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Família frente às dificuldades de aprendizagem: percepção dos professores do ensino fundamental em município do Seridó potiguar.

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE EDUCAÇÃO

CURSO DE PEDAGOGIA

FAMÍLIA FRENTE ÀS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM: PERCEPÇÃO DOS PROFESSORES DO ENSINO FUNDAMENTAL EM MUNICÍPIO DO SERIDÓ POTIGUAR.

THAÍSA FERNANDA MACÊDO DE MEDEIROS1

TULIA FERNANDA MEIRA GARCIA2

RESUMO

A presente pesquisa tem como tema “Participação da família no processo de aprendizagem: percepção dos professores do ensino fundamental em município do Seridó potiguar e foi escolhido diante da visão de que a família e a escola são responsáveis pelo aprendizado e pela formação da criança, podendo atuar como agentes facilitadores do desenvolvimento pleno do educando. Objetiva conhecer a compreensão dos professores do ensino fundamental 1 sobre a participação da família no contexto escolar e como essa influência na superação das dificuldades. Metodologicamente foram aplicadas algumas entrevistas com professores dos anos iniciais do Ensino Fundamental da Escola Municipal Raul de Medeiros Dantas, da cidade de São José do Seridó – RN para identificar algumas de suas práticas educativas, sua contribuição para a aprendizagem dos alunos e a sua compreensão sobre a postura da escola e a participação da família nesse percurso. Para isso nos firmamos em obras de vários autores, como Zabala (1998), Arnau (1998), Oliveira (2002), Smith e Stick (2012), entre outros que constituíram com a base teórica da pesquisa. Esta pesquisa irá contribuir com a estruturação de propostas que oportunizem o processo de aprendizagem e consolidem a relação entre a família e a instituição escolar, especialmente, no que diz respeito à motivação dos filhos/alunos para aprender. Palavras-chave: Família. Escola. Aprendizagem.

1

Graduanda em Curso de Pedagogia EAD da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Professora da rede municipal de São José do Seridó-RN.

2. Mestre em Educação (UFC). Professora orientadora do Curso de Pedagogia EAD da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Docente da Escola Multicampi de Ciências Médicas do RN E-mail:

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1. INTRODUÇÃO E MÉTODO

Interesses e realizações referentes a pesquisa sobre a participação da família tem sido crescente no campo da educação. Uma quantidade crescente de pesquisadores da educação, das mais diversas áreas e subáreas do conhecimento se ocupam dessa discussão. Entender as nuanças da percepção dos professores a respeito da família como um dos pilares da engrenagem complexa aluno-professor-família-escola-comunidade no contexto local tornar-se mister para desvelar as fortalezas e os entraves para o processo de aprendizagem e contribuir para a educação no Seridó potiguar, sem pretensões de esgotar a temática, mas se constituindo em um recorte de tal objeto de estudo.

Em sendo um tema relevante, não é raro nos depararmos com compreensões e concepções impregnadas de sustentações apoiadas tanto no senso comum quanto no conhecimento sistematizado, fruto de discussões no ambiente escolar, acadêmico e na comunidade de pais, além de todo o espaço que ocupa nas mídias e redes sociais.

Entretanto, deve-se dar mérito as importantes contribuições além da Pedagogia, das Ciências Humanas e Sociais, além das ciências naturais e suas derivadas, dentre elas as Ciências Médicas, que se ocupam do universo da aprendizagem, do desenvolvimento cognitivo, do desenvolvimento psicossocial.

Frente a esses desafios, como requisito parcial para obtenção do Título de Licenciatura Plena em Pedagogia e em busca de dar respostas a inquietações da pesquisadora, surgiu como questão problematizadora a inquire: Quais os principais fatores que, na concepção dos professores, caracterizam a dificuldade encontrada no processo de aprendizagem dos alunos do Ensino Fundamental I da Escola Municipal Raul de Medeiros Dantas? Quais estratégias são utilizadas para ampliar a participação da família nesses casos?

Assim, objetiva investigar a concepção dos professores a respeito da participação das famílias no processo de aprendizagem dos alunos dos anos iniciais do ensino fundamental e relatar como essa atuação (ou a falta dela) influencia no resultado obtido. Especificamente, o estudo intenta identificar as concepções dos professores a respeito das dificuldades de aprendizagem dos alunos e o envolvimento das famílias no contexto escolar, e descrever as estratégias de superação utilizadas pelos professores frente as dificuldades apontadas.

Do ponto de vista metodológico, optamos por um estudo qualitativo que almeja identificar, a partir das concepções dos professores, os principais empecilhos, bem como, as estratégias que poderão ser utilizadas para a superação, em concordância com a família, dos obstáculos encontrados no processo de aprendizagem.

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Os procedimentos usados para tal intervenção foram questionários com os professores do 1º ao 5º ano do ensino fundamental da Escola Municipal Raul de Medeiros Dantas.

Os estudos bibliográficos nortearam a pesquisa empírica construindo uma base teórica pautada em autores, tais como: Zabala e Arnau (1998), Bassedas, Huguet e Solé (1999), Oliveira (2002), Marchesi e Gil (2004), Smith e Strick (2012), entre outros, os quais contribuíram de forma enriquecedora com a construção da pesquisa.

A maior parte dos livros utilizados para a fundamentação desse estudo pertence à biblioteca da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) – Campus de Caicó, sendo alguns outros cedidos por professores que colaboraram com os questionários. Na universidade também foram utilizados como referência artigos e monografias de alunos do curso de pedagogia, mais precisamente os que tratavam de assuntos similares.

O campo empírico para a pesquisa foi a Escola Municipal Raul de Medeiros Dantas, São José do Seridó, Seridó potiguar. Além de ser a única instituição do município que atende à modalidade de ensino em questão, propõe-se a esse tipo de intervenção e atende às expectativas dessa análise.

Diante da preocupação em torno da crescente falta de interesse por parte do alunado, acompanhado da ausência, cada vez mais comum, dos pais ou responsáveis na escola e, principalmente, diante do baixo rendimento escolar por vezes mencionado na instituição onde estagio através do Instituto Euvaldo Lodi – IEL a mais de um ano, tive despertado o interesse em pesquisar essa temática por ser motivo de apreensão em quase todos os encontros, seja entre docentes ou destes com a equipe diretiva e pedagógica.

Foram também consideradas as falas em torno das dificuldades que reproduzem a realidade de grande parte desses alunos, bem como, presenciado o interesse da escola em elaborar e executar projetos e a inquietude de alguns pais que obstinam a superação dessa provação.

Na pretensão de revelar o nosso interesse em torno da atuação da família e, principalmente, sua importância no processo de aprendizagem dos alunos/filhos, sob o olhar pedagógico dos professores dos anos iniciais do ensino fundamental, elaboramos a descrição a seguir:

Será demonstrado o percurso da pesquisa apresentando a temática, os objetivos gerais e específicos, a problemática, o interesse em querer defender esse tema, a metodologia, bem como o percurso traçado para se alcançar os resultados. Tratar-se-á dos resultados obtidos a partir do conceito e do papel da família a partir visão pedagógica. Serão destacadas as atribuições da família e a importância da sua participação no âmbito escolar; a influência dos

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pais na aprendizagem dos filhos, além de destacar a função educativa e social da escola como uma ação permanente.

Por fim, serão elencados os principais dados obtidos através da pesquisa realizada com os professores, suas concepções a respeito das dificuldades de aprendizagem dos alunos e quais as estratégias utilizadas pelos docentes para ampliar a participação da família, favorecendo o desenvolvimento do estudante. São então feitas as considerações finais, onde o problema será tratado com maior aptidão e um parecer será dado a partir do que foi alcançado na investigação. Serão também apontadas novas propostas de pesquisa baseada na sucessão de ideias que forma surgindo durante o estudo.

