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Regras do Ano Eleitoral nas Câmaras Municipais

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Academic year: 2021

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Regras do Ano Eleitoral

nas Câmaras Municipais

Dia 17 - das 13h30 às 17h

O Papel do Executivo Municipal nas Eleições!

Dia 18 - das 9h às 12h

Restrições no Processo Legislativo e Participação

Popular!

Dia 18 - das 13h30 às 17h

Pode ou Não Pode? Gestão de Pessoal e

Publicidade!

Dia 19 - das 9h às 11h

As Regras para os Bens Públicos e Repasses de

Recursos!

(2)

A Unipública

Conceituada Escola de Gestão Municipal do sul do país, especializada em capacitação e treinamento de agentes públicos atuantes em áreas técnicas e administrativas de prefeituras, câmaras e órgãos da administração indireta, como fundos, consórcios, institutos, fundações e empresas estatais nos municípios.

Os Cursos

Com diversos formatos de cursos técnicos presenciais e à distância (e-learning/online), a escola investe na qualidade e seriedade, garantindo aos alunos:

- Temas e assuntos relevantes e atualizados ao poder público - Professores especializados e atuantes na área (Prática) - Certificados de Participação digitalizado

- Material complementar de apoio (leis, jurisprudências, etc) - Tira-dúvidas durante realização do curso

- Controle biométrico de presença (impressão digital) - Atendimento personalizado e simpático

- Rigor no cumprimento de horários e programações - Fotografias individuais digitalizadas

- Apostilas e material de apoio - Coffee Breaks em todos os períodos

-Acesso ao AVA (Ambiente Virtual do Aluno)para impressão de certificado, grade do curso, currículo completo dos professores, apostila digitalizada, material complementar de apoio de acordo com os temas propostos nos cursos, chat entre alunos e contato com a escola.

Público Alvo

- Servidores e agentes públicos (secretários, diretores, contadores, advogados, controladores internos, assessores, atuantes na área de licitação, recursos humanos, tributação, saúde, assistência social e demais departamentos) . - Autoridades Públicas, Vereança e Prefeitos (a)

Localização

Nossa sede está localizada em local privilegiado da capital do Paraná, próximo ao Calçadão da XV, na Rua Des. Clotário Portugal nº 39, com estrutura própria apropriada para realização de vários cursos simultaneamente.

Feedback

Todos os cursos passam por uma avaliação criteriosa pelos próprios alunos, alcançando índice médio de satisfação 9,3 no ano de 2014, graças ao respeito e responsabilidade empregada ao trabalho.

(3)

Transparência

Embora não possua natureza jurídica pública, a Unipública aplica o princípio da transparência de seus atos mantendo em sua página eletrônica um espaço específico para esse fim, onde disponibiliza além de fotos, depoimentos, notas de avaliação dos alunos e todas as certidões de caráter fiscal, técnica e jurídica.

Qualidade

Tendo como principal objetivo contribuir com o aperfeiçoamento e avanço dos serviços públicos, a Unipública investe no preparo de sua equipe de colaboradores e com rigoroso critério, define seu corpo docente.

Missão

Preparar os servidores e agentes, repassando-lhes informações e ensinamentos gerais e específicos sobre suas respectivas áreas de atuação e contribuir com:

a) a promoção da eficiência e eficácia dos serviços públicos

b) o combate às irregularidades técnicas, evitando prejuízos e responsabilizações tanto para a população quanto para os agentes públicos

c) o progresso da gestão pública enfatizando o respeito ao cidadão

Visão

Ser a melhor referência do segmento, sempre atuando com credibilidade e seriedade proporcionando satisfação aos seus alunos, cidadãos e entidades públicas.

Valores

 Reputação ilibada  Seriedade na atuação

 Respeito aos alunos e à equipe de trabalho  Qualidade de seus produtos

 Modernização tecnológica de metodologia de ensino  Garantia de aprendizagem

 Ética profissional

SEJA BEM VINDO, BOM CURSO!

Telefone (41) 3323-3131 / Whats (41) 8852-8898

www.unipublicabrasil.com.br

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Programação:

Dia 17 - das 13h30 às 17h

O Papel do Executivo Municipal nas Eleições!

1 Incidência da Legislação Local no Período Eleitoral: 1.1 Higiene Pública 1.2 Estética Urbana 1.3 Sossego Público 1.4 Meio ambiente 1.5 Trânsito 1.6 Estatuto de Servidores 2 Poder de Polícia: 2.1 Fiscalização 2.2 Coerção 2.3 Aplicação de penalidades

3 Condutas Vedadas na Administração Pública no Ano Eleitoral 3.1 Gestão de Pessoal

3.2 Bens públicos 3.3 Publicidade

3.4 Concessão de benefícios

4 Expedição de Instruções pelos Advogados Dia 18 - das 9h às 12h

Restrições no Processo Legislativo e Participação Popular!

Processo legislativo no período:

a) competência legislativa sobre matéria eleitoral b) matérias proibidas

c) procedimentos diferenciados d) prazos

e) CPIs no período

Os cuidados com a participação popular: a) cuidados e restrições

b) iniciativa em projetos de leis c) audiências públicas

d) tribuna livre

Dia 18 - das 13h30 às 17h

Pode ou Não Pode? Gestão de Pessoal e Publicidade!

1 Gestão de Pessoal:

1.1 Limitações na Contratação de Pessoal a) concurso

b) comissionados c) temporários d) estagiários e) terceirizações

1.2 Transferência ou Dispensa de Servidor 1.3 Reajuste/Revisão Salarial ao Funcionalismo 1.4 Cessão/Uso de Servidores na Campanha

1.5 Afastamentos para Candidaturas (desincompatibilizações) 1.6 Fixação de Subsídios para 2017/2020

2 Publicidade e Propaganda 2.1 Publicidade Institucional a) jornal b) rádio c) televisão d) internet e) impressos f) revistas 2.2 Promoção Pessoal

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2.3 Propaganda Eleitoral com Recursos Públicos a) antecipada

b) em campanha)

2.4 Propaganda em Bem Público

2.5 Gastos Excessivos e Anormais

Dia 19 - das 9h às 11h

As Regras para os Bens Públicos e Repasses de Recursos!

1 Uso de Bens, Materiais ou Serviços Públicos 1.1 Classificação Legal (para fins eleitorais)

1.2 Bens Impedidos e Bens Liberados (para fins Eleitorais) 1.3 Distribuição Gratuita de Bens, Valores ou Benefícios 1.4 Candidatos à Reeleição: Proibições e Exceções 2 Transferências de Recursos e Abuso de Poder 1.5 Convênios Novos

1.6 Subvenções Sociais 1.7 Uso da Máquina Pública 1.8 Abuso de Poder

a) econômico b) político)

1.9 Conseqüências e Punições

Professores:

João Henrique Mildenberger: Contador e consultor. Formado em ciências contábeis em 2000 pela universidade

estadual do centro oeste – Unicentro 2000. Especialista em administração e contabilidade pública – 2002 pela Unibrasil. Especialista em controladoria interna – 2004 pela universidade estadual do centro oeste – Unicentro. Especialista em licitações e contratos administrativos Auditor independente voltado para a área pública Especialista em sim – am tce –pr. atua como contador e consultor apenas na área contábil pública

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Sumário

O PAPEL DO EXECUTIVO MUNICIPAL NAS ELEIÇÕES! ... 1

RESTRIÇÕES NO PROCESSO LEGISLATIVO E PARTICIPAÇÃO POPULAR! ... 11

PODE OU NÃO PODE? GESTÃO DE PESSOAL E PUBLICIDADE! ... 19

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O PAPEL DO EXECUTIVO MUNICIPAL NAS

ELEIÇÕES!

