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A Polêmica da LDB

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Academic year: 2021

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(1)A Polêmica da LDB Renata Tereza da Silva Ferreira Professora do Centro Universitário Anhanguera - UNIFIAN. Revista de Direito. Resumo A autora analisa a exigência dos professores diante de novas mudanças da década, com relação as leis educacionais anteriores que não condiziam com os interesses dos professores e suas práticas; com tudo isso provocaram grandes transformações havendo a necessidade do conhecimento destas normas educacionais ao professor, justamente devido à dinâmica da doutrina e ciência pedagógica; que não encontrava-se adequada à realidade da escola brasileira. O que se propunha, nunca podia ser feito dentro das normas da legislação; contudo foi preciso que o legislador montasse uma estrutura legal que permitisse uma prática nessa nova escola. A única lei que os legisladores estabeleceram para a Educação, foi a criação da LDB, Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, com destaque neste artigo; abrindo um amplo leque para a prática docente, permitindo aos órgãos normativos dos sistemas de ensino a elaborar algumas normas e delegar autonomia, ou seja abriu-se uma enorme latitude de ação criadora não só para os diversos sistemas de ensino, mas também para os administradores escolares, professores e para os próprios alunos. Pretende-se refletir sobre o conceito, significado de diretrizes e bases, como também um breve histórico e estruturação da lei; bem como um paralelo entre a lei em vigor e as antigas legislações; finalizando com questões relativamente polêmicas sobre a própria LDB. Palavras-chave: Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional; legislação; Autonomia; Formação.. 20. Especialista em Educação pela CEUCLAR e-mail: renatatsf@ig.com.br.

(2) A Polêmica da LDB. Abstract The author analyzes teachers’ exigency in front of new changes of decade, with relation the previous educational laws that did not agree with teachers’ interests and her practices; with all this provokes great transformations there being the need to knowledge destas educational rules to the teacher, exactly due to the dynamics of the doctrine and pedagogical science; which did not meet itself adequate to the reality of the Brazilian school. what we proposed, never could be done inside the rules of the legislation; however it was necessary that the legislator mounted a legal structure that allowed a practice in this new school. The only law that the legislators established for the Education, was LDB’s Creation, Guidelines and Bases Laws of the National Education, with highlight in this article; opening a wide range for the educational practice, allowing to the normative organs of the education systems to elaborate some rules and to delegate autonomy, in other words it opened itself a creator’s enormous latitude action not only for the several education systems, but also for the school managers, teachers and for the students itself. It intends reflect about the concept, guidelines and bases meaning, as well as a historical brief and structuring of the law; as well as a parallel between law in force and the old legislations; concluding with matters relatively polemics on LDB itself.. Introdução Ao longo do processo constitucional, de 1823 a 1988, podem-se identificar certos efeitos para a educação nas Constituições; pois as sociedades constantemente sofrem mudanças de ordem econômica, social, política e cultural e os indivíduos que delas participam também evoluem para se adaptarem às novas situações conjunturais. Todas essas transformações resultam em alterações nos relacionamentos das pessoas entre si e com as organizações governamentais e não governamentais; gerando mudanças de mentalidade, usos e costumes, de condutas morais e logicamente das leis, que são a base de sustentação do exercício da cidadania. É por isso que as normas legais estão permanentemente em mudança e os legisladores sempre buscam adaptá-las à realidade em evolução, especialmente a abertura do ciclo das Diretrizes e Bases da Educação Nacional. As Constituições Brasileiras até então relacionadas são: 24/03/1824; 24/02/1891;. 16/07/1934; 10/11/1937; 18/07/1946; 24/01/1967; 17/10/1969 e 05/10/1988 (em vigor). A Constituição Federal que está em vigor, artigo 22, menciona em seu dispositivo legal, que in verbis: Compete privativamente à União legislar sobre: (...) XXIV. diretrizes e bases da educação nacional; (...). Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo.. Esta lei complementar referida pela carta magna, é a LDB1, regulamentada cujo nº 9394 de 1996, entrando em vigor em 1997; é uma lei federal, à nível do território nacional, genérica, não impositiva e sobretudo com visão flexível; tanto na área do ensino propriamente dito quanto na da administração dos sistemas e das escolas, para uma educação mais dinâmica e. Revista de Direito. Key-words: Guidelines and Bases laws of the National Education; legislation; autonomy; formation.. 21.

