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Substratos para propagação e desenvolvimento inicial de Ocimum kilimandscharicum Guerke

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Academic year: 2021

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1 Substratos para propagação e desenvolvimento inicial de Ocimum

kilimandscharicum Guerke

Substrates for propagation and initial development of Ocimum kilimandscharicum Guerke LIMA, Vânia Tomazelli de1; VIEIRA, Maria do Carmo1; ALVES, Jucilene Martins1; GONÇALVES, Willian Vieira1; ARAN, Heldo Denir Vhaldor Rosa1.

1Universidade Federal da Grande Dourados, Dourados, MS, vaninha_tl@hotmail.com

Resumo: Apesar de vários usos na cultura popular, são poucos os estudos agronômicos

com a Ocimun kilimandsharicum, e a propagação e desenvolvimento de mudas de qualidade constituem-se em uma das etapas mais importantes do sistema produtivo. Por isso, objetivou-se avaliar os efeitos de diferentes substratos, puros e compostos, sobre a propagação e desenvolvimento inicial de Ocimun kilimandsharicum. Os tratamentos foram compostos por oito substratos: T1 (100% substrato comercial Bioplant®); T2 (50% Bioplant® + 50% solo); T3 (50% Bioplant® + 50% areia); T4 (100% solo), T5 (33% Bioplant® + 33% solo + 33% areia); T6 (33% Bioplant® + 33% cama-de-frango + 33% solo); T7 (33% Bioplant® + 33% cama-de-frango + 33% areia) e T8 (33% cama-de-frango + 33% solo + 33% areia); o delineamento experimental utilizado foi de blocos ao acaso, com cinco repetições. Foram avaliadas as plântulas emergidas e as alturas das plântulas, as massas frescas e secas das partes aéreas e das raízes, o número de folhas, o diâmetro do coleto e o comprimento de raízes e parte aérea. Maiores alturas foram obtidas quando se utilizou substrato comercial puro ou composto com solo. Todas as características avaliadas apresentaram melhores resultados sempre que utilizado substrato comercial puro ou composto com solo, exceto para massa seca de raízes, que apresentou resultado mais significativo para substrato composto de Bioplant® + cama-de-frango + solo. Recomenda-se o uso do substrato comercial Bioplant® puro ou composto com solo para propagação e desenvolvimento inicial de mudas de Ocimum kilimandsharicum, considerando o período de formação de 60 dias.

Palavras-chave: Alfavaca azul africana, adubos, desenvolvimento de mudas.

Abstract: Although several uses in popular culture, few agronomic studies with Ocimun kilimandsharicum and the spread and development of quality seedlings are in one of the most important stages of the production system. Therefore, this study aimed to evaluate the effects of different substrates, and pure compounds on the spread and initial development of Ocimun kilimandsharicum. The treatments consisted of eight substrates: T1 (100% commercial substrate Bioplant®); T2 (50% + 50% Bioplant® ground); T3 (Bioplant® 50% + 50% sand); T4 (100% soil), T5 (33% Bioplant® + 33% soil + 33% sand); T6 (33% + 33% Bioplant® bed-of-chicken + 33% soil); T7 (33% + 33% Bioplant® chicken + 33% sand) and T8 (33% bed-of-chicken + 33% soil + 33% sand); The experimental design was randomized blocks, with five replications. the emerged seedlings and the heights of the seedlings were evaluated, fresh and dry weight of aerial parts and roots, number of leaves, stem

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2 diameter and the length of roots and shoots. Greater heights were obtained when using pure commercial substrate or compost with soil. All traits showed better results when used pure commercial substrate or compost with soil, except for dry root mass, which showed most significant result for substrate composed of Bioplant® + bed-of-chicken + ground. It is recommended the use of commercial substrate Bioplant® pure or compound soil for propagation and initial development of Ocimum kilimandsharicum seedlings, considering the training period of 60 days.

Keywords:African blue basil, fertilizer, seedling development.

Introdução

O gênero Ocimum compreende aproximadamente 150 espécies e tem distribuição geográfica por todas as regiões de clima tropical e subtropical (SIMON, QUINN, e MURRAY, 1990). Ocimum kilimandscharicum Guerke. (Lamiaceae), conhecida popularmente por “alfavaca azul africana” e “kilimanjaro”, é nativa da África Oriental e tem sido cultivada em várias partes do mundo. É um arbusto lenhoso, podendo atingir 2 m de altura em regiões temperadas, sendo propagada tanto por sementes quanto vegetativamente. Suas sementes são negras, pequenas, e uma vez que o arbusto é estabelecido, ele pode ser colhido três vezes por ano, por mais de três anos (KHARE, 2007; DOLLY et al., 2012).