Para explicar cientificamente o fenômeno de escolha nesta pesquisa foi definido o estudo de natureza qualitativo. Emprega-se a concepção trazida das Ciências Humanas, segundo as quais não se busca estudar o fenômeno em si, mas entender seus significados individual ou coletivo para a vida das pessoas (TURATO, 2005). O significado, entendido sob a perspectiva de sua função estruturante, função esta nas quais as pessoas organizam seus modos de vidas em torno daquilo que as coisas significam.

Zabala e Arnau (2010, p.63) entendem que as pessoas arquitetam sua personalidade a partir das experiências geradas pelas diferentes vias educacionais, formais, informais e não formais, uma vez que diferentes órgãos internacionais (ONU, UNESCO, entre outros) definem a educação como sendo “o pleno desenvolvimento da personalidade humana” e que estas vias, com o auxílio do governo, devem promover experiências educacionais coerentes que incidam sobre o desenvolvimento integral da personalidade dos educandos.

Assim sendo, pode-se concluir que mais do que cumprir regulamentos ou pautas de conteúdo, faz-se necessário a interação, o comprometimento e a dedicação de todos os envolvidos: alunos, professores, família, escola e comunidade na busca por uma educação integral e de qualidade.

Por sua vez, o estudo ainda se delineia por ser exploratório-descritivo. Quando exploratório, o estudo tem como objetivo principal o aprimoramento de ideias ou a descoberta de intuições e, quando descritivo, relatar as características de determinada população ou fenômeno. Estas pesquisas, juntamente com as exploratórias, são as que habitualmente realizam os pesquisadores sociais preocupados com a atuação prática. (GIL, 2002)

Portanto, ao pretender aprofundar a temática no contexto do Seridó Potiguar, o estudo se debruça sobre a concepção dos professores de uma cidade, de uma escola, a Escola Municipal Raul de Medeiros Dantas, no município de São José do Seridó/RN.

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A amostra por conveniência é constituída por professores do ensino fundamental I da referida escola, que apresentados à pesquisa se mostraram interessados a participar do estudo e que após darem sua anuência, assinaram, de forma espontânea, o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice A).

Os dados foram obtidos a partir da realização de questionário autoaplicável com questões abertas e fechadas (Apêndice B). Para tanto, os professores puderam levar o questionário para casa para que pudessem responder de forma mais tranquila, tendo sido recolhido por mim, no prazo acordado.

Gil (2002, p.114) explica o questionário como um conjunto de questões que são respondidas por escrito pelo pesquisado, onde estes podem apresentar seu ponto de vista a respeito do tema tratado.

Essa foi considerada a melhor opção de pesquisa por oferecer mais privacidade aos entrevistados, em especial nas questões abertas, e também mais liberdade em função do tempo a ser dispensado.

O questionário composto por 13 perguntas fechadas e 10 abertas, carregou o escopo deste estudo, levando os sujeitos da pesquisa, os professores, a refletir sobre a questão e fornecer ao pesquisador subsídios para responder o proposto nos objetivos e conhecer as concepções dos professores a respeito das dificuldades encontradas no processo de aprendizagem dos alunos, sobre a participação da família, o papel da escola, estratégias utilizadas para superação das dificuldades dos alunos.

Os sujeitos respondentes, através dos relatos registrados nas perguntas abertas, com espaço para livre posicionamento, terão suas representações sobre a temática descritas e analisados pela pesquisadora ao longo deste artigo segundo o m todo Discurso do Sujeito Coletivo como um modo de resgatar representações sociais e as significações como já comentado anteriormente. Através dele, serão reconstituídas essas representações sociais preservando suas dimensões, individual e coletiva, articuladas sobre o tema de estudo desta pesquisa.

A análise dos dados segundo estatística descritiva simples, que frente aos dados coletados possibilita a análise, inferências e predições com base numa amostra de população, sobre fenômenos do cotidiano do mundo escolar, como é o caso neste estudo. Com base nos questionários aplicados, a estatística foi utilizada para tratamento da coleta, organização, análise e interpretação de dados, entendendo dados um (ou mais) conjunto de valores, numéricos ou não, que vem de observações, contagens, medições ou respostas, permitindo observar ou comparar as características investigadas.

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Também foram construídos tabelas e gráficos analíticos sobre as questões investigadas com a finalidade de dar uma ideia, a mais imediata possível dos resultados obtidos permitindo chegar-se a conclusões rápidas sobre a relação entre os diferentes valores apresentados. Assim, reiteramos, os dados analisados estatisticamente, são instrumentos para a discussão e analise dos resultados e úteis à compreensão do fenômeno produzindo insights interessantes para a pesquisa.

Como nos diz Godino (1996, p.12), no mundo contemporâneo, a educação científica não pode reduzir-se a uma interpretação unívoca e determinista dos acontecimentos. Uma cultura científica eficiente reclama uma educação no pensamento estatístico e probabilístico.

Por sua vez, considerando todo o questionário, foram construídas categorias que permitiram analisar/discutir e articular as informações obtidas com os aspectos teóricos adotados no trabalho: o perfil do professor, condições de trabalho e formação/educação continuada, o professor diante das dificuldades de aprendizagem e estratégias utilizadas frente aos alunos com dificuldades de aprendizagem.

O aporte teórico, construído através de revisão de literatura, tem como autores de referência Bassedas, Huguet e Solé (1999); Oliveira (2002); Marchesi e Gil (2004); Zabala e Arnau (2010); Smith e Strick (2012) que contribuíram grandemente para o desenvolvimento desse saber, fundamentando saberes e legitimando ideias no que diz respeito à relação família escola diante do processo de aprendizagem.

Os livros utilizados para a fundamentação desse estudo, como dito anteriormente, pertencem, em sua maioria à biblioteca da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) – Campus de Caicó, sendo alguns outros cedidos por alguns professores da escola que serviu de campo de estudo. Também foram utilizados como referência artigos e monografias de alunos do curso de pedagogia da referida universidade. Durante a pesquisa foram utilizados os seguintes descritores: família, escola e ensino-aprendizagem. A bibliografia disposta foi publicada entre os anos de 1999 e 2012.

Para finalizar, de forma a melhor apresentar o objeto de estudo está estrutura nas seguintes partes:

1. Introdução e método, onde se anuncia o tema, objetivos, problema investigado, interesse da pesquisadora sobre o objeto de estudo, a metodologia, bem como o percurso seguido para se atingir os resultados.

2. Aporte teórico sobre Escola e família: superação das dificuldades de aprendizagem, onde se ressalta o papel e a importância da família no processo de aprendizagem dos filhos e está construído a partir dos estudos e pesquisas de

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autores como Zabala e Arnau (1998), Bassedas, Huguet e Solé (1999), Oliveira (2002), Marchesi e Gil (2004), Smith e Strick (2012), entre outros.

3. Resultados e Discussão, onde é apresentado o cenário de pesquisa e a análise dos dados reunidos através dos questionários, identificando as percepções e pontos de vistas dos professores, seus significados e ressignificações correlacionado com as referências que dão sustentação ao estudo.

4. Considerações finais, que aspiram concluir o artigo que apresenta os resultados da pesquisa fruto e trabalho de conclusão de curso, apesar da certeza de que muito ainda há para ser visto e refletido, considerando-se a dimensão desse assunto e a concepção de que conhecimento é um processo contínuo e complexo. Contudo, serão apresentadas a importância desta empreitada e dos argumentos produzidos.

2. ESCOLA E FAMÍLIA: SUPERAÇÃO DAS DIFICULDADES DE

APRENDIZAGEM

A superação das dificuldades de aprendizagem, sendo um dos principais propósitos da escola e das famílias, tendo em vista que muitos dos outros problemas são tratados como consequência desse obstáculo, é uma consonância desses gestores, que acreditam na mudança de comportamento ou mesmo de estratégias, mas que em suas avaliações, quase sempre, a tratam como alheia ou a caracterizam como inacessível.

A participação das famílias pode ser benéfica para a escola pelos seguintes motivos: aproxima os dois mundos – o da família e o do centro – favorecendo aprendizagens mútuas, nas quais cada pessoa pode trazer uma experiência, um saber, uma maneira de fazer diferente e enriquecedora. Em qualquer caso, a pertinência, o tipo e a magnitude da participação deve ser cuidadosamente analisada e discutida pelo conjunto de professores, ao mesmo tempo que convenientemente enquadrada no projeto pedagógico da escola. (BASSEDAS; HUGUET; SOLÉ, 1999, p. 296).

