p. 29) apresenta
uma
análiseda
variação deempregos
nos setores da economia:“à medida que as nações se industrializam, é inevitável a transferência dos empregos de
um
setor para outro da economia; conforme a produtividade aumentaem um
setor, a força de trabalho se desloca para outro”FITZSIMMONS
(1998, p. 38)complementa
essa assertivatomando
os estágiosda
atividadeeconômica
e relacionando-os atravésde
uma
perspectiva evolutiva muito oportuna: “Damesma
maneiraque
osempregos
migraramdo
trabalho, os
empregos
na indústria,no
seu devido tempo, migraram para o setorde serviçosl'
Esse
conjuntode
transformaçõesque
caracteriza e modifica todauma
perspectiva econômica, é responsável
segundo
FlTZSlMMONS
(1998, p.30) pelo surgimentode
uma
“sociedade pós industrial, oude
uma
sociedade de serviços.”Para
um
melhor entendimentodo que
se entendecomo
sociedade pós industrial,segue
a classificaçãode
FITZSIMMONS
(1998) das sociedades de acordocom
oestágio das atividades econômicas:
~/ Sociedade pré-industrial:
uma
sociedade agrária estruturadaem
tornoda
vida agrícolae de
subsistência./
Sociedade industrial:uma
sociedadedominada
por trabalho fabrilem
indústriade
produçãoem
massa.~/ Sociedade pós-industrial:
uma
sociedadede
serviçosem
que
as pessoas estäoengajadas
em
atividades lntensivamentebaseadas
em
informações, intelecto ecriatividade.
`
Quanto
adenominação
sociedade pós-industrial, é necessárioque
se realizeuma
constatação importante; essa nomenclatura enfatizauma
evoluçãoeconômica
que
enfatiza o setor terciárioda
economia, ode
serviços,com
maior presençana
atualidade;
como
afirmaFITZSIMMONS
(1998, 32)“como
aautomação
é introduzida nos processos produzidos, mais trabalhadores concentram-seem
atividades não industriais,como
manutenção
e consertos.”Porém, apesar do crescimento dos serviços na
economia
atual, deve-seressaltar
que
muito da atividade econômica continua se concentrandono
setorindustrial, ou ainda
no
setor primárioda
economia; sociedade pós-industrialnão
deve
ser compreendidocomo
o fim das indústrias, e simuma
nova evolução,no
setorde
serviços.Como
dizFITZSIMMONS
(1998, p. 3)15 “Claro que atividades como manufatura e agricultura nunca deixarão de ser indispensáveis, mas o fato é que existem limites para o que podemos consumir e usar, tanto
de alimentos quanto produtos. Já os serviços são amplamente experimentáveis e exploráveis, e o nosso apetite por eles parece ilimitado.
Este
fenômeno de
crescimentodo
setorde
serviços na economia dentrode
uma
perspectiva histórica é apresentadoem
três modelos estruturaissegundo
DRUCKER
(apudALBRECHT
1994, p. 46).O
primeiro, pré capitalista, surgiu naIdade Média
quando a
agricultura se tornou produtiva o suficiente para liberaralgumas
pessoasdo
trabalho na terra paracomeçar
a produzir e comercializarprodutos simples de forma artesanal.
O
seguir, omodelo
capitalista,onde
osnegócios são realizados
em
grande escala, concentrando grandes quantidadesde
capital e trabalhoem um
só local,a
fábrica.Ao
final, omodelo
pós capitalista,centradona
geração de valor atravésde
uma
redede
recursos mais diversificada,combinando de
forma triangular pessoas, tecnologia e conhecimento.No
modelo pós
capitalista,DRUCKER
(apudALBRECHT
1994, p. 46) afirmaque
o gerenciamento convencionalda
lugar à liderançacom
base no conhecimento,o capital convencional
cedeà
tecnologiapassando
a ser visto simplesmentecomo
uma
partedo
arranjoque
resultana
criação de valor, e o trabalho convencionaldá
lugar la pessoas, no sentido de
que
uma
grande parte do trabalho agora requer maisconhecimento e iniciativa.
Por fim, é imperativo ressaltar
que
vivemosum
momento
em
que
os serviços,como
lembraLOVELOCK
eWRIGHT
(2001),tendem
a se constituir cada vez maisno foco central de todas as nações,
em
todoo
mundo. lsso torna imprescindíveluma
dedicação especial por parte dasempresas na
buscade
um
espaço no
contexto
que
se desenvolve. “Exatamentecomo
acontececom
o setor industrial, a competiçãoem
serviços se tornará global.”(FITZSIMMONS
1998, p. 29).3.2
A
importância
do
Marketing
para
as
empresas
Diante das proposições
do
trabalho,um
estudoque
situe o Marketing e sua importância nasempresas da
atualidade é imprescindível.A
partirde
uma
concepção
histórica, é entao apresentada a relevânciado
Marketing atual noambiente interno das organizações e na sua interação
com
o
meio.3.2.1 Perspectiva histórica
Marketing
segundo
o Dicionário.Aurélio éuma
expressão anglo-saxônica cujacorrespondente
em
português é mercadologia,sendo que
essa expressão derivada
palavra mercari, do latim,
que
significa comércio,ou
atode
mercar, comercializar,transacionar. _
Sendo
assim, é possível relacionar Marketingcom
os mais longinquostempos de
nossa história,onde
as trocasde
mercadorias brutasou pouco
elaboradas
eram
a essência do comércio,como
lembraMANZO
(1973); estudos teóricosno
entanto, procuram caracterizar Marketingcomo
um
conceito recente,estando relacionado aos acontecimentos importantes da história
econômica
moderna.
