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Candidaturas à floresta devem iniciar até Julho

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Candidaturas

à floresta devem

iniciar até Julho

Bioenergia

Sector precisa

de preços

competitivos

Pag. 4 e 5

EDITORIAL

Rita Horta, gestora do PRODER – Programa de

Desenvolvimen-to Rural confia no trabalho que tem sido feiDesenvolvimen-to pelo Governo na

operacionalização do PRODER. A responsável prevê que as

can-didaturas para as acções florestais do Subprograma 1 abram

ain-da este semestre.

Pag. 2 e3

A constituição de três das sete Zo-nas de Intervenção Florestal promovi-das pela Aflobei mereceu já aprovação da Direcção-Geral dos Recursos Flo-restais. As ZIF foram já propostas pela DGRF para publicação em Diário da República, o que tornará oficial a sua constituição.

É o final de um processo altamente burocrático, que se arrastou durante dois anos, e é, acima de tudo, o início da concretização do futuro da gestão florestal na região da Beira Baixa. Ao promoverem a gestão conjunta de pro-priedades, as ZIF trazem enormes van-tagens para os aderentes. São funda-mentais para a gestão sustentável e coordenada dos espaços florestais e naturais, para a diminuição dos riscos de ignição e propagação de incêndios, e ainda para a recuperação das áreas ardidas.

Todos os benefícios referidos estão previstos na estratégia do Governo Português de incentivo à criação de Zonas de Intervenção Florestal. O PRODER – Programa de Desenvolvi-mento Rural 2007-2013, que estipula os apoios para o sector rural, concreti-za essa decisão estratégica ao privile-giar projectos inseridos em ZIF. Insa-tisfeito com o insucesso dos resultados obtidos no apoio a projectos florestais de pequena dimensão, os dinheiros pú-blicos para a floresta passam a ser orientados, sobretudo, para projectos de maior escala.

Infelizmente, ainda não foi publica-da a regulamentação necessária à ope-racionalização das candidaturas, o que representa, para já, um atraso no apro-veitamento dos fundos comunitários. Esperemos que, no final deste período de programação, o actual atraso não se traduza também no insucesso da estra-tégia de Portugal e dos produtores flo-restais para o sector.

O aproveitamento energético da bio-massa florestal para produção de bioe-nergia e a exploração de culturas ener-géticas para biocombustíveis são duas novas áreas que têm vindo a ganhar dimensão em Portugal. Os próximos anos serão de enquadramento destas vertentes nos sectores florestal e agrí-cola, podendo tornar-se mais-valias importantes para os produtores.

Nesta edição do Folha Florestal va-mos também dar a conhecer um dos subprodutos da floresta com maior po-tencial na Beira Interior: os cogumelos silvestres. O seu valor gastronómico e comercial é, muitas vezes, desconheci-do desconheci-do proprietário. São um recurso na-tural a considerar no rendimento e no desenvolvimento da floresta, e en-quanto subproduto fundamental para o fomento da biodiversidade no espaço florestal.

Biocombustíveis

Prio traça retrato

do sector

em Portugal

Pag. 10

Cogumelos

Silvestres

Um recurso natural

a considerar

no desenvolvimento

agro-florestal

Pag. 8 e 9

Rita Horta, gestora do PRODER

Três ZIF da Aflobei

aprovadas

ZIF Monforte da Beira – Malpica do Tejo; ZIF Sarzedas –

Maga-refa; e ZIF Penha Garcia são as primeiras Zonas de Intervenção

Florestal da Aflobei a receber parecer positivo da Direcção-Geral

dos Recursos Florestais.

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Abertura de candidaturas

ainda este semestre

Floresta tem das ajudas mais elevadas do PRODER

Rita Horta é directora do Gabi-nete de Planeamento e Políticas, do Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas, sendo, por inerência ges-tora da Autoridade de Gestão do PRODER.

Embora estejamos em 2008 e ainda existam muitas medidas por abrir, em entrevista ao Folha Florestal, Rita Horta revela-se confiante no trabalho que tem sido desenvolvido na operacio-nalização do PRODER. A res-ponsável salienta que todo o tra-balho de preparação das medidas é feito de forma sequencial, obe-decendo a vários processos de planeamento e encara com natu-ralidade o que muitos conside-ram ser uma demora na abertura das candidaturas.

As primeiras acções florestais a abrir são as da medida 1.3- Promoção da Competitividade

Florestal, do Subprograma

Pro-moção da Competitividade.

Para Rita Horta não existem dúvidas: a floresta tem das aju-das mais elevaaju-das da programa-ção e é um sector estratégico. E, nesse aspecto, adverte, os projec-tos integrados em Zonas de In-tervenção Florestal irão ser favo-recidos sobre todos os outros.

Quando estarão operacionais todas as candidaturas para todas as medidas e acções do PRO-DER, e particularmente as medi-das florestais?

A floresta tem duas grandes áreas de intervenção: na área do

Subprograma Promoção da

Competitividade, cujas medidas

de apoio estão numa fase de pre-paração muito adiantada; e no

Subprograma Gestão Sustentável

do Espaço Rural, que serão

aber-tas numa fase subsequente, já que a abertura de candidaturas não é feita em simultâneo.

Já abriram, neste momento, as candidaturas relativas às medidas agro e silvo-ambientais. O próxi-mo passo vai ser a abertura das candidaturas a duas das acções mais importantes, a “Moderniza-ção e capacita“Moderniza-ção das empresas”, juntamente com a relativa ao prémio à instalação do Jovens

Agricultores, do Subprograma

Promoção da Competitividade.

Seguir-se-á, como já referi, as acções relativas às florestas deste Subprograma.

Mas será possível aos produto-res submeterem candidaturas ainda este semestre?

Sim. Todo o trabalho está a ser feito de uma forma sequencial e é esse o nosso objectivo.

Quais são as grandes novida-des nas linhas do PRODER face à programação anterior?

Começo por realçar que o PRODER vem substituir quatro

programas do anterior período de programação, de acordo com as novas orientações comunitárias, o que obriga a uma maior coerên-cia e coordenação entre todas as medidas. Tínhamos quatro pro-gramas geridos por quatro gesto-res e agora temos uma autoridade de gestão, com uma base regio-nal, que deverá garantir esta coe-rência quando se proceder à sua avaliação.

Para além disso, o Fundo Euro-peu Agrícola para o Desenvolvi-mento Rural, o Feader, obrigou a uma organização muito precisa, isto é, as medidas a aplicar pelos Estados Membros estão reparti-das por quatro áreas de interven-ção distintas (chamados eixos em terminologia comunitária), sendo o quarto eixo, a Abordagem Lea-der, a continuação, em moldes algo diferentes, do Programa Leader +.

O PRODER segue esta orienta-ção, adaptada à realidade nacio-nal, estando subdivido em quatro Subprogramas: o primeiro,

deno-minado “Promoção da

Competi-tividade”, insere medidas do

Eixo 1 comunitário e procura desenvolver toda a actividade agrícola, alimentar e florestal na óptica da competitividade. Tal si-gnifica promover o apoio às em-presas para que ampliem a sua capacidade concorrencial, não só ao nível regional ou nacional, mas a nível internacional, pois o mercado é, hoje, global.

O Subprograma 2 – Gestão

Sustentável do Espaço Rural,

cu-jas medidas seguem as orienta-ções relativas ao Eixo 2 comuni-tário, tem uma importante dimen-são no que se refere à melhoria do ambiente e da paisagem atra-vés do apoio à gestão do espaço rural.

