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Revista A Escola, 1907, Ano II, n. 10, out./dez., PR

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(1)

-'¦'--'¦¦ I. ¦ - ¦¦MIIIMU —**^^*-^f—*—T

akm J fl k w*r»

v JHELJHBk Vw

Publicação Mensal

Estados Unidos do Brazil

íRevisla do ©remio dos TVèfeÉil^ íPu61ieos

DO

Estado do Paraná

i

^UBSIDIADA PELO GoVEI^NO DO EsTADO

-7 Director: — Dario Vellozo -—

ANNO II—Coritiba, Outubro a Dezembro de 1907—NIO

SUMMULA:

I—Subsidios pedagógicos: Da moral nas escolas,

Da-rio Vellozo .

II—0 alphabcto, S. E. vos Saporski."

147

^—lYingua portugueza,

S. E. vos Saporski

VI—Ensino didactico, D. Georgina Mongruel .' .'• \ [

rff

IV—-Hygiene domestica, » »

»

»

V—Meter eologia e agricultura, L. Costa

'.

-51 152

,rYíí~^ educação da memória, Lourenço de Souza!

. ..

iSq

VIU—Fandango e Tripudio, Conego Braga

162

IX—Renascença, Celmira Fortes ...,'

ige

^—lJrovas de alumnos da Escola Americana.

.

'

168

XI -Smtaxilogia, Conego Braga. . .

^0

XII—Microcosmo, C. Laet ...

zi7

xhi-errata . . .

•.

.-.,.

;

.

. ..;¦; ; ;•; ;

^o

Assignaturas:

Anno ;

...

.

.

.

C$000

Semestre.

,-.-' .

.

.

4$000

¦ :J>..V

Redacção:—Rua Silva Jardim, n. 177

Escriptorio :—Rua Coronel Dulcidio

(2)

SECÇÃO PERMANENTE ¦

¦

¦¦*¦

Instrucção Publica du Paraná

Secretario do Interior: Dr. Bento Lamenha Lins. Director Geral: Dr. Arthur Pedreira de Cerqueira. Inspector da Capital: Dr. Sebastião Paraná.

Secretario : José Conrado de Souza.

;

¦

Directoria do Grêmio dos Professores

Presidente : Júlio Theodorico Guimarães. i.° Secretario: Verissimo de Souza.

2.0 Secretario : Lourenço de Souza. Thesoureiro : Brazilio Costa.

¦ ¦:¦ ¦ " ¦ .¦ :¦ ¦::.-¦ ¦-¦¦>*

'

----:-¦ ", y." - '

«À Escola»

O Noticiário—a cargo do Professor Lourenço de Souza.

O Expediente official—a cargo do Prof. Francisco Guimarães. A Expedição e Secretaria — a cargo do Professor Verissimo

de Souza. —*•

A Escola deixará de publicar artigos que não tragam a assi-gnatura do auctor.

*

A inteira responsabi lidade dos artigos fica aos seos signatários. A Redacção não é solidaria com as ideas dos srs. collaboradores.

————»

Aos Srs. Collaboradores pedimos enviar os trabalhos, até 15 de cada mez, á Redacção :—Rua Silva Jardim, 177.

*¦"*"¦"¦¦¦"*¦¦*'*>

O thesoureiro do Grêmio acha-se á disposição dos srs. sócios para recebimento de suas mensalidades, nesta Capital, á rua Misericor-dia n.° 5.

Os membros da Directoria offerecem seos serviços aos srs. so-cios para o fim de receberem seos vencimentos.

Os srs. sócios que quizerem utilizar-se desses serviços queiram enviar-nos procurações devidamente legalizadas, bem como instru-cções referentes á remessa do dinheiro.

Escolas publicas do districto da Capital, professores que

as regem e logares onde funeeionam

Cadeiras para o sexo masculino:

.a Brazilio Ovidio da Costa—Rua Garibaldi.

2." Verissimo de Souza—Travessa do Riachuelo. 3„a Lourenço de Souza—Grupo Xavier da Silva.

4.» Júlio Theodorico Guimarães—Escola Oliveira Bello.

5.» Lindolpho P. da Rocha Pombo—Grupo Xavier da Silva. Cadeiras para o sexo feminino:

i.» Julia Wanderley Petrich—Escola Tiradentes. 7 2.a Maria da Luz Ascensão—Rua Marechal Deodoro.

3a Esther Pereira—Rua Visconde de Guarapuava. 4a Itacelina Teixeira—Avenida Luiz Xavier.

5.* Alexandrina Pereira—Rua America.

.•*-# 7l, ¦. ¦¦;'*, ' • ¦ ¦ 7, .'.¦¦-" .,'. ¦ .*.. ' .'.-7 '. . ' ¦>.: .. ¦ !,.* •;.'• ..77' .' ._,-..' . t' 77. .!¦;.. . . ¦ .. ., ' '....7

(3)

•SH»

ESCOLA

¦

j^EVISTA DO pRE/VUO DOS j^ROFESSORES PüBLlCOS

Subsidiada pelo Governo do Estado

DlRCTOR :

p

ario

y

Vellozo

1907

H .;;./. ,: .

TOMO II

M ¦ÉjjÊ&i: ' ¦ . . ' J * *•*I • ¦ '<V' ¦..;¦"'. ¦ 'VV':' "V^--:'.-"Lj: ' ¦"- '". I'".°: * - '¦'¦ , z ¦ ':-.: .. i.- ..;_;...¦.;¦:¦ ¦„¦¦-¦-:¦. i' .-.;¦ ,-., o-- ¦,....¦ . . ;. ., -¦•""-.. V".' VV.V •.""..

% ,\*i* V V t' .<.-'-.-¦¦. :...-... . .¦•*,-;.. ¦ ¦•..¦ ...*..:¦ ... . ;;. j'.;--. o'.."'., -o... '-o-..-. . ,;[ "'¦ ' '• ."- V r"!-'- -i '¦''¦' ;,¦.¦¦,'¦'' *'L . ' ' ' j) ¦'-., '.'...-¦ ." ¦ f.r.. -¦. ¦¦¦ J _j_\\\\WB__tmBÊ___\_X ¦¦¦'' -M* ¦-' -.-sE*; ¦'"'¦¦;.; CORITIBA

Typ. e Lith. a vapor «Imp. Paranaense 1907

(4)

X3NrriXG3e

Subsidiou pedagógicos, Dario Vellozo.

.

.

. | 47 81 107 eU7

O Paraná Histórico, Dr. Ermelino de Leão . .

'

'

4

Estudinhos de Francez, Conego Braga.

...

15 8g

Quem foi o iniàador de Colombo, J. Veríssimo

'a 7

Ensino da muzica,Veríssimo de Souza ...

2*1

A Anestesia na antigüidade, Dr. Eifer ...

93

Epístolas pedagógicas, Dr. Azevedo Macedo!

'.

24

67

A instrucção na Rússia, Lourenço de Souza.

'%

li'Uimas palavras de personagens illuslres.

.

30

Sintaxilogia, Conego Braga

32 64 123 e 170

As Envenenadoras, V. E. Michelet.

.

'

q6

Uma pagina do Dr. S. Homero .

.

$9

A'Escola, Dr. Ermelino de Leão

54

A Eooluçào da Matéria, Le Bon .

.

er

O I!razilem84 annos

'.

'

í-q

/i#a do ensino

.'•.'.'

p\

Parecer á Pedagogia

...''

S*

Geometria, Lysimaeho F. Cosia .

.

.

'

74

He forma do emino, E Demolins.

7q

Escolas materna es, Carvello de Mendonça.

Educação moral, Paulo Tavares .

L

.4 Escola e o cidadão, Raul Gomes.

04

Prehistoria, Alda e Eslher Silva .

.

.

o*

Das Artes na antigüidade, Sanita Arantes.

ou

Escolas-primarias (provas de alumnos) .

'

.'

|q'.J

O ensino romano e a escola moderna, ,1 B Pelers

4 4'i

(5)

II

Cor iliba em í820,Dr, E. de Leão ....

A cscola-modelo-anglo-saxonia, Itocha Pombo .