(3) Renata Tereza da Silva Ferreira. atualizada. Dentre as Políticas Educacionais do país encontram-se várias LDBs: 4024/61; 5540/68; 5692/71; 7044/82 e 9394/96 (em vigor). Segundo Niskier (1997, p. 45) ressalta que: [...] uma Lei, seja qual for, é produto de movimentos sociais, articulados numa constante dinâmica de embates, e que, sendo assim, representa a vitória de uma perspectiva de país, de sociedade, de educação, que prevalece sobre as demais.. Revista de Direito. O significado de diretrizes e bases A palavra Diretriz, como substantivo, é a linha que mostra o caminho, define objetivos e tendências e significa direção, orientação. Como adjetivo, é a qualidade do que dirige, que orienta, ou seja, conjunto de instruções, indicações e regras gerais que conduzem as ações em uma determinada área. Bases são os alicerces que servem de apoio a uma estrutura ou de sustentáculo a uma construção; as bases indicam a disposição das partes e mantêm a coesão de toda a estruturação. Segundo Lourenço Filho (1967, p.32), nos ensina que: diretrizes e bases significam linhas de organização e administração de um empreendimento, conjunto de providências que lhe dêem coesão, segundo rumos gerais que a todo o sistema imprimam unidade funcional.. Breve Histórico e Estruturação. 22. De 1988 até 1996, houve uma espécie de perempção das leis educacionais brasileiras, resultante da evolução material da nossa sociedade, dos avanços científicos e tecnológicos, e da extinção dos princípios. jurídico-constitucionais, que nortearam a elaboração da legislação então vigente. A LDB trata-se, portanto, de uma lei que corresponde à evolução do Direito Constitucional; lei ordinária legitimamente elaborada pelo Congresso Nacional ao longo de anos de exaustivas audiências públicas, apreciações e votações na Câmara dos Deputados (cinco anos) e no Senado Federal (três anos). Conhecida como Lei Darcy Ribeiro2, estruturou-se com base em nove títulos, cinco capítulos e cinco seções com seus 92 artigos. Nenhum decreto, regulamento, resolução, portaria ou instrução do Poder Executivo Federal e nem mesmo leis, decretos ou atos administrativos estaduais ou municipais podem exorbitar do texto da LDB, sob pena de serem anulados ou declarados ineficazes pelas autoridades judiciárias. Além disso, ninguém pode escusar-se de cumprila, alegando que não a conhece.3 Não pode a lei retroagir e apesar de ter efeito imediato e geral desde a sua publicação, não se pode utilizar dispositivos para alegar desrespeitos a atos jurídicos perfeitos e acabados, ou a direitos adquiridos e coisas devidamente julgadas (inciso XXXVI do artigo 6º da Constituição Federal). Porém, ela, sendo normatizadora e reguladora de nossa realidade educacional, é também um reflexo das condições reais em que se encontra o ensino brasileiro e de suas perspectivas, o que a identifica como lei profícua, de acordo com os sábios ensinamentos conceituais de J. F. Assis Brasil, em sua obra Do Governo Presidencial na República Brasileira, os quais transcreve-se: “Todas as leis são profícuas enquanto correspondem às condições que vieram regular. Devem variar com a evolução das sociedades a cuja atividade presidem.” Paralelo com as diversas LDBs Diante dos comentários das LDBs farse-á um paralelo entre as antigas legislações com a atual LDB/96..