O Subprograma 3 –

Dinamiza-ção das Zonas Rurais, Eixo 3

co-munitário, pretende promover a qualidade de vida nas zonas ru-rais e a diversificação das activi-dades económicas. As medidas deste subprograma irão ter uma importância e dimensão superior às dos anteriores quadros, quer pela sua maior dimensão finan-ceira quer porque a sua gestão irá ser feita por parceiros locais, or-ganizados em parcerias, denomi-nadas Grupos de Acção Local (GAL) e a partir duma Estratégia de Desenvolvimento Local, ou seja, a abordagem Leader ou Eixo 4 comunitário. A este sub-programa foram alocadas 10% das verbas totais do Feader para o Continente, ou seja, relativa-mente ao quadro anterior, houve uma duplicação dos apoios públi-cos para a promoção e dinamiza-ção das zonas rurais, aquelas com maior importância em termos de população rural e menores índi-ces de desenvolvimento. É, pois, uma importante alteração que, juntamente e em complementari-dade com os restantes apoios pre-vistos nos diversos Programas do Quadro de Referência Estratégi-co Nacional, o QREN, devem poder melhorar substancialmente o quadro de desenvolvimento das

Nós queremos que sim. Para o promotor ou candidato às ajudas, o que interessa é que o acesso seja relativamente fácil e com-preensível, independentemente da origem do fundo. O que está previsto é, em primeiro lugar, suavizar o mais possível a trami-tação burocrática, para a qual a desmaterialização do processo é fundamental. Os formulários para as candidaturas estarão dis-poníveis no sítio do programa, www.proder.pt, devidamente acompanhados de instruções. A partir destes formulários, que já foram distribuídos aos parceiros sociais representados no Comité de Acompanhamento para apre-ciação, poder-se-á proceder a uma gestão informatizada do processo de análise das candida-turas, com prazos previamente fixados, com o objectivo de ga-rantir ao beneficiário uma res-posta o mais rápida possível e da forma menos burocrática possí-vel. Vai-se privilegiar a informa-ção prévia, construindo os mode-los de análise de forma harmoni-zada e o mais objectiva possível, a fim de garantir tratamento igual para situações idênticas, fa-cilitando o trabalho dos analistas, ganhando tempo e garantindo uma harmonização de procedi-mentos. Contamos, naturalmen-te, com as tecnologias de infor-mação, que poderão e deverão tornar realidade o desejo de sim-plificação por todos ambiciona-do. A importância de cumprir prazos está, assim, presente nos próprios regulamentos de aplica-ção, sendo estabelecidos nas por-tarias para cada medida ou ac-ção, e exigindo uma maior res-ponsabilização de todos nós.

Pode explicar de modo concre-to a sequência que os projecconcre-tos de investimento vão seguir desde que são submetidos pelos promo-tores?

A tramitação das candidaturas estará descrita em cada portaria regulamentadora, de forma que se pretende simples e adequada para o candidato. Esta regula-mentação, no seguimento da aprovação do Programa, é elabo-rada em coerência com o mesmo, bem como com as regras e orien-tações gerais, comunitárias e na-cionais, sob proposta do gestor, e é aprovada pelo Ministro da Agricultura, após auscultação dos serviços centrais e regionais do Ministério da Agricultura e dos parceiros, através dos mem-bros presentes no Comité de Acompanhamento. Nesta data, já estão publicados dois Decretos-Lei e quatro portarias regulamen-tadoras, a última relativa à acção 1.1.1, relativa à “Modernização e capacitação das empresas”, todas regiões mais interiores do país, a

partir dos seus recursos endóge-nos, seja no turismo em espaço rural ou turismo na natureza, seja em todas as outras actividades económicas, apoiando microem-presas que criem emprego e fi-xem a população.

Referiu a importância do Lea-der na programação do PRO-DER. O Leader no distrito de Castelo Branco tem sido um pro-grama excessivamente camarário e com pouca participação das as-sociações de produtores. Essa si-tuação vai mudar ou continuará

a verificar-se?

A questão que levanta tem a ver com aquilo a que se chama a qualidade da

re-presentatividade das par-cerias, ou seja, dos mem-bros que dela farão par-te. A situação que está a

apresentar já foi identi-ficada nas avaliações

feitas no quadro pas-sado, pelo que deve-remos prever os me-canismos para que tal não aconteça. Desde logo pela obrigação, comunitária, de os vá-rios parceiros deverem represen-tar os vários sectores socio-eco-nómicos locais do território em causa, e, em segundo lugar, por-que os representantes da socieda-de civil – como sejam os agricul-tores, as mulheres rurais, os jo-vens – devem representar pelo menos 50% da parceria, preten-dendo-se, desta forma, evitar um peso dominante da administração local face a outra forças locais.

Muito brevemente vai sair o regulamento do concurso a partir do qual serão seleccionados os GAL, os territórios respectivos e as estratégias para o seu desen-volvimento. Os critérios para esta selecção já foram discutidos e consensualizados com os mem-bros do Comité de Acompanha-mento do PRODER e todo este processo irá ser devidamente pu-blicitado e tornado público. O que pretendemos é que sejam es-tabelecidas as estratégias ade-quadas para territórios devida-mente representados nas respec-tivas parcerias, com uma dimen-são e massa crítica suficiente para criarem as dinâmicas indis-pensáveis para contribuir para a melhoria e bem-estar das popula-ções locais.

O PRODER reconhece que houve algum excesso de comple-xidade administrativa na gestão de programas de investimento anteriores. Como referiu, os qua-tro programas anteriores foram substituídos por somente um. O simplex vai chegar finalmente ao desenvolvimento rural?

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elas disponíveis no sítio do PRODER.

Em concreto, para uma candi-datura na área do Subprograma 1, os potenciais beneficiários po-derão descarregar o formulário adequado para o respectivo pro-jecto no sítio do PRODER na in-ternet. Poderão proceder ao seu preenchimento posteriormente, sozinhos ou com o apoio que considerem necessário; o formu-lário deverá ser reenviado nova-mente pela internet, para o siste-ma de inforsiste-mação do PRODER. Este procederá ao reencaminha-mento automático para a Direc-ção Regional de Agricultura e Pescas da área onde o projecto se localize. De seguida, e de acordo com os procedimentos estabele-cidos na respectiva portaria regu-lamentadora – acompanhados de orientações técnicas, normas e manuais de procedimentos, todos eles previamente estabelecidos – os responsáveis regionais e os técnicos analistas irão dar segui-mento às diferentes fases de aná-lise, que se inicia pela verifica-ção dos critérios de elegibilidade e continua com os critérios de selecção, num processo interacti-vo entre o nível regional e cen-tral, que deverá culminar com uma decisão, positiva ou negati-va, do gestor sobre a referida candidatura. Esta será comunica-da ao interessado e ao IFAP que, como organismo pagador, dará início ao processo de contratação para efeitos do financiamento.

Há, pois, diferenças face ao passado. Não só em termos de repartição de competências e consequentes circuitos de trami-tação, como de procedimentos, que se pretendem mais céleres e harmonizados. A outra grande diferença reside na utilização de períodos previamente fixados de abertura e fecho de candidaturas, sendo as regras para os mesmos previamente publicitadas através de avisos. Trata-se de uma forma de gestão que permite fazer uma adequação dos recursos aos ob-jectivos previamente estabeleci-dos na programação e assegurar a coerência com os recursos fi-nanceiros disponíveis.

O PRODER vai ter mecanis-mos que lhe permitam ter capa-cidade para, ao longo dos anos, se ir adaptando a questões que possam ser levantadas nos crité-rios de avaliação, nas medidas ou outras situações?

Com certeza. É sempre possí-vel fazer adaptações às medidas e, consequentemente, alterações à programação, tal como já como aconteceu no passado. Ou seja, se através do processo de avalia-ção que está previsto se chegar à conclusão que há critérios desa-justados, suscitando a necessida-de necessida-de se procenecessida-der a reajustes, es-tas alterações deverão ser adap-tadas em sede de Comité de Acompanhamento, para apresen-tação e aprovação pela Comissão Europeia.

Qual é o enquadramento que o PRODER dá à floresta ao nível dos sectores estratégicos?

Neste quadro existem fileiras estratégicas e não estratégicas. No primeiro caso os apoios são superiores. O sector florestal,

senta apenas 0,2% da área da UE. A U.E. e os E.U.A. têm vin-do a concretizar objectivamente uma aposta nos chamados bio-combustíveis de segunda gera-ção. Portugal vai também confir-mar expressamente esse apoio?

É uma pergunta que não se deve fazer apenas à agricultura. A estratégia do PRODER tem uma preocupação fundamental em termos agrícolas e agro-ali-mentares, que é contribuir para uma melhoria da balança alimen-tar. O contributo que o PRODER pode dar para a balança energéti-ca é relativamente secundarizado se olharmos para a estratégia, já que a função primordial da agri-cultura é contribuir para a ali-mentação dos povos. A compo-nente energética é, naturalmente, muito mais importante no sector florestal. Esse, sim, tem uma pa-lavra a dizer a nível energético. A componente agrícola, neste momento e em relação às tecno-logia para a transformação dos biocombustíveis, ainda está em fase de primeira geração, com uma forte concorrência com as produções alimentares. A nível florestal está perfeitamente iden-tificada a possibilidade de finan-ciamento de um conjunto de equipamentos e de outro tipo de despesas que vão de encontro ao contributo da floresta para a pro-dução da biomassa.

