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Questões e reflexões para o avanço da pesquisa em psicologia ambiental e suas interfaces com o desenvolvimento sustentável da agricultura familiar. - Portal Embrapa

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QUESTÕES E REFLEXÕES PARA O AVANÇO DA PESQUISA EM

PSICOLOGIA AMBIENTAL E SUAS INTERFACES COM O

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DA AGRICULTURA FAMILIAR

Marlise A. Bassani1 Miguel Angelo da SHveira2, José Maria Gusman Ferraz2

RESUMO

O presente texto apresenta os resultados de uma pesquisa-piloto de avaliação de percepção ambiental e apropriação de espaço por famílias de agricultores, conduzida no município paulista de Araras, tendo como objetivo particular detalhar proposições teórico-metodológicas de possíveis contribuições da Psicologia Ambiental para o desenvolvimento rural sustentável da agricultura familiar. Esta pesquisa piloto foi parte integrante de um projeto mais amplo coordenado pela Embrapa Meio Ambiente de Jaguariúna, SP, cujo foco era a análise do processo de desenvolvimento rural sustentável da agricultura familiar.

ABSTRACT

This paper presents the results of a experimental research of environmental perception evaluation and space appropriation among agricultura! families of the city of Araras, SP, Brazil. The aim of this work was to detail theoretical and methodological propositions in arder of present contributions of Environmental Psychology to the rural sustainable development of the family agriculture.

Introdução

A pesquisa coordenada pela Embrapa Meio Ambiente, em parceria com a Prefeitura Municipal de Araras, SP (Instituição Parceira), PUC/SP, Unicamp e

1

Programa de Estudos Pós Graduados em Psicologia Clínica e Faculdade de Psicologia -PUC/SP. Rua Monte Alegre, 984 - Sala T-54. Perdizes, São Paulo, SP, CEP: 05014-001. E-mail:

marlise@pucsp.br 2

Embrapa Meio Ambiente -CNPMA, Caixa Postal 69, CEP 13820-000. Jaguariúna, SP. E-mail: miguel@cnpma.enibrapa.br e ferraz@cnpma.embrapa.br

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UFSCar (Instituições Colaboradoras), tratou da condução de análises de relações socioambientais do espaço rural visando apoiar a formulação de políticas públicas,

mais especificamente, as que se referem ao processo de desenvolvimento rural sustentável das formas sociais da agricultura familiar.

Metodologicamente, essa pesquisa teve em vista a definição de ações de

intervenção na realidade estudada com apoio em um conjunto de diagnósticos participativos.

Considerou-se decisivo explorar as possibilidades oferecidas pela recente noção de multifuncionalidade da agricultura, face às peculiaridades da realidade

rural de áreas de produção familiar, para reforçar a busca de subsídios às políticas públicas de desenvolvimento. O desenvolvimento rural, associado, à concepção da multifuncionalidade da agricultura, representa uma mudança de paradigma em relação aos postulados da modernização da agricultura.

O projeto deu ênfase particular às relações existentes entre o sujeito social da unidade de produção familiar e às questões ambientais. Esse encontro deveu-se ao fato da equipe de pesquisadores ter percebido que a complexidade das questões sócio-ambientais impõe, necessariamente, o conhecimento aprofundado das condições da reprodução-social e econômica de seus agentes.

Estas características particulares do projeto referentes à mudança da unidade de análise, que passou a ser a família do agricultor e não a propriedade

rural em si, remeteram à reflexão sobre a participação humana na construção de conhecimentos, tanto de pesquisadores e especialistas, como de agricultores familiares. Remeteram, também, às considerações sobre as relações que se estabelecem entre as pessoas e os ambientes em que estão inseridas.

No intuito de subsidiar tais reflexões sobre as relações pessoa-ambiente, foi

proposta a introdução de algumas questões e temas enfocados pela Psicologia Ambiental, como área da Psicologia, a ser considerada na multidisciplinaridade dos estudos para desenvolvimento rural sustentável e Agroecologia.

(3)

A partir destas reflexões surgiu a pesquisa-piloto: Avaliação da percepção ambiental e apropriação de espaço em famílias de agricultores, visando desenvolvimento rural sustentável, realizada durante o período 2003-2005 3.

A seguir, serão apresentadas as principais concepções norteadoras do projeto da Embrapa Meio Ambiente, bem como a seleção dos fenômenos enfocados pela Psicologia Ambiental na pesquisa-piloto, de modo a contribuir para a sugestão de políticas públicas para a agricultura familiar.

