cENTRo
TEcNoi_ÓG|co
Programa
de Pós-Graduação
em
Engenharia Química
TRATAMENTQ
ANAERÓB|o
DE
ÁGUAS
REs|DuÁR|As
DA
|NoúsTR|A
TÊxT||_
Dissertação apresentada ao Curso
de
Pós-Graduaçäo
em
Engenharia Químicado
Centro Tecnológicoda
Universidade Federal de Santa Catarina,como
requisito parcial à obtenção do titulo de Mestreem
EngenhariaQuímica.
Orientador: Prof.
Hugo
Moreira Soares, Ph.DSILVIA
GABRIELA
SCHRANK
FLoR|ANÓPo|_|s,
sc
por _
š'ii'.v|A
GABR|E|_A
scHRANK
Dissertação aprovada
como
requisito parcial para obtenção do títulode
Mestre noCurso
de Pós-Graduação
em
Engenharia Química, pela comissão:ãëífl
ugoM
éyofcód/za íââzuzeira Soares, Ph.D
Orientador
iš
Í ;Humberto Jorge osé, Dr.rer.na“tT
Coordenador do Curso de Pós-Graduação
em
Eng. QuímicaBanca
Examinadora:
à
Prof. Antô gusto Ison de Souza, Dr.
fp/äâ
¿(7Mz.z
saw
f.
Hug
Moreira Soares./íwfi/sf
Prof. Paulo Belli Filho, Dr.
_ Prof°. Regina F. P. Muniz Moreira, Dr. Sc.
"Senhor,
concedei-me
capacidade
de
aceifar as
coisasque não posso
mudar,
coragem
para Transformar
aquiloque
posso
e sabedoria para saber a diferença enfre ambas".
Aos meus amados
pais,que
sempre
estiveram
ao
meu
ladoem
Todos
os
momemos
de minha
vida.Ao meu
irmão por
me
fazer
sorrirAo
Departamentode
Engenharia Química da Universidade Federal de Santa Catarina, seus professores e funcionários, pela colaboração técnica efornecimento das condições necessárias para o desenvolvimento deste trabalho.
Ao
professorHugo
Moreira Soares pela paciência, amizade, dedicação eorientação deste trabalho.
A
Prof. Regina e aos grandes amigos doLDPT:
Angelina, Deisi, JoséLuciano, Matha, Mires e Vivian, obrigado pelo grande auxílio durante a
realização dos experimentos.
Ao
Edivilson Si/va, secretário da pós-graduação, pela seuprofissionalismo, prestatividade, competência e principalmente paciência.
Aos
amigos doLIMA
(Laboratório Integrado do Meio Ambiente) pelaajuda
em
algumas
análises.Á
MalhariaMANZ
Ltda. pelo fornecimentoda água
residuária para arealização dos ensaios.
Ao
Tiago, pela atenção e apoio nosmomentos
mais difíceis.Aos
meus
pais, Silvio e Tânia, e aomeu
irmão, Rodrigo, pelo incentivo.Aos
colegasdo
CPGENQ,
pelo companheirismo.Lista
de
Tabelas . . . _ _ . . . _ . . _ . . . . _ . . . . _ . . . _ Listade
Figuras . _ . . . _ . . . _ . . . . _ . _ . . . _ _ . . . . _ _ Simbologia . . . . _ . . . _ . _ . . . _ . . . _ _ . _ . _ . . . _ _ . . . _ .Resumo
. . . _ . . . _ _ . _ . . . _ . _ _ _ Abstract _ _ . . . _ . . _ _ _ . . . _ _ . _ _ . _ . . . _ . . . . _ _ _ . . . . _ _ _ 1. Introdução _ . . _ . . . . _ . _ . . . _ . . _ . . . _ . . . _ _ _ _ 2. Objetivos _ . . _ . . . _ . . _ . . . _ . _ . . . . _ _ _ _ _ 2.1 Objetivo Geral . . . _ . . . _ . . . . _ . . _ _ _ . . . . . _ 2.2 Objetivos Específicos . _ . . . _ . . . . _ . . . . _ _ 3.Revisão
bibliográfica _ . . _ _ _ . _ . . . _ . _ . . . _ . . . . _ _ . 3.1A
digestão anaeróbia . _ . _ _ _ . . . _ _ _ . _ _ _ . _ . _ . . . . _ 3.2 Microbiologia e bioquímica . . _ _ . . _ . _ . . . _ . . . . _ _3.3 Influência
de
fatores ambientais na atividade anaeróbia.3.3.1 Temperatura . . . _ . _ . _ . . _ _ . . . . _ _ _ _ . . . _ .
3.3.2
pH
_ _ _ . _ _ _ _ _ . _ . . . _ _ . . . _ . . . _ _ . . _ _3.3.3 Nutrientes . . . _ _ . . _ . . _ . . _ . . . _ . . . _ _ _
3.3.4 Toxicidade . . . _ _ . . . _ . . . _ _ _ _ _ _ . . . _ _ _ _
3.4 Tipos
de
reatores . . . _ . _ _ _ . . _ _ . . . _ _ _ . . . _ . _ . . _3.4.1 Reator anaeróbio
de
contato _ _ _ . . _ _ _ . _ _ . _ _ . _ _ _3.4.2 Filtro anaeróbio . _ . . . _ . . . . _ . . . _ . . . . _
3.4.3 Reator tubular
de
filme fixo _ . . . . _ _ . . _ _ . . . _ . . _ _3.4.4 Reator de leito fluidizado . . . _ . . . . _ . . . _ _
3.4.5 Reator
de
fluxo ascendente e leito de lodo(UASB)
3.4.6 Reator Híbrido . . . _ . . . . _ . . . _ _ _ . . . . _ _ _
3.5.1 Introdução _ _ . _ _ _ . _ _ . _ _ _ _ _ _ _ _ _ . _ . . _ . . _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ . _ . _ _ _ _
29
3.5.2 Matéria Prima _ _ _ _ . _ _ _ . _ . . _ . _ _ _ _ _ . _ _ _ . _ . _ _ _ _ . _ . _ . _ _ . _ _ _ 32 3.5.2.1 Material têxtil . . _ _ . . . _ . _ _ _ . _ _ . _ . . . _ _ . . . _ _ _ _ _ 32 3.5.2.2Água
. . . _ _ 32 3.5.2.3 Corantes _ . _ . . . _ . _ _ _ _ _ _ . _ _ _ _ _ . _ _ _ . _ _ . _ _ _ . . _ _ _ _ _ _33
3.5.2.4 Branqueadores Ópticos _ _ _ _ _ . _ _ . _ _ _ _ . . _ _ . _ _ _ _ . _ _ _ 35 3.5.2.5 Tensoativos _ _ _ _ _ . _ . . _ _ . . _ _ _ _ . . _ . . . . _ _ . . . _ . _ . _ . _36
3.5.2.6 Espessantes . . _ _ _ _ . . _ . _ . _ _ _ _ . . . . _ _ . _ _ _ _ . _ . . . _ _ _ _36
3.5.2.7 Produtosde Acabamento
_ . _ _ _ _ _ . _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ . _ _ _ _ . _ _36
3.5.3 Processo
de
produção tꛋtil _ _ _ . _ _ . _ _ _ _ . _ . _ . _ _ _ _ _ _ _ . _ _ . . _ _ 373.5.4 Tratamento dos efluentes
da
indústria tꛋtil _ _ . . _ . . _ . _ _ . . . _ _ _42
3.5.4.1 Considerações iniciais _ _ _ _ _ _ . . _ _ _ _ _ . _ . _ _ . . _ _ . _ _ . _ _
42
3.5.4.2 Principais etapas
do
processode
tratamento _ . _ . _ . _ _ _ _43
3.5.4.3 Digestão anaeróbia aplicada
ao
tratamentode
efluentestêxteis _ _ _ _ _ . _ _ _ _ _ . _ _ _ _ . _ _ . _ _ _ _ . _ _ _ . _ _ _ _ . . _ . _ _ . _ _
47
3.5.5 Transformações abióticas no tratamento
de
efluentes . . _ . _ . _ _ _ 514. Materiais e
Métodos
_ . . _ _ _ _ _ . _ _ _ _ _ _ _ _ . _ _ . _ . _ _ _ _ _ . _ _ . _ _ . _ _ . _ _ _ _ 534.1 Materiais . _ _ _ . _ _ _ _ _ _ . _ . _ _ _ . _ . _ . . _ _ . _ _ . _ _ _ _ . . . _ _ _ _ . _ _ . . _ _