Referiu que o PRODER prevê incentivos relacionados com o aproveitamento da biomassa, que estão presentes em várias acções. Existe uma estratégia global que esteja concertada ou planeada en-tre as várias acções?

Com certeza. O conjunto de elegibilidades definidas no PRO-DER devem ser coerentes entre si e com as restantes medidas, sendo um complemento às estra-tégias nacionais, de acordo com a capacidade de intervenção do próprio programa. Os promotores interessados nestas áreas deve-rão, pois, ir procurar ao PRO-DER o tipo de apoios que estão dentro da sua área de actuação. O promotor propor-se-á fazer aqui-lo que é mais conveniente na sua perspectiva, com uma estratégia para a concretização do seu pro-jecto. A capacidade de fazer um projecto com coerência é dada ao próprio promotor, sendo que os critérios de elegibilidade e as re-gras de selecção deverão garan-tir, do ponto de vista da progra-mação, a sua coerência com as restantes medidas ou acções.

Apesar de não ser a prioridade no PRODER para a agricultura, será possível receber um apoio significativo para projectos-pilo-to para produção de biocombustí-vel a partir de biomassa?

Sim. Existe a Medida 4.1 - Cooperação para Inovação, a qual tem como objectivo apoiar projectos que visem a inovação, quer sejam novos produtos ou processos. Neste contexto, pode-rão ser apresentados planos para o desenvolvimento de projectos-piloto inovadores, que podem ser de âmbito agrícola ou florestal, desde que apresentados por par-cerias privadas ou público-priva-das, cujos objectivos sejam re-percutidos no sector.

como sector estratégico, tem ní-veis de apoio dos mais elevados, estando estes maioritariamente

concentrados na Medida 1.3 -

Promoção da Competitividade

Florestal, e na Medida 2.3 -

Ges-tão do Espaço Florestal e Agro-Florestal.

Por outro lado os grandes ob-jectivos nacionais já constam da Estratégia Nacional para as Flo-restas, complementada pelos Pla-nos Regionais de Ordenamento Florestal, os PROF, que cobrem todo o país, bem como um con-junto de outras orientações com-plementares, de que salientamos o Plano Nacional de Defesa da Floresta contra os Incêndios., a que acresce a necessidade de apresentação de um plano de ges-tão florestal ao nível da explora-ção (PGF). Ou seja: temos um quadro orientador bastante claro e os apoios previstos neste pro-grama, embora com níveis infe-riores aos do quadro anterior – de acordo com as orientações comu-nitárias – atingem níveis que con-sideramos serem ainda suficien-temente atractivos para o sector.

Com a Beira Baixa a enfrentar dificuldades na agricultura, a flo-resta poderá ser um sector que se assume como uma aposta maior na região. Foi manifestado algum esforço de regionalização da es-tratégia que encontre eco no apoio do PRODER? Serão os agentes do sector e outros instru-mentos do Estado a delinear a es-tratégia?

As medidas e acções foram concebidas de acordo com a Es-tratégia Nacional para as Flores-tas e com os PROF, nomeada-mente, todos eles instrumentos que foram discutidos publica-mente e que, pela sua concepção, deverão permitir o desenvolvi-mento harmonioso de todas as

re-giões, nomeadamente a da Beira Baixa. As estratégias foram defi-nidas no pressuposto da afecta-ção mais eficiente dos recursos florestais tendo em conta as espe-cificidades das regiões, como o solo ou o clima, de acordo com uma lógica de desenvolvimento sustentável e de promoção da competitividade.

A complementar essa estratégia florestal nacional existem as orientações estratégicas da pro-gramação, que, para além da di-mensão nacional, também se des-multiplicam a nível regional. Por-tanto, aquilo que foi aprovado como estratégia nacional vai-se reflectir na Zona Centro de acor-do com a situação própria da Zona Centro. Se considerarmos que, para esta região, a floresta é muito mais importante do que, por exemplo, para o Algarve, na-turalmente isso deverá influen-ciar o tipo de projectos aprovados e a afectação dos recursos às grandes áreas do PRODER e às regiões.

O PRODER confirma as inten-ções do Governo de incentivar os proprietários e produtores flores-tais a aderir a Zonas de Interven-ção Florestal (ZIF). Quais são mais concretamente as vantagens para os produtores que desenvol-verem projectos inseridos em ZIF?

Os projectos inseridos em Zo-nas de Intervenção Florestal, em termos de critérios de selecção, são os mais valorizados. A neces-sidade de criar dimensão, de ten-tar resolver em conjunto aquilo que, isoladamente, é mais difícil, tem prioridade em sede do PRO-DER. Ou seja, se houver 10 pro-jectos, dos quais 9 forem projec-tos individuais e 1 for numa ZIF, o projecto da ZIF ficará classifi-cado em primeiro lugar. Isto si-gnifica que um projecto inserido numa ZIF tem muito maiores probabilidades de financiamento – numa dotação orçamental que

nunca é suficiente – se, espera-mos nós, houver muitos e bons projectos. Existe, assim, uma es-tratégia que privilegia o financia-mento de projectos no âmbito de ZIF, projectos agrupados, projec-tos de maior dimensão.

A certificação da gestão flores-tal tem vindo a crescer em Portu-gal. O PRODER reflecte uma aposta nacional nesse instrumen-to de mercado? Existe alguma concertação nas medidas do PRODER entre a Certificação da Gestão Florestal e a gestão de ZIF?

O PRODER apoia a certifica-ção florestal, visto que todas as despesas materiais e imateriais consideradas necessárias para o beneficiário conseguir obter a certificação florestal são conside-radas elegíveis. Desse modo, há um financiamento a projectos in-dividuais de acesso aos custos preparatórios da certificação – seja de uma ZIF, de agrupamen-tos ou de um produtor individual. Houve, durante o período de ne-gociação, a apresentação de uma proposta, à Comissão Europeia, no sentido de apoiar um sistema de certificação de base regional, mas que não foi considerada ele-gível e, por conseguinte, não pôde ser mantida. Esta situação resulta de orientações comunitá-rias que, como se sabe, temos que seguir. O FEADER, em mui-tos aspecmui-tos, não tem a flexibili-dade que outros fundos têm, como o FEDER. Portanto, existe apoio à certificação florestal, apresentado em candidatura na acção 1.3.1, relativa à “Melhoria produtiva dos investimentos”.

Segundo dados apresentados pelo Estado, a área de culturas energéticas em Portugal

repre-Sector florestal

tem dos apoios

mais elevados

Componente

energéti-ca interessa ao sector

florestal

(4)

PRODER apoia

bioenergias e biocombustíveis

Sectores têm que ter preços competitivos

José Miguel Lupi Caetano é presi-dente da UNAC – União da Flo-resta Mediterrânica, organização que representa os interesses de di-versas associações nacionais de produtores florestais. Em entrevis-ta ao Folha Floresentrevis-tal, José Miguel Lupi Caetano diz-se agradado com o realce que o PRODER dá às bioenergias e biocombustíveis, mas alerta que estes sectores só poderão singrar se tiverem um pre-ço competitivo dentro do panora-ma internacional. O país tem todas as capacidades para criar um mer-cado de produção de energia a par-tir biomassa. Existe matéria-prima, falta tornar rentável a sua explora-ção para absorver a indústria, pre-vine. Se tudo correr bem, diz, den-tro de 3 ou 4 anos os produtores florestais e agrícolas poderão ter um valor acrescentado por esse trabalho, pago por um novo mer-cado.

A produção florestal dedicada para biomassa é um dos novos de-safios que se apresentam aos pro-dutores florestais. O presidente da UNAC prevê que, em breve, ga-nhem força as produções florestais energéticas, que deverão ser arti-culadas com as principais produ-ções florestais.

um mercado produção de energia eléctrica com base na biomassa só tenho um reparo a fazer: já passa-ram cerca de dois anos e meio e ainda não estão as licenças do con-curso todas atribuídas. É um pro-cesso demorado demais e não se entende porquê. Deveria ser uma análise técnica rápida e eficiente para que pudéssemos ter, a breve trecho, as licenças entregues, visto que o processo seguinte ainda vai demorar e ser complicado. Por isso, se calhar vamos demorar 5 ou 6 anos a desenvolver um processo que poderia demorar 1 ou 2. Isto relativamente ao concurso.

