`
/
UNIVERSIDADE
FEDERAL DE
SANTA
CATARINA
cuRso
DE
c-:¬RAouAçÃo
Em
c|ÊNc|As
EcoNôM|cAs
A
evolução
do
cultivo
protegido
em
Santa
Catarina
e
estudo
de
viabilidade
econômica
para
o
cultivo
protegido
hidropônico.
ÂMonografia submetida ao Departamento de
CiênciasEconômicas para obtenção de carga
horária na disciplina
CNM
5420 - Monografia., z ›
Por: Gilberto M. Seemann
Orientador: Prof. Francisco GeIinski~lNeto
Área de Pesquisa: Economia Agrícola
Palavras-Chaves: 1. Cultivo Protegido
2. Hidroponia
3. Meio-ambiente
Florianópolis, '
‹
UNIVERSIDADE
FEDERAL DE SANTA
CATARINA
CURSO
DE
GRADUAÇÃO
EM
CIÊNCIAS
ECONÔMICAS
A
Banca
Examinadora resolveu atribuir a notanãz./Q ... ..ao alunoGILBERTO
MARÇAL
SEEMANN
na disciplinaCNM
5420
-
Monografia, pela apresentação deste trabalho.Banca
Examinadora:... ..
Pro Presidente Francisco Gelinski
Neto
'
Prof.
Membro
Ermes Tadeu
Zapelini...
/Prof.
Membro
Marcelo
Maraschin
AGRADECIMENTOS
Sinceros agradecimentos deverão ser dirigidos a todas as pessoas que, direta ou indiretamente, auxiliaram para a concretização desta monografia.
Em
especial: _
Ao
professor Francisco GelinskiNeto
pelo apoio e orientação dispensados durante o periodode
realização deste estudo.Aos
engenheirosagrônomos
Gilberto Tacinari eJosé Ângelo
Rebelo,da
EPAGRI,
pela pronta atenção no repassede
informaçõese dados de
indispensávelvalor para a elaboração desta monografia.
Ao
colegaWilson
SilvaSouza
pela colaboração prestada na realização finaldeste estudo. r
'
Aos
meus
pais, Marçal e Velzaque
nosmomentos
mais difíceisme
apoiaramederam
incentivo a minha formação acadêmica.Aos meus
irmãos, Giovane, Marceloe
a minha irmã Mirela pelo apoiorecebido durante estes 'últimos meses,
em
decorrênciado
acidente sofrido.A
Taciana, minha noiva,que
nosmomentos
mais dificeisme
incentivou aseguir
em
frente. -Aos
professores e colegasdo
cursode economia da UFSC,
pela ajuda eincentivos
dados
no decorrerdo
curso.Aos
amigos.“O
esforço
de
cada
um
canaliza
uma
força
cósmica
enorme
na
solução
dos
seus problemas.
Portanto
todo
-esforçosoma.”
RESUMO
O
objetivodo
presente trabalho é analisar o desenvolvimentodo
cultivoprotegidoëe
da
hidroponiaem
Santa Catarina,bem
_como os benefíciosque
estastécnicas
podem
trazerao
padrãode
vida dospequenos
agricultores, principalmente na regiãoda Grande
Florianópolis.Como
este setor é carentede
informaçõesem
geral,é
fundamental, no aspecto econômico, realizaruma
análisede
viabilidade econômica, oferecendo-se parâmetrosde
benefícios e custos, paracomparação
entre estas técnicas e as tradicionais. Neste trabalho, procura-se demonstrar
uma
visão
de
agricultura mais ecológica,sem
depredaçãodo
meio ambiente, casoespecífico
do
cultivo protegido eda
hidroponia. Para tanto,é
apresentado o projeto detalhadode
uma
unidade produtiva hidropônica para cultivode
alface.A
análise econômica desse projeto revela sua viabilidade,com
retorno bastante rápidodo
capital aplicado.
O
su|v|ÁR|o
LISTA
DE
FIGURAS
... ._ ivLISTA
DE
QUADROS
... ..LISTA
DE TABELAS
... _. v||LISTA
DE
ANEXOS
... ..vicAPíTu|_o
1-
o PRQBLEMA
... ._ 1.1|NTRoDuÇÃo
... .. 1.2SITUAÇÃO
PROBLEMA
... _.4
1.3OBJETIVOS
... _.8 1.3.1 Objetivos gerais ... ..8 1.3.2 Objetivos específicos ... ._9 1.4 METODOLOGIA...« ... .. 10CAPÍTULO
2-
ECODESENVOLVIMENTO, DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL
E
AGRICULTURA
... .. 112.1
ECODESENVOLVIMENTO
... _. 132.2
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
... 192.3
AGRICULTURA
... ..20
2.3.1
A
evoluçãoda
agricultura ... ._ 212.3.3 Agroecossistema insustentável e agricultura sustentável ... _.
24
r ~ 1
-
CAPITULO
3-
SISTEMAS
DE
PRODUÇAO
AGRICOLA
... ..26
3.1
SISTEMAS
DE
PRODUÇÃO
DE
HORTALIÇAS
... ..28` ¬
3.2
A
PRODUÇÃO
E
CONSUMO
DE HORTALIÇAS
NO
BRASIL. ... ..283.2.1 Produção nacional
de
hortaliças ... _.28
3.2.2
Consumb
nacionalde
hortaliças ... ..29 3.3PRODUÇÃO
E
CONSUMO
DE HORTALIÇAS
EM
SANTA
CATARINA
... ._ 303.3.1 Produção estadual
de
hortaliças ... _. 303.3.2
Consumo
de
hortaliças no Estado ... ._ 32CAPÍTULO
4
--PLASTICULTURA
COMO
NOVO RAMO
DA
AGRICULTURA
VBRASILEIRA
.....35
4.1
PRIMEIRAS
UTILIZAÇÕES
DO
PLÁSTICO
NA
AGRICULTURA
... ..374.2
O
PLÁSTICO
NA
CONSTRUÇÃO
DE ABRIGOS PARA
A
AGRICULTURA
BRASILEIRA
... .__ ... _. 394.3
O
CULTIVO
PROTEGIDO
EM
SANTA
CATARINA
... ..41CAPÍTULO
5-
O
CULTIVO HIDROPÔNICO,
UMA
ATIVIDADE
PROTEGIDA
... ..46CAPÍTULO
6-
PROJETO
DE
VIABILIDADE
-ECONÔMICA
PARA
IMPLÃNTAÇÃO
1
DE
UMA
UNIDADE DE
CULTIVO
HIDROPÔNICO
NO
SISTEMA NFT
... ..506.1 Estudo
de mercado
... ._"546.1.1 ldentificação
do
produto ... ._ 546.1.2 Área
do mercado
... _. 546.1.4 Esforço
de vendas
... _.6.2 Engenharia ... ... _.
6.2.1 Capacidade produtiva I Descriçãodo processo
de
produção6.2.2 Caracterizaçãodo produto ... __
6.2.3 Definição dos coeficientes técnicos ... ._
6.2.4 Necessidade anual
de
máteria-prima e matéria secundária.. 6.2.5 Necessidadesde
mão-de-obra ... ._6.2.6 Especificaçâo técnica dos equipamentos e utensílios ... _.
