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Revista digitais mulheres da ufba trajetória e contribuições para a ciência

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Academic year: 2021

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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

FACULDADE DE COMUNICAÇÃO

EMILE JANAINA BARROS DA CONCEIÇÃO NÁDIA DOS SANTOS DA CONCEIÇÃO

REVISTA DIGITAIS:

Mulheres da UFBA - trajetórias e contribuições para a Ciência

Salvador 2017

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2 EMILE JANAINA BARROS DA CONCEIÇÃO

NÁDIA DOS SANTOS DA CONCEIÇÃO

REVISTA DIGITAIS:

Mulheres da UFBA - trajetórias e contribuições para a Ciência

Memória apresentada aos Cursos de graduação em

Comunicação Social, Faculdade de Comunicação,

Universidade Federal da Bahia, como requisito parcial para obtenção dos graus de Bacharéis Comunicação com habilitação em Jornalismo e em Comunicação e Cultura.

Orientadora: Profª. Drª. Simone Terezinha Bortoliero

Salvador 2017

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3 AGRADECIMENTO

Agradecemos, sempre, a Deus! Pela vida, pelos dons, pelas oportunidades (inclusive à que tivemos de nos conhecer, e de conhecer nossa orientadora, a professora Simone Bortoliero. Nada é por acaso!), pelos momentos de superação, e iluminação, quando achamos que não conseguiríamos. Pela concretização deste trabalho, e, consequentemente, pelo encerramento de mais este ciclo de nossas vidas. Temos certeza que é só o começo!

Agradecemos às nossas famílias, que nos proporcionaram a educação, tanto pessoal quanto escolar. Pelos valores que nos ensinaram e nos fizeram ser as mulheres que somos hoje. Obrigada pelo amor incondicional, que certamente nos fortaleceu para chegarmos até este momento. Obrigada mainhas, painhos, manos, manas, voinhas...!

Às mestras e mestres, que tanto nos ensinaram ao decorrer dos nossos cursos, das nossas vivências na Faculdade de Comunicação. Um agradecimento especial à professora Simone, que, além de ser nossa mãe na Facom (mãe durona, que puxa a orelha, que cobra, que briga, mas também ri conosco, nos acolhe), nos contaminou com o amor pela Divulgação Cientifica, e pelos estudos de gênero.

Obrigada aos amigos que fizemos, tanto os colegas de curso, colegas da Agência de Notícias em CT&I, da Agência Experimental em Comunicação e Cultura, quanto os professores e funcionários da faculdade. Conquistamos amizades que levaremos para a vida!

Obrigada às nossas musas inspiradoras, mulheres guerreiras que contribuíram com o nosso trabalho, doaram seu tempo, abriram suas casas, suas vidas, compartilharam suas trajetórias conosco (Alda Motta, Eliane Azevêdo, Estela Aquino, Márcia Tavares, Tatiana Dumêt, Suzana Cardozo, Suani Pinho, Suely Messeder). Muito obrigada por contribuírem para provar que todas somos capazes. Com toda certeza, somos pessoas diferentes agora que conhecemos suas histórias.

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4 LISTA DE QUADROS

Quadro 1 Distribuição percentual dos pesquisadores segundo o sexo... 11

Quadro 2 Distribuição dos pesquisadores/sexo segundo a condição de liderança...…………... 12

Quadro 3 Áreas com predominância feminina ………...…………... 12

Quadro 4 Áreas com predominância masculina………...………... 13

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5 LISTA DE SIGLAS

ABRASCO Associação Brasileira de Saúde Coletiva

ABRALIN Associação Brasileira de Linguística

ALB Academia de Letras da Bahia

ALIBI Projeto Atlas Linguístico do Brasil

ANPOLL Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Letras e Linguística

CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

C&T Ciência e Tecnologia

CITECS Ciência, Inovação e Tecnologia em Saúde

CNPQ Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

DGP Diretório de Grupos de Pesquisa

ENSP Escola Nacional de Saúde Pública

FAPESB Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia

FIOCRUZ Fundação Oswaldo Cruz

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6 ICPD International Conference on Population and Development

IMS Instituto de Medicina Social

INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira

INPE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

INCT Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia

ISC Instituto de Saúde Coletiva

LDI Lexiques, Dictionaires, informatique

MUSA Programa Integrado em Gênero e Saúde

NEIM Núcleo Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher

NEPO Núcleo de Estudos de População “Elza Berquó"

NUFERGE Núcleo de Formação em Educação e Relações de Gênero

OBSERVE Observatório pela Aplicação da Lei Maria da Penha

PPGNEIM Programa de Pós-Graduação em Estudos Interdisciplinares sobre Mulheres, gênero e Feminismo

ONU Organização das Nações Unidas

PROPLAN Pró-Reitoria de Planejamento

SES-SP Instituto de Saúde de São Paulo

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7 SBF Sociedade Brasileira de Física

SBMAC Sociedade Brasileira de Matemática Computacional e Aplicada

SBPC Sociedade Brasileira para o progresso da Ciência

UEFS Universidade Estadual de Feira de Santana

UFBA Universidade Federal da Bahia

UFC Universidade Federal do Ceará

UFRPE Universidade Federal Rural de Pernambuco

UERJ Universidade do Estado do Rio de Janeiro

UNEB Universidade do Estado da Bahia

UNESCO Organização das Nações Unidas para a educação a Ciência e a Cultura

UNESP Universidade Estadual Paulista

UNICAMP Universidade Estadual de Campinas

USP Universidade de São Paulo

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8 VII - promover a equidade na sociedade, combatendo todas as formas de intolerância e discriminação decorrentes de diferenças sociais, raciais, étnicas, religiosas, de gênero e de orientação sexual”.

(Estatuto e Regimento Geral da UFBA - Cap.2, art. 2º, p. 20)

“A importância de escrever a história das mulheres brasileiras cientistas é reconhecer que a participação feminina foi e é fundamental para o avanço do conhecimento”. (Projeto Pioneiras da Ciência, CNPq)

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9 RESUMO

Este trabalho é a memória descritiva do produto Revista Digitais, publicação eletrônica que pretende ser um espaço de visibilização das contribuições de pesquisadoras no âmbito da construção e consolidação dos 70 anos de pesquisa na Universidade Federal da Bahia (UFBA), bem como os legados deixados por estas mulheres para a Ciência baiana, concluindo, assim, que a academia também é lugar de mulheres. Nesta primeira edição, que pode ser acessada no link:

https://issuu.com/revistadigitais/docs/revista_digitais_bdb77484d6d67a, retratamos

as mulheres pesquisadoras através de entrevistas e perfis, que mostram seus legados e trajetórias de vidas, e reportagens que situam a questão e problemática do Gênero e da Ciência na academia.