Como
forma de iniciaruma
abordagem
deste complexo conceito,GRACIOSO
(1973, p.14) apresentauma
definiçãoampla
e genérica de Marketing:“marketing é a planificação e execução
de
um
conjuntode
atividades comerciais, tendocomo
objetivo final a trocade
produtos, ou serviços, entre produtores e consumidores”.A
frase remontaao
períodoem
que
é compreendida a 1a Revolução(1973), seria esta
a
idéiade
Marketing proposta pela TeoriaEconômica
Clássica, 17onde
os fatores produção e distribuiçãoeram
tidoscomo
abase do
conceitode
Marketing. “A preocupação básicado
fabricante era vender e distribuir oque
jáhavia sido produzido; este raciocínio refletia a realidade de sua época"
(GRACIOSO
1973, p.15).Como
lembraMANZO
(1973), oconsumo
e o consumidorassumem
papéissecundários nessa teoria,
sendo
priorizadas a produção e a distribuição.Essa
situação
começa
amudar
com
o desenvolvimento Industrial a partirdo
finaldo
século XIX, e principalmente nos anos seguintes
ao
términoda
Primeira Guerra Mundial,que
culminamcom
afamosa
criseeconômica de
1929: “a excessivaprodução
que
se seguiu levou os 'Estados Unidos à depressão de 1929,quando
aprodução passou a exceder
o
consumo”.(MANZO
1973, p. 16).Segundo
GRACIOSO
(1973, p. 15) “a teoria econômica clássica falhou noponto
em
que o
estudomoderno do
marketing realmentetem
início: o consumidor eos problemas
de
criaçao da demanda.”A
partir daí,quando
fica claroque o
conceito de Marketing deve abrangerde
forma principal o consumidor, e
não apenas
a produção e a distribuição, éque
surge,segundo
GRACIOSO
(1973, p.16), a TeoriaModerna
do Marketing e seu conceito básico: “produz-se aquiloque
os consumidores desejam”.COBRA
(1992, p. 33), ilustra muitobem
essa transição do conceitoda
TeoriaClássica de Marketing para o
da
TeoriaModerna de
Marketing, salientandoa
figurado
clientecomo
fundamental nesse processo:“Quando o mercado deixa de absorver quantidades adicionais de produtos gerados
pela economia de escala de produção e quando o esforço de vendas por si só não é capaz
de colocar esses mesmos produtos no mercado, surge a preocupação com o consumidor.”
Na
atualidade, apesar dos diferentes resultados edas
particularidadesde
Marketing, “por estarem
baseados sempre
na figurado
clientecomo
meio\
propulsor
de
resultados.”(COBRA
1992, p.33)3.2.2 Conceito
de
MarketingA
partir dessacompreensão
evolutiva então, chegou-seao
entendimentodo
marketing para a atualidade; deve-se agora Identificar o conceito de Marketing
adotado
como
referência para este trabalho.O
conceito adotado é proposto porKOTLER
(1998), escolhido por apresentar clara vinculação àabordagem moderna
do Marketing e por sua abrangência,
que
vem
a caracterizar todoum
conjuntode
fatores
que
representa muitobem
o marketing atual.Para
KOTLER
(1998), o conceitode
marketing hoje se diferenciade
uma
orientação tradicional para vendas,onde
o foco éde
dentro para fora,ou
seja,começa
na produçãoe
alcança resultado no volumede
vendas.Ao
contrário, o conceitode
(Marketing“começa
com
um
mercado
definido, focaliza as necessidadesdos consumidores, integra todas as atividades
que
os afetarão e produz lucro através da satisfaçãodo
cliente”(KOTLER
1998, p.37).Esse
conceito é caracterizado porKOTLER
(1998)como
fundamentado
em
quatro pilares,que
compõe
juntos a essência do conceito atual de Marketing; essesquatro pilares são:
~/ Mercado-Alvo:
nenhuma
empresa
pode
operarem
todos osmercados
esatisfazer todas as necessidades; as
empresas
trabalham melhorquando
definem cuidadosamente seu(s) mercado(s) alvo(s) e preparam
um
programade
Marketing sob medida.~/ Necessidades dos consumidores: o
pensamento
deve estarsempre
orientado19
a partir seu ponto de vista. Deve-se ainda considerar o fato
de que
nem
sempre
o cliente tem plena consciênciada
existência deuma
necessidade, ouainda
pode não
conseguir expressa-Iade
forma clara,cabendo
àempresa
criar as soluções mais apropriadas a cada situação. Satisfazer o consumidor é essencialdado que
as vendasde
uma
empresa
decorrem basicamentede
clientes novos e clientes leais,sendo
muito mais fácil satisfazerum
cliente e retê-lo,do que
captar novos clientes ou recuperar clientes insatisfeitos.\/ Marketing Integrado: é o resultado
quando
todos os departamentos e pessoasda
.
empresa
trabalhamem
conjunto para atender aos interesses dosconsumidores.
