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PRISÕES
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I
PRISÕES
Art. 5º, inc. LVII, CF: “ ninguém será considerado
culpado até o trânsito em julgado de sentença
penal condenatória.
a) Posição restritiva – somente aplicada à
matéria de prova.
b) Posição ampliativa – além das provas há a
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I
Conceito: é a privação da liberdade de locomoção,
ou seja, do direito de ir e vir, por motivo lícito ou por
ordem legal. Pode ser:
a)
Pena
privativa
de
liberdade:
simples(contravenção), prisão para crimes militares,
reclusão e detenção;
b) Ato de captura: prisão em flagrante ou
cumprimento de mandado.
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REQUISITOS PARA A PRISÃO
Somente há duas formas para prender alguém, seja prisão penal ou processual.
Mandado: O detentor do mandado de prisão deverá estar com ele em mãos para efetuar a prisão. Na prisão processual, via de regra, também é expedido o mandado de prisão.
Prisão em Flagrante: Não há necessidade de mandado. Requisitos do mandado de prisão
Qualificação: O mandado deve ter a qualificação completa que possa
individualizar quem será preso. Também servirá a alcunha, bem como características físicas que possam individualizá-lo na ausência de
informações documentais.
Motivos: O mandado tem que conter os motivos que determinaram a
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I
Competência: O mandado não pode ser expedido por Delegado.
Deve ser elaborado pelo escrivão do Cartório e assinado por Juiz competente, pois conforme o Art. 5º, LXI da CF, somente a autoridade judicial poderá expedi-lo.
Cumprimento do mandado de prisão
O oficial de justiça deverá cumprir o mandado de prisão, ainda que, se necessário, com o uso da força policial.
Muito embora o CPP não traga limitação quanto a dia e hora para se cumprir o mandado, deve-se observar o art. 5º, XI da CF. Este inciso dispõe sobre a inviolabilidade da casa, da seguinte forma:
Nela somente se pode ingressar durante o dia e mediante mandado; Ingresso durante a noite, somente se houver consentimento do morador;
Do contrário, somente em caso de flagrante (está ocorrendo um crime) ou iminente desastre.
Conclusão
O mandado pode ser executado a qualquer dia e hora. Porém, se aquele que vai ser preso estiver escondido em casa, o mandado somente poderá ser cumprido durante o dia, ou a noite mediante autorização do morador.
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I
Prisão e liberdade
A prisão pode ser vista por dois enfoques:
a) Prisão Pena – já houve a condenação
transitada em julgado, com pena privativa de
liberdade. Assim, é aquela imposta em virtude
de sentença condenatória transitada em julgado,
ou seja, trata-se da privação da liberdade em
virtude de decisão judicial, após o devido
processo legal, na qual se determinou o
cumprimento da pena.
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b) Prisão Processual – acontece durante o
processo; também é chamada de prisão provisória
ou cautelar.
Preventiva
Temporária
Flagrante
Prisão decorrente de pronúncia
Prisão domiciliar
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PRISÃO PREVENTIVA I. CABIMENTO - TRÍPLICE ANÁLISE:1º - permissão legal (nas hipóteses previstas no artigo 313) 2º - pressupostos: prova da existência do crime e indícios
suficientes de autoria ( fumus comissi delicti) - parte finaldo art. 312.
3º - condições de admissibilidade: para garantia da ordem pública ou econômica, por conveniência da instruçãocriminal e para
assegurar a aplicação da lei penal ( periculum libertatis) - primeira parte do art. 312
Obs.: Art. 312, p. único, CPP : “A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas cautelares (art. 282, §4º, CPP)
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II.ANÁLISE DOS MOTIVOS QUE EVENTUALMENTE COSTUMAM SER INVOCADOS EMREPRESENTAÇÕES POLICIAIS
1. Garantia da ordem pública: defesa social / medida de segurança.
Garantia de ordem pública é expressão vaga, que tem sido invocada para as mais variadas situações, nem sempre justificadoras de uma prisão preventiva:
a) gravidade ou magnitude da infração (ex: Lei 7.492/86, art. 30) b) credibilidade da justiça
c) satisfação do sentimento de justiça da sociedade d) clamor público
e) segurança do réu
f) exemplaridade (prevenção geral
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Somente se tem como válida a prisão preventiva para garantia da ordem pública (com argumentação que mais se aproxima da idéia de periculum libertatis) para:
a) a prevenção de novos crimes, em face da folha penal do réu, cuja análise concreta indica a probabilidadede reiteração criminosa
b) a prevenção de novos crimes, ante a periculosidade do réu, manifestada na forma de execução do crime,ou no seu comportamento, anterior ou posterior à prática ilícita.
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2. Conveniência da instrução criminal: (cautela instrumental)
a) não comparecimento do réu a ato processual não é o bastante - art. 260 CPP.
b) limitação temporal
3. Garantia da aplicação da lei penal: (cautela final)
a) vagas suspeitas de fuga não servem, tais como iminência de prolação de condenação a pena elevada,viagens constantes.
OBS: Não impedem a prisão preventiva: primariedade e bons antecedentes, residência fixa, trabalho lícito, família para sustentar, instrução superior.
