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MACROFAUNA EDÁFICA DO SOLO E LÍQUENS COMO INDICADORES DE DEGRADAÇÃO EM REMANESCENTES FLORESTAIS URBANOS

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Academic year: 2021

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MACROFAUNA EDÁFICA DO SOLO E LÍQUENS COMO

INDICADORES DE DEGRADAÇÃO EM REMANESCENTES

FLORESTAIS URBANOS

Gabriela Fernandes Zangirolami

Faculdade de Engenharia Ambiental CEATEC

gabifz@terra.com.br

Regina Márcia Longo

Sustentabilidade Ambiental nas Cidades CEATEC

regina.longo@puc-campinas.edu.br

Resumo: A Mata do Quilombo é um fragmento muito

susceptível aos impactos causados por incêndios, vandalismo, depósito de lixo, local de caça dos poucos animais que restam e principalmente sujeitos a pressão imobiliária. Pouca atenção vem sendo dada a preservação e ao manejo desse remanescente, que se encontra em uma área privada do município de Campinas e está praticamente abandonada. Os elementos considerados e analisados para a consecução do objetivo proposto para este trabalho constam de: caracterização da área de estudo, coleta e identificação de grupos taxonômicos a que pertencem a fauna invertebrada e análise da distribuição dos animais, além de avaliar o grau de poluição atmosférica, através dos bioindicadores Fungos Anemófilos. Com relação à macrofauna edáfica do solo foi feita apenas a amostragem (avaliação preliminar, definição dos locais e distribuição dos pontos de coleta, número de amostras, profundidade e tipos de amostras) e em se tratando dos liquens, estes não foram utilizados, já que é mais característico de áreas urbanas. Optou-se por utilizar o método de Placas de Petri com a finalidade de amostrar Fungos Anemófilos para cada área/situação estudada. As coletas foram realizadas no mês de janeiro/12, na área da borda da mata nativa e próximo à indústria Rhodia, onde foi feito o estabelecimento dos sete pontos de coleta dos bioindicadores Fungos Anemófilos, nos quais, coletaram-se vinte e uma amostras com a finalidade de determinar o grau de poluição atmosférica no remanescente florestal e próximo a Rhodia. Quanto maior a contagem de colônias nas placas, maior é a poluição atmosférica do ponto de coleta.

Palavras-chave: sustentabilidade ambiental,

recuperação de áreas degradadas, entomofauna.

1. INTRODUÇÃO

Os biomas continentais brasileiros são: Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica, Caatinga, Pampas e Pantanal. Dentre esses, os mais importantes são o da Amazônia, do Cerrado e da Mata Atlântica, frente à extensão territorial que ocupam e à diversidade biológica que possuem. O escasso conhecimento sobre a diversidade dos mesmos, aliados a movimentos de degradação, impõe a necessidade de uma investigação das principais espécies, seja nas condições naturais, ou nas áreas degradadas, com todas as suas conseqüências, ou ainda a partir de distintos sistemas de manejo [1].

A análise da diversidade biológica e áreas degradadas também se fazem importante, pois, para compreender e estimar as possibilidades de recuperação das mesmas é preciso haver adequado entendimentos das condições ambientais presentes antes, durante e depois de determinado impacto [1].

Além do seu valor intrínseco enquanto membro da diversidade biológica, a fauna de solo permite a observação de cada indivíduo sem a necessidade especial de recursos de apoio. Outra condição favorável é que os métodos de coleta empregados em campo são relativamente simples, ainda que possam apresentar algumas restrições ou limitações [1].

O crescimento urbano e a industrialização acelerada contribuem para a contaminação da atmosfera. Áreas densamente construídas e urbanizadas sofrem os efeitos das construções, dos desmatamentos e das atividades industriais [2].

As atividades econômicas e a formação desordenada de concentrações urbanas são os principais responsáveis pela perda da qualidade do ar atmosférico nas cidades. Sem controle, o crescimento desordenado das cidades aumenta a

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degradação do ar, deteriorando a qualidade de vida da população [2].

Denominam-se fungos anemófilos aqueles que são dispersos apenas pelo ar, através dos esporos, o que permite correlacionar a presença ou ausência desses microorganismos com a poluição atmosférica.