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10 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ………... 11 2. ASPECTOS TEÓRICOS .………. 15 2.1. Jornalismo de Revista ……….... 15 2.2. Gênero e Ciência ………. 17 3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ………... 22 4. O PRODUTO ………... 23 4.1. Revista Digitais ………..….. 23

4.2. Entrevistas e confecção das matérias ………. 24

4.3. Dificuldades enfrentadas ………... 25 4.4. As Mulheres ...………...………....………... 26 4.4.1. Perfiladas ………... 26 4.4.2. Entrevistas ………. 28 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ……….…….... 30 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.………...34

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11 1. INTRODUÇÃO

Um estudo realizado em 2006 questionou um grupo de jovens de escolas públicas baianas acerca da imagem de um cientista: Quando se fala em cientista, qual imagem lhe vem à mente? A resposta da grande maioria deles, 80%, foi de que um cientista seria um homem, branco e que trajava um jaleco branco. Está espantado? Nós também, sobretudo porque não nos encaixamos nestes estereótipos, somos mulheres, negras que pensam e produzem outro tipo de Ciência. Uma Ciência preocupada em dar acesso e incluir a sociedade no processo de construção de um mundo mais justo e igualitário.

De acordo com dados divulgados em 2013, pelo Diretório de Grupos de Pesquisa (DGP)1, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)2, o número de mulheres cientistas já era igual ao de homens. Em 2010 a distribuição numérica homem-mulher já era 50-50%, diferente dos resultados de anos anteriores. Em 2008 o percentual era 51-49% e, em 2016, 52-48%. Confira na tabela abaixo o quadro anual, do ano de 1995 a 2010, onde é possível visualizar o crescimento gradativo.

Quadro 1: Distribuição percentual dos pesquisadores segundo o sexo - 1995-2010

Sexo 1995 1997 2000 2002 2004 2006 2008 2010

Masculino 61 58 56 54 53 52 51 50

Feminino 39 42 44 46 47 48 49 50

Fonte: DGP/CNPq

No quesito ocupação feminina em cargos de liderança de grupos de pesquisa, o CNPq mostrou que ainda existe uma soberania masculina com o percentual de 55% para 45% de pesquisadoras. Quando se fala em participantes dos grupos não líderes, as mulheres já são maioria, 52%. Confira o quadro 2.

1

Disponível em: http://cnpq.br/noticiasviews/-/journal_content/56_INSTANCE_a6MO/10157/905361. Acesso em: 07 fev. 2017

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Quadro 2: Distribuição dos pesquisadores por sexo segundo a condição de liderança - 1995/2010.1 Condição de

liderança

1995 1997 2000 2002

Masc. Fem. Masc. Fem. Masc. Fem. Masc. Fem.

Líderes 5.820 3.020 6.572 3.902 9.971 6.485 12.493 8.569 Não-líderes 10.602 7.324 12.974 10.227 17.423 14.767 18.366 17.453 Total 16.422 10.344 19.546 14.129 27.394 21.252 30.859 26.022 Condição de liderança 2004 2006 2008 2010

Masc. Fem. Masc. Fem. Masc. Fem. Masc. Fem.

Líderes 15.431 11.058 16.289 12.420 17.297 13.890 20.452 16.802

Não-líderes 25.741 25.022 30.469 30.751 35.660 37.111 44.260 47.154

Total 41.172 36.080 46.758 43.171 52.957 51.001 64.712 63.956

Fonte: DGP/CNPq

No quesito área de pesquisa com maior predominância pelos gêneros feminino e masculino, não houve surpresa no resultado, pois ainda aponta que as mulheres optam por áreas relacionadas ao cuidado: Enfermagem e Serviço Social e os homens pelas “ciências duras”: Engenharias e Física. Conclui-se que o velho estereótipo, da divisão dos postos de trabalho como “para mulheres” e “para homens”, ainda está bastante presente na sociedade, influenciando nas escolhas acadêmicas.

Quadro 3: Áreas com predominância feminina

Área Nº de Homens Nº de Mulheres Homens (%) Mulheres (%)

Fonoaudiologia 59 484 11 89 Enfermagem 405 2636 13 87 Serviço Social 263 1158 19 81 Nutrição 227 976 19 81 Educação 4645 9451 33 67 Fonte: DGP/CNPq

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Quadro 4: Áreas com predominância masculina

Área Nº de Homens Nº de Mulheres Homens (%) Mulheres (%)

Engenharia Mecânica 1675 272 86 14 Engenharia Elétrica 2873 420 87 13 Engenharia Naval e Oceânica 55 8 87 13 Engenharia Aeroespacial 143 41 78 22 Física 2809 706 80 20 Fonte: DGP/CNPq

Em 2015, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) divulgou o relatório Unesco Science Report: Towards 20303 sobre a participação feminina no universo na Ciência. Os resultados apontaram para um número crescente de mulheres na graduação e no mestrado, 53%, com uma significativa queda no nível do doutorado, 43% (ver quadro 5). A situação é ainda mais crítica quando se fala no número de pesquisadoras, que são apenas 28% em todo mundo.

Quadro 5: nível da participação feminina da graduação à pesquisa

Tendo como base a perspectiva por regiões do globo, o relatório aponta que a

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Disponível em <http://unesdoc.unesco.org/images/0023/002354/235406e.pdf>. Acesso em: 01 jan 2016.

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América Latina lidera o mundo na participação feminina, concentrando algumas das maiores taxas de mulheres do mundo estudando no campo científico. De acordo ainda com o relatório, dos 12 países que apresentaram dados, tendo como base 2010-2013, sete alcançaram a notoriedade na questão de gênero: Bolívia (63%), Venezuela (56%), Argentina (53%), Paraguai (52%), Uruguai (49%), Brasil (48%) e Guatemala (45%). A Costa Rica apresenta 43%, já o Chile é o que apresentou menor pontuação entre os países para os quais existem dados recentes (31%). O Caribe pinta um quadro semelhante, com Cuba tendo paridade entre os sexos (47%) e Trinidad e Tobago na cúspide (44%).

Em nossa universidade, a UFBA, a situação é semelhante. Passados 70 anos de sua fundação, a UFBA é um grande celeiro no que tange a formação de mulheres. Tanto que conferiram a elas a maior parcela de sua comunidade acadêmica estudantil em 2015, com 4.199 ingressantes no curso de graduação. O número de homens que ingressaram foi 3.9894.