Caracterização do problema focalizado no projeto

A sociedade moderna industrializada está organizada em torno de um símbolo predominante: a tecnologia. Via de regra, ela é criada como um instrumento desarticulado da análise das condições objetivas - ou históricas - que a produz. Ao contrário, a tecnologia encerra e materializa relações sociais e de produção que dão suporte

a

determinado projeto social de agricultura e é assim inseparável da organização da sociedade rural que esse projeto supõe (Almeida,

1991).

Em vista da certeza de que os recursos ambientais são limitados, e que estão sujeitos aos sérios impactos decorrentes das práticas humanas, por intermédio do uso de diferentes tecnologias, os estudos que visam promover o desenvolvimento sustentável devem ter em conta processos sócio-ambientais. No caso do Brasil, tal fato ganha, nos dias de hoje, terreno e importância em função da intensificação dos debates políticos.

As preocupações com a sustentabilidade ambiental devem estar associadas às práticas diárias dos agricultores, atores principais do processo, pois retiram da natureza os meios de garantia da sua reprodução social. É o caso da presente proposta, que ao se voltar para os agricultores familiares, os tem como vítimas de violento processo de decomposição social.

3

Pesquisa desenvolvida pela pesquisadora Marlise A. Bassani, em projeto horas-pesquisa doutor,

2003-2004, do Conselho de Ensino e Pesquisa (CEPE), da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP).

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A pesquisa optou por uma combinação de métodos científicos que privilegiam o uso eficaz dos recursos naturais e valorizam o conhecimento e cultura locais. No contexto do cruzamento entre agricultura familiar e

desenvolvimento rural sustentável, o enfoque metodológico definido prevê

executar levantamentos e diagnósticos, participativos ou não, realizar análises socioambientais e implementar ações de intervenção. Tal combinação irá gerar resultados úteis e orientar a informação de políticas públicas ambientais, entendidas

como resultado de uma relação Estado/Sociedade e, não apenas um conjunto de

medidas ou leis ditadas por um poder estatal constituído acima da sociedade. Isto é, de políticas públicas democratizantes.

Os pressupostos teóricos e práticos da elaboração dessa problemática de pesquisa são:

a)- a necessidade de se trabalhar com a questão ambiental enquanto manifestação

de determinadas formas de relacionamento entre os homens, no seu processo de

apropriação da natureza. Só nessa abordagem é possível construir um

conhecimento adequado ao planejamento de políticas públicas de preservação ambiental eficazes;

b) - a importância do desenvolvimento da agricultura familiar no processo de

democratização do país e, em decorrência, do desenvolvimento das recentes

experiências de reforma agrária, os assentamentos, nesse mesmo processo;

c)- o reconhecimento de que a pesquisa agropecuária (ou a pesquisa científica de um modo geral), assim como a tecnologia por ela informada são resultados (e conseqüentemente também a expressão) de determinadas relações sociais de

produção ou, mais simplesmente, de diferentes modos dos homens se

organizarem para produzir;

d)- a possibilidade da opção, no seio de uma instituição pública- a Embrapa (e de

outras instituições públicas) - pela reorientação da pesquisa agropecuária no sentido dos interesses dos produtores familiares, e, em decorrência, da sociedade como um todo (veja-se a referida literatura sobre a importância e a viabilidade do desenvolvimento da agricultura familiar no Brasil);

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e)- a possibilidade de articular, teórica e praticamente, a questão ambiental, na qual a equipe de pesquisa é especializada, à questão do desenvolvimento da agricultura familiar, pela via do moderno conceito da multifuncionalidade da agricultura, de cuja base fazem parte os projetos políticos da agroecologia e da maior autonomia relativa (menor dependência econômica) dos produtores agrícolas familiares.

São várias as direções que deram ao projeto o seu fio condutor e uma estrutura eficaz de modo a alcançar resultados mais fecundos. Contudo, as questões abaixo deveriam fornecer os critérios suficientes de seleção dos dados pertinentes:

1 - Ao adotarem o modo de produção capitalista da agricultura tecnificada, baseado no pacote biológico-químico, os produtores familiares de áreas de agricultura familiar, por falta de opções tecnológicas, podem, como conseqüência,

causar impactos ambientais. Por outro lado, é característico da agricultura familiar,

por razões culturais e históricas, a oferta relativa de mão-de-obra e o conhecimento da operação de sistemas complexos. Portanto, tendo por meta a noção da multifl,mcionalidade da agricultura, é possível identificar os requisitos que indiquem as possibilidades necessárias à implantação de novos desenhos de sistemas multifuncionais e sustentáveis.