A Inslrucçâo no Japão,.). Amandio Sobral . .

A Iteligiào dos índios, Virissimo de Souza . .

Grécia. Myrte Codega O Alphabeto, S. E. vos Saporski

Lingoa portugueza, S. E. vos Saporski . . 151

Hygiene domestica, S! E. vos Saporski ... 152

Meteorologiae agricultura, Lysimacho F. Costa. 454

A educação da memória, Lourenço de Souza. 159

Fandango e Tripudio, Conego Braga .... Itcnasccnça, Celmira Fortes

Escola Americana (provas de alumnos) . . .

Microcosmo, Carlos de Laet

Errata , Noticiário Expediente official Argus 117 127 1U 137 141 14!) 162 165 408 177 180 41, 66, 413 45 102

(6)

ASíLHjlJESíiíí^» 0,,tubl*o a Dezembro de 1007 — Num 10

A ESCO LA

foifefeJ3 <fomio &» Professores Públicos do Estada do Paraná

©ubsidios

pedagógicos

... $

v

Da moral nas Escolas

111 ctait donc rigoureuscment nc-ccssairc de séparer de Ia morale les príncipes dc toutc religion par-tjculièrc, et de n'admettre dans 1'cnscignement public d'aucun cul-te religieux. - CondOrckt.

A moral é norma de ccnducta. E' independente do aualauer

das religiões ou cultos religiosos.

qualquer

Ha uma única e verdadeira norma: a NATüiUí oue é -i forma

com.™ da conducta o preceitua os princípios pata'Z Mi X

a lamina, a humanidade.

'

Os credos religiosos, em assimilando os principios da MOiur

ma-tubal, pretenderam impol-os aos fieis, em nome d tZ Zm aue

os houvesse revelado ao sacerdócio. E os sacerdócios

paraS

üficando a moral, pretenderam fazer da obediência

passiva uma

vir-tude, ao tempo em que se impunham e faziam necessários

já pela

*u-ponondade, intellectual que então desfruetavam sobre as nmlUdoes

ignaras ; ja porque-therapeutas-se faziam indispensáveis ás

popu-laçoes primitivas e dóceis.

y v

for, rfe í!vlnGf

°laS'

f0!"ém'

° GnSÍn0 da m0fal SÓ P°de c de™ ^r leigo,

íoia de todos os sectarismos, para que senão formem seleeções

pela

S.7 A

'eCÇOfS tCrrÍVeiS "Ue afastam os h°™ns ° »«~

osP?a-êS n5lff„

con«ref-roune. altoia. assimila ; nao separa.não

£' m

deve c,eai\ antagonismos irremediáveis, hostilidades

estio-ladoias. A creança se deve educar no conceito louvável de

que os

se-TnZZT° KP°d?m

SUbsiStiI' "a 0bra collecliva da Humanidade

.-r«l»nt n?" JeCtlf°Ar'Uma

V6Z?««*«**. "ovam a discórdia,

dSI?A™ ?°

a aT"'a' a°S P°TOS ^'Preciso que as creanças

apren-dnn thn™^^^"^^Jaocredo

religioso de cada

indivi-grosso

S

SG P

G

m reUDÍr fraternalmente

para o

pro-As escolas seclarístasnão espozam esse bellissimo

conceito;-rjT^T

c?m a solidariedade humana. Cabe á escola publica

«„m ní

aAP ' lmm°Sa ° ^enerosamente, estreitando os seres

num pensamento commum, para a PAZ.

(7)

14S A ESCOI^A

***,*,*, ¦*»M*»**W*aa,l*».>-W**..***^.*»«> '«» «T-t, tm ata a*. .» a» *^*^t*^*m-ifV*IJI^^j~Uynj>Jf^jn^^ S^J-lJ\ftJV\f\rU>SIJ> *-*«*V>A.'»XA,

No terreno, puramente especulativo, om que medram os

nume-rosos crodos philosophieo-religiosos,—no terreno da fé, áa, crença*—

fora da experimentação o da analyse, o, muita voz, fora dos domínios

da Lógica, da Razão, fugindo, om tangentes subtis, ao próprio

domi-nio da psychologia, mesmo do psychismo ; num terreno convencional e

fictício,—ondo se crê, não so constata, é intuitivo,—falta competência

ao Estado para legislar com critério, optando por este ou aquelle credo.

Nestas condições, é concludente :— a moral escolar, que traça as

nor-MAS DA CONDUCTA.SÓ PODE SER A MORAI, DICTADA PELA EXPERIÊNCIA DOS SECÜ-LOS E PELO PERFEITO CONHECIMENTO DOS MEIOS, ADAPTADA AO CONCEITO DAS SOCIEDADES CONTEMPORÂNEAS : VERDADE E JUSTIÇA.

Sabiamente se houveram, pois, os Legisladores da Republica,—

afastando do Estado as egrejas, tornando o ensino obrigatoriamente

leigo.

Afastar completamente da escola—onde se educam os cidadãos

de amanhai!--a moral sectária (qualquer quo seja a religião), é

resol-ver o problema da liberdade de consciência, da maneira mais justa,

sympathica e sabia.

Assim agindo o Estado, serão salvaguardados os direitos

einte-resses de todos, sem violações, sem attritos, sem menoscabos que

tra-riam reacções futuras ; assim agindo, merece o Estado o respeito e

applauso daqueiles (a quasi totalidade) que, visando o interesse geral,

não agem sob a inspiração feroz de intolerantes sectarismos.

Aos pães o mandar os filhos ao templo cuja doutrina prefiram ;

não podem exigil-o da escola publica, porem ; porquanto, as escolas

publicas pertencem ao povo, e as escolas de povo livre não podem

ser sectárias.

O chefe do Estado, como qualquer funccionario publico, tem o

direito—individualmente—de seguir e adoptar esta ou aquella religião

ou crença; mas,não pode, no exercício de sua funcção;sacrificar,coagir,

ferir, alienar a liberdade, o direito de terceiros.

E' preciso distinguir entre a opinião individual e a funcção

publica.—ou jamais a collectividade terá amplas garantias, nem será

mantido o direito de cada um; -porquanto o governo neste ou

naque-lie sentido, passará a accentuar preferencias, ofíensivas aos direitos

de cidadãos, cujas convicções tem egualmente o dever de acatar

eres-peitar. O Governo não pode, sem offensa á Constituição da Republica,

comparecer ou fazer-se reprezentar—officialmente—em solennidades

religiosas, de qualquer seita.

Este desvio do bom senso e das boas normas dará em resultado

a alienação das liberdades e do Direito ; a lucta das facções,

recrudes-cera; a Justiça será privilegio dos amidos da situação, dos mais fortes.

Ao Estado, em sua missão eivilizadora cabe o direito—-o dever

—de vedar o ensino áquelles que o deturpam ou corrompem, contra a

Familia, a Pátria, a Humanidade, a Verdade, a Justiça.

(8)

Xa. Jl__*Ov/V__/ __mê*£*%* IziO ,%***IS^-'%*,4l»l***4*^^***%***S*,

Ha mesmo necessidade de afastar oscloros á direcção de

esco-las o collegios-(não sacordotaes),-porquanto seos ensinamentos sao

sempre impregnados de fanatismo.

Do magistério afastar egualmente os sectários quo o

corrom-pcnynysliíicando os programmas o as Leis, deturpando a verdade

soion-tilica, deturpando o ensino quo mereço rigorosa fiscalização, feita por

possoas idôneas.

v

O funecionario quc so julgar incompafibilizado com o cargo.pclo

conflicto moral entre a funcçã.. o a crcnça,-deve abandonar o cargo

procurando funcção mais compatível com suas ideas

Do parallelo entre a escola religiosa o a leiga.a'leiga sahiria

victo-r.osa: nesta, ha luz, ar, vontade, vida, jovialidade sincera, iniciativa

individual, consciência, saber, seiencia, respeito mutuo ; naquella,

pai-rama tristeza, a desconfiança, a hypocrisia, os atlonlados ao pudor a

corrupção do caracter, a mentira, o pavor, a passividade absoluta' o

ianatismo, o sophisma, o erro conscieniemonie e períidamente ensinado

Assim continuo o ensinamento moral nas escolas publicas, sem

offender as liberdades garantidas pela Constituição de 24 de Fevereiro •

—independente de qualquer sectarismo.