Bassedas, Huguet e Solé (1999, p.287) defendem que somente poderemos desempenhar a difícil tarefa de tomar decisões sobre a educação das crianças quando soubermos, enquanto família, respeitar e valorizar a escola, aspirando o respeito e a valorização da família.

A família é considerada a primeira e mais importante corporação responsável por propiciar a educação do ser humano, inspirando a conduta destes no âmbito social. (DESSEN; POLONIA, 2007). Quando a família exerce o seu papel, os valores morais e sociais que

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servirão de base para o processo de socialização da criança são transmitidos e as tradições e os costumes preservados entre muitos de seus descendentes. Nesse sentido, ao chegar na escola, a criança não enfrentará tantas dificuldades no processo de escolarização.

De acordo com Bock (2002, p. 249 apud SOUZA, 2010, p.11), a família é um grupo tão importante que, na sua ausência, dizemos que a criança ou adolescente precisam de uma “família substituta” ou devem ser abrigados em uma instituição que cumpra as funções de cuidados e de transmissão dos valores e de normas culturais.

Pensar sobre a educação dos filhos não é uma tarefa fácil para os pais, uma vez que esse cuidado também exige uma auto avaliação constante. Os pais são, comumente, responsáveis pela qualidade de vida da família, tendo que driblar constantemente vários obstáculos para assistir materialmente seus lares, e pelo desenvolvimento psicológico dos seus filhos que, embora conduzindo uma carga genética que também influencia no seu destino, nascem numa condição pendente, de incompletude e passa a depender dos adultos a sua volta.

Smith e Strick (2012) asseguram que as irregularidades no desempenho cerebral contam apenas parte da história. O desenvolvimento individual das crianças também é expressamente influenciado por sua família, pela escola e pelo ambiente da comunidade. Eles afirmam que, mesmo que as dificuldades de aprendizagem tenham como eixos os aspectos biológicos, é o ambiente que regularmente designa a gravidade do impacto da dificuldade.

A sociedade tem passado por transformações sociais, culturais e econômicas importantes nos últimos tempos. As novas concepções familiares, bem como o relacionamento entre indivíduos no meio familiar, refletem em larga escala essas mudanças. São muitos os discursos no meio educacional a respeito dos problemas que acarretam a baixa rentabilidade de grande parte dos alunos nesse período de estudo. A desestruturação das famílias, tantas vezes associada à diversidade nas suas formas de arranjo, é citada no meio educacional como um aspecto favorável (em alguns casos, o principal) às dificuldades encontradas no processo de aprendizagem, e até na escolarização desses alunos.

Todavia, Bassedas, Huguet e Solé (1999, p.284) diz que se não quisermos correr o risco de atuar com preconceitos, faz-se necessário que os nossos modelos educacionais se ajustem às novas realidades, tendo em vista que o número de famílias monoparentais, famílias unidas e reconstituídas, cresce continuamente.

Outro fator que impacta no processo é a disputa de interesses ou jogos de obrigações, onde a responsabilidade fica sendo arremessada de um lado a outro do campo educativo, o que pode causar repulsa e, em alguns casos, indiferença por parte dos principais responsáveis são inconcebíveis, pois tendem a aumentar ainda mais o distanciamento. Em vez de buscar

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culpados, Brasil (2009, p. 31) afirmam que “O insucesso escolar deveria suscitar a análise de causas dos problemas que interferiram na aprendizagem, avaliando o peso das condições escolares, familiares e individuais do aluno”.

Nesses casos, os alunos são os mais prejudicados, todavia, a frustração toma conta dos pais e professores que se sentem exaustos diante das inúmeras tentativas de superação. Smith e Strick (2012, p.15) concordam que são muitos os aspectos que podem prejudicar o funcionamento cerebral, e os problemas psicológicos das crianças tendem a ser mais complicados, dependendo dos seus ambientes doméstico e escolar, além de por fatores como temperamento e estilo de aprendizagem.

A escola, se pretende manter uma ligação forte com a família, necessita repensar seu papel, sem protelações e, imprescindivelmente, tornar-se um ambiente cada vez mais receptivo, não só para os discentes, mas também para as famílias, fazendo-as se sentir úteis, envolvendo-as em suas decisões e incentivando-as a participarem de todas as atividades que digam respeito à melhoria do processo educativo.

Bassedas, Huguet e Solé (1999, p. 285) articulam que o contato entre a família e o educador é essencial e que cuidados devem ser tomados para que permaneça acontecendo de forma funcional a favor dessa interação. Acreditam que essa relação consente um conhecimento progressivo de todos os agentes educadores das crianças, o que é imprescindível para o seu desenvolvimento.

Segundo Smith e Strick (2010, p. 217), a qualidade da escolarização pode determinar o grau de habilidade adquirido pela criança na leitura, na escrita ou com os números, todavia são as famílias que oferecem a autoconfiança, a determinação e a criatividade que as crianças precisam para colocar em prática suas habilidades.

Os problemas enfrentados pelas crianças fora da escola refletem no processo de escolarização e, consequentemente, no de aprendizagem. E como em um ciclo, as dificuldades encontradas na escola pelos estudantes interferem no seu desenvolvimento dentro da escola. Oliveira (2002, p.177) aponta que: “os professores se mostram insatisfeitos quando dizem que os pais são ausentes e que não têm o compromisso que deveriam ter com os filhos. E se aborrecem quando os pais contestam o trabalho da instituição e buscam controlar o que é proposto a seus filhos. Por outro lado, um projeto educacional poderá ter mais sucesso quando a família participa, sugere, incentiva e valoriza o trabalho da instituição junto à comunidade. (SOUZA, 2010)

É fundamental que a escola tome conhecimento sobre a cultura educativa da família de seus alunos, principalmente nos primeiros anos. É pertinente que ela procure saber o que cada

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um pensa, quais são as expectativas em relação à escola, uma vez que isso ajuda na elaboração do projeto pedagógico e torna menos complexo o trabalho dos professores que poderão contribuir para formar cidadãos responsáveis, o que reflete no desenvolvimento de aprendizagem dos mesmos. É imprescindível também que a família conceda uma abertura para que esse trabalho seja realizado da melhor forma.

É evidente que quando uma sociedade acolhe as diferenças de seus membros, torna-se possível que ela acompanhe a família, respeite o seu olhar, deixe-a trazer suas necessidades, opiniões e aspirações e passe a considerá-la uma especialista em seu filho. Esse acolhimento, concomitantemente, deve possibilitar à família uma reflexão sobre suas demandas e desejos. (OLIVEIRA, 2002, p. 179)

As crianças estão indo cada vez mais cedo para as instituições educacionais e os motivos são os mais diversos. Um destes fatores é a entrada definitiva da mulher no mercado de trabalho, o que interfere de maneira notória no seio da família, na relação entre pais e filhos. As famílias, em muitos casos, são substituídas pelas instituições educacionais que acabam exercendo o papel dos pais, por estes não poderem se dedicar a preservação deste vínculo.

Os pais passaram a dividir a tarefa de educar os filhos, o que sob alguns ângulos é preocupante, mas por outros parece louvável, uma vez que o trabalho e a vida social (sem esquecer a virtual) ocupam, quase que totalmente, o tempo dos adultos da família. As tecnologias, em especial de informação e de comunicação, estão inseridas no meio social, familiar, disponíveis a qualquer hora do dia ou da noite. Essa geração digital, que deseja fazer parte, vive em função da flexibilização, almeja a satisfação imediata de suas necessidades, o que impõe às sociedades adaptação a novos costumes, atos, principalmente fatos ligados ao

comportamento humano. (CIÊNCIA E SAÚDE COLETIVA, 2014)

Surge então a necessidade da delegação de deveres e cuidados, o que faz com que a orientação passe a vir de todos os lados e a independência (ou a dependência desregrada) crie uma geração que, progressivamente, tende a valorizar o “ter” sobre o “ser”.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO: CENÁRIO DA PESQUISA, PROFESSORES E SUAS PERCEPÇÕES

A pesquisa foi realizada na Escola Municipal Raul de Medeiros Dantas, uma instituição de ensino público localizada na Rua Manoel Sabino, número 41, centro da cidade de São José do Seridó/RN.