2 - Os diagnósticos ambientais participativos e as discussões conjuntas de propostas técnicas, que consideram o agricultor como o centro do processo de tomada de decisão, podem fornecer elementos e informações importantes para favorecer um processo de aprendizagem individual e coletivo em torno das questões ambientais.

3 - A opção agroecológica, é a via adequada para intervir na realidade e pensar políticas públicas em prol da consolidação da agricultura familiar, para o que pode ser chamado de conversão ecológica de modo estabilizado e autônomo.

4 - A multifuncionalidade é uma realidade no Brasil, pois se trata de uma característica intrínseca dos agricultores. Contudo, sob uma ótica atualizada, o conceito da multifuncionalidade permite compreender melhor as evoluções e reforçar as capacidades dos atores sociais, explicar o papel da agricultura familiar brasileira, e analisar porque as sociedades valorizam certas funções da agricultura

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mais que outras em épocas diferentes. Além disso, é uma pista pertinente para definir políticas publicas para a pesquisa agropecuária e estratégias de desenvolvimento institucional.

Desenvolvimento rural sustentável

A noção de desenvolvimento rural sustentável deve ser interpretada no contexto do relatório da Comissão Bruntdland (Brundtland, 1987), que estabelece as bases atuais de discussão sobre desenvolvimento e meio ambiente. Apesar da proposta do Relatório estar baseada na idéia do uso dos recursos ambientais, para atender as necessidades atuais e das gerações futuras, Redclift (1993), aponta que o Relatório "tem relativamente muito pouco a dizer sobre participação popular na gestão ambiental no plano local".

E é justamente o componente social, a existência das relações entre cidadãos, que se quer dar destaque aqui. Muito embora o tema do desenvolvimento tenha múltiplas dimensões (econômica, ecológica, cultural e política), deve-se considerar como crucial que o desenvolvimento rural traz consigo a noção do mundo rural, espaço onde vivem pessoas com uma imensa diversidade cultural, política e religiosa. O mundo rural implica em mais que uma simples delimitação geográfica. Essa noção se refere a todo um tecido social e econômico, a um conjunto de atividades as mais diversas: agricultura, artesanato, pequenas e grandes indústrias, comércios, serviços. E, como zona tampão e espaço de regeneração, e indispensável para o equilíbrio ecológico, e se transforma, cada vez mais, em um lugar privilegiado para o descanso e para a

recreação (La C.ommunauté, 1988).

O grupo familiar se encontra no centro da vida econômica e social dessa realidade, com toda a sua diversidade. No Brasil, a forma social familiar de produção vem sofrendo, a partir do processo denominado modernização da agricultura dos anos 70 efeitos perversos advindos da industrialização da agricultura (Kageyama & Graziano da Silva, 1993).

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Projetos de pesquisa que fazem a escolha do tema de desenvolvimento rural sustentável são mais eficientes quando privilegiam os objetivos sociais em objeção aos princípios tecnicistas.

Nesses casos, os agricultores são vistos como os protagonistas e beneficiários de seu próprio desenvolvimento, em confluência com as formas sociais de intervenção participativa. Numerosas experiências na América Latina e Caribe têm despendido menos recursos externos às comunidades locais, quando capacitam os agricultores e suas famílias (AS-PTA, 1991 ).

Encontrar as respostas para problemas do desenvolvimento rural, não é atributo exclusivo do setor governamental (Cazella & Roux, 1999). Elas devem surgir de uma rede formada pela união de esforços entre os diferentes atores da sociedade civil e institucional de pesquisa e desenvolvimento, associados ao poder público local. É com essa composição que se torna possível propor um significado territorial ao desenvolvimento rural sustentável.

De fato,. o engajamento daqueles que trabalham para quem produz com aqueles que produzem, contribui para a quebra do isolamento da população rural e possibilita valorizar e inserir a esfera agroalimentar em políticas públicas específicas.

Assim, quando se trata de propostas de pesquisa (ou de políticas públicas) para o desenvolvimento rural, deve-se ter em mente a revalorização do mundo rural, a partir de uma perspectiva de diversificação multifuncional local dessas economias (Veiga, 2001). Daí, a agricultura familiar vir a ocupar um lugar central nas discussões, pois é dela que se espera a produção de alimentos baratos, sadios e, ao mesmo tempo, que leve em conta o uso racional dos recursos ambientais e o cuidado com a paisagem rural.

Como estar em sintonia com as necessidades, interesses e possibilidades dos agricultores familiares? Como pensar as novas possibilidades de emprego e absorção da rnão-de-obra local em atividades de setores não agropecuários? Como identificar a natureza da empresa familiar agroalimentar em áreas de projetos de desenvolvimento rural sustentável? O que fazer para resgatar práticas

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tradicionais de produção de alimentos esquecidas? Como promover, ao mesmo tempo, a arte popular e o artesanato para garantir a cultura local?