Jonias de O. e Silva

01 Incidência da Legislação Local e Poder de Polícia

Há três espécies de propaganda que, juntas, formam o gênero propaganda política: - propaganda partidária

- propaganda intrapartidária - propaganda eleitoral

A propaganda eleitoral é a realizada por candidatos, partidos políticos e coligações para divulgar plataformas eleitorais e candidatos, sempre em língua nacional, com o específico objetivo de obter o voto do eleitor e influenciar no pleito.

Para a promoção da democracia, fortalecimento dos partidos, o bom desempenho dos pleitos e liberdade dos candidatos, o legislador impõe inúmeras regras, as quais, desobedecidas, podem gerar multas, impedimentos, cassações e até penalidades criminais.

Para tanto, o Código Eleitoral (Lei nº 4.737/65) adverte a que:

“Art. 249. O direito de propaganda não importa restrição ao poder de polícia quando êste deva ser exercido em benefício da ordem pública.”

E a Lei Eleitoral (9.504/97) também especifica:

“Art. 41. A propaganda exercida nos termos da legislação eleitoral não poderá ser objeto de multa nem cerceada sob alegação do exercício do poder de polícia ou de violação de postura municipal, casos em que se deve proceder na forma prevista no art. 40.

§ 1o O poder de polícia sobre a propaganda eleitoral será exercido pelos juízes eleitorais e pelos juízes designados pelos Tribunais Regionais Eleitorais.

§ 2o O poder de polícia se restringe às providências necessárias para inibir práticas ilegais, vedada a censura prévia sobre o teor dos programas a serem exibidos na televisão, no rádio ou na internet.”

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“O poder de polícia sobre a propaganda eleitoral será exercido pelos juízes eleitorais e pelos juízes designados pelos Tribunais Regionais Eleitorais.”(Art. 41, §1º, da Lei 9.504/97)

Entretanto, é comum encontrar na jurisprudência eleitoral, discussões acerca de regulamentação local sobre questões ligadas às eleições oficiais para cargos eletivos dos Poderes Executivo e Legislativo nos Municípios.

É que os atos de campanha poderão afetar:

- Higiene Pública - Estética Urbana - Sossego Público - Meio ambiente - Trânsito - Estatuto de Servidores

E o Município, que possui o Poder de Polícia para manter a ordem e o bem comum, vez ou outra toma providências para coibir certas práticas durante o pleito.

Segundo o saudoso mestre Hely Lopes Meirelles:

“Poder de Polícia é a faculdade de que dispõe a administração Pública para condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos individuais, em benefício da coletividade ou do próprio Estado.”

In -Direito Municipal, Malheiros, 15ª edição, 2006, pág. 469

Para a realização de seu Poder de Polícia, a Administração Pública (Executivo) deverá estar embasada em legítimo regulamento, fiscalizar e aplicar penalidades, possuindo inclusive certa força coercitiva.

Por isto, necessária se faz a análise sobre esse ponto, para orientação e tomada de decisões. Pois bem!

A Constituição Federal assevera o seguinte:

“Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:

I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho” ...

Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:

I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio público; II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência;

VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; XII - estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito. ...

Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos:

...

Art. 30. Compete aos Municípios:

I - legislar sobre assuntos de interesse local;

II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber”

Assim, encontramos na Constituição Federal a assertiva de que a legislação eleitoral é de competência da União Federal, enquanto que a manutenção da ordem local, criando regras próprias ou complementando a legislação superior.

Razão pela qual, surgiram e continuarão surgindo indagações sobre como a Administração Municipal deverá agir para a manutenção da ordem pública local.

Por algum tempo, o Judiciário repeliu a atuação do Município na fiscalização da propaganda eleitoral, alegando que a competência era exclusiva (privativa) da Justiça eleitoral, por ordem legal.

Entendia-se que, pelo fato da competência legislativa da União nessa área, o Poder de Polícia seria unicamente desta.

Todavia, o TSE tem pacificado entendimento no sentido de que, a princípio, esta de fato é a regra.

Porém, em algumas situações peculiares, pode-se aplicar o Poder de Polícia Municipal também, desde que exista legislação local e que esta não ultrapasse os parâmetros delineados pelo regramento e princípios eleitorais.

Inclusive, o TSE tem aplicado o art. 243, inciso VIII, do Código Eleitoral (Lei 4.737/65), que assevera:

“Art. 243. Não será tolerada propaganda: ...

VIII - que prejudique a higiene e a estética urbana ou contravenha a posturas municiais ou a outra qualquer restrição de direito”

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“ELEIÇÕES 2008. Agravo regimental em recurso especial eleitoral. Representação por propaganda eleitoral de dimensões superiores ao legalmente permitido. Limites da legislação municipal: prevalência sobre a norma eleitoral. Art. 243, inc. VIII, do Código Eleitoral. Precedentes. Agravo regimental ao qual se nega provimento.”

In- Ac. do TSE no Agravo Regimental em Recurso Especial Eleitoral nº 35134, de 17/02/2011, Rel. Min. Carmen Lúcia

Antunes Rocha, publicado no DJE de 07/04/2011.

Na verdade, está-se diante de um conflito de normas, resolvendo-se pelo princípio da hierarquia das leis:

Vale a norma superior, tornando-se a inferir inconstitucional.

No entendimento atual de alguns Tribunais, só poderá ser aplicada a Legislação Local nos casos de extrapolação dos limites da propaganda, onde não esteja previsto pela Legislação Superior e, mesmo assim, apenas a Justiça Eleitoral possui Poder de Polícia sobre esse tema.

Vejamos um julgado do TRE/MG:

“O poder de polícia sobre a propaganda eleitoral será exercido pelos juízes eleitorais e pelos juízes designados pelos Tribunais Regionais Eleitorais.

É quanto basta para constatar que os órgãos de fiscalização municipal não podem intervir no controle da propaganda eleitoral, quer porque não lhes seja atribuído poder de polícia para coibir irregularidades eleitorais, quer porque, neste pleito de 2010, a violação de postura municipal não pode servir de substrato para o cerceamento à propaganda.

Vale dizer: o controle da atividade da propaganda eleitoral é exclusivo desta Justiça Especializada, a quem competiria, se o caso, fazer cessar a suposta irregularidade, ainda que alicerçada em inobservância à Lei Municipal.

Deparando com supostas transgressões na propaganda, cabe ao agente fiscalizador municipal noticiar o fato ao Juízo Eleitoral de Pirapora, a fim de que por este sejam tomadas as medidas necessárias para o exercício do poder de polícia eventualmente cabível...

CONCLUSÃO Ante todo o exposto, CONCEDO a medida liminar, para suspender os efeitos dos auto de infração expedido e assegurar a utilização de carro de som pelo impetrante, que se submete exclusivamente ao controle da Justiça Estadual.”

In TREMG – Processo MS 38766 MG – Relatora ÁUREA MARIA BRASIL SANTOS PEREZ – Julgamento

17/09/2010 – Publicação DJEMG - Diário de Justiça Eletrônico-TREMG, Tomo 174, Data 21/09/2010, Página 6 Resumindo:

1º - A propaganda regular não poderá ser cerceada sob alegação de violação de postura municipal. 2º - o Poder de Polícia sobre a propaganda política é da Justiça Eleitoral.

3º - em caso de risco ou dano à ordem pública, pela desobediência de regra de postura urbana, a legislação local poderá ser aplicada.