Re ublica

C°ntl'arÍ0' °S ^overnos menoscabariam a Constituição da

m°> 1906*

dario VELLOZO.

AL_RHA_B_EXO

O

I

_

Deos.dotando as creaturas humanas com a alma capaz de possuir

as faculdades de que ella dispõe,deo-lhe ao mesmo tempo o meio de as

manifestar pelas suas tres principaes potências, a intelligencia, a

ontade e a sensibilidade, forças donde imanam todas as outras

faculdades que a humanidade representa.

Possuindo a intelligencia e portanto as idéas, sentio a

mes-ma necessidade falai de as exprimir por meio de signaes sensíveis

edahi a palavra que deo principio á lingoagem, e d'ahi tudo ó

mais que dessa fonte tira origem.

u

Falando primeiro uma lingoa monosyllabica e portanto

ffuttu-ral, que só se manifestava por interjeições, foi assim

que

primeira-mente se entendeu a humanidade ; com o correr do tempo o o

desen-dnir__-na__"lHlli?enC,Í_7 !.cedanalareza*°hora«"i t^dosido

dotado po Deos da faculdade de ter voz, inventou a lingoagem

que

como fica duo. foi a principio inlerjecliva, e com o correr loteS

transformou-se em imgua mais aperfeiçoada, e portanto em palavras

compostas de mais sons e por conseguinte de mais syllabas, até que

finalmente o espirito humano, caminhando de

gráo em gráo tive

uma língua perfeitacom palavras que se denominaram verbos,

subs-tantivos, adjectivos, pronomes, etc; e essa lingoa foi o sanskrilo

denominação esta que quer dizer lingua perfeita e foi ella falada

pelos povos chamados hindus ou habitantes da índia (Indostão)

(9)

re-*5°

A ESCOLA

'^^^A^W^^^A^A/MWI. **..**,*****.**. mm. r..m^mm'S'*m0^^0^f^^

giao da Ásia, que foi o berço primitivo da humanidade, o donde ella se derivou dos seos platós para os outros pontos do globo terrestre, já passando pelo estreito do Ik-hring que devido a Ásia da America, já por outros pontos quo senão podem precisar com certeza absoluta. Da lingua sanskrita derivam-se em seguida outras quo hoje são faladas, tendo o sanskrilo dosapparocido da face da terra e

lor-nando-se uma lingna morta.

Os hindus falaram o sanskrilo e constituíram a primeira na-ção civilisada que existio.e que deixou de si larga copia de trabalhos lil-terarios que hoje se podem lèr traduzidos e.m francez o em inglez, e foram portanto a nação mais antiga da humanidade e a mais adian-tada daquellcs priscos tempos, por assim dizer prelusloricos.

forem, voltando ao assumpto principal desta narrativa, o ho-mem sabendo pensar e sabendo falar, inventou meio do poder tran-smillir suas idéas aos seos semelhantes por outro modo sem ser apa-lavra falada ; inventou a escripta quo é uma combinação de signaes

que representam os sons que formam as syllabas com que se formam as mesmas palavras,e estes sons representados por signaes que se

cha-mam lettras.

No principio das sociedades, quando os homens queriam indi-car um objecto ou um ser qualquer, desenhavam-o grosseiramente porque nâo existia ainda a arte da escripta, e muito menos a da pin-turaeestatuaria, artes eslas que foram creadas muito tempo depois. Foi o povo hindu o primeiro que teve escripta o se servio dei-la para representar as suas idéas, como provam os seus poemas e outros trabalhos lilterarios que elle deixou á posteridade.

Foi portanto o manuscriplo ou escripta feila pela mão do ho-mem a primeira maneira deste transmiltir as suas sensações aos ou-tros homens; a imprensa foi creada muitos séculos depois pelos chinezes que primeiro se serviram delia, e mais tarde foi tambem in-venlada na Europa, em meiados do século XV, por João Gutenberg, fidalgo allemão e o primeiro typographo europeu, na cidade de May-ence em Allemanha, donde se irradiou por todas as partes do mundo. A imprensa veio então apresentar gravados por meio de lypos oalphabetoou reunião de lettras com que se formam as palavras que alé ahi eram só escriptas á penna ou ponteiro, e com a mão.

Foi assim que lendo se inventado a escripta inventou-se ao mesmo tempo a alphabeto que é o modo de representar as palavras que por seu turno representam as ideas.

O primeiro alphabeto que a humanidade possuio foi em ma-nuscriplo e mais tarde passou a ser impresso em lettras separadas, tambem chamadas lettras de forma.

O alphabeto, porém, nâo tem tido o mesmo feilio para todos os povos antigos e modernos, quer na escripta quer na imprensa, e ha diversos alphabetos: o sanskrilo, o grego, o hebraico, o gothico, os hieroglyphos (que são ao mesmo tempo signaes e palavras,), o chinez, etc.

(10)

aue roíSS^Í P°!S' ?e™,menlc ciando, a reunião de lettras

com a Ihurnfh.inl0 P°rlu?üez

é o mesmo alphabeto romano que

Ha S

ilB^ff l101'0 P"* os outros qae constituem

\nsién nos mono, !,?

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.M,«h'«'í». lendo lido em

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"^0n„fa"teS' h,a "nis, m* le«« i"lrodu2idaqno

nSuez^SS T

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!nglezGS chamam w Cdublíü) eque em

^ e ^0 isidera

I

l!.0,'IVa

'S "° lali'" ,Cm ° som da ««Vnte

^SS^^

consoante, e com ella se escrevem

diver-weSnKlílM'l,M

COm.n"ns' in"'»'luzidoS no

portu-Eí letfmdo!$fêLd'Mrseqae

° al|J"ab0!0 Portu8uM le^mes

II

t

Linçjoa

portugueza

Depois de soffrer a invasão dos alanos. dos suevos a nrimái

ramente dos celtas que se denominaram cel iberos fs o é celta d»

o cst/S"

e l'0rl"gal)'d0S godos e dos r™ oi den

mina-SSia i

Zí\0,,?,IS

lmP"rtl«"> foi,Dorque deixoudesi mais larga

tuindó uma nàrao t»T' T™

°U lali"a' Porlu«al [ui se

co™'-emtemno mntf M1 ,

°Va f°rma' eque Pro,ne^o tornar-se, não

mõhàXnne«n?T

™a ."^^P^^osa,e estabeleceudóse a

iMm J&a?

P "T° rC1 P°rtní"ez Affonso Henriques,

LSrtí^íi^^T^^^P^i^empre de grão em

começou

grão na estrada da civiNsaçaoe do pr^Z.^ » §

eIementoaar°ahVvÍ0 „d-°?

A'garVes aos mouros e UI'id° a Portugal, o

£ o de Portei • Pa!r„',C-UltU;a'

ép0ca esla de gra"Je desenvolvi:

I latim -áS^ÊkW^M^mm\mm formada do celta,

ou latimb baín s a61^Un^fl?0^ * lin«oa lali"a

priamento dita a SSiUS !''Tk Porlu«"eza Pro"

o correr dos smilMnra!ifg?*ipovencaleo hel>raico vieram com

utuner aos séculos prestar também seo conlinaenle

sou tóSivrt'

""^««narehando a conquista

dofuturo.che-América

commercial

e dominando na África, na Ásia e na

tal Doem

I, L

°J°S me'ados desse^uIo com o seu

immor-dandn \\ Í7nm

' -efo,rmar

e aPeríeiÇ<>ar a lingoa portuçueza

elle nessa tolíM

dWIí Copia de vocab»los ceados

por

DortnS m,? n q k

eI,aaté ah» níU) tinha, e tornando rica a lingua

portugueza que conhecemos desde o século a que nos referimos

(11)

\§2 A JiSCOLA

w^^i4**j^*^i^^gaMg!»^&^!i^g^!fifi^g»^i-^^!; 0»^0t^ljtnit!iattx,^»fj:jiat.ii. i->1!j_>iii:j-^(p_^t^-^;ip-^^-fc--itJ^ a% ..aax4a%^ta^é^já%é

Foi mesmo no século XVI qne se descobrio o vaslo território do

Brazil que hojo habilamos,e nelle so inlroduzio com os conquistadores

portuguezes a lingoa portugueza quo, com o passar do tempo,

mes-clou-se com a lingoa geral ou guaranv que ha quem supponha ser

lingoa anterior ao sanskrito e que lambem se chama abanhenge, e

tornou-se a lingoa nacional do Brazil, porem lendo uma doçura, uma

flexibilidade, uma compleição,c digamos mesmo uma Índole, ja

mas-cuia, já musical, como nenhuma outra tem, e que lhe da um aspecto

mui diverso do portuguez falado na líuropa; o só quem não tem

analysado já pelo ouvido, já pela litteratura comparada dc ambos os

paizes,é que pode dizer que não existe a differença que assignalamos.