Deve
ocorrerem
dois niveis, primeirocom
todas as funções de marketingoperando juntas
no
âmbito específicode
marketing, depoiscom
a integração entre 'o departamento de marketing e osdemais
departamentosda
empresa.~/ Rentabilidade: o propósito final
do
conceito de Marketing é ajudar asorganizações a atingir suas metas, seus resultados, independente
do
tipo deempresa
em
questão.Uma
empresa que
melhor satisfaz as necessidades dosconsumidores
ganha
mais dinheirodo que
suas concorrentes.Com
a conjugação desses quatro fatores,numa
orientação de Marketing voltada para o cliente, pode-se vislumbrar o conceito proposto como.uma
essênciapara a atuação das
empresas
no contexto atual. “O conceitode
Marketing éuma
filosofia empresarial”
(KOTLER
1998, p 37)3.2.3
As
Funções do
MarketingPode-se dizer
que
as funçõesdo
Marketing são “aqueles processos básicos, realizados pela empresa,que
constituem os esforços de Marketing para os resultados.”(MANZO
1973, p.28).20
Existe
um
grandenúmero de
divisões e classificações para estas funções; aqui, elas serão apresentadascomo
as atividadesda
rotina de trabalhode
uma
organização convencional,
sendo
representadas então poruma
classificaçãoabrangente e prática das funções de Marketing.
A
classificaçãode
MANZO
(1973)apresenta 'llfunções no âmbito
de
Marketingde
uma
empresa, são elas:1a Função. Administração: cuida de prover-se
de
pessoal habilitado para realizar afunção global
de
Marketing, assegurar os meios materiais para realizar essa função,e
também
realizaa
determinação das politicasde
Markeing.28 Função. Pesquisas: inclui todos os tipos
de
pesquisas que possibilitarão àgerência
de
Marketing tomar decisões acertadas no âmbitode
Marketing.38 Função. Merchandising: é o planejamento
do
produto ou serviço certo,no
localcerto, ao
tempo
certo,na
quantidade certa eao
preço certo.4a Função.
Compra
e estocagem: esta função é responsável pelacompra
ouconcentração das matérias-primas ou
de
produtosacabados
eda
sua estocagem.5* Função. Vendas: cuida
do
recrutamento, seleção e treinamentode
vendedores, estebelece roteiros, quotas, previsãode
vendas,ou
seja, tudoque
converta oesforço
de
vendasem
pedidos. _6* Função. Suprimento Físico e Canais
de
distribuição: ela cuida dos transportes,da
armazenagem
e dos canaisde
distribuição, assegurandoque
o produto estejadisponivel nas condições desejadas. _
7? Função. Serviços e Garantias: esta função é relativa aos serviços e garantias a
H
z 21
8a Função. Propaganda: o consumidor potencial deve ser avisado
da
existênciado
produto através
da
-propagandaque
informa,educa
e faz avenda
antecipada namente do
consumidor.98 Função.
Promoção
de vendas: éuma
espéciede
ponte entre avenda
e apropaganda, competindo-lhe verificar se os esforços
de venda
e depropaganda
estão devidamente sincronizados, estando a função relacionadaao
vendedorda
empresa,
ao
revendedor eao
consumidor final. ç10a Função. Relações Públicas: ela cuida das relações
com
os diferentes públicosque
afetam os negócios deuma
empresa
eque
são basicamente: consumidores, fornecedores, revendedores ou distribuidores, funcionários, acionistas e atéautoridades.
'
113 Função. Controle das
Operações
de Marketing: esta função visa a evitardesperdícios e assegurar o total cumprimento das atividades
de
cadauma
dasfunções citadas.
Fica claro nesta explanação
que
muitas das funçoes citadastem
claravinculação
com
outras áreasda
Administração das empresas;Mesmo
MANZO
(1993) salientaque
muitos autores preferem abordagens mais simples das funçõesde
Marketing,mas
defende esta proposiçãocomo
formade
salientara
necessidadede integração administrativa,
e
da influênciaque
o Marketing deve ter na atuaçãoda
empresa
como
um
todo.Como
afirma, as funçõesdo
Marketing têm “relaçãocom
amplos aspectos
de
uma
organização”(MANZO
1993, p. 28).3.2.4
O
composto
de
MarketingAlém
da perspectiva internade
Marketing através de suas funções,uma
visãode
Marketing deve contemplartambém
o ambienteem
que
se situa a22
empresa.
