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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DESPORTIVA DO AMAZONAS

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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DESPORTIVA DO AMAZONAS

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“O dia em que pararmos de nos preocupar com

Consciência negra, amarela ou branca e nos

preocuparmos com a consciência humana, o

racismo desaparece.”

(Morgan Freeman)

IMPUGNAÇÃO DE PARTIDA

PROCESSO DISCIPLINAR DESPORTIVO N. 067/2020

COMPETIÇÃO: CAMPEONATO AMAZONENSE DE FUTEBOL PROFISSIONAL SÉRIE B 2020 JOGO: JC FUTEBOL CLUBE X ESPORTE CLUBE TARUMÃ

DATA: 19/11/2020

CATEGORIA: PROFISSIONAL

IMPUGNANTE: EPD ESPORTE CLUBE TARUMÃ

R. H.

Trata-se o presente de Impugnação de Partida movida

pela EPD Esporte Clube Tarumã, não informou quem é a

parte contraria, o impugnado, referente ao resultado

da partida realizada no dia 19 de novembro de 2020,

válida pela semifinal do campeonato amazonense de

futebol profissional série B, requerendo a anulação da

partida alegando que ocorreu erro de direito pelo fato

do árbitro encerrar a partida antes do tempo

regulamentar, deixando assim de observar a regra do

jogo.

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Fundamentação

Dispõe o inciso III, do §2º, do artigo 84 do CBJD,

que o Presidente do Tribunal competente deverá indeferir liminarmente a inicial do procedimento de Impugnação de Resultado de Partida, quando faltar condição exigida para a iniciativa da impugnação1.

O que me parece claro no presente caso, como

passamos a demostra.

das liminares requeridas

Para que um julgador possa exercer o juízo de

certeza dos fatos para que possa conceder uma liminar em caráter de urgência é necessário provas pré-constituídas robustas, o que não encontramos na presente impugnação.

Ainda que seja possível o reconhecimento do periculum in mora em razão da impossibilidade de disputar a

final da competição, não vejo como conceder nenhuma das mediadas de urgência requeridas, tendo em conta que o provimento pleiteado se confunde com o próprio mérito da impugnação, de caráter satisfativo, sem as garantias dos princípios do devido processo legal e do amplo direito de defesa.

Considerando ainda, que tais pedidos não são

inerentes a ação aqui escolhida pelo Impugnante.

1 Artigo 84 do CBJD. (...) 2º A petição inicial será liminarmente indeferida pelo

Presidente do Tribunal competente quando:

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do

princípio

da

prevalência,

continuidade

e

estabilidade das competições (pro competitione)

o Impugnante, diante de sua própria torpeza, pois

foi o causador dos fatos que culminaram com o encerramento da partida, fatos esses devidamente comprovados pelos vídeos juntados pelo próprio Impugnante, onde fica claro que seus atletas e dirigentes iniciaram o tumulto e agressões, sendo necessário a interferência do policiamento, sem qualquer participação da EPD adversária.

O Impugnante quer conseguir um resultado fora das

quatro linhas, fora da partida, prejudicando as demais equipes participantes da competição.

Embora, de forma habilidosa, o Impugnante quer

tornar este Tribunal de Praça Desportiva para a disputa de um “Terceiro Tempo” de jogo, o que de forma alguma iremos admitir.

do princípio do espírito desportivo

(fair play)

O jogo tem que ser limpo, ou seja, obter uma vitória

limpa alheia a fatores antidesportivos.

O desportista de cada modalidade deve procurar

disputar as provas, partidas ou equivalentes de maneira que não prejudiquem o adversário.

Faz-se necessário apoiar a promoção da ética no

desporto, a educação e respeito ao adversário. Mestre Álvaro Melo Filho, nos ensinou que:

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Por isso, as condutas de “malandragem”, trapaça ou ludibrio como infringentes do

fair play devem ser usadas na dosimetria

para fins de graduar a penalidade desportiva incidentes de modo a produzir efeitos de agravante ou majorante fático. De outra parte, as atitudes que evidenciam o reforço ou ação materializadora do fair play devem, no plano fático, repercutir como atenuantes ou minorante na dosimetria da sanção desportiva aplicável

do erro de direito apontado

O Impugnante, fundamente seu pedido para caracterizar como erro de direito, o fato da partida ter encerrada antes do tempo regulamentar concedido a título de acréscimo.

Vale destacar que, quando o tumulto se iniciou o

tempo estava em 46’ + 6’ da segunda etapa da partida, o árbitro tinha dado 8’ de acréscimo, faltando então somente 2’ para encerrar.