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O município, em consequência do desenvolvimento alcançado na pecuária e na cultura do algodão, a povoação, que passou a se chamar São José da Bonita, foi instalada oficialmente em 4 de novembro de 1917. A Bonita, como já foi chamada (e pelos seus ainda é traduzida), faz referência ao famoso poço que esse nome carrega e está situada à margem direita do rio São José. (IBGE, 2010).

Possui uma área de 176,95km² e fica localizado na microrregião do Seridó Oriental e na mesorregião Central Potiguar. O seu Índice de Desenvolvimento Humano (IDHM) é 0,694, o que situa esse município na faixa de Desenvolvimento Humano Médio (IDHM entre 0,600 e 0,699). A dimensão que mais contribui para o IDHM do município é Longevidade, com índice de 0,815, seguida de Educação, com índice de 0,647, e de Renda, com índice de 0,634. (Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, 2010)

De acordo com o IBGE, em 2014 o município tinha um PIB per capita de R$ 12.054,45. Na comparação com os demais municípios do estado, sua posição era de 37 de 167. No ano de 2015, o município possuía 4.231 habitantes e uma densidade demográfica de 24,25 hab/km², apresentando 63.9% de domicílios com esgotamento sanitário adequado, 87% de domicílios urbanos em vias públicas com arborização e 1% de domicílios urbanos em vias públicas com urbanização adequada (presença de bueiro, calçada, pavimentação e meio-fio).

No quesito educação, os alunos dos anos iniciais da rede pública da cidade tiveram nota média de 5.7 no IDEB. Para os alunos dos anos finais, essa nota foi de 4.7. Na comparação com cidades do mesmo estado, a nota dos alunos dos anos iniciais colocava esta cidade na posição 5 de 167. Com relação à escolarização de 6 a 14 anos de idade a taxa é de 97,1%. (IBGE, 2010)

Nesse ano de 2017 é comemorado o centenário dessa pacata cidade, que como mostram os dados, aspira desenvolvimento e oferece qualidade de vida. Foram vários os eventos (o que é uma prática da gestão atual) coordenados em função desse festejo, por meio de jornadas centenárias que incluíram apresentações culturais de artistas da terra e região, concurso fotográfico, lançamentos de livros, homenagens a personalidades históricas, inauguração de ambientes que favorecem e estimulam a educação e a cultura, entre outros acontecimentos. (SÃO JOSÉ DO SERIDÓ, 2017)

A escola, cenário dessa pesquisa, foi fundada em 1975, na gestão do Prefeito José do Carmo Dantas e recebeu o nome de Escola Municipal de 1º grau Raul de Medeiros Dantas, através da Lei nº 42/75 de 03 de agosto de 1975. Entrou em funcionamento normal em 1976, seguindo as orientações da Secretaria de Educação e Cultura do Estado do Rio Grande do

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Norte, que por meio da Portaria nº 0334/76-GS, de 16 de dezembro de 1976, autorizou o funcionamento normal de suas atividades.

Em 18 de maio de 1988 foi implantado o ensino de 2º grau com habilitação de Magistério, pela portaria nº 196/SEC/GS, da Secretaria de Educação e Cultura do Rio Grande. Como forma de adequação da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a Lei nº 9.394/96 de dezembro de 2006, por força do Decreto nº 013/02 de 17 de setembro de 2002, foi alterada denominação da escola para escola Municipal de Ensino Fundamental e Médio “Raul de Medeiros Dantas, no entanto, desde 1999 a Instituição ministra exclusivamente o seguimento Ensino Fundamental de 1° a 9º anos.

A denominação da escola sofre nova mudança em dezembro de 2013, por meio do Decreto 355/06 de 06 de dezembro de 2013, passando assim a se denominar Escola Municipal “Raul de Medeiros Dantas” - Ensino Fundamental e Médio.

De acordo com o último Censo Escolar (Educacenso 2017), sua estrutura física apresenta dez salas de aula, uma sala de AEE (Atendimento Educacional Especializado), uma sala de vídeo, uma sala para reforço escolar “Oficina do Saber”, uma biblioteca, sala de supervisão, diretoria, secretaria, um laboratório de informática, duas salas de arquivo, dois banheiros para alunos com subdivisões (adequados a alunos com deficiência ou mobilidade reduzida), dois banheiros para professores, um banheiro para funcionários, uma cozinha, uma despensa, quatro depósitos, quadra aberta, e uma área para alimentação. Na instituição funcionam turmas do primeiro ao nono ano do Ensino Fundamental, tendo matriculados 478 alunos, numa faixa etária de 06 a 14 anos, sendo 262 alunos do turno matutino e 216 do turno vespertino.

A equipe Técnica, Pedagógica e Administrativa é composta pela Diretora e vice-diretora, duas supervisoras, uma coordenadora pedagógica e uma coordenadora escolar, um agente administrativo, uma secretária e dois auxiliares administrativos. O corpo docente é formado por 23 professores e 02 auxiliares/assistentes educacionais, atendendo o ensino fundamental I e II. Dez deles atendem as turmas de 1º a 5º ano e quatro estão distribuídos entre as salas de AEE, de leitura, de informática, de vídeo e a biblioteca. Todos são graduados, com formação nos seguintes cursos: Pedagogia, Teologia, Letras, Geografia e História.

Como foi colocado no início desse artigo, a intenção é apurar a concepção dos professores a respeito da participação das famílias no processo de aprendizagem dos alunos dos anos iniciais do ensino fundamental e como essa atuação (ou a falta dela) pode influenciar no resultado obtido.

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Na pretensão de aprofundar a temática no contexto do Seridó Potiguar, o estudo se debruça sobre a percepção dos professores do ensino fundamental I da Escola Municipal Raul de Medeiros Dantas, no município de São José do Seridó/RN. Foram distribuídos dez questionários entre os professores do 1º ao 5º, dos quais sete foram devolvidos.

Através do questionário (Apêndice B) foi proposto que os docentes da referida escola falassem sobre a importância da educação familiar para a aprendizagem escolar dos filhos/alunos, sobre o modo como a escola se mobiliza diante desse aspecto e como os pais correspondem às solicitações feitas pela instituição, o que eles consideram primordial para a transformação desse cenário, entre outros pontos que serão apresentados a seguir com a finalidade de investigar o entendimento de como a instituição familiar, com suas condutas diversas, influencia na aprendizagem escolar.

Dentre os questionários recolhidos foram identificados sete educadores do sexo feminino, com idade entre 31 e 56 anos. Todas são graduadas, seis em Pedagogia e uma em Teologia.

Fonte: Elaborado pelo autor, RN, 2017.

Como visto no gráfico 1, cinco dos professores questionados possuem pós-graduação, sendo duas em Psicopedagogia Institucional, duas em Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental e uma em Mídias na Educação. Seis delas têm mais de cinco anos de experiência como professor do ensino fundamental 1 e somente quatro participaram de cursos voltados para o trabalho com alunos que apresentem dificuldade de aprendizagem.

Todos os entrevistados dizem ter em suas salas de aula alunos com dificuldades de aprendizagem, sendo a mais citada a dificuldade na leitura e na escrita, seguida do déficit de

0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 1

GRÁFICO 1. EXPERIÊNCIA NO ENSINO FUNDAMENTAL 1 E SUA PARTICIPAÇÃO EM CURSOS PARA TRABALHAR COM O ALUNO

COM DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM

NÃO, ACIMA DE 05 ANOS NÃO, MENOS DE 02 ANOS NÃO DECLARADO, ACIMA DE 05 ANOS

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atenção e falta de concentração. Foram ainda citadas dificuldades no raciocínio lógico e na interpretação, a não alfabetização na idade certa, a indisciplina e a existência de crianças com problemas psicológicos. Contudo, apenas três docentes afirmaram ter realizado cursos para trabalhar com o aluno que apresenta dificuldade na aprendizagem. Três afirmaram não ter participado e um não declarou.