(4) A Lei nº 9394 de 20/12/1996 estabelece em linhas gerais; no Título I, Da Educação, conceituando no Art. 1º. a Educação Escolar de uma maneira geral; abrangendo o processo de escolarização que se desenvolve nos estabelecimentos de ensino e pesquisa de todos os graus, a formação que ocorre no seio da família, no trabalho e na convivência humana em geral4. Nas Antigas Legislações, o que ocorre é a não apresentação de uma definição geral, apenas apresenta conceitos específicos para cada um dos níveis de ensino (primário, médio, normal e superior) e das modalidades para o 1º e 2º graus. No Título II, Dos Princípios e Fins da Educação Nacional, tratam nos Arts. 2º e 3º, sobre os princípios norteadores da educação nacional, os quais são: liberdade, igualdade, pluralismo, apreço à tolerância, consideração, respeito mútuo, coexistência do público e privado, gratuidade nos estabelecimentos oficiais, valorização do profissional, gestão democrática, padrão de qualidade, valorização da experiência extraescolar, vinculação escola, trabalho e prática social e apresenta como finalidade da Educação Nacional; o pleno desenvolvimento do educando para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Com relação nas Antigas Legislações, tais princípios e finalidades são os mesmos da lei atual; não apresentando modificações. No Título III, Do Direito à Educação e do Dever de Educar, mencionam-se nos Arts. 4º, 5º, 6º e 7º que o Estado estabelece várias garantias ao educando como : ensino fundamental e médio obrigatório e gratuito, atendimento educacional àqueles com necessidades especiais, às crianças de 0 a 6 anos, condições adequadas ao ensino noturno regular para jovens e adultos, acesso à pesquisa científica, qualidade de ensino e atendimento educacional por meio de programas suplementares; os quais encontram-se relacionados ao material escolar (Bolsa-Escola/2001, recentemente o. Bolsa-Família/2003); no programa alimentação (Lei nº 8913 de 12/07/1994, municipalização da merenda escolar, PNAE - Programa Nacional de Alimentação Escolar); no transporte (PNTE - Programa Nacional de Transporte do Escolar) e na assistência à Saúde (PNSE - Programa Nacional Saúde do Escolar: Campanha nacional de Reabilitação Visual Olho no Olho e Campanha Quem Ouve Bem Aprende Melhor). Menciona a lei que o acesso ao ensino fundamental é direito público subjetivo, podendo qualquer cidadão e o Ministério Público acionar o Poder Público para exigilo quando necessário. A lei faz uma ressalva quanto à Família; que além do dever de educar é responsável pela freqüência, rendimento escolar e efetuação da matrícula. Para o ensino privado a LDB oferece toda autonomia, devendo cumprir as normas gerais da educação nacional e sujeitar-se à inspeção e supervisão pelo MEC. Com relação às mudanças nas Antigas Legislações, apenas não constava o dispositivo com relação a extensiva obrigatoriedade e gratuidade do ensino médio; pois as demais normas são iguais. No Título IV, Da Organização da Educação Nacional, ressalvam dos Arts. 8º usque 20º, sobre toda organização da Educação Nacional, com relação aos sistemas de ensino, os quais deverão em regime de colaboração (Federal, Estadual e Municipal), distribuir para cada órgão suas competências e incumbências. Cabe ainda aos estabelecimentos de ensino (público ou privado) e aos docentes, responsabilidades às quais deverão respeitar normas comuns e as do seu sistema de ensino. Nas Legislações Antigas, o que havia era uma sobreposição de funções dos respectivos sistemas e não uma organização em regime de colaboração entre: União, Estado e Município. Além do mais, nas Instituições Privadas de Ensino, havia um certo privilégio dentre as normas; sendo que hoje o ensino de iniciativa privada é livre, mas. Revista de Direito. A Polêmica da LDB. 23.