Veja-se que a peça Exordial é muito bem elaborada,

mas o imenso esforço retórico exercitado por seu Subscritor o que efetivamente quer é trazer elementos que mais cabem em tese de defesa que deverá ser sustentada em sessão de instrução e julgamento, caso a Procuradoria ofereça denuncia, ainda na instância da Comissão Disciplinar e, outros, que mais estão afeitos a uma Notícia de Infração, que devem ser primeiramente apreciados pela Douta Procuradoria de Justiça afim de verificar se cabem ou não transformar em Processo Disciplinar Desportivo, ferindo, novamente, os princípio do devido processo legal, bem como, o direito à ampla defesa.

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Vem o Impugnante, ainda, requerer dilação probatória, que não cabe nesta ação escolhida para postular seus direitos, as provas na ação de Impugnação de Partida devem ser pré-constituídas, conforme robustos decisórios desta Corte de Justiça Desportiva, bem como, na Colenda Corte Superior.

Segundo a Regra 52 do Futebol:

O árbitro deve tomar as decisões do jogo com o máximo de sua capacidade, de acordo com as regras e o “espírito do jogo”, segundo sua opinião. Em razão disso, o árbitro possui poder discricionário para adotar as medidas adequadas para cumprir a essência das regras do jogo.

As decisões do árbitro sobre os fatos relacionados com o jogo, incluindo se um gol deve ser ou não confirmado e sobre o resultado do jogo, são finais. As decisões do árbitro e dos demais oficiais de arbitragem devem ser respeitadas.

atuará como cronometrista, tomará nota dos incidentes do jogo e remeterá às autoridades competentes um relatório, com informações sobre todas as medidas disciplinares que tomou, assim como de qualquer incidente ocorrido antes, durante e depois da partida;

O árbitro da partida seguiu fielmente o que

estabelece a regra do jogo, acima citada, não cometendo qualquer erro que justifique a anulação da partida.

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Inclusive, o causador do encerramento da partida

foi, única e exclusivamente, os atletas e dirigentes da EPD Impugnante, que deixou de juntar a súmula da partida na exordial, onde o árbitro relata que:

E continua, conforme o relato do auxiliar agredido:

O Árbitro Auxiliar fez os devidos procedimentos na

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Fatos esses relatados pelo árbitro auxiliar na

delegacia devidamente comprovados pelos vídeos juntados pelo próprio Impugnante.

Conforme se constata no relatório do árbitro e

demais documentos acima, os atletas e dirigentes da EPD Impugnante, foram os únicos responsáveis pelo tumulto e encerramento da partida, que inclusive se fez necessário a intervenção da força policial presente para conte-los, a fúria era tanta que os policiais tiveram que utilizar de gás para conter a violência por parte dos atletas e dirigentes.

Inclusive, por temer pela vida das pessoas

presentes, os policiais informaram ao árbitro que não poderiam garanti-las, diante do assustador descontrole dos atletas e dirigentes da EPD Impugnante.

Observe-se, que mesmo de forma habilidosa, o

Impugnante tenta informar que no local da competição tinha mais pessoas na arquibancada do que permitido no protocolo, no entanto, em momento algum ocorreu invasão de campo, inclusive em um dos áudios dos vídeos juntados pelo Impugnante, uma mulher assustada e temente pela vida do árbitro agredido, suplica pela presença do policiamento.

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Inaceitável que o Impugnante queira usar de sua

própria torpeza para mudar o resultado da partida conquistado em campo pela EPD adversária, querendo agora vestir o lobo com pele de cordeiro.

Decido.

A farta jurisprudência dessa Corte de Justiça

Desportiva, bem como, a da Superior Instância da Justiça Desportiva do Brasil é no sentido que somente o erro de direito é que pode servir para arrimar a pretensão de Impugnação ao Resultado da Partida e o princípio do pro competitione deixa claro que não se deve vulgarizar este instituto, deixando em dúvida o resultado obtido em campo, quando inexistem fundamentos mínimos que arrimem a pretensão, ainda, como no presente caso, quando o postulante é o único responsável pelos fatos ocorridos.

Diante do exposto, entendo não provada a ocorrência

de erro de direito, INDEFIRO a presente Impugnação, na forma do previsto no inciso III, §2º do art. 84 do CBJD.

Após o prazo de recurso, arquive-se.

PUBLIQUE-SE, INTIME-SE E COMUNIQUE-SE URGENTE.

Manaus (AM), em 12 de novembro de 2020.

EDSON ROSAS JÚNIOR

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