A
interaçãoda empresa
com
o ambiente, conforme afirmaCOBRA
(1992, p.41) ocorre a partirdo composto de
marketing: “a interaçãode
uma
organização
com
seus meios ambientes internos e externos se realiza atravésdo
composto de
marketing.”Existem várias propostas e diferentes interpretações para o
composto de
marketing,McCARTHY
(apudCOBRA
1992, p 42) apresenta ocomposto de
marketing
chamado
4
P's, formado por “Produto, Preço,Promoção
e Place,que
é distribuição". Eles estão assim caracterizados porCOBRA
(1992):J
Produto: para satisfazer às necessidades dos consumidores,é
precisoque
osprodutos ou serviços a
serem
ofertadostenham boa
qualidade,que
as característicasatendam
aos gostos dos consumidores,com
boasopções de
modelos e estilos,
com
nome
atraentede
marca, acondicionadosem
embalagens
sedutoras,em
variadostamanhos de
produtos,com
serviços equantias
ao
usuárioque
proporcionemadequados
retornos financeiros àorganização.
/
Preço: é precisoque
o preço, divulgado pelas listasde
preços a clientes e aconsumidores, seja justo e proporcione descontos estimulantes à
compra
dosprodutos ou serviços ofertados,
com
subsídiosadequados
e períodos (prazos)de
pagamento
e termosde
crédito efetivamente atrativos.~/ Promoção:
é
preciso utilizarcom
efetiva criatividade as ferramentaspromocionais,
como
a propaganda, a forçade
vendas (venda pessoal), apromoção de
vendas, as relações públicas e o merchandising.\/ P/ace: a distribuição- precisa levar-o -produto certo
ao
'lugar certo através doscanais
de
distribuição adequados,com
uma
coberturaque
não deixe faltarproduto
em
nenhum
mercado
importante, localizando para isso fábricas,depósitos, distribuidores e dispondo ainda de
um
inventário de estoques para suprir as necessidadesde consumo
através de recursos de transporte convenientes.23
3.3
Realizando
um
Planejamento
Estratégico
Figurando
como
dos esforços mais importantesda
atualidadeem
Administração por preparar as
empresas
parauma
conjuntura altamente mutável, o Planejamento Estratégicovem
ganhando
uma
conotação cada vez mais decisiva.3.3.1
A
transformaçao
do
Planejamento
EstratégicoO
ambienteem
que
uma
empresa
está inserida, e a própria empresa,como
se sabe, têmuma
permanente relaçãode
interferência. E, no contextoeconômico
que
vem
se verificando, a tendência éque
este ambiente se torne cada vez maisversátil.
Como
afirmaCOBRA
(1989, p.13) “a açãodo
meio ambiente sobre asempresas
se tornou muito dinâmica"Segundo
COBRA
(1989), assimcomo
ocorreu no desenvolvimentoda
TeoriaModerna de
Marketing, surgea
necessidadede
um
direcionamento estratégico nasempresas
a partir da necessidadede
fazer frente auma
situação cada vez maisimprevisível: “é o direcionamento estratégico
que
permite às organizações reagiremrapidamente às turbulências
do
meio ambiente.”(COBRA
1989, p.13)Antes dessa
mudança
de
contexto,não
havia necessidadesegundo
KOTLER
(1998)
de
se estabelecer tal direcionamento por parteda
empresa, bastando asprevisões de crescimento e os planos de produção e
vendas
como
basede
atuação.As
empresas,aflrma
KOTLER
(1998, p.71) “podiam confiarem
projeçõesde
crescimento simples para planejar produção, vendas e lucros”.
Como
resposta à necessidade dasempresas
de atuar diante deum
contexto mais exigente,segundo
KOTLER
(1998), surge o planejamento estratégico; “o24
planejamento estratégico precisava substituir o planejamento a longo prazo
convencional.”
(KOTLER
1998, p.71).A
definiçãoque
segue ilustra muitobem
o conceito de planejamentoestratégico tendo
como
basede
análise a interaçãoda empresa
com
o ambiente:“Planejar estrategicamente é criar condições para que as organizações decidam
rapidamente diante de oportunidades e ameaças, otimizando as vantagens competitivas
em
relação ao ambiente concorrencialem
que atuam"(COBRA
1989, p. 13).3.3.2 Metodologia
de
Planejamento
Vários autores propõe diferentes
modos
de
se realizarum
planejamento estratégico; porém, écomum
entre elestambém
afirmarque
cadaempresa deve
analisara
melhor maneira de realizá-lode
acordocom
suas características própriase
de
acordocom
seu ambiente.Segundo
COBRA
(1989, p. 14)“um
dos aspectosque
setem
discutido muito refere-seao
usoou
nãode
uma
metodologia para realizarum
plano ouum
projeto estratégico”.Como
se percebe,não
há a pretensãode
enquadrar qualquer tipo deempresa
em
uma
propostade
metodologia. "Enfim,para cada plano
ou
projeto,o
estrategistamonta
uma
estrutura de estudoque
enfatiza os aspectos mais relevantes.”