(5) Revista de Direito. Renata Tereza da Silva Ferreira. 24. de acordo com as condições estabelecidas na lei, devendo cumprir as normas gerais da educação nacional e sujeitar-se à inspeção do Ministério da Educação Cultura. No Título V, Dos Níveis e das Modalidades de Educação e Ensino, Seção I , fica explicitado que dos Arts. 21º usque 28º, é estabelecido normas de organização da Educação Nacional em níveis, modalidades de ensino, suas regras comuns e conteúdos curriculares. Os Níveis de Ensino segundo a classificação da LDB são: Educação Básica e Educação Superior. Sendo que a Educação Básica é subdividida em : Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio. Menciona a lei que as Modalidades de Ensino são: Educação de Jovens e Adultos, Educação à Distância e Tecnologias Educacionais, Educação Tecnológica e Formação Profissional, Educação Especial, Educação Indígena e Magistério da Educação Básica. Ocorrem dispositivos legais com relação as regras comuns da educação básica, podendo ser organizada: com relação ao calendário escolar para o ensino fundamental e médio=800h/200dias, adequados às peculiaridades locais; a classificação deverá ser em qualquer série ou etapa; a promoção para os alunos que cursaram com aproveitamento a série ou fase anterior, feitos na própria escola; a verificação do rendimento, ou seja a avaliação deverá ser contínua e cumulativa, qualitativa e com recuperação paralela, podendo ser oferecida a possibilidade de aceleração de estudos, para alunos com atraso escolar; o controle da freqüência está disposto em 75% do total de horas letivas para aprovação e com relação a transferência e expedição de documentos, qualquer indivíduo poderá ter acesso. Comparando com as Legislações Antigas, a avaliação era vista de forma regimental, a cargo dos estabelecimentos de ensino, compreendendo a avaliação quantitativa e apuração da assiduidade. Nas Legislações Antigas a carga horária. era de 180 dias letivos; os currículos de ensino não tinham tanta flexibilidade, porém a lei em vigor diz que os conteúdos curriculares do ensino fundamental e médio devem ser de base nacional comum, a ser complementada em cada sistema de ensino e estabelecimento escolar, por uma parte diversificada e outra comum. A composição dos currículos referem-se as Diretrizes e Referenciais Curriculares, criadas em 1998 as Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Fundamental e Médio, em 1999 o Referencial de Educação Infantil, Profissional e Indígena, em 2000 o Referencial da Educação de Jovens e Adultos e em 2001 a Diretriz da Educação Especial. Com relação à parte diversificada a lei exige que seja pelas características regionais e locais da sociedade, cultura, economia e clientela; sendo que para a população rural, os sistemas de ensino promoverão adaptação necessária à sua adequação às peculiaridade. Menciona a LDB que os Currículos obrigatórios são: Língua Portuguesa, Matemática, Conhecimento do mundo físico e natural e da realidade social, Arte, Educação Física(integrada na Proposta Pedagógica), História do Brasil, Língua Estrangeira. Dentro deste mesmo Título V, menciona-se na Seção II, dos Arts. 29º, 30º e 31º, cujas normas estabelecidas são com relação à Educação Infantil, onde a finalidade da Educação Infantil é o desenvolvimento integral da criança em todos os aspectos: físico, intelectual, psicológico e social, com a participação da família e comunidade. É oferecida em creches, para crianças até 3 anos de idade e pré-escola até 6 anos de idade. A avaliação nesta etapa é mediante acompanhamento e registro do desenvolvimento da criança, sem o objetivo em promoção. Cabe ainda os Referenciais Curriculares Nacionais da Educação Infantil criados em 1999 para auxiliar os educadores. Nas Legislações Antigas, a Educação Infantil, chamada de Educação Pré-Escolar, velavam para que as crianças de idade inferior a 7 anos recebessem educação em maternais,.

