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A propósito da música: promovendo uma literacia musical: disciplina de oferta complementar no Conservatório do Vale do Sousa

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Academic year: 2021

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Universidade de Aveiro 2016

Departamento de Comunicação e Arte

Luísa Maria da

Fonseca Ferreira

A Propósito da Música. Disciplina de Oferta

Complementar no Conservatório do Vale do Sousa.

Promovendo uma Literacia Musical.

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Universidade de Aveiro 2016

Departamento de Comunicação e Arte

Luísa Maria da

Fonseca Ferreira

A Propósito da Música. Disciplina de Oferta

Complementar no Conservatório do Vale do Sousa

Promovendo uma Literacia Musical.

dissertação apresentada à Universidade de Aveiro para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Ensino de Música, realizada sob a orientação científica da Profª. Doutora Helena Santana, Professora Auxiliar do Departamento de Comunicação e Arte da Universidade de Aveiro.

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o júri

presidente Prof.ª Doutora Shao Xiao Ling

Professora Auxiliar da Universidade de Aveiro

Prof. Doutor Luís Filipe Barbosa Loureiro Pipa

Professor Auxiliar da Universidade do Minho (Arguente Principal)

Prof.ª Doutora Helena Maria da Silva Santana

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agradecimentos À Profª. Doutora Helena Santana, pela paciência e incentivo e pela partilha de conhecimentos e rigor que caracterizou a orientação deste trabalho.

Ao meu marido, pelo amor, apoio e disponibilidade demonstrados.

Ao Conservatório do Vale do Sousa, aos seus professores, alunos e

funcionários, nomeando os meus colegas do então Conselho Pedagógico que sempre me apoiaram e contribuíram com as suas ideias e sugestões – Rute Cruz, Fernanda Alves, Isadora Rodrigues, Sandra Goreti e Filipe Fernandes.

Aos 5 alunos que fizeram parte da primeira turma de A Propósito da Música, cobaias nesta investigação.

A todos os outros colegas, familiares e amigos que propositadamente ou acidentalmente contribuíram para a realização deste projeto.

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palavras-chave Ensino Secundário de Música; Planos de estudos, Disciplina de Oferta Complementar, Cultura Musical, Literacia Musical, Música Erudita.

resumo O presente trabalho propõe-se a criar e a implementar uma disciplina de Oferta

Complementar destinada aos alunos do ensino secundário de música do Conservatório do Vale do Sousa, que tem como objetivo contribuir para uma maior literacia musical proporcionando aos alunos vivências musicais e promovendo um maior sucesso nas suas aprendizagens. Para tal, procedeu-se a uma recolha de dados que permitiram verificar a pertinência da sua criação, enquadrada nos novos planos de estudos alterados com a recente legislação em vigor. Após esta verificação, foi possível elaborar uma proposta de programa da disciplina, levando à sua aprovação e à sua implementação e avaliação num processo de investigação-ação levado a cabo pela autora.

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keywords Secondary Music Studies; Course of Study, Complementary Offer Subject, Musical Culture, Musical Literacy, Classical Music.

abstract This paper proposes to create and implement a Complementary Offer Subject

targeted to secondary school students of music at Conservatório do Vale do

Sousa, which aims to contribute to a greater musical literacy providing students

with musical experiences and promoting success in their learning. To do this, we proceeded to a collection of data that allowed us to verify the relevance of its creation, framed in the new course of study changed with recent legislation. After such verification it was possible to develop a proposal for subject program leading to their approval and their implementation and evaluation in a process of action research carried out by the author.

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Índice

ÍNDICE 15 ÍNDICE DE TABELAS 17 ÍNDICE DE GRÁFICOS 18 ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES 19 INTRODUÇÃO 21 1 ENQUADRAMENTO 29 1.1 Ensino artístico – ensino especializado da música 29 1.1.1 Evolução legislativa no que respeita às alterações aos planos curriculares 31 1.2 Planos de estudos dos Cursos Secundários de Música 36 1.2.1 Disciplina de Oferta Complementar 40 1.2.2 Implementação de disciplinas de Oferta Complementar nas Escolas de Ensino Artístico Especializado nos Cursos Secundários de Música 42 1.3 Conservatório do Vale do Sousa 47 1.4 Inquérito aos alunos 48 1.4.1 Inquérito por questionário 48 1.4.2 Organização do questionário 48 1.4.3 Análise das respostas 49 2 IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO 65 2.1 A Disciplina A Propósito da Música 65 2.1.1 Objetivos da disciplina 65 2.1.2 Competências a adquirir 69 2.1.3 Conteúdos programáticos da disciplina 69 2.1.4 Metodologias e avaliação 72 2.2 Implementação 2012/2013 74 2.2.1 Iniciativa e aprovação 74 2.2.2 Caracterização da turma 74 2.2.3 Teste de diagnóstico 75 2.2.4 1º período 79 2.2.5 2º Período 85 2.2.6 3º Período 90 CONCLUSÃO 95

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BIBLIOGRAFIA 99 ANEXOS 103 Anexo 1 – Email da Diretora Pedagógica do CVS a todos os professores da escola com a Proposta de Revisão Curricular do Ensino Artístico Especializado 105 Anexo 2 - Proposta-base da Revisão da Estrutura Curricular dos Cursos Básicos e Secundários do Ensino Artístico Especializado 106 Anexo 3 – Revisão da Estrutura Curricular. Comunicado do Ministério da Educação a 26/03/2012 114 Anexo 4 – Revisão da Estrutura Curricular. Comunicado do Ministério da Educação a 25/05/2012 120 Anexo 5 - Questionário às escolas 141 Anexo 6 – Questionário aos alunos 149 Anexo 7 – Email enviado para ANQEP com vista à aprovação da disciplina 177 Anexo 8 – Programa da disciplina como enviado para ANQEP 179 Anexo 9 – Teste de diagnóstico – enunciado e respostas dos alunos 185 Anexo 10 – Teste do 1º período – enunciado e respostas dos alunos 188 Anexo 11 – Teste do 2º período – enunciado e respostas dos alunos 201 Anexo 12 – Teste do 3º período – enunciado e respostas dos alunos 210

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Índice de tabelas

Tabela 1 - Comparação entres os planos de estudos previstos no Despacho 65/SERE/1990 e os planos de estudos previstos na Portaria nº 243-B/2012 .... 38 Tabela 2 - Comparação entre os planos de estudos previstos no Despacho 65/SERE/1990 e os planos de estudos previstos na Portaria nº 243-B/2012 .... 39 Tabela 3 - Lista de escolas que responderam ao questionário ... 43 Tabela 4 - Designação das disciplinas criadas ... 46 Tabela 5 - Relação entre níveis de competências e Grandes Grupos ... 55 Tabela 6 - Lista de excertos do teste de diagnóstico ... 77 Tabela 7 – Obras de escuta obrigatória no 1º período ... 82 Tabela 8 - Excertos utilizados na 1ª parte do teste do 1º período ... 82 Tabela 9 - Excertos utilizados na 2ª parte do teste do 1º período ... 83 Tabela 10 - Cotações do teste do 1º período ... 83 Tabela 11 - Resultados dos alunos no teste do 1º período ... 84 Tabela 12 - Excertos utilizados no teste do 2º período ... 89 Tabela 13 - Excertos utilizados no teste do 3º período ... 93