4º - mas a aplicação sempre será da Justiça Eleitoral.

Destarte, conforme visto, em caso de incidência da legislação local, relativamente à quebra da postura urbana com propaganda eleitoral, o Executivo deverá REPRESENTAR junto à Justiça Eleitoral, solicitando providências.

E o Judiciário, competente para aplicação do Poder de Polícia no controle da propaganda eleitoral, deverá tomar as providências necessárias a coibir e restabelecer a ordem, aplicando-se concomitantemente:

a) a base jurídica do Código Eleitoral (Lei nº 4.737/65) b) a Lei Eleitoral (9.504/97);

c) as Instruções da Justiça Eleitoral (em 2016 será a Resolução nº 23.457 do TSE); e ainda d) a Legislação local.

02 Expedição de Instruções pelos Advogados Municipais

Vide material no AVA – Ambiente Virtual do Aluno, na página eletrônica da Unipública...

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RESTRIÇÕES NO PROCESSO LEGISLATIVO E

PARTICIPAÇÃO POPULAR!

Jonias de O. e Silva

1. PROCESSO LEGISLATIVO NO PERÍODO:

COMPETÊNCIA LEGISLATIVA SOBRE MATÉRIA ELEITORAL

A Constituição da República de 1988, em seu art. 22, I, atribui à União competência privativa para legislar sobre Direito Eleitoral, vedando aos Estados e Municípios elaborar leis sobre o tema. Em respeito a este mandamento constitucional, a União editou em 1997 a Lei nº 9.504, que estabelece as normas gerais para as eleições.

A mencionada Lei visa proteger e tornar concreto o respeito ao princípio da igualdade entre partidos e candidatos, resguardar a probidade administrativa, a moralidade para o exercício do mandato, a normalidade e a legitimidade das eleições.

Art. 22 Compete privativamente à União legislar sobre:

“I – direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho;”

TJ-SP- Direta de Inconstitucionalidade ADI 0242444502128260000 SP 0242444-50.2012.8.26.0000 (TJ-SP)

Data da publicação: 14/05/2013

Ementa: Ação Direta de Inconstitucionalidade. Lei 5.357, de 25 de setembro de 2012, do Município de Catanduva.

Norma que proíbe no Município de Catanduva a pintura de propaganda eleitoral em muros residenciais, comerciais, industriais e de prestação de serviços e dá outras providências. Competência privativa da União para legislar sobre direito eleitoral (art. 22, I, CF). Projeto de Lei de autoria de Vereador. Ocorrência de vício de iniciativa. Competência privativa do chefe do Executivo para a iniciativa de lei sobre organização e funcionamento da Administração, inclusive as que importem indevido aumento de despesa pública sem a indicação dos recursos disponíveis. Procedência da ação. É inconstitucional lei, de iniciativa parlamentar, que proíbe no Município de Catanduva a pintura de propaganda eleitoral..., pois trata de matéria tipicamente administrativa, cuja competência exclusiva é do chefe do Poder Executivo, responsável para a iniciativa de lei sobre organização e funcionamento da Administração, configurando violação ao princípio da separação de poderes por invasão da esfera da gestão administrativa.

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TJ-DF – Mandado de Segurança MSG 20140020276050 (TJ -DF)

Data de publicação: 16/04/2015

Ementa: DIREITO ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. COMERCIALIZAÇÃO DE BEBIDS

ALCÓOLICAS DURANTE AS ELEIÇÕES. PROBIÇÃO. AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL. COMPETÊNCIA LEGISLATIVA DA UNIÃO. PODER DE POLÍCIA. PRINCÍPIO DA LIVRE CONCORRÊNCIA.1. A lei eleitoral não prevê expressamente a aplicação da chamada 'lei seca' durante o período eleitoral, cabendo, ademais, à União legislar acerca da matéria. 2. Incumbe a cada ente federativo estabelecer as normas necessárias para garantir que o processo eleitoral transcorra dentro da normalidade, cabendo à Administração Pública lançar mão do poder de polícia que lhe é inerente no sentido de coibir eventuais práticas irregulares decorrentes da ingestão de bebida alcoólica a fim de garantir que o lídimo exercício do direito de voto transcorra sem nenhum prejuízo à manifestação da vontade livre e consciente do eleitor. 3. O Estado possui meios efetivos de zelar pela preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas sem interferir no princípio da livre concorrência econômica que assiste aos associados da impetrante. 4. Segurança concedida.

MATÉRIAS PROIBIDAS, PROCEDIMENTOS DIFERENCIADOS e PRAZOS

Com a Emenda Constitucional nº 16/1997, o sistema eleitoral constitucional passou a prever a possibilidade de reeleição para um mandado subseqüente aos detentores dos cargos de Presidente da República, Governador de Estado e do Distrito Federal e Prefeitos (art. 14, § 5º, da Constituição Federal).

Como forma de evitar ou tentar evitar a utilização da máquina pública em favor do candidato que concorre no exercício do cargo, a Lei Federal 9.504/97, passou a conter dispositivos que proíbem a realização de determinadas condutas aos gestores públicos.

Lei nº 9.504/1997 – Lei das Eleições

A Lei nº 9.504, de 30 de setembro de 1997, estabelece normas para as eleições e especialmente nos artigos 73 a 78 discorre sobre as Condutas Vedadas aos Agentes Públicos em Campanha Eleitoral.

Das Condutas Vedadas aos Agentes Públicos em Campanhas Eleitorais

Art. 73. São proibidas aos agentes públicos, servidores ou não, as seguintes condutas tendentes a afetar a igualdade de oportunidades entre candidatos nos pleitos eleitorais:

I - ceder ou usar, em benefício de candidato, partido político ou coligação, bens móveis ou imóveis pertencentes à administração direta ou indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, ressalvada a realização de convenção partidária;

II - usar materiais ou serviços, custeados pelos Governos ou Casas Legislativas, que excedam as prerrogativas consignadas nos regimentos e normas dos órgãos que integram;

III - ceder servidor público ou empregado da administração direta ou indireta federal, estadual ou municipal do Poder Executivo, ou usar de seus serviços, para comitês de campanha eleitoral de candidato, partido político ou coligação, durante o horário de expediente normal, salvo se o servidor ou empregado estiver licenciado;

IV - fazer ou permitir uso promocional em favor de candidato, partido político ou coligação, de distribuição gratuita de bens e serviços de caráter social custeados ou subvencionados pelo Poder Público;

V - nomear, contratar ou de qualquer forma admitir, demitir sem justa causa, suprimir ou readaptar vantagens ou por outros meios dificultar ou impedir o exercício funcional e, ainda, ex ofício, remover, transferir ou exonerar servidor público, na circunscrição do pleito, nos três meses que o antecedem e até a posse dos eleitos, sob pena de nulidade de pleno direito, ressalvados:

a) a nomeação ou exoneração de cargos em comissão e designação ou dispensa de funções de confiança;

b) a nomeação para cargos do Poder Judiciário, do Ministério Público, dos Tribunais ou Conselhos de Contas e dos órgãos da Presidência da República;

c) a nomeação dos aprovados em concursos públicos homologados até o início daquele prazo;

d) a nomeação ou contratação necessária à instalação ou ao funcionamento inadiável de serviços públicos essenciais, com prévia e expressa autorização do Chefe do Poder Executivo;

e) a transferência ou remoção ex officio de militares, policiais civis e de agentes penitenciários; VI - nos três meses que antecedem o pleito:

a) realizar transferência voluntária de recursos da União aos Estados e Municípios, e dos Estados aos Municípios, sob pena de nulidade de pleno direito, ressalvados os recursos destinados a cumprir obrigação formal preexistente para execução de obra ou serviço em andamento e com cronograma prefixado, e os destinados a atender situações de emergência e de calamidade pública;

b) com exceção da propaganda de produtos e serviços que tenham concorrência no mercado, autorizar publicidade institucional dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos federais, estaduais ou municipais,