Relativamente à biomassa dis-ponível, efectivamente existe bio-massa. É preciso criar uma forma de exploração de biomassa resi-dual florestal que seja competitiva no mercado e isso ainda vai exigir dos agentes muito esforço e muito investimento financeiro, mas irá com certeza dar os seus resultados. Não temos dúvidas relativamente àquilo que vai ser a procura de bio-massa não só devido à produção de energia eléctrica, mas também no seguimento de tudo o que esti-ver enquadrado no comércio de emissões de carbono. E, então, nós teremos que criar produções dedi-cadas na floresta e na agricultura que satisfaçam esse mercado. Pa-rece-me lógico que é fundamental para o desenvolvimento rural, para agricultura e para a floresta portu-guesas que isso seja uma realidade.

Então espera que comecem a surgir produtores a apostar na pro-dução florestal dedicada a biomas-sa?

Espero que num futuro muito rá-pido, para além das principais pro-duções florestais comece a haver uma oferta grande – nós temos ter-ritório para isso – de produções florestais energéticas.

Na hipótese da aposta na produ-ção dedicada para biomassa, a grande necessidade de matéria-pri-ma pode criar riscos para essas ou-tras produções?

Se tivermos a capacidade de en-quadrar a oferta de biomassa para energia dentro daquilo que são as necessidades dos outros mercados florestais não há esse risco. Se nós não tivermos a capacidade de fo-mentar, por um lado a capacidade de ir buscar biomassa residual a preços competitivos, e por outro fomentar as culturas florestais e agrícolas dedicadas aí teremos um problema. Mas penso que estamos bem a tempo de prever isso. É pre-ciso que haja uma estratégia e haja inteligência e vontade sobre o as-sunto. E a vontade não deve ficar no Terreiro do Paço, tem que ser uma vontade no terreno.

No meio de tudo isto, qual é o papel dos produtores florestais? O que poderão ganhar com este ne-gócio?

Os produtores florestais poderão ganhar no dia em que, para além do custo que têm na eliminação dos seus resíduos sejam pagos por esta necessidade de matéria-prima para a produção de energia. E eu acredito que dentro de 3 ou 4 anos os produtores florestais e agrícolas terão um valor acrescentado por esse trabalho, pago por um novo mercado.

Que análise faz do PRODER 2007-2013 no que se refere aos apoios na área das bioenergias e biocombustíveis?

Sem dúvida que, em termos po-líticos, o documento dá uma ênfa-se significativa à questão das bioe-nergias e biocombustíveis, que é um sector fundamental na activi-dade económica do mundo rural. Mas mais importante do que estes apoios estratégicos de investimen-to, que estão limitados no tempo, é ter um preço para este tipo de energias que seja competitivo no panorama internacional.

Portanto, embora já exista uma forma de apoiar o início do desen-volvimento do negócio, ainda não temos garantido que, em termos estratégicos, o negócio das bioe-nergias e biocombustíveis em Por-tugal se possa manter. Ao nível dos biocombustíveis, temos que ver a questão como uma produção agrícola para fornecer o mercado de combustível em Portugal. Ora, se o mercado for completamente aberto, com certeza haverá outros países com capacidade de produzir cereais mais baratos do que nós e, portanto, perdemos capacidade competitiva.

Mas sente que neste PRODER existe uma estratégia do Estado para os produtores florestais apos-tem nestes sectores?

Existe uma intenção para come-çar a montar um negócio, mas se não houver a montante um preço para o negócio, o dinheiro do PRODER será mal gasto.

E estão criadas condições que incentivem a aposta em projectos-piloto para produzir biocombustí-veis?

Existem alguns incentivos. Mas esses projectos-piloto morrerão se não houver um mercado. Os pro-jectos deverão ser um incentivo para se produzir para o mercado e precisamos garantir que esse mer-cado vai existir com preços com-petitivos a nível internacional.

Portugal tem uma estrutura ca-paz de desenvolver esse mercado? Portugal tem com certeza uma estrutura para desenvolver esse mercado. O espaço rural português tem capacidade de produção e Por-tugal necessita mais do que qual-quer outro país de um mercado en-dógeno de produção de energia limpa, devido à sua dependência energética e à sua falta de dimen-são para jogar no tabuleiro interna-cional. Logo, estas duas vertentes têm que estar ligadas, para passar-mos do experimentalismo e da in-tenção para, efectivamente, um mercado forte de produção de energias alternativas e endógenas que nos permita garantir segurança aos portugueses.

Tendo em conta o mercado que se está a tentar criar em Portugal com os concursos para as centrais a biomassa e os parcos recursos de biomassa existentes no país, deve-ria existir na política florestal por-tuguesa um apoio ao investimento em floresta dedicada à produção de biomassa?

Quanto ao esforço na criação de

NOTA

Uma central de produção de energia eléctrica, com combustíveis fósseis, pode emitir as seguintes quantidades aproximadas de CO2:

- central a carvão (caldeira de vapor com rendimento eléctrico de 36%) - 1000g/kWh (Pego, Sines)

- central a fuelóleo (caldeira de vapor com rendimento eléctrico de 38%) - 800g/kWh (Setúbal)

- central a fuelóleo (motores diesel com rendimento eléctrico de 46%) - 650g/kWh (Madeira e Açores) - central a gás natural (ciclo combina-do com rendimento eléctrico de 55%) - 370g/kWh (Outeiro, Carregado2) Estas são apenas as emissões da central (não contabiliza o ciclo “Well-to-Weel”) e nas mesmas condições, uma central de biomassa tem emissões nulas, pois o CO2 emitido é neutro, segundo Quito e a UE. Portanto, por exemplo para o car-vão, temos uma emissão de 1000g/kWh, que é o mesmo que 1 tonelada de CO2 por MWh, então o balanço é de uma 1ton/MWh, ou se-ja, cerca de 1100 toneladas de CO2 por hora no caso de Sines ou 800 to-neladas de CO2 por hora no caso do Pego.

Com o actual preço de 23 /ton CO2, haverá uma poupança de 25000 euros por hora para a central de Sines ou 18000 euros por hora para a central do Pego, em custos de aquisição de direitos de emissão de CO2.

Quanto ao balanço energético entre a utilização de carvão numa central de 38% e a biomassa numa central de biomassa de 27% teremos uma razão de 3 toneladas de biomassa para 1 tonelada de carvão para pro-duzir a mesma energia eléctrica.

José Miguel Lupi Caetano

(5)

Energias alternativas

são opção ao tabaco

Mercado da biomassa

valoriza património florestal

Beira Baixa tem elevado potencial para produzir biomassa

José Miguel Lupi Caetano é tam-bém presidente das empresas Lo-gística Florestal e Sobioen, es-tando, desse modo, envolvido em consórcios vencedores e candi-datos à criação de centrais de biomassa. O distrito de Castelo Branco é um dos alvos principais dos vários consórcios em virtude do seu cariz florestal. De acordo com José Miguel Lupi Caetano, a região irá ser capaz de fornecer as centrais de produção de ener-gia com base em biomassa. O que é preciso, diz, é que exista uma estratégia regional muito bem definida.

No já referido concurso públi-co promovido pelo governo por-tuguês para criação de centrais a biomassa, Castelo Branco é o distrito com mais centrais previs-tas. Tem uma participação em-presarial num consórcio que ptende construir centrais na re-gião. Que análise faz da Beira Baixa relativamente ao potencial em matéria-prima para o desen-volvimento da indústria de bio-massa?

Toda a nossa aproximação em-presarial a estes negócios da flo-resta está ligada a um conjunto de empresas que são detidas por produtores florestais. O que nós entendemos é que, para partici-par na cadeia de valor, os pro-prietários florestais e agrícolas deverão constituir instrumentos empresariais que lhes permitam estar no mercado. Nós entrámos nesse processo já há alguns anos. Julgo que fizemos o percurso correcto e, hoje, é com agrado que fazemos parte de um consór-cio que concorreu aos concursos e ganhou já grande parte das li-cenças para a produção de ener-gia eléctrica.

O distrito de Castelo Branco é altamente apto para a produção florestal. Para além disso tem uma posição estratégica no país. E deve merecer uma atenção es-pecial, devido àquilo que tem sido, nos últimos anos, o abando-no do mundo rural, por parte da-queles que o habitam. Portanto, pensamos que o distrito de Cas-telo Branco vai ter capacidade suficiente para fornecer as cen-trais de produção de energia com base em biomassa que estão pre-vistas para a região. Tem é que haver uma estratégia regional muito bem definida

A produção de culturas energé-ticas é uma hipótese para a re-gião da Beira Baixa?