Smith e Stick (2012) são condizentes ao afirmar que as crianças devem estar prontas e ser capazes de aprender, mas também devem ter oportunidades apropriadas de aprendizagem. Para que isso aconteça devem ser oferecidas condições compatíveis, tanto no diz respeito ao ambiente, tanto quanto aos estímulos conferidos por professores e assistentes educacionais, sendo esses adquiridos através de formações ou treinamentos específicos. Se isso não é oferecido, os alunos talvez nunca possam desenvolver todas as suas habilidades, tornando-se efetivamente “deficientes”, mesmo que não tenham problemas neurológicos.

Quando questionadas sobre a forma como percebem o envolvimento dos pais na educação escolar dos alunos, apenas uma das professoras diz contar com a participação de muitas famílias no acompanhamento da vida escolar de seus filhos, as demais manifestam opinião contrária utilizando expressões como “às vezes”, “poucos”, “apenas a minoria”, al m das afirmativas “com menos frequência do que deveriam” e “a grande maioria se preocupa apenas com a frequência por medo de perder o bolsa família”.

Bassedas, Huguet e Solé (1999, p. 283), proferem que para se alcançar uma relação construtiva e estável entre a família e a escola, faz-se necessário o conhecimento mútuo e, na sequência, o compartilhamento de parâmetros educativos capazes de eliminar as discordâncias que podem ser prejudiciais à criança. Dizem ainda que é incontestável a aceitação diante das disparidades existentes entre os contextos familiar e escolar, o que faz com que as crianças encontrem coisas, pessoas e relações diversas, e que é nisso que consiste em parte sua riqueza e potencialidade.

Manifestaram sua opinião diante da maneira como ocorre a participação/envolvimento da família na escola, colocando que a maioria dos pais procuram a escola quando são convocados para eventos ou para reuniões bimestrais, manifestando nesse segundo evento sua preocupação com a aprendizagem dos filhos. Umas das professoras diz que a escola oferece por meio de projetos como “Família na escola”, “Mostra Literária”, entre outros, a participação dos pais ou responsáveis.

Essa indagação permitiu mais do que colher a opinião dos preceptores em relação à atuação dos pais, mas captar seu conceito no que concerne à abertura dada pela escola para que ocorra esse envolvimento, haja vista que são muitos os fatores que mantêm a família

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distante e não somente a falta de interesse. Bassedas, Huguet e Solé (1999) admitem que romper estereótipos, ajudar a ter uma visão mais ajustada do que faremos na escola e para que, ajudará às famílias a reconhecer e enriquecer cada oportunidade, passando a ser um referencial para alguns vínculos construtivos e convenientes para todos.

Segundo os professores, a escola realiza reuniões de pais e mestres bimestralmente e na oportunidade são elencados tópicos como as dificuldades encontradas pelos alunos, os avanços verificados, o rendimento, o comportamento, a indisciplina, a educação, a frequência escolar, a convivência, as notas (para o 4º e 5º ano), dentre outros. De acordo com duas professoras essas reuniões são planejadas em conformidade com as necessidades dos alunos e do professor.

Todos acreditam que quando a família se faz presente a aprendizagem acontece, os limites são superados. Dizem também que os filhos carecem desse acompanhamento e que ele é um determinante para o sucesso educacional dos mesmos, bem como para sua autoestima. O que nos leva a crer que deve partir dos pais o diálogo e a partilha com seus filhos das experiências que vivenciaram (vivenciam) na escola, testemunhando sua alegria perante o desenvolvimento do filho e pelo trabalho realizado pela escola.

Uma das professoras discorreu sobre a forma como trabalha, ressaltando a importância da interdisciplinaridade por meio de técnicas inovadoras, onde diz buscar a vida cooperativa e a aprendizagem participativa da família, permitindo a vivência de relações múltiplas e tornando as atividades mais prazerosas, lógicas e atrativas para a criança na sua totalidade.

De acordo com Smith e Stick (2012), professores criativos fazem com que os déficits apresentem melhoras ou desapareçam em aulas que fazem um esforço para combinar as tarefas com os níveis de prontidão e os estilos de aprendizagem de seus alunos. Essa passagem consolida a ideia de que a conexão família-escola é essencial, dado que os estilos de aprendizagem serão mais facilmente reconhecidos e as práticas de ensino atenderão, de forma proativa, seu público alvo.

A participação das famílias pode ser benéfica para a escola pelos seguintes motivos: aproxima os dois mundos – o da família e o do centro – favorecendo aprendizagens mútuas, nas quais cada pessoa pode trazer uma experiência, um saber, uma maneira de fazer diferente e enriquecedora. Em qualquer caso, a pertinência, o tipo e a magnitude da participação deve ser cuidadosamente analisada e discutida pelo conjunto de professores, ao mesmo tempo que convenientemente enquadrada no projeto pedagógico da escola. (BASSEDAS, HUGUET E SOLÉ, 1999, p.296)

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As professoras que discursaram sobre a temática confiam que os pais/responsáveis podem contribuir para que o seu trabalho seja melhor desempenhado se assumirem alguns compromissos: incentivando os filhos à leitura, estando cada vez mais “presentes” na sua vida escolar, dialogando com o professor, observando as atividades feitas em sala de aula, mantendo contato constante com a escola, participando ativamente dos projetos arquitetados pelo professor e pelos alunos/filhos, assumindo responsabilidades nesse processo. Três dos sete respondentes enxergam o auxílio nas atividades enviadas para casa como um dos fatores a serem tratados pelos pais e que irão contribuir para a superação das dificuldades de aprendizagem.

Smith e Stick (2012, p. 67) definem as dificuldades de aprendizagem como problemas que interferem no domínio de habilidades escolares básicas e por isso só vêm a ser formalmente identificadas quando uma criança começa a ter problemas na escola. Muitas escolas não considerarão uma avaliação para dificuldades de aprendizagem até que um aluno esteja atrasado um ou mais anos. Diz ainda que quanto mais tempo ela permanecer não reconhecida, maior é a probabilidade que os problemas de um aluno comecem a aumentar.

Nesse caso a contribuição da família tem ainda mais relevância, pois o seu acompanhamento e participação nas atividades escolares, tendo em vista o conhecimento mais acentuado que a família tem (ou deveria ter) sobre o seu filho, farão toda diferença na hora de discernir os comportamentos e reações procedentes.

Smith e Stick (2012, p.36) concordam que os pais que compreendem plenamente os pontos fortes e fracos do filho em termos de aprendizagem estão em melhor posição para avaliar os caminhos educacionais disponíveis de ano para ano e para decidir quais apresentam reais oportunidades. Daí provém o interesse da escola em manter uma relação intensa, contudo, equilibrada com as famílias de seus alunos.

Questionou-se, ainda, sobre porque motivo as escolas estão chamando os pais/responsáveis a se envolverem mais fortemente no processo de aprendizagem dos alunos em casa e na escola e qual a importância dessa relação no processo educacional. Em resposta, as professoras fizeram entender que a escola reconhece e defende que, com a participação e comprometimento das famílias junto à escola, a missão de superar qualquer bloqueio que iniba a aprendizagem do aluno torna-se mais acessível e graciosa.

Diante disso, os professores acreditam que a escola projeta um avanço educacional e, desta maneira, evocam a mudança de pensamento dos pais que, em grande parte, demonstram não se preocupar com o que os filhos estão fazendo na escola. Mais do que trazê-los para dentro da instituição, o que se propõe é que a família passe a conceber a importância que o

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seu acompanhamento exerce sobre a aprendizagem, garantindo aos alunos/filhos mais segurança e qualidade de vida. Um deles enfatiza que a família é o núcleo responsável pela educação de valores, mas, hoje, com a transformação da sociedade, ela está transferindo essa responsabilidade para a escola. Ao ingressar na rede de ensino, as crianças passam a interagir com a comunidade escolar. Tendo em vista que o novo ambiente abarca várias relações sociais, culturais, econômicas, intelectuais, o que diversifica seu convívio, a escola reclama uma aprendizagem significativa de valores educacionais e humanos.