6.2.7 Disposição das instalações
e
equipamentos ... __6.3 Investimentos ... ... ._
6.3.1 Imobilização fixa ... ._
6.3.2 Custos e receitas ... ._
6_3.2_1Receita ... _.` ... _. 71
6.3.2.2 Custos ________________________________________________________________________________ _.
6.4 Indicadores
de
viabilidade econômica ... ._6.4.1 Viabilidade econômica
do
projeto ... ._cAPíTu|.o
1-
coNcLusöEs
____________________________________________________ ._LISTA
DE
FIGURAS
Figura 34.1
-
Preferência dos consumidores na aquisiçãode
produtos hortifrutigranjeiros,
em
Florianópolis- Ano
1996Figura 3.2
-
Percepção dos entrevistadoscom
relação aosbenefícios proporcionados pelos produtos alternativos .... ._
Figura 4.1
-
Visualizaçãoda construção de túneis altos ... .. Figura 6.1-
Visão geralde
um
sistemade
cultivo hidropônico (NFT) Figura 6.2-
Bancada
de crescimentoem
construção ... ..Figura 6.3
-
Bancada de
crescimentocom
produção ... _.Figura 6.4
-
Leito oubancada
hidropônica ... ..Quadro
2.1-
Quadro
3.1-
Quadro
3.2-
Quadro
4.1-
Quadro
4.2-
Quadro
6.1-
Quadro
6.2-
Quadro
6.3-
Quadro
6.4-
Quadro
6.5-
Quadro
6.6-
Quadro
6.7-
LISTA
QE
QUADROS
Componentes
e objetivo dos pilaresdo
ecodesenvolvimentoRelação
de
fatores entre grandes culturas e culturas dehortaliças/especializadas ... _.
Valor
da
produçãoem
US$
1.000,00 por produtosselecionados para o
ano de
1989 ... _.Relação
consumo
tonelada/anode
plásticos na agricultura ... _.Número
de
abrigos plásticos existentes no iníciodo
projeto
São
Tomé,
noano de
1985 ... _. ... _.Planejamento para a_ produção
de 300
pésde
alface por diaFormulação para alface,
em
ppm
... _. ... ._Os
macronutrientes ... _.Os
micronutrientes ... ... ... ... ..Fórmula completa para solução nutritiva utilizada na plantação hidropônica
de
alface ... ..Necessidade anual
de
matéria-prima e secundária pelométodo
de
reposiçãoapenas de
água-perdida, considerando-se a formulaçãode
três soluções nutritivas pormês
... ... _.Quadro
6.8-
Mão-de-obra indireta ... ..68
Quadro
6.9-
Instalações, equipamentos e utensílios ... ._69
Quadro
6.10 -V Produção mensallanuai e faturamento da capacidade instalada 71Quadro
6.11-
Despesas
anuaiscom
mão-de-obra indireta ... ..- ... ._ 73Quadro
6.12-Taxas de
depreciação, conforme publicações da Secretaria daReceita Federal ... .. 74
LISTA
DE TABELAS
Tabela 3.1
-
Estabelecimentos agrícolas recenseados, Santa Catarina, 1985 Tabela 4.1- Número
de
estabelecimentoscom
cultivo protegidoem
Santa Catarina noano de
1998 ... ... ... ..Tabe
a 6.1-
Máquinas e equipamentos (imobilizações fixas) ... ..Tabe
a 6.2- Resumo
das imobilizações fixas e financeiras ... ._Tabe
Tabe
Tabe
Tabe
Tabe
Tabe
a 6.3
-
Despesas
anuaiscom
depreciação ... ..=a 6.4
-
Custosde manutenção
anual ... ._a 6.5
-Despesas
anuaiscom
mão-de-obra diretaa 6.6
-
Custo anualcom
matéria-primae
secundária a 6.7-
Custos globaisda
capacidade instalada ... ..I
\
LISTA
DE
ANEXOS
ANEXO
I-
LAY-OUT
de
um
sistemade
produção hidopônicocom
capacidade paraa produção
de 600
pésde
alface por dia.ANEXO
ii-
Tabela PIA _cAPiTu|.o
1PROBLEMA
1.1
INTRODUÇÃO
É
no campo, atravésda
agricultura,que
há milharesde
anos ohomem
produz alimentos para seuconsumo
e sobrevivência.No
entanto, nos últimostempos, o
homem
passou a comercializarcom
maior intensidade sua produção agrícola, no intuitode
melhorar sua qualidadede
vida através da obtençãode
uma
renda mais digna.
No
Brasil, a agriculturasempre
foide
primordial importância nodesenvolvimento econômico. Atualmente
80%
da produção agrícola nacional é oriundado
modelo_,de agricultura familiar,sendo que
em
Santa Catarina existem cercade
120 mil propriedades neste modelode
produção (Machado, 1997124).Segundo
dados do
IBGE
-
Instituto Brasileirode Geografia e
Estatistica,baseados
nosnúmeros do
censo realizado entre agostode
1995 e 1996, a estruturafundiária
do
Estadopouco
se alterou nos últimos25
anos: Mais de90%
das
propriedades rurais e
40
%
da
área total estão inseridas na categoriade
propriedades familiares.
1
Devido a estas e outras características, a agricultura catarinense
tem
apresentadoum
quadrode
relativa evolução quanto à produçãoem
pequenas
unidades. Contudo, devido à utilização
de
tecnologianem
sempre
considerada mais apropriada,vem
sofrendo as conseqüências sócio-ambientais provocadasao
longodo
tempo. -Um
exemplo claro disto são os problemas ocasionados pelamá
utilizaçãode
certas tecnologias,
como
acontece na aplicação excessivade
agrotóxicos. Estaprática, acarreta a intoxicação
de
homens, animais, plantas, rios e solos,ocasionando muitas vezes seqüelas
de
difícil reversão,como
a precoce perdade
fertilidade dos solos.
Outro problema verificado no meio rural, mediante as dificuldades
enfrentadas,
é
o êxodo. Cercade
10%
dos agricultoresque exercem
a agricultura familiarabandonam
suas atividades na ânsiade
encontrarem nos meios urbanos maiores facilidades. Issovem
acarretando inchaço das grandes cidades (ibidem, p.24).` `
Considerando-se estas e outras dificuldades, faz-se necessário o apoio
governamental na intensificação e divulgação
de
técnicasmenos
agressivasao
meio ambiente e mais rentáveisao pequeno
agricultor.A
importânciade
instituiçõesque
auxiliem no repassede
tecnologiase
profissionalização dos agricultores é primordial parauma
melhor qualidadede
vidano
campo
e nas cidades, promovendo-se assimum
crescimento equilibradodo
Estado.