Sim. Até porque há uma ques-tão fundamental relativamente à Beira Baixa e naquilo que têm sido as reformas da Política Agrícola Comum (PAC), que se prende com a questão do tabaco. Há uma libertação de terrenos muito grande, já que parte dos

Considera que existe um risco potencial de as centrais encontra-rem dificuldades em conseguir abastecer-se? Existe alguma estraté-gia para impedir que a procura não seja superior à oferta?

Para efeitos de adjudicação, e considerando as disposições cons-tantes nos cadernos de encargos dos concursos, os aspectos relacio-nados com a sustentabilidade do fornecimento de biomassa às cen-trais são objecto de avaliação nas propostas, existindo discriminação positiva para a celebração de contratos com fornecedores de quanti-dades firmes de abastecimento e respectivo prazo de garantia.

Os processos concursais obrigaram ainda os concorrentes à apre-sentação de um estudo de sustentabilidade do recurso florestal, que caracterize as disponibilidades da biomassa florestal na área de in-fluência de cada central, assim como a definição do respectivo pla-no de aprovisionamento. Dão ainda a possibilidade de serem efec-tuados contratos de fornecimento de biomassa florestal efectivados por organizações do sector florestal, quer estas sejam de produtores florestais ou empresas prestadoras de serviços na área da biomassa florestal. O citado estudo de sustentabilidade do recurso consiste num dos requisitos do concurso, sendo um dos resultados a defini-ção da área de influência da central, estimando-se o raio de viabili-dade de abastecimento de combustível à central. Adicionalmente, pelo Decreto-Lei n.º 225/2007, de 31 de Maio, foi criado o Obser-vatório das Energias Renováveis, cuja tipologia estava já prevista na Estratégia Nacional para as Florestas, com a finalidade de acompa-nhar e monitorizar o aproveitamento da biomassa para a energia e garantir um sistema permanente de produção e divulgação pública de informação estatística relativa à recolha e utilização de biomassa florestal para fins energéticos,

Está prevista a articulação estratégica entre o Ministério da Agri-cultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas e o Ministério da Economia e Inovação para o fornecimento de biomassa às centrais que vão ser criadas?

A articulação entre o Ministério da Economia e da Inovação (MEI) e o Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas (MADRP) foi prosseguida desde o início da preparação dos concursos, desde logo no grupo de trabalho que preparou os ca-dernos de encargos dos referidos concursos, tendo o MEI e o MADRP, através da Direcção Geral de Energia e Geologia e da Di-recção Geral dos Recursos Florestais integrado o mesmo. O Júri do Concurso, entidade que conduz o procedimento concursal até à fase de adjudicação e celebração do contrato, foi também nomeado por despacho conjunto dos Directores da Direcção-Geral de Geologia e Energia e da Direcção-Geral dos Recursos Florestais. O facto do MADRP estar desde início integrado no procedimento concursal re-leva-se de grande importância, visto dispor de conhecimento sobre o sector florestal necessário à implementação de uma indústria desta natureza, bem como pelo facto de ter sido considerado fulcral asse-gurar a integração da política florestal nacional com a energética, mais concretamente no âmbito da minimização dos riscos de incên-dio.

Atendendo às características fisiográficas da região da Beira Bai-xa, que tornam difícil e dispendiosa a recolha de biomassa, será pos-sível ao mercado evoluir a curto/ médio prazo para tornar rentável essa recolha?

O processo concursal prosseguiu uma metodologia de conjugação de critérios de integração das políticas energética nacional e flores-tal, sendo que a distribuição territorial das centrais beneficiou as áreas onde as intervenções a nível da implementação de medidas de silvicultura preventiva se tornam prioritárias, e cuja tipologia assen-ta intrinsecamente neste critério. Por outro lado, foram definidas condições vantajosas no que diz respeito às tarifas a praticar com os operadores, o que constitui um factor dinamizador do mercado emergente de biomassa florestal para valorização energética, que se afigura como uma mais-valia do ponto de vista dos produtores flo-restais e um estímulo à gestão sustentável da floresta. Assim, além da expectável criação de oportunidades relativas à promoção de um mercado para a biomassa florestal que valorize o rendimento do pa-trimónio florestal, esta iniciativa junta-se ao elenco de decisões do Governo que visam a promoção de uma gestão florestal, com bene-fícios relativos à redução do material combustível nas florestas, e cujo resultado final visa a redução do risco de incêndios florestais, tal como consignado na Estratégia Nacional para as Florestas. terrenos de regadio eram

utiliza-dos na produção de tabaco, o que hoje já não acontece. Portanto, a Beira Baixa, em termos agrícolas tem um potencial grande – e não só nessas zonas – para imple-mentar um quadro estratégico de produção de biomassa para pro-duzir energia.

O Eng.º Paulo Preto dos San-tos, director-geral da Sobioen, referiu em entrevista ao Folha Florestal que prevê que cada central de 10MW consumirá en-tre 80 e 100 mil toneladas de biomassa por ano. Com o con-junto de centrais previstas, que consequências poderá trazer a competitividade por matéria-pri-ma?

Os negócios são bons quando são bons para todos. Temos que encontrar um equilíbrio que per-mita que, tanto quem compra como quem vende tenha resulta-dos económicos. Com certeza que, durante um período curto haverá desajustamentos, como acontece neste momento. Agora há um desajustamento em desfa-vor dos produtores, mas até pode ser que, no futuro, haja um desa-justamento a seu favor. Mas, o que interessa à cadeia é que seja possível que todos ganhem di-nheiro e que todos estejam en-quadrados no processo de produ-ção de energia com base na bio-massa, de modo estabilizado.

Dessa forma, o que eu penso é que existe, actualmente, uma ca-pacidade suficiente para produ-ção de biomassa para as centrais, mas não existe, neste momento, uma capacidade de dispor dessa biomassa para as centrais. O que

Ascenso Simões, Secretário de Estado do Desenvolvimento Ru-ral e da Floresta, aceitou o convite do Folha Florestal para responder a algumas questões sobre a políti-ca do Governo para a produção de energia a partir de biomassa flo-restal.

temos que fazer divide-se em dois níveis: garantir condições económicas para que a biomassa que existe seja disponibilizada em condições economicamente viáveis para as centrais; e, ao mesmo tempo, criar um novo

cluster de oferta, que se prende

com as produções de biomassa florestal e agrícola dedicadas.

Penso que se conseguirmos fa-zer isto, com algum planeamento e com um sentido sério dos apoios – que não podem ser vis-tos como dádivas, mas como uma necessidade nacional para desenvolver o negócio – existe, dizia eu, potencialidade e capaci-dade para Portugal produzir, com base na biomassa, uma importan-te quota da sua produção energé-tica.

A quem cabe garantir que isso seja possível? Nomeadamente garantir que seja economicamen-te viável para as empresas e pro-dutores fazer a recolha da bio-massa?

Independentemente de quem recolhe a biomassa temos que vocacionar a actual produção flo-restal para além daquilo que é a sua produção principal. Temos que vocacionar toda a exploração florestal para que aquilo que so-brar seja dirigido para o negócio da biomassa.

Esse é um esforço que também tem que vir do Estado porque, no fundo, é um sector estratégico para os portugueses. Mas, de res-to, terá que ser feito pelos agen-tes económicos. Isto é, teremos que ter agentes económicos pre-parados para fazer, e um Estado preparado para ouvir.