As noções 'multifuncionalidade da agricultura' e 'agroecologia' fixam a face contemporânea do desenvolvimento rural por vários motivos:

- no caso da multifuncionalidade, primeiro, por adotar os contornos da perspectiva territorial para escapar das armadilhas da visão difusionista ou especificamente agrícola. Em seguida, por propiciar a redefinição de estratégias de desenvolvimento e, por último, por favorecer a identificação de novas oportunidades de políticas públicas.

- no caso da agroecologia, não só por suas características ecológicas fundamentais, mas, sobretudo por incorporar as dimensões sociais e econômicas, que integram as perspectivas socioecológicas, como apontado por Canuto (1998).

Produção familiar, modernização e multifuncionalidade da agricultura

Apesar de bast~nte questionado (o debate já dura há mais de duas décadas), o processo da modernização da agricultura deixou as suas marcas. Com ênfase em ações voltadas para o desenvolvimento agrícola, em detrimento do desenvolvimento rural, a modernização representou uma mudança radical nas bases técnicas, no processo de trabalho e na distribuição dos recursos materiais (Silveira, 1996).

O sistema agrícola monocultural da modernização está intimamente relacionado à concentração de terras e, portanto, aos graves conflitos sociais decorrentes, como o êxodo rural. Está ligado também à uma série de danos ambientais, como a devastação das florestas tropicais, a destruição da biodiversidade, a erosão, a contaminação dos corpos d'água e do homem, que, só tardiamente, começaram a compor a pauta da questão ambiental no Brasil (Silveira, 1996).

Neste contexto, a produção familiar tem tido um limitado poder de influir no mercado e nas políticas do Estado. O agricultor familiar parcialmente modernizado, a partir da sua entrada no mercado, passou a sofrer uma dupla

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expropriação. De um lado, a composição dos seus custos de produção, que na agricultura tradicional era mais dependente de recursos internos à propriedade, passa a ser determinada pela indústria e pelo setor financeiro, representando ônus cada vez maiores para o agricultor. De outro, os preços dos produtos agrícolas pouco se relacionam com aqueles custos de produção, mas com os interesses da indústria processadora.

O restrito poder de barganha da classe, no contexto político mais amplo, não permitiu até hoje uma ruptura na direção de sua autonomia. A produção familiar, apesar de modernizada, ou exatamente por isso, vive uma condição de insuficiência econômica, estando quase sempre no limite da sobrevivência.

A produção familiar carece claramente de alternativas sustentáveis do ponto de vista da competitividade no mercado e da preservação dos recursos naturais. São muito escassas as alternativas que combinem competitividade econômica e preservação ecológica, representada pelo uso de conhecimentos técnicos de base agroecológica. O caminho que lhe resta é a busca de alternativas de sobrevivência que combinam diversos graus de adoção de tecnologias "modernas".

Assim, torna-se importante ampliar e fortalecer o processo de geração e difusão de tecnologias em atendimento às necessidades tecnológicas e ao aumento da produtividade da mão-de-obra familiar. Esse processo deverá se adequar às condições agroecológicas e sócio-econômicas que influenciam o desempenho da produção familiar. Assim sendo, deve-se incrementar a formulação e implementação de projetos e programas que estejam voltados para a organização dos produtores rurais, em torno da noção da multifuncionalidade da agricultura.

Hoje, um conjunto de fenômenos relativamente recentes vem chamando a atenção para os novos contornos que tem apresentado o meio rural. Esses novos contornos passam pela constituição de novas relações de trabalho, a partir do aparecimento de novas atividades produtivas, como o lazer, o turismo, os serviços e mesmo a industrialização, quase todas vinculadas a atividades não-agrícolas.

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crise da agricultura e, por outro lado, pelo avanço do processo de globalização, que se expressa de maneira diferenciada em cada país ou região. Nesta nova ruralidade, a amplitude das possibilidades de reprodução dos agricultores

familiares fora das atividades agrícolas faz com que estes passem a ter um caráter

muito mais pluriativo (Silveira & Vilela, 1998).

Essa realidade coloca para os pesquisadores um problema novo: como

viabilizar a produção do ponto de vista do mercado, mas com a preocupação da

sustentabilidade no longo prazo? A perspectiva teórica da noção da

multifuncionalidade da agricultura pode ser a afirmação concreta no plano dos sistemas produtivos das famílias rurais brasileiras.