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Índice de gráficos

Gráfico 1 - Regimes de frequências nas escolas ... 44 Gráfico 2 - Foi criada uma disciplina de Oferta Complementar? ... 44 Gráfico 3 - Relação entre regimes de frequência e criação de Oferta Complementar . 45 Gráfico 4 - Número de disciplinas de Oferta Complementar criadas ... 45 Gráfico 5 – Idade dos alunos ... 50 Gráfico 6 – Sexo dos alunos ... 50 Gráfico 7 – Distribuição dos alunos pelas disciplinas de Instrumento/Canto ... 50 Gráfico 8 – Grau e regime de frequência ... 50 Gráfico 9 – Prosseguimento nos estudos musicais ... 51 Gráfico 10 – Formação académica dos pais ... 52 Gráfico 11 - 7. Os teus pais têm formação em alguma área artística? ... 52 Gráfico 12 – Formação em áreas artísticas dos pais dos alunos ... 52 Gráfico 13 – Profissões dos pais ... 55 Gráfico 14 – Tempo de escuta de música ... 56 Gráfico 15 - Como ouves música? ... 57 Gráfico 16 – Frequência da audição de géneros de música ... 58 Gráfico 17 – Género de música preferida ... 58 Gráfico 18 – Frequência de concertos ou recitais dos diversos géneros de música ... 59 Gráfico 19 – Frequência dos concertos e audições promovidos pelo Conservatório .. 60 Gráfico 20 – Frequência de outras manifestações culturais ... 61 Gráfico 21 – Hábitos de leitura ... 62 Gráfico 22 – Critérios de avaliação da disciplina ... 73 Gráfico 23 - Totais de respostas no teste diagnóstico ... 77 Gráfico 24 - Teste de diagnóstico - resultados totais por colunas ... 78 Gráfico 25 - Teste de diagnóstico - totais das respostas dos alunos ... 78 Gráfico 26 - Teste de diagnóstico - respostas dos alunos por coluna ... 79

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Gráfico 27 - Resultados do teste do 2º Período ... 90 Gráfico 28 - Resultados do teste do 3º período ... 93 Gráfico 29 - Evolução dos resultados dos alunos nos testes ... 93

Índice de ilustrações

Ilustração 1 - Estrutura da Classificação Portuguesa das Profissões 2010 ... 53

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Introdução

Este Projeto Educativo nasceu da conjugação dos meus interesses enquanto aluna do Mestrado em Ensino de Música da Universidade de Aveiro com os do Conservatório do Vale do Sousa (CVS), onde era professora de piano e, à altura deste projeto, membro do Conselho Pedagógico desta escola Assim, na primavera de 2012, quando a proposta de alteração aos planos de estudo dos cursos de música no Ensino Secundário foi divulgada, abrindo a possibilidade às escolas de criarem uma disciplina de Oferta Complementar para este nível de ensino, propus ao CVS criar e implementar a disciplina A Propósito da Música1.

A ideia original para a criação desta disciplina foi-se configurando primeiro informalmente através do que se ia constatando em conversas entre professores dos mais diversos instrumentos e disciplinas do CVS, nos momentos de reunião ou convívio. O parecer generalizado era de que a grande maioria dos alunos da escola, com destaque para os do ensino secundário – mais velhos e alguns até já determinados a prosseguir os seus estudos musicais no futuro –, carecia de conhecimentos gerais da música. Contribuíram também os laços afetivos que se geraram entre os professores (no qual me incluo) e os alunos, suscitando nos primeiros um sentimento de preocupação e de responsabilidade em relação à formação musical (e geral) dos segundos. 1 A primeira divulgação desta proposta deu-se a 23 de abril de 2012 através de um

email enviado pela Agência Nacional para a Qualificação e Ensino Profissional, IP (ANQEP) dirigido aos Diretores Pedagógicos das escolas de ensino especializado da música com o documento Proposta-base da Revisão da Estrutura Curricular dos Cursos

Básicos e Secundários do Ensino Artístico Especializado anexado. Este email foi, por

sua vez, reencaminhado pela Diretora Pedagógica do CVS, professora Fernanda Alves, para todos os professores desta escola para consulta e contributos (ver anexos 1 e 2). Esta proposta de alteração dos planos dos cursos artísticos especializados veio a concretizar-se no verão desse ano com a publicação das Portaria n.º 225/2012, de 30/07 e Portaria n.º 243-B/2012, de 13/08 relativamente aos cursos do ensino básico e secundário, respetivamente.

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Verificou-se ainda que poderia contribuir para a concretização de alguns dos objetivos do Projeto Educativo do CVS no que se refere ao sucesso da aprendizagem nos Cursos Secundários de Música, nomeadamente: apoiar e responsabilizar o aluno ao longo do seu percurso académico; proporcionar vivências de enriquecimento curricular (Alves et al, 2012, pp. 34-35).

Por último, surgiu da minha vontade pessoal em contribuir mais ativamente para o crescimento e desenvolvimento da escola, tendo em consideração o meu envolvimento com a comunidade escolar à altura, uma vez que trabalhei no CVS ao longo de mais de uma década entre os anos letivos de 2003/2004 e 2014/2015 como professora de piano, acumulando entre 2009/2010 e 2013/2014 a coordenação do Departamento de Teclas e Percussão, integrando assim o Conselho Pedagógico desta escola.

Desde o início da minha atividade profissional nesta escola, fui sentindo na generalidade dos meus alunos e respetivos pais, não apenas no início da sua formação mas também ao longo do seu percurso na escola, uma falta de conhecimentos gerais da música, nomeadamente no que dizia respeito à música erudita – seus compositores, épocas, estilos, obras de referência e até mesmo instrumentos –, como resultado de um pobre consumo cultural e musical erudito característico de uma região cujos habitantes possuem, em média, baixas qualificações académicas e as suas profissões são, na sua maioria, ligadas ao sector secundário.

Verificava estes factos ao longo das conversas nas aulas com os alunos e em reuniões com os pais e encarregados de educação, situação que contrastava com o facto do CVS ser uma escola de ensino especializado da música, na qual os planos curriculares e respetivos programas das disciplinas são concebidos tendo como fundamento aspetos e repertório maioritariamente provenientes de música erudita.

Se inicialmente, o meu envolvimento com o CVS estava relacionado com a minha atividade como professora de piano, desenvolvida na sala de aula e nas outras funções inerentes à docência, rapidamente senti necessidade de ir além do trabalho realizado dentro da minha sala de aula e apresentado em audições de classe e/ou

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envolvendo as várias classes de instrumento e disciplinas teóricas. Desta forma realizaram-se, por minha iniciativa: um recital de música de câmara em junho de 2008, onde executei juntamente com os professores de clarinete e de violoncelo o Trio op. 114 de Brahms para clarinete, violoncelo e piano, que contou com a colaboração dos comentários do professor de História da Música; a celebração do 200º aniversário da morte de Haydn em 2009 – que consistiu num recital de alunos comentado pelos alunos de História da Música com a interpretação de Sonatas para piano deste compositor; o concerto comemorativo dos 200º aniversário de nascimento de Chopin e de Schumann em 2010 – realizado por professores aquando do concerto do Dia Mundial da Música (1 de outubro), onde foram interpretadas várias obras de música de câmara e piano solo, envolvendo-se assim também os professores de outros instrumentos, nomeadamente de cordas e de sopros. Estas iniciativas vieram no sentido de oferecer à comunidade escolar a oportunidade de conhecer compositores e reportório diversificados, assim como factos relevantes do ponto de vista histórico, promovendo assim o acesso e o desenvolvimento da cultura musical erudita.

O meu envolvimento na escola tornou-se ainda mais evidente quando, a partir do ano letivo 2009/2010, me foi atribuído o cargo de Coordenadora do Departamento de Teclas e Percussão, integrando assim, o Conselho Pedagógico, passando a ter uma voz mais ativa e direta nas decisões tomadas por este órgão, participando assim, como coautora, na elaboração do Projeto Educativo da escola para o quadriénio 2012-2016, o que me permitiu aprofundar os conhecimentos sobre a realidade da escola, da sua comunidade e da região do Vale do Sousa.

Ao longo dos anos, sempre tive mais alunos do curso básico de música do que dos cursos secundários. No entanto, o contacto com estes últimos, incluindo os de outros instrumentos que frequentavam as disciplinas de Prática ao Teclado e de Instrumento de Tecla na minha classe, alguns ainda decididos a prosseguir os seus estudos musicais no Ensino Superior, fez-me sentir também responsável pela sua formação musical geral verificando que, na maior parte dos casos, estes alunos careciam de conhecimentos da chamada cultura geral, não só ao nível da Música, como também

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das restantes artes que com ela estão envolvidas – Literatura e Poesia, Pintura, Escultura, Teatro e Cinema.