(COBRA
1989, p. 14)Para efeitos deste trabalho, a metodologia de planejamento estratégico
utilizada será
uma
propostade
KOTLER
(1998).Como
se sabe, este autor éconsiderado
como
referência mundialem
Marketing, muitas vezesembasando
outros autoresem
seus trabalhos.Ao
proceder a análise das metodologiasde
planejamento para este estudo, verificou-se
que
não háuma
diferenciação tão significativa entre elasque
justifiqueuma
busca mais profunda porum
modelo
ideal;mesmo
as propostasde
Planejamento Estratégico específico para Serviços,como
ade
Alexandre Luzzi Las Casas,compõe-se de
etapas e condicionantes muito parecidos, oque
subsidiou a decisãode
adotar a proposta mais tradicional. «25
A
propostade
KOTLER
(1998) é direcionada para o planejamentoestratégico
da
unidade de negócio,num
contextode
estrutura organizacionalformado pela matriz
da
empresa, divisões e unidadesde
negócio.Em
virtude das características específicas deste estudo,onde
a atuação das unidades é totalmentedeterminada pela matriz
da
empresa, tal proposta ilustra muitobem
o processode
planejamento estratégico verificado.
KOTLER
(1998, p. 76) caracteriza as diferentesposturas das
empresas
diante das estratégia e metasde
suas unidades:“Algumas corporaçoes dão muita liberdade a suas unidades de negócios no
estabelecimento de metas de vendas e lucro e estratégias. Outras estabelecem metas para suas unidades de negócios, mas deixa-as desenvolver suas estratégias. Ainda outras
estabelecem as metas e ficam totalmente envolvidas nas estratégias de suas unidades de negócios.”
Segundo
KOTLER
(1998) então, o planejamento estratégico consistenum
processo de oito etapas; são elas:
I Missão do negócio: ter claramente definida a missão
da empresa
como
pontode
partida para a busca
de
resultados.I Análise do ambiente externo: monitorar as forças macroambientais
(demográficas, económicas, tecnológicas, políticas, legais, sociais e culturais) e
os atores microambientais importantes (consumidores, concorrentes, canais
de
distribuição, fornecedores)
que
afetam a habilidadede
obter lucro.Além
disso, orastreamento
de
tendências e desenvolvimentos importantes permite aassociação
com
oportunidades e ameaças.~/ Oportunidade de Marketing: é
uma
área de necessidadedo
compradorem
que
aempresa pode
atuar rentavelmente.J
Ameaça
Ambiental: éum
desafio decorrentede
uma
tendência ou desenvolvimento desfavorávelque
levaria, na ausênciade
ação defensivade
26
Análise do ambiente interno: verificar as forças e fraquezas
do
negócio,como
forma
de
entender seus pontos fortes e seus pontos fracos. Deve-se ainda analisar se o negócio deve ficar limitado às oportunidadesque
possuem
asrespectivas forças exigidas,, ou se deve adquirir novas forças para explorar outras oportunidades.
Formulação de Metas: a partir da missao
da empresa
ecom
a análise dosambientes externo e interno, deve-se proceder a definição das metas, termo
que
aqui descreveum
conjunto de objetivos específicos referentes a magnitude etempo.
Normalmente não
se procura um,mas
um
composto de
objetivos; estesdevem
estar hierarquizados do mais importante para omenos
importante,sempre que
possíveldevem
ser quantitativamente declarados,devendo
aindapartir da análise
de
oportunidades eameaças
enão
daquiloque
seria desejável,e finalmente,
devem
ser consistentes entre si, enão
excludentes.Formulação da estratégia: as metas indicam o
que
se deseja atingir: a estratégiaé
um
planode
como
chegar lá.Cada
negócio deve estabelecer sua própriaestratégia para atingir suas metas.