(6) jardins de infância e instituições equivalentes. Na Seção III, os Arts. 32º, 33º e 34º, dizem com relação ao Ensino Fundamental, onde o objetivo do Ensino Fundamental é obrigatório e gratuito, com a finalidade de formação básica do cidadão. Os Parâmetros Curriculares criados em 1998 e Educação Indígena em 1999. A lei menciona que o ensino religioso faz parte integrante da formação básica, mas de matrícula facultativa em horário normal de aula; onde os sistemas de ensino é que estabelecerão as normas para a habilitação e admissão dos professores. Nas Legislações Anteriores previam a obrigatoriedade do ensino religioso no ensino primário, 1º e 2º graus, sem ônus para os sistemas. Os Tipos de Regimes elencados pela LDB são divididos em ciclos: 1ª a 4ª sériesciclo I e 5ª a 8ª séries- ciclo II, com duração mínima de 8 anos. A Avaliação para que seja cumprida, deverá ser observada as normas do sistema de ensino, e/ou progresso continuado sem prejuízo da avaliação processo ensino aprendizagem; com uma Jornada pelo menos 4 horas de trabalho efetivo em sala de aula, podendo ser ampliado a critério dos sistemas de ensino. Na Seção IV, os Arts. 35º e 36º, asseguram normas com relação ao Ensino Médio, tendo como duração mínima de 3 anos, com a finalidade de formação básica do cidadão. Os Parâmetros Curriculares foram criados em 1998. E finalizando este Título V, na Seção V, os Arts. 37º e 38º, estabelecem normas com relação à Educação de Jovens e Adultos, sendo sua finalidade e oferta destinadas àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos na idade própria; sendo assegurado a gratuidade. Os Referenciais Curriculares foram criados em 2000; onde os sistemas de ensino manterão cursos e exames supletivos. Os Limites de idade no nível de conclusão do ensino fundamental é para maiores de 15 anos e no ensino médio, para os maiores de 18 anos. Nas Leis Anteriores possuem os. mesmos destinos da lei em vigor. Dando continuidade à Legislação/96, no Capítulo III, Da Educação Profissional, mencionam os Arts.39º usque 42º, normas relativas à Educação Profissional, apresentando como finalidade desta modalidade, integração às diferentes formas de educação, ao trabalho, à ciência e à tecnologia, conduz ao permanente desenvolvimento de aptidões para a vida produtiva. Os Referenciais Curriculares foram criados em 1999, com validade nacional para as escolas técnicas e profissionais, além de cursos regulares, especiais, abertos à comunidade, condicionada a matrícula à capacidade de aproveitamento e não necessidade ao nível de escolaridade. Nas Legislações Anteriores o único requisito legal diferente é que a Educação Profissional era chamada de Serviços Nacionais de Aprendizagem Industrial e Comercial; tendo os mesmos serviços prestados pela lei em vigor; acrescido do SENAT.5 No Capítulo IV, Da Educação Superior, têm-se os Arts. 43º usque 57º, que asseguram disposições com relação à Educação Superior, com a finalidade de formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica e aperfeiçoamento cultural e profissional. A LDB menciona os Cursos e Programas como sendo: graduação, pós-graduação (lato sensu e stricto sensu), mestrado e doutorado, cursos de especializações, aperfeiçoamento e cursos de extensões; onde as autorizações e reconhecimentos de todos os cursos ministrados em instituição de Ensino Superior Público ou Privados, deverão ter autorização e reconhecimento dos órgãos responsáveis. Com relação as Transferências, Matrículas e Atribuições, a Lei garante a incumbência das instituições informarem aos interessados, pois possui à autonomia garantida, também há um Estatuto Jurídico Especial, onde as universidades mantidas pelo Poder Público e as Privadas, gozarão de regimentos para. Revista de Direito. A Polêmica da LDB. 25.