'
M
Foi
pensando
nisso que,em
de
Santa Catarina, foi criada aEPAGRI
-
Empresa de
Pesquisa Agropecuária e Extensão Ruralde
Santa Catarina, instituiçãogovernamental responsável pela especialização e divulgação
de
tecnologiasna
agricultura. V'
Entre as tecnologias estudadas e divulgadas pela
EPAGRI,
uma
que
seencontra
em
destaque é a aplicaçãode
filmes plásticos no desenvolvimentode
hortaliças, mediante a técnicade
cultivo protegido.Segundo
Rebelo (no prelo),“o cultivo protegido é a arte
de
produzir, defendendo o cultivode
pragas,
doenças
efenômenos
climáticos adversosdesde
àsemeadura
até a colheita,onde
o plástico (polietileno) participacomo
um' dos principais insumos [...].As
estruturasque
protegem as plantas
podem
ter funçãode
estufaou
guarda-chuva."A
pesquisa sobre a produçãode
hortaliçasem
cultivo protegido iniciou-seem
1989 evem
sofrendo*üm incrementode
área enúmero de
produtores envolvidos a cada ano,em
funçãodo
aperfeiçoamento das técnicas, dos cursosprofissionalizantes oferecidos pela
EPAGRI
edo
desejo dos produtoresde
viabilizarem suaspequenas
propriedadescom
atividadesde
alta densidadeeconômica. Todavia, para
que
se viabilizemeconomicamente
aspequenas
propriedadesde
forma mais intensae
segura, é interessante, alémdo
aperfeiçoamento e profissionalização dos técnicos e produtores, a agregaçãode
diversas técnicas para aidiversificação na produção.Especificamente no caso
do
cultivo protegidode
olerícolas,uma
técnicaque
pode
maximizar a utilização dos recursos, assegurandouma
produção intensivae
segura,«é a hidroponia. Ainda recente no Pais, a hidroponia permite cultivar plantas
sem
te'rra, nutrindo-ascom uma
soluçãoque contém água
e sais minerais.A
introduçãode
técnicas,como
ade
cultivo protegido e a hidroponia, aplicadasde
forma gradativa ebem
orientada por técnicos especializados,possibilita melhores produções, obtendo-se assim maiores lucros,
com
menores
riscos, além
de
se reduzirem as agressõesao
ecossistema.Essas novas tecnologias permitem sobreviver
de
modo
mais saudável,em
contato
com
a natureza, e contribuem para a preservaçãodo
meio ambiente.É
neste contextoque
o presente trabalho pretende motivar os agricultores a refletiremsobre essas novas técnicas
e
o papelque
estasdesempenham
junto à sociedade eao
meio ambiente. `1 .2
SITUAÇÃO
PROBLEMA
Sabe-se
que
édo
campo, atravésda
atividade agrícola,que
ohomem
retiraparte
de
seu sustento, mediante a produçãodo
alimento.No
entanto, muitas vezes não é percebidoque
os recursos naturais disponíveis nocampo
são esgotáveis,quer por extração das plantas, por erosão ou por incorreta
e
excessiva utilização.A
agricultura tradicionalmente era vistacomo
fornecedorade
matérias-primas. \¬'r ~ ~
| _
(a imento, fibras
e
energia)e mao-de
obra para o meio urbano. Este tipode
visaotem
determinadoum
modelo de
desenvolvimento para a agriculturaque
está se esgotando.O
desenvolvimento,em
suas bases atuais,vem
proporcionando alteraçõessócio-ambientais
de
grande impacto na destruiçãoda
natureza.A
extração irracionalde
matéria-prima para a indústria, o desgaste dos ecossistemas devido à necessidadede
maior ofertade
alimentos são exemplos claros disto. Por sua vez, adeterioração
da
natureza, especialmente dos solos, aliada à mecanização maciçada
agricultítšbe à faltade
incentivos para ohomem
permanecer
no meio rural,têm
provocado
um
inexorávelêxodo
das populações rurais,que
vão engrossar asfileiras dos miseráveis nos grandes centros urbanos.
Devido
ao
acelerado crescimento populacional,uma
das maiores preocupaçõesdo
serhumano
foie
continuasendo
aumentar a produçãode
alimentos, através
da
modernizaçãoda
agricultura, utilizando-sede
insumos químico-mecânico-genéticos (QMG). Entretanto, a utilização irracional destes, a longo prazo,tem desencadeado
sérios problemas no equilíbriodo
meio ambiente,resultando
em
danos
irreversíveis às reservas naturais, acarretando a aceleraçãoe
modificação
de
processosde
degradação (reduçãoda
capacidade produtiva)do
solo, dos rios, etc (Guivant, 1992130).
inversamente à preocupação
do
homem
em
obter quantidades suficientesde
alimentos,
vem
o receioda
degradaçãodo
meio ambiente. Devido a isso,buscam-se
atividadesmenos
agressivas.Na
área rural, especificamente,é
possível observar o interesse por atividadesvoltadas à agricultura alternativa, ou seja,
que não
proporcionem grandes perdasao
ecossistema. Por agricultura alternativa 'pode-se entender,
segundo
Altieri (1989:18),
“tendência
que
tenta fornecer produções sustentáveis atravésdo
usode
tecnologias e manejos ecologicamente sadios.As
estratégias baseiam-seem
conhecimentos ecológicos taisque
seu manejo resulte
em
reciclagemde
nutrientes e de matérias orgânicas otimizadas, fluxos e sistemas energéticos fechados, populaçõesde
pragase
pestes equilibrados e crescente múltiplo uso da terra.”Para
que
esse tipode
atividade obtenha sucesso, faz-se necessárioo
apoio à pesquisae ao
produtor rural, atravésda
inserção-de
técnicos,na
fasede
introdução e assistência periódica. Desta forma, o apoio financ/eiro e legal
dos
governantes,sem
sombra de
dúvida, éde
primordial importância para o desenvolvimentode
técnicas mais eficazes, tanto econômicascomo
ambientais,pois,
de
acordocom
Guivant (1992:30),“os problemas ocasionados pela agricultura
moderna não
sedevem
exclusivamente auma
tecnologia inadequadamas
também
ao
tipode
politicas públicasque
acompanhou
suadifusão,
que
só destacaram a importânciado
crescimento econômico, ignorando as suas conseqüências sócio-ambientais." r
A
preocupaçãocom
a revolução verde, ou seja, crescimento mediantetécnicas
que
causam
danos ao
meio ambiente, permanece, jáque
há necessidadereal
de
se aumentar a produçãode
alimentos.No
entanto, surge a preocupaçãode
não
se promoverum
crescimento excessivo, responsável pela destruiçãoda
natureza,
mas
simum
desenvolvimento sustentável,que pode
ser entendido como:“um
processode
transformação no qual a exploração dosrecursos, a direção dos investimentos, a orientação
dos
recursos tecnológicos e a
mudança
institucional seharmonizam
e
reforçam o potencial presente e futuro, afim
de
atender às necessidadese
aspirações humanas.”(CMMAD1,
1987:49) Dai a importânciade
se ressaltarque não
bastaapenas
desenvolver o crescimento sustentável; é necessário criar condições paraque
esse crescimento tenha capacidadede
oferecer asmesmas
quantidadesde
alimentos ofertadas pela agricultura moderna, químico-mecânico-genética. ,Considerando-se os aspectos apontados,
aumenta
a importância de políticas eficientes para a atividade agrícola. Pois esta, alémde
suprir a necessidadealimentar
de
parte da população, proporciona melhores condiçõesde
vida à outra,ou seja, aquela
que depende
dessa atividade para sua sobrevivência no campo.É
dentro destaconcepção que
a inserçãode
novas técnicas,como
a utilizaçãodo
plástico na agricultura para a confecçãode
abrigos e a hidroponia,vem
se tornandouma
alternativa para ospequenos
produtores. Pois tais técnicasproporcionam
menores danos ao
meio ambiente e maior bem-estar a produtores,por humanizar' as atividades,
e
a consumidores,que
passam
a adquirir produtoscom
menores
teores de agrotóxicos, conseqüentemente mais sadios.A
hidroponiacom
cultivo protegidoé o
casoque
se pretende estudar, pois intensifica produção e as vantagens acima,sendo
assimuma
alternativaeconômica
de opção
geradora de renda para ascomunidades
nas quais predomina aagricultura familiar.