Embora
exista muitos tiposde
estratégia,um
resumo de
três tipos genéricospode
fornecerum
bom
pontode
partida para opensamento
estratégico.Liderança
em
custos: aempresa
faz grande esforço para reduzir aomáximo
seus custos,
podendo
assim oferecer preçosmenores
e obter maior participaçãode mercado
,Diferenciação:
a empresa
concentra esforços para alcançardesempenho
superiorem
uma
importante áreade
benefício para o consumidor. Desenvolve- se aquelas forçasque
possibilitamvantagem
competitivaem
um
ou
mais benefícios. 'Foco: a
empresa
abordaum
ou maissegmentos
demercado
menores,em
vez de ir atrásde
um
grande mercado.Eladeve
conhecer as necessidades desses27
I Formulação do programa:
após
o desenvolvimento das principais estratégias,deve-se adotar programas
de
apoio detalhados, representandouma
formalização das idéiasque
irá nortear atividades e rotinas. Estas atividadesde
marketing
devem
gerar resultados suficientes para justificar seus custos.I Implementação:
uma
estratégia clara eum
programade
apoiobem
delineadopodem
ser inúteis se aempresa
falharem
sua implementação. Faz-se imprescindíveluma
implementação cuidadosa e criteriosa paraque
os resultados propostospossam
ser alcançados.`
- 'Feedback e controle: a
medida que
implementa sua estratégia, aempresa
precisa rastrear os resultados
e
monitorar os novos desenvolvimentos nos ambiente interno e externo.Sempre
haverámudanças
no ambiente,cabendo
àempresa
rever sua implementação, programas, estratégiasou
até objetivos.3.3.3
Plano de
'MarketingO
resultado finalde
um
processode
planejamento échamado
de
plano.“Plano corresponde a
um
documento
formalque
se constitui na consolidação dasinformações e atividades desenvolvidas
no
processo de planejamento”(OLIVEIRA
1993, p. 27)
Após
realizado todo o processode
planejamento estratégico de marketing,deve-se formalizar então
um
resultado palpável deste conjuntode
esforços.Esse
resultado é o plano de marketing:“O planejamento de marketing é encarado hoje como uma ferramenta de trabalho da
gerência de marketing, assumindo, para tanto, a configuração de
um
plano integrado defunções ie recursos disponiveis para a consecução dos objetivos da empresa; esse é o
28
Plano de marketing é portanto o resultado
do
processode
planejamento estratégicode
marketing,que
está cada vez mais presente nasempresas de
formasignificativa,
em
vista da crescente importânciaque
o Marketing adquireem
Administraçao.COBRA
(1992, p.88) ilustra a importânciado
plano de marketingquando
o relacionacom
outros planos empresariais: “o plano de marketing é a base na qual os outros planosda empresa
devem
estar montados.”Apesar
de
se configurarnum
fundamental elemento para a consecução dosobjetivos
da
empresa, é necessárioque
o planode
marketing estejaem
totalconformidade
com
o planejamento estratégico.É
por issoque OLIVEIRA
(1993, p. 27),afirma que
o plano estratégico “deve ser desenvolvido pelaempresa
enão
para a empresa”, salientando a intenção
de
evitar os graves problemasque
planosdesadequados
podem
gerar. çPor fim, é imperioso lembrar
que
o foco dos esforçosem
uma
empresa deve
se concentrar no processo
de
planejamento estratégicode
marketing,e não
na simples elaboraçãode
um
planode
marketing. “O processode
planejamento é muito mais importanteque
seu produto final”(OLIVEIRA
1993, p 27).' 29 3.4
O
processo de
Segmentação
de
mercado
O
estudo desegmentação
domercado
consumidor se constituinum
dospontos chave deste trabalho; ainda
que
seja estabelecidoem
bases simples eem
variáveisamplamente
difundidas, o resultadode
um
processode segmentação
éamplamente
sentido poruma
empresa.3.4.1
Conceito de
segmentação
de
mercado
Dentro
do
contextode
marketingque
vem
se delineandocom
o
passardo
tempo, asegmentação de mercado
se destacacomo
uma
questão cada vez maisimportante;
de
acordocom
KOTLER
(1998, p. 225)“uma empresa que
decideoperar
em um
mercado amplo
reconhece que, normalmente,não pode
atender a todos os consumidores daquele mercado.”Os
esforçosde
Marketingdevem
ser direcionados a determinadossegmentos
de mercado,segundo ORICHERS
\(1991),mesmo
seque
seabandone
outrosque
constituam
algum
potencial. “DefinimosSegmentação
como
sendo
a concentraçãoconsciente e planejada
de
uma
empresa
em
parcelas específicasde
seu mercado.”(RICHERS
1991, p.16).A
necessidade de atuarde
formasegmentada
fica mais evidente amedida
que
osmercados
se inseremnum
ambientede
grande competição e desenvolvimento, afirmaCOSTA
(1987), acirrando cada vez mais as diferenças entre os diversos clientes. “O mercado, para a maioria dos produtos é bastanteheterogêneo, e esta característica dificulta o atendimento efetivo e eficaz das
30
No
entanto, é importante salientarque
asegmentação de mercado não
éem
sium
conceito novo, tendo se fortificado recentementeao
ser analisadonum
novo contexto, e de forma estratégica.