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Três ZIF da Aflobei já aprovadas

ZIF

Sete Zonas de Intervenção Florestal

Mo nfor te da B ei ra – Ma lp ic a do Te jo, ZI F Sar ze d as – Ma ga re fa e ZI F P enh a Ga rc ia sã o as pr ime i-ras t rê s Zo na s de I n te rv en çã o Fl o-re st a l pr om ov id a s pe la Af lo b e i a se rem ap rov ad as. Este é o cu lm in ar de três pro-ce sso s a q u e a Af lo be i de u in íc io ai nda e m 20 06 e que , c o m a su a ap rovação fin

al, vão abrir

u m le-q u e de i m po rt an te s op or tu n ida de s par a o s pro p ri et ár ios e pr odu to res flo res ta is qu e ad eri ra m às Z IF. A Af lobe i va i a ssumir a re spon-sa bi li da de de ser a Ent id ad e G es-to ra das Z IF, ficand o encarregue de de se nvo lv er uma gest ão pro fis-sio n al das proprie dades q u e in te-gram os proje c to s, se mpre numa lóg ic a de co nc ert a çã o d e int e res -se s c o m os p ropr ie tá ri os e prod u-tor es fl or es ta is ad er en te s. C o m a ap rov açã o da s Z IF e a ab ertu ra d as ca nd id at ura s d as me -didas florestai s do PRODER irá se r po ssí ve l d ar in íc io à i n te rv en -çã o na s á rea s dos propr ie tá rios ad erentes, cu ja particip ação neste p roce sso complexo e moroso foi indispe n sá vel para o suce sso obti-do. A pr ot e c ç ã o d a fl ore st a co nt ra o s incêndios, a recuper a ç ã o de ár ea s ardi da s e, em se nt id o lat o , a p romo ç

ão da gestão suste

n tá vel dos e spa ço s fl ore st ai s são os pri n -cipa is obje c ti vos que orient am o tra b al h o a se r de sen vol vi do . Em en trev is ta na pres en te edi -çã o d o Fo lh a Fl or es tal , Ri ta Ho r-ta , ge sto ra d a A u to ri da de d e G es-tão do PRODER nã o deixa mar-Para a lé m das t rê s Zo na s de Int erv en çã o já ap rov ad as , a Aflo be i es pe ra a in d a qu e, a cur to pr az o, sej a ta mbé m da do p are ce r

positivo aos restante

s qua tro proce ssos de co nsti tu iç ão d e ZIF: - ZIF Sarzedas – E stacal; - ZIF B en que re nç as; - Z IF Ma lh ad a do Ce rvo ; - ZI F Ca ste lo Br an co . Uma vez aprova da s esta s Z IF, será possí ve l co meç ar t amb ém a de se nvo lv er projec tos flores tais nas re spe ctivas área s de ge stã o . No total, a Aflo bei c a n d idatou-se à gest ão d e mai s de 6 0 mi l he ct ar es de fl o-res ta na Beira Ba

ixa, o que repres

enta um i m po rta n te in ve sti m en to n a re giã o . A g e stão das áreas em conjunto será im-p re sci n d ív el p a ra um a g e st ão mai s efi -ca z, m ais s u st en tá v el e mai s pr o fissi on al da s á rea s f lo re sta is ; u m a ge stã o qu e va i fo menta r as condiç õ es para prote cção e orde na men to do s e spa ços flo re sta is e p o -te ncializar o apro veitament o dos recur -so s da re gi ão . Pr oc es so i n ic ia do em 200 6 A A flo be i i n ic iou o p roc esso d e c o n s-ti tui ção de Zo na s de Int erv en çã o F lor es-ta l da A flob e i em 200 6. Embor a o M i-nist ér io da Agri cu lt ura dê ag ora a lgu mas mo stras de co mpreen der as dific u ld ade s es se nci almen te b u rocrát icas qu e são co -lo

cadas na constituição de ZIF,

esses o b stáculos têm provocado uma demora que fa z co m qu e s ej am ai nda e sca ss as as ZIF cri ada s no pa ís. Com o p roj ec to de cri açã o de set e Zo-n a s de Intervenção Flores tal, a Aflobei te m si do uma d as pri n ci p ai s resp onsá v ei s pel a d in ami za çã o de ste pro ce sso na B ei-ra B ai x a. Ne sta re gi ão , de vi do à p rol if e-raç ão de p eq u en as p ropr ie da de s, é pa rt i-cul arm en te im p o rt an te que os p rop rie tá-ri os se asso ci em, p ara co m i sso au men ta -rem a es ca la d e in te rv en çã o do s pr oj ec -to s f lor es ta is. A es

tratégia que Aflob

e i ad optou ao , desd e lo go, ap ost ar for te no de se nvo lv i-me nt o de pr oj ec to s de c ri aç ão d e ZI F e n -qua dra -se na qui lo qu e sã o a s ori en ta çõ es d o G over n o p o rt ug uês. É o n ovo d e sí-gni o par a a f lo rest a na ci on al , q u e se i rá refl ect ir, n o fut u ro , em impo rtant es mais-val ia s p ara o sec to r fl ore sta l. Per ant e as d ifi cu ld ad es qu e se prev êe m n o s fu nd o s est rut ura is pa ra o de sen vol vi men to ru ra l, é fun d ame n ta l que o p erí od o de pr ogr a-mação p ara 2007 -20 13 seja ap rov eitado da melho r forma , para resolver a lguns

dos problemas estr

uturais da nossa f lo-rest a. g ens par a dúvi

das: “a est

raté -gia d o G ove rno pr iv il eg ia o fi-n a nciamento de project os no âmbi to de ZIF” . O s pro p ri et á-ri os e produtores floresta is tê m, p o rtan to, toda a vanta -g em em est ar i n te g rad os nu ma ZIF . PG F e PD F A Afl o b ei est á j á a p rep ara r a el ab o raç ão de d o is in str u me nt os fund ame n ta is n a ge stã o da s ZIF, n o mea d amen te os Plano s d e Gest ão da Fl ore st a ( P GF) e o s P lan os d e D e fe sa da F lor est a (P D F ). Estes d o is plan os são obri g at ó rio s pa ra to da s as Zo na s de I n te rven çã o Flo res ta l, e i rão se rvir de base aos proje ctos a se -re m real iz ad o s na á rea d as Z IF. Re cor d e-se q u e a l eg is laç ão e st i-pula que os pr oprie tários que têm terr

enos abrangidos pela

área de uma Zo na de In te rven-çã o Fl orest al , mas q u e nã o se -jam aderent es terão que te r um PGF aprovado pela Direcçã o -Gera l dos R ec u rs o s Fl ore sta is. “a estra tégia do G ov ern o p ri vil eg ia o f ina nciam ento de p roj ec tos no âm b ito de Z IF

Zonas de Interv

enção Flo

restal

ZIF Monforte da Beira

– Malp

ica do

Te

jo

Concel ho: Castelo Branco Ár ea: 34.091 ha . P rop rietá rios A d er en te s: 33 N º. Pr éd ios A d er ente s: 11 5

ZIF S

a

rz

edas

– M

a

garefa

Concel ho: Castelo Branco Ár ea: 1.287, 46 ha . P rop rietá rios A d er en te s: 70 N º. Pr éd ios A d er ente s: 47 1

ZIF Penha Garcia

Concel ho: Idanha-a-No va Ár ea: 12.049 ,7 ha . P rop rietá rios A d er en te s: 52 N º. Pr éd ios A d er ente s: 19 5

ZIF Sa

rzedas

-Es

tacal

Concel ho : Castelo Branco Ár ea : 1. 322,7 1 Fase: Requerimento

ZIF Benquerenças

Concel

ho : Castelo Branco Ár ea : 1. 514 Fase: Cons ulta Pú blica

ZIF Mal

hada do Cervo

Concel ho : Castelo Branco Ár ea : 1. 135,9 Fase: Cons ulta Pú blica

ZIF Castelo Branco

Concel

ho : Castelo Branco Ár ea : 13 .559 Fase: Cons ulta Pú blica Fol ha Floresta l Abr il 20 08 w ww. aflobe i.p t SUPLEM ENTO

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Um recurso natural a considerar no desenvolvimento da floresta

(*)

Le piota pr ocera + A região d a Bei ra Interior apre-se nt a uma h e te ro ge ne ida d e d e am bi e n te s ag ro -f lo re st ai s, a o s q u ais está as sociad o u m conju n to d ive rs o e c o nsi d e ráv el d e c o gu -melo s silvestr es, sendo que, cerca de um a c ent en a es tã o i d en ti fic a-d o s co mo co me st ív ei s e a lg u n s d estes revel am inter esse gastron ó -mico e elev ado valor comerci al. O p inha l, o sou to, o carv alhal , o s montad os de sobr o e azi nho, o s prad os e as pas tag ens pe rm ane n -tes prese n te iam-nos, espontanea-me nte e d e forma sin g u lar, con -soan te o habitat e a den o minação lo cal, co m os m íscaro s, a pin h ei-ri nha, o pata d e carn eiro, os r apa-zi nho s, os b o leto s, o tor tulho , as v iuvin h as , o frade, o sol d a terra, a ro sa dos pr ados, o pé azul , a la-n aça, a carqueijin ha, os alfinetes, a ba tarata dos pinhe iros, a couve flor, a repo lga, a cri adilha e mui-to s outr o s. S u rg em cogumelos em tod as as es taçõ es do ano mas acon tece que n as estações secas o u muito frias, as co