Ao serem questionadas sobre qual familiar participa mais frequentemente das atividades da escola, as sete respondentes assinalaram a opção “mãe”. Três delas marcaram outras alternativas, sendo as opções “pai” e “avó materna” notadas em dois questionários e “tias”, “irmãos”, “avó paterna” e “avô paterno” notados uma vez, cada.

Observa-se no gráfico 2 que a figura feminina se destaca quando o assunto é a frequência com que a família participa da vida escolar dos seus dependentes. A mãe aparece em primeiro lugar, seguida dos pais e das avós maternas. Os demais familiares mantem a mesma participação, em limites mínimos como se observa no gráfico a seguir:

Fonte: Elaborado pelo autor, RN, 2017.

Smith e Stick (2012, p.217) destacam que é importante que os pais reconheçam o papel crucial que exercem para que as crianças desenvolvam aptidões para a vida e a aprendizagem. Também é importante que os pais de crianças com dificuldades de aprendizagem compreendam que os problemas de processamento de informações podem afetar o crescimento social e emocional.

0 1 2 3 4 5 6 7 8

MÃE PAI AVÓ MATERNA

TIAS IRMÃOS AVÓ PATERNA

AVÔ PATERNO GRÁFICO 2. PARTICIPA COM MAIS FREQUÊNCIA DAS

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Acerca dos pontos de questionamento que englobam a dificuldade e a superação como bases para a investigação, as professoras, podemos perceber por suas narrativas, apontaram percepções como ser frequente que os pais ou responsáveis comparecem à escola sempre que solicitados e dizem que não recebem reclamações sobre a quantidade de tarefas enviadas para casa, o que nos faz compreender que, ou os pais estão satisfeitos com os métodos e recursos oferecidos pela escola, ou não têm o conhecimento necessário para requisitar mudanças nesse sentido.

Sobre outros aspectos relacionados à participação e colaboração da família nas atividades escolares, a maior parte dos professores dizem acreditar que as normas e regras da escola são claras para os pais e que estes conhecem a professora dos filhos e a metodologia de trabalho. Apenas dois professores consideram que os pais são participativos na vida e no acompanhamento escolar do filho e nenhum deles confirmar que os responsáveis acompanham o relacionamento do filho com os professores e funcionários da escola.

A gestão da relação entre a instituição educacional e a família varia conforme as situações, os sistemas, as tradições, a representação feita do papel da coletividade em relação à família e à criança. [...]. Enquanto nos meios socioeconomicamente mais favorecidos a professora é vista pelos pais como uma concorrente educativa, nos meios sociais mais pobres os pais consideram o professor como uma figura de autoridade, alguém que sabe e controla a família. Em ambos os casos, os pais são considerados pelos professores como amadores em educação. (OLIVEIRA, 2002, p.177)

Todos os professores alegam convidar os pais a virem na escola para conversar pessoalmente e apenas uma disse que mantém contato por meio das redes sociais (grupo de WhatsApp). Nenhuma das outras alternativas foi assinalada pelos professores.

Na hora de relacionar a ação (ou ações) que acreditam que os pais poderiam realizar com maior frequência e empenho na vida escolar dos alunos/filhos, os professores destacam, por unanimidade, a ajuda nas tarefas de casa.

A tabela 1 apresenta colocações dos professores perante as atitudes e comportamentos mais frequentes entre os pais que têm filhos com dificuldade de aprendizagem, o que veio a surpreender considerando-se as diferentes interpretações e que pode ser explicado pela disparidade na idade e no grau de maturidade dos alunos de cada turma ou mesmo pelas técnicas de ensino aplicadas pelo professor.

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TABELA 01. ATITUDES E COMPORTAMENTOS MAIS FREQUENTES DOS PAIS DE CRIANÇAS COM DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM

1º ano 01 Alguns pais/responsáveis procuram ajuda colocando a criança em reforço escolar, outros estão buscando ajuda com psicólogos, fonoaudiólogos etc.

1º ano 02 Os pais argumentam que não têm tempo de ajudar o filho, pois trabalham o dia todo. 2º ano 02 Geralmente, os pais/responsáveis desses alunos não possuem estrutura moral e,

consequentemente, não são responsáveis pela educação dos seus filhos.

3º ano 02 Quando são procurados, os pais/responsáveis dizem que as crianças têm preguiça, que não auxiliam por falta de tempo. Raramente algum coloca em aula de reforço.

4º ano 01

Os pais/responsáveis sempre colaboram com os avanços dos filhos, levando para a Oficina do Saber (sala de reforço oferecido na escola em horário contrário). Alguns são acompanhados por psicopedagogos, fonoaudiólogos, psicólogos, fisioterapeutas, além do acompanhamento na sala de AEE.

4º ano 02 Os pais/responsáveis querem que os filhos obtenham bons resultados sem se preocupar om as dificuldades dos mesmos.

5º ano 02 Os pais/responsáveis não se incomodam com a falta de interesse dos seus filhos e não vêm problema algum em seu filho ser reprovado.

Fonte: Elaborada pelo autor, RN, 2017.

Como pode ser visto na tabela 1, duas professoras relatam que para a aprendizagem dos seus alunos, contam com o auxílio dos pais/responsáveis, que se dispõem encaminhar seus filhos para aulas de reforço e, em alguns casos, acompanhá-los a especialistas. Conquanto, verifica-se que não foram mencionados casos onde o pai se envolve diretamente nessa empreitada, o que, segundo Smith e Stick (2012, p.33), o ambiente doméstico cumpre um papel importante em determinar se uma criança aprende bem ou mal. Um imenso conjunto de pesquisas tem demonstrado que um ambiente estimulante e encorajador em casa gera estudantes com facilidade de adaptação e muito dispostos a aprender.

Quando perguntados sobre como os pais costumam se comportar diante das dificuldades de aprendizagem dos filhos e quais estratégias de superação costumam adotar, mais uma vez foi identificada a busca por recursos externos sob a alegação da falta de tempo, bem como, a delegação de responsabilidade. Quando procuram a escola, o que nem sempre acontece, muitos deles manifestam indiferença ou falta de interesse, e tendem a transferir para a mesma ou para o próprio filho a tarefa de resolver o problema revelado. Uma das professoras revelou que, para os que demonstram preocupação (guiados pelo otimismo ou pela angústia diante da lentidão nos avanços), costuma instruí-los a ler sobre o assunto para que passem a incentivar seus filhos a se superar, contando, sempre que necessário, com a ajuda da equipe pedagógica da escola.

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Smith e Stick (2012, p. 33) alertam para o fato de que, as condições em casa e na escola podem fazer a diferença entre um déficit leve e um problema verdadeiramente incapacitante. Advertem ainda sobre os obstáculos desanimadores enfrentados pelas crianças, que, em geral, os torna mais lentos na aquisição das habilidades intelectuais, o que pode fazer também com que apresentem desinteresse em aprender, colocando-os em risco durante todos os anos de escola.

Assim sendo, constata-se que é preciso estimular a comunicação entre todos os membros da comunidade escolar: pais, alunos, educadores, demais funcionários da escola e, claro, a sociedade, para que se tornem parceiros na aprendizagem dos filhos/alunos.