Como
dizRICHERS
(1991, p. 16):“a segmentação não é na verdade uma novidade, sempre houve empresas e
sobretudo setores de atividade para os quais a divisão do mercado em fatias mais facilmente controláveis -era
um
procedimento habitual. Mas a coisa tomou vulto e começou a interessar a uma grande variedade de empresas quando teóricos de Marketing e executivos começaram a perceber que a segmentação podia ser usada como uma poderosa arma estratégica. "3.4.2 -Níveis
de
segmentaçao de mercado
Segundo
KOTLER
(1998), asegmentação de mercado pode
ser adotadaem
quatro níveis:
Marketing
de
Segmento: caracterizado por grandes grupos de compradoresidentificáveis
em um
mercado. _Marketing
de
Nicho:composto
por grupos mais restritosde
compradores,geralmente dividindo
um
segmento
em
subsegmentos ou
gruposcom
traços distintosbuscando
uma
combinação
especialde
benefícios.Marketing Local:
com
programas preparados sobmedida
conforme asnecessidades e desejos
de
grupos de consumidores locais.Marketing Individual: permite às
empresas
um
atendimento personalizado paracada
31 3.4.3
Bases
parasegmentação
de
mercados
Para a determinação de
segmentos de mercado
sao necessáriasalgumas
variáveis,
que
vem
a servircomo
parâmetro no processo;KOTLER
(1998) explicaas diferentes bases para
segmentação de
mercado:Segmentação
Geográfica: propõe dividir .omercado
em
unidades geográficasdiferentes
como
países, estados, regiões, cidades ou bairros; assim, aempresa
poderá decidir
em
atuarem
uma,algumas
ou todas as áreas, atentandosempre
às especificidades de cada uma.As
principais variáveisda segmentação
geográficasão região, população da cidade, área
de
concentração e clima.Segmentação
Demográfica: as variáveis demográficas são as bases maiscomuns
para a segmentação, por estarem relacionadas
com
os desejos, preferências etaxas
de
uso dos consumidores e por sua facilidadede
mensuração.As
principais variáveisda Segmentação
demográfica são faixa etária,tamanho da
família, ciclode
vida da família, sexo, renda,ocupação
profissional, formação educacional, religião, raça, geração, nacionalidade e classe social.Segmentação
Psicográfica: divisãobaseada
no fatode que
pessoas pertencentes aum mesmo
grupo demográficopodem
ter perfis psicográficos muito diferentes.As
variáveis
da segmentação
psicográfica são o estilode
vida e a personalidade.Segmentação
Comportamental: os consumidores são divididosem
grupos,tomando-se
como
base
seu conhecimento, atitude, uso ou resposta paraum
produto.
As
variáveis mais usadasna segmentação
comportamental são asocasiões
de
consumo, benefíciosdo
produto, statusde
usuário, statusde
lealdade, estágiode
aptidãode compra
e atitude relativaao
produto.32
3.4.4 Seleção
de
segmentos
de
mercado
Depois
de
avaliar ossegmentos
aempresa deve
decidirem
quantos e quaissegmentos
irá concentrar suas ações,bem
como
de que
forma irá fazê-lo.KOTLER
(1998) propõe os seguintes padrões
de segmento de
mercado:Concentração
em
Segmento
Único: é o caso mais simples,onde
aempresa
selecionaum
único segmento. Procura-se alcançaruma
forte posiçãode mercado
nosegmento
em
que
possui mais conhecimento eobtém
reputação especial.Especialização Seletiva: seleção
de
algunssegmentos
diferentes conforme recursose objetivos definidos.
Dessa
maneira diversifica-se o riscoda
empresa,que pode
concentrar esforços nos
segmentos que
se mostrarem mais atraentes.Especialização por Produtos: a
empresa
concentra-se na fabricação deum
produtovendido Va diversos segmentos.
Adequa-se
o produto a cada grupode
clientes,mas
não
há preocupaçaocom
outrasnecessidadesde
produtos destes clientes.Especialização por Mercado: a
empresa
concentra-seem
atender a muitas necessidadesde
um
grupo específico de consumidores. Especializa-se neste casoem
atender determinado tipode
cliente, seja quais forem suasdemandas.
Cobertura ampla
de
Mercado: aempresa
tenta atender a todos os gruposde
consumidores
com
todos produtosque
possam
necessitar.Apenas
as grandesempresas
podem
adotar esta maneirade
atuação.A
coberturaampla de mercado
está dividida em: .J
Marketing indiferenciado: aempresa pode
ignorar as diferençasde segmento de
mercado
e procuraro mercado amplo
com
apenas
uma
oferta, focando asnecessidades dos compradores,
em
vezde
as diferenças entre eles. Desenvolve-seum
produto eum
programade
marketing para atrair o maiornúmero
possível de clientes.`
'
33
~/ Marketing diferenciado: a
empresa
operaem
diversossegmentos
demercado
e desenvolve diferentes programas paracada
segmento. Procura-se portantoatingir a
ampla
cobertura domercado
considerando suas diferenças,trabalhando-se então cada
segmento
conforme suas características próprias.3.4.5 Requisitos para a
segmentação
eficaz
Sabe-se
que
a simples iniciativade
estabelecerum
processode
segmentação de mercado
por si sónão
é garantiade
sucesso, sendo necessárioque
omesmo
seja útil e eficaz;como
afirmaRICHERS
(1991, p.23),"quem
deseja tirar real proveitoda
versatilidade e utilidade intrínsecada
segmentação, precisaaprender a manipulá-la.”
De
acordocom
KOTLER
(1998), ossegmentos de mercado
devem
possuiralgumas
características para representaremum
eficaz processo de segmentação:Mensuráveis: o tamanho, poder
de compra
e caracteristicas dos segmentos,podem
ser mensurados.Substanciais: os
segmentos
são grandes e rentáveis o suficiente paraserem
atendidos,
devendo
osegmento
ser o maishomogêneo
possível para justificar aadoção de
um
programa de Marketing sob medida.Acessíveis: os
segmentos
podem
ser eficazmente atingidos e atendidos.Diferenciáveis: os
segmentos
são conceitualmente distinguíveis erespondem
diferentemente a diferentes elementosdo composto de
marketing e a programasde
marketing.34
Acionáveis: programas eficazes
podem
ser formulados para atrair e atender aossegmentos. -
3.4.6 Benefícios
da Segmentação
de
Mercado
Num
processode
segmentação, aempresa
poderá verificar se os resultadosprogramados serão alcançados e
em
que
graude
sucessocom
a determinaçãode
objetivos a
serem
alcançados.Segundo
COBRA
(1992, p. 316), os objetivosque
uma
empresa
buscaao
desenvolverum
processo de segmentação, eque
podem
ser usados
como
referêncianuma
avaliação de seu sucesso, säo: ~/Aumentar
a participação demercado
em
segmentos
significativos de consumo. ~/ Exercer
um
esforço concentradode
marketing eavaliar os resultados
com
maior facilidade_
J
Facilitar a concentraçãodo
esforçode vendas
ede
distribuição nos segmentos-chave.