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ou das respectivas entidades da administração indireta, salvo em caso de grave e urgente necessidade pública, assim reconhecida pela Justiça Eleitoral;

c) fazer pronunciamento em cadeia de rádio e televisão, fora do horário eleitoral gratuito, salvo quando, a critério da Justiça Eleitoral, tratar-se de matéria urgente, relevante e característica das funções de governo;

VII - realizar, em ano de eleição, antes do prazo fixado no inciso anterior, despesas com publicidade dos órgãos públicos federais, estaduais ou municipais, ou das respectivas entidades da administração indireta, que excedam a média dos gastos nos três últimos anos que antecedem o pleito ou do último ano imediatamente anterior à eleição. VII - realizar, no primeiro semestre do ano de eleição, despesas com publicidade dos órgãos públicos federais, estaduais ou municipais, ou das respectivas entidades da administração indireta, que excedam a média dos gastos no primeiro semestre dos três últimos anos que antecedem o pleito; (Redação dada pela Lei nº 13.165, de 2015)

VIII - fazer, na circunscrição do pleito, revisão geral da remuneração dos servidores públicos que exceda a recomposição da perda de seu poder aquisitivo ao longo do ano da eleição, a partir do início do prazo estabelecido no art. 7º desta Lei e até a posse dos eleitos.

§ 1º Reputa-se agente público, para os efeitos deste artigo, quem exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nos órgãos ou entidades da administração pública direta, indireta, ou fundacional. § 2º A vedação do inciso I do caput não se aplica ao uso, em campanha, de transporte oficial pelo Presidente da República, obedecido o disposto no art. 76, nem ao uso, em campanha, pelos candidatos a reeleição de Presidente e Presidente da República, Governador e Governador de Estado e do Distrito Federal, Prefeito e Vice-Prefeito, de suas residências oficiais para realização de contatos, encontros e reuniões pertinentes à própria campanha, desde que não tenham caráter de ato público.

§ 3º As vedações do inciso VI do caput, alíneas b e c, aplicam-se apenas aos agentes públicos das esferas administrativas cujos cargos estejam em disputa na eleição.

§ 4º O descumprimento do disposto neste artigo acarretará a suspensão imediata da conduta vedada, quando for o caso, e sujeitará os responsáveis a multa no valor de cinco a cem mil UFIR.

§ 5º No caso de descumprimento do inciso VI do caput, sem prejuízo do disposto no parágrafo anterior, o agente público responsável, caso seja candidato, ficará sujeito à cassação do registro. § 5o Nos casos de descumprimento do disposto nos incisos I, II, III, IV e VI do caput, sem prejuízo do disposto no parágrafo anterior, o candidato beneficiado, agente público ou não, ficará sujeito à cassação do registro ou do diploma. (Redação dada pela Lei nº 9.840, de 1999)

§ 5o Nos casos de descumprimento do disposto nos incisos do caput e no § 10, sem prejuízo do disposto no § 4o, o candidato beneficiado, agente público ou não, ficará sujeito à cassação do registro ou do diploma. (Redação dada pela Lei nº 12.034, de 2009)

§ 6º As multas de que trata este artigo serão duplicadas a cada reincidência.

§ 7º As condutas enumeradas no caput caracterizam, ainda, atos de improbidade administrativa, a que se refere o art. 11, inciso I, da Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992, e sujeitam-se às disposições daquele diploma legal, em especial às cominações do art. 12, inciso III.

§ 8º Aplicam-se as sanções do § 4º aos agentes públicos responsáveis pelas condutas vedadas e aos partidos, coligações e candidatos que delas se beneficiarem.

§ 9º Na distribuição dos recursos do Fundo Partidário (Lei nº 9.096, de 19 de setembro de 1995) oriundos da aplicação do disposto no § 4º, deverão ser excluídos os partidos beneficiados pelos atos que originaram as multas.

§ 10. No ano em que se realizar eleição, fica proibida a distribuição gratuita de bens, valores ou benefícios por parte da Administração Pública, exceto nos casos de calamidade pública, de estado de emergência ou de programas sociais autorizados em lei e já em execução orçamentária no exercício anterior, casos em que o Ministério Público poderá promover o acompanhamento de sua execução financeira e administrativa. (Incluído pela Lei nº 11.300, de 2006) § 11. Nos anos eleitorais, os programas sociais de que trata o § 10 não poderão ser executados por entidade nominalmente vinculada a candidato ou por esse mantida. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)

§ 12. A representação contra a não observância do disposto neste artigo observará o rito do art. 22 da Lei Complementar n HYPERLINK "http://lcp/Lcp64.htm#art22"o HYPERLINK "http://lcp/Lcp64.htm#art22" 64, de 18 de maio de 1990, e poderá ser ajuizada até a data da diplomação. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)

§ 13. O prazo de recurso contra decisões proferidas com base neste artigo será de 3 (três) dias, a contar da data da publicação do julgamento no Diário Oficial. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)

Art. 74. Configura abuso de autoridade, para os fins do disposto no art. 22 da Lei Complementar n HYPERLINK

"http://lcp/Lcp64.htm#art22"o

HYPERLINK "http://lcp/Lcp64.htm#art22" 64, de 18 de maio de 1990, a infringência do disposto no § 1º do art. 37 da Constituição Federal, ficando o responsável, se candidato, sujeito ao cancelamento do registro de sua candidatura.

Art. 74. Configura abuso de autoridade, para os fins do disposto no art. 22 da Lei Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990, a infringência do disposto no § 1º do art. 37 da Constituição Federal, ficando o responsável, se candidato, sujeito ao cancelamento do registro ou do diploma. (Redação dada pela Lei nº 12.034, de 2009)

Art. 75. Nos três meses que antecederem as eleições, na realização de inaugurações é vedada a contratação de shows artísticos pagos com recursos públicos.

(14)

Parágrafo único. Nos casos de descumprimento do disposto neste artigo, sem prejuízo da suspensão imediata da conduta, o candidato beneficiado, agente público ou não, ficará sujeito à cassação do registro ou do diploma. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)

Art. 76. O ressarcimento das despesas com o uso de transporte oficial pelo Presidente da República e sua comitiva em campanha eleitoral será de responsabilidade do partido político ou coligação a que esteja vinculado.

§ 1º O ressarcimento de que trata este artigo terá por base o tipo de transporte usado e a respectiva tarifa de mercado cobrada no trecho correspondente, ressalvado o uso do avião presidencial, cujo ressarcimento corresponderá ao aluguel de uma aeronave de propulsão a jato do tipo táxi aéreo.

§ 2º No prazo de dez dias úteis da realização do pleito, em primeiro turno, ou segundo, se houver, o órgão competente de controle interno procederá ex ofício à cobrança dos valores devidos nos termos dos parágrafos anteriores.

§ 3º A falta do ressarcimento, no prazo estipulado, implicará a comunicação do fato ao Ministério Público Eleitoral, pelo órgão de controle interno.

§ 4º Recebida a denúncia do Ministério Público, a Justiça Eleitoral apreciará o feito no prazo de trinta dias, aplicando aos infratores pena de multa correspondente ao dobro das despesas, duplicada a cada reiteração de conduta.