2. OBJETIVO

O presente trabalho tem como objetivo avaliar o grau de poluição atmosférica na área de borda do remanescente florestal e próximo à indústria Rhodia utilizando os bioindicadores Fungos Anemófilos, uma vez que Líquens é mais característico de áreas urbanas; bem como analisar a área de borda do remanescente florestal buscando por meio da análise da macrofauna do solo estabelecer indicadores de degradação em ambientes antropizados.

3. MATERIAL E MÉTODOS

A Mata do Quilombo (Figura 1) é um remanescente florestal de Cerrado, localizada ao norte do subdistrito de Barão Geraldo, situado na porção noroeste do município de Campinas/SP. Muito susceptível aos impactos causados por incêndios, vandalismo, depósito de lixo, local de caça dos poucos animais que restam e principalmente sujeita à pressão imobiliária, pode ser vista à direita da estrada da Rhodia.

Figura 1: Localização da Mata do Quilombo. Editado por REIS, M. S., 2011.

Para a realização dos estudos foi necessário a caracterização da área que consistiu na área de borda da mata nativa degradada e área próximo à

indústria Rhodia. No local foram estabelecidos sete pontos de coleta dos bioindicadores Fungos Anemófilos (Figura 2), nos quais, coletaram-se vinte e uma amostras com a finalidade de determinar o grau de poluição atmosférica na área.

A macrofauna edáfica do solo será analisada em trabalho posterior, de maneira que os dados serão analisados e discutidos conjuntamente, visando se ter uma idéia real da possibilidade da utilização de bioindicadores como a macrofauna edáfica do solo, os fungos e outras atividades biológicas em projetos de recuperação de áreas degradadas. As coletas serão realizadas nos pontos determinados na Figura 3, a fim de comparar os resultados com as análises químicas e físicas contempladas pelas demais integrantes do grupo de pesquisa..

Figura 2: Em azul: Borda da Mata Nativa. Em amarelo: Determinação dos pontos de coleta dos bioindicadores Fungos Anemófilos. Fonte: Imagens obtidas pelo Google Earth, sem valor cartográfico real. Editado por REIS, M. S., 2011.

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Figura 3: Determinação dos pontos de coleta de fauna de solo na borda da mata nativa. Fonte: Imagens obtidas pelo Google Earth, sem valor cartográfico real. Editado por REIS, M. S., 2011. 3.1. Método de Coleta de Fungos Anemófilos

Os fungos dispersam-se na natureza através da água, ar, insetos, homem ou animais. Denominam-se fungos anemófilos aqueles que são dispersos apenas pelo ar, através dos esporos, o que permite correlacionar a presença ou ausência desses microorganismos com a poluição atmosférica.

As coletas e suas respectivas análises foram estabelecidas nos pontos previstos (Figura 2). Estas foram realizadas em janeiro de 2012, segundo o procedimento do método de Placas de Petri com a finalidade de amostrar fungos anemófilos para cada área/situação estudada.

A. Materiais

• Placas de Petri com meio de cultura Agar Dextrrose Sabouraud (este meio é exclusivo para o crescimento de esporos fúngicos, inibindo o crescimento de bactérias);

• Amostras de fungos; • Microscópio.

B. Procedimentos

Nas Placas de Petri descartáveis e estéreis foi preparado o meio de cultura dissolvendo-se 47 g de Agar Dextrose Sabouraud em 1 L de água destilada, em um béquer de 2L (Figura 4) . Após levou-se o béquer devidamente selado com filme plástico para a autoclave, utilizando a pressão padrão de 0,8 Kgf/cm2, numa temperatura próxima de 120º C, durante 15 minutos para não queimar o meio de cultura.

Figura 4: Preparação do meio de cultura. Fonte: ZANGIROLAMI, G. F., 2012.

Depois da saída de pressão e diminuição considerável de temperatura, levou-se o meio de cultura para o fluxo laminar e com uma pipeta também esterilizada, colocou-se 20 mL do meio em cada placa descartável. Estas, após o endurecimento do meio, ficaram sob a luz germicida do fluxo laminar por aproximadamente 10 minutos, com a parte da tampa virada para baixo, para evitar contaminação.

As placas não utilizadas no mesmo dia foram embrulhadas em filme plástico, depositadas em embalagem com fechamento duplo e armazenadas na geladeira do laboratório de Saneamento e Meio Ambiente da PUC-Campinas.