1
Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento.
No
âmbito mundial, a utilizaçãodo
plástico na agricultura para construçãode
abfigos e sistemas hidropônicos já está
bem
difundida, tendocomo
pais de ponta oJapão. `
No
Brasil, a produção ainda não possui dados&estatísticos, e a maior partedela encontrava-se até recentemente
em
estágio experimental, partindosomente
nos últimos
anos
para produção comercial, casodo
Estadode
São
Paulo.Em
Santa Catarina, aUFSC
-
Universidade Federalde
Santa Catarina, através da Colônia Agrícola de Balneário Camboriú, e aEPAGRI
vêm
apresentandoprojetos alternativos,
que
visam possibilitar melhores condiçõesde
vidaaos
pequenos
produtores rurais e àcomunidade
em
geral, procurando-se evitar, destaforma, a degradação
do
meio ambiente e oêxodo
rural.-27
Neste estudo, pretendem-se avaliar os. resultadoseconômicos
proporcionados aos produtores pelo cultivo hidropônico,
bem
como
os impactos sócio-ambientais desta técnicaem
terras catarinenses. Para tanto, será utilizadoum
estudode
viabilidade econômica,onde
se efetuarão análises qualitativas equantitativas dessa nova forma
de
cultivo.1.3
OBJETIVOS
1.3.1 Objetivos Gerais
1) Analisar a evolução
do
cultivoem
abrigos plásticos (cultivo protegido) noEstado-
de
Santa Catarina, verificando a implantação deste sistemae de
outros
que maximizem
a produção.V
2) Alertar para a necessidade
de
implantaçãode
técnicasmenos
agressivas 'ao meio ambiente,que humanizem
as atividades agrícolase
maximizem
a produçãode
alimentos, proporcionando maior renda aospequenos
produtores agrícolas e produtos mais sadios aos consumidores.
1.3.2 Objetivos
Específicos
1)Traçar
um
perfil da utilizaçãodo
cultivo protegido no Estadode
SantaCatarina.
2) Apresentar
dados
técnicos da implantaçãoda
estruturade
cultivoprotegido,
bem como
de
sistemasde
cultivo hidropônico.3) Obter e analisar informações econômicas, sociais e ambientais referentes
à produção e à distribuição de produtos hidropônicos no município
de
Florianópolis.
4) Fazer
uma
análise dos custos e benefícios dessa atividade parapequenos
produtores agrícolas,comunidades
envolvidas e município.1 .4
METODOLOGIA
Foi realizado
um
levantamënto bibliográficode
fontes secundáriasde
dados,permitindo-se
um
melhor .embasamento histórico-teórico. Obtiveram-se essesdados
no acervoda
UFSC,
da
EPAGRI
edo
CEPÀ
-
Centrode
Estudos e Pesquisas Agropecuárias.Num
segundo' momento, realizou-se a coletade dados
primários, junto atécnicos
da
áreade
olericulturae
cultivo protegido mediante as visitas à Estação Experimentalda
EPAGRI
em
Itajaí,e
também
junto a produtores e aosmercados
consumidores. -
A
avaliação econômicado
cultivo protegido foi feita utilizando-se osmétodos
de
avaliação econômicade
projeto, tais como: Valor Presente Líquido (VPL),Taxa
Interna
de
Retorno (TIR) ePay-Back
period.cAPíru|_o
2
~
ECODESENVOLVIMENTO,
DESENVOLVIMENTO
iSUSTENTÁVEL
E
AGRICULTURA
A
humanidade
atualmente se defrontacom uma
crise ecológicadecorrente
do
atualmodelo de
desenvolvimento econômico.Segundo Souza
(1 995117), este
modelo
de
desenvolvimentoeconômico
“sedefine
pela existênciade
crescimento econômico continuo,em
ritmo superior ao crescimento demográfico, envolvendomudanças
estruturais e melhoriade
indicadoreseconômicos e sociais per capita”. Este desenvolvimento baseia-se na exploração do meio ambiente
de
forma indiscriminada,causando danos
irreparáveis aosrecursos naturais
da
biosfera.'
De
acordocom
o relatórioNosso
FuturoComum
(CMMAD2,1987:34),“em
diversas partesdo mundo,
sobretudo a partirde
meados
dos anos 50, o padrão
de
vida e a qualidadede
vida se elevaram, graçasao
grande crescimentoeao
desenvolvimento Muitos dos produtos e das tecnologiasque
contribuíram para essa melhoriaconsomem
muita matéria-prima e muita energia e são altamente poluentes. Por isso, seu impacto sobre o meioambiente é o maior já registrado na história"
2
Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento da ONU.
Entre os diversos problemas ambientais ocasionados pelo crescimento econômico, Martini (1992:22) descreve dois tipos,
que
afetamem
grausdiferenciados o futuro da humanidade, são eles: os
que
'constituemdanos
irreversíveis ao meio ambiente, taiscomo
efeito estufa, reduçãoda
camada
de
ozônio, acúmulo
de
lixo tóxico, perdade
biodiversidade e esgotamento de recursosnão
renováveis; e osque
são suscetíveisde serem
controlados e revertidosnum
prazo relativamente curto, derivados
do
usode
tecnologias inadequadas,má
administraçãode
recursos naturais, crescimento populacionalou de
uma
combinação
desses fatores. Entre esses últimos estão a chuva ácida, adesertificação, a erosão, a poluição
do
ar, as enchentes,o
esgotamento de recursoshídricos, a contaminação
do
ambiente e dos alimentos, alémde
problemas sócio-politicos. '
Segundo Sachs
(1991:34),“os países precisam reconhecer
que apenas
com
a modificaçãodo
comportamentoeconômico danoso ao
meio ambiente e à sociedade será possível oferecer -uma condiçãode
vidadecente para todos no planeta”.
Considerando-se esses aspectos, pode-se verificar
que
as modificações econômicase
sociais aserem
efetuadas no atualmodelo
de
desenvolvimentopassam
pela escolhade
um
modelo
mais organizado e planejado, que' apresentemaior relacionamento entre ecologia e economia, ou seja,
um
ecodesenvolvimentoou
desenvolvimento sustentável caracterizado por formas sensíveisao
meio ambiente.2.1
ECODESENVOLVIMENTO
A
relação entre meio ambientee
desenvolvimentoé
um
assuntoque
setem
desenvolvido gradativamente nas últimas décadas,
com
muita ênfase.Na
verdade, os primeiros debates sobre essa relação deram-se no inícioda década
de 60,sem
que
naépoca
fosse reconhecida sua verdadeira importância. Foiem
1968, atravésdo
relatóriodo
Clubede
Romas,que
otema
ganhou
maiores proporções,começando-se
a tratarcom
preocupação a devastação dos recursos naturais.As
teses e conclusões básicas daquele grupo, coordenado por DennisMeadows,
foram: “Se as atuais tendênciasde
crescimentoda
população mundial-
industrialização, poluição, produção
de
alimentos e diminuiçãode
recursos naturais-
continuarem imutáveis, os limitesde
crescimento neste planeta serão alcançadosalgum
dia dentro dos próximoscem
anos.O
resultado mais provável seráum
declínio súbito e incontrolável, tanto da população quanto
da
capacidade industrial.É
possível modificar estas tendênciasde
crescimento e formaruma
condiçãode
estabilidade ecológica e
econômica que
se possa manter atéum
futuro remoto.O
estado de equilíbrio global poderá ser planejadode
talmodo
que
as necessidadesmateriais básicas
de
cada pessoa na terra sejam satisfeitas eque
cadapessoa
tenha igual oportunidadede
realizar seu potencialhumano
individual.Se
apopulação do
mundo
decidir empenhar-seem
obter estesegundo
resultado,em
vezde
lutar pelo primeiro, quanto mais cedo elacomeçar
a trabalhar para alcançá-lo,maiores serão suas possibilidades
de
êxito”(Meadows apud
Cavalcanti, 1995230)3
O
Clube de
Roma
éum
grupo de 30 especialistas de diversas áreas do conhecimento que se reuniramem
Roma,em
1968, para discutir a crise atual e futura da humanidade (Dias,1992).O
relatóriodo
Clubede
Roma
alertou para incompatibilidade entre o crescimentoeconômico
ilimitado e a exploração e depredação dos recursos naturaislimitados.