Estes alunos frequentavam também, naturalmente, as restantes disciplinas do Curso que incluíam a então designada disciplina de História da Música e também Análise e Técnicas de Composição. Contudo, parecia-me que os conhecimentos adquiridos nestas disciplinas, sem dúvida fundamentais para a formação dos alunos, eram insuficientes e desarticulados com as suas próprias experiências.

O que eu sentia que falhava na aprendizagem dos alunos em relação a estas disciplinas leva-me a encontrar uma analogia com a aprendizagem da língua materna. Antes de uma criança começar a aprender a ler e a escrever, já é capaz de usar corretamente a linguagem na sua forma verbal. Assim, também estes alunos antes de se debruçarem sobre a aprendizagem da História da Música e sobre a análise das obras musicais, deveriam, na minha opinião, já estar familiarizados com a audição destas. Sendo tudo feito em simultâneo, será como aprender uma segunda língua, que poderá vir a ser muito bem desenvolvida, mas que dificilmente será dominada ao mesmo nível de competências que a língua materna.

De uma forma geral, tendia a verificar na minha experiência enquanto professora de piano que muitos alunos não vão a concertos, a peças de teatro, a museus e galerias, nem leem, excetuando-se as visitas de estudo que lhe vão sendo proporcionadas e os livros do Plano Nacional de Leitura obrigatórios que vão sendo exigidos nas disciplinas da Formação Geral.

Apesar de vivermos numa época em que o conhecimento em qualquer área está, quase sempre, à distância de um clique, graças às inovações tecnológicas dos últimos anos, verificava ainda que os alunos não se sentem suficientemente informados e/ou motivados para ir à procura deste conhecimento, muitas vezes não o reconhecendo como fundamental para a sua formação.

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Problemática

Face ao exposto, a problemática que pretendo investigar com este trabalho relaciona-se com a verificação da falta de conhecimentos de cultura musical erudita nos alunos e com a procura de uma solução por forma a colmatar esta falta. Neste sentido, pretendo perceber se a implementação de uma outra disciplina, A Propósito da Música, com conteúdos, competências, objetivos e metodologias de ensino próprias, se mostra determinante para a aquisição de conhecimentos que colmatem as deficiências entretanto verificadas.

Objetivos

Assim, os objetivos desta investigação serão:

• recolher os dados que permitirão verificar a pertinência da criação desta disciplina;

• determinar um programa de disciplina;

• realizar a sua implementação;

• verificar se a mesma se mostrou positiva, colmatando a falta de conhecimentos verificada, proporcionando vivências musicais e promovendo um maior sucesso nas aprendizagens.

Metodologia

De acordo com os objetivos principais atrás enumerados, recorreu-se também a metodologias diferenciadas tendo em vista a eficácia da investigação.

A primeira, uma vez que o objetivo é verificar características de uma situação em particular, a opção metodológica utilizada foi o estudo de caso.

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A segunda opção metodológica considerada mais eficaz para os seguintes objetivos deste trabalho foi a investigação-ação.

Tendo em consideração alguns autores, o estudo de caso, como metodologia de pesquisa, dirige a sua utilidade para casos individuais. De acordo com Ventura o Estudo de Caso “visa à investigação de um caso especifico, bem delimitado, contextualizado em tempo e lugar para que se possa realizar uma busca circunstanciada de informações” (2007, pp.384). Ainda, e segundo Bell “o método de estudo de caso particular é especialmente indicado para investigadores isolados, dado que proporciona uma oportunidade para estudar, de uma forma mais ou menos aprofundada, um determinado aspeto de um problema em pouco tempo” (1993, pp.23). Segundo Yin (1994), a caracterı́stica que melhor identifica e distingue esta abordagem metodológica é o facto de envolver um estudo intensivo e detalhado de uma entidade bem definida – o caso – , pretendendo-se retratá-lo em contexto. Ainda segundo este autor, Yin (2001), “o estudo de caso representa uma investigação empírica e compreende um método abrangente, com a lógica do planeamento, da coleta e da análise de dados.

Relativamente à metodologia investigação-ação, foi utilizado o modelo de Kemmis (1989), modelo este que segundo Coutinho et al. encontra-se “direcionado concretamente ao contexto educativo, em que o processo assenta em duas vertentes: estratégica e organizativa” (2009, pp. 368), desenvolvendo a investigação em 4 momentos: planificação, ação, observação e reflexão. Ainda segundo estes autores, “se se trata de um professor ou de outro profissional que tem de responder às novas exigências de uma situação ou fazer a avaliação de um programa em curso ou ainda proceder a alterações num currículo, a investigação-ação será, indubitavelmente, o processo mais valioso para a consecução do seu objetivo” (2009, pp. 374).

Segundo Biklen e Bogdan, a investigação-ação considera “uma atitude prática, centrada nas inquietações do investigador e é usada como um instrumento de mudança social, que consiste na recolha de informações sistemáticas, com o objetivo de promover mudanças sociais” (1994, pp. 292-294).

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De facto, esta metodologia permite, ciclicamente, avaliar e desenhar um novo plano de ação, conforme os resultados dessa avaliação.

Ferramentas de obtenção de dados

As ferramentas de obtenção de dados utilizadas foram: i) análise documental; ii) inquérito por questionário; iii) observação participante.

Relativamente à análise documental, os documentos, enquanto registos escritos, oferecem informações para a compreensão de acontecimentos, factos e relações. A sua análise é um importante instrumento de recolha de dados através da sua identificação, verificação e avaliação. Assim, a informação recolhida poderá ser analisada e utilizada para acrescentar informações e validar evidências, uma vez que os documentos, em princípio, retratam a realidade.

Os conceitos de Análise Documental centram-se em duas perspetivas: i) Método – o estudo ou investigação baseada em documentos; ii) Técnica – conjunto de procedimentos que configuram um processo de intervenção sobre o material.

O primeiro – Método – identifica os documentos como base para o desenvolvimento de estudos e pesquisas em que o interesse do pesquisador define os objetivos. Também pode ser entendida como uma investigação sobre pesquisa histórica, uma vez que procura a reconstrução crítica dos dados passados no intuito de obter indícios para projeções futuras. (Pimentel, 2001).

O segundo – Técnica – implica procedimentos de modificação e transformação da informação contida no documento com vista à simplificação da compreensão e uso da informação. (Souza et al, 2012).

O inquérito por questionário possibilita obter dados, consiste em apresentar um conjunto pré-determinado de perguntas ao público-alvo. O questionário é, portanto, um conjunto estruturado de questões, tendo em consideração a problemática – O que queremos saber? O que queremos investigar? –, destinado a explorar e a recolher a opinião das pessoas a quem se dirige.

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Relativamente à observação participante, esta aplica-se sobretudo no decorrer da investigação-ação e consiste numa estratégia centrada na perspetiva do investigador, em que este observa em direto e presencialmente o fenómeno em estudo (Coutinho et al, 2009, pp. 373). Estrutura

Este trabalho está dividido em dois capítulos. No primeiro capítulo é descrito o enquadramento no qual o projeto é desenvolvido. No segundo capítulo é exposta a implementação do projeto.

O primeiro capítulo contém duas partes correspondentes aos dois pontos de partida da investigação: a descrição da evolução legislativa; o contexto cultural e socioeconómico do Conservatório do Vale do Sousa.

O segundo capítulo contém também duas partes decorrentes dos objetivos desta investigação: a elaboração da proposta da disciplina e respetiva fundamentação teórica; a sua implementação no ano letivo 2012/2013.