ndições são muito

desf avor á-v ei s ao seu desenvolvimento. No nosso cl ima te mo s so bre tud o a maio r parte do s cogu mel o s desde o início e durante o O u tono, pe-ríod o em q u e estão reu n ida s as condiçõ es de te mper atur a e de h u -mida de exigidas para o seu apare-ci m en to. Apenas a Sul do d is trito d e Caste lo Branc o temo s, na Pr i-mavera e co m im p o rtân cia, a apa-n h a d o to rtulho ou tubar e iro (A manita po nder o sa ) e d as cri adi-lh as ou regot as (Terfezia are n aria e Terfezia lep toderm a). Os cog u melos são as f ru tifica -ções dos f u

ngos. Para mel

hor se p erceber, o co gumelo está p ara o

fungo assim como

a pinh a está p ara o p inheir o. O s fungo s ca rac teri za m -se por u m a o rgan ização estrutu ral d e hi-fas co m parede celular co m qu iti-n a e sem celu

lose. São uma

espé-ci e de filamento s que no seu co n-jun to fo rm am o m ic é li o , ap ar e-ce ndo na n atureza po r vezes, co m u m aspecto semelhante a teias de ar anha ou a alg odão em rama. Pa ra pr om ov e r a s u a pr op a g a-çã o, o fung o dif erenci a do micélio v egetativo , uma estru tura m acros-c ópica co rrespo ndente ao cog u -melo , q u e se desenv olve aci ma dos sub st rato s, pro porci ona ndo ass im um a e fic az dispers ã o dos es po ros n ela pr odu zidos. O s fu ngos po r n ão ter em cloro -fil a , são i n ca pa ze s de sint et iz ar n u

trientes orgânicos, sendo que,

o b têm nutrientes por absorção através das h ifas em solução aquosa. A obtençã o de alimento é conseguida de dif eren tes fo rmas e consoante estas, assim se d enomi-na m : - Sap rób ios . A mobil ização dos n u tri entes faz-s e a p artir da exp lo-ra çã o de su bstr ato s co m matér ia o rgânic a i n a n imada, com o é o ca so da man ta mor ta e de tr onco s em apodr ecimento: - Pa ra si ta s. Viv em em assoc iaç ão c o m o u tr o o rga ni smo uma re la çã o de a n ta go ni smo, em q u e só o fung o ti ra pro v ei to , pod en do le va r ao d efin h ame nt o e mo rte d o h o sp ed ei ro. Ex em-plo s de fu ngo s pa ra si ta s sã o: Ora be m, c o m o re c u rso a fun gos mic o rri zi co s nã o s ó di sp omo s de um me io qu e p er m ite às árv o re s m elho -re s c o n d iç ões de de senvolvimento v eg etat ivo ma s tamb ém de uma p o s-sib ili d ad e de ap ro ve it ame n to de um p rodu to co m al to va lor c o mer cial e se m p ro b le mas de mer cad o, aspe cto qu e ai n d a a g or a é i g n o ra d o pe la ma iori a dos propr iet ári os ag ro-fl o-rest ai s. No ent anto em meio ru ra l, os co -g u melos silvestres estão m u ito pr e-se nte s na di eta alime n -ta r das co muni dad es e, e m vá rias reg iõe s, a

sua apanha consti

tui uma i m por ta nt e fo nt e de re nd im en to n o c o n

-texto da economia lo- cal. A

pr odu ção de co -g u melo s silve st res co-me st íve is ch eg a a ati n -g ir n o se u c onj unt o, d ezen as o u mesmo a cen ten a de qui los por h ectare. O seu

apro-veitamento pode con- tribui

r par a um ren d imen to an ual que, em mu it as á rea s, ul tra p as sa o va lo r pr op or ci o n ad o pe la pr od uç ão de ma d ei ra . Ne ste co nt ex to , te m o s to d o o in te -resse em in tro duz ir, e/ ou fo ment ar n o s nossos povoamentos agro- flo-resta is, uma flora mico lóg ica ba se a-d a em c o g u melo s mico rrizi cos, cen -tr ada se po ss ível, n as espécies co m v alo r co m erc ial. É de re fer ir q u e do s estudos levados a efeito na região, de uma forma g e ra l no míni mo, 6 0 %

dos cogumelos inventariados

são mi co rr iz ic os, 50 % sã o c o me stí -v eis e 10 % tê m v alo r co m erc ial. Im por ta assim desenvo lver um co n jun to d e técn ica s cu ltu ra is e pr á-ti cas d e colec ta c ond ucen tes ao au -me nto da pr od uçã o e à suste n ta bil i-da de a lo n g o pr az o de st e r ecu rso na -tu ra l. E m p opu laç õ es de ár v o re s ad u ltas n ão é fáci l a mo dific ação do eq uil í-bri o da fl ora mic o rr iz ic a de for m a signif icati v a e durado u

ra, pelo que,

se p o ssíve l, as int erv en ções dev erão re aliza r-se n o estád io ini cial da v ida da s p lan ta s. Para o sucesso é d eterm in ante a uti li za çã o d e pla n ta s d e qua li dad e co m mic o rri zas ad equ ada s e in teres-sa nte s d o po nto d e vi st a eco lóg ico e ec onó m ic o . É in dispen sá v el q u e as em presas q u e come rci aliz am árvo res mi corrizad as se o b rigu em a d ar pre-ferên cia a m aterial d e procedência o u de or ige m lo cal, co m pr ov as d a-da s d e pr od uç ão e mel h or a d ap ta da s às co nd iç õ es da reg ião . Da í o in te -resse n o inv entário, n a l o cali zação d as associ açõe s mic o rri zica s p rese n -tes no s nossos povoa me ntos flores-ta is e na selec ção do s fu ng os c o mes-tíve is c o m m el hor re sp os ta a cad a u m a d as co mbin açõ es esp ecific as da p lan ta, do sol o e do cl ima. As pl ant as ar tif ici almen te mic o rr i-za d as sã o ma is c ar as pe lo qu e, pa ra red u zir o s cu st os d e in stalaçã o, pode -se opt ar por in trod uz ir uma proporç ão me nor desta s pl ant as (l i-n h a si m, l inh a nã o) e pr omo v er uma b o a condição de dese n volvimento inicial às plantas com o : - Su bso lag em d o te rr eno. A f im de me lho rar a dren a-g em e o arejamen-to e faci lita r a ex-pl or a ç ã o de um ma ior vol ume de te rr a. - Lav our as par a e limi n aç ão da v e -ge ta çã o . Na f a se in ic ia l a c o mp e ti -çã o das inf esta n te s é mu ito p re jud i-ci al . - Plan taçã o co m au sên cia d e gea -da s. Te mp er at u ra s mu it o ba ix as po -d e m conduzir à morte ou definha-me nto da p la n ta e /ou do fu ngo mi-co rr iz ic os . - R e g a s de ab ic am e n to . Apó s p lan taç ão e du ran te o esti o, so br et u-d o n o p ri m eiro an o se a p recip itaç ão n atural não sa lvaguardar as neces si-da de s hí d ri ca s da p lan ta . Acon tece na reali d ad e q u e actu al-me nte , em g era l, no s de par amo s com p lanta ções recent e s sem recurs o a p lantas micor rizad as e p ovoamento s ad ul to s q u e n ão ma ni fe st am pr od uç ão d e esp éci es de co gu mel o s qu e seria ex p ectá v el p ara a id ad e. H ave ndo i n te nção d e int ro d u zir o u in crementar fu