A alfavaca azul africana possui potencial terapêutico, sendo utilizada na medicina tradicional como estimulante digestivo, no tratamento de insônia, constipação, dores abdominais, diarreia e sarampo. A infusão feita com as folhas e a inalação do vapor tratam peito congestionado, tosse e resfriado (KASHYAP et al., 2011). O óleo essencial possui ação repelente (JEMBERE et al., 2001), antibacteriano (VERMA et al., 2011) e antifúngico (NARWAL et al., 2011).

Apesar do uso na cultura popular, são poucos os estudos agronômicos com essa espécie e a propagação e desenvolvimento de mudas de qualidade constituem-se em uma das etapas mais importantes do sistema produtivo, influenciando diretamente o desempenho final das plantas. Uma muda má formada compromete todo o desenvolvimento da cultura, aumentando seu ciclo e levando a perdas na produção (ECHER et al., 2007).

Dentre os fatores importantes para serem avaliados no processo de produção de mudas, está a escolha do substrato adequado (COSTA & CAMARGO, 2009), sendo de suma importância, durante a escolha do substrato, a consideração de características físicas e químicas condizentes com as necessidades da espécie a ser propagada, além de aspectos econômicos, como baixo custo e grande disponibilidade.

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3 Diante do exposto, o objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos de diferentes substratos, puros e compostos, sobre a propagação e desenvolvimento inicial de mudas de Ocimun kilimandsharicum.

Metodologia

O experimento foi realizado no Horto de Plantas Medicinais – HPM, da Universidade Federal da Grande Dourados (22º11’43,7” latitude sul, 54º56’08,5” longitude oeste e altitude de 430 m), onde foram coletadas as sementes do O. kilimandsharicum.

As sementes foram semeadas em bandejas de isopropileno com 72 células. Os tratamentos foram compostos por oito substratos: T1 (100% substrato comercial Bioplant®); T2 (50% Bioplant® + 50% solo); T3 (50% Bioplant® + 50% areia); T4 (100% solo), T5 (33% Bioplant® + 33% solo + 33% areia); T6 (33% Bioplant® + 33% cama-de-frango + 33% solo); T7 (33% Bioplant® + 33% cama-de-frango + 33% areia) e T8 (33% cama-de-frango + 33% solo + 33% areia). O delineamento experimental utilizado foi de blocos ao acaso, com cinco repetições, sendo as parcelas compostas por 18 células. Durante o ciclo de cultivo foram avaliadas as plântulas emergidas, a partir da visualização da primeira plântula emergida, e as alturas das plântulas, expressa em cm, medida com régua milimetrada, a partir do coleto até a gema apical. As plântulas foram colhidas aos 60 dias após o semeio – DAS, quando foram avaliadas: a) as massas frescas e secas das partes aéreas e das raízes, expressas em gramas, determinadas em estufa de circulação forçada a 60º ± 5ºC, até massa constante; b) o número de folhas; c) o diâmetro do coleto, expresso em mm, utilizando-se um paquímetro digital com precisão de 0,01 mm; d) e o comprimento de raízes e parte aérea, expressas em cm, medidas com régua milimetrada.

Os dados obtidos ao longo do tempo, quando significativos pelo teste F na análise de variância, foram submetidos à análise de regressão. Os dados de produção foram submetidos à análise de variância pelo teste F e as médias comparadas pelo teste Scott-Knott, todos a 5% de probabilidade.

Resultados e discussões

As plantas cresceram linearmente durante o período de avaliação (Figura 1), apresentando alturas superiores quando utilizado substrato comercial puro ou composto com solo (9,37 e 6,74 cm, respectivamente). Provavelmente, o substrato comercial favoreceu a porosidade e o maior desenvolvimento de raízes, possibilitando a absorção de nutrientes presentes em ambos os substratos, favorecendo o maior crescimento em altura das plântulas.

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4 Figura 1. Altura de O. kilimandsharicum em função de dias após semeio e tipos de substratos.

Todas as características biométricas observadas diferiram estatisticamente (Tabela 1), apresentando melhores resultados sempre que utilizado substrato comercial puro ou composto com solo. Da mesma forma, a porcentagem de emergência foi superior para ambos os tratamentos (62,22 e 50,00%, respectivamente). O substrato comercial Bioplant® propicia uma ótima relação física, espaços de aeração, capacidade de retenção de água, CTC (capacidade de troca catiônica) e, consequentemente, maior desenvolvimento radicular. É isento de microrganismos patogênicos para as plantas tais como fungos, bactérias, nematoides, etc. e estão dentro dos padrões técnicos quanto a plantas daninhas.

Tabela 1. Diâmetro de coleto (DIAM), comprimento de raiz (COMPR), comprimento da parte aérea (COMPA), Emergência (EMERG) e número de folhas (NF) de plântulas de Ocimum kilimandscharicum cultivadas em diferentes substratos.

