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Mythimna unipuncta Haworth (Lepidoptera, Noctuidae) e o seu parasita larvar Apanteles militaris Walsh (Hymenoptera, Braconidae) em S. Miguel (Açores)

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Academic year: 2021

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WALSH

(HYMENOPTERA, BRACONIDAE)

EM S. MIGUEL (AÇORES)

por

VASCO GARCIA e JOÃO TAVARES

Este trabalho faz parte dos estudos ecológicos que servirão de base aos métodos de luta integrada a utilizar nos Açores contra a praga conhecida vulgarmente por «lagarta das pas-tagens» (Mythimna unipuncta HAW.).

Nos estudos de campo que desenvolvemos desde 1976, ve ri-ficámos que o principal inimigo natural de Mythimna unipuncta HAW. na ilha de S. Miguel, era o Himenóptero Braconídeo Apanteles militaris WALSH (GARCIA & TAVARES, 1977).

ProcW'árnos determinar a evolução larvar de Mythimna

unipuncta HA W. ao longo do ano, estabelecendo a relação entre as populações da praga e do seu parasita. Os métodos utili-zados foram os mesmos que empregámos em trabalhos ante-riores (GARCIA & TAVARES op. cit.).

(3)

VASCO GARCIA e JOÃO TAVARES

EVOLUÇÃO DAS POPULAÇÕES LARVARES DE MYTHIMNA

UNIPUNCTA HAW.

As amostragens das populações larvares da praga foram efectuadas em dois locais da zona Sul da ilha de S. Miguel, a diferentes altitudes: Remédios-Lagoa (300 m) e Cerrado dos

Bezerros (537 m).

O gráfico da figura Fig. 1 mostra-no,s a evolução das

popu-lações larvares de Mythimna unipuncta. entre Outubro de 1976

e Dezembro de 1977. A análise deste gráfico permite-nos

con-cluir que: 0000 "

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- existem três meses no ano (Fevereiro, Março e Abril)

em que as larvas da praga se encontram em níveis

muito baixos (1 a 2 larvas por metro quadrado);

- as populações larvares iniciam o seu crescimento nos

meses de Abril e Maio;

- as populações larvares, em 1976, entraram em declí

(4)

MYTHIMNA UNIPUNCTA HAWOR'I'H E O SEU PARASITA LARVAR

- as populações larvares atingiram os seus máximos

entre Julho e Setembro (entre 70 a 80 larvas por

metro quadrado).

As razões de crescimento da população larvar são de 1

para 4 em Maio, de 1 para 10 em Junho e de 1 para 1 75 em

Julho. Nos meses seguintes (Agosto e Setembro) a população

da praga mostrou uma certa estabilização, mostrando uma pos

-sibilidade de decréscimo a partir do mês de Outubro. De notar que, em 1976, o decréscimo populacional das larvas só se veri

-ficou a partir do mês de Novembro.

O gráfico da Fig. 2, que representa as percentagens rela

-tivas dos estados larvares da «lagarta das pastagens» Mythimna

unipuncta, ao longo dos vários meses do ano, permite-nos de

-duzir que:

- nos meses de Outubro e Inverno (Outubro a Abril),

de um modo geral, predominam os estados larvares

mais velhos (L4 e L6);

- nos meses de Maio a Setembro, predominam os

esta-dos larvares mais jovens (Ll a L3).

De notar ainda que os estados larvares mais avançados

(L4 a Ló) ) que encontrámos nos meses mais frios, estavam

imóveis, com as larvas enroladas sobre si mesmo em espiral, com todas as características de uma diapausa. No entanto, levadas para o laboratório e submetidas a condições favoráveis

(22° C ± 2° C de temperatura, 80

%

+ 10

%

de humidade rela-tiva e 16 horas de fotofase), reactivavam-se e completavam

normalmente o seu ciclo. A diapausa larvar é portanto do tipo facultativo.