A noção de multifuncionalidade da agricultura, originária do debate europeu

(sobretudo o francês), inova ao ampliar a percepção sobre a contribuição da

agricultura familiar para a economia, para a sociedade e para o meio ambiente. A agricultura familiar deixa de ser entendida apenas como produtora de bens agrícolas e passa a ser percebida como responsável também pela conservação dos recursos naturais (água, solos, biodiversidade e outros) e do patrimônio

natural (paisagens), pela qualidade dos alimentos e pela manutenção da

ocupação social de um território, seja por meio de práticas culturais associadas a uma tradição seja por meio de redes de sociabilidade e de trocas materiais e

simbólicas (Bianchemanche et ai., 2000).

O debate remete às relações entre os atores sociais e a vida local,

resultando também trajetórias econômicas, sociais e políticas construídas ao longo

do tempo. Reconhece tanto a influência das características dos recursos naturais e do ecossistema local, quanto às escolhas políticas e econômicas no âmbito

nacional e regional, permitindo identificar processos gerais que tornam

comparáveis situações que parecem sem pontos comuns.

Pesquisas realizadas na França revelaram que a agricultura cumpre um

importante .. pap~l..de .. coesão .. social, .. mais .. significativo. e mais .. complexo. que .a própria criação de empregos agrícolas (Laurent et ai., 1996; Bellon et ai., 1995).

No Brasil, a diversidade de mecanismos que o setor agrícola oferece ao

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Ao incorporar a noção de multifuncionalidade da agricultura no âmbito das

políticas públicas se redimensiona o significado do desenvolvimento rural. A

multifuncionalidade amplia o papel reservado à agricultura nos processos de

desenvolvimento rural e nas respectivas políticas públicas. Em primeiro lugar, ela tende a valorizar a agricultura realizada em base familiar. Em segundo lugar, ela parte da crítica do modelo produtivista e incorpora, para além do aspecto da produção agrícola, as potencialidades locais-regionais em termos materiais e nos aspectos culturais, ambientais e territoriais. Em terceiro lugar, ela obriga a repensar os termos do contrato social que une os agricultores ao conjunto da sociedade.

Diagnóstico Socioambiental Participativo e Psicologia Ambiental: propostas do projeto

A participação é vista como o melhor caminho para o sucesso de projetos

de desenvolvimento da agricultura familiar. O recurso do uso de métodos

participativos de diagnóstico em projetos de desenvolvimento é um dos elementos

fundamentais para abrir caminho para transformar as experiências e as lições de campo em subsídios para políticas públicas (Chambers & Guijt, 1995).

O que se pretende com a utilização de abordagens participatórias, é estimular a percepção de atores sociais locais de modo a possibilitar que se

transformem em ativos participantes na definição de estratégias para o

desenvolvimento dos sistemas agropecuários locais.

Assim, a grande contribuição da Psicologia Ambiental4, em uma ação de

implementação de Diagnóstico Socioambiental Participativo, é identificar as

formas de percepção e as relações existentes entre a produção agrícola familiar e a questão ambiental, além de avaliar a sustentabilidade dos sistemas de produção

e a percepção da comunidade sobre a questão ambiental relacionada à atividade

agropecuária. 4

A partir de tais concepções teórico-metodológicas derivou-se a pesquisa referida em nota anterior, referente ao estudo de percepção ambiental e apropriação de espaço, como fenômenos de articulação da Psicologia Ambiental e os objetivos do projeto.

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Os passos metodológicos implementados por esse campo de atividade foram os seguintes:

a) realização de visitas na área da pesquisa com a finalidade de conhecer os grupos de agricultores e as expectativas dos mesmos, além de reunir toda a sorte de informações disponíveis (mapas de solo, declividade, dados estatísticos, imagens de satélite, fotos aéreas, dados históricos, etc);

b) discussão com as lideranças locais e diversos atores sociais a respeito

da implantação do projeto em cada área;

c) redação de um documento básico de diagnóstico da pesquisa para

possibilitar um conhecimento prévio da área de estudo, possibilitando um

entendimento prévio das condições sócio-ambientais. Essa tarefa foi cumprida

pelos pesquisadores;

d) elaboração de um croqui da área, separadamente, por agricultores e pesquisadores, para comparar as diferentes percepções, indicando a localização das culturas, edificações, áreas de reserva legal e permanente, corpos d'água e os impactos ambientais existentes. Estes "mapas" foram obtidos, ao longo do tempo,

por intermédio de caminhadas em transectos nas propriedades juntamente com o

agricultor e com outros membros da família para verificar a percepção dos

mesmos sobre a propriedade.