53
4.1.1 Sistema _ . . . _ . _ . _ . _ . . _ _ _ . . _ . _ _ _ _ _ _ . . _ . _ . . _ . . . _ _ _ _ _ . _ _
53
4.1.2 Substrato:
amostragem
e preservação . _ _ _ _ _ . _ _ _ _ _ . _ . _ _ _ _ _ _ 544.1.3 Alimentação
do
Reator _ _ _ _ _ . . . _ _ _ . . _ _ _ . _ _ _ _ _ _ . . _ _ . . . _ _ _ 57 4.1.4 Inóculo . _ _ _ . . . _ _ _ _ _ . . _ _ . . . _ . _ _ _ _ _ . . _ . _ _ _ . _ . . . . _ . _ _58
4.1.5 Partidado
reator . . . _ _ . _ . _ . _ _ _ _ . _ _ _ _ . . _ _ _ . . _ . . _ _ _ _ . _ _ . _ _58
4.2 Métodos. . . _ . . . _ . . . . _ . . _ . . . _ _ . _.59
4.2.1Métodos
Analíticos . _ _ _ _ . _ . _ _ . _ . _ . _ . . _ _ _ _ . _ _ . _ _ _ _ . _ _ . . _ _59
4.2.1.1Medida do
pH
_ . _ _ . _ _ _ _ _ . _ . _ _ _ . _ _ _ _ . _ _ _ . _ . _ _ _ _ . _ _59
4.2.1.2
Demanda
Química de Oxigênio(DQO)
. _ _ _ _ . . . _ _ _ _ . _ _60
(SSV) _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ . _ _ _ _ . _ _ _ _ _ _ . . _ _ _ . _ _ . _ _ _' _ _ _ _ _ _ _
60
4.2.1.5 Alcalinidade Total . _ . _ _ . _ . _ . . _ _ _ _ . . _ _ _ _ _ _ _ . . _ . _ _ _60
4.2.1.6 Nitrogênio Total _ _ _ _ _ _ _ _ _ . . . _ _ _ _ . _ . . . _ _ _ _ _ . . _ _ _ _ _60
4.2.1.7 Nitrogênio Amoniacal _ . _ _ . _ _ _ _ . _ _ . _ _ . _ . _ _ _ _ _ . _ _ _ . _63
4.2.1.8 Fósforo Total _ . _ _ _ _ _ _ . _ _ _ _ _ _ . . . _ . . . _ _ _ _ . _ _ . . . _ _ _64
4.2.1.9 Ácidos orgânicos voláteis _ _ . . _ . . _ . _ _ _ . _ _ _ _ _ _ . _ _ _ _ _
64
4_2.1_1O Análise de Cor . _ _ _ . _ _ . _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ . _ _ _ _ . _ _ _
65
4.2.2 Ensaios Específicos _ _ . . . _ _ _ _ _ _ . . _ _ _ _ . . _ . . _ _ _ _ _ . . . _ _ _ 66
4.2.2.1 Teste
de
Atividade Metanogènica(AME)
_ _ . . _ _ _ . _ _ . _ _66
4.2.2.2 Teste
de
Toxicidade _ _ _ _ _ . _ . . . _ _ _ _ _ . . _ _ . _ _ _ _ _ _ . _ _ _69
4.2.2.3 Teste
de
Biodegradabilidade _ _ _ _ _ _ _ . . _ _ _ . . _ . _ _ _ . _ _70
4.2.2.4 Análise
de
Adsorçâo _ . . . _ _ . _ _ . . . _ _ . _ _ . . _ _ _ _ _ _ . _71Resultados
eDiscussão
. _ . _ . . . _ _ . _ _ _ . . . _ _ _ . . . _ _ . . _ . _ _ _ _ . _ . _ . 735.1 Resultado
da
caracterizaçãodo
efluente . _ _ _ _ _ . . . _ _ . _ _ . . _ _ _ _ _ . _ _73
5.2 Ensaio
de
biodegradaçãoem
sistema contínuo utilizando reatorhíbrido . _ . . _ _ _ . . . _ . _ . _ _ _ _ _ . . . . _ _ _ _ _ _ _ . . _ _ _ _ _ _ . _ . _ _.
74
5.3 Testes
de
biodegradabilidade _ . _ _ _ . . _ _ . . _ _ _ _ . _ . _ . . _ . _ _ _ _ . . _ _ _ _78
5.4 Teste
de
toxicidade . _ _ . _ _ . . . _ _ _ _ _ . _ . . . _ . _ . . . . _ _ _ _ . _ _ _78
5.5 Teste
de
adsorção . _ . . . _ _ _ _ . . . _ _ _ . _ _ _ . _ _ . . . _ _ . _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ . . _ _80
5.6 Teste
de
atividade metanogènica específica(AME)
_ . _ . _ _ _ _ _ _ . _ . _ _ 815.7 Considerações finais _ . _ _ _ . . _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ . . _ . _ _ _ . _ . _ _ . _ . _ . _ _ . . _ _ 82
Conclusões
_ _ _ _ _ _ _ . _ _ _ . . . _ _ _ _ _ . . . _ . _ _ . . _ . . _ . _ . _ _ _ _ _ . _ _ _84
Sugestões
_ _ _ . . _ . . _ _ _ _ _ _ _ _ _ . _ _ _ _ _ . _ . . . _ . . . _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ . . . . _ _86
Tabela 3.1 Tabela 4.1 Tabela 4.2 Tabela 4.3: Tabela 4.4 Tabela 4.5 Tabela 5.1 Tabela 5.2 Tabela 5.3
LISTA
DE TABELAS
Resultados representativos dos efeitos dos metais pesados
ao
processo
de
tratamento anaeróbio . _ . . . _ _ . . . . _ . . _ . . . _ _20
Resultado das análises da Malharia
MANZ
Ltda . . . _ _55
Corantes utilizados pela Malharia
MANZ
Ltda., no dia 20/O5/99. _ 57Programação
da partida e operação do Reator Híbrido . . . . _ . . _59
Soluções estoque utilizadas nos ensaios . . _ . . . _ . _ _ _ . _ _ _
67
Mistura
de
ácidos para a solução estoquedo
teste de AtividadeMetanogënica . . . _ . . . _ . . . _ . . . _ . _ _ . _ . . _ _ _ . . . _ . 67
Resultado
da
caracterização do efluente oriundoda
MalhariaMANZ
Ltda . . . _ _ . . . _ . . . _ _ _ . . . _ . _ . _ . . . . _ _ _ . _ . . . _ _73
Resultado das análises de
DQO
(mg/L)do
testede
adsorção. _ .80
LISTA
DE
FIGURAS
Figura 3.1: Tratamento, produção
de
energia, alimentos e materiais, atravésda
digestão anaeróbia _ . _ _ _ _ . . . _ . . . _ _ _ . . _ _ . . _ _ _ . . _ _ . . . _ _ . _ _ 5
Figura 3.2: Balanço energético dos processos aeróbios e anaeróbios . . . _ 7
Figura 3.3:
Diagrama
esquemático do processo de digestão anaeróbia _ _ . . _ _ 9Figura 3.4:
Desenho
esquemático dos principais biodigestores . . _ _ . . . _ . _23
Figura 3.5:
Usos da água
na Terra . . . _ . . . _ _ _ . . . _ _ . . _ _ _ . . _ . _ . _ _ 32Figura 3.6: Despejos provenientes
do
processamento dos tecidosde
algodão esintéticos _ . _ . . _ . . . _ . . . _ _ . . _ . _ . . _ _ _ . . _ _ . _ _ 41
Figura 4.1:
Desenho
esquemáticodo
sistema utilizado . . _ . . . _ _ . . . _ . . . _ _ .54
Figura 5.1: Evolução dos parâmetros
de
controledo
reator híbrido . _ . _ . . _ _75
Figura 5.2:Teste
de
toxicidade: produção de gásem
função dotempo
nas váriasconcentrações de
água
residuária (inibidor) . . . _ . . . _ . . . _ _79
Figura 5.3: Teste
de
atividade metanogènica específica: curvas de produção degás
em
funçãodo tempo
para o lodo inoculado antes e após a operação do reator . _ . . . _ _ . . . _ . . . _ . . _ 81SIMBOLOGIA
Abs
absorbância. Alc alcalinidade.AME
atividade metanogënica específica.AMEMMO,
atividade metanogënica específicamáxima
em
OmgDQO/L.