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III. MOMENTO PARA A DECRETAÇÃO
a) inquérito instaurado ou peças de informação; b) inquérito findo
c) ação penal em curso
IV.INICIATIVA
d) de ofício
e) a requerimento do MP ou querelante f) sob representação da autoridade policial
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V.RECURSOS a) contra a decretação – HC, 648, I;b) contra a revogação – RSE 581, V (possibilidade de Mandado de Segurança, pelo Ministério Público)
c) contra o indeferimento – RSE, 581, V OBS:
a)Trata-se de decisão tomada rebus sic stantibus, não precluindo o reexame do pedido (316 CPP)
b)Fundamentação (art. 93, IX CF e 315 CPP). Possibilidade ou não de convalidação posterior, nas informações do Habeas Corpus;
Fundamentação copiada.
c) Não cabe preventiva se as provas indicam excludente de ilicitude ou sentença absolutória (art. 314 CPP)
d) Possível nova prisão, salvo se a liberdade foi concedida por excesso de prazo. Além disso, mesmo com a vedação à liberdade provisória, relativamente aos crimes hediondos, havendo excesso de prazo deve ser relaxada acautela (Súmula 697 STF).
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e) Restabelecimento da prisão depende de nova fundamentação, após provido recurso contra absolvição do réu em processo no qual se mantinha a prisão.
f) Apresentação espontânea e a Prisão Preventiva: Independentemente de expressa previsão do caso na legislação, continua podendo ser decretada em situações de apresentação espontânea porque devem ser levados em conta os artigos referentes aos pressupostos e fundamentos dessa medida cautelar extrema, bem como os critérios do artigo 282, CPP em sua nova redação.
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PRISÃO EM FLAGRANTE MODALIDADES - art. 3021. Flagrante próprio (I e II)
2. Flagrante impróprio, ou quase-flagrante (inc. III) -
perseguição definida no art. 290, par. 1º3. presumido ou ficto (inc. IV)
3. Flagrante esperado: Esperar é aguardar, ficar à espera de
algo.
** Não se verifica, nessa modalidade, a figura do agende provocador.
** Trata-se de prisão que encontra amparo no ordenamento jurídico pátrio.
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4. Flagrante prolongado / protraído / diferido / de ação controlada: (Art. 2º , II, da Lei n. 9034/95):
Art. 2º Em qualquer fase da persecução criminal são permitidos, sem prejuízo dos já previstos em lei, os seguintes procedimentos de investigação e formação de provas:
I.(vetado)
II. A ação controlada, que consiste em retardar a interdição policial do que se supõe ação praticada por organizações criminosas ou a ela vinculado, desde que mantida sob observação e acompanhamento para que a media legal se concretize no momento mais eficaz do ponto de vista da formação de provas e fornecimento de informações.
O agente infiltrado, para atender à proposta de desestruturar a organização criminosa não está autorizado a cometer crime. O que é autorizado é deixar de realizar a prisão em flagrante naquele momento. “A função do agente infiltrado é a de conhecer a estrutura organizacional, a estrutura formal da organização criminosa, mas não realizar crimes a pretexto de justificar a infiltração. Protrair a prisão em flagrante não é sinônimo de participar dos crimes.” (LIMA, Marco Antonio Ferreira. Prisões e Medidas Liberatórias. São Paulo: Atlas, 2011, p. 125)
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5 – Flagrante preparado ou provocado:
Provocado: é ilegal e ocorre quando existe uma indução, um estímulo
para que o agente cometa um delito exatamente para ser preso.
“O agente é impelido à prática de um delito por um agente provocador, normalmente um policial ou alguém a seu serviço.”
Aplica-se a regra do crime impossível:
Art. 17 – Não se pude a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.
Preparado: Aqui não há indução ou provocação, senão que a
preparação do flagrante é tão meticulosa e perfeita que em momento algum o bem jurídico tutelado é colocado em risco.
Súmula 145 do STF: “Não há crime quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação.”
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Auto de Prisão em Flagrante
Os procedimentos para a elaboração do auto de prisão em flagrante estão expressos no Artigo 304 do CPP.
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PRISÃO DECORRENTE DE PRONÚNCIAÉ uma decisão judicial exclusiva dos processos de júri. É
uma decisão de admissibilidade do processo e
encaminhamento do réu ao júri; é o antigo Sumário de
Culpa.
É prevista no Artigo 413, §3º, do CPP:
Art. 413 – O juiz, fundamentadamente, pronunciará o acusado, se convencido da materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria e de participação.
§3º - O juiz decidirá, motivadamente, no caso de manutenção, revogação ou substituição da prisão ou medida restritiva de liberdade anteriormente decretada e, tratando-se de acusado solto, sobre a necessidade da decretação da prisão ou imposição de quaisquer medidas previstas no Título IX, do Livro I, deste Código.
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PRISÃO TEMPORÁRIA (Lei 7960/89)Conceito: prisão cautelar de natureza processual destinada a
possibilitar as investigações a respeito de crimes graves, durante o inquérito policial.
Decretação: só pode ser decretada pela autoridade judiciária.
Fundamentos: a prisão temporária pode ser decretada nas
situações previstas pelo art. 1º da Lei 7960/89.
Prazo: 05 dias, prorrogáveis por igual período.
- Crimes Hediondos (art. 2º, §4º , da Lei 8072) Prazo: 30 dias, prorrogáveis por igual período.