Começou
a surgir, então, a consciênciada
necessidade urgentede
explorar
de
forma mais equilibrada o meio ambiente,não
esgotando seus recursos e maximizandoa
relação entre aeconomia
e a ecologia.Sob
esta ótica, foram realizadas diversas conferênciascom
intuitode
aprimorar e difundir as pesquisas, tendo
como
objetivo demonstrar a necessidadee
a possibilidade
de
se projetar e implementar estratégias ambientais adequadas, para promoverum
desenvolvimento sócio-econômico eqüitativo, ouum
ecodesenvolvimento.Segundo
Sachs, t“a nova visão
de
desenvolvimento deveria conter seis aspectosque
deveriam guiar os caminhosdo
desenvolvimento: a) asatisfação das necessidades básicas; b) a solidariedade
com
gerações futuras; c) a participaçãoda
população envolvida;d) a preservação dos recursos naturais e
do
meio ambienteem
geral; e) a elaboraçãode
um
sistema social garantindo emprego, segurança social e respeito a outras culturas;e
f) programas
de
educação” (Sachsapud
Cavalcanti, 1995:31).Para
Maimom
(1991:55), o significado mais simplesde
ecodesenvolvimento é“transformar o desenvolvimento
numa
soma
positivacom
a natureza, propondoque
este tenha por base o tripé: justiça social, eficiência- econômica e prudência
ecológica.” Nestas características, pode-se perceber
que
o ecodesenvolvimento éz-×_
uma
forma mais racionalde
desenvolver-se, pela qual se procura crescereconomicamente
mediantemétodos
que
nãodepredem
por completo o meioambiente,
mas
simque
ofereçam condições paraque
este semantenha
como
condiçãode
desenvolvimento de gerações atuais e futuras.O
ecodesenvolvimento trata-se, portanto,de
um
projetode
civilização, na medidaque
se evocaum
novo estilo devida,um
conjuntode
valores próprios,um
conjunto
de
objetivos escolhidos socialmente e visãode
futuro (Sachsapud
Montibeller, 1993:134).Tratando o ecodesenvolvimento
como
uma
etapa imprescindível àmanutenção do
meio ambiente, por meiode
um
novo projetode
sociedade, deve-sesalientar a preocupação quanto à
adoção e
à difusãode
diferentesmétodos de
produção, pois estespodem
causar impactos diversos no estilode
vida atual,proporcionando perspectivas não muito claras quanto
ao
futuro. Sabe-se, noentanto,
que
se faz mister a introduçãoem
nosso meio,de
forma gradativa, desta nova etapado
desenvolvimento,que
envolva o sócio-econômico e o ecológico.Para chegar a configuração deste projeto
de
desenvolvimento,Sachs
(1991) desenvolveu oque
chamou
de 'as cincodimensões de
sustentabilidadedo
ecodesenvolvimento': sustentabilidade social; sustentabilidade econômica,
sustentabilidade ecológica, sustentabilidade espacial e sustentabilidade cultural, as
quais serao descritas a seguir:
1)
A
sustentabilidade socialtem
por objetivo minimizar as desigualdadessociais, através
da
construçãode “uma
civilizaçãocom
maior eqüidade na distribuiçãode
renda ede
bens,de
modo
a reduzir o abismo entre os padrõesde
vida dos ricos e dos pobres” (op. cit., p. 37).
O
cultivo atravésda
hidroponiaprotegida
é
uma
alternativa para ospequenos
agricultores, proporcionado-lhes,de
forma mais humanitária, maior renda e disponibilidadede
alimentos.`
2)
A
sustentabilidadeeconômica
deve ser alcançada medianteuma
melhor administração dos fluxosde
recursos econômicos,sendo
estes da iniciativa pública ou privada. “A eficiência econômica deve ser avaliadaem
termos macrossociais, enão
apenas
atravésdo
critérioda
rentabilidade empresarial de carátermicroeconômico” (op. cit., p. 37). Apesar
de
terum
custo inicial elevado, ahidroponia
pode
intensificar e agilizar a produção, proporcionandoum
retornorápido dos recursos, superando os métodos tradicionais.
3)
A
sustentabilidade ecológicadeve
serbaseada
na exploração coerentedos recursos naturais,
"intensificando o uso
de
recursos dos diversos ecossistemas,limitando a utilização
de
recursos e produtos facilmente esgotáveis oudanosos ao
meio ambiente, reduzindo ovolume
de
resíduos e poluição, atravésda
conservação e reciclagem,promovendo
a autolimitação noconsumo
dos individuosdo
planeta, intensificando a pesquisa para obtenção de tecnologia
eficientes no uso
de
recursos para o desenvolvimento urbano,rural e industrial e definindo
normas
para incentivar a proteçãoambiental” (op. cit., p.37). ,
A
hidroponia proporcionauma
exploração mais racional dos recursos naturais, pois intensifica a produçãosem
extrair excessosdo
meio ambiente,uma
vez
que
produzsem
a utilizaçãodo
solo e mediante minimo usode
água, fungicidas, inseticidas e adubos.4)
A
sustentabilidade espacial “deve ser dirigida para a obtençãode
uma
configuração rural-urbana mais equilibrada euma
melhor distribuição territorial dosassentamentos
humanos
e das atividades econômicas" (op. cit., p. 38). Estacondição
pode
ser obtidacom
a exploração agrícola por meiode
técnicasmodernas, regenerativas, aplicáveis aos
pequenos
agricultores, através do usode
pacotes tecnológicos adequados,
do
crédito edo
acesso a mercados.Na
atualconjuntura social,
onde
se verificaum
grandeêxodo
rural, a hidroponiaapresenta-se
como
uma
alternativa para diversificar a atividade no campo, poisutiliza
de
forma racional as áreas, dispensa rotaçãode
culturas eaumenta
aprodutividade por área, proporcionando assim condições para a permanência
do
homem
no meio rural.5) Para a sustentabilidade cultural, os processos
de
modernização ede
sistemas agrícolas integrados
devem
considerar as características tradicionais,mesmo
buscando
condições paraum
ecodesenvolvimentocom
soluções específicas para o local, o ecossistema, a cultura e a área (op. cít., p. 38).A
permanênciado
homem
no
campo, aindaque
produzindode
forma diferenciada, alterando suas culturas, éde menor
impactodo que
seu deslocamento para os centros urbanos. Por isso a hidroponia,mesmo
sendo
consideradaum
pouco
complexa,pode
tornar-se,
com
o auxilio da extensão ruralde empresas
e entidades governamentais(EPAGRI,
UFSC,
etc),uma
solução a curto prazo para muitos problemas naspequenas
propriedades agrícolas.No
Quadro
2.1, abaixo, elaborado pelo professor Gilberto Montibeller Filho4,são apresentados os
componentes
e objetivosde
cadaum
dos cinco pilaresdo
ecodesenvolvimento.4
Professor do departamento de Ciências Econômicas - CSEIUFSC.