Todavia a lingoa falada no Brazil não ó umdialecto da lingoa

portugueza, mas sim a lir.goa portugueza constituída sob um novo

aspecto, e um novo vocabulário que lhe deo o guaranycqueso

ma-nifcsta em toda a formosa e riquíssima litteratura brasileira

repre-sentada tão gloriosamente nn século XVI por Bento Teixeira Pinto e

outros escriptores, no século XVII por Mattos Guerra, Bocha Pila e

outros, no século XVIII por Santa Rilla Durão, S. Carlos, Basilio da

Gama, Caldas e mais coctaneos e no século XIX por José Bonifácio,

Araguaya, Mont'Alverne, Teixeira e Souza, Gonçalves Dias, Macedo,

Alvares de Azevedo, Varella,Alencar, Antônio Carlos,Casimiro dc Abreu,

Bernardo Guimarães, Paranapiacaba e mais contemporâneos que tanto

a abrilhantaram e tanto prestigio deram á rica lingoa de Camões e do

Ferreira.

Na época actual a lingoagem na suaorganisação intima e

parti-cular é julgada um organismo.

Como tudo que tem vitalidade,as lingoas nascem,

desenvolvem-se, tornam-se rachiticas, passam por um eslado de doença e morrem.

O estado actual de uma lingoa indica no passado os elementos

que preexistiram á sua formação, o quo explica e dá clara idéa a seo

respeito.

E é por isso, é pela analyse da historia da lingoa portugueza feita

philosophicamente, ecomparando-a já com a historia de outras

lin-goas suas congêneres, já estudando em particular as evoluções que

ella tem feito

"em

cada século, que podemos aífirmar o que ficou

dito a respeito da historia da lingoa portugueza que pode

classificar-se como da ordem das lingoas romanicas,islo é,lingoa que tem

princi-palmente seos primordiaes elementos no latim bárbaro que tambem

entrou na formação das lingoas franceza, hespanhola, italiana e

provençal.

III

Hygiene _Doi_o.es ti ca

Preferie habitar em casas que olhem para o nascente ; e situadas

em logar arborisado, e isento de pântanos visinhos. Se forem terreno

elevado, melhor; cuidae que a vossa morada seja alta do chão, tendo

o cuidado que as casas sejam munidas de mezzalinos e os tectos dos

(12)

*i\ HoL/vJLA 1Z%

xttjtj lru^J^v^l^•^^v^wvsAl<^*^v%»v^^»vvv^^

.. *w^iw^^^s^s»vS»S<S^M*V^*>*.^^»*)^>»V\*»%

É£^Í!^^

M» correnle do ar

h.>ÍSí?elefm'.nadl-

A sala do jantar, onde naturalmente a familia

tllm^Om*£?£ fr?n-^q°! de lad0e as Ía"ell*s "j™ bem

d8KX^2ÍI°5^

caixilhos destas, azues ou verdes, o que,

mo-dificando a acção da luz solar, torna-a mais inócua á vista.

arboris\1^

fnilí ?í 1P !

^

Sej?m arvorcs a,las e de folha sendadibavende

Dao e,ulldl n S"0^

"a Óp0ca Pr0Priali conronien emente

Dao egualmente preferencia a que o arvoredo vizinho da casa seia

i6!"

cn7P°Sl°

I6

arvoresal'a* • íe folha rendida como as fl a

-coTo rn^n-rv;

mpl°' ° Cy,nam0,,V0' 1"° alé P°de ser considerado

como um para-raio, segundo se a firma; as palmeiras dilas imnerho*

e outros arvoredos semelhantes, evitando as avó es , > o Tendo de

pouca altura (rondam compactamente interceptando assim o rea luz

o concentrando a humidade no terreno, Preferie porto dc casa as

roseiras de toda a qualidade, os jasmins, as larang iras limoeiros e

outras arvores, assim desterrando para longe das habitacõc os cactos

e outras plantas cujas emanações são dclectorcas

Nos quartos de dormir evitaea accumulação de moveis que

oceu-parn o espaço que deve ser tomado pelo ar; não consinlaesahi flores

nem perfumes activos. Se as paredes forem caiadas e o teclo melhor •

banie absolutamente os papeis verdes; as pinturas.nào sondo brancas'

devem ser azues. côr de rosa ou araarellas;

preferie os colchões

du-ros aos de pennas, os leitos de ferro aos de madeira Perfumae as

vossas casas de dia com alfazema, alecrim ou alcalrâo."

Para afugentar os mosquitos é bom queimar pólvora ou farinha

que é menos perigoso, e nâo dá logar a accidentes desgraçados.

Fa-zei lavar as habitações com água salgada, fazendo enxugar logo o

soalno perfeitamente. Nunca façaes as camas logo que vos ereoerdes-

deixae primeiro arejar as roupas e os colchões

pelo menos uma bôá

hora. Preferie as roupas de algodão ás de Iinho No inverno e no

verão usae a roupa, não segundo a moda, mas segundo o erão da

tem-peratura;os banhos devem ser tomados de preferencia pela manhan

p£tó. ST l™

'erdeS levantadoe ^pirado o *r matinal,

i \\Za

*

,os

fr,os a0S(?uentes; se uzardes destes,nunca seja ao

ar livre nem em temperatura mais elevada

que ada atmosphera.

Os

banhos de marsâo muito ateis ás pessoas débeis, nervosas e

anemi-cas; os de água doce tambem, mas se fòr em cachoeira melhor ou

pelo menos em água corrente. Nos banheiros fazei com que a acua

vos caia semnre do alto e nunca de lado, de forma a receberdes a sua

Sor™

cabeCa> e se puderdes tomar o banho em pé ainda

A alimentação que é a base primordial da saude deve ser sempre

sã.defacil digestão e combinada, de modo a se não vos abstiverdesde

carne, seja de que espécie fòr, preferir a fresca como mais nutriente

ervas, legumes e fruclas. O leite, os ovos, as batatas, o vinho modera'

damente, são muito uteis á nutrição. Deveis ser moderados tambem no

(13)

¦ v)*f ¦**» XL«kJV^ Vy 1 j, i\

'^^^to^M^^^a^^^a»toto%«^»to^^^^^^^%^<^^^^^^%^^^^%»^^to^^^^to^^*^¦

uso do café.do chá, do chocolate, proferindo o inatte como bebida do muita utilidade.

A aguardente, o azeite, o vinho,a cerveja, enlram como conlin-gentes na nutrição da creatura.mas tudo em doses medidas a nao pre-judicara economia physiologica, isto é, o estado natural dos corpos. Emfim fazei de mo< 0 (jue realizeis aquelle preceito do sábio-mente san, corpo sao.

Antes, porém que terminemos este capitulo, rccommendo-vos egualmente toda a cautela com as águas potáveis c seo vasilhame de deposito,visto como a água pude ser um conduetor de grandes males pbysicos; a água, assim como o ar, deve ser sempre um elemento impolluto c isento de cousas que lhe possam damniíicar a qualidade.

E pondo assim em pratica eslas considerações, estamos certos que estas cautelas vos ajudarão a ler saúde que éa alegaia do corpo, como a consciência tranquilla é o consolo da alma.