ngos com afin

idade e particu lar i n teresse, pode mos fa zer u so de u m a meto dol og ia simpl es, ao al can ce d e to do s, qu e imi ta a in oc u-lação natu ral e con siste na: - A p anha de cog u mel o s na fa se fi -na l do se u d esen v o lv im en to , p ara ga -ra n tir qu e os esp o ro s este jam mad u -ros . - Se cag em d o s carpó fo ro s seg u id a d e moe nda , o q u e f aci lita a c o n se rv a-çã o e o ac ond ici o n ament o d o pr od u-to . - Prepa raç ão de u m cal do de espo -ros com dis solução em água para mel h or di st ri b u iç ão . - Ap lica ção na área ex terior à p ro -jecçã o d a c o p a, on de se sit u am a s raí-ze s finas. Par a a pr od uç ão de c o g u melo s é e s-se nci al a manu ten ção dos p o v o amen -to s, sen d o i m por ta nte : - A eli m ina ção e trit ura ção de in -fe stant e s e do s resíduo s finos da poda , po r mei o s mec ân ico s e a sua di st ri bu iç ã o à su pe rf íc ie do so lo . Ab re-se e x ce pção p ara caso s de den -sa v e ge taçã o ar bust iva , em que f az se nti do rea liz ar uma mobil iz a ç ã o mu it o sup e rf ic ia l q u e nã o pe na li z e mu ito as r aíz es das á rv o re s e p er m ita u m a ext irpaç ão ou d estrui ção d o s ma-to s. Em resu ltad o desta op eração te m-se v erifi cad o uma reacç ão mui to fa-vo rá ve l n a pr od uç ão de co gu me lo s. - O enrel v amen to p ermane n te c o m v e getação au-tó cto n e ou co m a in tr o -du ç ã o de l e -guminosas qu e cap tam az o to a tm o s-féri co e o f o r-n ecem à p lan-ta . A o i n vé s das mobil iza -çõ es d o terre-n o esta pr átic a g ar ant e um a cré sc imo d e maté -ri a or gân ica, um me lhor a reja -mento do solo e a não destru i-çã o da s ra íz es f ina s, m ai s a b u n -d an tes à s u pe rfíci e e ca pa zes de se associar em aos fungo s mi-co rr iz ic os . - Fac ilitar o ar e jamento e a en trad a d e l u z. Emb o ra haja al -gu ns co gu me lo s in di fe re n tes ou q u e p re fe rem zo nas somb ri as, a grande m a iori a com in tere ss e co mer cia l, nece ssi ta d e lumi no -si dad e direct a para a sua p ro d u -ção. Quan do com eça a haver

muito ensom- bram

ento tor-n a -se necessá-ri o, consoant e o s ca so s, re cor-rer ao desb ast e da s ár vo re s mais fracas , a des ram aç ões e/ ou a abe rtu ra d as copas co m p o d as de “ar”. A su sten tab ilid a-de dos recur sos e x iste nte s passa ta mb ém pe la ne ce ssi da d e de , n a rec o lh a, se fazerem ob servar al -g u ma s nor mas el emen tar es, no -m ea d am en te : - Evi tar co lhe r co gu melo s p o u co desen v o lvi dos ou mui to v e lh os. Em ambo s os casos o ap ro v eita ment o g astr onó mico é peque no. Se a p an hados mu ito jove ns n ão pe rmi ti m o s a li ber-tação dos es poros e se muito v

elhos podem mesmo ser

tóx i-co s. - Não c o lher todos os c ogu-melo s presentes em cada local n e m ap anha r m a is cog u melos do que os que t en ci ona c onsu-mi r. A apa n h a ex cessiv a e sem re gras, com intuito puramente co mer cial po de lev ar ao de sa -p areci m ento d as espéc ies. - Evit ar o s saco s de p lásti co. Ao co lo car o s co gu melo s em ces ta s are ja d as , a lém de outra s v an tag ens p ermite a di ss em ina -ção do s es p o ros duran te a des-lo ca ção n o camp o. - Pr oc ur ar d evo lve r os rest os e d es p er dí cio s da p repa raç ão e li

mpeza ao local de colh

eita po is e ste s sã o ri co s em e spo ro s. Ev itar faz er estr ag os n a ve-g eta ção , man ta m o rta e no s o lo . Dep o is de uma recol h a, n o mes m o l o ca l, n o v o s e no va s es-p éc ies

de cogumelos irão sur

-gi r. - Nã o p isar ou dest rui r ne -nhum cogume lo me smo que se ja v ene no so . Embo ra não co -mestíve is,

estes são funda

men-ta is p ara o equ ilíb rio d o s eco s-si st

emas. - No caso dos

h ipóg eos o u d o s q u e ap resentam norm a l-me nte o pé u m po uco pr of un do , devem-se desent errar c u idado-sa me nte o s car pó fo ro s, r a si tua ção in ici al do so d o as p o ças, para ev itar ao n imo d ano s n o micél io e raízes. N o ta s fin ais : 1 - As árv o res micorrizadas co m fungos simbiontes produ to res de co gu melo s co têm melhor dese nvolviment p rop orcio n am um rend ad ic io na l a nã o me no spr eco n o m ia ag ro -f lo rest al. 2- A ge stão suste n co gume los si lv es tre s p da r, a o pr opr ie tá ri o, de in eq uí voc a o po der de impo gras, li mi ta r ou i m p edi nh a po r tercei ro s. 3 - O desenvolvimento da má tic a d o s cog u me los po dev e es ta r a ss o ci ad o a p rodu tos e o u tr as activ locais, como co n tr ibuto par re vitali zação soc ial, económica e a m b ien tal d o espa ço 4 - Há por vezes alg melhança s entre es pécies ca s e co mestí v ei s. Pa q u e do seu consu m o ocorram in to xi caç õe s mu it o gr en v ene namen tos mor tais, n h a d e co gume los de ve ser ap en as p o r p essoas con ras, cap azes de proced id ent ifica ção com ab soluta ra n tia . Le g en d a: + Co mestív el X Não comestível X+ O mí sc a ro am a c o g u melo mais apreci Por tug a l, c o ns umi d te mpo s ance stra is po r mú g eraçõ es e e m al guma o ú n ic o con h ec ido e co No e n ta nt o fo i r e ce nt consider ado mortal em al p aíse s eu ro peu s, on de d a a sua comercial ização e se u co nsumo. São-lhe dos mec a n ismo s que d e stru ição muscul ar (Ra mi o li si s) , por f e nómeno ac um ul aç ão . (* )J OSÉ L U ÍS GR AVIT O EN G. AG N O M O RE GI ON AL DE A E PESCA S DO CENTR Mor che lla e scule nt a + Ple uro tus ost re at us + Fi st ul in a h epát ica + em cas tan hei ro In on ot us hi spi dus X em maci ei ra Cordy ceps mi litar is X em proce ssion ária se nd o e ste ul ti mo pa ssív el de ser u til iza d o em lu ta bi ol óg ic a c o n tr a es ta p rag a do pin h ei ro . - Mi c o rr iz ic os. E ste s e st ab el e-cem uma relaçã o de m u tual ism o co m o ho sped eir o , ret ir and o am-bos p rov ei to . O mi cé li o do fun go env o lv e a s ra íz es , for m an do es -tr ut u ra s de no min ada s m ico rr iz as. O fu ngo , mai s v e rs át il na ada p ta bi li da de ao me io , a o p ro-lon g ar a rede radi cular do s v eg e-tais, vai exp lorar m a ior v o lum e de t err a e pr opo rci o n ar à s p la n ta s qua nt id ad es a d ic io n ai s de ág ua e sais mi n e ra is , aumentando-lhes de m a n e ira s ign ific ati v a as s u as ca pa ci da de s de tol erân ci a e re sis-tê n ci a a co nd iç õe s d e aci de z, se -cur a e de ba ix a fe rti li d ad e d o s s o -los . As pl an ta s em c o n tra pa rt id a, vão fo rne ce r a o fun go os n u tr ie n-te s el ab ora d o s da fot o ssí nt ese . Um a sin gular a ss o ci açã o que de ve me re ce r uma p a rt ic ul ar at en çã o d o s p rodu to res ag ro- -flore st a is poi s, nas pla n ta s, promo v e um i n c re m ent o na so-b rev iv ên ci a, c resci men to e ho mo -g ene id ad e em v ive iro , um a re du -çã o da mor ta lid ad e na t ra n spl an-tação, o cre scim e n to inicial, a lo ng ev id ad e e a p rod u ti v id ad e em ma de ir a e fr uto . Es tá t am b ém id en ti fi ca do o pa-pel prot ec tor dest es c ogume los con tr a al gu m as do en ça s ra d ic u la -re s. O fungo em competi ção na-tur al , i m pe de ou di fic u lt a a i n st a-la çã o e/ ou pr opa ga ç ã o de a lg u -mas doenças, nom eadamente a ti nt a ( P hy top h th o ra ci nn am om i) , co n tr ibu in do a ssim de fo rm a po -si ti va pa ra o bo m e sta do san it ári o da flo rest a. É n e ste grup o qu e se en con-tr am os cogume los co m mai o r in-te resse e co nómi co , e n tr e out ros:

Cogumelos Silvestres

Bo let us e du lis + A m ani s caesa rea + Ca nt ha re llus c ib ar ius + A m ani ta pond erosa + La ctari us deli ciosus + Hydnum re pan dum + C rat er el lu s cor nuco pi oi des + Tr ic ho lo m a eq ue st re X + Terf ezi a are nar ia + Fol ha Floresta l Abr il 20 08 w ww. aflobe i.p t SUPLEM ENTO 8 Fol ha Floresta l Abr il 2 00 8 w ww. aflobe SUPLEM ENTO 9

Referências

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