~/ Diminuir sensivelmente os investimentos
em
propaganda
e
promoção de
vendas, antes pulverizados e agora, concentrados.J
Aumentar
a lucratividade e aimagem
da empresa
nossegmentos
chave.Por fim, para finalizar esta
abordagem
sobresegmentação de
mercado,tema
tão complexo e passível
de
tantas análises, toma-seuma
assertiva altamentesignificativa e abrangente
que de
certa forma exprime toda sua diferenciadagama
de componentes e
dáuma
clara noção de sua importância:“Afinal, mercados são pessoas, pessoas são indivíduos, e os indivíduos são individuais nas suas preferências, nas suas necessidades, nos seus gostos, nas suas idiossincrasias. E a busca desses grupos homogêneos de consumidores, num certo sentido talvez seja o objetivo, por excelência, da atividade de Marketing.” (COBRA 1992, p. 278)
' 35 3.5
Administrando
Serviços.
Para se abordar as características das
empresas
do setorde
serviços, faz-senecessário anteriormente
uma
verificaçãoda
natureza destes. ParaLOVELOCK
eWRIGHT
(2001) “serviços são atividades econômicasque
criam valor efomecem
benefícios para clientes
em
tempos
e lugares específicos,como
decorrênciada
realização deuma
mudança
desejada no, ouem
nome
do, destinatáriodo
serviço.”Além da
análise dos serviçoscomo
entidade única, pode-se fazertambém
uma
correlação destescom
bens físicos.KOTLER
(1998), apresenta essa possibilidadede
vinculação entre bens e serviçosnuma
relação complementar,como
complemento
à conotaçãode
serviçoscomo
entidade principalem
seuconceito
de
serviços:“Serviço é qualquer ato ou desempenho que
uma
parte possa oferecer a outra e queseja essencialmente intangível e não resulte na propriedade de nada. Sua produção pode ou não estar vinculada a
um
produto físico.” (KOTLER, 1998)De
forma geral, avenda
de bens envolve a prestaçãode
alguns serviços, damesma
formaque empresas de
serviçospodem
utilizar bens para seus propósitosespecíficos; é o que.
KOTLER
(1998) afirma: “freqüentementeuma
ofertade
uma
empresa ao mercado
inclui alguns serviços.O
componente
serviçopode
serou não
parte importante dessa oferta.” _LOVELOCK
eWRIGHT,
2001abordam
essa questãode complementação
entre bens e serviços
afirmando que
o processode
interação dasempresas
com
o cliente acontececom
um
produto básico ecom
elementos suplementares:“O produto básico (bem ou serviço) fomece 0 benefício central dirigido `as necessidades específicas do cliente; ele defineo caráter fundamental da atividade de uma
36
empresa. Os elementos suplementares ao serviço suprem beneficios adicionais para
I
aumentar o produto básico e diferenciá-Io das ofertas dos concorrentes”
Existem várias
modos
de combinação
entre bens e serviços, variandode
acordo
com
a importânciaque
cada elemento possui na oferta deuma
empresa.Essa relação é proposta por
KOTLER
(1998), exemplificada inicialmentecom
aprodução
de
benscomplementada
por serviços: “asempresas
manufatureiraspodem
usaruma
estratégiade
serviço para se diferenciar”';em
outros casos,empresas de
serviçopodem
contarcom
bens para acomplementação
da oferta: “a oferta consisteem um
serviço principal juntocom
alguns serviços adicionais oubens
de
apoio”KOTLER
(1998)._
Estes são exemplos
em
que
bens físicos e serviços secomplementam.
No
entanto, para fins deste estudo, a
abordagem
estará voltada para asempresas
com
foco exclusivo nos serviços, ainda
que
vários outros tipos deempresas que de
alguma
formacombinam
bens e serviçostambém
componham
o setor de serviços.3.5.1
Os
tiposde
empresas de
senliçosPara
LOVELOCK
«eWRIGHT
(2001) o setor de serviços é “a parte daeconomia de
uma
nação
representada por serviçosde
todos os tipos, incluindo osoferecidos por organizações públicas e
sem
fins lucrativos.”KOTLER
(1998) pormenoriza o setor de serviçoscom
suas divisões e seusprincipais componentes:
~/ setor governamental:
com
seus tribunais, serviçosde
emprego, hospitais,agências