SUBSTRATOS DIAM (mm) COMPR (cm) COMPA (cm) EMERG (%) NF Bioplant® (B.) 2,14ª 20,62a 13,84ª 62,22ª 28,20ª B. + solo 1,69b 18,65a 10,72ª 50,00ab 21,00b B.+ areia 1,52c 18,72a 8,27b 50,00ab 14,20c

Solo 0,84d 15,40b 5,19b 43,33b 8,00d B. + solo + areia 1,40c 16,02b 8,18b 37,77b 12,80c B. + CF + solo 1,44c 14,91b 11,01a 34,44c 17,20c B. + CF + areia 1,42c 13,01b 6,90b 43,33b 14,60c CF + solo + areia 1,44c 16,18b 9,01b 44,44b 15,20c C.V. (%) 16,13 20,16 32,47 33,97 23,61

Médias seguidas por letras iguais nas colunas não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade.

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5 As massas frescas e secas de raízes e partes aéreas também foram influenciadas pelos tratamentos (Tabela 2), com melhores resultados para substrato comercial puro e composto, exceto para massa seca de raízes, que apresentou resultado mais significativo para substrato composto de Bioplant® + cama-de-frango + solo. Isso, possivelmente, devido ao aumento na concentração de P proporcionado pela cama-de-frango, nutriente que faz parte dos fosfolipídeos na membrana, e por isso, promove a rápida formação e crescimento das raízes (EPSTEIN & BLOOM, 2006).

Tabela 2. Massas frescas de parte aérea (MFPA) e raízes (MFR) e massas secas de parte aérea (MSPA) e raízes (MSR) de plântulas de Ocimum kilimandscharicum cultivadas em diferentes substratos.

SUBSTRATOS MFPA g/planta MSPA g/planta MFR g/planta MSR g/planta

Bioplant® (B.) 2,58a 0,26a 0,79ª 0,07b

B. + solo 1,87b 0,14b 0,43b 0,03b B.+ areia 1,27c 0,08c 0,32b 0,07b Solo 0,48d 0,05c 0,10c 0,01b B. + solo + areia 1,18c 0,07c 0,24c 0,01b B. + CF + solo 1,48c 0,09c 0,31b 0,19ª B. + CF + areia 0,99c 0,04c 0,13c 0,01b CF + Solo + areia 1,43c 0,09c 0,23c 0,01b C.V. (%) 25,03 2,07 5,54 3,69

Médias seguidas por letras iguais, nas colunas, não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade.

Conclusões

Recomenda-se o uso do substrato comercial Bioplant® puro ou composto com solo para propagação e desenvolvimento inicial de mudas de Ocimum kilimandsharicum, considerando o período de formação de 60 dias.

Referências bibliográficas

COSTA, T.R.; CAMARGO, R. Produção de mudas de pinhão manso (Jatropha curcas L.) em tubetes a partir de diferentes fontes de matéria orgânica. Revista Horizonte Científico, v.3, n.1, 2009.

DOLLY, G.; NIDHI, S.; SAGAR, B. P. S.; SHWETA, R.; SHIKHA, A. Ocimum kilimandscharicum: a systematic review. Journal of Drug Delivery & Therapeutics, v. 2, n. 3, p. 45-52, 2012.

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6 ECHER, M. M.; GUIMARÃES, V. F.; ARANDA, A. N. Avaliação de mudas de beterraba em função do substrato e do tipo de bandeja. Semina: Ciências Agrárias, v.28, n.1, p. 45-50, 2007.

EPSTEIN, E.; BLOOM, A. J. Nutrição mineral de plantas: princípios e perspectivas. Londrina: Editora Planta, 2006. 403 p.

JEMBERE, B.; HASSANALI, A. Products derived from the leaves of Ocimum kilimandscharicum (Labiatae) as post harvest protectant against the infestation of three major stored product insect pests. Bulletin of Entomological Research, v. 85, p. 361–367, 2001.

KASHYAP, C.P.; RANJEET, K.; VIKRANT, A.; VIPIN, K. Therapeutic potency of Ocimum kilimandscharicum Guerke - A Review. Global Journal of Pharmacology, v. 5,n. 3, p. 191-200, 2011.

KHARE, P. B. Indian medicinal plants. 1. ed. Berlim / Heidlburg, Springer Verlang, 2007.

NARWAL, S.; RANA, A. C.; TIWARI, V.; GANGWANI, S.; SHARMA, R. Review on chemical constituents & pharmacological action of Ocimum kilimandscharicum. Indo Global Journal of Pharmaceutical Sciences, v. 1, n. 4, p. 287-293, 2011.

SIMON, J.E.; QUINN, J.; MURRAY, R. G. Basil: a source of essential oils. In: JANICK, J.; SIMON, J. E. (eds.), Advances in new crops. Timber Press, Portland, Oregon. p. 484-489, 1990.

VERMA, R. S.; BISHT, P. S.; PADALIA, R. C.; SAIKIA, D.; CHAUHAN, A. Chemical composition and antibacterial activity of essential oil from two Ocimum spp grown in sub-tropical India during spring-summer cropping season. Journal of Traditional Medicines, v. 6, n. 5, p. 211-217, 2011.

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