Coriliba,-1907. S. E. vos Saporski.

(Collaborador da Escola).

Meteorologia e Agricultura

A agricultura depende directamente do conhecimento dos phe-nomenos meteorológicos.

Ninguém, cremos, desconhece as vantagens que possam advir para a agricultura, com um estudo criterioso sobre as variações de temperatura e os mais freqüentes meteoros que se manifestam sobre

as differentes zonas do Estado.

«Quem negará a influencia para a agricultura da maior ou me-norhumidade do ar, das variações de temperatura, da quantidade de chuva annual, da força e direeção dos ventos, da evaporação e tantos outros diversos e complicados phenomenos, como sejam a desigual distribuição do calor na superfície da terra, devida a diversas causas dentre as quaes sobresae a influenciada atmosphera, que, quanto

mais densa, maior é a quantidade de calor por ella absorvjda ?»

Muitos trabalhos sobre o assumpto têm sido publicados , mas, muita cousa sobre elle ha por fazer, principalmente no Paraná, onde começa a Agricultura a ser desenvolvida com enthusiasmo.

Dignos de attenção de nossa parle conhecemos, entre outros, dois artigos publicados nos annuarios da Escola Polylechnica de S. Paulo, de 1903 a 1905, pelos drs. Francisco Ferreira Ramos e Carlos Nunes Rabello.

Certas noções de meteorologia, muito limitadas, adquiridas pela pratica, á custa muitas vezes dc duras experiências, são conhecidas dos nossos lavradores e utilisadas na cultura de grande numero de vegetaes, como a bananeira, o arroz, a canna de assucar, feijão, mi-lho, etc. etc; queremos dizer que todos conhecem, mais ou menos,

(14)

HA*ÀÁ^*>»)

A ESCOLA

J55_

as zonas do Estado onde, por exemplo, as temperaturas se mantém de

modo a perimtlirom a cultura deste ou d'aquelle vegetal, ele.

Ape-/*ar, porem, de possuírem naturalmente certos dados elimalologieos,

quando tratam de iniciar o plantio de um vegetal, como o trigo por

exemplo, procedem por tentativas alô conseguirem a sua cultura ou

nao, em uma zona qualquer.

,„r J?.l,°

moslr;Ví« infufíiciencia dos conhecimentos climatologicos dos

agricultores, difíicultando a aclimatação d > vegetal.

f_

Se' entretanto, as condições meteorológicas das zonas de plantio

ossem conhecidas procurariam a mais apta para esse fim. Quantos

prejuízos e decepções seriam enlào poupados.

Está claro que, com o desenvo vimento da agricultura que terá

inK n SP' í T

<JeZ am,0S' em visla dos importantes trabalhos

iniciados pelo actual governo, novos produetos estrangeiros terão de

ser introduzidos no nosso território ; se tiver o listado então, um

co-ÍÍT ™?

T"tl,IC0;

criteriosamente organisado. das

manifesta-.r,H Sff

d40S *se?s lerrenos- P°ucas difüculdades

encon-trará a Sociedade de Agricultura na sua aclimatação, depois de ter

envolvimento

par* * Z0M m "laiS S° preStar ao sco

des-nrnri.?,,na0C0nhe.CÍment0dcssas acçôes implicará na distribuição de

produetos aacclimaiar por zonas completamente imprópria? ao seo

desenvolvimento, podendo este facto acarretar sérios prejuízos

nrin-cipalmenteaos lavradores.

'

J

p

ne n?a

d.e ParecGr> á P^meira visla, que a installação de differentes

estações de observações, nas principaes e mais conhecidas zonas do

Estado, será dispendiosa : acreditamos,

porem, que tal nâo seja

I ara isso podemos aproveitar a idéa expandida em um artigo, a

TJJtZVfT^^V

luSlr0.dr- Car,os Nunes Rabello, d. lente da

que^ nos convier"

'

modiíicarid°-a entretanto n'aquillo

âaJla^JT

V6,Z'

,ped!nd0

,icença ao sco autor, transcrevemos

do artigo os seguintes trechos:

nnmi*a°/Sl-ad.0, QUe V]]zes™

enl™ nós, iniciar esse serviço com

eco-2IÍP

,anÇar

d0S, P1r1ofessores P^Iicos que bem podiam,

sem lhes tornar pesado o trabalho, se incumbir das observações me-

teorologicas em diversas localidades.»

*Mr™

mi,.oüaÍSadÍaí!le:

ftÍe nâ0fos^e Possivcí.como'actualmenle'nàô o perl

a P«tT^!C°nd,,Ç0^finanCCIrasde

muitos Estados> estabelecer todas

fnJS!

,no'ereoIo«,cas' ° <1«« *?H* grande dispendio em suas

ilÉS'

PÍVQ a° men0S faze,-°' como um ensaio, somente

nas cidades, sedes de municípios."

rp«nS!ÍtaSr ^lras

importantes ponderações judiciosas expendea

respeito o distiucto autor do citado artigo.

F

Devemos accrcscentar que para um estado qualquer só haveria

gastos sensíveis na; montagem de uma estação central na capital á

qual ficariam sujeitas as demais secundarias que seriam então

(15)

es-156 A ESCOLA

l%A^m^**>m*'+'*'*f^i>VSA0»

tabelccidasom escolas publicas das diversas zonas escolhidas para serem estudadas. Cada estação teria então um livro para os registros diários que roubariam aos professores muito pouco tempo dos seos afíazercs, porquanto os instrumentos regislradores usados em taes observações dispensam a presença constante do observador. No co-meço podiam ser installadas as estações secundarias com poucos ins-trumenlos; mesmo só com um thermometro do máxima e minima ; mais tarde mandaria o Estado distribuir um barometro por estação ; e assim de tempos a tempos um instrumento destinado á nova ordem de observações.

As estações secundarias ficariam sob a íiscalisaçâo immediata da central ou delia podiam ser incumbidos os inspectores escolares.

Quanto á organisação da estação central podia ser feita por fun-ccionarios públicos, do magistério ou nâo, entro os quaes nunca fal-tam os competentes.

O serviço de observações meteorológicas, entregue ao professo-rado, tem a nosso ver uma outra vantagem : obrigando o professor a praticar sobre aquillo que aprendeo em seo curso' normal, pois que o ensino da meteorologia é sempre ministrado nas aulas de phy_ica, faz com que o assumpto se lho torne familiar, podendo mesmo levar o professora se constituir um divulgador de uma parte importante do ensino agrícola. Assim, em suas palestras aos sabbados, por exemplo, com seos alumnos, poderá o professor lhes fazer sentir a influencia dos meteoros sobre os vegelaes e a necessidade que tem

portanto o lavrador de sugeilar os seos trabalhos ás regras da

meteorologia.

Lysimaco F. da Costa. Coriliba, .907.

Ensino Didactico

O alumno normalistasahe as mais das vezes de familiahumilde no seio da qual a educação que recebeo sob o ponto vista intelle-ctual, e não raramente moral, é apenas embryonaria.

Uma intelligencia naturalmente sublil causando suecessos nos primeiros estudos feio procurar uma carreira liberal e entre essas freqüentemente é esco hido o ensino, porque nelle o fim é alcançado sem prolongados sacrifícios de dinheiro e tempo.

ao sahir da escola Normal os professores se dividem em duas classes bem distinetas pela grande diversidade da missão que lhes compete. Quero falar dos educadores destinados ao ensino nas cida-des e os que são dirigidos para os povoados.

E' em relação a estes últimos, em relação a sua missão muito mais importante,poisque vae exercer-se em regiões onde serão, nâo direi a única porem a principal fonte de luz, em relação ainda a in-significante base educativa com que entraram na Escola Normal,que

(16)

A ESCOLA 157 Não pouco se tem dito do provcrbial pedanlismo que produzia outrora o ensino quasi unicamente theorico dado a esles filhos do povo e que os desviava completamente de sua missão, d'elles .fazen-uo poços de citações e sentenças, das quaes os pobresinhos nada on-endiam, vendo apenas estrellas ao meio dia pagando sua incomnre-nensáo a golpes de palmatória.