Art. 77. É proibido aos candidatos a cargos do Poder Executivo participar, nos três meses que precedem o pleito, de inaugurações de obras públicas.

Art. 77. É proibido a qualquer candidato comparecer, nos 3 (três) meses que precedem o pleito, a inaugurações de obras públicas. (Redação dada pela Lei nº 12.034, de 2009)

Parágrafo único. A inobservância do disposto neste artigo sujeita o infrator à cassação do registro.

Parágrafo único. A inobservância do disposto neste artigo sujeita o infrator à cassação do registro ou do diploma. (Redação dada pela Lei nº 12.034, de 2009)

Art. 78. A aplicação das sanções cominadas no art. 73, §§ 4º e 5º, dar-se-á sem prejuízo de outras de caráter constitucional, administrativo ou disciplinar fixadas pelas demais leis vigentes.

As condutas relacionadas na Lei das Eleições são proibidas mesmo em tempos não eleitorais, podendo virem a ser enquadradas como improbidade administrativa a qualquer tempo. Entretanto, durante as eleições adquirem maior gravidade, já que podem afetar a igualdade de oportunidades entre os candidatos.

As restrições legais que limitam a atuação dos gestores públicos no período eleitoral, devem ser observadas nos casos concretos, em confronto com as disposições legais, jurisprudência e normatizações oriundas da Justiça Eleitoral, pois há situações específicas que dependerão de análise pontual, de modo que, diante de casos concretos que gerem dúvidas, deve o agente público se abster de praticá-los, por cautela, que havendo necessidade, formulará consulta à Justiça Eleitoral.

Cabe lembrar que de acordo com a Lei Eleitoral, art. 73, § 1º, gestor público é toda a pessoa física “que exerce,

ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nos órgãos ou entidades da administração pública direta, indireta, ou fundacional”.

REFORMA POLÍTICA - LEI Nº 13.165, DE 29 DE SETEMBRO DE 2015

CF, art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à

eleição que ocorra até 1(um) ano da data de sua vigência.

Esta legislação alterou 3 importantes leis:

Lei nº 4.737/1965 – Código Eleitoral

Lei nº 9.096/1995 – Lei dos Partidos Políticos Lei nº 9.504/1997 – Lei das Eleições

Assuntos abordados: Direitos Políticos e Registro de Candidaturas.

“Tribunal Superior Eleitoral - Conheça as novas regras das Eleições Municipais de 2016

A Lei nº 13.165/2015, conhecida como Reforma Eleitoral 2015, promoveu importantes alterações nas regras das eleições deste ano ao introduzir mudanças nas Leis n° 9.504/1997 (Lei das Eleições), nº 9.096/1995 (Lei dos Partidos Políticos) e nº 4.737/1965 (Código Eleitoral). Além de mudanças nos prazos para as convenções partidárias, filiação partidária e no tempo de campanha eleitoral, que foi reduzido, está proibido o financiamento eleitoral por pessoas jurídicas. Na prática, isso significa que as campanhas eleitorais deste ano serão financiadas exclusivamente por doações de pessoas físicas e pelos recursos do Fundo Partidário. Antes da aprovação da reforma, o Supremo Tribunal Federal (STF) já havia decidido pela inconstitucionalidade das doações de empresas a partidos e candidatos.

(15)

Outra mudança promovida pela Lei nº 13.165/2015 corresponde à alteração no prazo de filiação partidária. Quem quiser disputar as eleições em 2016 precisa filiar-se a um partido político até o dia 2 de abril, ou seja, seis meses antes da data do primeiro turno das eleições, que será realizado no dia 2 de outubro. Pela regra anterior, para disputar uma eleição, o cidadão precisava estar filiado a um partido político um ano antes do pleito.

Nas eleições deste ano, os políticos poderão se apresentar como pré-candidatos sem que isso configure propaganda eleitoral antecipada, mas desde que não haja pedido explícito de voto. A nova regra está prevista na Reforma Eleitoral 2015, que também permite que os pré-candidatos divulguem posições pessoais sobre questões políticas e possam ter suas qualidades exaltadas, inclusive em redes sociais ou em eventos com cobertura da imprensa. A data de realização das convenções para a escolha dos candidatos pelos partidos e para deliberação sobre coligações também mudou. Agora, as convenções devem acontecer de 20 de julho a 5 de agosto de 2016. O prazo antigo determinava que as convenções partidárias deveriam ocorrer de 10 a 30 de junho do ano da eleição.

Outra alteração diz respeito ao prazo para registro de candidatos pelos partidos políticos e coligações nos cartórios, o que deve ocorrer até às 19h do dia 15 de agosto de 2016. A regra anterior estipulava que esse prazo terminava às 19h do dia 5 de julho.

A reforma também reduziu o tempo da campanha eleitoral de 90 para 45 dias, começando em 16 de agosto. O período de propaganda dos candidatos no rádio e na TV também foi diminuído de 45 para 35 dias, com início em 26 de agosto, no primeiro turno. Assim, a campanha terá dois blocos no rádio e dois na televisão com 10 minutos cada. Além dos blocos, os partidos terão direito a 70 minutos diários em inserções, que serão distribuídos entre os

candidatos a prefeito (60%) e vereadores (40%). Em 2016, essas inserções somente poderão ser de 30 ou 60 segundos cada uma.

Do total do tempo de propaganda, 90% serão distribuídos proporcionalmente ao número de representantes que os partidos tenham na Câmara Federal. Os 10% restantes serão distribuídos igualitariamente. No caso de haver aliança entre legendas nas eleições majoritárias será considerada a soma dos deputados federais filiados aos seis maiores partidos da coligação. Em se tratando de coligações para as eleições proporcionais, o tempo de propaganda será o resultado da soma do número de representantes de todos os partidos.

Por fim, a nova redação do caput do artigo 46 da Lei nº 9.504/1997, introduzida pela reforma eleitoral deste ano, passou a assegurar a participação em debates de candidatos dos partidos com representação superior a nove deputados federais e facultada a dos demais”.

Principais alterações promovidas pela Lei nº 13.165/2015 e seus impactos nas eleições municipais de 2016:

PRAZO PARA A REALIZAÇÃO DAS CONVENÇÕES

ANTES DEPOIS

De 12 a 30 de junho do ano das eleições De 20 de julho a 5 de agosto do ano das eleições

PRAZO PARA REGISTRO DE CANDIDATURA

ANTES AGORA

Até 5 de julho Até 15 de agosto

PRAZO PARA JULGAMENTO DOS REGISTROS DE CANDIDATURA

ANTES AGORA

Até 45 dias antes da data das eleições Até 20 dias antes da data das eleições

TEMPO MÍNIMO DE FILIAÇÃO PARTIDÁRIA AGORA

ANTES AGORA

1 ano antes do pleito 6 meses antes do pleito

NÚMERO MÁXIMO DE CANDIDATOS A SEREM REGISTRADOS PARA O CARGO DE VEREADOR

ANTES AGORA

Partido isolado:150% do número de lugares a preencher.

Coligações: 200% do número de lugares a preencher.

Partido isolado:150% do número de lugares a preencher.

Coligações: 150% do número de lugares a preencher.

Exceção:Nos municípios com até 100 mil eleitores as coligações poderão registrar até 200% do número de lugares a preencher.

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VAGAS REMANESCENTES

ANTES AGORA

Preenchimento até 60 dias antes do pleito. Preenchimento até 30 dias antes do pleito.