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1 Enquadramento

1.1 Ensino artístico – ensino especializado da música

Segundo a ANQEP (Agência Nacional para a Qualificação e o Ensino Profissional) – entidade que tem por missão coordenar a execução das políticas de educação e formação profissional de jovens e adultos e assegurar o desenvolvimento e a gestão do sistema de reconhecimento, validação e certificação de competências – os Cursos Artísticos Especializados, no domínio da Música, são os mais indicados para o aluno: (i) que sente uma vocação nesta área e procura um ensino onde possa desenvolver as suas aptidões ou talentos artísticos; (ii) que pretende uma formação de excelência que o permita vir a exercer uma profissão neste ramo artístico; (iii) que ambicione estar melhor preparado para uma formação de nível superior no domínio da Música. Estes cursos, que têm por objetivo proporcionar o aprofundamento da educação musical e dos conhecimentos em ciências musicais, propiciando o domínio avançado da execução dos instrumentos bem como das técnicas vocais, podem ser frequentados nas modalidades de regime integrado/articulado ou supletivo (http://www.anqep.gov.pt/default.aspx).

Uma vez que a oferta da rede escolar pública é manifestamente reduzida, onde se contam apenas oito escolas (Braga, Porto, Aveiro, Coimbra, Lisboa (2 escolas), Vila Franca de Xira e Portimão), o ensino artístico vocacional de música em Portugal tem sido assumido maioritariamente por escolas privadas do ensino especializado de música, com autonomia pedagógica (104 escolas, entre as quais o Conservatório do Vale do Sousa), que assim, dão resposta ao crescente número de alunos que procuram esta formação especializada.

A reestruturação do ensino artístico em Portugal que ocorreu com a publicação da Portaria 691/2009 de 25 de junho, introduziu a revisão curricular fundamental e

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indispensável para a sua concretização em contextos de aprendizagem associados, indo ao encontro dos objetivos delineados no programa do XVII Governo Constitucional, no sentido de aumentar o número de alunos a frequentar o ensino artístico especializado, enquadrando-se nos princípios gerais definidos pela Lei de Bases do Sistema Educativo e respeitando a comunicação do Decreto-Lei nº344/90 de 2 de novembro, no que respeita à educação artística vocacional.

O principal é, sem dúvida, promover as ligações reprodutivas entre as áreas da educação, ensino superior, ciência, inovação e cultura, muito particularmente através da coordenação das políticas de educação e de cultura, por via da generalização da educação artística em todo o ensino básico e secundário e do estímulo da cooperação entre as escolas e as instituições e agentes culturais.

(Programa do XVII Governo Constitucional, pg. 56)

A massificação do ensino especializado da música que derivou desta reforma, uma vez que é de frequência gratuita no que concerne ao regime de ensino articulado, facilitou o acesso a alunos oriundos das mais diversas famílias. Este regime de frequência, destinado aos alunos que pretendem fazer um curso oficial de música a partir do 5º ano de escolaridade do 2º ciclo do Ensino Básico, é financiado na totalidade pelo estado português. Através de protocolos com os Agrupamentos de Escolas do concelho para a sua consecução e desenvolvimento, as disciplinas da formação vocacional integram o plano de estudos na escola do ensino regular.

Para além deste regime de frequência, esta portaria prevê também a frequência do curso básico de música em regimes de ensino supletivo ou de integrado. No regime de ensino supletivo a componente geral da formação é realizada na íntegra numa escola do ensino regular e a componente artística é exclusivamente realizada na escola de música, sendo que, como é apenas financiado parcialmente pelo estado português, implica uma propina que tem de ser suportada pelo aluno, o que se reflete num menor número de alunos a frequentá-lo. O regime de ensino integrado é semelhante ao articulado no que respeita ao financiamento e à integração dos planos de estudos, difere apenas no facto de toda a formação ser realizada apenas numa instituição de ensino, dispensando quaisquer protocolos entre escolas do ensino regular e escolas do ensino especializado de música. Este regime de frequência não está disponível no CVS.

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Ao nível do ensino básico, existem o Curso Básico de Música e o Curso Básico de Canto

Gregoriano, tendo os seus planos de estudo sido criados ao abrigo da Portaria n.º

225/2012, de 30/07, com a Declaração de Retificação n.º 55/2012, de 28/09.

Relativamente ao nível do ensino secundário, os planos de estudos foram criados ao abrigo da Portaria n.º 243-B/2012, de 13/08, com a Declaração de Retificação n.º 58/2012, de 12/10, alterada pela Portaria n.º 419-B/2012, de 20/12, existindo o

Curso Secundário de Música, o Curso Secundário de Canto e o Curso Secundário de Canto Gregoriano.

1.1.1 Evolução legislativa no que respeita às alterações aos planos curriculares

O ensino vocacional da música, desde a sua integração no sistema geral de ensino (Decreto-Lei nº 310/83, de 1 de julho), tem sido objeto de propósitos e ambiguidades diversas (Ribeiro, 2013, p. 34). De facto, como já Helena Vieira afirmava em 2006, nenhuma outra disciplina ou área do saber está hoje representada no contexto oficial do sistema educativo de uma forma tão elaborada e complexa. (Vieira, 2006 p. 59).

Esta complexidade é assim bem notória, quando, analisando-se os diversos documentos legislativos sobre o Ensino Artístico Especializado de Música, sejam Portarias, Despachos ou Decretos-Leis, verifica-se um grande número de publicações que levaram a diversas alterações ao nível da organização dos planos curriculares entre os anos de 1983 e 2012. A saber:

• Decreto-lei n.º 310/83, de 1 de julho – Insere o ensino artístico nos moldes gerais de ensino em vigor através da reconversão dos Conservatórios de Música em Escolas Básicas e Secundárias, criando as respetivas Escolas Superiores de Música inseridas na estrutura de Ensino Superior Politécnico. • Portaria n.º 294/84, de 17 de maio – Aprova o plano de estudos dos cursos gerais de música, a nível do 2.º e 3.º ciclos do ensino básico, e o plano de estudos do curso complementar de música, a nível do ensino secundário. • Despacho Conjunto n.º 17/SEAM/SEEBS/84, de 4 de outubro – Estabelece o funcionamento dos cursos aprovados pela portaria n.º 294/84, de 17 de Maio, em regime articulado.

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• Despacho n.º 76/SEAM/85, de 9 de outubro – Aprova o plano de estudos do curso básico e do curso complementar em regime supletivo. É de salientar que os cursos supletivos são o equivalente aos cursos de ensino recorrente, sendo este termo usado antes da reforma curricular aprovada em 1989 para o ensino genérico, para a designação destes.

• Portaria n.º 725/84, de 17 de setembro – Estabelece a composição da componente de formação vocacional dos cursos básico e complementar ministrados no Instituto Gregoriano de Lisboa como a constante dos anexos I e II a esta portaria. É de notar que a disciplina de Canto Gregoriano do curso geral de Música referida no seu anexo I nunca foi efetivamente lecionada neste nível de ensino.

• Despacho n.º 51/SERE/89, de 26 de julho – Estabelece normas respeitantes a conteúdos programáticos e exames de acumulação de grau. • Decreto-lei n.º 286/89, de 29 de agosto – Estabelece os princípios gerais

que ordenam a reestruturação curricular prevista na alínea e) do n.º 1 do artigo 59. da Lei de Bases do Sistema Educativo.

• Despacho n.º 142/ME/90, de 17 de agosto – Aprova o plano de concretização da área-escola criada pelo artigo 6.º do Decreto-lei n.º 286/89, de 29 de Agosto. Esta pretende constituir-se como uma área curricular não disciplinar, com a duração anual de 95 a 110 horas, sendo seus objetivos a formação do discente numa perspetiva multidisciplinar e na integração dos saberes e competências adquiridos na vivência quotidiana e numa inserção social e profissional destas.

• Despacho n.º 65/SERE/90, de 23 de outubro de 1990 – Introduz alterações ao mapa II anexo à portaria n.º 294/84, de 17 de maio, ao mapa II anexo ao despacho n.º 76/SEAM/85, de 9 de outubro, e aos mapas I, II, III e IV anexos ao despacho n.º 78/SEAM/85, de 9 de outubro. Este pretende que de uma vez por todas se cumpra os planos de estudo aprovados pela portaria n.º 294/84, de 17 de maio, fazendo para tal uma alteração da equivalência efetuada entre os anos de Instrumento e Educação Musical, na Experiência Pedagógica de 1971, e os graus de Instrumento e Formação Musical dos novos planos de estudo aprovados na sequência do Decreto-lei n.º 310/83, de 1 de julho.