De acordo com pesquisa realizada pelo Programa Integrado em Gênero e Saúde (MUSA – ISC), no período de 1998 a 2015, houve uma “evolução temporal do número de estudantes ingressantes de todas as áreas segundo sexo e proporção de mulheres na UFBA. Em 1998 éramos 48%, agora somos 50%. O estudo aponta que este crescimento se deu também nas áreas comumente classificadas como masculinas, a área 1 (Engenharias e Ciências Exatas e Tecnologias), de 26% para 33%. Na área 2 (Ciências Biológicas e Profissões da Saúde) permanece a maioria de mulheres, de 62% para 67%. Na área 3 (Filosofia e Ciências Humanas) mesmo tendo uma maioria de mulheres, houve uma redução, de 57% para 53%.

Nas Letras, área 4, existe uma redução da participação feminina, 77% a 66%. Enquanto que na área 5 (Artes) se manteve o equilíbrio de gênero com pequena maioria de mulheres, de 56%, de 1998 a 2015.

Na docência as mulheres já se equiparam aos homens. Em 2001 éramos 44%, já em 2015 passou para ser 50%, havendo, portanto, um aumento gradativo da participação.

Com a insistência da reprodução de um modelo de Ciência ainda androcêntrico, apesar de as mulheres já serem a maioria em quase todos os campos

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Dados retirados da publicação UFBA em Números Retrospectiva Especial 70 anos. Disponível em:

https://proplan.ufba.br/sites/proplan.ufba.br/files/UFBA_em_numeros_Retrospectiva_Especial_70Ano s_0.pdf

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da estrutura científica, como foi possível atestar com as pesquisas anteriores, suas produções ainda sofrem com o cenário machista, racista e classista, que legitima esse modelo ultrapassado vigente no país nos espaços de produção de conhecimento. Nessa perspectiva, mesmo com o crescente número de ingressos das mulheres na universidade, como estudantes, como docentes e como pesquisadoras, ainda percebemos uma baixa na participação dessas mulheres na ocupação de cargos de prestígios, comissões e em locais de credibilidade no universo científico, na UFBA e na Ciência como um todo. Somos incompetentes? Não! Temos reconhecimento, mas ainda precisamos construir um diálogo que disfarça a dureza das práticas culturais que consideram as mulheres seres delicados e emocionais que não se adéquam a determinados cargos e não renderiam como homens.

Após verificarmos uma deficiência na circulação do conhecimento produzido por mulheres em nosso estado, optamos pela concepção da Revista Digital que pretende publicar, nesta primeira edição, matérias relacionadas às pesquisas desenvolvidas por mulheres, suas trajetórias, entrevistas pessoais, conquistas, novos prêmios e publicações que estão surgindo sobre a temática e tudo mais que for pertinente ao tema. A Revista é online, devido à facilidade de distribuição pela internet e pelo baixo, ou nulo, custo de publicação, já que essa será feita na plataforma de publicação eletrônica gratuita para revistas, jornais e catálogos, ISSUU5 Apesar de não ser uma publicação impressa, carrega toda a qualidade de uma, porém aliada à comodidade de acesso em qualquer aparelho com acesso à internet, gratuitamente. Contribuindo também para a deficiência desse tipo de produto no mercado do jornalismo baiano.

2. ASPECTOS TEÓRICOS

2.1. Jornalismo de Revista

Não é novidade que a Internet é parte indissociável da vida do brasileiro, sobretudo a internet móvel, tendo como destaque os smartphones. Em pesquisa divulgada em 2016 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), foi

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concluído, pela primeira vez, que os brasileiros utilizam mais o celular para acessar a internet do que o computador. “O celular para navegar na rede era usado em 80,4% das casas com acesso à internet, já o computador para esse fim estava em 76,6% desses domicílios e teve queda na comparação com 2013 (88,4%)”, como a afirmou a repórter Flávia Villela, em reportagem veiculada na Agência Brasil6.

O surgimento e popularização da Internet, bem como a popularização dos dispositivos móveis de comunicação, como tablets e smartphones, mudou também a forma de diversos ramos comerciais trabalharem, foi o que aconteceu com o Jornalismo. A opinião e os acessos dos usuários/ clientes passou a contar ainda mais para o sucesso das publicações.

Ao contrário de todas as outras formas anteriores de jornalismo que eram, de uma maneira ou de outra, distribuídas, seja pela circulação do papel impresso seja pela difusão de ondas, o jornalismo digital precisa ser acessado pelo usuário. Tal diferença deve produzir modificações consideráveis nas estratégias de divulgação do produto, a fim de gerar demanda de potenciais usuários. (PALACIOS e GONÇALVEZ, 1997, p. 2). O imediatismo na publicação das notícias realmente passou a acontecer, as versões impressas dos periódicos passaram a dividir espaço, ou mesmo perdê-lo, para versões digitais e blogs, e os profissionais jornalistas e as empresas jornalísticas tiveram que se adequar a essas mudanças rapidamente para não perder seu espaço. O Jornalismo de Revista também teve de se adequar ao meio digital. Hoje em dia, praticamente todas as revistas já estão disponíveis em plataformas online. Inclusive, o meio digital é amplamente utilizado pelas diversas vertentes científicas e acadêmicas na criação de revistas eletrônicas, nas quais são publicados artigos científicos.

A Revista Digitais, nosso produto, é uma revista eletrônica que aborda a temática científica, mas não com a finalidade de publicar artigos, mas sim de abordar assuntos inerentes à ciência utilizando a linguagem e o fazer jornalístico. Nela utilizaremos as características do Jornalismo de Revista, com matérias mais longas e aprofundadas, um layout mais elaborado e atrativo. Porém, estas serão aliadas a algumas características do Jornalismo Digital, tornando-a uma revista digital. Ela estará hospedada em uma plataforma de publicação online, que permitirá aos leitores acesso a ela em qualquer dispositivo com acesso à internet,

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Disponível em: http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2016-04/celular-e-principal-meio-de-acesso-internet-na-maioria-dos-lares. Acesso em 09 fev. 2017.

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podendo até fazer o download gratuito.

Apesar de ser uma revista digital, a Revista Digitais não conta com as características de hiperlinks, vídeos, áudios, entre outras linguagens digitais inerentes ao novo estilo jornalístico. Não em seu arquivo que está hospedado no ISSUU. Entretanto, criamos um blog, também chamado Revista Digitais7, no qual fizemos referência em diversas matérias presentes na revista, para que os leitores possam ter acesso a conteúdos multimídia. O blog funcionará como uma espécie de anexo da revista eletrônica, complementando as matérias publicadas, dando uma continuidade a elas.

2.2. Gênero e Ciência

Mesmo sendo uma realidade no Brasil, desde 1808, o ensino superior só passou a estar disponível para as mulheres após a Reforma do Ensino Primário e Secundário do Município da Corte e Superior, em 1879, e com a instauração do decreto 7.247, de 19 de abril, mais conhecido como a Reforma Leôncio de Carvalho. A partir daí, as lutas das mulheres passaram a ter mais um reforço para o acesso aos espaços de conhecimento, as universidades.