Quadro
2.1-
Componentes
e objetivodos
pilaresdo
ecodesenvolvimento
DIMENSÃOCOMPONENTES
PRINCIPAIS OBJETIVOSSUSTENTABILIDADE
Õ
Criação de postos detrabalho que permitam rendaSOC¡AL individual adequada a melhor condição de vida e a
melhor qualificação profissional.
Ô
Produção de bens dirigida prioritariamente àsnecessidades básicas sociais
REDUÇÃO DAs DEs|GuALDADEs
soc|A|s
SUSTENTABILIDADE
Ô
Fluxo permanente de investimentos públicoseECONÔWCA
privados (estes últimos com especial destaquepara o cooperativismo).
9
Manejo eficiente dos recursos.9
Absorção pela empresa dos custos ambientais.Ô
Endogeneização: contar com suas próprias forças.AuMENTo DA PRoDuçÃo E DA RIQUEZA soc|Al.,
sE|v| DEPENDENc|A
EXTERNA
SUSTENTABILIDADE
Ô
Produzir respeitando os ciclos ecológicos dosECO¡_ÓG¡CA ecossistemas.
Q
Prudência no uso de recursos não renováveis.9
Prioridade à produção de biomassa e àindustrialização de insumos naturais renováveis.
Ô
Redução da intensidade energética e conservaçãoda energia.
Õ
Tecnologias e processos produtivos de baixosindices de residuos
Q
Cuidados ambientais.QUADDADE Do
|v|E|o AMBIENTE E PRESERVAÇÃO DAs |=oNTEs DE REcuRsos ENERcET|cos E NATuRA|s PARA PRÓx|MAs GERAÇÓES.SUSTENTABILIDADE
Q
Descentralização espacial (de atividade, deEsPAc|AL
ou
P°P“'aÇã°>-GEOGRÁHCA
Ô
Desconcentração (democratização local e regionaldo poder)
Q
Relação cidade campo equilibrada (beneficioscentripetos)
AGLOMERAÇÕES
SUSTENTABILIDADE
Ô
Soluções adaptadas a cada ecossistema.CULTURAL
Ô
Respeito à formação cultural da comunidadeEVITAR CONFLITOS CULTURAIS
COM
POTENCIAL REGRESSIVO Fonte: MONTIBELLER, 1993. EVITAR EXCESSODE2.2
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Ao
se buscar o desenvolvimento, deseja-se satisfazer as necessidadese
osinteresses humanos.
No
entanto, existem diversas maneirasde
se alcançar esse objetivo. Atualmente as pessoasbuscam
formasmenos
agressivasao
meio ambiente, mais ecológicas, mais eqüitativas, caracterizandouma
formade
desenvolvimento
denominada
ecodesenvolvimento ou desenvolvimento sustentável.Para alcançar qualquer
uma
destas formas, precisa-se, entretanto, estudarmétodos
sustentáveis
de
crescimento.Por
métodos
sustentáveis pode-se entender a utilizaçãode
processosque
respondam
às necessidadesda
população atualsem
comprometer a capacidadedas
gerações futurasde
responderem às suas (Montibeller, 1993:136)./"`\ '
No
relatórioNosso
FuturoComum
(CMMAD,1987,
p.48), o desenvolvimentosustentável é compreendido
como
“um
processode
transformação no qual a exploraçãodos
recursos, a direçao dos investimentos, a orientação
do
desenvolvimento tecnológico e a
mudança
institucional seharmonizam
e reforçam o potencial presente e futuro, afim
de
atender às necessidades e aspirações humanas.”
Como
já verificamos anteriormente, ahumanidade
tende a seguirmétodos
sustentáveis para desenvolver-se, caracterizando o ecodesenvolvimentoou
desenvolvimento sustentável.
No
entanto, existem algumas dúvidas quantoao
significado destes termos.
Para
Maimom,
a diferença básica entre ecodesenvolvimentoe
desenvolvimento sustentável reside em:
“o primeiro volta-se
ao
atendimento das necessidades.. básicasda
população, atravésde
tecnologias apropriadas acada
ambiente, partindo
do
mais simplesao
mais complexo; o segundo, Desenvolvimento Sustentável, apresenta a ênfaseem
uma
política ambiental, a responsabilidadecom
geraçõesfuturas e a responsabilidade
comum
com
os problemas globais”(Maimom
apud
Montibeller, 1993:138).Segundo Sachs
(1991:54), o prefixo eco ou o adjetivo sustentável, estãoligados diretamente
e
devem, no futuro,serem
associadosde
forma inconscientee
natural
ao
desenvolvimento.2.3
AGRICULTURA
A
agricultura necessitade
estímulos externos para novos conhecimentostecnológicos, além
de
espírito inovador por parte dos agricultores e estruturasde
comunicação, transporte e comercialização (visão Schumpteriana), para expandir-se e proporcionar o crescimento
da
indústria, comércioe
serviços, acarretando o desenvolvimentoeconômico
(capitalista-industrial).De
acordocom
Souza
(1995:165), no processode
desenvolvimentoda
agricultura, pode-se observar distintos fenômenos,
que
são: a agroindustrialização crescente, a penetraçãodo
capitalismo nocampo
e a predominânciade
propriedades
de tamanho
médiode 20
hectares,com
mão-de-obra familiar.A
transformação deste desenvolvimento agrícola dominante se constitui
numa
necessidade urgente e é
denominado
agricultura alternativa, agricultura sustentada,entre outros. `
2.3.1
A
evolução na
agriculturaA
práticado
cultivoda
terra, ou a agricultura, teve início há milharesde
anos,quando
alguns povosabandonaram
progressivamente a caça _e a coletade
alimentos
e
começaram
a aderir a técnicasde
produção.Nesse
período, grande parte das técnicaseram
precárias e a produção insuficiente, exigindo a criaçãode
novas práticas para
aumento
da produtividade.No
séculos XVlll e XIX, novas práticas surgiram,dando
início à agricultura moderna.Em
meados
do
século XIX,uma
sériede
descobertas científicas ede
avanços tecnológicos
marcaram
o inícioda
nova faseda
agricultura,denominada
convencional e caracterizada nadécada
de»70 pela Revolução Verde5,findando
a escassezde
alimentos (Ehlers, 1996120)./
Após duas décadas
de sua existência,começou
a fazer-se necessária atransformação deste processo
de
produção agrícola, devido a grandedepredação
dos recursos naturais. Surgiram então diversos gruposde
cientistas, planejadores,agricultores
e
consumidores interessadosem
efetivaruma
relação mais racional entre ohomem
e a natureza.A
preservaçãodo
meio ambiente, mediante práticas agrícolas alternativasmenos
agressivas à biosfera, éde
fundamental importância para o desenvolvimentohumano.