No caso de agricultores com moradia recente, as caminhadas foram

acompanhadas por alguém que já vivia há mais tempo nos locais. As observações

foram assinaladas em desenhos, elaborados pelos moradores, constando a

representação da paisagem antiga, a atual e os impactos observados.

Desta forma, foram consideradas "as opiniões e aspirações das famílias rurais, identificando a vigência de pautas culturais determinantes dos sistemas de produção, a disponibilidade e o estado dos recursos, assim como as limitações sociais, econômicas, ecológicas e políticas do contexto" (FAO, 1981).

e) Em conjunto com os agricultores, foram elaborados os cadernos nos

quais foram incluídos os resultados de todas as etapas do DSP e as soluções para

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f) estabeleceu-se um cronograma de ação para implementação das propostas consensuais visando as ações do Plano de Intervenção;

g) foi monitorada a implementação das ações e correção das distorções verificadas. Esse passo é complementar, e simultâneo, às atividades daquele mesmo Plano.

Nas áreas do estudo de Araras, principalmente por se tratar de bairros ou comunidades rurais, foi dada preferência pelo trabalho tendo em conta a microbacia hidrográfica, pois os estudos com DSP, normalmente, a consideram como a unidade ideal. A microbacia hidrográfica permite aos estudos um maior entendimento das relações das atividades humanas com o ambiente (Conway, 1991) e sobre a integração dos processos naturais, sociais e políticos (Théry, 1997). O fato da bacia hidrográfica freqüentemente coincidir com a bacia hidrológica possibilita o estabelecimento de correlações entre os diversos fenômenos que ocorrem no ciclo da água e nos demais processos. Assim, o trabalho nessa escala permite uma melhor mobilização dos produtores, das lideranças locais e do poder executivo (Ferraz, 1994).

Desta forma, a disciplina Psicologia Ambiental representa um reforço importante para a aplicação do DSP e o levantamento de dados referente à Psicologia Ambiental, com a perspectiva do desenvolvimento rural sustentável, se integra perfeitamente ao diagnóstico participativo.

Algumas reflexões específicas concernentes à Psicologia Ambiental no contexto do referido projeto interinstitucional, coordenado pela Embrapa Meio Ambiente, merecem ser pontuadas, dado ser esta uma área emergente da Psicologia em processo de desenvolvimento no Brasil.

Psicologia Ambiental, agricultura familiar e desenvolvimento rural

sustentável

A Psicologia Ambiental objetiva o estudo das inter-relações pessoa-ambiente, tanto construído quanto natural. Considera também, que a pessoa atua e modifica o ambiente e que o ambiente atua e modifica a pessoa, no sentido de

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relações mútuas. O termo pessoa visa salientar que as inter-relações ocorrem com o ser humano concreto, com uma história de vida, um contexto cultural, dotado de cognição e afetos, com identidade social e individual. (Bassani, 2002).

Os estudos não se centram no ambiente físico em si, mas em suas características e relações que venham a facilitar ou dificultar as interações sociais

e necessidades humanas, portanto, envolvem também o ambiente social.

(Bassani, Silveira e Ferraz, 2003).

De acordo com Moser (2002), as inter-relações são estudadas dentro de suas dimensões temporais e espaciais, envolvendo diferentes níveis espaciais

(espaço privado; espaços compartilhados e semi-públicos; espaços públicos

coletivos; ambiente global: os recursos naturais).

Os estudos sobre percepção ambiental e apropriação do espaço são alguns

exemplos de características destas relações pessoa-ambiente, relevantes como

contribuição nos estudos de famílias de agricultores, especialmente no que tange à realização do Diagnóstico Socioambiental Participativo (DSP) e posterior planejamento de intervenções.

A percepção ambiental refere-se à forma como são coletadas e reunidas as

informações por intermédio dos sentidos da visão, olfato, audição, tato e paladar (Gifford, 2002).

Como proposta para essa pesquisa interinstitucional as principais

características enfocadas foram:

a) ênfase nos cenàrios de grande escala, que são vistos como um todo;

b) o observador que interage com a cena, sendo parte do ambiente (percepção do

ambiente a partir de diferentes perspectivas);

c) o observador está conectado ao ambiente através de um objetivo ou propósito,

sejam eles funcionais ou estéticos (Bassani, Ferraz e Silveira, 2004).