Quando as sociedades acreditam que devem intervir no sistema escolar com o objetivo de aprimorar, de torná-lo mais competitivo, mais democrático, menos violento etc., e analisam os meios de que dispõem para isso, é lógico que chegarão à conclusão de que diferentes agentes que constituem o sistema escolar existente, apesar de suas limitações, são o instrumento que pode sistematizar as medidas para obter tudo isso com grandes possibilidades de êxito. (ZABALA; ARNAU, 2010)

Efetivamente, sem a ajuda de suas famílias, as crianças apresentarão dificuldades em aprender, e isso precisa ficar claro para todos os envolvidos. Outro fato que deve ser elucidado é o de que a escola não terá condições de educá-las se suas famílias não se empenharem em preservar essa interação. Ao contrário do que se pensa, não se faz necessário que os pais detenham um grau de escolaridade alto para que os educandos tenham mais vontade de aprender. No entanto, como já foi dito anteriormente, a instituição de ensino precisa conhecer a realidade das famílias de seus alunos, valorizando os conhecimentos prévios, que, normalmente, vêm repletos de muita história e significados.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Buscamos com este trabalho, compreender como dá-se a participação da família no processo de aprendizagem segundo a percepção dos professores do ensino fundamental em município do Seridó potiguar e, com isso, num futuro próximo, provocar ações que desbloqueiem a superação de dificuldades pelas crianças e permitam que toda a sociedade participe e seja, por mérito e direito, beneficiada com a educação e suas recompensas.

A investigação realizada na Escola Municipal Raul de Medeiros Dantas, no município de São José do Seridó-RN, nos fez reconsiderar um dos principais elementos que inibem o

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sucesso das crianças, o conflito de obrigações e interesses existente entre a escola e a família, a mais requisitada e a mais importante das instituições de ensino, respectivamente.

Nessa disputa as crianças acabam sendo as mais prejudicadas, uma vez que as práticas educativas abrem espaço para jogos de acusações, afetando as relações existentes e coibindo as futuras.

Todavia, nos deparamos com algo bem valoroso, a consonância de opiniões perante a indispensabilidade da família no ambiente escolar. A partir das colocações dos docentes e amparados pelas orientações teóricas, constatamos que é no âmbito familiar que os valores morais e sociais são aprendidos, e quando esse trabalho é bem feito os frutos são colhidos em todos os outros ambientes, uma vez que a preservação das tradições e os costumes viabilizam uma troca enriquecedora de conhecimento, propiciando o crescimento individual e coletivo.

A ação permanente da família a favor do desenvolvimento pleno do indivíduo é fundamental, mesmo que essa não possua o conhecimento necessário para atuar nesse sentido. Acredita-se que os meios somente alcançarão os fins quando essas duas instituições, família e escola, unirem-se diante do mesmo propósito, a aprendizagem dos filhos/alunos, pois, somente juntos, terão o impulso devido para potencializar os recursos existentes e conquistar os indiferentes.

Entendemos que é papel da escola agir para que as famílias se sintam atraídas pela possível transformação que essa conexão é capaz de concretizar, lhes permitindo conhecer as intenções, o processo de superação. Quando conhecemos o produto ou serviço mais de perto, somos convencidos (ou não) a adquiri-lo, sendo a negociação impulsionada pela demonstração e comprovação das vantagens e utilidade do objeto/ofício em questão.

Assim também deve acontecer na relação família-escola e em todas as outras conexões sociais. Para tanto, as instituições de ensino devem projetar avanços e inspirar a mudança de pensamento dos pais, sempre de forma criativa, fazendo com que assumam responsabilidades e, principalmente, firmem um compromisso com a educação dos seus filhos, procurando alternativas que lhes propicie muito mais do que o saber ler e escrever, mas um acompanhamento contínuo, organizado, baseado no diálogo, com objetivos claros e convincentes.

Mas afinal, quais são os principais fatores que caracterizam a dificuldade encontrada no processo de aprendizagem e quais as estratégias utilizadas para ampliar a participação da família nesses casos?

A afirmação de que a visão educativa dos pais, quase sempre, se mantém distante da prática educativa da escola e que o seu entendimento com relação ao apoio que deve ser dado

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para a educação de seus filhos se restringe à busca por reforço escolar e assistência especializada foram tidos como os fatores de maior complexidade frente ao transtorno causado pela dificuldade de aprendizagem, uma vez que foi constatada a dimensão da aplicabilidade da sabedoria disseminada no seio familiar.

Para que não haja incompatibilidade de opiniões entre os pais e professores, torna-se fundamental que se cultive o respeito aos papéis e às competências, tanto por parte dos profissionais da educação, tanto quanto pelas famílias e sociedade em geral.

No entanto, a escola e os professores jugam, em sua maioria, que o trabalho dispensado pela família é mínimo e que os mesmos apenas reagem a solicitações ou convites para eventos, nunca participando, como se espera, sucesso do aluno, tampouco, do seu planejamento e elaboração de metas.

Percebemos que os mecanismos utilizados pela escola para despertar nos pais a vontade de estar naquele ambiente, é considerada válida pelos professores, mas outras táticas podem derivar dessa intenção protagonizadas pela criatividade dos docentes e dos projeto de ensino, empenhados em viabilizar métodos eficazes que estejam ao alcance do aluno, como é o caso das articulações com órgãos e entidades das áreas de saúde e social, encaminhamentos para seguimento especializado dentro e/ou fora da escola e ampliação cuidadosa da rede que constitui a comunidade escolar.

Esperamos que essa pesquisa alcance e sensibilize as pessoas que trabalham ou desejam fortalecer, ou mesmo desenvolver empreendimentos em torno das instituições familiares e suas práticas educativas, na perspectiva de criar uma condição de diálogo e engajamento, que são consideradas peças elementares no processo de transformação.

A miscigenação de entendimentos compreendida na expressão dos docentes aliada ao que foi, na medida do possível, recolhido dos aportes teóricos sobre pais e professores, evidencia contribuições que esta pesquisa, ao tratar da realidade regional, nos permite apreender desse lugar nosso, o sertão do Seridó, de se fazer educação. Estamos fazendo, mas ainda há muito mais a fazer. E isso vale para todos nós: educadores, pais e, muitas vezes, as duas coisas juntas.

REFERÊNCIAS

GODINO, J. D., BATANERO, M. CAÑIZARES, M. J. Azar y Probabilidad. Madrid: Sínteses, 1996.

BASSEDAS, Eulália; HUGUET, Teresa; SOLÉ, Isabel. Aprender e Ensinar na Educação

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GIL, Antonio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002. SMITH, Corinne; STRICK, Lisa. Dificuldades de Aprendizagem de A-Z: Guia completo para educadores e pais. Porto Alegre: Penso, 2012. Tradução de Magda França Lopes.

ZABALA, Antoni; ARNAU, Laia. Como aprender e ensinar competências. Porto Alegre: Artes Médicas, 2010.

OLIVEIRA, Zilma Ramos de. Educação Infantil: Fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2002.

MARCHESI, Alvaro; GIL, Carlos Hernandez; COLABORADORES. Fracasso

Escolar: Uma perspectiva multicultural. Porto Alegre: Artes Médicas, 2004. Tradução de:

Ernani Rosa.

DESSEN, Maria Auxiliadora; POLONIA, Ana da Costa. A Família e a Escola como

contextos de desenvolvimento humano. 2007. 12 f. Tese (Doutorado) - Curso de Psicologia,

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BRASIL. Interação escola-família: subsídios para práticas escolares. CASTRO, Jane Margareth; REGATTIERI, Marilza. (Orgs.) Brasília: UNESCO, MEC, 2009.

SOUZA, Fabiana Joziane de. EDUCAÇÃO FAMILIAR E SUA IMPORTÂNCIA PARA

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BRASIL. IBGE. Censo Demográfico, 2010. Disponível em:

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TURATO, Egberto Ribeiro. Métodos qualitativos e quantitativos na área da saúde: definições, diferenças e seus objetos de pesquisa. Saúde Pública, Campinas, p.507-514, 05 abr. 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rsp/v39n3/24808.pdf>. Acesso em: 18 nov. 2017. SÃO JOSÉ DO SERIDÓ. PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DO SERIDÓ. (Org.). São José do Seridó: Portal da Transparência. 2017. Disponível em: <http://saojosedoserido.rn.gov.br/>. Acesso em: 18 nov. 2017.