O decreto, que facultou às mulheres a matrícula no ensino superior, foi o divisor de águas para que elas pudessem ter acesso à universidade no Brasil, reforçando as lutas travadas anteriormente em prol do acesso à educação e à equidade de gênero. Contudo, mesmo com toda essa importância, o decreto não corrigiu os retrocessos acumulados pela falta de acesso das mulheres no ensino básico, locais reforçados como espaços de educação reservados apenas aos homens. Esse condicionante configurou resultados tímidos, pois a maioria das mulheres não tinha a permissão para ir à escola e, consequentemente, não tinham o conhecimento necessário para os estudos do nível superior. Então, o modelo imposto pela sociedade patriarcalista da época, e que ainda reflete nos dias atuais, só nos deu uma mulher diplomada nove anos após o decreto, em 1887, com Rita Lobato Velho Lopes que se sagrou a primeira mulher a se graduar no Brasil, na Faculdade de Medicina da Bahia.

A doutora Rita Lopes abriu os caminhos para a mudança de perfil que o país

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apresentava na inserção da mulher no campo de produção de Ciência e de conhecimento. De acordo com dados do último Censo da Educação Superior, realizado em 2012, coletados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o país tem uma real conquista social: a maioria do corpo discente das graduações brasileiras é do sexo feminino. A pesquisa aponta ainda que o universo acadêmico registra maior número de matrículas de mulheres, em cursos de graduação presenciais. Em todo o Brasil, são 3.286.415 matrículas femininas, sendo 2.637.423 masculinas.

Diante do impacto da importância das mulheres no desenvolvimento científico brasileiro, nosso trabalho tem por objetivo a produção de uma revista com reportagens e perfis de mulheres científicas baianas: a Revista Digitais. A publicação se propõe a ser um espaço de visibilização das contribuições das pesquisadoras no âmbito da construção e consolidação dos 70 anos de pesquisa na UFBA, bem como os legados deixados por estas mulheres para a Ciência baiana, concluindo, assim, que a academia também é lugar de mulheres. Mulheres que têm suas vidas atreladas à construção da Ciência, pesquisadoras que foram, e são, fundamentais para desfazer um pensamento machista, que impedia as mulheres de terem educação e desenvolver suas competências para além de suas casas e famílias.

A injustiça que buscamos diminuir com este trabalho é a invisibilidade da produção das mulheres na universidade, bem como reforçar essa considerável contribuição para a construção de uma epistemologia feminina na Bahia. Essa injustiça é potencializada pela falta de um pensamento que priorize a vulgarização da Ciência nas unidades de ensino e pesquisa, que, quando acontece, inferioriza a produção realizada por mulheres, consolidando uma Ciência machista e classista, que persistimos em derrubar.

O fato é que, desde criança, o que ouvimos sobre a história brasileira é que fomos descobertos e explorados por homens desbravadores que sempre se saíram vitoriosos nas lutas por independência, lutas religiosas e atuações com visibilidade cultural e científica. Esse fato é, na verdade, meia verdade, pois, segundo o catálogo Mulheres Cientista na/da Bahia, de 2000, além desses homens desbravadores existiam também “mulheres que descobriram e dominaram províncias, que compravam escravos para libertá-los, que perderam fortunas para salvar uma população inteira da peste na Bahia, e que fizeram Ciência no século XIX”.

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O mesmo apagamento é consolidado, na história, quando há proibição das mulheres de atuarem em espaços públicos e/ou omissão da sua participação enquanto cidadãs e continua, mesmo no século XXI, concentrando nas mãos de homens a produção do conhecimento e das tecnologias.

O descompasso entre o que vivenciamos e o que queremos que aconteça na universidade, sobretudo no que tange às questões de gênero sempre estiveram em nosso campo de estudo. Isto porque somos mulheres e muitas vezes somos desafiadas a mostrar nosso valor, tendo como parâmetros sempre os valores calcados por homens. Na universidade não é diferente. Desde que entramos na universidade até hoje, estamos sempre sendo apresentadas aos protagonistas masculinos e brancos, importantes referências de produção de Ciência no mundo. Não estamos aqui para demonizar a produção científica masculina, mas para questionar onde estão as referências das mulheres que produzem Ciência na universidade, na Bahia, no país, no mundo.

Na consolidação do conceito de Gênero, poucas autoras conseguem ser tão concisas quanto Joan Scott. Dessa forma, para ela, o gênero precisa ser entendido como um elemento que constitui as relações sociais, tendo como parâmetros as diferenças percebidas entre os sexos, sendo assim, o gênero, primariamente, dá significado às relações de poder. No entanto, segundo Guedes (1995), a conceituação de Scott sobre gênero é a que pode ser mais utilizada, pois engloba vários componentes que melhor explicam o termo.

Esmiuçando a conceituação de Gênero de Scott, vemos que esta definição constitui-se de duas partes e várias subpartes. Assim, os elementos constitutivos em relação à primeira parte da definição de que o "gênero é um elemento constitutivo das relações sociais baseado nas diferenças percebidas entre os sexos. (SCOTT, 1995 apud GUEDES, 1995, p. 7).

De acordo com Albernaz e Longhi (2009), a criação do conceito de gênero foi uma estratégia para divisão de privilégios, que sempre ficaram em absoluta maioria nas mãos dos homens, que eram considerados os mais fortes e capazes, enquanto as mulheres, consideradas frágeis, precisavam ser protegidas. Ainda hoje encontramos resquícios nocivos dessa representação simbólica utilizada para subjugar as mulheres e legitimar a soberania masculina:

[...] gênero se constitui numa das primeiras formas para significar e distribuir poder. Ou seja, as classificações culturais realizadas com base no gênero,

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no ocidente, são utilizadas para legitimar a distribuição do poder entre as pessoas. Tende-se a considerar superior, mais forte e mais poderoso o que é classificado culturalmente como masculino. O que é classificado culturalmente como feminino é significado como menor, mais fraco e com menos poder, devendo ficar na esfera da proteção e da submissão ao masculino (ALBERNAZ e LONGHI, 2009, p.85).

Mesmo agora, no ano 2017, essa relação de disparidade social entre homens e mulheres ainda é evidente, claro que em menor proporção, graças às lutas e vitórias femininas. Nas residências, às mulheres ainda é destinada a atividade doméstica e cuidado com os filhos; nas empresas, onde, apesar das mudanças, grande parte das mulheres ainda ocupa cargos de servidão, ainda que tenham mais anos de estudos que os homens; nas universidades, as mulheres ainda são excluídas dos cursos considerados mais importantes; na ciência, apesar de contribuírem muito, seus feitos são obscurecidos. Isso confirma que apesar de no passado as mulheres terem mostrado capacidade, tanto quanto os homens, em diversos ramos da sociedade, essa visão do sexo frágil ainda existe e está bem presente.