E' preciso visar especialmente os cursos que concernem antes á educação dos normalistas que a sua instrucçâo, ampliam suas vistas elevam seo espirito, ensinam-lhes a conhecer o mundo e lhes fazem comprehender que sua missão nâo é empanlurrar a infância de theo-nas, mas sim ensinar-lhe a vida, e n'ella oecupar um logar ulil e

honroso. *

Uitimamenteo «Diário» cm bellissimo artigo de fundo preconi-sava o ensino da hygieno nas escolas, collocando-o antes de outras

matérias, como base de educação.

Quanto esle artigo era sensato e justo ! Demos a nossos preceplo-res cursos de hygiene e lhes ensinemos lambem : moral, sociabilidade economia domestica e direito nacional. Explico-me : o joven

pro-fessor que vae reger uma escola em uma aldèa qualquer, afastada ahi

se vê quasi sempre o único arbitro em casos de accidente, de doenças

etc... O medico mora a léguas da aldôa, antes que tenham tempo dò

ir procural-o e trazcl-o, a morte pôde sobrevir. O mais logicamente do mundo todas asesperanças se voltampara o professorque guia e ensina as creancinhas, que soube grangear sympathias, em quem depositam

conliança eque ludo deve saber no modo de ver daqüella gente

simples.

E' uma providencia para elles.

D'ahi a indispensável utilidade de um curso de hyffiene e medi-ema pratica, dado na Escola Normal, como se faz em França

E preciso que haja em caso de desastre, de doença subitamen -te declarada, pessoa esclarecida queadministre,esperando a

cheea-da do medico, os primeiros cuicheea-dados e empeçaas imprudências

pro-vindas da ignorância ou da superstição, como por exemplo pendurar

um affogado pelos pés para fazel-o vomitar a água. Em França cria-ram sociedades que dão graluitamente cursos nocturnos de maneira a deixar cada um apto para salvar a vida ao seo semelhante quando a

occasião se apresente. 4

Os alumnos normalistas já preparados pelas licções de analo-mia recebidas desde a escola preparatória e desenvolvidas no

primei-roanno, aproveitam rapidamente desle ensino, dado sem formulas scientificas por um bom medico.

O preceplor deve conhecer o direito nacional. Nas mesmas cir-cumstancias que acabamos de citar para a medicina, isto é, longe das cidades quando surge uma duvida enlre os camponezes éellequem

deve poder servir de arbitro, explicar a cada um qual é o seo direito,

estabelecer o accôrdo e evitar assim processos ou dissenções que muitas vezes se resolvem em odio e terminam fatalmente. Temos tantos Doutores em direito que seria bem fácil abrir um concurso

(17)

A ESCOLA

para organisar um pequeno tratado de direito nacional para uso dos normalistas, referindo-se unicamente aos casos mais vulgares.

E' o curso de moral e psychologia que abre aos olhos do futuro educador os vastos horisontesda consciência, do dever sob os diver-sos pontos do vista dos grandes moralistas e o põe face a face com uma parto de si mesmo que lhe ficara alé então extranba : Sua

alma. *

Saber como proceder na meza.em suas relações com os superiores, os iguaes, os criados... isto faz erguer os hombros a muitos indiíío-rentes, e entretanto o moço ou moça sabidos de uma família modesta onde puderam aprender satisfactoriamenle as regras da civilidade, erguem-se pelo estudo a uma esphera superior onde estão expostos a cometter muitos desacertos se nao lhes dizem como se devem portar.

Isto acontece mesmo em famílias de elevada escala social. Cito um fado. Uma de minhas alumnas distinguio-se por sua correcção, sua gentileza. Um dia devendo falar a sua mãe entrei em sua casa. Ella ignorava a minha presença e qual não é a minha estupefacção ao ouvil-a, em uma sala visinha, tratar uma desuasirmans com termos e um tom de voz que eu jamais ler-lhe-ia suspeitado. Chamei-a : ella veio apressadamente com um bom sorriso que eu lhe conhecia. Quan-do soube a causa da questão, porguntei-lhe so fulana, uma sua amiga, tivesse com ella a mesma discussão, tel-a-ia tratado da mesma ma-neira ? Respondeo-me vivamente : oh ! nâo !-—E porque

perguntei-lhe?- Porque ella não é de casa.

Foi me preciso todo um sermão para fazel-a comprehender que a delicadeza que ella julgava dever a uma amiga que não lhe era nada nos laços de sangue.devia com maior somma de razão á sua irman, que lhe era tudo.

Ella comprehendeo e eo soube mais tarde que a minha licção de savoir-vivre fora proveitosa ; minha pequena amiga era encantado-ra «mesmo cornos de casa.»

Estas licções de civilidade passarão necessariamente, na pralica do professor aos alumnos e nossos costumes suavisar-se-hão.

Quem ensina & civilidade também pode ensinar a economia do-mestiça, a grande arte de pautar sua vida segundo seos rendimentos, de saber methodisar suas obrigações quotidianas. Arte que falta a tanta gente e que nunca é demais incutir praticamente nò espirito das cteanças, sobretudo das meninas.

Espero uma objecção. Cursos de hygiene, de direito nacional, moral, civilidade e economia domestica ? Onde encontrar tanto

tem-po? , Nãoé uma sobrecarga de matéria ? Não. Estas matérias se

dividem pelos tres annos, uma hora por semana cada uma, sendo ei-vilidade e economia domestica em uma só hora e sob a forma de uma humorística palestra.

(18)

x*. Xl*Ow\yJL#*x i cf n

'^^^^^^^^^^S^^-M-^N^i^yi^,!

fl educação da memória

vida o^Z^"SÒftaíl?Ía Para

a transmi«ao do ensino é sem

du-rv-hicnánm.?^

m°7 ""

,Cre<,nÇa' P«>.uantoe«. faculdade

psywftica euma copiosa fonte de recursos intellectuaes

os florir!!?^

carinhoe solicitude com que

can or ,

.'"T

Uma especierara de "o"-ue «¦•*_

oen-aS«.?tor« HÍ «f •'tdeVera

St;°bjeCl° de oncarccido empenho dos

agucultoies do espirito—os pedagogos.

da eÍ5a _S?« n?»'. 1™"°"*

""' C''e£lnÇaS ",ziam os Professores

da escola antiga, que a tornavam inútil e inconsciente meio de

ao-pretensão mechanica de palavras mortas, isto é - sem ã vida do

senbdo, nasceo em muitos pedagogos da «escola rege ne,.. d V um

piejuizo que cumpre ser extirpado : - a crença na inutilidade áa

retentiva para a adquisiçâo dos conhecimentos. muil,,dade da

De tantas e tão extraordinárias vantagens não só para o ensino

mas também paraa vida objectiva da creança e mesmo até para o

çonsegu.mento

da sua felicidade futura éo cultivo da memória que

lamentamos nao nol-o permittirem realizar as dèfeituom dK?

çoesdo Regulamento da nossa Instrucçao Publica

P

A edade mais tenra é a em que a memória mais bem se adapta

ao exercem das suas funeções e preenchimento dos seos fins

Ain-da em estado dc repouso e pois torvaAin-da pela conlusão tumultuaria

das ideas que salteiam os cérebros já affeitos ás luetas da

Sn-cia, possue a memória infantil excellentes

qualidades de uma

rrom-ta e fácil apprehensao e duradoura conservação dos conhecimento

Cheia da sua vivacidade máxima, é então a memória veSS.

mente espontânea, e isentadas preoecupações próprias das

edade-prove-tas,

apta, segundo a opinião de cVmpayVpara. receto as

impressões como uma chapa-photographica ou

para reflectir as

ima-gens como um espelho.

m

as ima

Os nossos precursores nas lides pedagógicas esses oue mm

i::ta7os r ™«m««^Lh^z^S-

semeando-ade ainda mais urzes e inçando-a de ainda mais torturas

e supphcios para o débil corpo e para o fraco espirito da. «2

os professores antigos, que fizeram da escola uma

penitenoS»:

bnae torva-jamais souberam aproveitar

para o estudo ê utiliza

para a vida.por meio de uma cultura fruetifera de bons resultados _

importante faculdade da memória dos seos alumnos.