(7) Revista de Direito. Renata Tereza da Silva Ferreira. 26. atender às peculiaridades de sua estrutura, organização e financiamento. Nas Legislações Anteriores, a Educação Superior sempre foi organizada para garantir a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. No Capítulo V, Da Educação Especial, os Arts. 58º, 59º e 60º, estabelecem normas relacionadas à Educação Especial, onde sua oferta tem início na faixa etária de 0 a 6 anos e preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais. Em 2001, foi criado as Diretrizes Educacionais e Referenciais Curriculares, com os objetivos: a) sistematizar os serviços educacionais especializados oferecidos à crianças na faixa de 0 a 3 anos; b) Referencial Curricular para a Educação Infantil: Estratégias e Orientações para a Educação de crianças com Necessidades Especiais; c) Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. A Lei menciona que os Sistemas de Ensino: os currículos, métodos, técnicas e recursos educativos são organizados de acordo com as necessidades específicas de cada educando especial;inclusive o superdotado; cabendo à escola organizar-se e assegurar tais condições, para uma educação de qualidade para todos. As Leis Anteriores não dirigiam a educação especial aos portadores de necessidades especiais e sim especificavam as deficiências em suas normas, como sendo: físicas ou mentais e superdotados. A Educação Inclusiva, segundo as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, encontram-se escolas da rede regular de ensino que preveêm na organização de suas classes comuns: a) professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado; bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas. classes comuns; b) flexibilidade e adaptações curriculares; c) serviços de apoio pedagógicos especializados em classes comuns; d) condições para reflexão e elaboração teórica da educação inclusiva; e) sustentabilidade do processo inclusivo, mediante aprendizagem cooperativa em sala de aula, trabalho em equipe e redes de apoio; f) temporalidade flexível do ano letivo, p/ atender às necessidades com graves deficiências. No Decreto nº 3298, de 20/12/99, artigo 24, x 1º, fica explicitado que in verbis: Entende-se que um processo educativo definido em uma proposta pedagógica, assegura um conjunto de recursos e serviços educacionais especiais, de modo a garantir a educação escolar e promover o desenvolvimento das potencialidades dos educandos que apresentam necessidades especiais, em todos os níveis, etapas e modalidades da educação; abrangendo educação infantil, ensino fundamental, médio e educação superior, bem como na interação com as demais modalidades da educação escolar, como a educação de jovens e adultos, educação profissional e indígena.. Segundo Marcos Mazzotta (1998, p. 21), nos ensina que: Dessa forma, não é o aluno que se amolda ou se adapta à escola, mas é ela que, consciente de sua função, coloca-se à disposição do aluno, tornando-se um espaço inclusivo, promovendo o desenvolvimento das potencialidades desses alunos que apresentam necessidades especiais..

(8) No Título VI, Dos Profissionais da Educação, nos Arts. 61º usque 67º, estabelecem normas com relação à valorização de Formação dos Profissionais da Educação em todos os níveis e modalidades de ensino; e sua valorização, através de estatutos e planos de carreira. Assegura dispositivos com relação aos cursos mantidos pelos institutos superiores. As Legislações Anteriores, não especificavam nenhum dispositivo legal com relação a questão da valorização profissional. No Título VII, Dos Recursos Financeiros, os Arts. 68º usque 77º, estabelecem normas com relação aos Recursos Financeiros da Educação: a) receita de impostos da União - 18%, dos Estados, Distrito Federal e Municípios 25%; (FUNDEF)6; b) receita de transferências constitucionais e outras; c) receita do salário-educação7- 2,5%FNDE 8 e outras contribuições fiscais: COFINS e FAT9; d) receita de incentivos fiscais e outros recursos. Nas Legislações Anteriores não havia tanta clareza quanto as porcentagens, previsões de recursos e de controle de gastos sobre o financiamento. No Título VIII, Das Disposições Gerais, nos Arts. 78º usque 86º, dispõe a União, com colaboração das agências federais em desenvolver programas integrados aos povos indígenas. Em 1999 elaboração do Referencial Curricular da Educação Indígena e em 2001 a integração com o Projeto Educação Ticuna, sendo uma experiência de formação de profs. índios no Brasil, dando aula para índios. O Poder Público incentiva o desenvolvimento de programas à distância, em todos os níveis e modalidades de ensino e de educação continuada; com requisitos para regulamentação. Com relação as Legislações Anteriores, não mencionam nada com relação ao Ensino à Distância.. Finalizando os comentários da LDB/96, no Título IX, Das Disposições Transitórias, nos Arts. 87º usque 92º, estabelecem disposições transitórias com relação à prescrição da lei e suas especificidades, instituindo a Década da Educação a iniciar-se um ano a partir da publicação desta lei, para que a União, Estados, Distrito Federal e Municípios adaptem-se sua legislação educacional e de ensino