AMEMMC,
atividade metanogënica específicamáxima
na concentraçãodesejada.
AOV
ácidos orgânicos voláteis.d
dia.D.A. digestão anaeróbia.
DBO
demanda
bioquímica de oxigênio.DQO
demanda
químicade
oxigênio.ETE
estação de tratamentode
efluentes.F.A. filtro anaeróbio.
r reator.
LDPT
laboratóriode
desenvolvimento de processos tecnológicos.SST
sólidos suspensos totais.SSV
sólidos suspensos voláteis.ST
sólidos totais.SV
sólidos voláteis.TRH
tempo de
retenção hidráulica.RESUMO
As
operaçõesde
preparação eacabamento
dos tecidos, especialmente o cozimento, alvejamento,desengomagem
e tingimento,em
uma
indústria têxtil
dão
origem auma
grande quantidadede
despejos. Essesdespejos são
compostos
por corantes, sulfactantes e aditivos, os quais,possuem
estrutura complexa e elevada toxicidade.O
estadode
Santa Catarina possuium
grandenúmero
de Indústrias Têxteis,que geram
uma
quantia considerável de efluentes e são consumidoresde
elevada quantidade deágua
para suas mais diversas etapasdo
processo. rAtualmente, o tratamento destes despejos é
comumente
realizadopor processos físico-químicos seguidos de
um
processo biológico aeróbio.O
processo biológico aeróbio tem
como
inconveniente a produçãode
grandes quantidadesde
lodos residuais, os quais são dispostosem
aterros sanitários,aumentando
os custos operacionais destas empresas.O
uso do tratamento anaeróbio destes despejosvem
se mostrando muito promissor por produzirde
5 a20
vezesmenor
quantidadede
Iodo e melhorar a biodegradaçãode
uma
sériede
corantes têxteis.O
objetivo desse trabalho é verificar a aplicabilidadedo
tratamento anaeróbio para este tipode
despejo.A
água
residuária utilizada neste trabalho foi obtidade
uma
únicaamostra (aproximadamente 1OOL), coletada
em
uma
Indústria Têxtilde
SantaCatarina e
armazenada
em
freezer para manter suas propriedades e caracteristicas.Sua
DQO
foide 740
mgOz/L.Para este trabalho foi construído
um
reator anaeróbio híbridode
aproximadamente 1L. Este foi operado durante
90
diascom
alimentação.
contínua diária
de
1Lda
amostra eum
reciclo de 1:1.Durante a operação do Reator a eficiência
em
termos deremoção
de
DQO
variou entre60%
e90%
e a corem
tornode 60%.
A
temperatura médiadentro
do
reator foide
30°C e opH
foi de aproximadamente 7,0.Além do acompanhamento
diário do reator foram realizados testesde
biodegradabiiidade anaeróbia, atividade metanogènica específica, adsorçãoe toxicidade.
Com
o testede
adsorção foi possível verificarque
os corantes e aDQO
contida no efluentenão
foram adsorvidos pelo Iodo do reator. Já no testede
toxicidade foi observadoque
quanto maior a concentração do efluente, maioro seu efeito inibitório sobre a população microbiana, atingindo
25%
de
inibiçãoda
atividade metanogênica específicaquando
a concentração daDQO
doefluente no teste foi igual à
do
efluente bruto (740 mgOz/L).A
atividade metanogênica específicado
lodo proveniente do reatorao
fim do experimento (0,05gDQO-CH4/gSV.dia)
apresentou valores superioresa aqueles obtidos para o inóculo (0,037 gDQO-CH4/gSV.dia). Este fato indica
que
os microrganismos presentes foram capazes de obter vantagens nutricionais doscompostos
químicos presentes no despejomesmo
sob os efeitos tóxicos e recalcitrãncia dosmesmos.
ABSTRACT
The
preparationand
finishing operations in the te›‹tilemanufacturing specially cooking, bleaching, desizing and dyeing generate a
large quantity of wastewater.
These
wastewater are constituted by dyestuffs,surfactants
and
additives, which has complex structure and high toxicity. ~Santa Catarina has a large
number
of textile industries, that generate a considerableamounts
of effluentsand
consume
large quantities of water in their differents process stage.Nowadays,
the treatment of these wastewaters arecommonly
carried out using physico-chemical folowed by biological aerobic processes.
The
biological aerobic process has as incovenience the production a large quantity of sludge residue, that are disposed in industrial landfil, increasing operationalcosts of these industries.
The
use of anaerobic treatment of these wastewatershas
been
showing tobe
promissing, producing 5 to20
times less sludgeand
improving the biodegradation of
many
dyeis.The
objective this work is to verifythe application of anaerobic treatment to this kind of wastewater.
The
wastewater used for this workwas
obtained from onlyonesample (approaching 100L), collected in textile industry in a Santa Catarina
and
store in freezer to keep their proprieties
and
characteristics. lt'sCOD
was
740
mgOz/L.
For this work, a 1L hybrid anaerobic reactor
was
constructed. ltwas
operated during90
days, continued feeded with 1L of the sampleand
a 1:1recycle.
During the operation of the reactor the
COD
removal efficiencyvaried in the range of
60%
to90%
and colour removal around60%. The
averageBeyond
the reactor daily retinue analysis itwere
carries outanaerobic biodegradability, specific
metanogen
activity, adsorptionand
toxicittests.
With the adsorption test
was
possible verify that the dyesand
theCOD
contents in effluent wasn't adsorption by the sludge inside the reactor. Already in toxicit testwas
abserve that as larger the concentration of theeffluent, largest your inhibition efect over microbiological population, getting
25%
of inhibition of the specific
metanogen
activitywhen
theCOD
concentration ofthe effluent in this test
was
equal to textile waste water (740 mgOz/L).The
specific methanogenic activity of the sludge from the reactor inthe
end
of the experiment (0,05gCOD-CH4lgSV,day) showed
bigger valuescompared
to theones
obtained with the inoculum (0,037 gCOD-CH4IgSV.day).This fact indicate that the micfoorganisms
were
able to obtain nutricional advantages from the chemicalcompounds
'of the wastewater, even by the toxic1JNTRoouÇÃo
O
maiorconsumo
de
matérias-primas e energia e os grandes despejos industriais no meio ambientevêm
provocando reações justas e necessáriasem
segmentos da
população .ezem entidades, governamentais ounão, preocupados na preservação dos ecossistemas.