• Despacho n.º 4-B/SESE/91, de 7 de janeiro de 1992 – Altera a designação da disciplina de Coro do curso básico de música em regime supletivo (mapa I anexo ao despacho n.º 76/SEAM/85, de 9 de Outubro) para Classes de Conjunto.

• Despacho n.º 176/ME/93, de 19 de agosto – Vem permitir que os alunos dos cursos de ensino secundário regular frequentem na íntegra ou em parte, a componente de formação técnica ou artística dos planos curriculares através de uma formação na área da música numa escola de ensino especializado. Trata-se na prática de uma maneira de superar a falta de oferta da formação artística musical, na vertente genérica, a nível do ensino secundário, ao contrário do que vem previsto no mapa 6 do Decreto-lei n.º 286/89, de 29 de agosto.

(33)

• Despacho n.º 178/ME/93, de 19 de agosto – Altera a componente de formação geral dos cursos vocacionais de dança e de música para a constante no mapa V anexo ao Decreto-lei n.º 286/89, de 29 de agosto. • Portaria n.º 1196/93, de 13 de novembro – Aprova os planos curriculares

a ministrar no Conservatório de Música de Calouste Gulbenkian, em Braga. Estes planos de estudo obedecem aos mesmos princípios da reforma educativa concretizada com o Decreto-lei n.º 286/89, de 29 de agosto, decorrendo uma formação artística especializada a nível do 1.º, 2.º e 3.º ciclos do ensino básico, e a nível do ensino secundário. Repare-se que a disciplina de Formação Musical só existe a partir do 3.º ciclo do ensino básico, e nos cursos de ensino secundário, sendo substituída pela disciplina de Educação Musical, no 2.º ciclo do ensino básico, e Expressão e Educação Musical, no 1.º ciclo do ensino básico, usando as mesmas designações usadas nos mapas I e II anexos ao Decreto-lei n.º 286/89, de 29 de agosto, nestes mesmos níveis de ensino.

• Portaria n.º 370/98, de 29 de junho – Homologa os cursos ministrados no Conservatório Nacional, e escolas afins, em regime de experiência pedagógica.

• Portaria n.º 421/99, de 8 de junho – Aprova os planos de estudo dos cursos básicos e secundários de Música do Instituto Gregoriano de Lisboa. • Despacho n.º 15008/2001, de 29 de junho – Determina que os alunos dos

cursos do ensino secundário regular possam substituir, na íntegra ou em parte, as disciplinas da componente de formação técnica dos planos curriculares dos seus cursos, por disciplinas da área da música, a frequentar numa escola especializada no ensino da música.

• Portaria n.º 1550/2002, de 26 de dezembro – Procede a alguns ajustamentos aos planos de estudos dos cursos básicos do ensino especializado da Dança e da Música.

• Portaria n.º 1551/2002, de 26 de dezembro – Procede a ajustamentos aos planos de estudos dos 1.º, 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e do curso básico de Música do Conservatório de Música de Calouste Gulbenkian de Braga.

• Decreto-lei n.º 74/2004, de 26 de março – Estabelece os princípios orientadores da organização e da gestão curricular, bem como da avaliação das aprendizagens, no nível secundário de educação.

• Portaria n.º 871/2006, de 29 de agosto – Revoga a portaria n.º 421/99, de 8 de julho, e institui os planos de estudo dos cursos básicos e secundários de Música do Instituto Gregoriano de Lisboa.

• Portaria n.º 424/2008, de 13 de junho – Altera a portaria 871/2006, de 29 de agosto, que revoga a portaria n.º 421/99, de 8 de julho, e institui os planos de estudo dos cursos básicos e secundários de Música do Instituto Gregoriano.

• Portaria n.º 220/2007, de 1 de março – Cria o curso profissional de Instrumentista de Cordas e de Tecla.

• Portaria n.º 221/2007, de 1 de março – Cria o curso profissional de Instrumentista de Sopro e Percussão.

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• Decreto-lei n.º 4/2008, de 7 de janeiro – Introduz alterações aos cursos artísticos especializados de nível secundário de educação, excluindo o ensino recorrente de adultos, e suspende a revisão curricular do ensino secundário aprovada pelo Decreto-lei n.º 74/2004, de 26 de março, nas componentes de formação científica e técnico-artística, relativamente aos cursos artísticos especializados de Dança, Música e Teatro.

• Portaria n.º 691/2009, de 25 de junho – Cria os Cursos Básicos de Dança, de Música e de Canto Gregoriano, aprovando os respetivos planos de estudo.

• Portaria n.º 267/2011, de 15 de setembro – Primeira alteração _a portaria n.º 691/2009, de 25 de Junho, que cria os cursos básicos de Dança, de Música e de Canto Gregoriano e aprova os respetivos planos de estudo, procedendo _a respetiva republicação.

• Portaria n.º 225/2012, de 30 de julho – Cria os Cursos Básicos de Dança, de Música e de Canto Gregoriano dos 2.º e 3.º Ciclos do Ensino Básico e estabelece o regime relativo à organização, funcionamento, avaliação e certificação dos mesmos, bem como o regime de organização das iniciações em Dança e em Música no 1.º Ciclo do Ensino Básico.

• Portaria n.º 243-B/2012, de 13 de agosto – Cria os cursos secundários artísticos especializados de Dança, de Música, de Canto e de Canto Gregoriano e aprova os respetivos planos de estudos, regulando ainda diversos aspetos relacionados com o funcionamento dos mesmos.

• Declaração de Retificação n.º 58/2012, de 10 de outubro – Retifica a portaria n.º 243-B/2012, de 13 de agosto, que define o regime de organização e funcionamento, avaliação e certificação dos cursos secundários artísticos especializados de Dança, de Música, de Canto e de Canto Gregoriano e aprova os respetivos planos de estudos ministrados em estabelecimentos de ensino público, particular e cooperativo.

• Portaria n.º 419-B/2012, de 20 de dezembro – Altera os artigos 31.º e 36.º da portaria n.º 243-B/2012, de 13 de agosto, relativos à avaliação sumativa externa prevista na alínea c) do n.º 2 e no n.º 5 do artigo 29.º do Decreto-lei n.º 139/2012, de 5 de julho.

De facto, nos últimos 30 anos, o ensino especializado da música foi alvo de diversas transformações, sendo de destacar que, se no início havia uma preocupação em homogeneizar o ensino da música em Portugal tendo como modelo o que se praticava no Conservatório Nacional, pese embora adaptando-se às realidades das outras escolas,

Estas instituições estão ligadas pedagogicamente aos estabelecimentos oficias e todos têm como modelo os planos de estudo e programas do Conservatório Nacional.

(35)

ter em vista a realidade em todo o País, e não apenas no Conservatório Nacional, ainda que ressalvando a especificidade da situação e da tradição de ensino deste, bem como dos demais estabelecimentos públicos e particulares. (Decreto-lei n.º 310/83, de 1 de julho – pp. 2387) foi em 2009, após a publicação da Portaria n.º 691/2009, de 25 de junho, que surgiu a possibilidade para uma “nova forma de organização e gestão curriculares subjacentes ao currículo nacional do ensino básico – designadamente, no que se refere ao princípio da gestão flexível do currículo, da diversidade das ofertas educativas e do reconhecimento da autonomia das escolas na definição do seu projeto educativo” (pp. 4147).

Esta Portaria, contudo, era específica para os cursos de ensino básico de música e dança. A publicação do Decreto-Lei n.º 139/2012 de 5 de julho vem reiterar estes mesmos princípios orientadores estendendo-os aos cursos de ensino secundário de música, que vieram a ter os seus novos planos de estudos aprovados com a publicação da Portaria n.º 243-B/2012, de 13 de agosto.