às disposições do novo regime; bem como as instituições educacionais com relação aos seus estatutos e regimentos. Menciona a Lei na atribuição ao Poder Público, recensear os educandos do ensino fundamental, com especial atenção à faixa etária de 7 a 14 anos e 15 a 16 anos. Complementa os dispositivos alegando que até o final da década da educação, somente serão admitidos profs. habilitados em nível superior ou formados por treinamento em serviço (alterado pelo dec.3554/2000, que diz”que a formação em nível superior de professores para Educação Infantil e para os quatro anos iniciais do Ensino Fundamental seria feita “preferencialmente” nos Cursos Normais Superiores). A Polêmica da LDB Apresentam-se ainda, várias dúvidas com relação à lei complementar; deparandose com as mais comuns: a) E a formação dos profissionais da educação? Como a lei admite? Esta é a grande polêmica que a própria legislação criou, um tropeço na redação do artigo 87, que estabelece no x 4º “até o fim da Década da Educação somente serão admitidos professores habilitados em nível superior ou formados por treinamento em serviço.”Como a década iniciou-se em 1997, um ano após a promulgação da lei, 2007 aparece como o ponto sem retorno a partir do qual não mais seriam admitidos os que não tivesse concluído uma faculdade. Ocorre que, em vez dos legisladores escreverem “a partir do fim da década ...”, redigiriam “até”.. Revista de Direito. A Polêmica da LDB. 27.

(9) Revista de Direito. Renata Tereza da Silva Ferreira. 28. Para aumentar a confusão, o artigo 87 faz parte das Disposições Transitórias, que não podem se sobrepor ao corpo permanente da lei, que em seu artigo 62, determina: “A formação de docentes para atuar na Educação Básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura de graduação plena em universidades e institutos superiores de educação, admitida como formação mínima para o exercício do Magistério na Educação Infantil e nas quatro primeiras séries do Ensino Fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade Normal”. b) O que muda nas licenciaturas? O decreto 3276/99 foi modificado pelo Decreto 3554/00, onde estava escrito que a “formação em nível superior para atuação multidisciplinar destinada ao Magistério na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, far-se-á “exclusivamente”, trocando este termo por “preferencialmente” em cursos Normais Superiores; onde o texto anterior feria não só a legislação que regulamenta a autonomia universitária, como também o corpo permanente da LDB, na medida em que as duas leis são, hierarquicamente, superiores a um decreto. c) O Curso Normal Superior oferece que tipo de habilitação? Os formados nesse tipo de curso podem lecionar na Educação Infantil, nas quatro primeiras séries do Ensino Fundamental e no próprio Normal. d) Após 2007, quem não tiver curso superior será demitido? Nada muda para quem é efetivo, tanto das redes estaduais como municipais, não podendo vir a ser demitidos por não terem curso superior, desde que lecionem até a 4ª série do Ensino Fundamental. A LDB garante o direito ao trabalho “direito este adquirido”. Mas, se não obtiver Diploma em curso de licenciatura de graduação plena em nível superior; poderá ter dificuldades de ascensão na carreira e mesmo no seu prosseguimento. Por isso para àqueles que pretendem prestar concurso público, no entanto, devem ficar atentos; pois as redes de ensino podem exigir o diploma. de todos os candidatos, inclusive para quem disputa vaga de professor de 1ª a 4ª série; pois Estados e Municípios são autônomos para definir as qualificações exigidas. No entanto, é recomendável, que faça o Curso em nível superior em licenciatura de graduação plena. e) Qual é a importância então de investir no diploma se ele não é obrigatório? Essa exigência profissional veio para ficar. Guiomar Namo de Mello, diretora executiva da Fundação Victor Civita, interpreta que “a despeito da imperfeição na redação da LDB, a intenção é clara. O legislador quis dar um prazo para propiciar mais formação aos que só têm nível médio”. Conclusão Em face de tudo o que foi abordado, pode-se destacar que apesar de vasta pesquisa sobre os dispositivos da LDB, sempre haverá dúvidas ao interpretar uma norma jurídica educacional; pois o Direito é “plurívoco”, ou seja várias são suas interpretações, devendo ao educador abrir caminhos sempre para a realização de novas pesquisas. Com relação a Lei Complementar em vigor, precisa ser valorizada, pois contém avanços ponderáveis, que permitem, sobretudo em seu senso pela flexibilidade legal, rumar para inovações importantes, onde o educador é o grande responsável para que essa lei vigore e cumpra; é a chave especial para a educação. Há necessidade portanto, de se conhecer a LDB, para além de encontrar-se informado sobre a principal lei que os amparam, garantir sua cidadania. Referências Bibliográficas BOAVENTURA, E. A Educação Brasileira e o Direito. São Paulo: Edições Ciências Jurídicas, 1997. 352p. BREZEZINSK, I. (org), LDB interpretada: diversos olhares se entrecruzam, S. P., Cortez, 1997. COSTA, Messias. A educação nas Constituições do Brasil, dados e direções. Rio de Janeiro: DP&A, 2002. 132p..