A
interação entreatividades industriais e o meio ambiente
tem
sidotema da
maior relevânciapolítica e social na atualidade.
Não
é desconhecido o fato de que, hoje,produtos químicos oferecidos no
mercado
estão sujeitos a inúmeras restriçõeslegais. _
As
operações de preparação eacabamento
dos tecidosem
uma
Indústria Têxtil
dão
origem auma
grande quantidade de despejos. Essesdespejos são compostos por corantes, surfactantes e aditivos, os quais,
possuem
estrutura complexa e elevada toxicidade.ç
.
O
estadode
Santa Catarina possuium
grandenúmero de
Indústrias Têxteis,
que geram
uma
quantia considerável de efluentes e são consumidoresde
elevada quantidadede água
para suas mais diversas etapasdo
processo. l~
Atualmente, o tratamento destes efluentes é
comumente
realizadoutilizando-se processos físico-químicos seguido de
um
sistema biológicoaeróbio.
O
sistema aeróbio temcomo
inconveniente a produção de grandesquantidades
de
lodos residuais, os quais são dispostosem
aterros sanitários, acarretandoem
alto custo financeiro para a empresa.O-desenvolvimento
de
sistemasde
tratamento mais eficientescom
custos operacionais reduzidos, alémde
alternativas tecnológicas para redução e disposição finalde
Iodo produzido, são os desafios aserem
enfrentados nestapara estes fins,
uma
vez que, dentre outras vantagensdegradam
compostosorgânicos aromáticos
de
difícil degradação via aeróbia,que
são os principaiscomponentes
dos corantes utilizados nestas indústrias.Além da
capacidadede
reduzir a cor dos efluentes, o processo anaeróbio produz
de
5 a20
vezesmenos
lodo biológicocomparado
com
o aeróbio.Muitos trabalhos relativos
ao
tratamentode
efluentes têxteis e corantestem
sido desenvolvidos naUFSC. No
próprio Departamento deEngenharia Química e Engenharia de Alimentos
(EQA)
foram realizadosexperimentos
com
carvão ativado e tratamento biológico aeróbiode
corantes.No
Departamentode
Engenharia Sanitária hátambém
um
grupode
pesquisadores
que
vem
desenvolvendo trabalhoscom
o efluente têxtil, tratandoo
mesmo
com
um
reator aeróbiode
leito fluidizado e por ozonização.O
usoda
digestão anaeróbiaem
escala real tem sido bastanteutilizada para tratar
uma
sériede águas
residuárias principalmente esgostos eefluentes
de
cervejaria.No EQA/UFSC
háum
reator anaeróbioem
operaçãopara degradar
compostos
organoclorados.Este trabalho visa verificar a aplicabilidade do processo de
digestão anaeróbia
ao
tratamentode
efluentes têxteis, verificar a toxicidade e2.
OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral
Este trabalho teve
como
objetivo verificar a aplicabilidade doprocesso
de
digestão anaeróbia, utilizando reator híbrido, ao tratamento deefluentes têxteis.
2.2 Objetivos Específicos
-Caracterizar o efluente têxtil através de análises
como
DQO,
cor,pH, SV, ST, SSV, SST, alcaiinidade, nitrogênio total e fósforo total.
- Verificar a toxicidade e a biodegradabilidade deste efluente na
digestão anaeróbia.
- Determinar parâmetros
de
operação e controledo
sistema, além de parâmetrosde
projeto para futura ampliação de escala.- Verificar a eficiência
de
um
reator híbrido no tratamento deste3.
REv|sAo
B|Bi.|ocRÁ|=icA
3.1
A
digestão anaeróbiaConforme
SPERLING
(1996), o processo de fermentação anaeróbia apresenta-secomo
uma
das melhores alternativas para o tratamento de produtos altamente poluidorescomo
resíduos industriais , esgoto doméstico,lixo urbano, vinhoto e resíduos animais, convertendo-os
em
produtos úteiscomo
o
metano
e biofertilizantes.Há
muito conhecido, o processo de digestãoanaeróbia beneficiou-se nas últimas décadas
de
importantes avanços noconhecimento
de
seus fundamentos, particularmente noque
tange àmicrobiologia
do
processo e àconcepção
dos reatores.A
digestão anaeróbia transcorreem
ausência de oxigênio e oscompostos orgânicos são
decompostos
em
uma
sériede
compostos gasosos(CH4, COz, HzS, Hz, entre outros)
(LEMA
et al., 1997).Para
CRAVEIRO
(1994) entre os processosde
tratamento, a digestão anaeróbia tem se destacado, por sua característicade
simultaneamente remover materiais poluentes e permitir recuperar recursos,como
ilustra a Figura 3.1.Uma
amplagama
de
resíduos sólidos, lodos eáguas
residuárias
podem
seradequadamente
tratados por digestão anaeróbia; temsido
mesmo
considerada a possibilidade de produçãode
energiade
culturas(sorgo, cana, etc) plantadas
com
o objetivo de fornecer matéria-prima paraAgâ Om_m_>/EO “2__°"_ ggägã Omñgä
8
$>_wš »W_g2g_ O WO_CQE__W šgüã8
Omg_ëQ _OEg__2E__| H; g_â_"_ gO__m90_ö Wgwšãa _ <ww<_>_o_m H~E_a¿__9_NE~
288
_O_Vg_O_O__ëOU ¡||~ W2ãN___t88
O_Wg$%O2 _ ÊOXEWg
_ OmgN___te í OÊNÊEÊ OUO»_~
j
Q Owog____H
ox: _ ^%__8V 8:33 _ woojow moagwmm o___Zm__2<___<”E_|WOn_ WD WODOEE T8_U_=_o__w2_š=m Ii i_ <_m_ON_m__<z< O/_twwo_o __O_U__§___ 022% I Eggg
8UO_ _ moon: 858 OU 892 °o_ümwE°_U __mEm_:š I mooãøj wongwmm o___zm__>__|_< _w_99_0 W¶mO_nAssim
,uma
planta .de biodigestãopode
.ser to pontode
partidapara:
I
tratamento do resíduo, visando diminuir sensivelmente seu potencialpoluidor;
I
produçãode
alimentos através do uso do excesso de lodo produzido e pela utilização do efluente líquido, seja para ferti-irrigação de culturas, ou para criaçãode
peixesou
pela recuperaçãode
saisde
nitrogênioe
fósforo;
I
recuperaçãode
enxofre, atravésde métodos
biotecnológicosde
oxidação
de
sulfetos formados na D_.A a partir de sulfatos presentes;I
reuso da água.VAZOLLER
(1999), relataque
os sistemas de biodigestãoanaeróbia foram inicialmente adotados na estabilização
da
fração sólida dosesgotos sanitários e de resíduos agrícolas. Esta escolha deveu-se às baixas velocidades
de
degradação inerentesao
metabolismo anaeróbio (fermentação erespiração anaeróbia). Por sua vez, os processos aeróbios
sempre
foramadequados
para o tratamentode
resíduos líquidoscom
concentrações .baixasde
matéria orgânica, devido ademanda
artificial de oxigênio. Assim, surgiu a necessidadede
sistemasque
s.uportassem concentrações elevadasde
matéria orgânica poluente, e boas velocidades na biodegradaçäo.A
utilização dos processos anaeróbios para to tratamentode
resíduos
possuem
várias vantagens sobre os processos aeróbios, destacando-se: baixa ,produção de lodo; .poucos requerimentos nutricionais
ao
processo; baixoou
nenhum
gasto de energia; aplicação de elevadas cargas orgânicas;recuperação potencial
de
energia na formade
metano
.(.biogás); degradaçãode
certos
compostos
tóxicos, taiscomo
halogenados recalcitrantes à degradaçãoaeróbia; habilidade
em
preservar a atividadedo
lodo por longos períodos sobdesfavoráveis
no
processode
digestão anaeróbia, tais como:remoção de
DQO
menor
que
em
processos aeróbios, levando à .necessidade deum
pós-tratamento,
em
função das característicasda
água
residuária eda
legislação; apartida (start-up)
do
,processo é freqüentemente maisdemorada
-doque
nosprocessos aeróbios; a supervisão
da
operação é maiordo que
em
processosaeróbios.