(5)

VASCO GARClA e JOÃO TAVARES 100:00; 100'" 50~ 100!\: &0'" OUT76 fEV 1 2 3 • !I 6 JUN OUT 1 2 3 4 56 PERCEIoIUGEM RH"TIVA. NOV. MAR 1 2 3 .. 5 6 JU l I , ~ 4 5 6 NOV OOS ESTADOS Of~ 1 1 3 Dfl lARvARES 4 5 6

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(6)

MYTHIMNA UNIPUNCTA HAWORTH E O SEU PARASITA l-ARVAR

EVOLUÇÃO DAS POPULAÇõES J;>UPAIS

DE

APANTELES

MILITARIS WALSH

As populações larvait~s Q.tp.1Y.T,ythimna unipuncta, nos Açores,

são controladas por um O'OtnplelCo de inimigos naturais de que

são conhedidos

três

géneros de Himen6pteros entomófagos. Dois

pertencem à famma Btaconidae (A panteIes e Meteorus) e um à

família Ichneumenii1.ae (Ichnetcmon). O género mais comum

é o género Apanteles, com a espécie Apanteles mílitaris WALSH.

Apanteles militaris é facilmente localizável no campo na

sua fase pupal, caracterizada pelos pequenos casulos lanosos, de

cor branca, de pequenas dimensões (2,5 milímetros de compri-mento), (foto I). No grâfico da figura III podemos verificar a

evolução das populações de Apanteles militaris em S. Miguel

no ano de 1977, tendo as contagens do parasita sido efectuadas

através do número de casulos que apresenta no terreno. Deste

grâfico, deduzimos:

- que a população de Apanteles militaris se revelou

importante entre Julho e Setembro, precisamente os meses em que a biomassa larvar de Mythimna

uni-puncta é maior;

- a maior densidade do parasita verificou-se em Agosto

de 1977, com 800 casulos por metro quadrado, na zona do Cerrado dos Bezerros. Esta máxima densidade coincide com a diminuição da densidade do

hospe-deiro no mesmo local e no mesmo mês;

- entre as populações das zonas de Remédios (300 m

alt.) e Cerrado dos Bezerros (537 m alt.) nota-se uma

diferença nítida de comportamento do parasita. As densidades do mês de Agosto são muito superiores

na zona de maior altitude, o que se compreende, pois

no Verão é esta zona a que mais favorece o desen

(7)

VASCO GARCIA e .JO_~O TAVARES

CONCLUSõES

As observações de campo efectuadas em S. Miguel (Açores)

no ano de 1977, revelaram-nos que:

1 - Mythímna unipuncta HAW. e o seu parasita larvar

Apanteles milítarís W ALSH apresentam ciclos biológicos que

permitem, nas condições ecológicas da ilha, um controlo rela-tivamente eficaz das populações do hospedeiro.

2 - Verifica-se no entanto que, poderá acontecer em certas

ocasiões um certo atraso no desenvolvimento do parasita em

relação à praga que, nos meses de Agosto e Setembro permitiu

que esta aumentasse, embora o número dos parasitas diminuísse.

3 - Condições ecológicas excepcionais, como chuvas pre

-maturas no fim do Verão, poderão reduzir drasticamente as

populações do entomófago, permitindo explosões outonais da

praga.

4 - Apanteles milítaris parece só poder desenvolver-se em

condições de controlar Mythimna unipuncta, quando esta atinge uma biomassa já muito importante (entre 40 e 60 larvas por

metro quadrado). Este factor é importante, pois permite-nos

pensar que é a partir de valores da ordem das 40 larvas por metro quadrado que se deve verificar o controlo biológico da praga pelo seu entomófago. Se assim não suceder, o risco de

explosão populacional é grande.

5 - Admitindo assim um níveL de alerta sempre que as

populações lar vares da praga ultrapassem 40 larvas por metro

quadrado, teremos de considerar medidas complementares da

acção de Apanteles müitaris. Estão neste caso os métodos de luta integrada, com o emprego de pesticidas específicos, de métodos microbiológicos de luta e de largadas maciças de

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MYTJ{IMNA UNIPUNCTA HAWORTR E O SEU PARASITA LARVAR

BIBLIOGRAFIA

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London, 316 pp.

DEBACH, P. 1974 - Biological Control By Natural Enemies. Cambridge University Press, 323 pp.

GARCIA, V., TAVARES, J. 1977 - Ecologia e métodos de combate à

«lagarta das pastagens» Mythimna (Cirphis) unipuncta HAW. Lepi-doptera, Noctuidae). Relatórios e Comunicações do Laboratório de

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RUFFAKER, C. B. 1971-Bio!ogical Control. Plenum Press, New York, 511 pp.

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Referências

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