Os exercidos mnemonicosque ordenavam aos alu mos eram

ex-clusivamente um meio da aprendizagem mechanica de lições descom

prehendidas, de decoração de phrases e trechos cujo sentido as crean

ças ignoravam completamente.

""uoasciean-Sem desejarmos dar a estas apoucadas linhas um demasiado

desenvolvimento, apenas nutríamos .o intuito de deixar dito

que ha

methodospara a educação da memória, e que esta educação

repou-sa sobre uma base nrme e estável.

v

F

(19)

16o A ESCOLA

Associar o mais intimamente possivel a memória á intelligen-cia, eis a base a que nos referimos. Um\ retentiva estreitamente presa á faculdade intellectiva, ou antes — uma memória tornada in« tellectual,—é pois o fundamento sobre que devemos edificar a sua cultura e desenvolvimento. Memória intelligente é, não um simples receptaculo de imagens ou idéas, mas uma faculdade que excita o raciocínio, a mais importante das operações do espirito. Referindo-se ao enriquecimento das faculdades perceptivas, é pois a cultura da

memória apenas um meio de educação intellectual.

A retentiva, assim como a imaginação não é mais do que ancil-Ia da intelligencia, em proveito da qual se devem cultivar diversas outras faculdades psychicas.

Para decorarmos uma composição litteraria, por exemplo, de-veramos lel-a inteira, attenta e repetidamente, procurando basear o

esforço mnemnonicoem os trechos que por suasbellezas ou mesmo por seos defeitos mais nos impressionarem, pois as impressões de-vem ser o ponto de partida do exercicio de tão útil e importante fa-culdade, que participa egualmente da alma e do corpo, pois que é, segundo o illustre phrenologista Dr. Gall,a mais physica das nossas faculdades intellectuaes e a mais intellectual das nossas faculdades physicas.

A educação deste importantíssimo orgam psychico, quando rea-lizada conforme os dictames da sciencia pedagógica, é ainda de uma grande utilidade para o futuro das creanças.

Nos exercícios mnemonicos feitos por estas, não raro se mani-festa o natural pendor que ellas teem para seguir a carreira ou pro-fissão que mais se coadunar com as suas aptidões e Índole. Geral-mente os alumnos revelam mais disposição e conseguem melhores resultados nos exercícios decorativos das composições que se relacio-nam com o ramo de conhecimentos ou carreira litteraria para que têm vocação.

Um bom pedagogo — pae ou mestre — não deve desprezar esse interessante phenomeno psychico, mas aproveital-o para basear

so-bre elle a escolha da profissão que deve ser o meio de subsistência dos cidadãos futuros que sob sua direcção educativa se acham.

E' de importância transcendente a cultura da faculdade mne-monica,e deve merecer aos pedagogos a mais decidida solicitude e attenção. Uma memória bem enriquecida e adornada representa uma «bibliotheca portátil», e presta serviços immensosao seodi-toso possuidor.

O illustre litterato francez Ernest Legouvé, que publicou um trabalho interessantíssimo acerca do cultivo desta faculdade mental, escreveo estas não menos interessantes palavras :

«Um repertório de trechos bem sabidos fôrma uma antholcgia tanto mais preciosa quanto éobra nossa. E' nós, nosso gosto,nos-sapredilecção, que tem colhido de todos os lados a flor dos melho-resescriptos para fazer delles uma ceifa e a encelleirar em nosso cérebro. Formaepara vós um thesouro simelhante, e vos

(20)

acompanha-A ESCOLacompanha-A

161

*'<%^*^^^WV»V»i»»VMMS»MW>

lapor toda a parte e vos servira em tudo. Falo

por experiência.

vem D^laCC°m!í,eUÍd0Jde

insomnia? Recit° versos, e o somno

verso, .„ ,T1Tndemn?d0

a «'g"™ expectação tediosa ? Recito

5d1 ifRecitoyersoS8a

tido no leito por alguma indisposição

viagem se abrevia. De inverno sou it

que meprohibe de ler ?

Reci-to versos e esaueco n m*n moi

' "eu

to versos e esqueço o meo mal.

tP h/,?™™138

V6ZeS nã° SUCCede'no cimo de uma montanha,

dean-esdeeSn^lT

«la(ndiosa.dupliear-separa mim o prazer desse

v£au

nq

° reClt° em voz a,ta versos de Lamailine ou de

Victoi Hugo 1 Parece que ponho em musica um bello

poema 1

f Lembra-me que, ha cincoenta annos, viajando na Suissa com

ZtZSZrSTn'f'

rUÍp0'' e"e "Pintado a uma re peitava

família de Genebra. A perspectiva de um sarao de tres ou quatro

ho-dr,PanSnSnínTSaHaUStell;CaSja'Pa,'0CÍaUm ^° «Ula «~ vinte .

dasdorTrtJ^

0"",0S 'eVad0 oseSuime"to da conversação a falar

tosoor André ri°;

°

V*""!

eXemP,oos deliciosos versos

compôs-tospoi AndteChenier durante sua permanência cm Londres

Per-guntavam-me se os sabia. Respondi affirmativamente,e aceedi ao

pe-dido que me foi feito, recitando-os

P

#

Sans parents, sansamis, e sans concitoyens,

Oublié sur la terre.et loin de tous les miens

Par les vagues jeté sur cette ile farouche,

Le doux non de la France est souvent dans ma bouche

Aupres d'un foyer noir, seul, je me plains du sort •

Je compte les moments, je souhaite la mort;

Et pas un seul ami dont la voix m'encourage,

Qui près de moi s'asseye, et voyant mon visage

Se baigner de mes pleurs et tombei* sur mon sein

Medise : Qu'as tu donc ?et me prennela main.

'

«São realmente delicados estes dez versos ! Porém são rpenas

dez versos. Pois bem, quando pronunciei a ultima

palavra a frieza

clTJff^!

SH!Stl *m

AS, Phronomias esta™' transformadas 1 os ora!

^s-

Pediram-me que recitasse outras poesias.

An-nui de boa vontade, ebem logo se encheo o salão de hospedes não

convidados e todavia melhor recebidos

que todos os outros La

Fon-tatne, Beranger, Victor Hugo ; e o sarao terminou aos accentos de

odas essas vozes divinas, e quando nos separámos, á meia-noite

toda a família nos disse: até amanhan / Entrei naquella reunião

como um estranho e retirei-me como um amigo. A

que devo isso ?

A memória e a recitação».

*

de oiu*oeSta

aneCd0ta> grad0Sa e belIissima, que seja a minha chave

Lourenço de Sousa.

(21)

IÕ2 /V ÜoCvJLA

Curiosidades filológieas

Fandango e tripudio

Em excellênte roda de médicos, advogados, professores, etc, a l.o do corrente mês (escrevo em abril.), no Clube Coritibano, contou advogado nosso amigo o se-guinte, que origina este artigo :

«Estávamos cm um sítio em Antonína e, querendo assitír a um fandango caímos com uns 30$000 réis, para dansárem os nossos caipiras a modinha-o FANDANGO. Animada corria adansa... Um mulatinho muitopernóstico, i é, um creoulo de mar-ca, interrompe-nos dizendo-nos: —«que pagamos para haver fandango—, mas aquillo que por ahi ia não era fandango, porem—tripudio*.

«Riram-se todos a bandeiras despregadas, com a pilhéria...

Fiquei enredado com a reflexão dotal mulatinho. Em meu regresso á Coritiba,— diz o advogado,—lembrei-me do—^Tripudio,»—abri um dicionário e esatamente : — tri-pudio, dança com bater de pés. Donde virá essa palavra ? Púz-me tambem eu, por minha vcz,a indagar do caso. Não será do grègotripodc (de *r/-trêz-/>órfos-pés—tripo-de r Consultemos os dicionários.

«Tri pódc, í., tripeça, em que a pythonisa pronunciava os seus oráculos ; antigo vaso de trez pés ; (poét.)—tripeça ; adj. trúpodo (C. p. tripodo.)