Na
Figura 3.2 é mostrado o balanço energéticode
um
processode
digestão anaeróbia,
em
contrastecom
um
sistema convencionalde
tratamentoaeróbio.
Lodo
a tratar60
kDQO
Entrada _
REATOR
.Saída1ooi‹g
Doo
^f§)2â10 iokgDoo
Ludo Estabmzado
r
A
1oi<g
Doo
Eletricidade Entrada Saída
REATOR
para aeração 100kg
.DQO
ANAERÓBIO
10kgDQO
(35°C)
--1-›
/Metano
31m3
Calor
Máximo
E-letricidade 'Máxima195
kwh
78kwh
Figura 3.2: Balanço Energético dos processos .aeróbios .e anaeróbios
3.2 Microbiologia .e bioquímica
As
bactérias são os principais microrganismos responsáveis pelaconversão
da
matéria orgânica a metano, dióxido de carbono .e eventualmentegás sulfídrico. Outros microrganismos
podem
ter certa importância no estágioinicial
de
fermentação,como
protozoários flagelados ligados ao trato digestivode
témitas e alguns fungosque
vivem no rúmen, capazes de produzir enzimasque atuam
na quebrade
materiais lignocelulósicos;também
émencionada a
presença
em
digestores de protozoários, alémde
fungos e leveduras,porém
são
de
importância pequena,comparados à comunidade
bacteriana(CRAVEIRO,
1994).A
conversão anaeróbiade
um
material orgânico complexoem
metano
e dióxidode
carbono consta de várias etapas,em
série ou série- paraielo,em
que
estão incluidasum
número
considerável de espéciesbacterianas. Vários autores apresentam diferentes representações
esquemáticas do processo
de
digestão anaeróbia: uns mais simplificados eoutros mais complexos. Porém,
mesmo
osesquemas
mais complexos aindaestão
aquém
de descrever todas as interaçõesque
ocorrem nestes sistemas.HIRATA
(1991), demonstraum
esquema
representativodo
processo
que
é demonstrado na Figura 3.3,onde
se apresenta,esquematicamente,
as
principais etapas da degradação anaeróbiada
matéria orgânica complexa e as populações responsáveis pelasmesmas.
A
divisãoda
comunidade
microbiana .anaeróbia geralmente é feitaem
très grandes grupos e maisum
quarto grupo.H|DRÓi_|sE E
FERMENTAÇÃO
(1)Ác|DOs
GRAxOs
ETANOL
DESIDROGENAÇÃO
AcETOGÊN|cA
(2) AcE'rATO Hz + 502H|DROoENAÇÃO
AOETO-eÊN|cA (3) VFORMAÇÃO
REDuT|vA DEscARBOx|1_AÇÃODE
METANO
(4)DE
ACETATO
(4) CH4 + CO; CH4 + COzFigura 3.3: Diagrama esquemático do processo de digestão anaeróbia. (1)
bactérias hidrolíticas fermentativas; (2) bactérias acetogènicas
produtoras
de
hidrogênio; (3) bactérias homoacetogènicas; (4)bactérias metanogènicas. _
As
bactériasdo
primeiro grupo sãochamadas
hidrolíticasfermentativas e são responsáveis pelos dois primeiros subprocessos,
que
são ahidrólise das macromoléculas a substâncias monoméricas, e subsequente fermentação das
mesmas
com
produção de moléculas mais simples.O
segundo
grupo consiste daschamadas
bactérias acetogënicasprodutoras de Hz devido aos produtos (acetato e hidrogénio)
que
são formadosno seu metabolismo a partir dos ácidos orgânicos e outros compostos
provenientes do grupo anterior.
O
terceiro grupo é constituído pelas bactérias metanogènicas, e apresenta a maior diversidade microbiológica entre todos os grupos presentesnum
biodigestor.As
metanogènicas pertencem a dois grandes subgrupos,de
acordocom
o substrato utilizado.São
chamadas
de hidrogenotróficas aquelasque
utilizam o Hz eCOz
para a geração de metano, na reaçãode
obtenção deenergia.
As
metanogènicasque
utilizam a quebra do acetato formandoCOz
eCH4
no seu metabolismo energético sãochamadas de
acetotróficas ouacetoclásticas.
As
metanobactériasdo
género Methanosarcina são capazesde
utilizar Hze COz, acetato,
bem
como
o metanol, metilamina eCO.
O
quarto grupo,sempre
presenteem
quantidadesmenores
nosambientes anaeróbios complexos, é constituído pelas bactérias acetogènicas
consumidoras
de
Hz,denominadas
homoacetogènicas. Elasproduzem
acetato apartir do Hz e COz.
Além
desses 4 grupos mais importantes, existem muitos outrosde
menor
relevância no processocomo
um
todo,como
os produtoresde
propionatoa partir de acetato,
COz
e Hz, ou os microrganismos capazes de sintetizar ácidosBactérias hidrolíticas fermentativas
Estas bactérias são responsáveis pela hidrólise das
macromoléculas a substâncias
monoméricas
e a subsequente fermentação dasmesmas
com
produçãode
moléculas mais simples. Elas hidrolisam ospolímeros, dissolvidos ou não,
como
proteínas, carboidratos e lipídeos, atravésda produção
de
enzimas extracelulares (celulases, amilases, lipases, proteases,etc), obtendo moléculas suficientemente
pequenas que
podem
atravessar amembrana
celular. Dentro das células, essas moléculas são metabolizadas a moléculasmenores
ainda,que
são lançadasao
meioem
forma deuma
variedade
de
produtos, tais como: acetato, propionato, butirato, etanol, COz, Hz, etc(SOARES
eHIRATA,
1997).Os
produtos finais do metabolismo dessas bactérias,dependem
tanto
do
substrato inicial, quanto das condições ambientais.No
que
tange àscondições ambientais, há grande importância
da
presença reguladorado
Hz.O
controleda
concentração de Hz no meio é de importânciafundamental no estabelecimento da proporção entre os diversos produtos
intermediários produzidos pelas bactérias fermentativas
(CRAVEIRO,
1994).O
Hzmesmo em
concentrações relativamente baixas pareceregular o processo global
de
conversão, restringindo as reações acidogênicasem
diversos pontos da via glicolítica. Paraque
o catabolismo prossiga énecessário
que
oNADH
produzido seja regenerado aNAD,
conforme apresentado naequação
3.1. Essa função é alcançada pela reduçãode
prótonspara formar gás-hidrogênio:
NADH
+ H* -› Hz +NAD*
AGO
= +1ô,o K1`
(s.1)
Embora
o equilíbrioda
reação seja fortemente no sentidoda
formação de
NADH,
a reaçãopode
prosseguir para a direita,desde que
apressão parcial de Hz seja mantida muito baixa. Essa condição
pode
ser cumprida na presençade
uma
população de bactérias metanogënicasque
metabolizam o Hzde
forma eficiente(SOARES,
1990).Vários fatores
podem
causar o desequilíbriodo
sistema,provocando
um
aumento da
concentraçãode
Hz no meio, fazendocom
que
oequilíbrio
da
equação
(3.1) se desloque para a esquerda, fazendocom
que
hajaa formação preferencial
de
produtos reduzidos, taiscomo
o etanol, butirato epropionato,
ao
invésde
acetato,COz
e Hz.Bactérias acetogênicas produtoras
de
hidrogênioO
nome
do
grupo se deve aos principais produtos formados, oacetato e o hidrogênio, através
do
metabolismo das substâncias gerados pelogrupo anterior.