IDADE MÍNIMA PARA CANDIDATO A VEREADOR

ANTES AGORA

18 anos completos até a data da posse 18 anos completos até o dia 15 de agosto

(data-limite para o registro)

INFIDELIDADE PARTIDÁRIA

ANTES AGORA

(Resolução do TSE n. 22.610/2007)Permitia a troca de partido por justa causa, sendo

considerada justa causa, sendo considerada justa causa: incorporação ou fusão do partido; criação de novo partido; mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário; e grave discriminação pessoal.

(Código Eleitoral). Continua permitindo a troca de partido por justa causa, mas alterou os casos de justa causa para: mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário; grave discriminação política pessoal; e mudança de partido efetuada durante o período de trinta dias que antecede o prazo de filiação exigido em lei para concorrer à eleição, majoritária ou proporcional ao término do mandato vigente.

VOTO EM TRÂNSITO

ANTES AGORA

Possível apenas para a eleição de candidatos a Presidente, nas capitais e nos municípios com mais de 200 mil eleitores.

Possível para a eleição de candidatos a Presidente, Governador, Senador, Deputado Federal e Deputado Estadual, nas capitais e nos municípios com mais de 200 mil eleitores. Entretanto, se o eleitor estiver fora de seu Estado, poderá votar em trânsito apenas para Presidente.

CLÁUSULA DE BARREIRA PARA CANDIDATOAGORA

ANTES AGORA

O número de votos válidos obtidos por partidos e coligações deveria superar o quociente eleitoral para que se conquistasse uma cadeira.

Permanece a regra anterior para partidos e coligações. Entretanto, pela regra nova, o candidato só poderá ocupar uma das cadeiras conquistadas pelo seu partido ou coligação se obtiver votação nominal superior a 10% do quociente eleitoral.

ELEIÇÕES EXTEMPORÂNEAS

ANTES AGORA

Se um candidato eleito (eleições majoritárias) com mais de 50% dos votos válidos tivesse seu registro indeferido ou seu diploma ou mandato cassados, seriam realizadas novas eleições. Caso esse candidato não tivesse obtido mais de 50% dos votos válidos, assumiria o segundo colocado.

Se um candidato eleito (eleições majoritárias) tiver seu registro indeferido ou seu diploma ou mandato cassados, com decisão transitada em julgado, serão realizadas novas eleições, independentemente do número de votos obtidos pelo candidato. Entretanto, se a vacância no cargo ocorrer a menos de 6 meses do final do mandato, serão realizadas eleições indiretas. Nos demais casos, as eleições serão diretas. Em ambas as situações, a Justiça Eleitoral arcará com as despesas decorrentes da realização de novas eleições.

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CPIs NO PERÍODO

As Comissões Parlamentares de Inquérito, no Direito brasileiro, tem papel importante na defesa dos interesses e direitos da sociedade.

Essas comissões ouvem testemunhas, requisitam documentos, informam a Nação, solicitam providências junto a diversos entes públicos, elaboram proposições legislativas, visando ao aprimoramento das instituições democráticas e do ordenamento jurídico, cumprindo seu papel constitucional.

Os diplomas legais aplicados às CPIs são: - a Constituição Federal/1988 – art. 58, § 3º;

- a Lei nº 1.579/1952, que Dispõe sobre as Comissões Parlamentares de Inquérito; - o Regimento Interno das Casas Legislativas e,

- subsidiariamente o Código de Processo Penal.

Analisando tais diplomas legais, observamos que não existe impedimento para que se realize as CPIs em período eleitoral.

2. OS CUIDADOS COM A PARTICIPAÇÃO POPULAR:

RESTRIÇÕES, PROJETOS DE LEIS, AUDIÊNCIAS PÚBLICAS e TRIBUNA LIVRE

Do ponto de vista eleitoral, diz a Lei nº 9.504/1997 que são proibidas condutas tendentes a afetar a igualdade de oportunidades entre candidatos nos pleitos eleitorais.

Não é qualquer dos atos citados na Lei que implica em descumprimento da regra eleitoral. Há que influenciar na disputa, a teor do disposto no caput do artigo 73 da Lei das Eleições. Em outras palavras, a conduta vedada deve ser de tal intensidade que possa comprometer a isonomia de chances entre os candidatos.

A lei eleitoral não pretende impedir o funcionamento normal e rotineiro da Administração Pública. Entretanto, programas novos, a concessão de favores não utilizados e quaisquer outras medidas que possam ter conotação eleitoral ou possam ser utilizadas para beneficiar candidatos, encontram-se vedados.

Em resumo, as normais eleitorais buscam resguardar a igualdade da disputa entre os candidatos. Não existem,

em tese, matérias que não possam ser aprovadas pelo Legislativo em ano eleitoral. Algumas, porém, podem

influenciar diretamente as eleições. Por isso, a lei ou sua interpretação pelos tribunais não protege os que buscam violar os seus preceitos ou utilizar as decisões a favor de condutas contrárias à legalidade ou à moralidade.

No que diz respeito às Tribunas Livres, o Regimento Interno das casas legislativas deve estabelecer, independentemente da época, que os participantes não sejam representantes de partidos políticos, candidatos a cargo eletivo e integrantes de chapas aprovadas em convenção partidária, por exemplo.

Após, preenchidos os requisitos de participação na Tribuna Livre, pode-se exigir o encaminhamento prévio da exposição, tudo de forma a assegurar que esta não tenha fins eleitoreiros mas meramente organizacionais.

Da mesma forma, há critérios para a realização de Audiências Públicas, igualmente estabelecidos no Regimento Interno e no Regulamento das Comissões Legislativas, se houver.

No exercício de sua autonomia política, a Câmara Municipal, deve pormenorizar no Regimento Interno as normas para seu funcionamento sobre a utilização do uso do Plenário.

A Lei de Responsabilidade fiscal incentiva a realização de consultas e audiências públicas, quando discorre por exemplo sobre a transparência, controle e fiscalização:

Da Transparência da Gestão Fiscal

Art. 48. São instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos quais será dada ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos de acesso público: os planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias; as prestações de contas e o respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido da Execução Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas desses documentos.

Parágrafo único. A transparência será assegurada também mediante incentivo à participação popular e realização de audiências públicas, durante os processos de elaboração e de discussão dos planos, lei de diretrizes orçamentárias e orçamentos.

Parágrafo único. A transparência será assegurada também mediante: (Redação dada pela Lei Complementar nº 131, de 2009).

I – incentivo à participação popular e realização de audiências públicas, durante os processos de elaboração e discussão dos planos, lei de diretrizes orçamentárias e orçamentos; (Incluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009).

Salientamos que, a princípio, toda e qualquer utilização das dependências da Câmara Municipal de possuir finalidade própria inerente à atividade legislativa, tudo em conformidade com as funções do Poder Legislativo.

Isso porque a autonomia e a independência do Poder Legislativo, inscritas no art. 2º da Constituição Federal, são incompatíveis com o uso do recinto da Casa Legislativa por grupos, associações ou particulares, com fins distintos do interesse social e das atribuições parlamentares.

No que diz respeito ao uso da Casa Legislativa para a realização de Tribunas Livres ou Audiências Públicas, as condutas vedadas previstas no art. 73, I, podem ocorrer mesmo antes do período eleitoral ou do ano em que se

(18)

realizam eleições, na medida em que a lei, ao tratar da vedação, não impôs tal limitação. Contudo, há de se restar caracterizada promoção de candidatura ou algum benefício a este ou àquele partido em detrimento de outros.