Essa diferenciação simbólica que divide ajuda a legitimar a “superioridade” masculina, também está presente no meio acadêmico e no mercado de trabalho, quando contribuem para a divisão das áreas de conhecimento em patamares por importância. Mesmo que não haja nenhuma comprovação de que realmente haja maior importância em uma ou outra, esta segregação está também ligada à questão de gênero, como explica a pesquisadora Elizabete Silva (2008):

A problemática de gênero é tão determinante na produção do conhecimento científico que estabelece lugares valorados hierarquicamente para as Ciências Naturais e Exatas e para as Ciências Humanas e Sociais. As primeiras, denominadas de “duras”, são as consideradas objetivas e, portanto, mais próximas da “verdade” e da confiabilidade no uso do seu método universal, por isso são reconhecidas como superiores e são estas as ciências que os homens “naturalmente” se ocupam. As segundas, denominadas de “moles”, tratam dos feitos humanos desde a complexidade inerente ao indivíduo àquela da dinâmica social e são mais “adequadas” às mulheres, ficando na segunda categoria (SILVA, 2008, p.3).

Ao longo dos anos a participação feminina em todas as áreas de conhecimento tem aumentado, porém, nas ditas “ciências duras” elas ainda não se equipararam aos homens. E isso, sem dúvida, se deve a anos de disseminação desses estereótipos que colocam a mulher em um lugar de fragilidade e de não

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competência para exercer determinadas profissões, como as das áreas exatas. Quando elas conseguem transpor essa barreira e ingressar num curso de Física, por exemplo, se deparam com o preconceito de um território machista, ou mesmo não conseguem ascender na carreira, pois a sociedade ainda acredita que os homens são melhores para aquele tipo de atividade. Ainda que elas tenham melhores notas, mais anos de estudo e muito mais conhecimento.

A criação do saber científico nos dias atuais está cada vez mais atrelada ao desenvolvimento das nações, portanto, investir em ciência e tecnologia tem se tornado uma prioridade na pauta de qualquer governante. Mas em se tratando de países “em desenvolvimento” temos percebido que essa pauta não é consensual, mesmo em regiões com grande potencial para tal. Algumas estudiosas, como Tabak (2002), questionam a não equiparação da importância da Ciência e da Tecnologia em escala global e considera isso como prejudicial, sobretudo para os países periféricos. Isso porque esses países não conseguem investir em pesquisa científica e, muitas vezes, perdem a potencialidade para outros países, perdendo a oportunidade de construírem uma Ciência forte, em grande medida, pela não instrumentalização das pessoas.

A autora acredita que a priorização de uma ciência mercantilista é prejudicial, isso acontece porque a política cientifica desses países não leva em consideração a Ciência feita para os homens. Esse recorte da Ciência é fator central para a exclusão e sub-representação de grupos menos favorecidos desses países como índios, negros e mulheres, grupos que, segundo Tabak (2000), são potenciais intelectuais dessas nações e precisam ser reconhecidos e incentivados para serem inseridos no meio científico e tecnológico.

No caso das mulheres, mote desta pesquisa, a sub-representação gera uma subutilização delas no campo científico, afetando o desenvolvimento social e indo contra os Direitos Humanos. “As mulheres estão não só sub-representadas numericamente na Ciência, mas as oportunidades para fazer carreira também variam de acordo com o sexo.” (TABAK, 2000, p.55).

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22 3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

O acúmulo de dois marcadores sociais – Mulher e Negra - já nos coloca em um lugar diferenciado dentro de uma universidade pública neste país. Na Universidade Federal da Bahia este lugar nos foi presenteado com satisfações e dificuldades. A satisfação de saber que temos a capacidade de ser profissionais conscientes de nosso papel social e na busca de melhorar em nossas atuações, sejam elas pessoais ou profissionais, o que independe destes marcadores, ou dependeria se vivêssemos em uma sociedade sem machismo e sem racismo. É aí que iniciam as dificuldades, as nossas, como estudantes, dentro de um sistema androcêntrico e racista, e as de acesso às diversas informações, que nos farão profissionais e pessoas diferentes. Essa diferença que nos moveu na produção deste trabalho. Sempre tivemos curiosidade em saber como as mulheres teriam contribuído para a produção científica na universidade e na Bahia.

O tema Revista Digitais: Mulheres da UFBA na Ciência: trajetórias e contribuições teve sua definição a partir do nosso trabalho na Agência de Notícias em CT&I – Ciência e Cultura, onde tivemos a oportunidade de trabalhar com a professora Simone Bortoliero, coordenadora do projeto e nossa orientadora, e aprendemos na prática a respeito da divulgação científica. Tivemos contato com pesquisadores de diversas áreas na UFBA, e fora dela, também aprendemos sobre a História da Ciência. E durante esse aprendizado, pudemos verificar que apesar de muitas na academia, as mulheres não recebiam o valor devido dentro da instituição.

Ficamos incomodadas por muito tempo com a pouca discussão e divulgação a respeito da participação feminina dentro da Universidade e na Ciência baiana. E agora que tivemos a oportunidade de fazer um trabalho de pesquisa, decidimos procurar por algumas dessas mulheres que tanto nos inspiram. Inicialmente, queríamos fazer um catálogo ou um site trazendo nomes e histórias de mulheres que faziam e fizeram pesquisa na UFBA. Queríamos reunir uma grande quantidade de pesquisadoras com expressão em suas áreas e com carreiras já consolidadas em um único lugar, fosse revista ou website. Entretanto, por conta do prazo reduzido para fazer a pesquisa, leitura, entrevistas e suas transcrições, e escrita, além da criação do site, que era a opção pela qual estávamos mais interessadas, tivemos que diminuir bastante o que tínhamos em mente.

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Em reunião com nossa orientadora, a professora doutora Simone Bortoliero, decidimos fazer uma série de seis reportagens, onde cada uma de nós entregaria três. Esses textos, na verdade, seriam perfis de pesquisadoras da UFBA, que escreveríamos nos moldes do Jornalismo Literário8, e posteriormente seriam publicados no site da Agência de Notícias em CT&I – Ciência e Cultura9. Então, pesquisamos sobre quem poderíamos entrevistar e escolhemos Eliane Azevêdo10 (Medicina), Suzana Cardozo11 (Letras), Suani Pinho12 (Física), Alda Britto13 (Sociologia), Estela Aquino14 (Saúde), Suely Messeder (Antropologia). Tentamos contato com outras pesquisadoras, mas algumas delas não puderam nos ceder entrevistas e de outras não obtivemos respostas. No final só conseguimos entrevistar as professoras Eliane, Suzana, Suani, Estela e Alda mesmo.