As medidas adotadas passam, essencialmente, por um aumento da autonomia das escolas na gestão do currículo, por uma maior liberdade de escolha das ofertas formativas, pela atualização da estrutura do currículo, nomeadamente através da redução da dispersão curricular, e por um acompanhamento mais eficaz dos alunos, através de uma melhoria da avaliação e da deteção atempada de dificuldades.

Importa ainda valorizar tanto a autonomia pedagógica e organizativa das escolas como o profissionalismo e a liberdade dos professores na implementação de metodologias baseadas nas suas experiências, práticas individuais e colaborativas. (Decreto-Lei n.º 139/2012 de 5 de julho, pp. 3476)

Ainda neste Decreto-Lei pode-se ler que “a autonomia da escola é reforçada através da oferta de disciplinas de escola e pela possibilidade de criação de ofertas complementares” (pp. 3476), ficando assim o caminho aberto às escolas para criarem disciplinas de oferta complementar adequadas às suas realidades e projetos educativos, que, tendo em consideração o presente trabalho, é a alteração mais relevante ao nível legislativo que será desenvolvida mais à frente, após uma descrição

(36)

1.2 Planos de estudos dos Cursos Secundários de Música

No que respeita aos planos de estudos dos Cursos Secundários de Música, até à publicação da Portaria 243-B/2012 de 13 de agosto, existiam os seguintes cursos:

Cursos Complementares de Instrumento, de Canto e de Formação Musical (ministrados

em escolas de ensino público e de ensino particular e cooperativo nos regimes articulado ou supletivo); Cursos Secundários de Instrumento Monódico, de Instrumento

Harmónico, de Composição, de Canto, de Formação Musical e de Percussão (ministrado

no Conservatório de Música Calouste Gulbenkian de Braga em regime integrado) e

Cursos Secundários de Instrumento de Tecla, de Canto Gregoriano e de Instrumento Monódico (ministrado no Instituto Gregoriano de Lisboa nos regimes integrado,

articulado, e supletivo).

Sendo estes dois últimos referentes muito especificamente às escolas onde eram ministrados, não importa tê-los, neste trabalho, em consideração.

Importa sim apontar as principais alterações ocorridas entre os planos de estudo dos antigos Cursos Complementares de Instrumento, de Canto e de Formação Musical (Desp. 65/SERE/90) e os planos de estudo dos atuais Curso Secundário de Música (nas

variantes de Instrumento, Formação Musical e Composição), Curso Secundário de Canto e Curso Secundário de Canto Gregoriano definidos nesta nova legislação (Portaria n.º

243-B/2012 de 13 de agosto).

Relativamente à componente geral dos cursos, não houve alterações no número nem nas disciplinas a frequentar: Português, Língua Estrangeira, Filosofia, Educação Física e facultativamente, Religião e Moral (agora designada por Educação Moral e Religiosa). Assim, a tabela número 1 foca-se apenas nas componentes Específica e Vocacional, assim designadas em 1990, e que desde 2012 se designam por Científica e Técnica-Artística, respetivamente. Tendo em conta esta alteração à designação destas componentes de formação, naturalmente se compreende a passagem da disciplina Coro ou Orquestra ou Conjuntos Vocais e ou Instrumentais, de natureza técnica-artística como o seu próprio nome indica para a nova componente de formação

(37)

remetendo para a alínea que a faz incluir as práticas de conjunto Coro, Música de Câmara e Orquestra. Desta forma, esta disciplina, em tudo semelhante à anterior não foi efetivamente alterada.

Assim, observando a tabela2, repara-se que as disciplinas de História e de História da

Música são agora substituídas por uma única designada por História da Cultura e das Artes; a disciplina de Prática ao Teclado (apenas obrigatória caso o aluno não frequentasse um instrumento de tecla) deixa de existir, aparecendo, no entanto a disciplina de opção nos 11º e 12º anos de Instrumento de Tecla; a frequência da disciplina de um 2º e a possibilidade de um 3º instrumento (curso de Formação Musical) desaparecem, bem como a possibilidade da disciplina facultativa de Introdução à Composição Livre; aparece a disciplina de Oferta Complementar com as possibilidades descritas na alínea correspondente e as disciplinas de opção nos 11º e 12º anos. No 12º ano desaparece também a disciplina de Acústica Musical. Com a criação do Curso Secundário de Música na variante de Composição, surge a disciplina de Composição, distinguindo assim esta variante. A disciplina de Educação Vocal também se torna na única que permite distinguir a variante de Formação Musical, assim como a disciplina de Instrumento, na variante respetiva.

2 Nas tabelas 1 e 2, as disciplinas agora extintas estão marcadas a rosa e a verde as

(38)

Curso Complementar de Instrumento e do Curso Complementar de Formação Musical

Curso Secundário de Música (nas variantes de Instrumento, Formação Musical e Composição)

10º ano Até 2011/2012 10º ano A partir de 2012/2013

Específica

História

Científica

História da Cultura e das Artes Formação Musical Formação Musical

Análise e Técnicas de Composição Análise e Técnicas de Composição História da Música Oferta Complementar5

Prática ao Teclado1

Coro ou Orquestra ou Conjuntos Vocais e ou Instrumentais

Vocacional

Instrumento principal

Técnica-Artística

Instrumento / Ed. Vocal / Composição 7

2º Instrumento Classes de Conjunto6

3º Instrumento2

Educação Vocal3

Introdução à Composição Livre4 Oferta Complementar5

11º ano Até 2012/2013 11º ano A partir de 2013/2014

Específica

História

Científica

História da Cultura e das Artes Formação Musical Formação Musical

Análise e Técnicas de Composição Análise e Técnicas de Composição História da Música Oferta Complementar3

Prática ao Teclado1

Coro ou Orquestra ou Conjuntos Vocais e ou Instrumentais

Vocacional

Instrumento principal

Técnica-Artística

Instrumento / Ed. Vocal / Composição 7

2º Instrumento Classes de Conjunto6

3º Instrumento2 Disciplina de opção8:

• Baixo Contínuo

• Acompanhamento e Improvisação • Instrumento de Tecla

Educação Vocal3

Introdução à Composição Livre4

Oferta Complementar5

12º ano Até 2013/2014 12º ano A partir de 2014/2015

Específica

História

Científica

História da Cultura e das Artes Formação Musical Formação Musical

Análise e Técnicas de Composição Análise e Técnicas de Composição História da Música Oferta Complementar5

Acústica Musical Prática ao Teclado1

Coro ou Orquestra ou Conjuntos Vocais e ou Instrumentais

Vocacional

Instrumento principal

Técnica-Artística

Instrumento / Ed. Vocal / Composição 7

2º Instrumento Classes de Conjunto6

3º Instrumento2 Disciplina de opção8:

• Baixo Contínuo

• Acompanhamento e Improvisação • Instrumento de Tecla

Educação Vocal3

Introdução à Composição Livre4

Oferta Complementar5 1 A disciplina de Prática ao Teclado era facultativa para os alunos que frequentassem um instrumento de tecla. 2 Apenas do Curso de Formação Musical e facultativa.

3 Apenas do Curso de Formação Musical 4 Disciplina facultativa.

5 Disciplina a ser criada de acordo com os recursos da escola e de oferta facultativa, em qualquer das componentes de formação, com uma carga horária

até 90 minutos, ou com a carga máxima indicada a ser aplicada na lecionação de duas disciplinas, não podendo ser ultrapassado o número máximo de disciplinas permitido na matriz dos cursos especializados. Caso as escolas não pretendam lecionar nenhuma disciplina de Oferta Complementar, poderão lecionar duas disciplinas de opção, nos termos em que as mesmas ocorrem, ou reforçar uma ou mais disciplinas coletivas das componentes de formação científica ou técnica-artística.

6 Sob esta designação incluem-se as seguintes práticas de música em conjunto: Coro, Música de Câmara, Orquestra. 7 De acordo, respetivamente com a variante do curso: Instrumento, Formação Musical ou Composição.