“(...). Eleições 2010. (…). 1. As condutas vedadas previstas no art. 73, I e II, da Lei 9.504/1997 podem configurar-se

mesmo antes do pedido de registro de candidatura, ou seja, anteriormente ao denominado período eleitoral.

Precedente. (…). 4. A caracterização da conduta vedada prevista no art. 73, I, da Lei 9.504/97 pressupõe a cessão ou o

uso, em benefício de candidato, partido político ou coligação, de bens móveis ou imóveis pertencentes à administração direta ou indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios. Já a

conduta descrita no inciso II do mesmo artigo pressupõe o uso de materiais ou serviços, custeador pelos Governos ou Casas Legislativas, que exceda as prerrogativas consignadas nos regimentos e normas dos órgãos que integram. 5. Na espécie, a despeito de o primeiro recorrido ter promovido audiência pública na Câmara Municipal de Sorocaba/SP com distribuição de brindes, não houve promoção da candidatura do segundo recorrido. (...)” (Ac. De 22.3.2012 no RO nº 643257, rel. Min. Nancy Andrighi.).

No mesmo sentido:

“O que importa aqui, mais que a data em que ocorridos os fatos, é a intenção de obter proveito eleitoral” (TSE, RCED

642/SP, Rel. Min. Fernando Neves, DJ 17.10.2003).

“Para a incidência do inciso I do art. 73 da Lei 9.504/97, não se faz necessário que a conduta tenha ocorrido durante os três meses que antecedem o pleito”. (TSE, REspe 938-87/ TO, Rel. Min. Arnaldo Versiani, DJe 16.9.2011).

É de se considerar que de acordo com o caput do art. 73 da Lei 9.504/97 as condutas vedadas versam sobre fatos que tenham a potencialidade de influenciar a manifestação de vontade do eleitorado, bem como a livre participação dos candidatos nos pleitos eleitorais.

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PODE OU NÃO PODE GESTÃO DE PESSOAL E

PUBLICIDADE!

João Henrique Mildenberger

01 SINOPSE do CURSO

Aborda as condutas vedadas aos agentes públicos em ano eleitoral, previstas nos arts. 73, 75 e 77, da Lei 9.504/97.

O tema adverte aos participantes, enquanto agentes públicos, para evitar-se a prática de atos proibidos neste período, despertando-lhes, enquanto fiscalizadores, para estarem atentos aos atos eventualmente praticados por outros agentes públicos (políticos ou não), em promoção própria ou de terceiros.

Aborda, também, de forma sucinta, os cuidados que se deve ter com a propaganda antecipada de candidatura, eis que a Justiça eleitoral está dando ênfase e inovando nessa área, o que tem gerado pesadas multas aos pretensos candidatos.

02 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

O Brasil é uma Nação que se constituiu em forma de República Federativa, reunindo 26 Estados-Membros e o Distrito Federal. Os Estados-Membros subdividem seu território em 5.570 Municípios.

A República Federativa possui legislação de âmbito geral, à qual se subordinam TODOS os Estados-Membros, Distrito Federal e Municípios.

A competência para editar leis é reservada à União Federal, aos Membros da Federação, ou a ambos (concorrente), dependendo do assunto.

No campo ELEITORAL, a competência para criar as regras gerais é da União Federal, porém, os Membros poderão complementar, desde que não contrariem as regras gerais.

(20)

Assim sendo, a Regulamentação fundamental a ser obedecida pela Administração Pública relativamente ao período eleitoral, deverá ser extraída das seguintes normas:

- Constituição federal/88

- Código eleitoral (lei federal. 4.737/65)

- Lei das inelegibilidades (lei complementar federal 64/90) - Lei das eleições (lei federal 9.504/97)

- Normas do Tribunal Superior Eleitoral

- Normas do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná - Constituição Estadual

- Lei orgânica Municipal

- Normas Decretadas pelo Juízo Eleitoral - Legislação Municipal sobre Posturas

Relativamente às Condutas Vedadas (proibidas) para os agentes públicos em Período Eleitoral, as normas básicas são anunciadas pela Lei Federal nº 9.504/97, nos arts. 73, 75 e 77.

As primeiras condutas proibidas em ano eleitoral que iremos abordar aqui, são aquelas referentes aos SERVIDORES PÚBLICOS, como:

- contratar - nomear - demitir - exonerar

- suprimir ou readaptar vantagens

- dificultar ou impedir o exercício funcional - remover

- transferir - ceder

- revisar ou reajustar subsídios

Porém, antes da analise pontual, específica, das condutas vedadas em ano eleitoral, vamos recordar as regras básicas referentes à Contratação e Demissão de servidores públicos.

03 REGRAS BÁSICAS DE CONTRATAÇÃO DE PESSOAL NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

03.1 - CONCURSO PÚBLICO

- evolução histórica do concurso público - fontes do concurso público

- planejamento do concurso público

03.2 - CARGOS COMISSIONADOS

- previsão constitucional - acúmulo de cargo

- quais cargos podem ser comissionados? - verba única

- horas extras: comissionados não têm direito - décimo terceiro e férias: têm direito

03.3 - FUNÇÕES GRATIFICADAS (FGs)

- conceito - limitações

03.4 - ESTAGIÁRIOS

- fundamentação legal (Lei 11.788/08) - objetivos do estágio

- jornada do estagiário - prazo máximo de estágio - custos do estagiário - penalizações

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- limites no número de estagiários - quem pode ser concedente de estágio

- os órgãos públicos podem contratar estagiários - processo licitatório

- registro contábil dos gastos com estagiário - nepotismo

- cuidados do concedente órgão público

03.5 - TERCEIRIZAÇÃO DE PESSOAL - objeto - economicidade - subordinação - licitação - garantias de execução - acompanhamento do contrato - no pagamento - tipos de serviços

- cooperativas de mão-de-obra, ou Oscips - terceirização de advogados e contadores

04 Regras Gerais do Direito Público concernentes à DEMISSÃO E EXONERAÇÃO DE SERVIDORES PÚBLICOS

04.1 Qual a diferença entre exoneração e demissão?

- Ambos são espécies do gênero vacância.

-Demissão tem fim punitivo (falta grave, por exemplo)

-Exoneração é ato administrativo sem natureza de penalidade (a pedido, por exemplo)

04.2 A Administração Pública aplica, na área disciplinar, as seguintes penalidades:

- advertência; - suspensão; - demissão;

- cassação de aposentadoria ou de disponibilidade;

- destituição de cargo em comissão ou de função comissionada.

04.3 Quais são as infrações causadoras da demissão?

I - crime contra a administração pública; II - abandono de cargo;

III - inassiduidade habitual; IV - improbidade administrativa;

V - incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição; VI - insubordinação grave em serviço;

VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em legítima defesa própria ou de outrem; VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos;

IX - revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo; X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional; XI - corrupção;

XII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas; XIII - transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117.

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Atenção:

Toda demissão deverá ser precedida do devido processo legal, com a ampla defesa e o contraditório (art. 5º, LV, da CF), sob pena de reintegração no cargo.

04.4 Quais são as hipóteses de exoneração do servidor público?

Os servidores públicos têm as seguintes hipóteses de exoneração, todas aplicáveis sem processo disciplinar, mas sem prejuízo da necessária motivação por parte da autoridade.

1ª - a pedido (todos)

2ª - em decorrência de avaliação de desempenho, com ampla defesa e contraditório, conforme artigo 41, III, da CF (concursados)

3ª - quando for atingido limite com gastos de pessoal (art. 169, da CF; art. 20, 22 e 23 da LRF; Lei nº 9.801/99) 4º - ad nutum (comissionados)

5º - vencimento do contrato ou resolução da emergência (temporários) Pois bem!