Após as entrevistas, visto o rico material que conseguimos em depoimentos, optamos por, além dos perfis com estilo literário, utilizá-los para escrever reportagens mais abrangentes, que problematizassem a situação das mulheres dentro da academia.

4. O PRODUTO 4.1. Revistas Digitais

A Revista Digitais é uma publicação eletrônica criada com o objetivo de ser um veículo jornalístico para popularização do trabalho científico desenvolvido em universidades baianas. Nessa primeira edição, que pode ser acessada no link:

https://issuu.com/revistadigitais/docs/revista_digitais_bdb77484d6d67a, pois não

pretendemos parar neste Trabalho de Conclusão de Curso, o foco está na produção científica de pesquisadoras da UFBA, mulheres que fizeram a diferença frente ao machismo acadêmico. Além das matérias e entrevistas, criamos sessões para a

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É a vertente jornalística que une o texto jornalístico com o literário, proporcionando uma narrativa mais rica em vocabulário, profundidade e humanidade.

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Projeto de divulgação e popularização da Ciência, criado em 2011, pela professora doutora Simone Terezinha Bortoliero. O projeto foi idealizado dentro do curso de Especialização em Jornalismo Científico e Tecnológico, em 2010, na Faculdade de Comunicação, onde o projeto também é sediado. Informações em www.cienciaecultura.ufba.br. 10 http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4783547Y3 11 http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4787164D3 12 http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4786250U6 13 http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4788144P5 14 http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4783004P0

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divulgação de grupos de pesquisa, literatura, premiações e filmes relacionados à temática das mulheres na ciência.

A revista foi toda formatada no programa Corel Draw X7. E para ilustração das reportagens utilizamos fotografias, ilustrações e infográficos de nossa autoria, de disponibilização gratuita, ou mesmo disponíveis em pesquisas oficiais relacionadas às temáticas abordadas.

Em conjunto com a revista, criamos um blog, com o mesmo nome Revista Digitais15, utilizando a plataforma Wordpress16. Visto a impossibilidade da disponibilização de conteúdos multimídia e hiperlinks na revista, decidimos compartilhar esses conteúdos no blog. Fizemos referências a esses conteúdos complementares nas matérias presentes na revista. Essa outra ferramenta nos ajudará a manter um diálogo com os leitores, além de dar continuidade às entrevistas e reportagens que escrevemos.

O nome “Digitais” é uma alusão às impressões digitais, que são características únicas de cada indivíduo. Utilizamos a palavra no sentido de que as histórias que contamos na revista são únicas, pessoais. As pesquisadoras que entrevistamos são mulheres singulares que deixaram suas marcas pessoais, suas “digitais”, na ciência e merecem reconhecimento por isso. Assim como a Revista Digitais é a marca que nós, Emile e Nádia, estamos deixando.

4.2. Entrevistas e confecção das matérias

Baseado no nosso objetivo, concluímos de que a melhor metodologia que poderia ser empregada para dar conta de concluirmos nosso trabalho, decidimos utilizar o método da pesquisa qualitativa, baseando-se no levantamento de dados documentais, bibliográficos e em entrevistas em profundidades.

Decidido o método de pesquisa, escolhemos as pesquisadoras tendo como critério as diferentes áreas de conhecimento presentes na UFBA, objetivando alcançar a diversidade da atuação dessas cientistas. O segundo passo foi a definição do tipo de abordagem jornalística, a qual ficou definido da seguinte forma:

1. Perfis - Escolhemos quatro pesquisadoras: Suani Pinho, física; Suzana Cardoso, dialectologa; Alda Mota, socióloga; e Eliane Azevedo, geneticista.

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Disponível em: https://revistadigitais.wordpress.com/ 16

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2. Entrevistas - Estela Aquino, epidemiologista; Márcia Tavares, assistente social; Tatiana Dumêt, engenheira.

3. Matérias - A mulher negra e a educação superior; Pesquisadoras da UFBA incluem a Bahia na história da ciência brasileira; Família e carreira ou família x carreira?; NEIM: 34 anos formando feministas na UFBA; A presença feminina na UFBA.

4. Memorial: Informações sobre a temática na Bahia e no mundo e relatos de produção do trabalho.

Os documentos buscaram compreender como anda a luta da mulher cientista na UFBA, quais os mecanismos usados por estas pesquisadoras para sua sobrevivência no meio acadêmico, espaço marcadamente dominado pela cultura androcêntrica, bem como a conquista de notoriedade em suas áreas de conhecimento. As entrevistas foram exploratórias, abertas e seguiram um roteiro prévio, respeitando o objetivo da pesquisa e julgamos que foi satisfatória para a conclusão da mesma.

4.3. Dificuldades enfrentadas

Na finalização do trabalho passamos por problemas semelhantes aos que problematizamos em nossas matérias. A necessidade de conciliar trabalho com estudos dificultou muito a produção das reportagens, pois precisávamos agendar as entrevistas em dias que podíamos sair do trabalho, e ainda adequar às agendas das entrevistadas. Mas, sem dúvida a parte mais difícil e cansativa foi a transcrição das entrevistas. Com ajuda de um gravador, nós gravamos todas as entrevistas, que foram bastante longas (como verão nos anexos ao final deste memorial). E depois precisamos escutá-las e transcrevê-las. Tudo isso foi ainda mais prejudicado pelo prazo mínimo que tivemos, graças às últimas greves. Tivemos que pensar de forma muito minimalista para conseguir concretizar o trabalho no tempo que tivemos.

A pior parte foi no contato com as pesquisadoras, já que pensamos em vários nomes, porém não conseguimos entrevistá-las, pois muitas não nos responderam e as que deram respostas não podiam nos conceder as entrevistas. Isso aconteceu com as pesquisadoras negras, que era um assunto que queríamos discutir. Por esse

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motivo, tivemos que abortar ideias de matérias que precisavam de fontes específicas, além de atrasar nossa formatura por um semestre, já que ao final de 2016.1 não nos sentimos satisfeitas com o material que tínhamos conseguido concluir. Houve muita dificuldade também em levantar os dados sobre a participação feminina na UFBA e percebemos também que não há levantamento, pelo menos não tivemos acesso, sobre a participação feminina, tendo um recorte racial, que seria um dos braços de nossa pesquisa. A greve dos funcionários técnico-administrativos também foi um empecilho nesse quesito, já que não havia a quem solicitar essas informações. Os dados utilizados nas reportagens foram cedidos pela professora Estela Aquino, do Instituto de Saúde Coletiva (ISC), pelo Núcleo de Estudos Interdisciplinar sobre a Mulher (NEIM) e pela Pró-reitoria de Planejamento (Proplan).