Daí a importânciade
ohomem
se projetar e planejar formasde
5 “A
Revolução Verde fundamenta-se na melhoria do desempenho dos índices de produtividade
agricola, por meio da substituição dos moldes de produção locais, ou tradicionais, por
um
conjuntomais homogêneo de prática tecnológicas (...) com variedades genéticas exigentes
em
fertilizantesquímicos de alta solubilidade, agrotóxicos com maior poder biocida, irrigação e motomecanização”
(Ehlers,1996:32).
desenvolvimento
que
auxiliem na obtençãode
um
futuro melhor a toda humanidade,tanto no fornecimento
de
alimentos, quanto na preservaçãoda
biosfera.2.3.2
Tendências
parauma
agricultura alternativa-
agroecologiaAs
técnicas agrícolas convencionais, utilizadasde
forma intensiva e erradaao
longodo
tempo
em
todo mundo, principalmente nos paísesem
desenvolvimento, desviavam-sedo
interessede
um
desenvolvimento harmônico daeconomia e do
meio ambiente,
que
proporcionassemudanças
centradas na maior eficiênciado
usode
recursos, na geraçãode
empregos
e na distribuição eqüitativado
produto social,reconciliando os interesses e aspirações dos indivíduos e das sociedade
com
uma
política de uso racional dos recursos naturais e
do
bem-estar coletivo (Rattener,1989, p.
d8
).A
agricultura alternativa,é
definida peloNRC
apud
Ehlers (996:79) como, “qualquer sistemade
produçãode
fibras oude
alimentosque
busque
os seguintes objetivos: aumentar a incorporaçãode
processos naturais; reduzir a utilização
de
recursos externos à propriedadeque
ofereçam riscosde
poluição ambiental ou paraa
saúde
dos produtores ruraise
para os consumidores;melhorar a produtividade pelo uso
do
potencialde
espéciesvegetais
e
animais; atingiruma
produção eficiente e lucrativa enfatizando o melhoramentoda
capacidade de gerenciar a conservaçãodo
solo,da
água,da
energia e dos recursos biológicos”.A
idéia desta nova agricultura alternativa, -ou seja,uma
ecologia agrícolaou
ag roecologia, foi definida por Altieri (1989:18) como;
,“uma estrutura teórica destinada a compreender os processos
agrícolas da mais ampla maneira (...)
que
incorpora idéias mais22
ambientais e
de
-sentimento social acerca da agricultura, focandonão somente
a produção,mas
também
asustentabilidade ecológica dos sistemas
de
produção."Com
o surgimentoda
agroecologia, deu-se origem ao termo agroecossistemas,que
se refere aos ecossistemas semidomésticosque
variamentre os
que tem
um
mínimode
impactohumano
e outros sobum
máximo
controlehumano.
(op. cit., p. 29)Para
Odum
apud
Altieri (op. cit., p. 41), as principais caracteristicasde
um
agroecossistema são: inclusão
de
fontes auxiliaresde
energia,como
humana,
animal e energia
de
combustíveis, afim
de
aumentar a produtividade; a diversidadepode
ser bastante reduzidaao
se compararcom
ecossistemas naturais; os animaise as plantas dominantes estão mais sob seleção artificial
do
que
natural; oscontroles dos sistemas são, na maioria das vezes, externos
e não
internos, via subsistemasde
“feedback". -.
A
agroecologia adapta-sebem
às produções tecnológicas,demandando
práticas agrícolas mais sensíveis ao meio ambiente e, geralmente, encontrando
harmonia
com
o desenvolvimento ambiental (Altieri, 1989:41).lsso
pode
ser observado neste trabalho,que
realizouum
exame
sobre a utilização dos materiais plásticos na agricultura, atravésda
construçãode
abrigos,bem
como
a utilizaçãode
novas técnicas,como
é o casodo
cultivo hidropônicoprotegido.
A
relação entre tecnologia e meio ambiente éde
primordial importância,sobretudo neste caso, pois a utilização
do
plástico é crescente no meio rural,sendo
essencial na produção
de
hortaliças e leguminosas, para reduçãode
riscos,23
principalmente na fase
das
mudas, oque
é fundamental para obom
desenvolvimento da planta.Por isso
métodos
novos,como
os citados acima,devem
ser introduzidos atravésde
experiências exaustivas, observadas por pesquisadoresem
campos
experimentais, e repassadas ao produtoresem
seus campos, mediante trabalhode
extensão rural, prestada por entidades governamentais. Esta prática
deve
ser observada devido às dificuldades locais, às condiçõesde
recursos, à praticidade, àlucratividade”, às possibilidades e a preferências
de
cada região.Para Altieri (1989:76), a agroecologia considera
que
“oscomponentes
tecnológicos
devem
ajustar-se às limitaçõesde
recursosde
muitos produtoresda
região e, portanto,
devem
ser sadiosao
meio ambiente, socialmente aceitáveise
economicamente
viáveis.”2.3.3
Agroecossistema
insustentávele
agricultura sustentávelSegundo
Ehlers (1996:16) aconteceuuma
rápida substituição,após
aECO-926,
do
adjetivo alternativo por sustentável,dando
origemao
termo agriculturasustentável.
A
agricultura sustentável,como
todos os outros sistemasque
tendem
ao
sustentável, sugere a utilizaçãode
recursosde
forma racional,sem
prejudicar a utilização por gerações futuras. Desta forma, indicao
desejode
um
padrãoprodutivo
que
garanta a segurança alimentarsem
agredir o meio ambiente.6 ECO-92, é como
ficou conhecida a primeira conferência mundial do meio ambiente e
desenvolvimento, realizado no Rio de Janeiro
em
1992.'
A
preocupaçãocom
os impactos ambientaisda
agricultura convencional sedeu, principalmente,
em
função dos problemas causados pelos resíduosde
agrotóxicos na água, no solo, nas populações urbanas e rurais e, principalmente,
nos alimentos.