«Tripoda, o mesmo que tripode. Tripodo, ad}., que têm trez pés. Gr. tripous,tri podos,—de tri pous, podos.)

«Tripéo\x tripeça,.. . — Tripudio, m.,acto ou effeito de tripudiar ; (fig.)—liber-tinágem. (Lat. — Tripúdium.) Tripudiar, v. tr., saltar ou dançar, batendo com os pés; (fig.) folgar desinvoltamente ; viver no crime ou no vicio. (Lat.— tripudiare, dec. tri-púdium.)

«Fandango, — s. m«, dança popular e mais ou menos licenciósa, em Hespanha,Por-tugal e Brasil; música que acompanha essa dansa ; adj.—ridículo, ordinário.» — — «Tropa fandanga.» «A procissão éra muito desordenada, muito fandanga,» ("Dr. Cândido de Figueiredo, em seu excellênte— Novo Dicçionario da Língua

Por-tuguêsa.)

«Tripudier, v. n., Ire. conjug. ('du latin-tripudiare). Se disait pour Danser. —Des dindes truffèes !...

—Astres benins, dont 1'apparition fait scintiller, radier et tnpudier les gourmands de toutesles catégories.» fBrill. Sav.jfApud Bescherelle Ainé—dictionnaire National.» «Tripot-(d\i l&tin-tripudium,—trépignement, sautj, mot qui signifiait originai-rement un jeu de paime, et qui ne designe plus qu'une maison de clandestine, un lieu de mauvaise compagnie.» fTh. Bachelet,—Dictionnaire General des Lettres, etcj

«Fandango—danse espagnole, à trois temps, en mode mineur, d'un mouvement à la fois anime et voluptueux, et sans finale marquée, ce qui permet de la recommencer autant de fois qu'on veut. Le fandango s'execute à deux au son de la guitarre ; les danseurs en marquent le mouvement avec des Castagnettes et en frappant du talon.

On danse aussi le fandango en forme de contredanse, à 8 personnes partagées en 4 couples. V.—Segnídilla.»

«Séguidilla,- forma de verso particular á poesia espanhola... ; ária de canto e dansa a 3 tempos e de um movimento rápido. E' menos estensa que o boleVo e o fandango, de que têm o caráter. O ritorneílo faz-se ouvir no começo e até no meio de cada cópia.»(Idem ibidem.j

Em latim. Temos Quicherat—(Dictionnaire Latin Français).: «Tripudium, ii, n. (Contração dQ-terripudiutn.) Livio, Cícero— Agouro, etc—Hier.—Transportes de alegria. » —Tripudiare,—v. intr. Far festa ed allegrezza, giubilare : oggi tripudia,do-mani piangerá. «Tripudio,—s. m. Bailo spa-Fandango-tripúdio.

«Tripudio,—s. rn. Bailo spagnolo, assai antico edi movenze vive. («B. Melzi— Nuovo Vocabulário Universale.)

Em inglês também : *Tripudiary, a, Pertrainig to dancing. Tripudiation, s. Aetof dancing.» (NuttaU's -Standard —Pronuncing Dictionary.) «Fandango, s.(Span). A lively dance. (Ibidem.)

— «.Tripudio, s. m.—dança sapateada. Tripudium, ií, Liv. (Apud. Dic.Portug. Latino—, por Pedro J. da Fonseca.)

(22)

A ESCOLA

*6*

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Recorramos d gente de casa para nos explicar melhor o que é mdángo.

norâmTrr.íni5! í' - : baÍ'C USad° anl,8an>ente quasi em todo o Rio Grande, eSaíal i PT°' n,° Camp° uniC!,mcnte- e que consiste em danças sapateadas,

1 ÍI min" nd'?mcn,CCüm ca,1<?ôcs P°Pl,larcs q«e se recitam ao som da viola. marrU^ anS^n n'R Va™S eSp«CÍe' desles b:,iIes' como fossem : oanú, a chi* Za «ii™ * °fgara' ° Pé«a-fogo, a recortada, a retorcida, a serrena. o mafe ie a ffi£I3£ ° Mh TU-bem' ° balaiü'clc" EmPreSada N« cm sc"«d° míSof^f^Z£rVeí>ara ***"¥«** e qualquer sorte de bailes ou diverti.

-Ho! „- ? «anônimo de tumulto, desordem, conflicto. etc. ;

mosTJ, 2S£T£ ? "° • Çll°' Váehaver gr0!iS0 /«'""»»««. Nal.a accepçãô vÔ-mos no Gancho Forte , poesia popular; o segminte :

<Láno fandango, de botas e esporas,

Dança a tyranna, o folgazão balaio, '

E ainda mesmo que me dc*m pechadas Saio rolando, mas quai — nao caio!»

Ie* ™lÍ7!l'Z~dÍníTS':dTarCm fandanS°s ou em qualquer espécie de bai-umado ou LtT ^T,™' *"$'*?* °U f°1ÍaS- *™««»S»™^, adj.: oquo é acos* tumado ou gosta de fandango : Você não perde baile ; é um fandanglircKde força.

«Menina, case commigo

Que bom marido lhe váe

Fandangueiro e jogador,

Tomador cada vez mais !

RÓmag:^ -1'ustrado Dr. J. Nóte-seque não parece bôa a etimologia queda BescherelIe-/W/.M^,,,*-de-/t.m-ZrL r^T Prcferivela"^^^. «rego, com 3 pés ou passos ; ou

-tum-(úz—tero, tritum, téreie-moèr, pisar, calcar }) ¦;'::" '

Temos ainda o — Batúqne.

No Ar. Z>ícc. da Língua Portugueza, do Dr. Cândido de Figueiredo -.-«Batucar v. i. -dansar o batuque ; martellar, dar pancadas repetidas. fl&Éwifci. ' telhr düZ^l Tr,eSpeí]Sd entre °S "êgr0S de AnSÓIa i act0 de batúíar, de mar-teuar, ae lazer bulha. (Do rad. de bater >>

literatoébrasrêiroPtÔr,/ranC-«Z ?"* ^ ^ ^^ CSSa dansa' resP™d™ "°tavel «Sí.brafalleir°-<<SermUlt0francesaaleetim«lógicamente : - Bats - tu qui es en Antes de concluirmos, citemos uma passagem interessante, de Francisco Evaristo Uon, notável e conhecido filólogo. Convidado pelo 1.o vernaculista portuguez- An° tomo P. de ( as ,lho, para colaborar com quasi 200 dos melhores escriptores

portu^ué-LeonTsorr TT *<*-***"»> de,°-dl0> traduzidos por A. C.4ilho,'es e^u

eThi trlndo d Íh S,,"~' m* n0ta4V' á pag> 582' t0mo 2° dos~0s ^s-, eani tf atando das dansas com que os Saltos, sacerdotes de Marte Graduz lhes presta vam culto escreveu :,Todos os annos, no mez de março, eram áquelles escudos ou sfon ;mentPe°i:qUedda,fórnia1 Chanfrada «** tÍnham lhes éía dadü eV nome proces

umalúnad^r °S PCl0S dreSalÍÜS' famines de Marte; <* quaes, vestdos em

bel clacet,! 1P1 r6Tfda' CÍngÍnd° Iarg0S balteosde broníe. e postos na ca-WoúdlS VIÊ f m° meta1' cam!"havam Pe!a cidade, cantando hymnos, e formando Sil!Sè%QWs $som ,dos escudos que Percutiam com a P«™ha d* sTL«^/Eant7^S. Pq" aVam' SegUnd° F1UtarCh°' P^vinha chamarem-terneos5mmaLr£í « l -lassaremos agora a referir uma antigualha que de

íffirZr. n .Tr10 e0 nossa terra tam fértil e recheiada de

remi-fflflSl que tem toda a verosimilhança de ser um vestígio, ou uma repre-seniaçdo do prestito ou tripudio dos Salios. F

«Nem é para admirar que d'entre as muitas praticas e usanças que da rel.ViSn agma foram trasladadas e tiveram cabimento em nosso culto? passasse?ma?s Su

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