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PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO, 2016, Sao Jose do Serido. Projeto Político

Pedagógico: Escola Municipal Raul de Medeiros Dantas - Ensino Fundamental e Médio. São

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APÊNDICES APÊNDICE A

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

CURSO DE PEDAGOGIA

PROFESSORA ORIENTADORA: TÚLIA FERNANDA M. GARCIA ALUNA: THAÍSA FERNANDA MACÊDO DE MEDEIROS

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – TCLE

Declaro, por meio deste termo, que concordei em participar da pesquisa intitulado (a) Concepções dos professores a respeito das dificuldades no processo de ensino-aprendizagem e a importância da família nesse contexto, desenvolvida (o) por Thaísa Fernanda Macêdo de Medeiros. Fui informado a), ainda, de que a pesquisa é orientada pela Profª Túlia Fernanda Meira Garcia, a quem poderei contatar/consultar a qualquer momento que julgar necessário através do telefone nº 84 9 9707 0220 ou e-mail tulia_fernanda@yahoo.com.br. Afirmo que aceitei participar, por minha própria vontade, sem receber qualquer incentivo financeiro ou ter qualquer ônus, com a finalidade exclusiva de colaborar para o sucesso da pesquisa. Fui informado (a) dos objetivos estritamente acadêmicos do estudo, que, em linhas gerais é analisar a concepção que professores de alunos do ensino fundamental i da rede municipal tem acerca das dificuldades de aprendizagem, bem como as estratégias utilizadas frente a estas dificuldades. Fui esclarecido (a) de que os usos das informações por mim oferecidas estão submetidos às normas éticas destinadas à pesquisa envolvendo seres humanos, da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP), Resolução 510/2016 (Pesquisas em Ciências Humanas e Sociais). Minha colaboração se fará de forma anônima, por meio de entrevista semiestruturada/análise do meu registro a ser gravada a partir da assinatura desta autorização. O acesso e a análise dos dados coletados se farão apenas pelo (a) pesquisador e/ou orientador. Fui informado (a) de que, a pesquisa a se realizar, pode gerar alguns benefícios como: contribuições atuais ou potenciais sobre o tema para o ser humano, para a comunidade na qual está inserido e para a sociedade, possibilitando a melhoria da educação e a promoção de qualidade digna de vida. Por outro lado, recebi esclarecimentos necessários sobre possíveis desconfortos e riscos mínimos referentes à aplicação do questionário sendo orientado (a) a não responder itens que gerem desconforto. Fui ainda informado (a) de que posso me retirar desse estudo a qualquer momento, sem qualquer prejuízo ou sofrer quaisquer sanções ou constrangimentos. Atesto recebimento de uma cópia assinada deste Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, conforme recomendações da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP).

_________________ (Rubrica do Participante) _________________ (Rubrica do Pesquisador)

Durante todo o período da pesquisa você poderá tirar suas dúvidas ligando para Thaísa Fernanda Macêdo de Medeiros, 84 – 98818 3901 ou para a professora orientadora Túlia Fernanda Meira Garcia. Você tem o direito de recusar a participar ou retirar seu consentimento, em qualquer fase da pesquisa, sem nenhum prejuízo para você.

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Os dados que você irá fornecer serão confidenciais e serão divulgados apenas em congressos ou publicações científicas, não havendo divulgação para terceiros e de nenhum dado que possa lhe identificar. Os dados serão guardados pelo pesquisador responsável em local seguro e por um período de 05 anos. Não haverá para os participantes da pesquisa não nenhum custo referente aos procedimentos da pesquisa, cabendo somente ao pesquisador o ônus referente ao investimento necessário à coleta e análise dos dados. Qualquer dúvida sobre a ética dessa pesquisa você deverá ligar para Thaísa, telefone 84 98818-3901 ou mandar e-mail para thaisa_ufrn@yahoo.com.br. Este documento foi impresso em duas vias. Uma ficará com você e a outra com o pesquisador responsável Thaísa Fernanda Macêdo de Medeiros, e as duas vias do TCLE devem ser rubricadas em todas as suas páginas.

_________________ (Rubrica do Participante) _________________ (Rubrica do Pesquisador)

Consentimento Livre e Esclarecido

Após ter sido esclarecido sobre os objetivos, importância e o modo como os dados serão coletados nessa pesquisa, além de conhecer os riscos, desconfortos e benefícios que ela trará para mim e ter ficado ciente de todos os meus direitos, concordo em participar da pesquisa Concepções dos professores a respeito das dificuldades no processo de ensino-aprendizagem e a importância da família nesse contexto e autorizo a divulgação das informações por mim fornecidas em congressos e/ou publicações científicas desde que nenhum dado possa me identificar.

Caicó/RN, ____ de outubro de 2017.

______________________________ _______________________________ Assinatura do participante da pesquisa Assinatura do pesquisador responsável

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APÊNDICE B

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

CURSO DE PEDAGOGIA

PROFESSORA ORIENTADORA: TÚLIA FERNANDA M. GARCIA ALUNA: THAÍSA FERNANDA MACÊDO DE MEDEIROS QUESTIONÁRIO PARA PROFESSORES

IDENTIFICAÇÃO 1. Nome: __________________________________________________________________________ 2. Data de nascimento: _____________ 3. Sexo: 3.1 ( ) Feminino 3.2 ( ) Masculino 4. Nível de escolaridade:

4.1 ( )Médio 4.2 ( )Superior 4.3 ( )Sup. Incompleto 4.4 ( )Especialização 4.5 ( ) Mestrado 4.6 ( ) Doutorado

Detalhar área: Superior ______________________ Pós-graduação_________________________ 5. Anos de experiência como professor do ensino fundamental 1:

5.1 ( )menos de 2 anos 5.2 ( )3 a 5 anos 5.3 ( ) acima de 5 anos

6. Escola: ___________________________________________________________________________

7. Quantos alunos com dificuldade de aprendizagem há atualmente nas suas salas de aula? ________ Quais dificuldades são mais frequentes? ________________________________________________

8. Você realizou cursos para trabalhar com o aluno com dificuldades de aprendizagem? 8.1 ( ) não

8.2 ( ) sim, detalhar a seguir:

8.2.1 Curso: ________________________________ Carga Horária: _____________Ano: ____ 8.2.2 Curso: ________________________________ Carga Horária: _____________Ano: ____ 8.2.3 Curso: ________________________________ Carga Horária: _____________Ano: ____

FAMILIA E ESCOLA

9. Como professor o(a) senhor(a) percebe o envolvimento dos pais na educação escolar dos alunos? 10. Como ocorre a participação/envolvimento da família na escola?

11. A escola realiza reuniões de pais e mestres com que frequência? Como essas reuniões são planejadas e quais temas e questões mais frequentes são abordados?

12. Qual importância da participação dos pais/responsáveis no processo educacional das crianças?

13. De que forma os pais/responsáveis poderiam contribuir para que o seu trabalho como professor(a) seja melhor desempenhado?

14. Por que as escolas estão chamando os pais/responsáveis a se envolverem mais fortemente no processo de aprendizagem dos alunos em casa e na escola?

15. Qual a importância da relação família/escola no processo educacional do aluno? 16. Qual familiar participa mais frequentemente das atividades da escola de seus alunos? 16.1 ( ) pai 16.2 ( ) mãe

16.3 ( ) avó materna 16.4 ( ) avô materno 16.5 ( ) avó paterna 16.6 ( ) avô paterno 16.7 ( ) tias 16.8 ( ) tios

16.9 ( ) irmãos 16.10 ( ) outro. Qual: _______

DIFICULDADES E SUPERAÇÃO

17. Sobre a participação dos pais nas atividades escolares de seus alunos, o(a) senhor(a) identifica que: 17.1 ( ) Acompanham as tarefas e horário de aula diariamente.

17.2 ( ) Comparecem à escola sempre que solicitados.

17.3 ( ) Participam das reuniões bimestrais e conseguem tirar as dúvidas com os professores. 17.4 ( ) Acreditam que os professores mandam pouca tarefa de casa.

Referências

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