Em cada ponto predeterminado ao longo dos segmentos da Mata do Quilombo foram colocadas três placas com o meio de cultura exposto durante seis minutos, totalizando vinte e uma amostras que foram fechadas e levadas ao laboratório de Saneamento e Meio Ambiente da PUC-Campinas para serem incubadas em estufa, durante um período de sete dias a 37º C.

Após este período foi feita a contagem de colônias para posterior verificação da qualidade de fungo predominante. exatamente 0,0025M, fazer a correção adequada.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Com a intenção de restabelecer as condições biológicas apropriadas e posteriormente propor a recuperação do remanescente florestal, foi realizada a contagem de colônias para posterior verificação da qualidade de fungo predominante (Figura 6). Quanto maior a contagem de colônias nas placas, maior é a poluição atmosférica do ponto de coleta, diversos pontos foram amostrados e a relação de quantidade de colônias observadas na placa de coleta de cada um desses pontos encontra-se na tabela 1.

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Figura 6 – Placa de Petri contendo fungos anemófilos após sete dias de crescimento em estufa a 37º C.

Tabela 1 – Quantidade total de colônias encontradas e Qualidade de Fungo Predominante.

Ponto de Coleta Número Total de Colônias 2 2 1 4 35 8 2 26 1 3 3 7 5 7 4 4 1 1 5 2 1 8 6 21 10 7 17 12

Quanto maior a contagem de colônias nas placas, maior é a poluição atmosférica do ponto de coleta;

Nesse método a melhor situação possível observada é aquela na qual a placa permanece parada em um lugar cercado por vegetação e fresco durante o período de coleta, foi o caso das quatro placas dos pontos 1, 3, 4 e 5 , nessas Placas de Petri observou-se a formação de poucas colônias, e ainda, a formação da Levedura; que é uma indicadora de boa qualidade do ar;

Nas placas do ponto 7, o número de colônias foi maior que os outros pontos, mostrando que a industrialização é reconhecida como fator preponderante na degradação ambiental do planeta; degradação do solo, água e ar que ocorrem em escala exponencial, a partir da revolução industrial [3].

5. CONCLUSÃO

• Os principais poluentes da atmosfera, chamados também de poluentes primários, são os seguintes: Monóxido de Carbono (CO), Óxido de Nitrogênio (NOx), Hidrocarboneto (HC) e Material Particulado (MP). Tais poluentes são decorrentes de atividades antropofágicas, responsáveis pela alta concentração de contaminantes na atmosfera, principalmente no meio urbano, onde ocorre depósitos de lixo, como se pode observar no ponto 2.

• Posteriormente serão feitas análises de carbono total e nitrogênio total que serão analisadas juntamente com o levantamento florístico, indicadores químicos e físicos contemplados pelo grupo de pesquisa.

AGRADECIMENTOS

À PUC – Campinas pela oportunidade de realizar este trabalho. E pela concessão da bolsa de Iniciação Científica na primeira etapa do trabalho

A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São pela concessão da bolsa neste momento do projeto.

À Professora Doutora Regina Márcia Longo pelas orientações, incentivo e paciência.

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REFERÊNCIAS

[1].Catanozi, G., (2010), Análise Espacial da Macrofauna Edáfica sob Diferentes Condições Ambientais dos Trópicos Úmidos. 202f. Tese (Doutorado em Ciências) – Programa de Pós-Graduação em Geografia. Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2010.

[2].FREITAS, N. C. W.; Muller, N. G. In: Fórum Internacional Integrado de Cidadania na Universidade Regional Integrada do Alto do Uruguai e das Missões – Campus Santo Ângelo,

RS. Disponível em:

<http://www.urisan.tche.br/~forumcidadania/pdf/L IQUENS_COMO_BIOINDICADORES_NA%20CI DADE_DE_SANTO_ANGELO.pdf>. Acesso em: 07 de janeiro de 2011.

[3].CARNEIRO, R. M. A. (2004) Bioindicadores vegetais de poluição atmosférica: uma contribuição para saúde da comunidade. Dissertação (Mestrado em Enfermagem) - Programa de Pós- Graduação em Enfermagem, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto,

2004. Disponível em:

<http://bvssp.icict.fiocruz.br/lildbi/docsonline/2/4/5 42-carneirom.pdf>. Acesso em: 07 de janeiro de 2011.

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