Como o ambiente constantemente oferece um grande número de

informações, foi selecionada apenas uma parte das informações que nele estão

dispostas. Assim, é relevante a identificação de habituação e de adaptação, a fim de contribuir para a avaliação de fatores que possam facilitar, ou dificultar, as ações de intervenção referentes a agroecologia e multifuncionalidade da

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agricultura, tais como: alterações de culturas na propriedade, recuperação de áreas contaminadas ou degradadas, prevenção de degradação e contaminação, ensino de técnicas e atividades alternativas de produção e inserção no mercado,

bem como de consumo.

Os espaços ocupados, sejam de forma definitiva ou transitória, estão associados a uma relação afetiva, o apego. O espaço apropriado contribui para a identidade da pessoa e busca um sentimento de segurança. Pol (2002) propõe um modelo circular de apropriação do espaço, sendo este resultado de um modelo dual de ação/transformação do espaço e identidade simbólica. Ou seja: a apropriação do espaço por alguma pessoa dá-se pela circularidade entre as ações e transformações realizadas por ela em um dado ambiente físico, bem como a construção de identidade simbólica decorrente e geradora de novas ações/transformações. Moser (2002) ressalta que os territórios apropriados individualmente têm como função principal a de possibilitar a predição da ordem e da estabilidade, que permitem a personalização e regulação de acessos (ou invasões) pelo outro.

As intervenções ambientais nos espaços privados ou apropriados remetem

à regulação dq intimidade, da privacidade. Portanto, ao se propor intervenções nas propriedades rurais, é de relevância avaliar os diferentes níveis espaciais envolvidos, a estrutura familiar e a divisão de territórios privados e compartilhados,

a história de ações/transformações nesta propriedade e as relações com as próximas (vizinhança/ comunidade), o apego ao lugar e a identidade construída pelos agricultores e suas famílias. A falta de caracterização destes processos psicológicos envolvidos na população pode contribuir para um não envolvimento em processos de educação ambiental e produção de formas alternativas de agricultura visando a sustentabilidade, por romper eixos de construção da identidade daquelas famílias.

Ligados ao processo de apropriação de espaço e apego ao lugar estão os processos de percepção espacial, atitudes e comportamentos proecológicos, bem estar e saúde, que estão sendo mais articulados em trabalhos de aprofundamento

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da análise dos dados coletados na referida pesquisa-piloto (Bassani, Ferraz e Silveira, 2005).

Contudo, deve-se salientar que não é possível abordar problemas humano-ambientais sem a participação ativa da população envolvida. Colocam-se, então, duas questões de trabalho do pesquisador:

1) como se garante a participação da população no processo todo de intervenção? 2) como se produz conhecimento científico a partir da construção conjunta com a população envolvida?

Estas são algumas das questões estudadas, de modo interdisciplinar, a fim de serem desenvolvidos métodos, procedimentos e, quiçá, paradigmas para sugestões mais pertinentes para desenvolvimento rural sustentável, saúde e políticas públicas que garantam o estado de bem estar de toda a população.

Resultados e discussão

A pesquisa-piloto de avaliação de percepção ambiental e apropriação de espaço em famílias de agricultores produziu trabalhos e discussões em reuniões científicas nacionais e internacionais, tanto em Agroecologia (Bassani, Silveira e Ferraz, 2003; Bassani, Ferraz e Silveira, 2004; Bassani, Ferraz e Silveira, 2005) quanto em Psicologia (Bassani, Ferraz e Silveira, 2004; Bassani, Ferraz e Silveira, 2005), mais particularmente.

O problema enfocado pela pesquisa piloto foi a avaliação de percepção ambiental e apropriação do espaço em famílias de agricultores no município de Araras (SP). Através de metodologias participativas, visava a construção de proposta para desenvolvimento rural sustentável para a agricultura familiar.

Participaram do estudo oito famílias de quatro bairros rurais diferentes do município, sendo que seis famílias tinham herdado suas propriedades e/ou adquirido de parentes próximos. As outras duas pertenciam a projetos de assentamentos do programa de reforma agrária do estado de São Paulo, para a região. Todas as famílias estavam nas respectivas propriedades há, pelo menos, dez anos.

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Foram empregados vários métodos de coleta de informações, tais como entrevistas, observação direta (registros escrito e fotográfico, gravação em áudio, registro das auto-observações das famílias); técnica expressiva (desenho); redes temáticas naturais. Destaca-se que foram obedecidos todos os cuidados éticos previstos nas resoluções específicas para pesquisa em Psicologia com seres humanos.

A seguir são apresentados alguns dos resultados obtidos referentes à percepção ambiental e à combinação de diferentes métodos de coleta de

informações utilizados, bem como aspectos relevantes para a identificação do

j

processo de apropriação de espaço por estas famílias de agricultores.