Para Altieri, _um dos principais divulgadores
da
agroecologia,um
agroecossistema
deve
ser considerado insustentávelquando
acusa:“redução
da
capacidade produtiva provocada por erosãoou
contaminação dos solos por agrotóxicos; redução
da
capacidade homeostática nos
mecanismos de
controlede
pragas e reciclagem
de
nutrientes; redução da capacidade'evolutiva'
do
sistema; reduçãoda
disponibilidade e qualidadede
recursos (terra, água, etc.); reduçãoda
capacidadede
utilização
adequada
dos recursos disponíveis, principalmentedevido ao
emprego de
tecnologias impróprias.” (Altieriapud
Ehlers, 1996197) _
V
Segundo
Ehlers (1996:112),~
“a agricultura sustentável incorpora:
manutençao
a longo 'prazo dos recursos naturais eda
produtividade agrícola;minimo de
impactos adversos ao ambiente; retornosadequados
aos produtores; otimizaçãoda
produção das culturascom
mínimo
de
insumos químicos; satisfação das necessidadeshumanas
de
alimentos ede
renda; atendimento das necessidadessociais das famílias e das
comunidades
rurais".A
idéiade
uma
agricultura sustentável torna-se assim cada vez maisnecessária e
tem
por objetivo promover asaúde
dos agricultores e consumidores, manter a estabilidadedo
ambiente, assegurar os lucros dos agricultores a longo prazo e produzir para responder às necessidadesda
sociedade, considerando-se as gerações futuras (Guivant, 1993: 277).cAPíTu|_o
3
i
SISTEMAS
DE
PRODUÇÃO
AGRÍCOLA
Na
conceituaçãode
qualquer sistema agrícola, deve-se incluir, pelo menos,as seguintes características:
“propósito (por
que
o sistema estásendo
estabelecido); limites (onde o sistemacomeça
e termina); contexto _(o ambienteexterno no qual o sistema opera); -componentes (os
constituintes principais
que formam
o sistema); interações (as inter-relações entre os componentes); insumos (itensusados
no sistema
que
vêm
de
fora dele); recursos (componentesde
dentro
do
sistemaque
são usados para o seu funcionamento); produtos oudesempenho
(os produtos primeiramente visados);subprodutos (os produtos úteis, mais incidentais)” (Spedding
apud
Altieri, 1988:79).Além
dessas caracteristicas acima,segundo
Spedding (apud Altieri,1988:79), é necessário ainda adaptar ao
máximo
as necessidadesdo
sistema às dificuldades locais, às condições e à disponibilidadesde
recursos.Os
sistemasbaseados
em
culturasde
horticultura/ou especializadas necessitamde
mais investimento e modificaçõesdo que
os sistemasde
culturaspermanentes (anuais).
Os
fatoresque
diferenciam sistemasde
cultivo permanentes dos sistemasde
cultivode
hortaliças/culturas especializadas (temporários)e
favorecem o sucesso de agroecossistemas
modernos
podem
ser observados no quadro 3.1.Quadro
3.1 -Relação de
fatores entregrandes
culturase
culturasde
hortaliçaslespecializadas.FATORES
NECESSIDADES
GRANDES
CULTURAS
AHORTALIÇASICULTURAS
EsPEciA|.izÀoAsDIMENSÕES DA
'PROPRIEDADE
Variável, de pequena a grande. Variável, de pequena a média `CLIMA
Limitante para os tiposevariedades de culturas
Restrições para muitas
culturas
SOLO
Classes de I a lll Classe IÁGUA
Bom
suprimento de águaBom
suprimento de águaNECESSIDADE MÃO-
DE-OBRA
Variada AltaMÃO-DE-oBRA
EsPEc|A|.|zAnA Média Alta INVEST.DE
CAPITAL,MAQ. E
INSTAL. Variada ' AltaNECESSIDADE DE
FERTILIZANTES
Alta A Alta e variada.CONTROLE
DE
PRAGAS
E
DOENÇAS
Variada Alta; muitas culturas
demandam
alta quantidadeUSO
DE
ROTAÇÃO
DE
CULTURAS
Variada Variada
3.1
SISTEMAS
DE
PRODUÇÃO
DE HORTALIÇAS
Observa-se
que
os sistemas agrícolasde
hortaliças são normalmenterealizados
em
pequenas
propriedades e necessitamde
maiores cuidadosdo que
osoutros tipos
de
culturas.Seus
riscos são muito grandes, devido a variações no climae à necessidade
de
uso intensivodo
solo,,de água,de
mão-de-obra especializada,de
maquinários ede
insumos para vencer as sazonalidadese
obter altaprodutividade, gerando lucro
ao
produtor.A
3.2
A
PRODUÇÃO
E
CONSUMO
DE HORTALIÇAS
NO
BRASIL
3.2.1
Produção
nacionalde
hortaliçasApesar de
todas as dificuldades citadas, a produçãode
hortaliças no Brasil járegistrou
números
impressionantes,chegando
a ocupar o quinto lugar na produçãoagricola nacional, apresentando
um
volumede
10.600.000 toneladas, colhidasem
cerca
de
600.000 hectares e rendendo cercade
U$
2,5 bilhões (Quadro 3.2).O
cultivode
hortaliçastem
uma
extrema importância social, pois exigemão-de-obra no
campo
em
todas as regiõesdo
pais, durante oano
todo,segundo
dados da
Embrapa. zQuadro
3.2 - Valorda produção
em
US$
1.000,00 por produtosselecionados para
o ano
de
1989.PRODUTO
-VALOR
(EM
US$
1 000) Cana-de-açúcar 6.340.599 Laranja 5.316.918 Soja 3.225.035
Mandioca
2.683.028 Hortaliças 2.491.607 Café 2.426.860Fonte: Jaboticabal
em
Notícias, n° 26, jul.1995, p. 8.Percebe-se nesse quadro
que
o valorde
produçãode
hortaliças noano de
1989somente
foi superadode
maneira geral poralgumas
culturasde
exportação,porém
superou outrasem
valor,como
é o casoda
culturado
café.3.2.2
Consumo
nacionalde
hortaliçasUm
outro aspecto social importante na produçãode
hortaliças é seu potencialnutricional, por conter vitaminas e fibras.
No
Brasil, oconsumo
aindaé
baixo,apesar
da
mudança
sofrida no perfil alimentarda
populaçãoem
geral.O
baixoconsumo
de
hortaliças no país,segundo
Pazeto7, baseia-se_ na herança cultural: afalta
de
costumede
ingestão desses alimentos passadade
pai para filho.7
Eliana Teixeira Puccini Pazeto, nutricionista do restaurante universitário da UNESP,
em
entrevistaa Jaboticabal
em
Notícias, n° 26, jul. 1995, p. 10.De
acordocom uma
das nutricionistasda
UNESP,
paraum
indivíduo sadio,uma
refeição equilibrada necessita de hortaliças, e estascompõem
de
5 a20%
do
custo dos alimentos, contra
35%
a50%
do
custo das carnes e 30 a60%
dos
demais.
3.3
PRODUÇÃO
E
CONSUMO
DE HORTALIÇAS
EM
SANTA
CATARINA
3.3.1
Produção
estadualde
hortaliçasSanta Catarina é o quinto maior produtor de alimentos
do
País.Sua
produçãoagricola representa aproximadamente
6,5%
do
PIB agrícolado
Paíse
18%
no PIBagrícola estadual (Silveira, M. R. e Souza, F. de, 199715).
O
Estado apresentauma
produção essencialmente
de
modo
familiar,onde boa
parte das propriedades rurais(cerca
de 90%) não
possuem
mais de 50 hectares (Tabela 3.1) etêm
topografia acidentada, dificultando a mecanização e desfavorecendo o cultivo de culturas extensas.Além
disso, Santa Catarinatem
uma
localização privilegiadaem
relação às regiões Sul e Sudestee
aos paísesdo
Cone
sul.Somados,
esses fatoresvêm
garantindo resultados positivos na produção
de
hortaliças.O
cultivode
hortaliças, é significativo, evem
evoluindo ao longo dos anos,chegando
a ocupar posiçõesde
destaque,em
1991,com
osegundo
lugar noVBP
-
Valor Bruto
da
Produção-
estadual. Esse quadrode
destaque e expansãoda
últimadécada
deve-se principalmente às características citadas acima, a fatores edafo-climáticos favoráveis e
ao
usode
tecnologias geradas e adaptadas pela pesquisa,repassada aos produtores pelos agentes