8 O aluno está apenas obrigado a frequentar, nos 11º e 12º anos, uma das disciplinas. Excetua-se a ressalva constante em 5.

Tabela 1 - Comparação entres os planos de estudos previstos no Despacho 65/SERE/1990 e os planos de estudos previstos na Portaria nº 243-B/2012

(39)

Relativamente às alterações ocorridas nos cursos de Canto, (apenas nas componente de formação vocacional / técnica-artística, pois as componentes específica / científica alteraram-se da mesma forma que nos cursos analisados na tabela 1), analisando a tabela 2, observa-se que a disciplina de Técnica Vocal e Reportório deu lugar à disciplina de Canto; a disciplina de Instrumento de Tecla desaparece, apenas aparecendo como opção nos 11º e 12º anos; a possibilidade de optar entre a língua francesa e língua alemã desaparece, ficando esta última obrigatória; a disciplina facultativa de Introdução à Composição Livre deixa de existir. Surgem como novidade as disciplinas de opção nos 11º e 12º anos.

Curso Complementar de Canto Curso Secundário de Canto 10º ano Até 2011/2012 10º ano A partir de 2012/2013

Vocacional

Técnica Vocal e Reportório

Técnica-Artística

Canto

Instrumento de Tecla Classes de Conjunto2

Italiano Alemão

Alemão ou Francês Italiano Introdução à Composição Livre1

11º ano Até 2012/2013 11º ano A partir de 2013/2014

Vocacional

Técnica Vocal e Reportório

Técnica-Artística

Canto

Instrumento de Tecla Classes de Conjunto2

Italiano Alemão

Alemão ou Francês Italiano

Introdução à Composição Livre1 Disciplina de opção3:

• Prática de Canto Gregoriano • Arte de Representar • Instrumento de Tecla • Correpetição

12º ano Até 2013/2014 12º ano A partir de 2014/2015

Vocacional

Técnica Vocal e Reportório

Técnica-Artística

Canto

Instrumento de Tecla Classes de Conjunto2

Italiano Alemão

Alemão ou Francês Italiano

Introdução à Composição Livre1 Disciplina de opção3:

• Prática de Canto Gregoriano • Arte de Representar • Instrumento de Tecla • Correpetição

1 Disciplina facultativa.

2 Sob esta designação incluem-se as seguintes práticas de música em conjunto: Coro, Música de Câmara, Estúdio de Ópera.

3 O aluno está apenas obrigado a frequentar, nos 11º e 12º anos, uma das disciplinas. Excetua-se a ressalva constante em 5 da tabela anterior.

Tabela 2 - Comparação entre os planos de estudos previstos no Despacho 65/SERE/1990 e os planos de estudos previstos na Portaria nº 243-B/2012

É também de notar que a disciplina de Oferta Complementar não surge na componente Técnica-Artística, ao contrário do que acontece nos Cursos Secundários

(40)

de Música nas variantes de Instrumento, Formação Musical e Composição e também no Curso Secundário de Canto Gregoriano.

Relativamente a este último, as componentes de formação geral e científica são coincidentes na íntegra com as dos cursos anteriores descritos, e a componente técnica-artística é composta pelas disciplinas Canto Gregoriano, Classes de Conjunto, Técnica Vocal, Disciplina de opção (nos 11º e 12º anos a escolher entre Instrumento de Tecla e Coro Gregoriano) e a já referida Oferta Complementar. 1.2.1 Disciplina de Oferta Complementar A possibilidade de criação de uma disciplina nova nos cursos de música, no âmbito do Projeto Educativo de cada escola, está pela primeira vez prevista na legislação na Portaria n.º 691/2009 de 25 de junho (que cria os cursos básicos de Dança, de Música e de Canto Gregoriano e aprova os respetivos planos de estudo) com a designação de

Oferta de Escola. Esta portaria foi o primeiro resultado da reestruturação do ensino

artístico especializado da música, que teve o seu início com a publicação do Estudo de

Avaliação do Ensino Artístico – Relatório Final (Fernandes et al, 2007). Efetivamente,

esta possibilidade revela-se muito importante pois permite às escolas mais uma forma de implementar estratégias que vão de encontro à consecução dos seus projetos educativos e ao reforço da sua identidade, no sentido de responderem às suas necessidades e interesses. Esta possibilidade, podia, no entanto, não ser concretizada, podendo a escola optar por atribuir a respetiva carga horária às disciplinas de Formação Musical ou Classes de Conjunto.

O ensino secundário, à altura da publicação desta portaria, continuava a não ser alvo de qualquer revisão e restruturação e a legislação em vigor remetia-se ao Decreto-Lei n.º 310/83, de 1 de julho, com os respetivos planos de estudo aprovados pelo Despacho 65/SERE/90 publicado a 23 de outubro de 1990, conjugado com o Despacho 19 592/2004, de 17 de setembro e o Decreto-Lei nº 74/2004, de 26 de março, conforme descrito anteriormente.

(41)

Inexplicavelmente, a Portaria nº 267/2011, de 15 de setembro, revoga, entre outros, os artigos da Portaria 691/2009, de 25 de junho, que se referem à criação destas disciplinas. Esta revogação, contudo, perderá a sua relevância na medida em que a legislação posterior possibilita novamente, com a publicação do Decreto-Lei nº 139/2012 de 5 de julho, a criação de disciplinas próprias de cada escola.

A 26 de março de 2012, o Ministério da Educação e Ciência apresentou uma proposta-base da Revisão da Estrutura Curricular dos cursos básicos e secundários do Ensino Artístico Especializado nas áreas da Dança e da Música considerando

essencial o estabelecimento do diálogo entre todos os envolvidos no processo educativo de forma a gerar consensos que, através da racionalização dos recursos existentes, garantam a melhoria da qualidade do ensino, ciente de que o processo em curso só pode ser concretizado com o empenho e dedicação de toda a comunidade educativa. (comunicado do Ministério da Educação em 26 de

março de 2012, ver anexo 3)

Assim, em 25 de maio de 2012 é divulgada a versão final da Revisão da Estrutura Curricular (ver anexo 4) dos cursos básicos e secundários do Ensino Artístico Especializado nas áreas da Dança e da Música na qual se lê:

Para a promoção do desempenho escolar, as medidas agora tomadas visam fundamentalmente:

1. A atualização do currículo, no que concerne à componente de formação geral dos cursos artísticos especializados, decorrente da revisão da estrutura curricular do ensino básico e secundário geral;

2. O reforço da autonomia das escolas na gestão do currículo, incluindo uma maior liberdade na gestão das cargas horárias;

3. A aquisição de conhecimento e uma formação especializada nas áreas da música e da dança, que venha a possibilitar o prosseguimento de estudos a nível superior e/ou a inserção no mercado de trabalho.”

O reforço da autonomia pedagógica e organizativa das escolas constitui um princípio a cumprir com esta revisão curricular. A autonomia permite às escolas implementar projetos próprios e potencia a sua capacidade de melhorar com os recursos humanos e materiais de que dispõem.

Esta revisão traduzir-se-ia na lei, inicialmente no Decreto-Lei 139/2012, de 5 de julho, e posteriormente através da Portaria 225/2012, de 30 de julho (referente aos cursos básicos) e da Portaria 243-B/2012, de 13 de agosto (referente aos cursos

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secundários). Nesta legislação a possibilidade de criação de disciplinas por parte das escolas é novamente existente, tendo agora a designação de Oferta Complementar. 1.2.2 Implementação de disciplinas de Oferta Complementar nas Escolas de Ensino Artístico Especializado nos Cursos Secundários de Música

Como forma de aferir a adesão por parte das escolas à possibilidade de implementação de uma ou mais disciplinas de Oferta Complementar, foi realizado um inquérito por questionário através da plataforma GoogleDrive e enviado por email (ver anexo 5) aos diretores pedagógicos de todas as escolas constantes nas listas disponibilizadas pelo site da ANQEP, totalizando 105 escolas. As questões constantes neste questionário foram as seguintes: 1. Coloque, por favor, o nome da escola que dirige. 2. A escola que dirige tem na sua oferta educativa o Curso Secundário de Música, Curso Secundário de Canto e/ou Curso Secundário de Canto Gregoriano? 3. Em que regime?