Os dados referentes à percepção ambiental foram analisados a partir dos seguintes eixos temáticos: história da família, da propriedade e do trabalho; estado de bem estar; saúde e agrotóxicos; comportamentos pró-ambientais e água; perspectivas de futuro.

Foram identificados sentimentos positivos pela maioria das famílias, tanto na percepção da Casa quanto da Propriedade, destacando-se ênfase em aspectos de sobrevivência relativos à Casa, enquanto a avaliação e identificação positivas são predominantes sobre a Propriedade Rural. A Cidade é avaliada positivamente, sendo referência para bem estar e aspectos de sobrevivência da família, especialmente quanto à comercialização dos produtos. Quanto ao Estado de Bem Estar, são ressaltados aspectos de sobrevivência relacionados

à

atuação do poder público; identificação, avaliação e sentimentos negativos foram apontados em relação ao Governo. Quanto ao uso de Agrotóxicos, avaliação e

sentimentos negativos são preponderantes; contudo, três famílias ressaltaram a necessidade de uso para sobrevivência. Avaliação e sentimentos positivos foram destacados em relação ao Futuro, além de aspectos de sobrevivência e de bem estar para atuação do poder público.

Identificou-se a preocupação em conservar e recuperar o meio ambiente e

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Observou-se a importância dada ao papel da mulher na família para superação dos momentos de crise, ligando o passado e o futuro, mantendo a estabilidade do cotidiano, tendo sido constante em todas as famílias.

Destaca-se o desenvolvimento de novos papéis e atribuições na família e na comunidade. Ser agricultor como identidade pessoal e familiar e o valor da agricultura como fonte de criação e sustento da população foram ressaltados por todas as famílias estudadas.

Os resultados referentes à apropriação de espaço indicaram diferentes processos de vividos pelas famílias, no que concerne às dimensões envolvidas em ação/transformação da propriedade, da casa ou da região. Neste particular identifica-se três características principais:

a) ruptura com os modelos e tipos de culturas desenvolvidos pela(s) geração(s) anterior, inclusive por completa substituição de culturas e da própria moradia para a família. As decisões são mais centralizadas no casal e a relação com os filhos é de garantir educação formal (Ensino Médio e Terceiro Grau) para diferenciação do trabalho, não necessariamente vinculando-o à propriedade ou à região;

b) decisões conjuntas, envolvendo diferentes gerações, sobre as possíveis alterações na propriedade e na região. Tais famílias mantêm as construções anteriores, especialmente as casas, e adaptam as construções realizadas pelas gerações anteriores para as exigências de produção em diferentes momentos do ciclo vital da família. Os filhos têm papel relevante neste contexto, incorporando sugestões e necessidades de lazer, educação e administração da propriedade e das tradições do bairro e da cidade;

c) o poder público pode indicar transformações na propriedade. Propostas referentes a comportamentos pró-ambientais, especialmente, quanto à recuperação de áreas degradadas, recursos hídricos e controle de lixo (embalagens de agrotóxicos), contribuem para ações de aceitação e participação pelos agricultores. Contudo, a falta de políticas voltadas para qualidade de vida, parece promover maiores sentimentos de vizinhança e senso de coletividade, mobilizando os agricultores para a reivindicação de tais condições.

(19)

Quanto à . identificação simbólica, todas as famílias mantêm objetos, ferramentas, móveis, construções (ou parte delas), dos antepassados em suas propriedades. A casa da família é muito valorizada objetiva (abrigo e proteção) e subjetivamente (laços afetivos e ligação com o passado). Manter almoços semanais, coordenar festas religiosas, resgatar a culinária e danças das gerações anteriores ou da infância, são práticas desenvolvidas por todas as famílias estudadas. A importância da mulher na família para superação dos momentos de crise, ligando o passado e o futuro, foi constante em todas as famílias.

Estes resultados, ainda que apresentados de forma sintética e parcial, apontam para algumas das questões e reflexões necessárias para avanços de conhecimento, tanto para a Psicologia Ambiental e suas interfaces com a saúde humana, quanto para a agricultura familiar e sugestões para políticas públicas, visando desenvolvimento rural sustentável.

Muitas questões e lacunas podem ser identificadas a partir desta primeira pesquisa, contudo, o sucesso em propor e avaliar determinados métodos e enfoques de análise interdisciplinar, ainda em estudo, podem indicar caminhos para a construção conjunta de vários métodos, procedimentos consistentes ao rigor científico exigido pelo pesquisar, a fim de gerar sugestões mais pertinentes para desenvolvimento rural sustentável, saúde e políticas públicas que garantam o estado de bem estar de todos na sociedade.

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