Vejamos agora as regras específicas do período eleitoral: 05 GASTOS COM PESSOAL NO ANO ELEITORAL

A fim de evitar o uso dos recursos financeiros públicos para a campanha eleitoral, ou promoção de candidatos, existem regras específicas para o controle dos gastos com pessoal da área pública, quais sejam:

a) – O reajuste ou revisão no prazo de 180 dias das eleições (Lei 9.504/97, art. 73, VIII); e

b) - aumento de despesa com pessoal nos 180 dias anteriores ao final do mandato do titular de Poder ou órgão (art. 21 da LRF, §único)

c) - Exceções:

- vantagens pessoais derivadas de leis anteriores aos 180 dias... - abonos aos professores, com recursos do FUNDEF

05.1 LRF SOBRE O CONTROLE DOS GASTOS COM PESSOAL

Seção II

Das Despesas com Pessoal Subseção I

Definições e Limites

Art. 18. Para os efeitos desta Lei Complementar, entende-se como despesa total com pessoal: o somatório dos gastos do ente da Federação com os ativos, os inativos e os pensionistas, relativos a mandatos eletivos, cargos, funções ou empregos, civis, militares e de membros de Poder, com quaisquer espécies remuneratórias, tais como vencimentos e vantagens, fixas e variáveis, subsídios, proventos da aposentadoria, reformas e pensões, inclusive adicionais, gratificações, horas extras e vantagens pessoais de qualquer natureza, bem como encargos sociais e contribuições recolhidas pelo ente às entidades de previdência.

§ 1o Os valores dos contratos de terceirização de mão-de-obra que se referem à substituição de servidores e empregados públicos serão contabilizados como "Outras Despesas de Pessoal".

§ 2o A despesa total com pessoal será apurada somando-se a realizada no mês em referência com as dos onze imediatamente anteriores, adotando-se o regime de competência.

Art. 19. Para os fins do disposto no caput do art. 169 da Constituição, a despesa total com pessoal, em cada período de apuração e em cada ente da Federação, não poderá exceder os percentuais da receita corrente líquida, a seguir discriminados:

I - União: 50% (cinqüenta por cento); II - Estados: 60% (sessenta por cento); III - Municípios: 60% (sessenta por cento).

§ 1o Na verificação do atendimento dos limites definidos neste artigo, não serão computadas as despesas: I - de indenização por demissão de servidores ou empregados;

II - relativas a incentivos à demissão voluntária;

III - derivadas da aplicação do disposto no inciso II do § 6o do art. 57 da Constituição;

IV - decorrentes de decisão judicial e da competência de período anterior ao da apuração a que se refere o § 2o do art. 18;

V - com pessoal, do Distrito Federal e dos Estados do Amapá e Roraima, custeadas com recursos transferidos pela União na forma dos incisos XIII e XIV do art. 21 da Constituição e do art. 31 da Emenda Constitucional no 19;

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a) da arrecadação de contribuições dos segurados;

b) da compensação financeira de que trata o § 9o do art. 201 da Constituição;

c) das demais receitas diretamente arrecadadas por fundo vinculado a tal finalidade, inclusive o produto da alienação de bens, direitos e ativos, bem como seu superávit financeiro.

§ 2o Observado o disposto no inciso IV do § 1o, as despesas com pessoal decorrentes de sentenças judiciais serão incluídas no limite do respectivo Poder ou órgão referido no art. 20.

Art. 20. A repartição dos limites globais do art. 19 não poderá exceder os seguintes percentuais: I - na esfera federal:

a) 2,5% (dois inteiros e cinco décimos por cento) para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas da União; b) 6% (seis por cento) para o Judiciário;

c) 40,9% (quarenta inteiros e nove décimos por cento) para o Executivo, destacando-se 3% (três por cento) para as despesas com pessoal decorrentes do que dispõem os incisos XIII e XIV do art. 21 da Constituição e o art. 31 da Emenda Constitucional no 19, repartidos de forma proporcional à média das despesas relativas a cada um destes dispositivos, em percentual da receita corrente líquida, verificadas nos três exercícios financeiros imediatamente anteriores ao da publicação desta Lei Complementar;

d) 0,6% (seis décimos por cento) para o Ministério Público da União; II - na esfera estadual:

a) 3% (três por cento) para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas do Estado; b) 6% (seis por cento) para o Judiciário;

c) 49% (quarenta e nove por cento) para o Executivo;

d) 2% (dois por cento) para o Ministério Público dos Estados; III - na esfera municipal:

a) 6% (seis por cento) para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas do Município, quando houver; b) 54% (cinqüenta e quatro por cento) para o Executivo.

§ 1o Nos Poderes Legislativo e Judiciário de cada esfera, os limites serão repartidos entre seus órgãos de forma proporcional à média das despesas com pessoal, em percentual da receita corrente líquida, verificadas nos três exercícios financeiros imediatamente anteriores ao da publicação desta Lei Complementar.

§ 2o Para efeito deste artigo entende-se como órgão: I - o Ministério Público;

II - no Poder Legislativo:

a) Federal, as respectivas Casas e o Tribunal de Contas da União; b) Estadual, a Assembléia Legislativa e os Tribunais de Contas;

c) do Distrito Federal, a Câmara Legislativa e o Tribunal de Contas do Distrito Federal; d) Municipal, a Câmara de Vereadores e o Tribunal de Contas do Município, quando houver; III - no Poder Judiciário:

a) Federal, os tribunais referidos no art. 92 da Constituição; b) Estadual, o Tribunal de Justiça e outros, quando houver.

§ 3o Os limites para as despesas com pessoal do Poder Judiciário, a cargo da União por força do inciso XIII do art. 21 da Constituição, serão estabelecidos mediante aplicação da regra do § 1o.

§ 4o Nos Estados em que houver Tribunal de Contas dos Municípios, os percentuais definidos nas alíneas a e c do inciso II do caput serão, respectivamente, acrescidos e reduzidos em 0,4% (quatro décimos por cento).

§ 5o Para os fins previstos no art. 168 da Constituição, a entrega dos recursos financeiros correspondentes à despesa total com pessoal por Poder e órgão será a resultante da aplicação dos percentuais definidos neste artigo, ou aqueles fixados na lei de diretrizes orçamentárias.

§ 6o (VETADO) Subseção II

Do Controle da Despesa Total com Pessoal

Art. 21. É nulo de pleno direito o ato que provoque aumento da despesa com pessoal e não atenda:

I - as exigências dos arts. 16 e 17 desta Lei Complementar, e o disposto no inciso XIII do art. 37 e no § 1o do art. 169 da Constituição;

II - o limite legal de comprometimento aplicado às despesas com pessoal inativo.

Parágrafo único. Também é nulo de pleno direito o ato de que resulte aumento da despesa com pessoal expedido nos cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato do titular do respectivo Poder ou órgão referido no art. 20.

Art. 22. A verificação do cumprimento dos limites estabelecidos nos arts. 19 e 20 será realizada ao final de cada quadrimestre.

Parágrafo único. Se a despesa total com pessoal exceder a 95% (noventa e cinco por cento) do limite, são vedados ao Poder ou órgão referido no art. 20 que houver incorrido no excesso:

I - concessão de vantagem, aumento, reajuste ou adequação de remuneração a qualquer título, salvo os derivados de sentença judicial ou de determinação legal ou contratual, ressalvada a revisão prevista no inciso X do art. 37 da Constituição;

Referências

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