A produção da nossa revista Digitais eletrônica foi relativamente simples. Realizamos reuniões de pautas, fundamentais para definirmos as temáticas das matérias, nossa política editorial, o layout da mesma e as editorias e seções. Nossa publicação está hospedada no ISSUU, plataforma online para a publicação de documentos eletrônicos.

4.4. As Mulheres

Os critérios de escolha das entrevistadas foram que elas deveriam ser pesquisadoras de importância e expressão dentro da UFBA e de suas áreas de atuação e com carreiras científicas consolidadas para termos noção da situação feminina em diferentes ambientes da universidade, levando em conta a questão das profissões tidas como masculinas e femininas. São elas:

4.4.1. Perfiladas

Alda Motta - Possui graduação em Ciências Sociais (1967), mestrado em Ciências

Sociais (1977) e doutorado em Educação (1999) todos realizados na Universidade Federal da Bahia (UFBA). Atualmente é professora e pesquisadora da UFBA. Foi professora visitante na Brown University em 1990 e na University of Cambridge em 1995. De 2002 até agora, atua na pós-graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal da Bahia e no Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre

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Mulher (NEIM). Atua também, desde 2006, no Programa de Mestrado/Doutorado de Estudos Interdisciplinares Mulher, Gênero e Feminismo. Tem experiência na área de Sociologia, atuando principalmente nos seguintes temas: Idosos, Gênero, Educação continuada, gerações, velhice e família.

Eliane Eliza de Souza e Azevêdo - Graduada em Medicina pela Universidade Federal da Bahia (1961), doutorado de Philosophy in Genetics pela University of Hawaii/ - USA (1969), pós-doutorado na London University, Galton Laboratory (1972

e 1973). É professora Emérita da Faculdade de Medicina da UFBA, desde 2006. Foi a primeira reitora da Universidade Federal da Bahia, eleita em 1992, ex-vice-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) (1961 a 1993), dedicando-se à pesquisa experimental em genética humana e médica (1993). Atualmente dedica-se à pesquisa teórica sobre questões de ética em pesquisa, bioética e integridade científica. Foi aprovada em concurso público para

Professora titular aposentada de Genética na UFBA e professora titular de Bioética na UEFS em 2000. Coordena o Conselho Editorial da Academia de Ciências da Bahia, desde 2010. Coordena o Núcleo de Bioética da Faculdade de Medicina da Bahia - UFBA com reuniões científicas quinzenais desde 2005. Com 78 anos continua estudando e pesquisando por opção, sem obrigação. Aposentada da UFBA em 1993 e da UEFS em 2006, no cargo de professora titular em ambas.

Suani Pinho - Possui graduação e mestrado em Física pela Universidade Federal

da Bahia (UFBA), em 1986 e 1991, respectivamente, e doutorado em Física pela Universidade de São Paulo, em 1998. Fez estágio pós-doutoral na University of Alberta (2002). É professora associada da UFBA e atualmente assume o cargo de Chefia de Gabinete da Reitoria. É associada da Sociedade Brasileira de Física (SBF), da Sociedade Brasileira de Matemática Computacional e Aplicada (SBMAC) e da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC); atualmente é membro titular do Conselho da SBF.

Coordena o Grupo de Modelagem Matemática e Computacional de Sistemas Vivos junto ao Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia - Ciência, Inovação e Tecnologia em Saúde (CITECS). Dentro da UFBA colabora com pesquisadores dos Institutos de Física, Matemática, Saúde Coletiva e Biologia. Colabora também com

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vários grupos de pesquisa em instituições brasileiras (USP, UNESP, UFC, INPE, UFRJ, FioCruz, UEFS) e estrangeiras (University of Alberta - Canada, Instituto Gulbenkian de Ciência - Portugal, Universidad Nacional Autónoma do México).

Sua atuação apresenta forte teor multidisciplinar, abordando os seguintes temas: modelos dinâmicos de sistemas vivos (doenças transmissíveis e doenças neoplásicas); fundamentos e aplicações de redes complexas a sistemas biológicos; fundamentos matemáticos da Mecânica Estatística e aspectos históricos da Termodinâmica e da Dinâmica Não-Linear.

Suzana Cardozo - Possui graduação em Letras Neolatinas (1960), mestrado em

Letras e Linguística (1979), ambos pela Universidade Federal da Bahia e doutorado em Letras Vernáculas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2002).

Professora Associada nível 1 da UFBA. Professora convidada da Universidade Paris 13. Professora Emérita da Universidade Federal da Bahia. Membro Associado do Lexiques, Dictionnaires, Informatique (LDI) da Universidade Paris 13.

Coordenadora do GT de Sociolinguística da ANPOLL (1992-1994). Presidente da Associação Brasileira de Linguística - ABRALIN (1993-1995). Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Língua Portuguesa, atuando principalmente nos seguintes temas: dialectologia, geolinguística, português do Brasil, língua portuguesa e variação. É Diretora-Presidente do Projeto Atlas Linguístico do Brasil e imortal da Academia de Letras da Bahia, Cadeira 28.

4.4.2. Entrevistas

Estela Aquino - Formada em Medicina, em 1977, concluiu o Mestrado em Medicina

Social (1987) no Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IMS/UERJ) e o Doutorado em Saúde Coletiva pelo Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (ISC/UFBA), em 1996.

É professora titular do ISC-UFBA, onde coordena o Programa Integrado em Gênero e Saúde (MUSA), que integra a estrutura matricial do ISC e está cadastrado como grupo de pesquisa na plataforma Lattes. Entre 1995 e 2009, integrou a coordenação do Programa Interinstitucional de Treinamento em Metodologia de Pesquisa em Gênero, Sexualidade e Saúde Reprodutiva, em parceria com o

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NEPO/UNICAMP, o IMS/UERJ, a ENSP/FIOCRUZ e o Instituto de Saúde (SES-SP). É pesquisadora do &quot;Elsa-Brasil: Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto&quot;, estudo que coordenou na UFBA, tendo feito parte do Comitê Diretivo nacional de 2005-2015. Integrou como consultora o processo de Acompanhamento Anual de programas de pós-graduação em Saúde Coletiva pela CAPES (2008).

Entre 2008 e 2014 foi conselheira do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher, onde representava a ABRASCO. Em 2012, foi convidada a participar da primeira reunião da High Level Task Force for the International Conference on Population and Development (ICPD). Coordena um programa de colaboração com a Universidade do Porto, com a professora Conceição Nogueira, Atua na área de saúde coletiva, com ênfase em epidemiologia. Os termos que melhor definem sua produção científica e tecnológica são: gênero e saúde, saúde de adultos, saúde reprodutiva, saúde e trabalho, epidemiologia.