4. Ao abrigo do artigo 5º da Portaria 243-B/2012 de 13 de agosto foi criada alguma(s) disciplina(s) de Oferta Complementar na sua escola?

5. Quantas disciplinas?

6. Qual a designação da(s) disciplina(s)? Descreva, por favor, muito sucintamente a(s) sua(s) temática(s) e conteúdos?

A resposta à questão número 1 é essencial para identificar a escola. A questão número 2, última questão do questionário em caso de resposta negativa, permite contabilizar o número de escolas de ensino artístico com a oferta dos Cursos Secundários de Música. A questão número 3 questiona sobre os tipos de regime existentes nas escolas – integrado, articulado e supletivo –; com esta informação poder-se-á relacionar a eventual criação desta disciplina com os regimes de frequência existentes em cada escola. Com as questões números 5 e 6, dadas as várias

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opções que a introdução de Oferta Complementar permite, pretende-se compreender as opções tomadas por cada escola.

Foram obtidas a este questionário 41 respostas, das escolas listadas na tabela 3. Nesta tabela, estão também indicadas a verde as escolas que têm na sua oferta educativo os Cursos Secundários de Música (totalizando 34 escolas) e rosa, as que não o têm (7 escolas).

Academia de Música Costa Cabral Conservatório de Música de Felgueiras Escola Artística do Conservatório de Música do Porto Academia de Música de Arouca Conservatório de Música de Olhão Escola Básica e Secundária da Bemposta Academia de Música de Elvas Conservatório de Música de Paredes Escola de Artes da Bairrada Academia de Música de Viana do

Castelo Conservatório de Música de São José da Guarda Escola de Música Canto Firme de Tomar Academia de Música de Vilar do Paraíso Conservatório de Música de Vila do Conde Escola de Música de Esposende Academia de Música e Dança do Fundão Conservatório de Música do Choral Phydellius Escola de Música de Leça da Palmeira Academia Musical dos Amigos das

Crianças Conservatório de Música e Dança de Bragança Escola de Música de Perosinho Acordarte - Academia de Música de

Lisboa Conservatório do Vale do Sousa Escola de Música do Centro de Cultura Pedro Alvares Cabral Companhia da Música Conservatório Regional de Música de Vila Real Escola de Música do Conservatório Nacional - Lisboa Conservatório de Caldas da Rainha -

Lugar da Música Conservatório Regional do Algarve Maria Campina Escola de Música do Orfeão de Leiria | Conservatório de Artes Conservatório de Música da Jobra Conservatório Regional do Baixo Alentejo Escola de Música Óscar da Silva Conservatório de Música David de

Sousa Conservatório Regional Silva Marques Fórum Cultural de Gulpilhares Conservatório de Música de Águeda Curso de Música Silva Monteiro Instituto Gregoriano de Lisboa Conservatório de Música de Aveiro de

Calouste Gulbenkian Escola Artística do Conservatório de Coimbra

Tabela 3 - Lista de escolas que responderam ao questionário

Analisando as respostas obtidas das escolas relativamente ao tipo de regime de frequência oferecido no ensino secundário da música (gráfico 1), das 34 escolas, apenas 2 (Escola de Música do Conservatório Nacional – Lisboa e Escola Artística do Conservatório de Música do Porto) oferecem os três regimes de ensino; a maioria

(44)

(26) apresenta estes cursos nos 2 regimes: articulado e supletivo; 4 escolas apenas oferecem o regime supletivo (Academia Musical dos Amigos das Crianças, Conservatório Regional Silva Marques, Curso de Música Silva Monteiro e Escola de Música do Centro de Cultura Pedro Álvares Cabral); apenas oferecendo o ensino em regime integrado está a Escola Básica e Secundária da Bemposta (Portimão) e apenas o regime articulado, o Conservatório de Música de Paredes. Gráfico 1 - Regimes de frequências nas escolas

Em relação à criação de disciplinas de Oferta Complementar, 15 escolas criaram e implementaram uma ou mais disciplinas de Oferta Complementar, em contraste com as 19 que não criaram (gráfico 2).

Gráfico 2 - Foi criada uma disciplina de Oferta Complementar?

Relativamente à relação entre regimes de frequência e criação de disciplinas de Oferta Complementar (gráfico 3), os números apenas permitem supor que o tipo de Integrado, Articulado e Supletivo Articulado e Supletivo Só Supletivo Só Articulado Só Integrado Sim Não

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regime oferecido não é fator condicionante no momento de optar pela criação de disciplinas de Oferta Complementar. Gráfico 3 - Relação entre regimes de frequência e criação de Oferta Complementar Das 15 escolas que criaram disciplinas de Oferta Complementar, 5 optaram por criar apenas 1 disciplina trianual; 4 criaram uma disciplina anual para o 10º ano e uma disciplina bienal para os 11º e 12º anos e 2 criaram uma disciplina para cada ano.

As restantes 4 escolas optaram por tomar partido de outras situações que a lei permite. Assim, a Academia de Música de Vilar do Paraíso criou apenas uma disciplina anual para o 10º ano; o Conservatório de Música David de Sousa criou 7 disciplinas - 2 bienais e 5 anuais – podendo ser iniciadas em qualquer ano (sendo que as duas bienais só podem iniciar no 10º ou no 11º ano); o Instituto Gregoriano de Lisboa permite duas situações dependendo: nos Cursos Secundários de Música, uma disciplina trienal e no Curso de Canto Gregoriano, uma disciplina bienal (10º e 11º anos) e uma disciplina anual (12º ano); a Academia de Música de Elvas referiu que uma vez que os alunos não são sempre os mesmos, a disciplina de oferta complementar tem uma estrutura variável, sendo decidido pelo conselho pedagógico em função daquilo que entende ser melhor para os seus alunos. Gráfico 4 - Número de disciplinas de Oferta Complementar criadas 0 5 10 15 Integrado, Articulado e Supletivo Articulado

e Supletivo SupletivoSó ArticuladoSó IntegradoSó

Sim Não 1 disciplina trienal 2 disciplinas (1-10º;1-11º-12º) 2 disciplinas (1-10º-11º; 1-12º) 3 disciplinas anuais

(46)

Assim, foram totalizadas 35 disciplinas de Oferta Complementar implementadas nas 15 escolas aderentes. Na tabela 4, as suas designações estão agrupadas pela sua duração. É de salientar, também, o elevado número de escolas (11 em 15) que aproveitam esta disciplina de Oferta Complementar para continuarem a manter nos planos de estudos a recém-extinta disciplina de Acústica e/ou Organologia.

Disciplinas anuais Disciplinas bienais

Acústica Acústica

Acústica e Organologia Latim

Acústica e Produção Musical Música e Tecnologia da informação

Acústica Musical1 Música, Arte e Cultura

Construção da Personagem Organologia

Euritmia Dalcroze Tecnologias da Música

Informática musical Tecnologias na Música

Introdução à Interpretação e improvisação Jazz

Introdução à Produção e Tecnologias da Música Disciplinas trienais

Laboratório de Improvisação A propósito da música

Modalidade Acústica e Organologia1

Organologia Canto Gregoriano

Organologia e Psicoacústica Naipe de Orquestra

Projetos Multidisciplinares Orquestra de Câmara (só cordas) Técnica e Interpretação Vocal Juvenil em Grupo

Técnicas Teatrais Aplicadas à Performance Musical Disciplinas sem duração mencionada Introdução ao estudo da Música Popular e Fado 1 Esta designação surge em duas escolas diferentes. Introdução ao estudo do Rock

Música de fusão

Técnicas de improvisação Técnicas de relaxação e postura Tabela 4 - Designação das disciplinas criadas

Referências

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