(10) A Polêmica da LDB. Notas Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9394, sancionada em 20.12.96 pelo Presidente da República Fernando Henrique Cardoso e publicada no Diário Oficial da União em 23/12/96, seção I. 2 Relator do Projeto de Lei da LDB; o qual procurou efetivamente uma lei de diretrizes gerais e de bases da educação nacional. 3 “Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece”(Lei de Introdução ao Código Civil, artigo 3º). 4 ZIMMERMANN, Roque. Deputado Federal (PTPR), membro da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, e professor licenciado do Departamento de Educação da Universidade de Ponta Grossa, PR. 5 Educação Profissional em leis anteriores eram: SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), SENAC (Serviço Nacional de 1. Aprendizagem Comercial) e SENAR (Serviço Nacional de Formação Profissional Rural) enquanto que na LDB em vigor acrescido o trabalho do SENAT (Serviço Nacional de Aprendizagem de Transportes). 6 FUNDEF, Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério, Lei nº 9424 de 24/12/96. 7 Salário Educação, Lei nº 4462/64, alterado pela Lei nº 9766, de 18/12/98, sendo uma contribuição social recolhido pelas empresas industriais, comerciais e agrícolas. 8 FNDE - Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, criado em 11/68 está vinculado ao MEC, com a finalidade de captar recursos financeiros para projetos educacionais e de assistência ao estudante. 9 COFINS - Contribuição de Financiamento de Seguridade Social, FAT- Fundo de Amparo ao Trabalhador; órgãos baseados em contribuições sociais que constam na manutenção e desenvolvimento do ensino, artigo 212 da Constituição Federal.. Revista de Direito. FUHRER, Maximiliano. Resumo de Direito Administrativo. São Paulo: Malheiros, 1997. _______ Resumo de Direito Penal. São Paulo: Malheiros, 1997. _______ Resumo de Direito do Trabalho. São Paulo: Malheiros, 2000. _______ Resumo de Direito Constitucional. São Paulo: Malheiros, 2001. LIBÂNEO, José Carlos; OLIVEIRA, João Ferreira; TOSCHI, Mirza Seabra. Educação Escolar: políticas, estrutura e organização. São Paulo: Cortez, 2003. 408p. LOURENÇO FILHO. Organização da Administração Escolar. São Paulo: Melhoramentos, 1967. MAZZOTTA, Marcos. Educação Especial no Brasil. São Paulo: Cortez, 1998. 208p. MENESES et al. Estrutura e Funcionamento da Educação Básica. São Paulo: Pioneira, 1998. MOTTA, Elias de Oliveira. Direito Educacional e Educação no século XXI: com comentários à nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília: UNESCO, 1997. 784p. NISKIER, A. A LDB: A Nova Lei da Educação. (Tudo sobre a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - uma visão crítica). Rio de Janeiro: Consultor, 1997. OLIVEIRA, Romualdo Portela. Política Educacional: Impasses e alternativas. São Paulo: Cortez, 1998. SAVIANI, Dermeval. Da nova LDB ao Novo Plano Nacional de Educação: por uma outra política educacional, A Associados, 1998 . ________ Política e Educação no Brasil. São Paulo: Cortez, 1987.. 29.

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