Márcia Santana Tavares – Possui graduação em Serviço Social pela Universidade

Federal de Sergipe (1982), mestrado em Sociologia pela Universidade Federal de Sergipe (2004) e Doutorado em Ciências Sociais pela Universidade Federal da Bahia (2008). Atualmente é professora adjunta II do Curso de Serviço Social da Universidade Federal da Bahia; professora e coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Estudos Interdisciplinares Mulheres, Gênero e Feminismo – (PPGNEIM/UFBA); pesquisadora do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher (NEIM); membra do Observatório pela Aplicação da Lei Maria da Penha – (OBSERVE/NEIM/UFBA). Como pesquisadora, desenvolve estudos voltados para os seguintes temas: relações de gênero, práticas e representações sociais, família; gestão, monitoramento e avaliação de políticas públicas, mais especificamente, a política de gênero, de enfrentamento à violência contra a mulher e de assistência social.

Tatiana Bittencourt Dumêt - Possui graduação em Engenharia Civil pela

Universidade Católica do Salvador (1988), mestrado em Engenharia Civil na Universidade de São Paulo (USP - Capital -1995) e doutorado em Engenharia Civil (Engenharia de Estruturas) pela Universidade de São Paulo (USP São Carlos -2003). Atualmente é Professora Associada da Universidade Federal da Bahia e

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Diretora da Escola Politécnica da UFBA. Tem experiência na área de Engenharia Civil, com ênfase em estruturas de concreto, atuando principalmente nos seguintes temas: concreto, concreto armado, concreto protendido, dimensionamento e fôrmas.

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31 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante das pesquisas, realizadas nos últimos meses, pudemos perceber que a questão Gênero e Ciência ainda é uma temática muito pouco discutida na Universidade, e na sociedade de modo geral. E não é uma particularidade da Bahia. Mesmo com a realização de diversas iniciativas e incentivos para o aumento da participação feminina na produção científica, e em seu universo, ainda criamos um monstro denominado invisibilidade.

Percebemos uma grande resistência ao trabalho realizado pelas mulheres no tocante à sua inserção nos centros de pesquisa e nos cargos de prestígios dentro deles. Um exemplo disso é que nos 70 anos da UFBA tivemos apenas duas reitoras. De acordo com a maioria das pesquisadoras entrevistadas, a grande vilã para essa resistência é a cultura androcêntrica ainda fortemente cultuada nos centros de produção do conhecimento, característica não exclusiva da UFBA, mas do mundo inteiro. A ciência e os lugares de prestígios ainda são vistos como masculinos.

Um exemplo de resistência à ciência feita por mulheres é a invisibilidade sobre a temática e o não reconhecimento dos núcleos que pesquisam sobre a temática. Como é o caso do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher (NEIM), um dos mais conceituados do país e da América Latina, mas que não tem o devido reconhecimento dentro da própria Universidade, por dois motivos, que as pesquisadoras consideram fortes: o fato de estar fora do campo das “ciências duras” e por falar da temática de gênero. Esses também são os motivos para a invisibilidade feminina na Universidade, mesmo existindo aumento significativo de ingresso de mulheres na graduação, sobretudo nas áreas de Artes e Ciências Humanas, e no mestrado, contudo, este número não é acompanhado no acesso ao doutorado e na pesquisa.

Percebemos que com a realização deste trabalho que as mulheres necessitam de união na consolidação da importância de suas pesquisas dentro dos centros de produção de conhecimento. Ao contrário do que muitos insistem em reforçar, ou esconder, temos grandes e importantes nomes realizando estudos na academia, mas a cultura machista ofusca essas produções que tem autonomia e respaldo nos mais diversos campos de conhecimento, não apenas no que tange ao campo do cuidado. É vergonhoso, mas real, admitirmos que numa universidade com

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o respaldo da Universidade Federal da Bahia ainda não há uma política de incentivo à equidade de gênero e, pior, nem sequer apresentar dados com diferenciação de gênero, no tocante à sua diversidade de representação. Apesar dos esforços constantes, ainda há muito chão para caminhar até alcançarmos a equidade e/ou igualdade.

Por outro lado, mesmo tendo grandes mulheres que lutam para o reconhecimento da mulher na Ciência dentro da própria UFBA, durante toda pesquisa nos deparamos com a dificuldade de acesso às informações dentro da nossa universidade. Comprovando, portanto, dois sintomas que contribuem para que a invisibilidade da produção feminina: O primeiro é a inexistência de dados concretos para o desenvolvimento de nossa pesquisa, o que confirma que a questão de gênero precisa ser levada a séria, mas é necessária uma política também séria e qualificada. O segundo sintoma, tão grave quanto o primeiro, é a ineficiência dos órgãos da UFBA responsáveis pela divulgação dos poucos dados estatísticos que existem sobre a temática. Esse comportamento da maior universidade vai de encontro aos princípios da transparência e do cunho público da produção feita em uma universidade pública federal, mantida pelos cofres públicos. Estas linhas, na verdade é um desabafo, pois nenhum dos nossos dados veio da administração central da UFBA, nunca obtivemos respostas de nossos contatos. Nossos dados deste memorial e das matérias nos foram fornecidos pelas nossas pesquisadoras entrevistas.

Esse comportamento nos permitiu fazer alguns diagnósticos enquanto comunicadoras: o primeiro é a falta de diálogo entres as unidades da universidade; e o segundo é a relativização da pesquisa desenvolvida por nós estudantes, também responsáveis pela manutenção do status quo desta universidade. E lamentamos muito por isso e fazemos questão de deixar aqui registrado.

A criação da Revista Digitais é uma gota d’água no processo de visibilização e reconhecimento das contribuições do trabalho científico desenvolvido por nossas cientistas, sobretudo em um estado tão rico nestas contribuições. A nossa iniciativa também é uma forte iniciativa para que novos projetos nesta linha possam aparecer, a partir de proposição de parcerias para que possamos ser um veículo pioneiro de divulgação da produção científica feminina dentro da universidade que, como apresentaremos na Digitais, é muito rica e apresenta uma diversidade de

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abordagens, tendo como perspectivas as questões de gênero.

Este trabalho tem ainda um forte caráter de popularização da científica, buscando ultrapassar os muros da universidade, no que tange à participação popular no desenvolvimento científico, pois a universidades públicas sobrevive das demandas e do financiamento do público brasileiro, portando, suas descobertas e soluções devem chegar aos brasileiros de várias formas e a nossa missão - como jornalistas e comunicadoras - é tornar essa relação possível e clara para a população. Um trabalho que já tem sido desenvolvido pela Agência de Notícias em CT&I - Ciência e Cultura.

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34 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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