No
casode
partir de compostosde
número
ímparde átomos
decarbono, há formação
também
de
dióxidode
carbono na acetogênese(SOARES
eHIRATA,
1997).A
primeiradocumentação
deum
microrganismo desse grupodemonstrou
que
a fermentação do etanol apresentada naequação
3.2, atribuídaa
uma
bactéria metanogènica, Methanobacillus omelianskií, representava, naverdade, a
ação de
uma
associação sintrófica de duas espécies,uma
denominada
organismoS
e a outra,Methanobactefium
M.O
H.O
organismoS
produz acetato e hidrogênio a partirdo
etanol , enquantoque
a metanobactériautiliza o hidrogênio para reduzir o COz, produzindo metano. Estas reações estão
apresentadas nas
equações
3.3 e 3.4 respectivamente.2 +
HCO-3
-) +CH4
+ H+AGO
= -132,7KjcH3cH,oH
+Hzo
-›cH3coo'
+ 2Hz + H* (3.3)Aoc
= +9,ôKj4Hz +
HCO`3
+ H* -›CH4
+3HzO
(3.4)A
equação
3.3 é extremamente desfavorável do pontode
vista termodinâmico e só é possível se aequação
3.4 ocorrer simultaneamente,retirando o hidrogênio do meio e deslocando o equilíbrio da reação para a
direita.
O
mesmo
tipo de interação entre as bactérias acetogënicas e as metanogênicas, apresentada para a degradação do etanol, se estende à degradação dos ácidos orgânicos,como
pode
ser observado nasequações
3.5a 3.8 apresentadas a seguir:
#
propionato:- bactéria acetogènica catabolizando propionato:
CH3CHzCOO`
+3HzO
-›CHzCOO`
+HCO`3
-+ H"~+ 3Hz (3.5)AGo
= +76,2Kj- associação acetogènica + metanogênica (3.5 e 3.4)
4CH3CHzCOO`
+3HzO
-›4CH3COO`
+ HC.O`3 + H* -+3CH4
(3.6)AGo
= -102,0Kj#
butirato:- bactéria acetogènica catabolizando butirato
CHzCHzCHzCOO`
+HzO
-›2CH3COO`
+ H" + 2H2 (3.7)AGo
= +48,1Kj- associação acetogènica + metanogènica (3.7 e 3.4)
2CHzCHzCHzCOO`
+HCO`z
-›4CH3COO`
+ H" + CH., +HzO
(3.8)Bactérias
homoacetogênicas
Contrariamente das acetogènicas produtoras de hidrogênio, as
bactérias deste grupo são consumidoras
de
hidrogênio eproduzem
acetato apartir de dióxido
de
carbonocomo
fonte de carbono.Este grupo está presente
sempre
em
quantidadesmenores
nos ambientes anaeróbios complexos.A
contribuição deste grupo na produçãode
acetato é pequena,
podendo
chegar a2%
do total. Por esta razão, às vezes,este grupo é omitido nas representações do processo anaeróbio
(SOARES
eHIRATA,
1997).Bactérias
metanogênicas
As
metanogênicas são os únicos organismos capazesde
transformar o acetato e hidrogênio
em
produtos finais gasosos.Sem
esse grupode microrganismos, a efetiva degradação da matéria orgânica
não
secompletaria, devido à
acumulação
dos produtos dos microrganismosfermentativos, especialmente ácidos graxos e álcoois
(CRAVEIRO,
1994).São
organismos anaeróbios obrigatórios e necessitam deum
ambiente redutorcom
potencial redoxmenor que
-300mV
para o seucrescimento, razão pela qual o seu isolamento
não
foi possível até odesenvolvimento
de
técnicasde
cultivoem
anaerobiose eficazes(SOARES
eHIRATA,
1997).Todas
as bactérias metanogênicas têmuma
característicaem
comum:
utilizamum
grupo metilcomo
receptor final de elétrons, formando o metano. Esta éuma
reação termodinamicamente favorável, e servecomo
um
reservatório
de
elétrons para as reações de oxidaçãoem
meio estritamenteanaeróbio.
Existem inúmeros tipos
de
bactérias metanogênicas devido a sua heterogeneidadede
forma e estrutura.A
característicacomum
entre elas é a formade
obtenção de energia para crescimento,que
ocorre atravésde
um
mecanismo que
leva a formação de metano. Utiliza para tanto os produtos metabólicos dos microrganismos anteriormente descritos, particularmente Hz,COz
e acetato(SOARES,
1990).As
metanobactérias apresentam 3 coenzimas específicas, não encontradasem
nenhum
outro organismo; a coenzima420
ou fator420
(F-420)envolvida no transporte
de
elétrons, coenzimaM
(CO-M)
relacionadacom
as reaçõesde
transferênciado
radical metil e o fatorB que
éuma
coenzimasensível a Oz, estável
ao
calor eque
participa na formação enzimáticado
metano.
Também
apresentam outra particularidadeque
consiste em,ao
contrário
de quase
todas as outras bactérias,não
apresentarem ácido murãnicona parede celular.
O
Fator420
(F-420)vem
sendo
utilizadocomo
uma
forma de medirindiretamente a concentração das metanobactérias
ao
meioem
fermentação,devido as suas propriedades fluorimétricas.
As
metanobactérias são divididasem
dois grandes subgrupos, de acordocom
o substrato utilizadocomo
fontede
energia.As
que
utilizam hidrogénio sãochamadas
de hidrogenotróficas.A
fonte de carbono para elas é principalmente o dióxido de carbono.
Algumas
sãocapazes
de
crescertambém
em
formiato, metanol, monóxidode
carbono emetilamina,
que
são intermediáriosmenos
importantes dentrode
um
biodigestor.
As que
usam
a quebra do acetatocomo
fonte de energia ede
carbono são
chamadas
de
acetotróficas ou acetoclásticas(SOARES
eHIRATA,
1997).Apenas
2 gêneros de metanobactérias acetotróficas sãoconhecidas: Methanosarcina e Methanothrix,
havendo
espécies mesofilicas e espécies termofílicas.As
bactériasdo
gênero Methanosarcina são pseudosarcinasque
ordem de
5mM
etempo de
geração de 30 horas (ou velocidade específicamáxima de
crescimentode
0,55 d`1).Podem
utilizar alémdo
acetatotambém
metilaminas, metanol e hidrogênio.
As
bactériasdo
gênero Methanothrix, são bacilosque formam
longos filamentos.
Têm um
Ks
entre 0,7 e1,2mM
etempos
de geração entre65
e
70
horas (ou velocidade específicamáxima de
crescimento entre 0,26 e0,24 d"). Utilizam
apenas
acetatocomo
substrato e devido à sua maiorafinidade por este substrato, são preferidas
em
biodigestores.Em
geral os lodosgranulados dos reatores
UASB
contêm alta porcentagem de Methanothrix(cRAvE|Ro,
1994).3.3 Influência
de
fatores ambientaisna
atividade anaeróbia:Já
que
as metanobactérias são os organismos mais sensíveis e limitantesda
velocidade, é necessárioque
as condições ambientais sejam controladasde
modo
a favorecer a atividade e crescimento delas. '3.3.1
Temperatura
Cada
bactériatem
uma
condição Ótimade
temperatura na qualapresenta a maior velocidade
de
crescimentoem
condições ideais. Desta forma o crescimento torna-se mais lento (maiortempo
de geração) namedida que
a temperatura se afastada
temperatura ótima. Para qualquer microrganismo, existeuma
temperaturamáxima
e mínima acima ou abaixo da qualnão
ocorre crescimentoda
célula (CARVALHAL,
1999).Na
faixa mesofílica (20-45°C), a temperatura ótima se situaem
torno
de 35°C
ena
faixa termofílica (45-65°C),em
tornode
55°C(SOARES
ettemperatura.
A
reduçãoda
fraçãode
material orgânico provavelmentepode
seratribuída a
uma
baixa taxa de hidrólise, fazendocom
que
uma
grande parte daspartículas sólidas e macromoléculas
permaneça
intacta.Em
termos práticos istonão
significaque
o material orgânico não possa ser removidode águas
residuárias a temperaturas baixas: é possível
que
o material orgânicoparticulado seja incorporado no lodo do tratamento através
da
adsorção,floculação ou decantação ou outro processo não biológico
(VAN
HAANDEL,
1994).
Segundo
SOARES
(1990), o processo apresentauma
maiorinstabilidade nos seus parâmetros de controle,
quando
operadona
faixatermofílica, e
quando
ocorre variações da temperatura, esse problema se agrava,podendo
afetar mais seriamente o processo.Para
VAN
HAANDEL
(1994), a digestão anaeróbia é possível atemperatura baixa (10°C),
mas
a eficiência e taxa de digestão diminuem muitocom
a diminuiçãoda
temperatura.Em
tornode
35°C obtém-se a taxamáxima
dadigestão anaeróbia.
3.3.2 pH`
A
maior parte dos microrganismos crescemem
pH
7 ou próximode
7 (neutro) e
não
crescemem
condições muito ácidas ou muito alcalinas(CARVALHAL,
1999).O
valor e a estabilidade dopH
no reator anaeróbio sãoextremamente importantes:
uma
taxa elevadade metanogènese
sópode
se desenvolverquando
opH
semantém numa
faixa estreita, pertodo
valor neutro:se o
pH
tiverum
fatormenor que
6,3 ou superior a 7,8 a taxade metanogènese
diminui rapidamente.
As
populações para a fermentação ácida são muitomenos
fermentação ácida
pode
prevalecer sobre a fermentação metanogènica, tendocomo
resultado oazedamento do
conteúdodo
reator(VAN
HAANDEL,
1994).Conforme
SOARES
(1990), valores depH
abaixo de 6,0 e acimade 8,0, praticamente
fazem
cessar a produção de metano.SOARES
(1990), lembra ainda que, opH
está intimamente ligado aconcentrações de ácidos orgânicos voláteis no meio, resultante do equilibrio
entre as populações
de
microrganismos e a alcalinidade totaldo
sistema.Portanto, qualquer desequilíbrio no sistema provoca o acúmulo
de
ácidosorgânicos no meio e conseqüente
queda
de pH.2.3.3 Nutrientes
Nitrogênio, fósforo e diversos micronutrientes são essenciais para
a atividade bacteriana. Alguns residuos,
como
lododo
esgoto, geralmentecontém
todos os nutrientes necessáriosem
quantidades suficientes,ao
passoque
para outros é necessáriouma
correçãodo
meio(CRAVEIRO,
1994).Várias são as concentrações relativas, entre os principais elementos constituintes das células, apresentadas na literatura.
Na
realidade estas relaçõesdependem
da disponibilidade de cada elemento no meioem
digestão, além
da
fração destinadaao
crescimento celular eda
eficiência doprocesso.
É
normalmente encontrada arecomendação que
semantenha
uma
relação entre a fontede
carbonocom
os principais macronutrientes, como:A
C:N:P:S =150:5:1:1
DQO:N:P:S
= 5001521 :1Segundo
LEMA
et al. (1997),uma
das principais vantagensdo
processo anaeróbio é a sua baixa necessidade de nutrientes, devido logicamente a baixa produção celular.
3.3.4 Toxicidade
Para
CRAVEIRO
(1994), praticamente qualquer substânciapode
ser estimuladora, inibidora
ou
tóxicaao
processo biológico.O
efeito observadodependerá da
concentraçãoda
substância no reator e eventualmente da relação entre sua concentração e a fonte de carbono. Naturalmenteque
a formacomo
é operadauma
estaçãode
tratamento anaeróbio,também
é importantepara a eventual
ação
deletériade
uma
dada
substância presente no efluente aser tratado.
ø Metais
pesados
Vários metais
pesados
podem
aparecerem
efluentes industriais emesmo
em
esgotos municipais, estes são extremamente tóxicos aos microrganismosem
concentrações relativamente baixas.Segundo
DELÊE
et al. (1998), a principal fonte de metais pesadosem
Indústrias Têxteis se encontra no processo de tingimentodo
tecido.Os
metais pesadospodem
ser provenientes ouda
própriamolécula
do
corantecomo
é o casodo
Cromo
nos corantes ácidos oudo Cobre
nos corantes diretos, ou
serem
origináriosde
outros materiais utilizados no processo de tingimento, talcomo
o Mercúrio presenteem
vários reagentesquímicos
(PERES
eABRAHÃO,
1999).A
toxicidadetambém
surge de outros reagentes utilizados notingimento. Alguns estudos tem mostrado
que
alguns corantes e surfactantespodem
conduzir à inibiçãode
sistemas biológicos eserem
tóxicos para peixes(CORREIA
et al., 1994).,A
Tabela 3.1, proposta porMALINA &
POHLAND
(1992),representa resultados dos efeitos de metais pesados nos processos de tratamento anaeróbio.
Tabela 3.1: Resultados representativos dos efeitos dos metais pesados
ao
processo
de
tratamento anaeróbioConfiguração Produto químico
mg
metalILobservações
do
Processo
reator anaeróbiode
15 L,TRH
de
10 dias à 35°C. reator anaeróbiode
19 L,TRH
de 17 dias à 30°C reator anaeróbiode
1,5 L,TRH
de20
dias à 35°C Fonte:POHLAND,
Ni(NO3)z 10, 50,250
10 mg/L inibição, 30 mglL CU(NO3)2 20, 100,500
40 mg/L inibição, 70 mglL limite de tóxicoCd(NO3)z 20,50,100 não há nível de inibição ou
limite de tóxico Pb(NO3)z 80, 400,
2000
340 mg/L inibição, >250 mg/L limite tóxico Zn( NO3)2 400, 2000, 15000 400 mg/L inibição, >600 mg/L limite tóxicoNÍSQ4
10, 40,200
não há inibiçãocom
277mg
Ni/L no lodoZHSO4
2.5,20
digestão normalcom
10 a20
mg
Zn/L Zn(CN)z 16 20mg
Zn/L causa inibiçãoCuSO4
397,794
50%
inibição a 211 mg/LZHSO4
409, 81750%
de inibição a 136 mg/LNÍSÔ4
367,734
50%
de inibição a 134 mg/LFGSO4
349,698
F. G. andMALINA,
J. F. (1992). não há inibiçãoSegundo
SOARES
eHIRATA
(1997), os ácidos acético, propiônicoe butírico são os mais
comuns
num
reator anaeróbio.Em
situações de baixosvalores
de
pH, parte destes ácidos ficam na forma molecular.Nessa
forma,podem
passar pelamembrana
celular,ao
contráriode
seus sais, e causar efeitotóxico.
É
maisuma
razão pela qual é imprescindível manterum
nível depH
adequado.
ø Oxigênio
Segundo
POL
et al. (1998), o oxigênio é usualmente considerado,como
um
composto
potencialmente tóxico às anaeróbias, especialmente para as acetogênicas e metanogênicas. Contudo, algumas metanogênicaspossuem
alguma
tolerância à exposição ao oxigênio. Diversas delas contém a enzima superoxidase dismutase, a qual neutraliza os radicais tóxicosdo
oxigênio.A
concentração de oxigênio causouem
tornode
50%
de
inibiçãoda atividade metanogènica
quando
adicionado de 0,05 a 6 mg/Lde
oxigêniodissolvido
em
frascos fechados(KATO
et al., 1997). ,Para
VAN HAANDEL
(1994), se a “aeração” não for muito intensa,o oxigênio introduzido será removido pelas bactérias acidogênicas e
não
haveráindícios
de
presençade
oxigênio oude
sua ação tóxica. Concluindo-se,que
atoxicidade normalmente
não
éum
problema no tratamento anaeróbiode
esgotos.
o Alvejantes
De
acordocom
DELÉE
et al. (1998), o alvejamento de tecidos éatualmente realizado
usando
peróxido de hidrogênio (HzOz) ou cloritos.Há
uma
tendência da redução
do
clorito e ácidos orgânicos voláteis são formados.Altos níveis de clorito e HzOz
podem
causar inibição nos processosde tratamento biológico.
É
atribuído a inibição da etapa de nitrificaçãoem
orgânicos voláteis (concentração
máxima
de 1,7 mg/dma) e cobre (concentraçãomáxima
0,9 mgIdm3). Abaixode
condições anaeróbiaspode
ocorre adesalogenação redutiva dos ácidos orgânicos voláteis.
0 Sulfato
Altas concentrações
de
sulfato são consideradasserem
indesejáveis pois bactérias redutoras de sulfato competirão
com
bactériasmetanogênicas muito eficientemente para hidrogênio e
HzS
ao invésde
CH4
serproduzido
(DELÉE
ei ai., 1998).Além da
competição por substrato, oHzS
produzido é extremamente tóxico,quando
concentrações acima de150mg/L de
HS' encontra-se dissolvidas no meio (HIRATA, 1991).3.4
Tipos
de
reatores:De
acordocom
VAZOLLER
(1999), aconcepção
dos reatoresanaeróbios
avançados
inicioucomo
uma
resposta à necessidade de tratamentodas
águas
residuáriascom
elevadaÓQO. Na
Europa, durante o inicio dos anos80, a biodigestão anaeróbia tornou-se então atraente, pois possibilitou o
tratamento
de
diferentes tiposde águas
residuáriasde
origem industrial;Particularmente
no
Brasil, as pesquisas realizadascom
bioreatorescomo
osfiltros anaeróbios e o reator anaeróbio de fluxo ascendente e
manta
de lodo,permitiram a
adoção
com
sucesso desses sistemasnão somente
para aságuas
residuárias
de
origem industrial,como
para os esgotos sanitários.Diversos digestores
de
alta performance, para tratamentode
águas
residuárias tem sido propostos. Aqui será feitauma
breve discussãosobre os tipos
de
biodigestores mais utilizados atualmente,sendo
apresentadoalim en ta ão _
ík
Ç Leno efluente IOÕO EÕBTÍÓO GTR~
. . . . I ata'-¡a3~:':a H ;‹›;‹›:-3.-1-1-;-1-;-1 3 “emeoooooooooo
---›
_
Descarte de lodo de excessoReator anaeróbio
de
contato Filtro anaeróbio5108515 I biogás I I
.__._.í.›
' efluente I Il efluente .oooooY
.<>0<>0° ---19 .OO
O
~
OOO
, Ll
o oÁ , reciclo reciclo|1
1 1'1
11'
11'
11
111
emação I alimentação aumReator tubdlar
de
filme fixo Reatorde
leito fluidificadobiogás . biogás _.
_
*efluente efluente 0 O O O O 0I
o°o°o°o°o°
00000000000.
manta de lodo o 0 0 o 0 oO
O O
manta de lodoO
.O o O aiimentação - alimentaçãoReator
de
fluxo ascendente e leitode
Iodo(UASB)
Reator híbridoFigura 3.4:
Desenho
esquemático dos principais biodigestoresFonte:
SPEECE
(1996)3.4.1 Reator anaeróbio
de
contatoEste tipo de reator consiste de dois tanques,
onde
no primeiro,que
requer a agitação por meio externo, ocorre a formação deum
lodo floculento e a produção demetano
(reator anaeróbio) e no segundo, a separação dos sólidosem
suspensão.No
caso de tratamento de esgoto bruto este é misturadocom
olodo anaeróbio ativo
de
retorno no reator de mistura completa.Após
adecomposição
anaeróbia da matéria orgânica, a mistura é separada no decantador ou flotador,onde
ocorre a separação dos sólidos,sendo
o efluente,ainda
com
alta carga poluidora,encaminhado
para tratamento posterior(FLoRÊNc|o,
1999).Segundo
SOARES
(1990),uma
das principais críticas é quanto asedimentabilidade dos sólidos do efluente no decantador secundário, devido as bolhas de gás
que
ficam aderidas às partículas. Outra crítica é quanto a energianecessária para promover a agitação nesses sistemas.
á
O
sistemade
contato temcomo
vantagem,em
relação a outrosreatores
de
alta eficiência, a possibilidade de trataráguas
residuárias contendoconcentrações relativamente elevadas de sólidos
em
suspensão
(CRAVEIRO,
1994).3.4.2 Filtro anaeróbio
Os
filtros anaeróbios consistem de tanques preenchidoscom
um
material de suporte inerte (pedra, plástico, etc),
também chamado
de
leito,que
permanece
estacionário, aos quais os microrganismos crescem tanto nosespaços vazios quanto aderidos ao meio fixo,
onde formam
uma
película debiofilme na sua superfície, propiciando assim
uma
alta retenção de biomassa noreator. Por esta razão é desejável
que
o material inerte tenhauma
grande áreatratamento
(FLoRÊNc|o,
1999).Deve-se estar atento
ao
fato deque
o tipo de enchimento utilizadoé
um
dos fatores determinantes quanto a viabilidade desse sistema, pois estesdevem
ser leves, possuir grande área superficial, possuir grande volume devazios e
serem de
custo reduzido(SOARES,
1990).3.4.3 Reator tubular
de
filme fixoSegundo
CRAVEIRO
(1994), este tipo de reator utilizacomo
suporte tubos ou placas dispostas
de
talmodo
que
se criam canais verticais.O
material
pode
ser cerâmica,PVC, mantas
de poliéster, etc.O
reator normalmente é de fluxo ascendente e partedo
mesmo
princípio
do
filtro anaeróbioonde
os microrganismos crescem aderidos aosuporte,
onde formam
uma
película de biofilme na sua superfície.3.4.4 Reator
de
leitofluidificado
Consiste
de
um
tanque vertical,em
geral cilíndrico ede
fluxo ascendente,onde
os microrganismos crescem aderidos aum
fino material inertede
suporte,com
área superficial muito grande,que permanece
suspenso noreator. Para promover a
expansão do
leitopode
ser necessário a recirculaçãodo
efluente tratado.Dependendo do
grau deexpansão
do leito o reator échamado
de
leito expandido ou fluidizado(FLORÊNCIO,
1999).A
diferençaque
existe entre este sistema e ode
filtros anaeróbiosé o tipo
de
material utilizadocomo
suporte dos microrganismos e a aplicação de elevadas taxasde
recirculaçãodo
efluente tratado para fluidificar o materialnele contido. Geralmente, usa-se areia